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BRASIL: BUSCAR NOVAS FONTES DE ENERGIA OU REPENSAR O CONSUMO DA MESMA?

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Academic year: 2022

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BRASIL: BUSCAR NOVAS FONTES DE ENERGIA OU REPENSAR O CONSUMO DA MESMA?

Afonso Caetano Neto – afonsoctn@gmail.com Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Departamento de Engenharia Mecânica (EMC) Florianópolis – SC

Lucas Lai Barbosa - lucaslbarbosa@gmail.com Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Departamento de Engenharia Mecânica (EMC) Florianópolis – SC

Pedro Antônio Souza Milanez - pedrosmilanez@gmail.com Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Departamento de Engenharia Mecânica (EMC) Florianópolis – SC

Resumo: Estamos caminhando para o fim da era do combustível fóssil, como o Brasil está se preparando para essa nova etapa. Um estudo envolvendo as fontes energéticas atuais do Brasil contrastando com o atual consumo de energia do brasileiro, traçar alguns caminhos para que sejamos autossuficientes na produção de energia. Comportamentos sociais de cidadãos à grandes indústrias que precisam ser repensados para que possamos nos adaptar a um fase energética nova que está por vir.

Palavras chave: Energia, fontes renováveis, sociedade consciente, consumo de energia, readaptação social.

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1 INTRODUÇÃO

A crise vai chegar não quando a última gota de petróleo for extraída, mas sim quando a extração de petróleo não conseguir sanar a demanda por energia no mundo. Essa é uma das frases iniciais do trabalho Sustainable Energy – Without the hot air do professor da Universidade de Cambridge, David Mackay.

Como a população mundial vem se posicionando em relação à crise energética que está por vir? Seria o mundo capaz de sobreviver como vive atualmente somente com recursos energéticos renováveis? Quantas turbinas eólicas seriam necessárias para que a Inglaterra pudesse viver somente do vento? Tirar da tomada todo dia o seu carregador de celular, é uma atitude que vai impactar em um novo conceito de utilização de energia? Essas são algumas das perguntas que o professor nos impacta inicialmente, provando que na realidade nós não sabemos para onde estamos indo em relação ao consumo de energia.

Quando falamos de um assunto que é de impacto mundial, pequenas ações muitas vezes não geram grandes resultados, se todos tirarem o carregador da tomada quando não estiverem recarregando o celular somente 0,1% do seu consumo diário vai ser poupado, ou seja, se todos no mundo inteiro retirarem somente 0,1% do consumo de energia será reduzido. É necessário traçar planos que impactem de forma mais contundente. É defendido pelo professor que para que nós possamos sobreviver com as energias disponíveis no mundo temos somente três opções. A primeira seria reduzir a população mundial, inviável. A segunda é mudando o nosso estilo de vida, viável. A terceira e última poderia manter nosso estilo de vida, mas reduzir o consumo de energia através de maior eficiência dos processos, mais tecnologia.

Inicialmente temos que começar a usar uma linguagem onde todos possam compreender e assim trabalharmos em conjunto. Hoje no Brasil notícias como do site g1 [2], “Em apenas cinco anos, foram construídos 285 parques eólicos no Brasil” e “Cinco por cento de toda a energia produzida no Brasil hoje vem do vento” no fundo não dizem nada, como essa na Carta Capital [3] “E na região Nordeste conta com uma incidência média diária entre 4,5 a 6 kWh. Por si só estes números colocam o pais em destaque no que se refere ao potencial solar”. Do que nos interessa saber dados que não são diretos, o professor David Mackay propõe um novo modelo para que possa ser entendido por todos e para que todos possam trabalhar em conjunto, sem mais essa de ocupar a área de 50 campos de futebol.

A proposta feita de representar a produção de energia seja solar, eólica, biomassa, em kWh/dia. Em paralelo com esse modelo de mostrar energia realizar um estudo com a população do seu país e estabelecer o consumo diário de energia por cidadão, com isso criando uma matemática fácil onde se pode estabelecer diretamente a geração de energia de alguma fonte, com tal parcela da população que ela vai atender.

Pode-se observar na figura 1 que o Brasil consome em média 30 kWh/d/p, os Estados Unidos consome próximo de 300 kWh/d/p. A partir disso é necessário que cada país trace um caminho para que seja criada uma rede de fontes energéticas onde possa ser sanado esse consumo diário da população, junto com práticas que façam com que esse consumo diário médio seja constantemente reduzido.

