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Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional

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Academic year: 2022

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Unidade 2

Ana Carla F. Gasques

Segurança do Trabalho e Saúde

Ocupacional

Livro Didático

Digital

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Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA

Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA

Autora

ANA CARLA F. GASQUES Desenvolvedor

CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS

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A AUTORA

Ana Carla F. Gasques

Olá!!! Sou a Professora Ana Carla F. Gasques. Sou Engenheira Ambiental e de Segurança do Trabalho e mestre em Engenharia Urbana.

Possuo experiência como docente do Ensino Superior para cursos de Engenharia, onde orientei trabalhos de conclusão de curso com enfoque em Segurança do Trabalho e Gestão de Projetos. Também sou orientadora e banca avaliadora de monografias de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Sou apaixonada por esta área e gosto de transmitir o que sei. Fui convidada pela Editora TELESAPIENS a integrar seu elenco de autores independentes e estou feliz em poder te ajudar nesta fase de muito estudo e trabalho. Sendo assim, pode contar comigo!

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Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:

ICONOGRÁFICOS

INTRODUÇÃO:

para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência;

DEFINIÇÃO:

houver necessidade de se apresentar um novo conceito;

NOTA:

quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento;

IMPORTANTE:

as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você;

EXPLICANDO MELHOR:

algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;

VOCÊ SABIA?

curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;

SAIBA MAIS:

textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento;

REFLITA:

se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre;

ACESSE:

se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;

RESUMINDO:

quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens;

ATIVIDADES:

quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada;

TESTANDO:

quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas;

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SUMÁRIO

Riscos ambientais...11

Agentes Físicos...13

Agentes Químicos...14

Agentes Biológicos...15

Agentes Ergonômicos...15

Agentes relacionados a riscos de acidentes...16

Acidente de trabalho...16

Identificação e análise de riscos...22

Identificação de riscos...24

Técnica de incidentes críticos...25

“What-If?”...26

Causa e Efeito...27

Análise e avaliação de riscos...28

Análise Preliminar de Riscos...29

Análise de Modos de Falha e Efeitos...30

Análise de Árvore de Falhas...30

Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho...33

SESMT...34

Dimensionamento...37

CIPA...39

Estruturação e dimensionamento...40

Processo eleitoral...42

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PCMSO...45

PPRA...47

Mapa de Riscos...49

PCMAT...51

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02 LIVRO DIDÁTICO DIGITAL

UNIDADE

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INTRODUÇÃO

Na primeira unidade vimos como o trabalho está relacionado com a evolução humana e, mais ainda, vimos o contexto do surgimento da segurança do trabalho, não é mesmo? Além disso, entendemos que as consequências da falta de segurança são graves e, a melhor forma de preveni-las é desenvolvendo ações preventivas e cumprindo as legislações e normas vigentes. Mas, para o surgimento da segurança do trabalho, foi preciso que elementos dos ambientes organizacionais fossem identificados... Lembra quais são esses elementos? Isso mesmo: os riscos!

Iniciaremos esta competência fazendo uma revisão dos conceitos e, então veremos sua classificação. Além disso, para ajudar na prevenção destes riscos, vimos que existem comissões e programas instituídos nas Normas Regulamentadoras, os quais devem ser implantados nas organizações e serão abordados nesta unidade letiva. Ficou interessado? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!

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Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos você será capaz de:

1. Compreender os riscos ambientais e sua classificação;

2. Aplicar o conhecimento sobre riscos para gerencia-los;

3. Conhecer os programas relacionados a saúde ocupacional e segurança do trabalho;

4. Entender os serviços de saúde e medicina do trabalho e suas funcionalidades.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho!

OBJETIVOS

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Riscos ambientais

OBJETIVO

Olá, nesta competência você será capaz de compreender os riscos ambientais. A presença de riscos de maior ou menor grau varia entre as atividades laborais e cabe aos profissionais de Segurança e Saúde Ocupacional aplicarem os conhecimentos técnicos aliados aos aspectos legais de forma integrada. E então? Motivado (a)? Vamos lá!!!

Antes do trabalho ser o responsável por sustentar o homem e sua família, ele é, também, um importante instrumento de contentamento pessoal. É a partir do trabalho que o homem expressa sua criatividade, exercita seu potencial analítico e formula pensamentos, alocando valor na sua rotina diária.

Além disso, em função de seus horários de trabalho, o sujeito estipula sua rotina diária, organiza suas atividades, institui hábitos, faz vínculos e torna membro de uma sociedade. Entretanto, o espaço, os instrumentos, as máquinas, as posições durante o trabalho e outros itens do ambiente organizacional colocam o trabalhador à situações que podem interferir em sua integridade física.

A prevenção destas situações é algo que está ao alcance dos homens, já que, uma de nossas características de superioridade em relação aos demais seres vivos é a capacidade de raciocinar e, prevenir, ou seja, pensar e identificar prováveis falhas antes que elas ocorram.

Compete aos gestores, técnicos, tecnólogos e engenheiros desenvolver um roteiro para eliminar ou minimizar tais situações

Conforme vimos na Unidade anterior, risco é um termo comum em diferentes campos do conhecimento e pode ter definições variadas de acordo com o contexto no qual está aplicado. Risco pode ser definido como toda e qualquer variável presente ao ambiente de trabalho capaz de alterar e/ou condicionar a capacidade produtiva do indivíduo, causando ou não agressão ou depressões à saúde deste: mobília, utilização do espaço físico e áreas, ambiente térmico e suas variáveis; prescrição e

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conteúdo das tarefas, relações interpessoais, informações, maquinaria, ferramentas e a intervenção sobre elas (BARBOSA FILHO, 2011).

Os riscos podem ser observados sob 2 pontos de vista: quantitativo e qualitativo. Do aspecto quantitativo, então, é a probabilidade de ocorrer o acidente enquanto da perspectiva qualitativa é o perigo decorrente da situação. Não existe uma forma única de classificar os riscos, esta varia de acordo com o autor. Além disso, a ISO 31.000 de 2009 trata sobre Sistemas de Gestão de Riscos, estabelecendo princípios e diretrizes e, em seu item 2.1, caracteriza risco como efeito da incerteza nos objetivos. Também expressa risco em termos de uma combinação de consequências de um evento e a probabilidade de ocorrência associada.

A partir desta normalização, o risco pode ser definido como sendo a combinação da probabilidade e da gravidade ou a combinação da exposição com a gravidade dos efeitos à saúde, tal como expresso pelas fórmulas a seguir (já vistas na unidade anterior).

Risco = Probabilidade de ocorrência do dano x Gravidade do dano Risco = Exposição x gravidade dos efeitos à saúde

Segundo a ISO, ainda, convém considerar as características dos ambientes para analisar os riscos. Estas características de trabalho são os aspectos presentes nos ambientes. Na segurança do trabalho, risco conceitua-se como uma ou mais natureza passível de causar um dano.

Segundo a NR-09, risco ambiental são “os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador“ (BRASIL, 2019).

Em setembro de 2019 a Portaria 1.069 apresenta os procedimentos referentes a embargo e interdição unindo o apresentado na CLT e na NR. Esta portaria define embargo e interdição como medidas de urgência, cabendo a Auditores Fiscais do Trabalho (AFT) determinar sua necessidade. O AFT analisará o risco, de forma fundamentada, a partir de sua consequência e probabilidade, de forma separada. No que tange a consequência, classifica-se em: morte – severa – significativa – leve –

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nenhuma. Com relação a probabilidade, pode ser: provável – possível – remota – rara.

