Diabetes Mellitus
Prof. Victor Roberto
Fisiopatologia da Diabetes
Mellitus
Manifestações Clínicas
Sinais e sintomas
clássicos
Poliúria
Polidipsia
Perda inexplicada de peso
Polifagia
Sintomas menos específicos
Fadiga, fraqueza e letargia
Visão turva (ou melhora temporária da visão para perto)
Prurido vulvar ou cutâneo
Fa tor es de ris co Diabetes mellitus
tipo 1
Influência genética
Ainda não há pesquisa conclusivas sobre os fatores de risco
para o diabetes tipo 1.
Fa tor es de risco
Diabetes mellitus tipo
2
Ter diagnóstico de pré-diabetes Hipertensão arterial
Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue Sobrepeso; obesidade
Histórico familiar de diabetes (parentes de primeiro grau)
Alguma outra condição de saúde que pode estar associada ao diabetes, como a doença renal crônica Teve bebê com peso superior a quatro quilos ou teve diabetes gestacional
Síndrome de ovários policísticos
Diagnóstico de alguns distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar Apneia do sono
Recebeu prescrição de medicamentos da classe dos glicocorticoides.
Principa is classific açõ es da Diabe tes
DM tipo1
Conhecida também como diabetes insulinodependente, diabetes infanto-juvenil e diabetes imunomediado.
Caracteriza-se pela destruição das células beta pancreáticas, determinando deficiência absoluta de insulina, o que torna essencial o uso de insulina como tratamento, para prevenir cetoacidose, coma, eventos micro e macrovasculares e
morte.
Embora ocorra em qualquer idade é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens.
Principa is classific açõ es da Diabe tes
DM tipo 2
Chamado também de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto
Corresponde a 90% dos casos de diabetes
Neste tipo de diabetes encontra-se a presença de insulina porém sua ação é dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, uma das causas de HIPERGLICEMIA.
Por ser pouco sintomática o diabetes na maioria das vezes permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro.
Principais classificaç ões da Diabe tes
DM gestacional
A presença de glicose elevada no sangue durante a gravidez
Mulheres que apresentam ou apresentaram diabetes
gestacional, possuem maior risco de desenvolverem diabetes
tipo 2 tardiamente, o mesmo ocorrendo com os filhos.
Critérios
diagnósticos para DM
recomendados pela ADA e pela
SBD
Exames
Glicemia de jejum (mg/dl)
Normal < 100
Pré-diabetes 100 a 125
Diabetes ≥ 126
Glicemia 2 horas após TOTG com 75 mg de glicose
(mg/dl)
Normal <140
Pré-diabetes 140 a 199
Diabetes ≥ 200
Hemoglobina glicada (%)
Normal <5,7
Pré-diabetes 5,7 a 6,4
Diabetes ≥ 6,5
DM não co n tr ola do pode pr o voc ar , a lo ng o pr az o Disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos.
Também está associado ao aumento da mortalidade e ao alto risco de desenvolvimento de complicações micro e
macrovasculares, bem como de neuropatias.
É considerado causa de cegueira, insuficiência renal e
amputações de membros
Tratamento Não Medicamentoso
Hábitos de vida saudáveis são a base do tratamento do
diabetes, sobre a qual pode ser acrescido – ou não – o tratamento farmacológico.
Seus elementos fundamentais são manter uma alimentação
adequada e atividade física regular, evitar o fumo e o excesso
de álcool e estabelecer metas de
controle de peso
T ratamento Não Medic amentos o
Estratégias cognitivo-comportamentais que promovam mudança de comportamento e
aderência às recomendações, bem como programas de educação em saúde que visam à promoção e ao apoio ao autocuidado fazem parte
do tratamento do DM.
Tratamento Medicamentoso
O tratamento do DM tipo 1, além da terapia não farmacológica, exige sempre a administração de insulina.
A insulina deve ser prescrita em esquema intensivo, de três a
quatro doses de insulina/ dia, divididas em insulina basal einsulina prandial.
As doses são ajustadas de acordo com as glicemias capilares,
realizadas ao menos três vezes ao dia.
Tratamento Medicamentoso
O DM tipo 2, exige tratamento não farmacológico, em geral complementado com antidiabético oral e, eventualmente, uma ou duas doses de insulina basal, conforme a evolução da doença.
Casos que requerem esquemas mais complexos,
como aqueles com dose fracionada e com misturas
de insulina (duas a quatro injeções ao dia), são em
geral acompanhados pela atenção especializada.
Insulina
A via de administração usual da insulina é a via subcutânea, mas a insulina
regular também pode ser aplicada por vias
intravenosa e intramuscular, em situações que requerem
um efeito clínico imediato.
