FISCALIZAÇÃO DE
FAUNA SILVESTRE
Curso de Capacitação dos Municípios
para a Gestão Ambiental
Tráfico de animais Silvestres
•
Após a perda do habitat, a caça, para subsistência e
comércio, é a segunda maior ameaça à fauna
silvestre brasileira (Redford, 1992; Rocha, 1995).
•
Atualmente, o comércio ilegal de vida silvestre, o
qual inclui a fauna e seus produtos, movimenta de
10 a 20 bilhões de dólares por ano (Webster apud
Webb, 2001).
•
É a terceira atividade ilícita do mundo, depois das
armas e das drogas.
•
O Brasil participa com cerca de 5% a 15% do total
mundial (Rocha, 1995; Lopes, 2000)
FLUXO DO COMÉRCIO ILEGAL INTERNACIONAL DE ANIMAIS
E PLANTAS SILVESTRES.
ÁREAS DE MERCADO ÁREAS DE CAPTURA/COLETA É... tá danado dotô !!O histórico do tráfico de animais
silvestres
Os portugueses
(
provas de novas terras
)
Os piratas europeus
(
terra papagalis
)
A moda do tráfico
Do século XVI ao século XVIII
( Grande procura por aves e primatas exóticos como símbolo de status. ) – Centros de pesquisa
No século XIX
( Utilização de animais para decoração e adorno de roupas e chapéus. ) - Indígena
Anos 40, 50 e 60
( Comércio de peles de felinos e répteis
para a indústria da moda. ) - Tráfico de peles
Anos 70, 80 e 90
( tráfico de animais para abastecer pet shops na Europa e nos E.U.A. ) - Internacional
Século XXI
Modalidade que mais movimenta recursos e a mais danosa às espécies, pois prioriza os animais mais ameaçados.
Ex: Arara Azul de Lear, Mico Leão Dourado, Harpia, Papagaio da Cara Roxa.
Tráfico para colecionadores particulares
e zoológicos:
Tráfico para fins científicos (Biopirataria):
Modalidade especializada em extrair substâncias químicas
para a pesquisa científica e para a produção de medicamentos.
Tráfico para pet shops:
Modalidade
que mais incentiva o tráfico de animais, pois se destina
à utilização de animais para companhia.
Tráfico de passeriformes:
Modalidade comum em todo Brasil por conta da cultura do aprisionamento
de pássaros canoros
Ex: Trinca-ferro, papa-capim, canário da terra, tisiu, pichanchão, sabiá,
araponga etc.
Os agentes do tráfico
Apanhadores:
índios, caboclos, lavradores, ribeirinhos,
caçadores, crianças e adolescentes.
Distribuidores:
barqueiros, pilotos de aviões, caminhoneiros
e motoristas de ônibus.
Comerciantes:
feirantes, donos de pet shops, criadores
ilegais e avicultores.
Consumidores:
criadouros, zoológicos, aquários, circos,
laboratórios, turistas e a população em
geral
.O “modus operandi”
O contrabando:
◘ Utiliza-se técnicas
rudimentares para
transporte, como:
● Trazer animais junto ao
corpo ou dentro da
bagagem;
● Transportar animais
dentro de carros, ônibus e
caminhões;
● Envio de animais por
O “modus operandi”
Espécies mais procuradas
AVES: passeriformes, psitacídeos, tucanos,
RÉPTEIS: serpentes, jacarés, jabutis,
tartarugas e lagartos.
MAMÍFEROS: macacos, felinos, preguiças,
veados, roedores, etc.
INSETOS: borboletas, besouros, libélulas,
aranhas, escorpiões, etc.
ANFÍBIOS: sapos e rãs da Amazônia e da Mata
Atlântica.
PEIXES: peixes ornamentais, da Amazônia e da
costa brasileira, e cavalos marinhos.
Lógica cruel
•
De cada 10 animais traficados, 09 morrem
durante a captura e o transporte, apenas 01
chega ao consumidor final.
(Redford,1992)
Disseminação de doenças
PRIMATAS: febre amarela, mal de chagas, hepatite A, tuberculose,
raiva, herpes, malária, vírus desconhecidos, etc;
PSITACÍDEOS: toxoplasmose, herpes e psitacose.
RÉPTEIS: salmonelose.
ROEDORES: leptospirose e vírus desconhecidos.