Segundo a NR 9, riscos ambientais são os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Entretanto, alguns autores e a legislação sobre Mapa de Riscos, consideram, ainda, fatores ergonômicos e mecânicos (de acidentes), os quais, apesar de não serem considerados na referida norma, também precisam ser considerados na avaliação do ambiente de trabalho.

Agentes Físicos

Os riscos físicos são aqueles causados por fatores que possuem propensão de alterar as características no local que, no instante subsequente, poderá causar agressões a quem estiver neste ambiente.

Pode-se caracterizar os riscos físicos em 3 condições: I) necessidade de um meio de transmissão para lastrar o efeito nocivo; II) capacidade de ação mesmo que não haja contato direto com a fonte; e, III) resulta, na maior parte dos casos, lesões imediatas e crônicas.

DEFINIÇÃO

Segundo a NR-09 agentes físicos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom (BRASIL, 2019, p.2).

Tanto a gravidade quanto a existência dos riscos físicos é em função da concentração a qual o colaborador está exposto. Ou seja, uma máquina que emite ruído pode não ser prejudicial a um colaborador ao mesmo tempo que pode resultar em surdez progressiva ou instantânea. Dessa forma, entende-se que depende da exposição. Com relação a isso, os limites de tolerância para exposição aos agentes físicos são estabelecidos pela NR-15.

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Agentes Químicos

Como apresentado nos riscos físicos, os riscos químicos também podem resultar em danos àqueles colaboradores que não tenham contato direto com o agente. São considerados riscos químicos aquelas substâncias que podem adentrar o organismo do colaborador por via respiratória ou que, em decorrência da exposição possa ser absorvido pelo organismo por contato ou ingestão.

Além disso, tais substâncias podem alterar a composição do ambiente e incluem os elementos pertencentes à área da toxicologia, que é a ciência responsável por analisar os implicações danosas resultantes das interações de substâncias químicas.

Segundo a NR-09 consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão (BRASIL, 2019, p.2).

VOCÊ SABIA?

Poeiras são partículas sólidas dispersas no ar cujo diâmetro é maior que 0,5µm. Fumos são partículas sólidas resultantes da condensação de gases dispersas no ar com diâmetro maior que 1µm. Névoas são partículas líquidas dispersas no ar, neblinas são partículas líquidas cujo diâmetro é menor que 0,5µm. Por fim, gases são elementos que em temperatura normal estão em estado gasoso. Fonte:

Peixoto (2011).

Os agentes químicos podem estar presentes nos ambientes organizacionais em diferentes estados: gasoso, líquido, sólido ou, ainda, partículas suspensas no ar (denominados aerodispersóis).

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Agentes Biológicos

Os riscos biológicos são aqueles ocasionados por agentes biológicos inseridos nos processos de trabalho, ou seja, micro organismos presentes no ambiente de trabalho que podem penetrar no organismo por diversas formas, tais como contato, ingestão ou vias respiratória. Segundo a NR-09 consideram-se agentes biológicos as “bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros” (BRASIL, 2019, p.2).

Além disso, incluem-se nesta categoria, situações decorrentes da falta de higienização dos locais de trabalho, por exemplo, em decorrência da presença de animais transmissores de doenças (ratos, moscas).

Diversas doenças podem ser resultantes de riscos biológicos, dentre as quais pode-se destacar tuberculose, malária, febre amarela.

Estas doenças podem ser enquadradas como doenças profissionais, desde que o colaborador esteja exposto aos microrganismos no decorrer de sua função laboral.

Agentes Ergonômicos

Os riscos ergonômicos são decorrentes de fatores fisiológicos e psicológicos relacionados ao exercício laboral. Tais fatores podem alterar o organismo e o estado emocional dos colaboradores, interferindo em sua saúde, segurança e produtividade.

Risco ergonômico tem relação com o termo ergonomia que, por sua vez, consiste no estudo da adaptação do trabalho às características dos sujeitos de modo a permitir máximo de conforto, segurança e bom desempenho do exercício de sua profissão. Assim, segundo Paganella (2011, p. 17), considera-se risco ergonômico “qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde, como levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada, dentre outros”.

Estes, ainda podem provocar problemas de caráter psíquico e físico nos colaboradores tendo em vista que resultam em danos no

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organismo e no estado emocional, danificando seu rendimento, saúde e segurança. Como consequências de riscos ergonômicos pode citar: LER/

DORT, cansaço físico, dores musculares e de coluna, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas e do aparelho digestivo, dentre outros.

Assim, entende-se que os riscos ergonômicos podem assumir as mais diversas formas e particularidades, variando desde posição inadequada para desempenho laboral até inadequações de maquinários às características do colaborador.

Agentes relacionados a riscos de acidentes

Os riscos de acidentes são causados em decorrência da existência de chances de dano, ou seja, situações que expõem o colaborador a possibilidades de sofrerem lesão. Este risco pode ser denominado, ainda, como aqueles que ocorrem em função de agentes mecânicos.

Você deve estar pensando... Mas todos os agentes analisados até aqui possuem potencial de causar acidentes, não? Mas, então, o que difere estes dos mecânicos? Bom, neste caso considera-se situações imprevistas ou em decorrência de desastre ou falta de atenção que possa causar dano ao colaborador.

Os agentes favoráveis a riscos de acidentes são caracterizados como aqueles de atuação específica aos postos de trabalho, ação nos usuários diretos do agente e que, caso ocorra, resulte e lesões imediatas e agudas na maioria dos casos. Assim, estão inclusos nesta classificação todos os fatores que podem apresentar dano ao colaborador que tenham relação com o ambiente de trabalho. Tal como materiais cortantes, posicionamento inadequado de equipamentos, falhas no arranjo físico, falta de sinalização, falhas no sistema elétrico e/ou na estrutura física.

Acidente de trabalho

No decorrer desta competência vimos a classificação de riscos e seus respectivos exemplos. Quando abordamos os riscos dos ambientes de trabalho estamos lidando diretamente com aspectos de saúde individual e coletiva.

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Na unidade anterior, ao estudar sobre as Normas Regulamentadoras, vimos que a NR-03 trata sobre embargo e interdição e, tais diretrizes dependem da caracterização do grave e iminente risco. Segundo esta norma, considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença com lesão grave ao trabalhador.

Para auxiliar na assimilação, apresento a vocês um quadro contendo tais exemplos.

Quadro 1 – Classificação de riscos e exemplos de agentes

TIPO Físico Químico Biológico Ergonômico

De acidentes ou Mecânicos

EXEMPLOS DE AGENTES

Ruído

Produtos químicos no

geral

Bactérias

Levantamento e transporte

manual de cargas

Máquinas sem proteção

Vibrações Poeiras Fungos, Postura inadequada

Animais peçonhentos

Frio Fumos Bacilos Ritmo excessivo e Repetitividade

Materiais perfuro cortantes

Calor Névoas Parasitas Esforço físico

intenso Eletricidade

Umidade Gases Protozoários Turno noturno Equipamentos com defeitos Radiações

ionizantes e não ionizantes

Vapores Vírus Jornada de trabalho elevada

Iluminação, arranjo físico e armazenamento

inadequado

Pressões

anormais Neblinas

Outras situações que causem estresse físico e

psíquico

Outras situações que possam

ocasionar acidentes Fonte: a autora (2020).