Como e onde
aplicar insulina
Via de aplicação e velocidade de absorção da insulina
A via usual para aplicação de insulina e a subcutanea (SC).
A via intramuscular (IM), as vezes, e usada em pronto- -socorro, para atender urgência de hiperglicemia, e o serviço não tem disponível análogo de insulina de ação rápida.
A via endovenosa (EV) e considerada em unidade de terapia intensiva (UTI), na qual o paciente permanece devidamente monitorado, com acompanhamento medico e de enfermagem.
A insulina de ação rápida e a única alternativa para aplicações por via IM e por via endovenosa (EV).
Via de aplicação e velocidade de absorção da insulina
A velocidade de absorção das insulinas humanas e discretamente maior quando elas são injetadas no abdome e, seguidamente, em braços, coxas e nádegas.
Quanto aplicada erroneamente, por via intradérmico (ID), ela tem absorção mais lenta, com risco de perda de insulina no local da aplicação, o que diminui a dose injetada e leva a consequente hiperglicemia.
Quando a aplicação de insulina e por via IM, a absorção e acelerada, com risco de
hipoglicemia; isso pode ser grave, principalmente em crianças, dependendo do
tipo de insulina aplicada.
Via de aplicação e velocidade de absorção da insulina
Aspectos, como exercício físico, temperatura ambiente elevada, febre, banho quente, compressa quente e massagem, aumentam a velocidade de absorção da insulina e podem causar hipoglicemia.
Massagear o local de aplicação antes ou depois de injetar a insulina pode acelerar a sua absorção.
Os pais devem ser instruídos, portanto, a não realizar massagem local apos a aplicação de insulina, procedimento comum em crianças pequenas como demonstração de carinho.
De outro modo, compressa fria, banho frio e desidratação diminuem a velocidade de absorção e podem causar hiperglicemia. Finalmente, ressalta-se que a absorção irregular de insulina esta associada a injeções em regiões com lipo-hipertrofia.
Estratégias para diminuir a dor e desconfortos nas aplicações
Usar agulhas mais curtas, com 4, 5 e 6 mm de comprimento;
Usar caneta e agulha com 4 mm de comprimento e alto fluxo;
Usar uma “porta de injeção”, como o i-Port;
Retirar da geladeira insulinas que estão em uso, entre 15 e 30 minutos, antes da aplicação;
Certificar-se que a pele esta seca apos higienizar com álcool 70%, antes da aplicação;
Aplicar no subcutâneo, nas regiões recomendadas para aplicação;
Inserir a agulha na pele com movimento suave e único.
Mesmo cuidado para retirar apos aplicação;
Dividir em duas aplicações doses altas de insulina. Conversar com o prescritor;
Usar técnicas de distração para crianças pequenas;
Não reusar agulhas.
Conservação e validade das insulinas
Em geladeira domestica, a insulina deve ser conservada entre 2 e 8o C; para
isso, precisa ser armazenada nas prateleiras do meio, nas da parte inferior, ou
na gaveta de verduras, longe das paredes, em sua embalagem original e
acondicionada em recipiente plástico ou de metal com tampa. Não deve ser
congelada; se isso acontecer, precisa ser descartada.10 Quando sob
refrigeração, a insulina em uso deve ser retirada da geladeira entre 15 e 30
minutos antes da aplicação, para evitar dor e irritação no local em que será
injetada.
Conservação e validade das insulinas
Os fabricantes não recomendam guardar a caneta recarregável em geladeira, pois isso poderia causar danos ao mecanismo interno e interferência no registro da dose correta.
Quanto ao transporte da insulina, e importante seguir as recomendações do fabricante, a fim de manter a sua integridade. O transporte domestico pode ser feito em embalagem comum.
Se for utilizada embalagem térmica ou isopor, devem-se tomar precauções para que a insulina não entre em contato direto com gelo ou similar, quando usado.
Em deslocamentos, independentemente da forma e do tempo, a insulina sempre deve ser transportada em bagagem de mão.
Conservação e validade
das insulinas
Locais recomendados para
aplicação e cuidados com a pele
Os locais recomendados para aplicação de insulina
são aqueles afastados de articulações, ossos, grandes
vasos sanguíneos e nervos, devendo ser de fácil acesso
para possibilitar a auto aplicação. São eles:
Braços: face posterior, três a quatro dedos abaixo da axila e acima do cotovelo (considerar os dedos do indivíduo que
receberá a injeção de insulina);
Nádegas: quadrante superior lateral externo;
Coxas: face anterior e lateral externa superior, quatro dedos abaixo da virilha e acima do joelho;
Abdome: regiões laterais direita e esquerda, com distância de três a quatro dedos da cicatriz umbilical.
