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(1)

Universidade de São Paulo

Faculdade de Saúde Pública

A Classificação Internacional de Funcionalidade,

Incapacidade e Saúde (CIF) e o Conceito Bobath

Luana Talita Diniz Ferreira

São Paulo

2012

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública para obtenção do título de Mestre em Ciências.

Área de Concentração: Epidemiologia

(2)

Luana Talita Diniz Ferreira

São Paulo

2012

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências.

Área de Concentração: Epidemiologia

(3)

É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida

exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução

(4)

Os meus melhores e mais sinceros agradecimentos à Profa. Dra. Cassia Maria Buchalla pela orientação, ensinamento, paciência, tolerância, palavra amiga, carinho, por confiar no meu potencial e por incentivar e facilitar a realização deste trabalho e da experiência internacional (estágio);

Aos Professores e Colegas (em especial à Profa. Dra. Alarcos Cieza, Prof. Dr. Olaf Kraus de Camargo, Liane Simon, Melissa Selb e Monika Finger) que atenciosamente me receberam em suas instituições e pacientemente discutiram comigo assuntos pertinentes ao tema em estudo;

Aos Professores que compõem a banca de avaliação desta pesquisa pelas sugestões, comentários na qualificação e defesa deste mestrado;

Aos Meus Pais pelo amor incondicional, mesmo observando minhas limitações e minha ausência nesta caminhada, pelo apoio e incentivo;

À Dani, Tati, Cris, Gabi e Bê pelo amor constante e pelas diferenças que nos fazem crescer como seres humanos,

Ao Gustavo, pela compreensão, companheirismo, amor e incentivo;

Aos amigos, aos colegas da AACD e da Faculdade de Saúde Pública, aos pacientes, aos funcionários e aos professores por tornarem os dias de

trabalho ‘menos trabalhosos’;

Ao Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; ao Centro de Reabilitação Associação de Assistência à Criança Deficiente; ao Departamento de Saúde Biopsicossocial do Instituto de Saúde e Ciências de Reabilitação da Ludwig-Maximilians-University; ao Departamento de Neurologia da Rehaklinik Bellikon; ao Centro de Pesquisa e Reabilitação Swiss Paraplegic Research e Swiss Paraplegic Centre; e a Diakonie - Centro de Reabilitação Precoce (Hamburgo, Alemanha).

À Revista Ciência & Saúde Coletiva/Abrasco pela cessão para divulgação do artigo submetido;

(5)

A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) contextualiza a saúde do individuo sob uma perspectiva integrativa, considerando os aspectos relativos ao meio em que vivem. Seu modelo biopsicossocial se aproxima do modelo de abordagem do Conceito Bobath (CB). Este conceito é conhecido por apresentar bons resultados na clínica mas limitações no registro da evolução dos pacientes. Com a divulgação da CIF, vislumbrou-se a possibilidade de registrar os ganhos funcionais obtidos com a terapêutica Bobath. O objetivo deste estudo foi apresentado em dois artigos. O primeiro artigo se refere ao relato de experiências de uso da CIF como forma de estimular sua aplicabilidade. O segundo tem como objetivo refletir sobre a congruência entre a CIF e o CB e discutir a aplicação de

ambos na reabilitação neurológica. O resultado apresenta diferentes

estratégias de uso da Classificação e sugere sua aplicação em conjunto com o CB, exemplificando uma forma de uso em um centro de reabilitação. A divulgação da classificação em conjunto com uma abordagem já utilizada, seja sob um formato total ou parcial, ou sob uma estrutura nova ou pré-estabelecida, pode trazer benefícios para a sua disseminação, facilitando o treinamento de profissionais e permitindo registro dos ganhos funcionais obtidos em terapia.

Palavras-chave: Classificação Internacional de Funcionalidade,

(6)

The International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) contextualizes the individual's health in an integrative perspective, considering the aspects of the environment in which they live. Its biopsychosocial model approaches the treatment model used in the Bobath Concept (BC). This concept is known to have good clinical results but limitations in recording the outcome. With the release of ICF, the possibility of registering the functional gains obtained with Bobath therapy have been envisioned. The objective of this study was presented in two articles. The first article refers to the reporting experiences of using the ICF as a way of stimulating their applicability. The second one aims to reflect on the congruence between the ICF and the BC and discuss the application of both in neurological rehabilitation. The result shows different strategies for use of the Classification and suggests its use together with the BC, one way to use in a rehabilitation center has been exemplified. The widespread use of the classification associated with an approach already used, either in full or partial format, or under a new structure or pre-established one, can bring benefits for its dissemination, facilitate the training of professionals and allowing the record of gains obtained from functional therapy.