Seria o Brasil um país viável de se sustentar energeticamente com turbinas eólicas e painéis solares, sendo que em boa parte do Brasil não há uma poder de vento e radiação solar suficiente para gerar energia. A resposta não é simples e direta em mover todo o nosso consumo de energia para as renováveis, no caso da Inglaterra sobreviver de energia eólica, 70% do seu território teria que estar coberto por turbinas o que é totalmente inviável.

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Figura 1 - Valores de consumo de energia kWh/d/p (kilo-Watt-hora por dia por pessoa) versus o PIB.

2 A ERA DOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS E A BUSCA POR ENERGIAS RENOVÁVEIS

Os combustíveis fósseis vem tendo papel fundamental no desenvolvimento da sociedade desde o início da sua utilização em massa. A invenção da máquina a vapor na Primeira Revolução Industrial foi um grande marco na história da humanidade, e com ela o carvão começou a se tornar a grande fonte de energia da época, dando início à era dos combustíveis fósseis. Anos depois, foi a vez do petróleo ganhar importância, resultando em grandes avanços tecnológicos e econômicos para o mundo.

Até hoje, combustíveis fósseis, como o carvão, petróleo e gás natural, são essenciais na nossa sociedade, já que estes representam 86,3% da energia utilizada em todo o mundo, segundo relatório de 2013 da empresa British Petroleum. Nas diversas atividades de produção ou na distribuição de consumo de bens e serviços a demanda por este tipo de energia é cada vez maior devido ao acentuado desenvolvimento tecnológico e econômico mundial.

Entretanto, sabe-se que o petróleo e o carvão mineral são fontes de energia não renováveis, ou seja, chegará um momento em que suas reservas se esgotarão e eles não estarão mais disponíveis para nós. O preço da tecnologia e dos combustíveis fósseis aumentam à medida que estes ficam escassos e a tendência é subir mais ainda até que possam existir outras formas de energia de fluxo contínuo capazes de fazer essa substituição ser totalmente vantajosa.

Outra desvantagem, é que este tipo de fonte de energia é extremamente poluente, causando grande impacto ao meio ambiente. O carvão mineral, por exemplo, possui sulfetos que podem reagir quimicamente com o ar ou a água, formando substâncias como o ácido sulfúrico e sulfato ferroso que vão para o subsolo e para os lençóis freáticos, contaminando assim solos, rios e lagos. A queima do carvão também libera substâncias que provocam poluição atmosférica, como fuligem, chuvas ácidas, e ainda contribuem para o efeito estufa.

Além de também ser um dos principais causadores do efeito estufa, o petróleo impacta o meio

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ambiente de outras formas. Os já frequentes vazamentos de óleo causam graves danos à fauna e flora, e segundo especialistas, os acidentes deixam marcas por vinte anos ou mais, sendo a recuperação sempre muito longa e difícil, mesmo com ajuda humana.

Portanto, o grande desafio atualmente na área energética é desenvolver novas fontes renováveis limpas e baratas que sirvam como alternativa aos combustíveis fósseis, diminuindo assim a dependência nesse tipo de fonte de energia e trazendo benefícios ambientais, já que essas são bem menos poluentes. Um caminho importante para isso é a implementação de políticas públicas de incentivo a energias renováveis e limpas, à pesquisa e à transferência de tecnologia – além da decisão de pagar o custo de promover essa modificação na matriz energética mundial.

Investimentos vêm sendo feitos para aumentar o consumo de energia proveniente de fontes renováveis. Países como Estados Unidos, China e Alemanha investem cada vez mais em pesquisas para tornar mais eficiente a captação e a distribuição de energia originada pelo vento e sol.

Entre as fontes renováveis disponíveis, as mais utilizadas são a energia solar, eólica, biocombustíveis e a energia proveniente das usinas hidrelétricas, e apesar de estas terem crescido consideravelmente nos últimos anos, ainda possuem pequena relevância quando comparadas às fontes de origem fóssil, como mostra a figura 2.

Figura 2 - Oferta de Energia por Tipo de Fonte no Mundo (em milhões de tep – tonelada equivalente de petróleo). Fonte: BP Energy Statistical Review 2014.

O mundo caminha para uma transição para energias renováveis, entretanto é impossível diminuir o ritmo do consumo de petróleo tão rapidamente, sem que haja uma regressão tecnológica e econômica, já que as fontes alternativas ainda não possuem escala suficiente para atender à crescente demanda por energia.

