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REFLEXÃO SOBRE O RETORNO OBRIGATÓRIO DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

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REFLEXÃO SOBRE O RETORNO OBRIGATÓRIO DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

Rosemeire Aparecida Alves da Silva Bolsista Inclusão Social/Fundação Araucária/UEL rose-aas@hotmail.com Marcia Bastos de Almeida Departamento de Educação/UEL

marciafil@yahoo.com.br.

Resumo:

O presente artigo resulta da experiência com o programa de iniciação científica (2010), vinculado ao projeto de pesquisa intitulado Retorno obrigatório do ensino de Filosofia: necessidades formativas dos professores das escolas públicas de Londrina de nível médio. Pretendemos socializar discussões e reflexões sobre o retorno obrigatório do ensino de filosofia no ensino médio das escolas públicas, a partir de pesquisas realizadas no decorrer dos anos e das práticas realizadas pelos docentes no ensino de filosofia. Apresentaremos alguns fatores históricos que marcaram o processo de ensino de filosofia, visando abordar sua trajetória no decorrer dos anos até seu retorno obrigatório. Discutiremos o ensino a partir das praticas docentes e da formação do professor que atua na área e possui sua graduação em filosofia, e do professor atuante que não possui sua formação na área, refletindo, assim, acerca dos objetivos de formação dos jovens secundaristas. Por fim, apresentaremos perspectivas para o ensino de filosofia no ensino médio.

Palavras-chave: Ensino de Filosofia, Ensino Médio, Formação de Professores.

Este artigo é resultado do primeiro período de atuação como bolsista de iniciação científica no projeto intitulado: O retorno obrigatório do ensino de filosofia: necessidades formativas dos professores das escolas públicas de Londrina, da área de Filosofia e Educação do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.

Na primeira fase do projeto, tivemos como problemática, o processo de inclusão obrigatória da disciplina de Filosofia no currículo do Ensino Médio das escolas públicas da cidade de Londrina. O objetivo, nesta fase, foi o mapeamento

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das condições do retorno da referida disciplina, descrevendo algumas características, tais como: número de escolas que efetivaram a disciplina no currículo escolar, a distribuição no currículo, e o número de professores graduados e não graduados em Filosofia atuantes na área.

Além do mapeamento, realizamos leituras e discussões de textos a fim de compreender, de forma consistente, a trajetória histórica, formação e execução do trabalho dos docentes que exercem o ensino de Filosofia no Ensino Médio.

O ensino de Filosofia no Brasil teve seu inicio durante século XVI, com os jesuítas. Em 1961, com a lei 4.024/61, a disciplina deixa de ser obrigatória e torna-se complementar, visto que, por esta razão, o ensino desta disciplina começa passar por um processo de declínio quanto a sua valorização. Durante o Regime Militar, a partir de 1971 com a Lei 5.692/71, definiu-se no ensino secundário o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das potencialidades que qualificassem os alunos para o trabalho e não para a formação consciente do exercício da cidadania. Com estas exigências, o governo suprimiu a filosofia do ensino secundário, encontrando outras disciplinas relacionadas ao civismo para substituí-la.

Desta forma, a disciplina de filosofia praticamente desaparece dos currículos escolares.

A realidade educacional gerada pela Lei de Diretrizes e Bases de 1971, incentivando a formação básica profissionalizante, acabou por desintegrar o que ainda restava das classes de filosofia. Apesar da possibilidade de permanecer nos currículos através das lacunas deixadas pela legislação do ensino, a atividade filosófica nas salas de aula vem caindo num marasmo estéril. (CARTOLANO apud SILVEIRA 2005, p.11).

Durante a década de oitenta iniciou-se um processo de enfraquecimento na sociedade, reforma anterior da LDB foi reconhecida como um fracasso, passando a ser alterada pela Lei 7.044/82, definindo a obrigatoriedade da formação geral dos indivíduos. Neste período, a luta pelo retorno da filosofia começava a se intensificar e, em 1997 uma grande conquista começou a ganhar destaque, visando modificar a atual lei das diretrizes de bases da educação nacional

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com a principal finalidade de incluir a filosofia como disciplina obrigatória em nível secundário.