Locais recomendados para aplicação e cuidados com a pele
Durante a gravidez, no primeiro e segundo trimestres, o abdômen pode ser considerado um local seguro para aplicar insulina, mas as gestantes devem estar seguras de que não e necessária nenhuma mudança no local ou na técnica de aplicação.
Devido ao afinamento do tecido subcutâneo em virtude da expansão uterina, gestantes devem usar caneta e agulha com 4 mm de comprimento, a prega subcutanea e o angulo de 45° devem ser considerados nas aplicações.
No terceiro trimestre de gravidez não e recomendado aplicar no abdômen. Esses cuidados evitam riscos de lesão uterina, desconforto, perda de insulina apos a injeção e descontrole glicêmico.
Locais recomendados para aplicação e cuidados com a pele
O local da injeção deve estar limpo e seco. A limpeza com álcool a 70% e necessária em
ambientes institucionais, como os serviços de
saúde, creches e lares para idosos. Se o álcool
for usado, a pele devera secar completamente
antes de a injeção ser realizada.
Prega subcutanea
A prega subcutanea e feita com o objetivo de evidenciar o tecido subcutâneo no momento da injeção e, assim, evitar que se injete a insulina no musculo. Procede-se a ela, preferencialmente, com os dedos polegar e indicador. Se realizada com todos os dedos, pode evidenciar, além do tecido subcutâneo, o musculo, aumentando o risco de injeção intramuscular (IM).
A prega subcutanea deve ser mantida durante toda a injeção da insulina. Portanto, apos realizar a pinça, deve-se introduzir a agulha usando angulo recomendado, injetar a insulina, manter a agulha no subcutâneo por alguns segundos, em seguida retirar a agulha e desfazer a prega subcutânea.
Prega subcutanea
A prega subcutanea, algumas vezes, e dispensável em adultos, quando se usam agulhas com 4 e 5 mm de comprimento.
Recomenda-se, todavia, a realização de prega subcutanea em crianças, adolescentes e adultos, quando o local de aplicação escolhido for escasso de tecido subcutâneo, independentemente do comprimento da agulha usada.
Para crianças com menos de 6 anos, indica-se a realização de prega subcutanea mesmo com agulhas de 4 e 5 mm de comprimento.15 Em gestantes a prega subcutanea deve ser considerada independente do comprimento da agulha que será usada. Preferencialmente usar agulhas com 4 mm de
comprimento.
Ângulo de aplicação
Em agulhas com 4 ou 5 mm de comprimento, recomenda-se angulo de 90°.
Em agulhas com 6 ou 8 mm de comprimento, o angulo pode variar entre 45° e 90° para adultos, de acordo com a quantidade de tecido subcutâneo no local da injeção, e de 45° para crianças e
adolescentes.
Em agulhas com mais de 8 mm de comprimento, por fim, o angulo indicado e de 45°,
independentemente da quantidade de tecido subcutâneo em adultos, não sendo indicadas para crianças e adolescentes.
Para gestantes sempre realizar ângulo de 45° quando a agulha for maior que 5 mm de
comprimento. Além do uso de prega subcutanea. A partir do ultimo trimestre de gravidez, não se deve realizar injeção no abdome.
Associação de dois tipos de insulina na mesma seringa
As insulinas que podem ser combinadas na mesma seringa são:
Insulina de ação intermediaria com insulina de ação rápida, para uso imediato ou posterior, devidamente acondicionadas e conservadas;
Insulina de ação intermediaria com análogo de insulina rápida, para uso imediato apos o
preparo, evitando perda de estabilidade e consequente alteração do efeito.
Em caso de combinação de dois tipos de insulina, aspirar antes a insulina de ação curta
(regular) para que o frasco não se contamine com a insulina de ação intermediária (NPH).
Pé Diabético e
Condutas
Classificação fisi opatológica do Pé Diabético, segu ndo sinais e sintomas
Sinal/sintoma Pé neuropático Pé isquêmico
Temperatura do pé Quente ou morno Frio
Coloração do pé Coloração normal Pálido com elevação ou cianótico com declive
Aspecto da pele do pé Pele seca e fissurada Pele fina e brilhante Deformidade do pé Dedo em garra, dedo em martelo, pé
Charcot ou outro Deformidades ausentes Sensibilidade Diminuída, abolida ou alterada
(parestesia)
Sensação dolorosa, aliviada quando as pernas estão pendentes
Pulsos pediais Pulsos amplos e simétricos Pulsos diminuídos ou ausentes
Calosidades Presentes, especialmente na planta
dos pés Ausentes
Edema Presente Ausente
Localização mais comum da úlcera (se houver)
1º e 5º metacarpos e calcâneo (posterior); redondas, com anel querotásico periulcerativo; não
dolorosas
Latero-digital; sem anel querotásico;
dolorosas
Cuidados recomendados para o Pé Diabético, segundo a Classificação de
Risco
Categoria Definição Recomendação Acompanhamento
0
Sem PSP (Perda de Sensibilidade Protetora dos pés). Sem DAP (Doença Arterial
Periférica).