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A partir do quadro é possível ter uma visão sintetizada sobre os tipos dos riscos e seus exemplos. Todos os riscos apresentados podem resultar em um acidente de trabalho (AT) ou um incidente, acerca disso, diferentes legislações abordam a definição de AT, conforme veremos a seguir:

I) Decreto no 3.048 de 06 de maio de 1999, do Regulamento da Previdência Social:

Define como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa (BRASIL, 1999, p. 10).

II) Lei n.o 8.213 de 24 de julho de 1991, dos Planos de Benefícios da Previdência Social (vide Lei n. o 13.135, de 2015)

Define acidente de trabalho como é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991, p. 6).

Entretanto, além das definições legais, existe a definição sob perspectiva prevencionista, a qual qualifica acidente de trabalho como qualquer evento não programado que descontinue o fluxo normal do trabalho, passível de provocar danos físicos e/ou funcionais, morte do colaborador, ou ainda, perdas materiais e econômicas à organização e ao meio ambiente.

EXPLICANDO MELHOR

O que diferencia o conceito de AT visto nas legislações frente à visão prevencionista é que, legalmente se define acidente em casos onde ocorra lesão física enquanto do ponto de vista da prevenção englobam-se danos materiais, tempo para investigar e implantar medidas corretivas.

Importante diferenciar, também, acidente de incidente. Incidente é uma ocorrência que sem ter resultado em danos à saúde ou integridade

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física de pessoas tinha potencial para causar tais agravos. Vamos adotar como exemplo, a queda de um andaime. Se a queda acontece próximo a um colaborador e o mesmo sai a tempo sem sofrer lesão, podemos classificar como incidente, entretanto, se este andaime cai sobre um colaborador e ele sofre a quebra de um osso, já consideramos como acidente.

Para fins de leis sobre Previdência Social, consideram-se acidente do trabalho: doença profissional (aquela decorrente do exercício do trabalho); doença do trabalho (decorrente das condições do trabalho).

Não são abrangidas como AT as doenças degenerativas e referentes a grupo etário bem como adquiridas em regiões em que ela se desenvolva e as doenças que não interferem na capacidade laboral.

Além disso, tais situações são equiparadas a AT, sendo elas:

relacionado ao trabalho que contribua diretamente para dano ao colaborador; em decorrência de agressão física ou ofensa física intencional;

em função de imprudência, desabamento, inundação, incêndio e outros;

resultado de contaminação acidental durante exercício laboral.

Em alguns casos onde o acidente ocorre fora do local e horário de trabalho, pode ser considerado AT desde que tenha ido na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa, na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito ou em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Outro ponto importante com relação a acidentes de trabalho é emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), regulamentado pela Lei n.o 5.316 de 1967, de caráter obrigatório. A CAT garante ao trabalhador acidentado o direito de reconhecimento do acidente sofrido independente da gravidade.

A CAT deve ser preenchida em 6 vias (ao INSS, ao serviço de saúde que atende o colaborador, ao colaborador, à empresa, ao sindicato e à Delegacia Regional do Trabalho), nos seguintes casos: I) todos acidentes

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de trabalho; II) todas as doenças ocupacionais profissional ou do trabalho;

III) todas as suspeitas de doenças ocupacionais profissional ou do trabalho.

O prazo para preenchimento e divulgação da CAT à Previdência Social é de 1 dia útil após a ocorrência, com exceção de morte, no qual deve ser feito imediatamente.

Frente ao apresentado, é de fundamental importância que as organizações desenvolvam mecanismos para gerenciar os riscos de seus ambientes, sendo esta gestão um ponto central da estratégia organizacional. O principal aspecto está relacionado a identificação dos riscos inerentes às atividades e, isto, deve estar integrado ao contexto cultural dos ambientes de trabalho.

SAIBA MAIS

Que tal conhecer um pouco mais sobre a ISO 45.001?

A normativa sobre Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) fornece orientações para que os ambientes de trabalho sejam mais seguros e saudáveis, evitando lesões e problemas de saúde aos colaboradores.

Recomendo, então, a leitura da matéria “Destrinchando a ISO 45001” de Hayrton (2020), disponível no link: https://bit.

ly/2NRm4wk. (Acesso em 22/01/2020).

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que cabe aos profissionais da Segurança e Saúde ocupacional precisam ser capazes de identificar os riscos a fim de minimiza-los buscando a melhoria do ambiente e dos métodos de trabalho, levando ao ambiente de trabalho a implantação de uma cultura prevencionista e colaborativa no desenvolvimento da segurança ocupacional de todos os envolvidos.

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Os riscos podem ser agrupados em: ambientais (físicos, químicos e biológicos), de acidentes e ergonômicos. Como exemplos, pode-se citar ruído e vibrações como físico, produtos químicos e poeira como agente de risco químico, bactérias e fungos na categoria biológicos. Com relação a riscos ergonômicos tem-se o levantamento manual de cargas e posturas inadequadas, já com relação a risco de acidentes, as máquinas sem proteção e animais peçonhentos.

A importância de se conhecer e saber identificar estes riscos está em evitar possíveis acidentes bem como incidentes. Vimos que acidente e incidente são expressão comuns que se diferem pela ocorrência (acidente) ou não (incidente) de lesão ao trabalhador. Os acidentes de trabalho são consequências de atos ou condições inseguras que geram perdas tanto ao colaborador quanto ao empregador e, em decorrência disso, merecem a devida atenção na sua prevenção, a qual se ocorre controlando e minimizando os riscos.

Frente ao apresentado nesta unidade, fica claro, então, que considerar as condições de trabalho de forma integrada é de extrema importância para proteção, desenvolvimento e melhoria contínua da qualidade de vida dos colaboradores em vários aspectos, minimizando riscos e evitando acidentes.

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Identificação e análise de riscos

OBJETIVO

Nesta competência você aplicará os conhecimentos obtidos sobre riscos ambientais de forma a gerencia-los a partir de técnicas de gestão, incluindo identificação e análise de riscos. A aplicação destes conhecimentos é fundamental para melhoria das condições de trabalho e, consequentemente, melhoria da produtividade. Está curioso para este aprendizado? Vamos continuar aprendendo juntos!

A possibilidade de situações não desejadas e não previsíveis nos ambientes de trabalho é algo que preocupa desde os gestores aos próprios colaboradores, não é mesmo? Para evitar tais situações é importante que sejam desenvolvidos mecanismos para gerencia-las para, em casos onde não é possível evitar, seja possível, ao menos, reduzir seus efeitos ao caso estas ocorram.

Para que as ações do gerenciamento sejam eficazes, é preciso que sejam realizados estudos iniciais envolvendo os riscos dos ambientes de trabalho a fim de investigar incansavelmente todas as situações passíveis de ocorrer.

A partir desse estudo, pode-se estimar com maior precisão as chances de cada situação acontecer e quais efeitos serão decorrentes destas. Entretanto, apesar de ser de fundamental importância, ainda há falta de consenso nas organizações sobre as terminologias e os conceitos adotados para esta temática. Isto resulta em análises individualizadas, ou silos, os quais dificultam o gerenciamento integrado dos riscos ou, ainda mais grave, resulta em um gerenciamento superficial.