Em 1998, com as diretrizes curriculares nacionais do ensino médio é aprovada pelo conselho nacional de educação a presença transversal da filosofia, o documento não excluiu a filosofia dos currículos, garante a presença de um ensino disciplinar com a presença transversal do ensino de filosofia, com a necessidade do domínio deste conhecimento sem a necessidade desta disciplina.

Somente no ano de 2006, com o parecer 38/2006 começou a efetivação e inclusão da disciplina de filosofia que só se tornou concreta com a nova Lei 11.684/08 no ano de 2008, tornando obrigatório o ensino de filosofia em todas as escolas do Brasil no ensino médio, com o prazo de três anos para efetivação e inserção.

Hoje pensar a questão da volta do ensino de filosofia ao nível secundário com total alheamento ás mudanças políticas ocorridas e a ocorrer em nosso país seria o mesmo que fechar os olhos a realidade empobrecendo nossa analise do problema, julgo inegável que um humilde aspecto da sociedade pluralista que esperamos será a oportunidade, para nossos estudantes secundaristas, de receberem uma ampla formação filosófica capaz de lhe abrir o espírito em muitas direções- a compreensão de si mesmos, a reflexão sobre as relações inter-humanas, a meditação sobre a função moral do mundo, e certamente também o aprofundamento dos problemas da sociedade em que vivem. (MONTEIRO, 1979, p71).

Esta conquista da obrigatoriedade do ensino de filosofia configura-se como uma grande oportunidade para os estudantes de ensino médio receber ampla formação, sendo capazes de refletirem, compreenderem e se aprofundarem nos problemas da sociedade em que estão inseridos.

Estes pensamentos levam a refletir:

Qual poderia ser o esquema ideal do ensino de filosofia no segundo grau? A realidade nacional presente, quer quanto à legislação, quer quanto a prática adotada nos colégios, quer quanto a universidade em relação a estes, está muito longe de permitir algo que pareça com a concretização deste ideal. (MONTEIRO, 1979, p.77).

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Quais as práticas adotadas pelos docentes em sala de aula na realidade presente? As universidades estão realizando seus trabalhos para a concretização do objetivo de garantir um ensino de qualidade para a atuação destes professores? De acordo com Silveira:

Falando sobre seu trabalho hoje o professor afirma que sua formação inicial pouco contribui para a sua ação docente, a não ser o encontro com os grandes referenciais teóricos da história da filosofia.

Ao aproximar a história da filosofia dos temas de interesse dos alunos, e ao despertar neles a necessidade de pensar o próprio cotidiano, os professores acreditam estar filosofando, o que a formação inicial não o ensinou, por estar muito distante da realidade do aluno do ensino médio. (SILVEIRA, 2005, p.7).

Para Silveira (2005), a formação inicial contribui muito pouco para a atuação do professor, tornando-se difícil a inserção da disciplina para os alunos de nível secundário, em que os conteúdos ensinados possibilitem ao aluno exercer a reflexão e a crítica.

Apesar das discussões, muitas questões ainda permanecem abertas quando pensamos no ensino da filosofia no nível médio como, por exemplo, sobre a natureza dos conteúdos a serem ensinados, os pressupostos metodológicos que fundamentam a prática do ensino da filosofia, quais as condições que possibilitam o filosofar, que saberes são necessários à docência filosófica, como a filosofia influencia o ensino da filosofia para além das questões didáticas e metodológicas, como é possível o exercício livre da filosofia numa instituição dominada por determinismos burocráticos, etc.

Acreditamos que para a filosofia efetivamente ingressar no ensino médio, não basta apenas que ela seja obrigatória, é preciso trilhar um caminho que possa visualizar as práticas dos professores de filosofia. E nesta direção é possível propor uma discussão dos saberes do professor que ensina a filosofia. (SILVEIRA, 2005, p. 20).

Durante os últimos anos, o ensino de filosofia ocupou novos espaços no meio educacional, gerando várias discussões que envolvem o ensino a partir das práticas docentes.

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O ensino de Filosofia a partir das práticas docentes:

A disciplina de filosofia retornou aos currículos das escolas públicas brasileiras como resultado de uma demanda crescente em torno da formação para o exercício da cidadania. Seu retorno, como exercício reflexivo, abriu um novo espaço e promoveu (e tem promovido) um diálogo constante com outros saberes escolares.

Dessa forma, a partir deste retorno, várias discussões foram abordadas, iniciando pela relação da teoria e da prática na formação docente.