Orientações sobre calçados apropriados.
Estímulo ao autocuidado.
Anual, com enfermeiro ou médico da Atenção Básica.
1 PSP com ou sem deformidade
Considerar o uso de calçados adaptados.
Considerar correção cirúrgica, caso não haja adaptação.
A cada 3 a 6 meses, com enfermeiro ou médico da Atenção Básica.
2 DAP com ou sem PSP
Considerar o uso de calçados adaptados.
Considerar necessidade de encaminhamento ao cirurgião vascular.
A cada 2 a 3 meses com médico e/ou enfermeiro da Atenção Básica. Avaliar encaminhamento ao cirurgião vascular.
3 História de úlcera ou amputação
Considerar o uso de calçados adaptados.
Considerar correção cirúrgica, caso não haja adaptação. Se houver DAP, avaliar a necessidade
de encaminhamento ao cirurgião vascular
A cada 1 a 2 meses* , com médico e/ou enfermeiro da Atenção Básica ou médico
especialista.
Grau de infecção Manifestações clínicas Manejo Sem infecção Sem sinais de inflamação.
Úlcera sem exsudato purulento.
Não prescrever antibiótico.
Prosseguir tratamento da úlcera, se presente, e monitorar sinais de infecção.
Infecção leve
Presença de exsudato purulento e/ou dois ou mais sinais de inflamação*.
Quando há celulite ou eritema, eles não ultrapassam 2 cm do bordo da úlcera.
A infecção é limitada à pele ou aos tecidos subcutâneos superficiais.
Não há outras complicações locais ou acometimento sistêmico.
Em geral, não é necessário coletar cultura, exceto se o paciente tiver fatores de risco para resistência bacteriana, como uso recente de antibióticos.
Tratamento ambulatorial com antibióticos orais ou intramusculares.
Caso não haja resposta, ajustar tratamento conforme resultado da cultura
Infecção moderada
Presença de exsudato purulento e/ou duas ou mais manifestações de inflamação (ver acima) em paciente sem complicações sistêmicas e metabolicamente estáveis.
Além disso, deve apresentar pelo menos um dos seguintes:
Celulite ultrapassando 2 cm do bordo da úlcera.
Presença de linfangite.
Acometimento abaixo da fáscia superficial.
Abscesso de tecidos profundos.
Gangrena.
Envolvimento de músculo, tendão, articulação ou osso.
Na maioria dos casos, encaminhar para avaliação por especialista em regime de urgência, com o objetivo de avaliar a
necessidade de internação para antibiótico parenteral.
Em casos selecionados, com infecção
moderada, porém não muito extensa, pode ser adequado tratamento ambulatorial, como o descrito para a infecção leve.
Infecção grave Exsudato purulento e/ou sinais de inflamação* em paciente com
toxicidade sistêmica ou instabilidade metabólica. Internar para antibiótico parenteral.
Orientaçõ es para o autoc uidad o no Pé Diabético – prevenind o as feri das
Realizar a inspeção diária dos pés (seja por você mesmo ou com a ajuda de um familiar ou um cuidador orientado), incluindo as áreas entre os dedos.
Realizar a higiene regular dos pés, seguida da secagem cuidadosa deles, principalmente entre os dedos.
Cuidado com a temperatura da água! Ela deve estar sempre inferior a 37°C, para evitar o risco de queimadura.
Evitar andar descalço, seja em ambientes fechados ou ao ar livre.
Sempre usar meias claras ao utilizar calçados fechados.
Usar, sempre que possível, meias com costura de dentro para fora ou, de preferência, sem costura.
Procurar trocar de meias diariamente.
Nunca usar meias apertadas e evitar usar meias altas acima do joelho.
Orientaçõ es para o autoc uidad o no Pé Diabético – prevenind o as feri das
Inspecionar e palpar diariamente a parte interna dos calçados, à procura de objetos que possam machucar os pés.
Usar calçados confortáveis e de tamanho apropriado, evitando o uso de sapatos apertados ou com reentrâncias e costuras irregulares.
