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Tributação do Indébito Tributário Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil Comissão Jurídica

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(1)

Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil Comissão Jurídica

23.01.2019

Tributação do Indébito Tributário

(2)

Controvérsia sobre a exigência de IRPJ, CSLL e PIS/COFINS

sobre o indébito tributário, especialmente aquele decorrente da exclusão

do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS

(3)

IRPJ/CSL - Incidência sobre a recuperação do principal e juros

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Incidência sobre a recuperação do Principal IRPJ/CSL

Legislação aplicável (regra geral)

“Artigo 53 da Lei nº 9.430/96: Os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados ao lucro presumido ou arbitrado para determinação do imposto de renda, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro realou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucropresumidoou arbitrado.”

Segundo o artigo 41, § 1º, da Lei nº 8.981/95,nãosão dedutíveis os tributos com exigibilidade suspensa, logo, tributos com depósito serãoindedutíveise, por isso, não haverá incidência nesta hipótese.

Ato Declaratório interpretativo nº 25/2003

“Art. 1º Os valores restituídos a título de tributo pago indevidamente serão tributados pelo Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e pela Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), se, em períodos anteriores,tiverem sido computados como despesas dedutíveis do lucro real e da base de cálculo da CSLL.”

Jurisprudência

STJ - REsp 1466501, Segunda Turma: “no caso da repetição de indébito, o tributo (principal) quando efetivamente pago pode ser deduzido como despesa (art. 7º, da Lei n. 8.541/92), a contrario sensu, seo valor for devolvido deve acrescer às receitas da empresa a fim de compor o Lucro Reale o Lucro Líquido”.

(5)

Incidência sobre a recuperação dos Juros IRPJ/CSL

Legislação aplicável (regra geral)

“Artigo 17 do Decreto-Lei nº 1.598/77: Os juros, o desconto, a correção monetária prefixada, o lucro na operação de reporte e o prêmio de resgate de títulos ou debêntures, ganhos pelo contribuinte, serão incluídos no lucro operacional e, quando derivados de operações ou títulos com vencimento posterior ao encerramento do exercício social, poderão ser rateados pelos períodos a que competirem.”

Segundo o Ato Declaratório interpretativo nº 25/2003

“Art. 3º Osjurosincidentes sobre oindébito tributáriorecuperadoé receita novae, sobre ela,incidem o IRPJ, a CSLL, a Cofins e a Contribuição para o PIS/Pasep.”

Jurisprudência

STJ - REsp 1.138.695/SC(recurso repetitivo):“Quanto aos juros incidentes na repetição do indébito tributário, inobstante a constatação de se tratarem de juros moratórios, se encontram dentro da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, dada a sua natureza de lucros cessantes, compondo o lucro operacional da empresa”.

Julgamentosuspensoaté o julgamento da matéria emrepercussão geralno STF (tema 962), logo, o entendimento do STJ em recurso repetitivo não é definitivo.

 Tema: 962/STF: “Incidência do Imposto de renda - Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre ataxa Selic(juros de mora e correção monetária) recebida pelo contribuinte na repetição do indébito”.

(6)

Momento da incidência (principal e juros) no Regime de Competência – Execução judicial (PRECATÓRIO)

Trânsito em julgado da decisão que define o valor

Trânsito em julgado da decisão que define o valor

Trânsito em julgado da decisão dos embargos da União Trânsito em julgado da decisão dos

embargos da União Expedição do precatórioExpedição do precatório

Regra geral

Aplicável caso a primeira decisão judicial já reconheça o valor do indébito.

Caso a primeira decisão judicial não reconheça o valor do indébito, será do trânsito em julgado da decisão que julgar os embargos da União.

Caso a primeira decisão judicial não

reconheça o valor do indébito e,

expedido o precatório, a União não se

oponha.