As técnicas de gestão de riscos podem ser aplicadas em vários locais de trabalho nos mais diferentes tipos de ambientes e setores bem como nos níveis de gerenciamento (do operacional ao estratégico) tendo em vista a importância de se prevenir os riscos. É importante que, além do gerenciamento, seja mantido um histórico organizacional a fim de permitir um monitoramento contínuo do ambiente de trabalho bem como das decisões que vêm sendo tomadas neste contexto.

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REFLITA

Até aqui, ficou clara a gravidade dos riscos dos ambientes de trabalho, não é? Então, antes de darmos continuidade, convido-te a fazer uma reflexão... Quanto custa um acidente de trabalho para uma organização? O que representa, para um gestor, os riscos do ambiente de trabalho? E para o trabalhador, o que significa um risco no ambiente de trabalho? Como é possível gerenciar os riscos?

O processo de gestão de riscos pode ser desenvolvido a partir de etapas propostas pela norma AS/NZS 4360 de 2004, a qual guia a gestão de riscos e, inclusive, foi adotada para a ISO 31000 que vimos anteriormente.

Figura 1 – Etapas a serem desenvolvidas para gerenciamento de riscos.

Fonte: adaptado de Mattos e Másculo (2011)

A aplicação destas etapas pode ser feita por qualquer organização, independentemente do tipo e porte. Conforme a figura, existem etapas a serem desenvolvidas e elas se relacionam entre si. É importante que o processo de gestão tenha início logo depois da ocorrência do acidente,

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pois, com o passar do tempo, o local e os dados podem ser alterados.

É recomendado, ainda, que sejam feitos registros fotográficos do local, coletados depoimentos dos envolvidos para posterior preparação do relatório do acidente, indicando os motivos e indicações de correção e melhoria. Ademais, a adoção de mecanismos para identificar, analisar e avaliar os riscos deve ser considerado investimento por parte dos empregadores tendo em vista que, além das melhorias do ambiente de trabalho, estes investimentos vão garantir a produtividade dos colaboradores, reduzindo os riscos e, consequentemente, os acidentes e as doenças profissionais.

Adotar mecanismos para identificar, analisar, avaliar e controlar os riscos deve ser considerado investimento por parte dos empregadores tendo em vista que, além das melhorias do ambiente de trabalho, estes investimentos vão garantir a produtividade dos colaboradores, reduzindo os riscos e, consequentemente, os acidentes e as doenças profissionais.

A seguir estudaremos algumas técnicas de identificação e de análise e avaliação, as quais podem ser adotadas para a gestão dos riscos nos ambientes de trabalho. A adoção destas ferramentas sob uma perspectiva sistêmica permite conter a maior variedade de agentes que interferem no processo.

Identificação de riscos

A identificação dos riscos consiste, como o nome indica, em identificar onde, quando, como e por que determinadas situações acontecem ou podem acontecer. Parte-se do princípio do ininterrupto questionamento procurando o “por quê” dos motivos do acidente e suas analogias com o ambiente de trabalho.

Inicialmente, para que os riscos sejam gerenciados de forma adequada, é imprescindível que sejam mapeados e documentados os processos para os quais se almeja identificar os riscos adjuntos. Assim, para que seja possível aplicar qualquer uma das técnicas de investigação inicialmente é necessário adquirir e minutar determinados dados

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essenciais para a averiguação, como:

• Dados sobre o colaborador que sofreu o acidente (nome, função, idade, cargo, lesão, parecer médico);

• Informações sobre o atendimento (socorros iniciais adota- dos, hora, descrição e testemunhas); e,

• Registro do histórico do colaborador no que tange a segu- rança do trabalho (treinamentos, acidentes anteriores, uso dos equipamentos de proteção, etc.).

Após o acontecimento de um acidente ou incidente, prontamente deve-se começar o procedimento de averiguação de riscos para impedir que eventos dessa natureza voltem a ocorrer. A investigação deve sempre contar com a participação do SESMT e da CIPA (as quais veremos adiante nesta unidade) e, se indispensável, com profissionais externos, caso os profissionais internos não sejam satisfatórios.

Ferramentas adequadas devem ser utilizadas para a coleta de informações que auxiliem neste processo de identificação dos riscos.

Existem várias técnicas de identificação, sendo as mais comuns: técnica de incidentes críticos, técnica de incidentes críticos, análise “what-if” e de causa e efeito, dentre outras que são identificadas na literatura mas não serão abordadas neste material.

Técnica de incidentes críticos

É uma técnica operacional, de caráter qualitativo a ser aplicada na fase operacional a fim de identificar incidentes. Por incidente entende-se qualquer situação insegura que possa resultar em acidente de trabalho.

Assim sendo, esta técnica consiste em uma forma de identificar erros e condições inseguras que colaboram para o acontecimento de acidentes (sem lesões), sobretudo nos casos em que se almeja identificar perigos sem a utilização de metodologias mais robustas e ainda, quando o tempo é restrito.

O objetivo desta técnica e detectar tais situações e tratar os riscos

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que estas representam. Para tal, é necessário que sejam entrevistados uma quantidade significativa de colaboradores envolvendo todos os setores da empresa, de forma a representar as diferentes intervenções.

A amostra dos entrevistados precisa ser feita de forma aleatória para garantir representatividade bem como para que não haja tendências nas respostas e estas sejam o mais abrangente possível.

No decorrer da aplicação desta técnica, o investigador questiona um grupo de colaboradores e solicita que cada um lembre e descreva atos ou condições inseguras que tenha percebido no ambiente de trabalho.

É importante que esta técnica seja aplicada de forma periódica e que, a cada aplicação, sejam mudados os entrevistados a fim de identificar novas áreas-problema, ou seja, novos incidentes críticos, e ainda para avaliar a eficiência das medidas já praticadas.

“What-If?”

A análise “what-if” em português significa “e... se”, consiste em uma técnica especulativa, de caráter qualitativo e geral, de simples emprego e muito benéfica como abordagem inicial para identificação e detecção de riscos, em qualquer etapa do projeto ou processo bem como em serviços.

Baseia-se em metodologias de “brainstorming”, as quais consistem em jogos de perguntas objetivando identificar “o que” poderá acontecer (decorrências indesejadas), “se” determinado fato der errado (perigo).

Além disso, é desenvolvida a partir de dinâmicas de grupo.

Para aplicação, são organizadas reuniões entre duas equipes (guia/

questionadora e colaborativo) e estas vão desenvolvendo perguntas sobre procedimentos, instalações e processos da organização. Para que seja eficaz, é preciso que a equipe conhecedora e familiarizada (denominada guia ou questionadora) organize, anteriormente à reunião, itens para guiar a discussão.

Os itens para guiar a discussão devem ser formados com perguntas iniciando com o termo “e se” (eis ao justificativa para o nome da técnica), tal como: E se houver interrupção no fornecimento de energia? E se houver superaquecimento no equipamento? As respostas destas perguntas

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guiarão as discussões sobre os riscos existentes.

É sugerido que esta análise seja empregada para avaliar a implicação à continuação operacional de equipamentos, espaços e integrações, no que diz respeito a serviços múltiplos de manutenção, sobretudo aqueles pertinentes às particularidades de “elétrica” e “instrumentação”. Além disso, a aplicação periódica pode apresentar bons resultados no que diz respeito à atualização de riscos.