3 FONTES DE ENERGIA DO BRASIL

A matriz energética compreende as diferentes fontes de energia disponíveis para o uso nas mais diversas atividades sociais, e é um bom indicativo do perfil energético e dos investimentos feitos por um país no desenvolvimento de fontes alternativas. Ao comparar a matriz brasileira com a de outros países, pode-se constatar que o nosso país possui uma das matrizes mais renováveis do mundo. Cerca de quarenta e cinco por cento da produção energética brasil provem de recursos capazes de se refazerem em um curto período de tempo, enquanto a média mundial de utilização deste tipo de energia é de apenas treze por cento, segundo dados de 2010 do Ministério de Minas e Energia (Figura 3).

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Os combustíveis fósseis ainda têm grande importância no consumo de energia no Brasil, porém as fontes de energia renováveis, como os biocombustíveis e energia vinda das usinas hidrelétricas, também vem tendo forte papel no cenário energético brasileiro, ao contrário do que ocorre no resto do mundo. Investimentos em produção de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar e na construção de usinas hidrelétricas, principalmente, na região Norte, indicam que o Brasil está trabalhando para diversificar sua matriz energética, estando assim incluído no novo cenário de mudanças e discussões sobre o clima e o desenvolvimento sustentável.

Figura 3 – Fontes de Energia no Brasil. Fonte: Ministério de Minas e Energia

A capacidade hídrica brasileira possui possibilidades limitadas de expansão, e por isso o país vem investindo em projetos de pesquisa que visam a geração alternativa de energia elétrica. Um dos grandes caminhos para isso são os investimentos nos biocombustíveis (etanol e biodiesel). A expansão do etanol teve início nos anos 1970, quando a primeira crise do petróleo fez com que o Brasil buscasse neste combustível um meio de reduzir a sua dependência às importações de energia e a exposição do país às variações do preço internacional do petróleo. Desde então, o etanol vem aos poucos substituindo a gasolina como meio de abastecimento dos veículos brasileiros, contribuindo na diminuição da emissão dos gases que causam o efeito estufa. O Brasil vem buscando manter sua política de incentivos à produção de biocombustíveis derivados da cana de açúcar, e a previsão é que até 2020 estes representem quase vinte e dois por cento da energia consumida no país, como pode ser visto na figura 3.

Outras energias, como a eólica e solar, também têm sido expandidas no Brasil. De acordo com relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em 2014, os investimentos em energias limpas no Brasil aumentaram noventa e três por cento em relação ao ano anterior, chegando a US$ 7,6 bilhões, dos quais oitenta e quatro por cento foram investidos em energia eólica. A energia solar, por outro lado, ainda está em um menor estágio de desenvolvimento no país, mas com a acentuada redução nos custos e os incentivos dados

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pelo governo, a previsão é que esta represente até treze por cento da energia produzida no Brasil até 2050, segundo especialistas do setor [12].

Aos poucos o país vem expandindo a capacidade e a geração a partir de fontes alternativas, e assim aumenta a sua segurança energética e a resiliência frente a fenômenos extremos.

4 CAPACIDADE DE GERAÇÃO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

Partindo do estudo de David Mackay, o primeiro passo é conhecer o consumo médio de energia por brasileiro. Em seu relatório [1], o Brasil apresenta um Consumo de Energia média por habitante por dia de 30 kWh/d/p. Partindo do ponto de vista ecologicamente correto, iremos estudar a viabilidade de compor a matriz energética brasileira somente com fontes de energia renováveis: Eólica, Solar, Hidroelétrica e de Biocombustíveis.

4.1 Unidade de comparação

No presente artigo, usaremos a unidade kWh/d por pessoa foram realizadas comparações de melhor entendimento. Essa notação faz com que se tenha uma sensibilidade maior em compreender o papel de cada brasileiro na nossa sociedade.

Para chegar a essa unidade, precisa-se apenas substituir 1kW = 24 kWh/d, que corresponde ao potencial ou consumo energético por hora e em seguida multiplicar pela densidade populacional brasileira que é 24 pessoas/km² [10], ou então 41.667 m²/pessoas.