(7)

Momento da incidência (principal e juros) no Regime de Competência – Execução administrativa (COMPENSAÇÃO)

Trânsito em julgado da decisão que reconhece o crédito (direito)

Trânsito em julgado da decisão que reconhece

o crédito (direito) Apresentação da compensaçãoApresentação da compensação Homologação do pedido de compensaçãoHomologação do pedido de compensação

Reconhecimento imediato

A partir do trânsito em julgadoda decisão que reconhece o direito (ao contrário do título judicial, não é necessário o reconhecimento do valor)

Prática conservadora com menor chancedequestionamento.

Caso seja homologado valor menor, compensa-se o excesso.

Reconhecimento postergado

A partir da apresentação da declaração de compensação, momento no qual, em tese, há o efetivo aproveitamento do crédito reconhecido judicialmente.

Reconhecimento postergado

A partir do reconhecimento do crédito compensado, o que ocorrerá pela homologação expressa ou tácita (cinco anos sem manifestação)

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PIS/COFINS - Incidência sobre a recuperação do principal e juros

(9)

Incidência sobre a recuperação do principal e juros (SELIC) PIS/COFINS

Segundo o Ato Declaratório Interpretativo nº 25/2003

PRINCIPAL: “Art. 2ºNãohá incidência da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os valores recuperados a título de tributo pago indevidamente.”

Reflexões com base na legislação atual

• Embora o Ato Declaratório Interpretativo (ADI) nº 25/2003 diga expressamente que não há incidência do PIS e da COFINS sobre o indébito, alguns pontos se colocam para reflexão:

(a)As Leis nos10.637/02 e 10.833/03 não trazem hipótese de exclusão.

(b)O ADI é anterior ao advento das novas regras contábeis e anterior ao advento da Lei nº 12.973/2014.

(c) Solução de Consulta DISIT 10/2013 reconhece a não incidência de PIS/COFINS sobre o indébito recuperado.

Segundo o Ato Declaratório Interpretativo nº 25/2003

JUROS: “Art. 3º Os juros incidentes sobre o indébito tributário recuperado é receita nova e, sobre ela, incidemo IRPJ, a CSLL, a Cofins e a Contribuição para o PIS/Pasep.”

Segundo o Ato Declaratório Interpretativo nº 25/2003

Momento da incidência dos juros segue a regra principal já exposta: Se a sentença que julgar a ação de repetição de indébito não definir o valor a ser restituído e a Fazenda Pública não apresentar embargos à execução, os juros de mora sobre o indébito passam a ser receita tributável na data da expedição do precatório.

(10)

Recurso Extraordinário nº 574.706/PR

(11)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 574.706/PR

Tema nº 69 de Repercussão Geral

• “O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da COFINS”.

Posicionamento do STF

Mero ingresso do valor correspondente ao ICMS na contabilidade das pessoas jurídicas não representaria receita, já que tal quantia não se incorpora ao patrimônio do particular.

• Embora oalcance do ICMS a ser excluído não tenha sido tratadoexpressamente no acórdão, há indicações de quetodo o ICMS destacado na nota fiscaldeveria ser excluído.

• O entendimento firmado pelo STF nos parece aplicável aoICMS-ST.

Julgamento concluído em 15.03.2017.Acórdão publicado em 02.10.2017.

Embargos de Declaração opostos pela União

Duas questõesde maior relevo se sobressaem dos embargos de declaração da União, quais sejam:

• Pedido demodulação de efeitosdo julgamento; e

• Definição doalcance do ICMSa ser excluído.

Ainda não há previsão para julgamento dos Embargos de Declaração

Voto Ministra Carmén Lúcia (Relatora):

“[...] embora se tenha a escrituração da parcela a se compensar do ICMS,

todo ele

, não se inclui

na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal, pelo que não pode ele

compor a base de cálculo para fins de incidência dos PIS e da COFINS”.