Na prática docente existem dificuldades inerentes à toda educação no atual contexto econômico, político e social. A escola constitui-se na preparação para o mercado de trabalho, vestibulares e concursos e, neste modelo, a informação e o conhecimento são transmitidos de forma intensa e a transformação deste saber em conhecimento aparece de forma superficial. A sociedade quer finalidades práticas de utilidades imediatas, e o ensino de Filosofia não tem esta perspectiva, pois, está pautado sobre a pesquisa, buscando ampliar os horizontes da escola, da realidade do aluno e da sociedade. Afirma Celetti (2003, p.62).

Vou afirmar que um professor de filosofia é aquele que, acima de tudo, consegue construir um espaço de problematização, compartilhando com seus alunos (...). Ensinar a filosofia é antes de mais nada ensinar uma atitude em face da realidade, diante das coisas, e o professor de filosofia tem que ser a todo momento, consequente com esta maneira de orientar o pensamento.

Atualmente várias discussões permanecem abertas na questão das práticas docentes, os professores colocam como pouca contribuição para atuação docente a formação inicial, que é composta de um currículo com uma carga horária de didática muito baixa.

Percorrer estes caminhos passa pela discussão de saberes do ensino de filosofia. Já existe uma discussão sobre saberes da docência em geral. Ao propor a possibilidade da existência de saberes específicos da docência em filosofia, parto da idéia de que a mesma tem peculiaridades quanto ao seu acontecer na sala de aula.

É preciso olhar sob dois aspectos. Um deles é a gestão do conteúdo, e o outro se refere a gestão da sala de aula. O conteúdo da filosofia

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não pode prescindir da história da filosofia, da construção dos conceitos na história e de como eles se transformam no tempo e no espaço. Mas para que a docência em filosofia não se transforme apenas em uma história distante e estranha, feita por pessoas estranhas é preciso perguntar como o professor gesta o conteúdo na sala de aula? Como ele organiza a aprendizagem? De que tipo de saberes ele lança mão para que a filosofia esteja viva no contexto escolar? Ao racionalizar sobre a sua ação o professor estará definindo que tipo de saberes são importantes para que a filosofia tenha uma existência efetiva no contexto escolar, mostrando que não basta estar na grade curricular da escola. Com a convicção de que esta não é uma questão meramente metodológica, intento no primeiro capítulo dissertar sobre a necessidade de se romper com o dualismo entre filosofar e ensinar filosofia, a partir da visão socrática.

(SILVEIRA, 2005, p.18).

Diante da construção de uma sociedade consciente e cidadã, a Filosofia é um elemento fundamental no nível médio, o professor de filosofia é um agente importante para esse desenvolvimento. Para propiciar a construção deste conhecimento o professor deve ser agente de sua própria história, a formação filosófica do educador é essencial para auxiliar no desenvolvimento do sujeito e do seu conhecimento.

No caso do ensino médio, considerado pelos educadores um período de consolidação dos alunos, a filosofia é fundamental no sentido de desenvolver habilidades específicas, pensamento independente e crítico, proporcionando ao aluno a oportunidade de pensar individual e autonomamente.

O ensino de filosofia no 2º grau deve surgir como uma necessidade de se exercer a reflexão e a crítica a respeito de um determinado contexto econômico, político, social e cultural; o ensino de filosofia não deve ter pretensão de elaborar conhecimentos absolutos e definitivos, de modo a fixar o real em representações, sejam elas fatos ou ideias; deve ser mais modesto em suas intenções e se propor a acompanhar reflexivamente os acontecimentos da realidade, questionando-os em seus fundamentos e sempre colocando-os como problemas provisórios que exigem soluções também provisórias.(CARTOLANO apud SILVEIRA, 2005, p.11).

Considerado fundamental para os alunos do nível secundário, surgem várias perspectivas para este ensino, no ensino médio, definidos pelas Leis das diretrizes de bases curriculares.

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Perspectivas para o ensino de Filosofia no Ensino Médio:

Com a nova lei das diretrizes curriculares definidas pela LDB/1996, o ensino de filosofia é apontado como provedor sistemático das condições indispensáveis para a formação da cidadania.