Keywords: International Classification of Functioning, Disability and Health.

(7)

1. APRESENTAÇÃO ... 10

2. INTRODUÇÃO ... 12

3. OBJETIVOS ... 16

3.1. Objetivo Geral ... 16

3.2. Objetivos Específicos ... 16

4. MÉTODOS ... 17

4.1. Artigo 1 – Relacionado ao primeiro objetivo específico: ... 17

4.1.1. Tipo de Estudo ... 17

4.1.2. Período de Estudo ... 17

4.1.3. Seleção de Estudos ... 17

4.1.4. Critérios de Inclusão/ Exclusão ... 18

4.1.5. Fonte de Coleta de Dados ... 18

4.1.6. Experiência Prática ... 18

4.1.7. Análise e Apresentação dos Dados Coletados ... 19

4.2. Artigo 2 – Relacionado ao segundo objetivo específico:... 19

4.2.1. Tipo de Estudo ... 19

4.2.2. Período de Estudo ... 20

4.2.3. Seleção de Estudos ... 20

4.2.4. Critérios de Inclusão/ Exclusão ... 20

4.2.5. Fonte de Coleta de Dados ... 20

4.2.6. Experiência Prática ... 21

4.2.7. Análise e Apresentação dos Dados Coletados ... 21

4.3. Considerações éticas da pesquisa ... 22

5. RESULTADOS ... 23

5.1. Artigo 1 ... 23

5.2. Artigo 2 ... 36

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 67

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 69

8. ANEXOS E APÊNDICES ... 71

8.1. Estudos, relação com os objetivos e revistas para publicação ... 71

(8)
(9)

ESTUDO 1

FIGURA 1 Explanatory chart of ICF components and their interactions (WHO, 2003)………. 26

FIGURA 2 Example of the use of ICF in a patient in rehabilitation (Source: “Associação de Assistência a Criança Deficiente”)……… 33

ESTUDO 2

(10)

ESTUDO 2

QUADRO 1 Lista de objetivos utilizada no departamento de fisioterapia adulto da AACD.………...………..…… 53

QUADRO 2 Lista de objetivos da fisioterapia, com as categorias e códigos da CIF, versão inicial... 54

QUADRO 3 Lista de objetivos da fisioterapia, com as categorias e códigos da CIF, versão final... 56

ANEXOS E APÊNDICES

QUADRO 1 Estudos, relação com os objetivos e revistas para

(11)

AACD Associação de Assistência a Criança Deficiente

AVC Acidente Vascular Cerebral

CB Conceito Bobath

CIF Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e

Saúde

FIM Functional Independence Measure

FSP Faculdade de Saúde Pública

IBITA International Bobath Instructors Training Association

ICF International Classification of Functioning, Disability and Health

OMS Organização Mundial de Saúde

SNC Sistema Nervoso Central

UFTM Universidade Federal do Triângulo Mineiro

USP Universidade de São Paulo

(12)

1.

APRESENTAÇÃO

O interesse em desenvolver este estudo foi decorrente da minha

experiência como fisioterapeuta em um Centro de Reabilitação, onde

trabalho com pacientes adultos que apresentam deficiências físicas.

Desde o início da atuação na assistência a pacientes com deficiências

houve o interesse em buscar modelos de avaliação e tratamento que

considerassem a saúde do indivíduo seguindo uma concepção de saúde

abrangente. Eu acreditava que considerando um contexto que integra

ambiente, questões sociais e psicológicas, era possível enfocar a saúde

respeitando sua natureza multidimensional.

Com a experiência clínica e aprimoramento científico, antes de iniciar

o curso de mestrado, surgiu o interesse em realizar a formação básica no

Conceito Bobath (CB) para avaliação e tratamento de pacientes

neurológicos adultos. A linha de abordagem do conceito aproxima-se da

idéia de saúde que eu defendia, de que o desempenho funcional em

atividades cotidianas é diretamente influenciado pelas características do

contexto (físico e social) em que os indivíduos vivem.