4.2 Energia Eólica

A energia eólica é vista como uma das grandes energias do futuro. Que embora já esteja bastante presente em diversos países desenvolvidos, apresenta grandes potenciais de crescimento.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o Brasil apresenta um potencial eólico de aproximadamente 140.000 MW [11]. Dividindo esse valor pela área total do país, que é de 8.515.000 km², encontramos um potencial energético de 0,16 W/m². A densidade populacional no Brasil é de aproximadamente 24 habitantes por quilometro quadrado, ou então 41.667 m² por pessoa. Multiplicando o potencial energético pela densidade populacional encontramos:

0,16 W/m² x 41.667 m²/pessoa = 6.666 W por pessoa (1) Ou então 160 kWh/d por pessoa, convertendo para nossa unidade de medida adotada.

Essa seria a geração energética através da matriz eólica supondo que todo o Brasil fosse composto de torres eólicas.

Sabe-se que a possibilidade de preencher o país de turbinas eólicas é algo inviável, mas considerando que seja possível preencher alguns terrenos do sertão e litoral nordestinos, e outros trechos do litoral brasileiro que apresentam alto potencial, supõe-se que 10% do território nacional seja composto de torres eólicas. Isso nos forneceria 16 kWh/d por pessoa.

Valor que corresponde, por exemplo, a cerca 40% da energia usada por um carro que utiliza combustível fóssil (um veículo consome cerca de 40 kWh/d).

4.3 Energia Solar

A energia solar é a fonte de energia mais abundante no planeta Terra, com aproximadamente 885 TWh atingindo a superfície terrestre todo ano – 6.200 vezes a energia primária consumida pela humanidade em 2008 e 3.500 vezes a energia que a humanidade consumirá em 2050 (IEA, 2014).

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David MacKay comenta que uma produção média por metro quadrado de um painel solar é de 100 Wh/d por m2 [1]. Entretanto, algumas perdas ocorrem tanto na geração da energia elétrica quanto na transmissão dela, por isso, considera-se uma eficiência de 10%. Pensando em instalar esses paineis em 10% do território brasileiro, como por exemplo nas regiões áridas do Nordeste e Centro-Oeste, encontra-se uma geração energética através da matriz solar de:

100 Wh/dm2 x (10% x 41.667 m²/pessoa) x 10% = 41,67 kWh/d por pessoa (2) De acordo com nossos cálculos, preenchendo 10% do território brasileiro (851.000 km², correspondente a soma dos territórios da França e Alemanha) produziríamos cerca de 30%

mais energia que o necessário para o consumo dos brasileiros.

Entretanto, sabe-se que essa não é a realidade que encontramos no país. A produção domiciliar não é estimulada e além disso necessita de um grande investimento. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra que a produção residencial de energia solar é economicamente viável para somente 15% dos domicílios brasileiros.

4.4 Energia de Biomassa

Diversas plantas podem ser fornecedoras de biomassas. Entretanto o ganho energético dessa planta deve ser superior ao gasto energético a transformar essa biomassa num biocombustível. A figura 4 apresenta as densidades energéticas de diversas fontes de biomassa.

Figura 4 – Densidades Energéticas de Fontes de Biomassa

As três plantas na base do gráfico são provenientes de climas tropicais, ou seja, são possíveis de serem encontradas em território brasileiro.

Sabe-se que um a fonte de biomassa muito difundida no território nacional é a cana-de- açúcar. Calcula-se qual seria o potencial energético se plantasse em 50% do território nacional (densidade energética de até 1,6 W/m²):

1,4 W/m² x 41.667 m²/pessoa x 50% = 29,2 kWh/d por pessoa (3) Ou seja, plantando cana-de-açúcar, cuja densidade energética seja um dos maiores, em metade do território nacional, conseguir-se-ia sanar as necessidades energéticas dos brasileiros. Entretanto o panorama brasileiro é muito mais diferente. Especialistas estimam que apenas 6,93% do território nacional seja terra arável, ou seja, passível da utilização pelo

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setor agrícola. Essa fração referente a utilizar toda a terra arável para a plantação de cana-de- açúcar nos traria um potencial energético de apenas 4,6 kWh/d por pessoa.

Conclui-se que embora biocombustíveis sejam notícias frequentes em noticiários devido ao seu potencial de crescimento e poluição limpa, somente ele não é o suficiente para suprir as necessidades energéticas do nosso país. Além disso, a plantação de biocombustíveis utilizariam terras aráveis que poderiam ser utilizadas para outros fins como o meio alimentício.