Usar cremes ou óleos hidratantes para pele seca, porém, evitar usá-los entre os dedos.
Cortar as unhas em linha reta.
Não utilizar agentes químicos ou emplastros para remover calos.
Calos e calosidades devem ser avaliados e tratados pela equipe de saúde.
Fazer a reavaliação dos pés com a equipe de saúde uma vez ao ano (ou mais vezes, se for solicitado).
Procurar imediatamente Unidade de Saúde se uma bolha, corte, arranhão ou ferida aparecer.
O exame físico minucioso dos pés que didaticamente pode ser dividido em quatro etapas:
Avaliação da pele
Observação da higiene dos pés e corte das unhas, pele ressecada e/ou descamativa, unhas espessadas e/ou onicomicose, intertrigo micótico, pesquisando-se a presença de bolhas, ulceração ou áreas de eritema.
Diferenças na temperatura de todo o pé ou parte dele, em relação ao outro pé, podem indicar doença vascular ou ulceração.
Avaliação musculoesquelética
Inspeção de eventuais deformidades, contraturas que não são facilmente reduzidas manualmente e, frequentemente, envolvem os dedos.
A artropatia de Charcot acomete pessoas com neuropatia nos pés e se apresenta como eritema, calor, edema, perda da concavidade da região plantar causando uma grosseira deformidade.
De formidades ana tômicas no pé dia bé tic o Técnica par a co rt e de unhas dos pés
O exame físico minucioso dos pés que didaticamente
pode ser dividido em quatro etapas:
Avaliação vascular
Pulsos pedioso e tibial posterior presente ou ausente.
Temperatura, os pelos, o estado da pele e dos músculos.
Ausência ou diminuição importante de pulso periférico, atrofia da pele e músculos, rarefação dos pelos
Avaliação neurológica
Compreende a avalição da sensibilidade (tátil, dolorosa-térmica e vibratória), a avaliação de reflexos tendíneos e a avaliação da função motora.
A avaliação neurológica tem como principal objetivo identificar a perda da sensibilidade protetora (PSP).
Os testes que se mostraram mais úteis para a pesquisa de neuropatia periférica no contexto do Pé Diabético foram as avaliações de sensibilidade tátil com monofilamento e vibratória (MCCULLOCH, 2012).
A ausência total ou parcial do reflexo Aquileu também constitui um importante sinal preditivo de processos ulcerativos nos pés e deve ser periodicamente avaliado (OCHOA-VIGO; PACE, 2005).
Avaliação da sensibilidade tátil com monofilamento de Semmes-Weinstem
É realizado com monofilamento de 10 gramas (5,07 U) de Semmes- Weinstem.
É o método de escolha recomendado como exame de rastreamento de neuropatia diabética: tem boa relação custo benefício, alta
reprodutibilidade confirmada por estudos prospectivos e elevada
especificidade.
Método de avaliação da sensibilidade tátil
utilizando o teste com monofilamento de 10 gramas de Semmes-Weinstem
1º – Esclarecer o paciente sobre o teste. Solicitar ao mesmo que diga “sim” cada vez que perceber o contato com o monofilamento.
2º – Aplicar o monofilamento adequado (10 gramas) perpendicular à superfície da pele, sem que a pessoa examinada veja o momento do toque (Figura 4.2).
3º – Pressionar com força suficiente apenas para encurvar o monofilamento, sem que ele deslize sobre a pele.
4º – O tempo total entre o toque para encurvar o monofilamento e sua remoção não deve exceder 2 segundos.
Método de avaliação da sensibilidade tátil
utilizando o teste com monofilamento de 10 gramas de Semmes-Weinstem
5º – Perguntar, aleatoriamente, se o paciente sentiu ou não a pressão/toque (SIM ou NÃO) e onde está sendo tocado (Pé Direito ou Esquerdo).
6º – Serão pesquisados quatro pontos (pontos vermelho-escuro na Figura 4.3), em ambos os pés.
7º – Aplicar duas vezes no mesmo local, alternando com pelo menos uma vez simulada (não tocar), contabilizando no mínimo três perguntas por aplicação.
8º – A percepção da sensibilidade protetora está presente se duas respostas forem corretas das três aplicações.
9º – A percepção da sensibilidade protetora está ausente se duas respostas forem incorretas das três aplicações.
Técnica de aplicação do teste com
monofilamento de Semmes-Weinstem
Locais para avaliação do teste com monofilamento de
Semmes-Weinstem
O monofilamento não é de uso individual ou descartável.