Causa e Efeito

A análise de causa e efeito é conhecida por diferentes nomenclaturas na literatura, podendo ser diagrama de causa e efeito, diagrama de Ishikawa, espinha de peixe, dentre outros. Esta ferramenta da qualidade é apresentada na ISO 31.010 como norteadora do processo de análise de riscos. Esta ferramenta auxilia a organizar o brainstorming para a identificação das possíveis causas de determinado problema, ou seja, os possíveis riscos de determinadas situações.

Para construir o diagrama, parte-se do princípio que o acidente (efeito) não é resultante de uma única causa, mas decorrente de um conjunto de fatores (situações) que desencadeiam o processo. Para preenchimento das causas é importante que sejam reunidos colaboradores que opinem sobre os fatores que possam ter resultado no acidente em questão.

Para aplicar esta técnica, então, inicialmente é necessário selecionar o problema que será analisado (acidente). Então, delimita-se uma linha horizontal com um retângulo ao final. Neste retângulo será escrito o problema. Ao longo da linha horizontal, são desenhadas linhas diagonais as quais representam as causas (Figura 2).

Após o desenho da figura, inicia-se o debate com as pessoas envolvidas a partir de brainstorming, o que consiste em um processo demorado. Entretanto, como é o coração desta ferramenta é necessário que seja feito de forma focada para que os detalhes também sejam considerados na análise. No decorrer do debate, as causas identificadas vão sendo agrupadas em categorias. Ao final, caso necessário, pode-se

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elencar estas causas de acordo com a importância ou gravidade.

Na Figura são apresentados os grupos para relacionar as causas, são: materiais, meio ambiente, máquina (equipamentos), mão de obra, método (forma de desenvolver o trabalho), medida (indicadores). Estes grupos podem ser adaptados de acordo com o contexto organizacional apresentado, ou seja, não necessariamente todos estes grupos terão causas relacionadas ao que está sendo analisado.

Figura 2 – Exemplificação da estrutura de aplicação de um diagrama de Causa e Efeito.

Fonte: a autora (2020).

Análise e avaliação de riscos

A partir da identificação dos riscos feita com as técnicas do item anterior, é importante, então, que sejam compreendidos, criticados e estimados o nível de criticidade de cada risco, ou seja, que estes sejam analisados. É importante que a avaliação seja tanto quantitativa quanto qualitativa. Ao quantificar comprova-se o controle da exposição ou inexistência do risco, dimensiona a exposição e subsidia-se o equacionamento das medidas de controle.

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Dessa forma, técnicas de análise e avaliação de riscos constituem em desenvolver atividades orientadas para quantificar a perda máxima provável decorrente do risco, ou seja, permite quantificar a probabilidade de ocorrer um risco e suas consequências bem como a gravidade destas.

Existem diferentes técnicas para analisar os riscos, das quais serão apresentadas aqui: APR, AMFE, e AAF.

Análise Preliminar de Riscos

A Análise Preliminar de riscos (APR) consiste em uma técnica qualitativa para análise inicial, sendo utilizada para identificar fontes de perigo, analisar consequências e propor medidas corretivas simples. É comumente aplicada na fase de projeto ou desenvolvimento de projetos e processos.

A forma mais usual de desenvolver uma APR é a partir da organização dos dados em um quadro, conforme apresentado a seguir. O primeiro passo para tal consiste em identificar quais atividades organizacionais serão analisadas.

Quadro 1 – Exemplificação da estrutura de aplicação de uma APR.

ATIVIDADE

Risco Causa(s) Consequência(s) Categoria(s) do risco Ação necessária

Fonte: a autora (2020).

Selecionada a atividade, inicia-se o processo com a identificação dos riscos desta atividade e, em seguida as causas do risco. A partir disto é possível constatar as consequências do risco e de sua causa. Para propor a categoria do risco, pode-se analisar aspectos como frequência, grau da consequência ou a combinação destas duas categorias. Por fim, a última coluna (ou último item a ser analisado) consiste na identificação das ações para a situação em questão.

A aplicação da APR auxilia a eleger os espaços da instalação onde devem ser desenvolvidas metodologias mais detalhadas para analisar riscos, ou seja, atua como precursora de outras análises. Além

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disso, também pode ser utilizada como mecanismo de monitoramento e revisão geral para processos operacionais em andamento, desvendando aspectos que podem ser imperceptíveis no cotidiano.

Análise de Modos de Falha e Efeitos

A Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) ou, em inglês, Failure mode and effect analysis (FMEA), se trata de uma metodologia hábil de engenharia que identifica, qualifica e investiga eliminar as falhas de componentes específicos e como estas estão distribuídas. Na área de segurança do trabalho, vem sendo aplicada em situações específicas como fontes de risco e análise ergonômica do trabalho.

O procedimento é semelhante a outras técnicas e é desenvolvido a partir da organização de uma equipe que irá examinar o produto ou processo em questão no que diz respeito a funcionalidades, falhas prováveis, efeitos e causas. A partir desta caracterização, os riscos são avaliados a partir do estabelecimento de indicadores os quais, então, serão calculados para que sejam selecionados os riscos de maior prioridade.

Frente ao apresentado, entende-se que, o foco está nas falhas e nos efeitos destas sobre os componentes de um sistema, sendo, portanto, uma metodologia objetiva e com foco localizado. Com base nesta análise são definidas as medidas para suavizar tais riscos, promovendo maior confiança ao produto/processo.

Análise de Árvore de Falhas

A Análise de Árvore de Falhas (AAF) é uma ferramenta dedutiva, de caráter quali ou quantitativo, que tem por finalidade analisar riscos a fim de determinar a probabilidade de ocorrência de eventos finais. Para seu desenvolvimento, inicialmente é identificada e selecionada uma falha (ou efeito) e, então, deste desdobra-se em falhas básicas ou eventos primários.

É bastante utilizada tendo em vista que é aberta, ou seja, aceita diferentes justificativas para os acidentes, identificando e relacionando- os com falhas existentes no ambiente organizacional. Como citado

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inicialmente, o método adotado é de dedução e parte da premissa que determinada falha ou um grupo de falhas resultou no acidente.

O resultado desta análise são sistemas, organizados a partir de uma representação gráfica, a qual é estruturada como uma árvore lógica e, para tal, são utilizadas simbologias específicas advindas da álgebra boleana. Além disso, é possível calcular a frequência e a probabilidade de ocorrência de cada componente e, então aplicar tais probabilidades para identificar as ações necessárias.

SAIBA MAIS

Quer ver a aplicação de uma das técnicas abordadas?

Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho:

“Aplicação da análise preliminar de risco para identificação de riscos ergonômicos nas atividades de professores do ensino fundamental II” (OLIVEIRA, 2018), acessível pelo link https://bit.ly/2VFoH8F (Acesso em 24/01/2020).

RESUMINDO

E então, conseguiu aprender? Para conferirmos se isso aconteceu, vamos fazer uma breve revisão sobre o que vimos. Partindo do pressuposto que já sabemos os principais agentes causadores de riscos presentes nos ambientes de trabalho e que, caso não sejam tomadas precauções podem denegrir a saúde e a integridade física dos colaboradores, vimos nesta competência as técnicas de gestão destes riscos. A gestão de riscos é um método ativo, continuado e imprescindível para o bom gerenciamento de qualquer organização. Além disso, fornece subsídios para a tomada de decisões.