4.5 Energia Hidrelétrica

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a fonte hidrelétrica é correspondente a 65% da matriz energética brasileira.

O Brasil apresenta o terceiro maior potencial hidrelétrico mundial, correspondente a 253.000 MW. Transformando esse número nas unidades desejadas, encontramos o seguinte potencial energético para as fontes hidrelétricas: 29,7 kWh/d por pessoa.

Portanto, caso o Brasil passasse a explorar todo o seu potencial hidrelétrico, ele estaria sanando as necessidades energéticas do país. Entretanto, sabe-se que isso é inviável devido a diversos fatores:

- Na transformação da energia mecânica em energia elétrica, diversas perdas ocorrem;

- Sendo que somente 40% desse potencial encontra-se na Amazônia, longe dos grandes centros consumidores. Essa distância acarreta em grandes perdas energéticas devido ao efeito Jaule;

- Além disso, devido aos impactos ambientais ocasionados pela construção de Centrais Hidrelétricas, a tendência é ser cada vez mais restrito a construção das mesmas.

5 NECESSIDADE DE REPENSAR O CONSUMO DE ENERGIA ATUAL E MANEIRAS DE SE REDUZIR O CONSUMO MÉDIO

A proposta não é deixar de usar energia, mas sim repensar como ela está sendo utilizada.

O transporte da sua cidade, a iluminação da sua casa, o condicionamento de ar dos lugares que você frequenta e assim por diante, como que uma mudança em cada um desses fatores irá influenciar em um menor consumo de energia.

Vamos partir do consumo de um carro comum, considerando um trajeto médio de 50 km por dia e estimando um consumo médio do carro de 12km/litro, conhecendo o valor energético do litro do combustível sendo de 10kWh/litro temos a seguinte equação;

Energia por dia=((distância percorrida por dia)/(consumo por km))x( energia por litro) (4) Energia por dia = ((50 [km/dia])⁄12[km/l] )*(10[kWh/l]) (5) Energia por dia = 40 [kWh/dia] (6) Esse é o consumo de um carro comum que geralmente transporte uma pessoa por dia, um ônibus que transporte 45 pessoas com um consumo de 8 kWh/pessoa. Isso demonstra uma redução de 80% no consumo de energia no transporte o que é drástico, mostrando que o transporte é sim um dos pontos principais a serem trabalhados.

Trabalhos de conscientização são um dos pontos fortes a serem atacados em uma nova proposta de redução de consumo de energia. Sendo uma das propostas viáveis a de repensar o estilo de vida atual os governos responsáveis pelo atual consumo de energia precisam pregar junto com a população como que cada ato seu influencia o consumo médio diário.

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Em conjunto com todas essas atitudes uma política mais agressiva com a indústria, pois é um dos meios mais críticos nos valores líquidos de consumo de energia, de acordo com o Sócio Ambientel.org [4] as indústrias no Brasil consomem 50% da energia gerada no nosso território.

O Brasil possui o programa Procel, da Eletrobrás, o qual atua nessa área de diminuir os consumos de energia do Brasil e diversos níveis sociais, desde civis à indústria. Um programa que tem o seu foco direcionado ao terceiro caminho citado pelo professor britânico o de aumentar a eficiência dos nossos meios. Eles fiscalizam a indústria para que desenvolvam projetos relacionados aos seus produtos visando sempre o menor consumo de energia de produção e consumo.

Programas com os Laboratórios Lamotrizes que foram implantados por esse programa em algumas universidades do Brasil visam desenvolver estudo para que os consumos nas industriais sejam reduzidos.

Outro assunto importante que deve ser concretizado é utilizar a tecnologia a nosso favor, muitas reuniões e encontros que exigem locomoção entre cidades ou até países devem ser de consenso comum a utilização de videoconferências, o consumo por pessoa em transporte área é altíssimo se mostrando na maioria das vezes uma opção energeticamente inviável.

As edificações precisam ser construídas conscientemente de forma que entrem em harmonia com o meio ambiente, utilizando a luz natural e os recursos presentes em sua região. A distribuição de alimentos e dar preferência por processos não tão industrializados sempre serão importantes.

Está claro que a sociedade caminhou por muito tempo por um caminho de exagero no consumo energético e perdeu controle em quase todos os setores da sociedade em relação ao seu consumo de energia, se fazendo muito necessário um planejamento muito grande para que todos possam se readaptar a um mundo que pode sofrer com disponibilidade de energia.