Recomenda-se que seja realizada a limpeza do produto com uma solução de sabão líquido e água morna após cada uso.
Não há necessidade de o produto passar por processo de esterilização em autoclave (BRASIL, 2013). O uso repetitivo do
monofilamento pode ocasionar a perda de sua calibração (OCHOA-VIGO; PACE, 2005).
É recomendado que o monofilamento fique em repouso por 24 horas a cada dez pacientes examinados, para que mantenha
a tensão de 10 g.
A vida útil do produto, em geral, é de 18 meses (BRASIL, 2013)
QUESTÕES
1. (COMPERVE – 2017) J.L.P., 44 anos, masculino, com diagnóstico recente de diabetes mellitus, iniciou tratamento com insulina há duas semanas. Nos últimos dois dias, não está se alimentando adequadamente e teve dois episódios de tremores, sudorese, taquicardia e visão turva. Quanto ao quadro clínico apresentado por J.L.P., analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Os sinais de tremores, taquicardia e sudorese são manifestações de hipoglicemia.
II. Deve-se administrar ao paciente alimentos contendo açúcar.
III. A hipoglicemia caracteriza-se por níveis glicêmicos superiores a 70 mg/dL.
IV. O exame de hemoglobina glicada (HbA1c) é o mais indicado para a detecção e o controle do diabetes mellitus, porque mensura a glicemia de cerca de três meses anteriores à coleta.
(A) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(B) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
(C) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
(D) Todas as afirmativas são verdadeiras.
(E) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
1. (COMPERVE – 2017) J.L.P., 44 anos, masculino, com diagnóstico recente de diabetes mellitus, iniciou tratamento com insulina há duas semanas. Nos últimos dois dias, não está se alimentando adequadamente e teve dois episódios de tremores, sudorese, taquicardia e visão turva. Quanto ao quadro clínico apresentado por J.L.P., analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Os sinais de tremores, taquicardia e sudorese são manifestações de hipoglicemia.
II. Deve-se administrar ao paciente alimentos contendo açúcar.
III. A hipoglicemia caracteriza-se por níveis glicêmicos superiores a 70 mg/dL.
IV. O exame de hemoglobina glicada (HbA1c) é o mais indicado para a detecção e o controle do diabetes mellitus, porque mensura a glicemia de cerca de três meses anteriores à coleta.
(A) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(B) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
(C) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
(D) Todas as afirmativas são verdadeiras.
(E) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
2. (UFU-MG – 2018) O Diabetes Mellitus (DM) é uma das doenças endócrinas mais comum. Assinale a alternativa que identifica, atualmente, o DM tipo 2.
(A) Causada por mecanismo autoimune, ocasionando disfunção da célula beta- pancreática e deficiência absoluta de insulina, acometendo, principalmente pacientes jovens de ambos os sexos.
(B) Causado pela secreção anormal de insulina e pela disfunção do receptor, levando à resistência à insulina nos tecidos periféricos, encontrada na população de adultos obesos.
(C) É associada a outras endocrinopatias (Cushing, acromegalia e feocromicitoma), a defeitos genéticos das células beta-pancreáticas, ao abuso de drogas e a infecções (D) Causada por defeito genético, por resistência à insulina e por alterações no
transporte de glicose; manifesta-se, geralmente, no segundo ou terceiro trimestre de
gestação.
2. (UFU-MG – 2018) O Diabetes Mellitus (DM) é uma das doenças endócrinas mais comum. Assinale a alternativa que identifica, atualmente, o DM tipo 2.
(A) Causada por mecanismo autoimune, ocasionando disfunção da célula beta- pancreática e deficiência absoluta de insulina, acometendo, principalmente pacientes jovens de ambos os sexos.
(B) Causado pela secreção anormal de insulina e pela disfunção do receptor, levando à resistência à insulina nos tecidos periféricos, encontrada na população de adultos obesos.
(C) É associada a outras endocrinopatias (Cushing, acromegalia e feocromicitoma), a defeitos genéticos das células beta-pancreáticas, ao abuso de drogas e a infecções (D) Causada por defeito genético, por resistência à insulina e por alterações no
transporte de glicose; manifesta-se, geralmente, no segundo ou terceiro trimestre de
gestação.
3. (COMPERVE – 2018) Métodos que avaliam a frequência e a magnitude da hiperglicemia são essenciais no acompanhamento do Diabetes Mellitus, visando ajustes no tratamento. O valor de referência da glicemia depende do estado de jejum. Nesse contexto, a coleta de sangue para medir a glicemia capilar pode ser feita em paciente adulto com sintomas clássicos de h iperglicemia e em pacientes com crise hiperglicêmica que não tenha feito jejum prévio. Também pode ser feito teste glicêmico ao acaso (aleatório). Nesses casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2017), para que seja configurada a hiperglicemia, o valor da glicemia capilar deverá ser
(A) Superior ou igual a 140 mg/dl.