Este fato, por si só, gera inúmeras indagações, tais como: Qual a contribuição da Filosofia no processo de formação dos adolescentes? É possível a inter-relação Filosofia e Escola? Qual o lugar da reflexão filosófica no espaço escolar? Ele existe realmente? Como está a formação de professores nesta área? O ensino de Filosofia se inovou? Há uma preocupação com a postura didático- pedagógica, que implicaria mudanças epistemológicas, por parte dos professores?

No ensino de filosofia são abordadas diversas dimensões com diversas perspectivas filosóficas. No caminho percorrido, o ensino passa por várias dificuldades a serem enfrentadas. Um ponto de partida importante para a filosofia no ensino médio é a leitura filosófica, competência que contribui para o desenvolvimento das capacidades de análise, interpretação e reconstrução racional, crítica e problematização, todas estas capacidades definem o sentido do pensamento autônomo, segundo Lolieri (2009, p, 200, p.23):

A filosofia incentiva você a pensar e a relacionar textos e situações filosóficas com sua vida?. “Sim, porque, nas aulas, praticamos o ato de ler, pensar, refletir, debater, opinar”. Sim foi uma palavra correta para dizer auxiliar, pois o pensamento crítico e reflexivo está dentro de cada um, o que falta é algo para “empurrar” e “forçar” esse pensamento a ser exposto”.

Silvio Gallo, pesquisador na área de filosofia, afirma que não há participação cidadã sem o uso crítico da razão. Neste sentido, o ensino de filosofia contribui para o processo de emancipação social e cultural.

Por meio das pesquisas e discussões realizadas sobre a trajetória do ensino de filosofia no ensino médio até seu retorno, há diversas opiniões no

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Brasil sobre este assunto. Neste contexto, o ensino de filosofia vem tomando seu espaço com novas perspectivas de ensino.

É importante que todo jovem, ao ter contato com a filosofia, possa desenvolver experiências de pensamento, aprendendo a reconhecer e a produzir, em seu nível, conceitos, a fazer a experiência da crítica e da radicalidade sobre a sua própria vida, a desenvolver uma atitude dialógica frente ao outro e ao mundo e, fundamentalmente, possa aprender uma atitude interrogativa frente ao mundo e a si mesmo.

Pensamos que uma educação para a autonomia, no sentido da formação de indivíduos que possam escolher por si mesmos em que mundo querem viver, só pode ser tal se nela tiver lugar a filosofia (GALLO & KOHAN, 2000, p.195).

Pensar, hoje, sobre a volta do ensino de filosofia no ensino médio, é pensar em uma ampla formação no desenvolvimento de novas experiências e novas habilidades de pensamento, reflexões, desenvolvimento da crítica para formação moral e autônoma frente ao mundo, designando a formação de homens e mulheres cidadãos de uma sociedade aberta.

A filosofia não é apenas mais uma disciplina a ser ensinada, aprendida, mas que nela se define, se pratica e se põe em jogo a essência e a própria natureza de ensinar e aprender ao menos na medida em que entendemos a natureza do processo educativo e a prática de ensinar e aprender, tal como entendeu Paulo Freire, não como simples transferência de conteúdos ou mesmo aquisição de habilidades específicas, sejam elas técnicas, comportamentais ou cognitivas, mas na verdade como todo uma prática, todo um processo essencialmente emancipatório da educação de formação de homens e mulheres efetivamente capazes de pensar, questionar e elucidar dialogicamente as condições de realização de suas vidas, de sua própria história, do próprio modo que existem.(DANTAS, 2002, p.61).

Quando o aluno pratica a atividade filosófica, tem possibilidades de rever os conceitos e refletir as várias abordagens filosóficas, alcançando várias dimensões através da reconstrução e da crítica.

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O principal agente deste desenvolvimento é o professor, compreender a formação dos professores de filosofia nos proporciona visões direcionadas para o planejamento e a execução do trabalho docente.

Mas, perguntamo-nos: quais são as necessidades formativas dos professores de Filosofia que atuam no Ensino Médio das escolas públicas, que possibilitaria o ensino desta disciplina de forma significativa para os jovens?

Esta problemática emerge num contexto em que, o fato de o retorno da Filosofia como disciplina obrigatória nos currículos do Ensino Médio estar regulamentado por lei, não implica, necessariamente, a garantia da sua qualidade.