TRÁFICO DE ANIMAIS
SILVESTRES – PRINCIPAIS
ÁREAS DE CAPTURA.
LEGENDAS: Aves Pequenos Primatas Carnívoros Insetos R. Quelônios R. Ofídeos Aracnídeos Cervídeos Peixes Ornamentais. Fonte: IBAMA /2005 Centros Compradores Desafios estratégicos Ai de miiiim !!Desafios Estratégicos
A QUESTÃO DO TRÁFICO
NACIONAL DA FAUNA
SILVESTRE - ROTAS.
Rotas hidroviárias Rotas rodoviárias Aeroportos Utilizados Portos Utilizados Assim num dá sô !!Rotas internacionais
Principais dificuldades para combater
o tráfico de animais
Legislação: falta de rigidez na aplicação da lei, por considerar
os crimes contra a fauna um crime de menor importância.
Fiscalização: Falta de contingente, de equipamentos e de
treinamentos para os agentes ambientais.
Política: a inexistência de uma política pública para
combater esta atividade e a falta de integração dos órgãos
ambientais.
Destinação: falta de locais apropriados para receber animais,
superlotação de zoológicos, poucos trabalhos para reintrodução
dos animais apreendidos.
Perigos do Tráfico
Perigos do Tráfico
Prejuízos do Tráfico
Manutenção da injustiça social
Prejuízos do Tráfico
Sem espaço.
Dispositivos Legais
Lei Federal n. 5.197/1967
:
Proteção à Fauna? - Código
de Caça
Propriedade do Estado
Lei Federal 9.605/1998
:
Lei de Crimes Ambientais
Fauna
•
Silvestre, nativa, indígena, autóctone
•
Exótica, domesticada, introduzida, invasora, alóctone
•
Lei 9.605 – Art 29 – São espécimes da fauna silvestre
todos aqueles pertencentes à espécies nativas,
migratórias ou quaisquer outras que tenham todo ou
parte do seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos
limites do território brasileiro ou águas jurisdicionais
brasileiras
Tipos de criadores
•
Criadouro Conservacionista
–
Não pode comercializar
–
Visitas somente monitoradas e com fins
educacionais e científicos
•
Criadouro Científico
–
Somente instituições de pesquisa
•
Mantenedor de fauna exótica
Tipos de criadores
•
Criadouro Comercial de Fauna Silvestre
•
Criadouro com fins econômicos e industriais
•
Zoológicos
•
Criador Comercial de Passeriformes da Fauna
Silvestre Brasileira (CCP)
•
Criador Amador de Passeriformes da Fauna
Silvestre Brasileira (CAP)
Tipos de criadores
•
Criador Amador de Passeriformes da Fauna Silvestre
Brasileira (CAP)
–
Pessoa física que mantém em cativeiro, sem finalidade
comercial, indivíduos das espécies de aves nativas da
Ordem Passeriformes, descritos nos Anexos I e II desta
Instrução Normativa, objetivando a contemplação, estudo
e conservação de espécies de pássaros ou para
desenvolvimento de tecnologia reprodutiva das espécies,
com possibilidade, a critério do IBAMA, de participação em
programas de conservação do patrimônio genético das
espécies envolvidas (IN IBAMA n. 15/2010)
Tipos de criadores
•
Criadouro Amadorista de Passeriformes
–
Não pode comercializar
–
O documento que comprova a legalidade do criador é a sua relação
atualizada de passeriformes, impressa pelo SISPASS.
–
As carteirinhas de Clubes e Federações continuam existindo, mas não
têm validade para a fiscalização.
–
As transações (máx. 50 aves) somente devem ser feitas via internet.
–
Trânsito com documentação e com fins de participação em Concursos
ou Torneios autorizados ou para treinamento.
–
Permanência em logradouros públicos, praças e estabelecimento
comerciais com documentação e desde que não caracterize exposição
e comércio.
Tipos de criadores
•
Criadouro Amadorista de Passeriformes
– Procedimentos de fiscalização
– Verificar se o passeriforme está com anilha inviolável (anel fechado), sem quaisquer sinais de adulteração e de origem comprovada.