(B) De 70 até 160mg/dl.
(C) De 70 até 100 mg/dl.
(D) Superior ou igual a 200 mg/dl.
3. (COMPERVE – 2018) Métodos que avaliam a frequência e a magnitude da hiperglicemia são essenciais no acompanhamento do Diabetes Mellitus, visando ajustes no tratamento. O valor de referência da glicemia depende do estado de jejum. Nesse contexto, a coleta de sangue para medir a glicemia capilar pode ser feita em paciente adulto com sintomas clássicos de h iperglicemia e em pacientes com crise hiperglicêmica que não tenha feito jejum prévio. Também pode ser feito teste glicêmico ao acaso (aleatório). Nesses casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2017), para que seja configurada a hiperglicemia, o valor da glicemia capilar deverá ser
(A) Superior ou igual a 140 mg/dl.
(B) De 70 até 160mg/dl.
(C) De 70 até 100 mg/dl.
(D) Superior ou igual a 200 mg/dl.
4. (COMPERVE – 2018) Um jovem de 22 anos, eutrófico, foi diagnosticado com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e procurou a Unidade Básica de Saúde (UBS) para ser orientado sobre o preparo e a administração de insulina. Na prescrição, o jovem fará uso de duas insulinas no mesmo horário, a insulina de ação intermediária (NPH-N) e a insulina de ação rápida (regular-R).
Considerando esse caso, para o preparo das insulinas, o técnico de enfermagem deve
(A) Preparar as insulinas NPH-N e regular-R em seringas separadas porque uma insulina de ação regular-R anula a ação da insulina NPH, quando misturadas na mesma seringa.
(B) Misturar as duas insulinas em uma mesma seringa, aspirando primeiro a insulina NPH -N, para que o frasco não se contamine com a insulina de ação rápida (regular-R).
(C) Recusar-se a preparar as insulinas, uma vez que não há recomendação para se administrar as duas insulinas no mesmo horário, pelo risco iminente de hipoglicemia e/ou uma cetoacidose.
(D) Misturar as duas insulinas em uma mesma seringa, aspirando primeiro a insulina regular-R, para que o frasco não se contamine com a insulina de ação intermediária (NPH).
4. (COMPERVE – 2018) Um jovem de 22 anos, eutrófico, foi diagnosticado com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e procurou a Unidade Básica de Saúde (UBS) para ser orientado sobre o preparo e a administração de insulina. Na prescrição, o jovem fará uso de duas insulinas no mesmo horário, a insulina de ação intermediária (NPH-N) e a insulina de ação rápida (regular-R). Considerando esse caso, para o preparo das insulinas, o técnico de enfermagem deve:
(A) Preparar as insulinas NPH-N e regular-R em seringas separadas porque uma insulina de ação regular-R anula a ação da insulina NPH, quando misturadas na mesma seringa.
(B) Misturar as duas insulinas em uma mesma seringa, aspirando primeiro a insulina NPH -N, para que o frasco não se contamine com a insulina de ação rápida (regular-R).
(C) Recusar-se a preparar as insulinas, uma vez que não há recomendação para se administrar as duas insulinas no mesmo horário, pelo risco iminente de hipoglicemia e/ou uma cetoacidose.
(D) Misturar as duas insulinas em uma mesma seringa, aspirando primeiro a insulina regular-R, para que o frasco não se contamine com a insulina de ação intermediária (NPH).
5. (COMPERVE – 2018) De acordo com a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.583, de 2007, as insulinas disponibilizadas pelo SUS são a NPH e a regular. No cuidado ao paciente diabético, a administração e a conservação dessas insulinas é uma das atividades de enfermagem. Sobre essa temática, analise as orientações abaixo.
I. A insulina é um produto de boa estabilidade desde que adequadamente conservada, mas, por ser sensível à luz solar direta e a temperaturas muito altas ou muito baixas, deve ser armazenada considerando essas características.
II. A insulina, quando congelada e posteriormente descongelada, deve ser utilizada imediatamente, não devendo ser congelada de novo.
III. Após aberto, o frasco de insulina pode ser mantido em temperatura ambiente entre 15°C e 30°C ou também em refrigeração, entre 2°C a 8°C, para minimizar a dor no local da injeção.
IV. Durante o transporte de longa duração, os frascos de insulina em reserva deverão ser conservados em recipiente de isopor com bastante gelo, ou congelados, e, logo que se chegue ao destino, deverão ser recolocados na geladeira.