Assim, conhecer os agentes, quantificar e qualifica-los e, principalmente, estabelecer medidas de controle à exposição a esses agentes é condição basal para que as atividades profissionais sejam desempenhadas com qualidade. Dentre as técnicas existentes, vimos aqui técnica de incidentes críticos, what-if e causa e efeito para a identificação

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de riscos e no que tange análise e avaliação vimos APR, AMFE e AAF.

Cabe à empresa, no que diz respeito a seus gestores, selecionarem e adotarem estas técnicas a fim de ter um maior controle acerca dos fatores que interferem em seus processos.

Ademais a falta de consenso na prática resulta em uma gestão de riscos em silos, ou seja, isoladamente, fazendo com que cada área da organização use expressões diferentes e isto dificulta o gerenciamento bem como a participação de todos os envolvidos no ambiente organizacional.

Ficou claro, a partir desta competência, então, que adotar mecanismos para identificar, analisar e avaliar os riscos deve ser considerado investimento por parte dos empregadores tendo em vista que, além das melhorias do ambiente de trabalho, estes investimentos vão garantir a produtividade dos colaboradores, reduzindo os riscos e, consequentemente, os acidentes e as doenças profissionais.

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Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho

OBJETIVO

Olá, nesta competência você será capaz de entender os serviços de saúde e medicina do trabalho e suas funcionalidades. Consta em lei que qualquer organização que possua trabalhador deve cumprir as obrigatoriedades deste contexto e a efetividade da garantia da segurança do trabalho relaciona-se ao comprometimento da alta Administração. E então? Animado (a)? Vamos lá!!!

Em decorrência dos riscos ambientais, as organizações buscaram definir meios para fazer o controle e reduzir seus custos com acidentes e doenças ocupacionais, para que se mantivessem competitivas. Nesse contexto, a temática “Segurança e Saúde no Trabalho” é acatada como estratégia organizacional, tendo em vista que sua ação está diretamente relacionada ao fator principal da produtividade: a mão de obra.

A efetividade das medidas relacionadas à segurança do trabalho relaciona-se com o nível de envolvimento e empenho da Alta Administração, a qual precisa encaminhar e acompanhar o sistema de gestão de riscos, estabelecendo diretrizes para implementação e monitoramento das medidas de gerenciamento dos riscos e controle interno, perseguindo, assim, o alcance dos principais objetivos.

Grande parte das empresas no Brasil possui isenção de constituir formalmente os serviços relacionados à saúde ocupacional e segurança do trabalho tendo em vista que não possuem mais que 20 ou 50 colaboradores, tal como preconiza a legislação sobre formação de CIPA e SESMT. Consta em lei que qualquer organização que possua trabalhador deve cumprir as obrigatoriedades deste contexto. Ou seja, apesar de não ser obrigada a ter profissionais especializados, caberá ao gestor as responsabilidades sobre saúde e segurança de seu(s) colaborador(es).

Assim, veremos nesta competência sobre estes serviços instituídos em Normas Regulamentadoras específicas.

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Em casos onde se faz necessário, o grupo de profissionais da área de segurança do trabalho de uma organização é estruturado a partir de uma equipe multidisciplinar. Esta equipe multidisciplinar compõe o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, definido pela NR-04, que envolve os seguintes profissionais:

• Técnico de Segurança do Trabalho;

• Engenheiro de Segurança do Trabalho;

• Médico do Trabalho;

• Enfermeiro de Segurança do Trabalho; e,

• Auxiliar em Enfermagem do Trabalho.

Além do SESMT, as organizações precisam instituir sua Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), conforme preconiza a NR-05.

A CIPA é formada por representantes do patrão e dos funcionários, tendo por missão cooperar para que as ações do SESMT sejam prevencionistas.

A seguir abordaremos cada um destes serviços.

SESMT

O SESMT é o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e, como indicado na NR-4, é de responsabilidade deste agendar mensalmente as informações atuais de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade.

Tais informações ainda precisam fornecer subsídios sobre a tipologia do acidente, localidades, datas e horários entre outras informações que possam ajudar a avaliar os acontecimentos.

Segundo o inciso XXII do art. 7 da Constituição Federal, é direito do trabalhador a “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança” (BRASIL, 1988). Ademais, apesar da CLT já citar a existência deste tipo de serviço nos ambientes organizacionais, este só foi constituído oficialmente em 1972 com a publicação de uma portaria sobre a formação técnica nesta área e tornando obrigatória a existência deste em empresas cujo quadro de colaboradores possui mais de 100.

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Esta legislação fez com que o Brasil fosse o primeiro país a constituir tal serviço em suas empresas e tornou possível melhorar a imagem do país frente ao alto índice de acidentes de trabalho perante ao cenário internacional, o qual tinha-se mais de 1,8 milhões de acidente ao ano. Dessa forma, esta legislação foi um marco entre um período de equívocos e o período de assertivo da abordagem dos assuntos referentes à segurança do trabalho e a saúde do colaborador.

O item 4.1 da referida norma, expressa a obrigatoriedade da implantação do SESMT a empreendimentos particulares e públicos que tenham funcionários administrados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Este programa tem por alvo de agenciar a saúde e resguardar a integridade do colaborador em seu ambiente laboral.

Para garantir que o SESMT tenha qualidade no atendimento aos colaboradores, o Ministério do Trabalho exige que este tenha seu registro protocolado no órgão local, o qual é feito a partir do Sistema SESMT a partir da Portaria n.o 559 de 2016. Para cadastro no sistema é necessário informar os dados da organização (número de colaboradores, jornadas de trabalho e grau de risco), a quantidade e quais profissionais fazem parte bem como seus respectivos horários de trabalho. Este sistema tem como objetivos:

I) auxiliar a comunicação entre o órgão responsável e a orga- nização;

II) melhorar a agilidade do procedimento de registro;

III) acelerar em casos de atualização cadastral;

IV) conferir os requisitos da NR-04 antes de efetivar SESMT; e, V) possibilitar uma fiscalização mais adequada a partir das in- formações disponibilizadas no sistema.

O SESMT pode ser composto por 4 classes de profissionais (Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho), sendo que o seu dimensionamento está disciplinado no quadro II da mencionada NR-4 e será abordado a seguir. O engenheiro de segurança, o médico e o enfermeiro do trabalho

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necessitarão dedicar, ao menos, 3 horas (tempo parcial) ou 6 horas (tempo integral) por dia para as ações do SESMT, conforme o dimensionamento estabelecido no Quadro II.

A Norma estabelece, ainda, as atribuições dos profissionais que compões os SESMT. Dentre as competências é importante ressaltar algumas...

• Aplicar os conhecimentos a todos os componentes do ambiente de trabalho (desde colaborador à máquina);

• Deliberar os equipamentos de proteção necessários tanto de cunho individual quanto de caráter coletivo;

• Garantir que o estabelecido em todas as NRs seja cum- prido;

• Promover integração contínua com a CIPA bem como apoiar, treinar e atender conforme for necessário;

• Realizar atividades de sensibilização, educação e direcio- nadoras a partir de campanhas;

• Tirar dúvidas dos colaboradores e torna-los conscientes sobre riscos, acidentes de trabalho e doenças;

O SESMT será avaliado a cada 6 meses por uma comissão formada por representantes das organizações, do sindicato de trabalhadores e da delegacia do órgão competente ou de acordo com o estabelecido em convenções.