– Solicitar a documentação de origem (relação de passeriforme, CTF e CI)
– Conferir a numeração seqüencial da anilha com a aposta na relação de passeriforme;
– Caso o passeriforme não esteja anilhado, fazer a apreensão com lavratura do Auto de Infração - AI e Termo de Apreensão e Depósito – TAD;
Irregularidades mais comuns no
SISPASS
•
Origem
–
Criadores comerciais (com Nota Fiscal)
–
Criadores amadores
–
Cessão de órgãos ambientais
•
Reprodução
–
Até 10 filhotes/ano (limite de 30 aves/criador)
•
Transfêrencias
–
Até 15/ano
•
Cada ave só poderá ser transferida 3 vezes
Irregularidades mais comuns no
SISPASS
•
Máximo de 30 pássaros
•
Proibida outra atividade relacionada a fauna
•
Proibida a venda, a exposição à venda, a
exportação ou qualquer transmissão a
terceiros com fins econômicos de
passeriformes, ovos e anilhas
•
Proibida a a manutenção de pássaros em
estabelecimentos comerciais e áreas públicas
Irregularidades mais comuns no
SISPASS
•
Plantel encontrado não confere com a relação
•
Pássaros sem anilha
•
Anilhas adulteradas ou falsas
•
Informações falsas no SISPASS
Art. 2º…
§ 6º - A apreensão e a destruição ou inutilização, referidas nos incisos IV e V
do "caput", obedecerão ao seguinte:
I – os animais serão libertados em seu habitat ou entregues a jardins
zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados;
II – tratando-se de produtos perecíveis ou madeira, serão os mesmos
avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares e outras com fim beneficentes;
III – os produtos e subprodutos da fauna, não perecíveis, serão destruídos
ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais;
IV – os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,
garantida a sua descaracterização através da reciclagem, e observados, no que couber, os princípios de licitação.
Art. 31 - Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão,
licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por unidade com acréscimo
por exemplar excedente de:
I – R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade de espécie constante da lista oficial de fauna brasileira ameaçada de extinção e do Anexo I do Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna
Selvagens em Perigo de Extinção-CITES; e
II – R$ 3.000,00 ( três mil reais), por unidade de espécie constante da lista oficial de fauna brasileira ameaçada de extinção e do Anexo II da CITES.
Art. 3º - No exercício da ação fiscalizadora, observado o disposto no
Art. 5º, XI, da Constituição Federal, ficam asseguradas às
autoridades ambientais a entrada e a permanência em
estabelecimentos públicos ou privados, competindo-lhes obter informações relativas a projetos, instalações, dependências e
demais unidades do estabelecimento sob inspeção, respeitando o sigilo industrial.
Parágrafo único – O agente de fiscalização requisitará o emprego de
força policial, sempre que for necessário, para garantir o exercício de sua função.
§ 1º - Incorre nas mesmas multas quem:
I – impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;
II – modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; ou
III – vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem cativeiro
ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da
fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e
objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.
§ 2º - No caso de guarda doméstica de espécime silvestre não
considerada ameaçada de extinção, pode a autoridade competente,
considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a multa.
§ 3º - No caso de guarda de espécime silvestre, pode a autoridade
competente deixar de aplicar as sanções previstas nesta Lei,
quando o agente espontaneamente entregar os animais ao órgão ambiental competente.
Alçapão
Art. 35 - Comercializar produtos e objetos que impliquem a caça,
perseguição, destruição ou apanha de espécimes da fauna silvestre: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), com acréscimo de R$ 200.00 (duzentos reais), por exemplar excedente.
•
Art. 81 - Deixar de prestar aos órgãos
ambientais estaduais informações exigidas
pela legislação pertinente ou prestar
informações falsas, distorcidas, incompletas
ou modificar relevante dado técnico
solicitado:
Multa de R$ 250,00 (duzentos e cinqüenta
reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Maus tratos
Art. 36 - Praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais
silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo por exemplar excedente;
I – R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade;
II – R$ 10.000,00 (dez mil reais), por unidade de espécie constante da
lista oficial de fauna brasileira ameaçada de extinção e do Anexo I da CITES; e
III – R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade de espécie constante da
lista oficial de fauna brasileira ameaçada de extinção e do Anexo II da CITES.
Parágrafo único - Incorre nas mesmas multas quem realiza experiência
dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
no porta-malas
OBRIGADO!
Avenida Venezuela, 110 – Saúde – Rio de Janeiro - RJ-CEP: 20081-312 Gerência do Serviço Florestal - GESEF – TEL: 23325511/ 23325521
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