De acordo com Gallo (2009, 23):

[...] como não temos um currículo definido para a Filosofia, a abertura é muito grande, e os desafios são enormes. Um dos riscos é justamente o de cairmos num ensino enciclopédico, (...). E não é um risco assim tão pequeno: algumas universidades têm introduzido provas de Filosofia em seus exames vestibulares, com um programa que abarca praticamente toda a história da filosofia. Daí para as escolas de ensino médio definirem um currículo para a disciplina de Filosofia, que seja um panorama histórico a ser descortinado em um ou dois anos, é apenas um passo. E penso que um ensino enciclopédico como esse teria muito pouco a dizer ao jovem brasileiro, levando a um desprezo pela Filosofia.

Caso os jovens não consigam atribuir sentido à Filosofia, corremos o risco de o seu retorno ser reduzido à obrigatoriedade legal e formal sem, contudo, cumprir o papel social que lhe cabe, tal como, o de promover o desenvolvimento do pensamento próprio.

A formação no nível superior, segundo Severino (2006), deve ser um processo humanizador e cultural.

Mediação intencional e sistemática de uma educação voltada para qualificação científica e técnica, com vistas para preparação de profissionais dos diversos campos da atividade humana, incluindo daqueles profissionais que vão se dedicar ao próprio exercício de

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construção e disseminação do conhecimento científico prepara, então, os cientistas técnicos, os especialistas, todos direcionados para atuar no universo de produção material, no âmbito da vida social e na esfera da cultura simbólica os três grandes espaços em que se dão as práticas fundantes do existir humano. (SEVERINO, 2006 p.2).

Pensamos que um dos fatores que contribuem para a insatisfação dos profissionais graduados em Filosofia em relação à formação inicial, no que diz respeito à preparação para a atuação docente, deve-se ao fato de que as questões pedagógicas serem relegadas a um segundo plano, focando-se numa formação conteudista em que a forma se torna pano de fundo. Por isso, acreditamos que há uma necessidade premente e urgente de diálogos entre os profissionais oriundos da Filosofia e os da Pedagogia, a fim de que forma e conteúdo possam se relacionar de forma dialeticamente balanceada.

Neste sentido, creio que esta experiência contribuiu para a minha formação de pedagoga, na medida em que a ênfase do projeto está na discussão da formação de professores de ensino médio, bem como, a reflexão acerca dos objetivos de formação dos jovens secundaristas.

REFERÊNCIAS

ALVES, Dalton José. A Filosofia no Ensino médio: ambigüidades e contradições.

Campinas (SP) Autores associados, 2002. – Coleção educação contemporânea.

CERLETTI, A. Ensino de filosofia e filosofia do ensino filosófico. In: GALLO, S.;

CORNELLI, G.; DANELON, M. (Org.). Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis:

Vozes, 2003.

DANTAS, Rodrigo. Filosofia, educação e história. In: KOHAN, Walter. (Org). Ensino De Filosofia: Perspectivas. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

GALLO, Silvio D.; KOHAN, W. O. Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000.

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GALLO, Silvio. Chegou a hora da filosofia. Revista Educação. Disponível em

<http:/revistaeducação.uol.com.br> Acesso em: 06 out. 2008.

LIPMAN, Matthew. A Filosofia vai a Escola. São Paulo: Sammus, 1990.

LORIERI, Marcos Antônio; SANTOS, Claudio Ferreira dos. Percepções de alunos sobre as aulas de filosofia em escola. In: CEPPAS. Filipe; OLIVEIRA, Paula R.de;SARDI, Sérgio A.(Orgs). Ensino de Filosofia, Formação e Emancipação.

Campinas, SP: Editora Alínea, 2009, p. 189-215.

MONTEIRO, João Paulo. O ensino de Filosofia no Segundo Grau. In:Encontro Nacional dos Professores de Filosofia.(Org). A Filosofia e o Ensino de filosofia.

São Paulo: Convívio, 1979.

SEVERINO, A. J. A filosofia na formação do jovem e a ressignificação de sua experiência existencial. In: KOHAN, W. Ensino de filosofia: perspectivas. Belo Horizonte. Autêntica, 2002, p. 183-194.

SILVEIRA, Paulo Ricardo Tavares da. Saberes do professor de filosofia no nível médio. 2005. 116f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Santa Maria, RS, 2005.

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