É imprescindível que o SESMT tenha integração constante com a CIPA, atuando como mecanismo multiplicador. Estes serviços devem desenvolver estudos, analisar as demandas dos colaboradores e estabelecer soluções tanto para correção quanto prevenção. Além disso, como parte integrante deste serviço, tem-se o ambulatório, o qual deve ser de responsabilidade do médico do trabalho que, por sua vez, deve ser o coordenador do PCMSO (que veremos na próxima competência.

De modo geral, fica evidente que a presença dos profissionais do SESMT nas empresas é de fundamental importância tanto para a

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integridade dos colaboradores como para o sucesso das organizações e do bem estar da sociedade, já que esses profissionais, por meio de seu conhecimento científico, serão os responsáveis pela modificação das caraterísticas de trabalho bem como da promoção de maior qualidade de vida nos ambientes laborais

Dimensionamento

Além disso, outro ponto importante de ser destacado é que é possível que uma organização possua um SESMT centralizado que atenderá um grupo de empreendimentos de sua propriedade nos casos em que a distância entre o empreendimento no qual o SESMT está localizado e os demais não ultrapasse 5 quilômetros.

Para dimensionar o SESMT aplica-se o item 4.2 da NR-04. O processo de dimensionar o SESMT está vinculado à gradação do risco da atividade central e a quantidade de colaboradores do local, conforme os anexos I e II da referida NR. O Quadro I aborda o código, a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e o Grau de Risco (GR) para fins de dimensionamento do SESMT, conforme exemplificado abaixo:

Quadro 2 – Exemplificação do Quadro I da NR 04.

Códigos Denominação GR

A Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura 01 Agricultura, pecuária e serviços relacionados

01.1 Produção de lavouras temporárias

01.11-3 Cultivo de cereais 3

Fonte: adaptado de Brasil (2016).

De posse do Grau de Risco, é necessário ter informação acerca da quantidade de colaboradores para, então, dar continuidade ao dimensionamento a partir da observação do Quadro II, também constante na NR-04.

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Figura 3 – Fragmento do II da NR 04.

Grau de Risco

Técnicos / Número de em-

pregados

50 a 100

101 a 250

251 a 500

501 a 1000

1001 a 2000

2001 a 3500

3501 a 5000

Acima de 5000 Para cada

grupo de 4000 ou fração acima de

2000**

1

Técnico Seg.

Trabalho Engenheiro Seg.

Trabalho Auxiliar Enf. do

Trabalho Enfermeiro do

trabalho Médico do tra-

balho

1 1

1*

1 1*

1

1*

2 1 1 1*

1

1 1*

1

1*

Fonte: Adaptado de Brasil (2016).]]

A quantidade de profissionais a compor o SESMT é dada pela relação grau de risco x número de colaboradores. A NR-04 apresenta, ainda, alguns apontamentos com relação ao dimensionamento do SESMT, sendo eles:

• Não se consideram estabelecimentos os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de 1 mil funcio- nários e localizados no mesmo estado, território ou Distri- to Federal;

• Em casos onde 50% ou mais dos colaboradores atuem em atividade com grau superior ao da atividade principal, o dimensionamento é feito a partir do maior risco;

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CIPA

A CIPA é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, responsável pelos assuntos de segurança e saúde na organização, sendo formada por trabalhadores. Foi criada em 1944, porém instituída legalmente pela NR-05, a qual define condições para seu dimensionamento, suas obrigatoriedades e condicionantes para seus membros.

Devem constituir e manter em funcionamento as “organizações privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados (BRASIL, 2019, p. 1). É possível estabelecer 3 objetivos principais desta comissão: prevenir acidentes e doenças do trabalho;

controlar os riscos; propor sugestões para acabar ou neutralizar os riscos.

Uma das formas de incentivar e motivar para alcançar tais objetivos é a partir de campanhas educativas.

Figura 4 - Exemplificação de uma campanha de sensibilização da CIPA

Fonte: Tavares (2009).

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Ademais, na referida NR são instituídas as responsabilidades de empregador e colaboradores. Ao empregador cabe o papel de promover aos componentes da CIPA os caminhos necessários para desempenharem suas pertinências, avalizando tempo satisfatório para execução dos trabalhos constantes no plano de trabalho.

NOTA

A diferença básica entre a CIPA e o SESMT é que este é composto exclusivamente por profissionais especialistas em segurança e saúde no trabalho, enquanto a CIPA é uma comissão partidária constituída por empregados normalmente leigos em prevenção de acidentes.

Já aos colaboradores, cabe participar da eleição de seus representantes; colaborar com a gestão da CIPA; indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de acidentes e de doenças decorrentes do trabalho.

Qualquer ação referente à CIPA deve ser formalizada e, a documentação referida, deve estar disponível para que seja fiscalizada.

Além disso, a participação de todos é extremamente necessária para que os resultados esperados sejam alcançados.

Estruturação e dimensionamento

A estruturação da CIPA é feita a partir de um processo eleitoral interno, conforme requisitos estabelecidos pela respetiva norma regulamentadora, sendo formada por representantes do patrão e dos funcionários e serão designados por estes, conforme o dimensionamento previsto no Quadro I da NR-05.

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Figura 3 – Estruturação da CIPA

Fonte: a autora (2020).

O representante dos empregados e do empregador é conhecido como cipeiro, e é importante que ele esteja em comunicação frequente com o empregador, a fim de auxiliar o SESMT e os colaboradores. Dessa forma, o cipeiro exerce papel importante nas ações de prevenção da empresa.

Além dos membros escolhidos por indicação de empregador e empregados (presidente, efetivos e suplentes), a CIPA é formada por um secretário. A quantidade de membros a compor a CIPA vincula-se ao agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) que consta no Quadro II da norma e a quantidade de colaboradores. Diferente do dimensionamento do SESMT, aqui, inicialmente identificamos o CNAE no Quadro II e o grupo no qual esta atividade está inserida e, então, consulta-se o Quadro I.

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Figura 4 - Fragmento do Quadro I da NR 05.

Fonte: Adaptado de Brasil (2019).

Importante destacar que, nos casos onde a empresa não possui obrigatoriedade de constituir a CIPA, exige-se que seja designada uma pessoa com treinamento específico de 20 horas para exercer as atribuições desta Comissão.

Processo eleitoral

Como vimos, a estruturação da CIPA é a partir de processo eleitoral.

Para que ele ocorra, é necessário que 60 dias antes de findado o mandato atual o empregador fixe um edital por 15 dias. Este edital possibilitará que todos que tenham interesse se inscrevam e, aqueles interessados, terão garantia de emprego até a eleição. A eleição deverá ocorrer no prazo de 30 dias antes de findado mandato, com voto secreto e durante os turnos de trabalho.

Os membros eleitos terão sua posse protocolada com o prazo de um dia útil e passarão por treinamento de 20 horas. Então, a empresa protocolará no ministério do Trabalho em até 10 dias: cópias das atas da eleição (de instauração e de posse), o calendário das reuniões anuais (devem ser 12 entre o início e o fim do mandato). Depois de protocolado, não é possível cancelar, exceto em casos onde a empresa encerra suas atividades.