(12)

“o montante a ser excluído da base de cálculo mensal da contribuição é o valor mensal do ICMS a recolher, conforme o entendimento majoritário firmado no julgamento do Recurso Extraordinário nº 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal”

Solução de Consulta Interna COSIT nº 13/2018

Na Solução de Consulta 13/2018, a RFB tratou, em síntese, de3 questõesrelativas à exclusão do ICMS da base de cálculo dos PIS/COFINS, são elas:

ICMS a ser excluído da base de cálculo do PIS/COFINS

Proporcionalização do ICMS recolhido

“considerando que na determinação do PIS/COFINS do período a pessoa jurídica apura e escritura de forma segregada cada base de cálculo mensal, faz-se necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a recolher, para fins de se identificar a parcela do ICMS a se excluir em cada uma das bases de cálculo mensal das contribuições”

Documentos comprobatórios dos recolhimentos indevidos

“devem-se preferencialmente considerar os valores escriturados por esta, na escrituração fiscal digital do ICMS e do IPI (EFD-ICMS/IPI) [...]”

“no caso de a pessoa jurídica estar dispensada da escrituração na EFD-ICMS/IPI, poderá ela alternativamente comprovar os valores do

ICMS a recolher, mês a mês, com base nas guias de recolhimento [...] ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher,

definidos pelas Unidades da Federação”

(13)

Lei nº 13.670/2018:

Procedimento Fiscal para confirmação da liquidez e certeza do crédito

(14)

Lei nº 13.670/2018

Alteração da redação do inciso VII, do parágrafo 3º, do artigo 74, da Lei nº 9.430/96

Vedação à compensação de crédito cuja confirmação de liquidez e certeza esteja sob procedimento fiscal

Consequências

• Crédito ficará “bloqueado” para compensação.

• DCOMPs apresentadas com base em crédito sob procedimento fiscalserão consideradas não declaradas, ensejando a imposição de multa de 75% sobre a totalidade do crédito

“indevidamente” declarado.

Impossibilidadedecontraditórioeampla defesano âmbito administrativo.

• Os débitosobjeto da compensação poderão ser inscritos em dívida ativa da União e executados judicialmente.

• Inexistência de previsão de prazo para conclusão da análise do crédito pela RFB.

• Ausência de interrupção doprazo prescricional de 5 anos– a contar do trânsito em julgado da ação – para o gozo dos créditos.

Fundamentos para se questionar a nova sistemática de compensação

• Possível nulidade do ato administrativo que inicia a Fiscalização, por ausência demotivação.

• Violação aos princípios dairretroatividadee danão surpresa.

• Impossibilidade de subversão do instituto da compensação: a limitação desvirtua o próprio instituto da compensação, pois permite que as Autoridades Fiscais obstem o aproveitamento dos créditos de forma arbitrária.

• STJ entende (recurso repetitivo) que restrições à compensação não seriam aplicáveis às ações ajuizadas antes da vigência da lei que instituiu tais restrições > Primeira decisão favorável obtida sobre o tema (TRF3).

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Questões controvertidas passíveis de discussão judicial

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Questões controvertidas

IRPJ/CSLL

Merarecomposição patrimonial(restauração da licitude do ato praticado/reconstituição da situação patrimonial do sujeito passivo que foi desfalcada pelo erro ou pelo ato ilegal ou inconstitucional);

Ausentesignoderiqueza;

Postergação dofato geradorpara o efetivo “ganho” (pedido subsidiário) – violação à capacidade contributiva.

PIS/COFINS

Merarecuperaçãode tributopago indevidamente(não é receita);

Ausentesignoderiqueza,nos termos o ADI 25/2003.

Violação àisonomia.

IRPJ/CSLL sobre SELIC

Mera recomposição patrimonial (a atualização monetária apenaspreservaopoderdecompraem face do fenômeno inflacionário, inexistindo riqueza nova e os juros de mora destinam-se meramente a recompor perdasedanos).

PIS/COFINS

Discussão relativa ao aumento de alíquota de PIS/COFINS por Decreto 8.451/2015.

Argumentos que afastam a incidência do IRPJ/CSL e PIS/COFINS sobre o indébito (principal e juros) e postergam a incidência.

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Referências

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