Das orientações, estão corretas (A)II e IV.
(B)I e III.
(C)I e II.
(D)III e IV.
5. (COMPERVE – 2018) De acordo com a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.583, de 2007, as insulinas disponibilizadas pelo SUS são a NPH e a regular. No cuidado ao paciente diabético, a administração e a conservação dessas insulinas é uma das atividades de enfermagem. Sobre essa temática, analise as orientações abaixo.
I. A insulina é um produto de boa estabilidade desde que adequadamente conservada, mas, por ser sensível à luz solar direta e a temperaturas muito altas ou muito baixas, deve ser armazenada considerando essas características.
II. A insulina, quando congelada e posteriormente descongelada, deve ser utilizada imediatamente, não devendo ser congelada de novo.
III. Após aberto, o frasco de insulina pode ser mantido em temperatura ambiente entre 15°C e 30°C ou também em refrigeração, entre 2°C a 8°C, para minimizar a dor no local da injeção.
IV. Durante o transporte de longa duração, os frascos de insulina em reserva deverão ser conservados em recipiente de isopor com bastante gelo, ou congelados, e, logo que se chegue ao destino, deverão ser recolocados na geladeira.
Das orientações, estão corretas (A)II e IV.
(B)I e III.
(C)I e II.
(D)III e IV.
6. (FUNRIO – 2018) Segundo o Manual do pé diabético do Ministério da Saúde (2016), a medida de maior impacto para a saúde da pessoa com Diabetes Mellitus(DM) é o/a
(A) Controle glicêmico.
(B)Tratamento com metformina.
(C)Realização de exames e cuidados com o pé diabético.
(D)Cessação do tabagismo.
6. (FUNRIO – 2018) Segundo o Manual do pé diabético do Ministério da Saúde (2016), a medida de maior impacto para a saúde da pessoa com Diabetes Mellitus(DM) é o/a
(A) Controle glicêmico.
(B)Tratamento com metformina.
(C) Realização de exames e cuidados com o pé diabético.
(D) Cessação do tabagismo.
“Dê uma mão ao seu paciente com
Diabetes”
7. (FUNDATEC – 2019) A programação do atendimento para tratamento e acompanhamento das pessoas com diabetes melittus, na Atenção Básica, deverá ser realizada de acordo com as necessidades gerais previstas no cuidado integral e longitudinal do diabetes, incluindo o apoio para mudança de estilo de vida, o controle metabólico e a prevenção das complicações crônicas. Em relação ao atendimento, acompanhamento e orientações, assinale a alternativa correta.
(A) O tratamento do diabetes melittus tipo 2 consiste na adoção de hábitos de vida saudáveis, aliada sempre ao tratamento farmacológico.
(B) O controle glicêmico é realizado somente de três formas: jejum, pré-prandial e pela hemoglobina glicada
(C) É recomendada a monitorização da glicemia capilar três ou mais vezes ao dia a todas as pessoas com diabetes melittus tipo 1 ou tipo 2 em uso de insulina em doses múltiplas
(D) O tratamento do diabetes melittus tipo 1, além da terapia não farmacológica, exige sempre a administração de insulina
(E) Os antidiabéticos orais constituem-se em primeira escolha para o tratamento do diabetes melittus tipo 1 não responsivo a medidas não farmacológicas isoladas.
7. (FUNDATEC – 2019) A programação do atendimento para tratamento e acompanhamento das pessoas com diabetes melittus, na Atenção Básica, deverá ser realizada de acordo com as necessidades gerais previstas no cuidado integral e longitudinal do diabetes, incluindo o apoio para mudança de estilo de vida, o controle metabólico e a prevenção das complicações crônicas. Em relação ao atendimento, acompanhamento e orientações, assinale a alternativa correta.
(A) O tratamento do diabetes mellitus tipo 2 consiste na adoção de hábitos de vida saudáveis, aliada sempre ao tratamento farmacológico.
(B) O controle glicêmico é realizado somente de três formas: jejum, pré-prandial e pela hemoglobina glicada
(C) É recomendada a monitorização da glicemia capilar três ou mais vezes ao dia a todas as pessoas com diabetes mellitus tipo 1 ou tipo 2 em uso de insulina em doses múltiplas
(D) O tratamento do diabetes mellitus tipo 1, além da terapia não farmacológica, exige sempre a administração de insulina
(E) Os antidiabéticos orais constituem-se em primeira escolha para o tratamento do diabetes melittus tipo 1 não responsivo a medidas não farmacológicas isoladas.