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SAIBA MAIS

Quer saber um pouco mais sobre este tema?

Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: “Guia de perguntas e respostas do Sistema SESMT”. Este documento tem por finalidade auxiliar as organizações a cumprir com as obrigatoriedades dos itens 4.17 da NR-04 e foi disponibilizado pelo Governo Federal no ano de 2016, acessível pelo link https://bit.

ly/38ol4cm. (Acesso em 30/01/2020).

RESUMINDO

E então, conseguiu entender os dois serviços de segurança do trabalho e saúde ocupacional apresentados? Ficou claro?

Para lhe ajudar a fixar, vamos ver uma breve explicação do contexto geral apresentado nesta unidade, está bem? O SESMT de uma organização foi instituído a partir da Norma Regulamentadora 04 e é composto por profissionais técnicos da área de saúde, segurança e engenharia com foco prevencionista, cujo dimensionamento ocorre em função do grau de risco da atividade desenvolvida e da quantidade de colaboradores.

Sua principal atribuição consiste em aplicar a ciência técnica para garantir a integridade física e psicológica dos colaboradores, bem como cuidar da qualidade do ambiente laboral nos mais variados empreendimentos e organizações

O outro serviço existente é a CIPA, regulamentada pela NR 05, que consiste em uma comissão formada por representantes do patrão e dos funcionários. Esta comissão tem como incumbência a atenção com a saúde e a integridade física dos colaboradores bem como de todas as pessoas interagem com o ambiente laboral.

Dentre as atividades acatadas pela CIPA pode-se destacar ações de sensibilização dos colaboradores, em todos os níveis (da alta administração ao chão de fábrica). Sem esse trabalho de sensibilização, as ações tomadas para promover a segurança do ambiente acabam encontrando barreiras para sua eficiência tendo em vista que o foco principal destas é o próprio colaborador.

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Programas de saúde ocupacional, segurança e segurança do trabalho

OBJETIVO

Caro aluno, nesta competência você será capaz de conhecer os programas relacionados a saúde ocupacional e segurança do trabalho. Estes programas são de caráter obrigatório, sendo o PCMSO e o PPRA a todas as empresas e o PCMAT àquelas da construção civil. Está curioso para saber mais sobre eles? Vamos lá!!!

Fonte: @freepik

Partindo do pressuposto que o reconhecimento do papel do trabalho na determinação e evolução do processo saúde-doença possui implicações éticas, técnicas e legais, as quais refletem na organização e no provimento de atitudes voltadas à saúde da classe trabalhadora.

O Brasil é caracterizado por uma vasta quantidade de legislações e, ao mesmo tempo, alto índice de descumprimento destas.

O Ministério do Trabalho e Emprego, a partir da Secretaria de Inspeção do Trabalho, e levando em consideração o Art. 200 da Consolidação das

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Lei Trabalhistas, aprovou as Normas Regulamentadoras. Mas isso você já sabe, não é?

A legislação referente as NRs passaram por uma inovação no fim de 1994 e, então, tornou obrigatória às organizações o que diz respeito tanto a elaboração quanto implementação de dois programas: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Além deste programa, outro é de destaque nas legislações brasileiras, o Programa de Condições e meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção (PCMAT), instituído pela NR-18.

A elaboração dos 3 programas, além de suas respectivas obrigatoriedades, é extremamente importante para a organização. Eles ajudam a se proteger de possíveis afastamentos, acidentes de trabalho, diminuição de condições insalubres e, se bem empregados, provocam aspectos positivos em fatores econômicos da organização. Diante disso, a elaboração e implementação destes, permite, de certa forma, proteção tanto para a empresa, seus gestores (contratantes) e para os colaboradores, evitando acidentes e proporcionando consequentemente melhor qualidade de vida nos ambientes de trabalho.

PCMSO

A NR-07 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

Sua existência jurídica é assegurada, em nível de legislação pela última atualização da Portaria MTb n.o 1.031 de dezembro de 2018. Esta NR define ser de caráter obrigatório elaborar e implementar este programa a todos os locais com colaboradores visando promover e preservar a saúde.

O PCMSO possui caráter preventivo para saúde dos trabalhadores e é desenvolvido a partir de avaliação do ambiente de trabalho para contextualização do processo produtivo e dos riscos de cada setor da

(46)

organização, em seguida são analisadas informações e desenvolvidas ações de saúde e promovidas atividades como palestras e treinamentos, além, da obrigatoriedade de exames médicos. De modo geral, pode-se definir como objetivos do PCMSO

• Identificar antecipadamente, promover o monitoramento e controle de situações passíveis de denigrir a saúde do colaborador;

• Buscar a promoção e preservação da saúde dos colabora- dores no ambiente de trabalho;

• Estabelecer monitoramento e diagnóstico preventivo de possíveis riscos à saúde dos colaboradores;

• Buscar solucionar e melhorar os locais laborais e as for- mas de execução de ações rotineiras tendo por embasa- mento as situações de risco identificadas;

• Promover ações de sensibilização para os colaboradores no que tange a seriedade do aspecto preventivo para a conservação da qualidade de vida;

• Criar um histórico de caráter informacional a partir de da- dos de exames médicos;

Dessa forma, entende-se que este programa envolve exames médicos e análises clínicas tanto individuais quanto coletivos, e, após análise destes, serão definidas medidas preventivas a fim de reduzir os riscos. Organizações com grau de risco 1 e 2 que tenham até 25 colaboradores e organizações com grau de risco 3 e 4 com até 10 colaboradores não possuem obrigatoriedade de possuir um médico na coordenação, entretanto, isto não torna facultativa a elaboração do PCMSO.

O PCMSO pode passar por alterações, a qualquer momento, seja de forma completa ou parcial, sempre que sejam identificadas mudanças nos riscos ocupacionais, em função de mudanças nos processos/ambientes de trabalho; ou por novas descobertas da ciência médica, em relação a efeitos de riscos existentes; mudança de critérios de interpretação dos

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exames; ou, ainda, reavaliações do reconhecimento dos riscos.• O PCMSO é um documento que não necessita ser homologado ou registrado nas Delegacias Regionais do Trabalho. Ele é arquivado no estabelecimento à disposição da fiscalização.

PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais foi estabelecido, pela NR-09 da Portaria 3214/78, como de caráter obrigatório a todas as organizações que tenham colaboradores. Apesar de seu caráter multidisciplinar, é acatado basicamente um programa de higiene ocupacional que precisa ser desenvolvido nas organizações de forma integrada ao PCMSO,

A finalidade do PPRA é identificar características do ambiente de trabalho bem como recomendar os métodos de prevenção sendo estes de encargo do empregador, independentemente da quantidade de colaboradores ou do grau de risco do processo desenvolvido. De modo geral, o PPRA objetiva evitar e promover o controle dos riscos ambientais.

Neste contexto, a NR-9 define:

a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam traba- lhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores através da antecipação, re- conhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrên- cia de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais (BRASIL, 2014, p. 1-2).

A norma define, ainda, que os atos do PPRA precisam ser instituídos no campo de cada setor organizacional sendo de responsabilidade do empregador, porém, demandando a participação dos colaboradores.

Ademais, o alcance e o nível de detalhamento dependem das propriedades dos riscos e das precisões de controle. Assim, não importa a quantidade de trabalhadores tampouco o tamanho da organização, todas devem instituir este programa.

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