O interesse no aprimoramento profissional, com cursos avançados do

CB, aumentou após vislumbrar a possibilidade de acompanhar o individuo

sob um ponto de vista que considera a influência do ambiente e de

características pessoais na condição de saúde.

Durante esse processo, foi possível conhecer e discutir a

(13)

a importância do seu uso para acompanhar o paciente tratado pelo CB. O

quadro conceitual, a perspectiva de saúde proposta pela Classificação e a

sua semelhança com o Conceito Bobath desencadeou um interesse maior

em discutir essas possíveis semelhanças conceituais entre ambos. Após

ingresso no curso de mestrado, houve a possibilidade de explorar a

ferramenta CIF e vislumbrar possibilidades de uso com a mesma.

Após a realização de estágio internacional acompanhando a utilização

da CIF na prática sobre diferentes modelos, ampliou-se a visão sobre sua

aplicabilidade. Essa experiência permitiu visualizar o uso da classificação em

conjunto com a abordagem Bobath e como consequência, a pesquisa do

mestrado resultou na elaboração de dois artigos.

O primeiro estudo discorre sobre estratégias de uso da CIF

encontradas na literatura e relatos do que foi visualizado no estágio

internacional.

Durante a execução e finalização do primeiro artigo, surgiu a vontade

de explorar a CIF na clínica. Motivada pelos resultados encontrados com a

experiência internacional e vislumbrando a possibilidade de uso no

departamento do centro de reabilitação onde trabalho, o processo foi

discutido junto à equipe e foi dado início ao projeto piloto para implantação

da CIF no departamento de fisioterapia adulto, onde o Conceito Bobath

norteia a intervenção terapêutica.

O segundo artigo trata de uma reflexão sobre o uso da CIF em

conjunto com o CB, e conta com um exemplo prático do processo de

(14)

2. INTRODUÇÃO

Atualmente a CIF tem sido utilizada como um dos quadros conceituais

mais modernos para a descrição da saúde. Desde sua publicação em 2001

(OMS, 2003), a discussão acerca de seus princípios e suas possibilidades

de uso permitiram avanços na compreensão e mensuração da deficiência

segundo o Relatório Mundial sobre a Deficiência (OMS, 2012).

A Classificação propõe uma abordagem baseada num modelo

biopsicossocial que enfatiza os fatores contextuais (ambientais e pessoais)

para a determinação da condição de saúde do individuo (OMS, 2003). Essa

proposta supera o modelo anteriormente utilizado, no qual aspectos

biomédicos (condição de saúde e estrutura corpórea comprometida)

sobrepõem-se às condições ambientais e pessoais (ENGEL, 1977).

Além de sugerir um modelo inovador, a CIF propõe uma linguagem

comum a todos que lidam com saúde ou doença podendo ser explorada

para fins de comparações das condições de saúde frequentes em todo o

mundo (OMS, 2003; RENTSCH et al., 2003; DINIZ et al, 2007). Entretanto,

ao conduzir estudos na clínica, observa-se dificuldade para sua

aplicabilidade. Uma possível justificativa para a dificuldade de uso da CIF na

clínica pode ser explicada pelo fato desta sugerir um sistema de

classificação, e não diretamente avaliação, sendo necessária uma

adaptação para seu uso com o objetivo de avaliar a condição de saúde do

(15)

avaliações baseadas na Classificação Internacional de Funcionalidade,

Incapacidade e Saúde (ESCORPIZO et al, 2010).

É possível encontrar na literatura relatos de seu uso sob diferentes

modelos: forma integral, short forms, core sets ou checklists, com a

justificativa de facilitar o seu uso, bem como a sua divulgação e a sua

implantação.

A maioria dos estudos que utilizaram a Classificação como referência

relaciona-se ao uso de core-sets para acompanhamento de diversas

condições crônicas (CIEZA et al., 2004; GEYH et al., 2004; RAUCH et al.,

2008; NEUBERT et al., 2011). Para a validação internacional, cada condição

de saúde obteve a sua versão de core-set resumida e ampliada para permitir

sua aplicabilidade em diferentes contextos. Os core-sets ampliados são

indicados para uso por equipes multidisciplinares, enquanto que a versão

resumida pode ser utilizada por qualquer profissional de saúde (CIEZA et al.,

2004). Detalhes sobre estas e outras formas de uso da classificação

encontram-se melhor detalhados nos artigos 1 e 2 (resultados).