6 CONCLUSÃO

Ao longo do artigo foi visto que as atuais tecnologias de fontes de energia renováveis não sustentam o atual estilo de vida dos brasileiros. Se procura-se encerrar nossa dependência de combustíveis fósseis e viver sustentavelmente, precisa-se não realizar grandes mudanças.

Pequenas mudanças são interessantes mas não são as mais importantes. David Mackay traz um exemplo do livro "Blueprint for a Green Economy" cuja uma das práticas para reduzir o desperdício de energia é retirar carregadores de celular das tomadas enquanto não estão carregando. Cada carregador gera um consumo desnecessário de 1W, que em um país com 25 milhões de celulares, geraria uma conservação de 219GWh. Entretanto essa energia conseguiria abastecer cerca de 0,2% dos domicílios.

Pequenas mudanças trazem benefícios para a sociedade, mas geralmente pequenos. Como diz Jorge Paulo Lemann: "Sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho". Por isso, acreditamos que duas grandes mudanças são de responsabilidade daqueles que construirão o futuro do Brasil:

1 - Continuar com os avanços tecnológicos para a obtenção de energia renovável.

2 - Repensar no nosso atual estilo de vida.

A primeira grande mudança já é bastante presente em nossa sociedade. Diversas empresas, universidades, países investem no desenvolvimento de tecnologias cujo intuito é a obtenção de energia através de fontes renováveis.

Entretanto o segundo ponto ainda é o menos explorado pelos brasileiros. Reduzir a demanda energética e repensar meios de realizar certas atividades que consomem um alto teor energético. Algumas práticas já começam a ser estudadas e inclusive realizadas, e alguns

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exemplos são: distinguir os transportes de longa e média distância e passar a trabalhar como dois problemas separadamente; aprimorar o transporte público; compartilhamento de veículos; repensar o futuro da aviação; Smartgrids e SmartHeatings; legislação que reduza a utilização de combustíveis fosseis; utilização de índices de desenvolvimento como o GPI (Indicador de Processo Genuíno); e fixação de custo total.

7 REFERÊNCIAS

[1] MACKAY, David. Sustainable Energy – Without the Hot Air. 2009. Disponível em: http://www.withouthotair.com/. Acesso em: 22 novembro 2015.

[2] http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/09/producao-de-energia-eolica-gera- milhares-de-empregos.html. Acesso em: 22 novembro 2015.

[3] http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/por-que-a-energia-solar-nao- deslancha-no-brasil-3402.html. Acesso em: 22 novembro 2015.

[4] http://www.socioambiental.org/esp/bm/dest.asp.Acesso em: 22 novembro 2015.

[5] Inserção da Geração Fotovoltaica no Brasil. Disponível em: https://be.epe.gov.br/, Acesso em: 23 novembro 2015.

[6] http://www.biodieselbr.com/noticias/meio-ambiente/petroleo-e-seus-efeitos-no-meio- ambiente-11-11-05.htm. Acesso em: 19 novembro 2015.

[7] http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/carvao-mineral-a-fonte-energetica- mais-utilizada-depois-do-petroleo.htm. Acesso em: 19 novembro 2015.

[8] http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/blog-do-clima/2014/06/24/matriz- energetica-global/. Acesso em: 20 novembro 2015.

[9] http://www.osetoreletrico.com.br/web/a-empresa/1155-matriz-cada-vez-mais- diversificada.html. Acesso em: 21 novembro 2015.

[10] https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_do_Brasil. Acesso em: 21 novembro 2015.

[11] http://www.abesco.com.br/novidade/brasil-e-o-setimo-maior-investidor-em-energia- renovavel-diz-estudo/. Acesso em: 22 novembro 2015.

[12] Relatório Final Balanço Energético Nacional 2015. Disponível em https://be.epe.gov.br/. Acesso em: 23 novembro 2015.

BRAZIL: SHOULD WE SEARCH FOR NEW ENERGY SOURCES OR RETHINK THE WAY WE USE IT?

Abstract: We are moving towards the end of the fossil fuel era, how Brazil is preparing for this. A study about the existing energy sources in Brazil and its current levels of energy consumption. We will try to point ways for us to become self-sufficient in energy production.

Social behaviors from citizens to big companies that need to be reconsider in order to adapt for a new phase in terms of energy that is soon coming.

Key words: Energy, renewable sources, society awareness, energy consumption, social adaptation.

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