Estratégias de uso da CIF foram elaboradas e estão publicadas. No

entanto, há resistência dos profissionais para introdução desse sistema de

classificação devido a sua extensão embora seja claro o interesse em

discutir seus princípios e seu modelo conceitual abrangente. Segundo

Andrade et al., a dificuldade com a utilização pode ser justificada pela

carência de treinamentos sobre a CIF para os profissionais dos serviços de

reabilitação (ANDRADE et al., 2011). Entretanto, a dificuldade para a

(16)

percepções culturais, e pode transpor os métodos de treinamento mais

eficazes. Para os estudiosos dessa ferramenta a complexidade de

interpretação e operacionalização de alguns de seus constructos, como o de

capacidade e desempenho, ainda pode representar um entrave para seu uso

na clínica.

Pensando em tornar o uso da CIF viável na prática da fisioterapia,

buscou-se discutir os métodos de uso já descritos na literatura e relacionar o

modelo CIF com um modelo de abordagem terapêutica utilizada em

reabilitação neurológica, o Conceito Bobath (CB).

O Conceito Bobath é uma terapêutica largamente utilizada em

reabilitação neurológica e é definido como um processo de resolução de

problemas para avaliar e tratar indivíduos com distúrbios de funcionalidade

após lesão do Sistema Nervoso Central (RAINE, 2006; IBITA, 2011). O CB

enfatiza dois aspectos interdependentes: a integração do controle postural

na realização da tarefa (atividade funcional) e do controle de movimento

seletivo (ou refinado) para a produção de sequências coordenadas de

movimento (GRAHAM et al., 2009). A abordagem pelo CB objetiva diminuir o

impacto da perda da independência funcional e do afastamento das

atividades ocupacionais e sociais, levando em conta as necessidades e

expectativas dos pacientes (SACKETT, 2000).

O CB é semelhante à CIF no conhecimento da totalidade da

funcionalidade humana em todas as esferas da vida. Para ambos, as

limitações em atividades funcionais são resultado de uma relação entre a

(17)

et al., 2009). Por isso, acredita-se que abordar atividades em situações

cotidianas garante que fatores contextuais sejam considerados, conduzindo

resultados eficazes (GRAHAM et al., 2009).

A proposta de se discutir a congruência entre a Classificação e esta

abordagem de tratamento teve como objetivo facilitar o entendimento da

CIF, ilustrando os aspectos semelhantes entre ambos. Tanto o CB quanto a

CIF seguem a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de se

habilitar o paciente dentro de sua funcionalidade e do ambiente em que vive.

Para isso consideram-se aspectos relativos ao contexto como relevantes

para determinar a condição de saúde do individuo (GRAHAM et al., 2009).

Entretanto, existe pouco relato na literatura sobre o uso de ambos (LENNON

et al., 2000; GRAHAM et al., 2009).

Esta situação e a crescente necessidade de registrar os ganhos

funcionais obtidos pelos pacientes reabilitados pelo Conceito Bobath

sugerem o uso de ambos em conjunto. Acredita-se que a CIF possa servir

como ferramenta para ajudar a mensurar aspectos funcionais importantes

para descrição dos efeitos positivos alcançados com a abordagem Bobath.

A discussão proporcionada por este estudo visa trazer à tona as

possibilidades de uso da CIF e, além disso, sugerir seu uso em conjunto

com um conceito utilizado em reabilitação neurológica, favorecendo

estratégias de divulgação dessa ferramenta na clínica e sob diferentes

(18)

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

 Estudar a aplicação da Classificação Internacional e Funcionalidade,

Incapacidade e Saúde (CIF) e sua relação com o Conceito Bobath.

3.2. Objetivos Específicos

1) Relatar as diferentes formas de uso da CIF na prática clínica

2) Apresentar aspectos de justaposição entre a CIF e o Conceito

Bobath: relacionar seus princípios e propor o uso conjunto dessas

(19)

4. MÉTODOS

4.1. Artigo 1

Relacionado ao primeiro objetivo específico:

4.1.1. Tipo de Estudo

Trata-se de um relato da experiência de uso da CIF, que foi realizado

com base na revisão da literatura sobre o uso da Classificação Internacional

de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde; e no estágio internacional

realizado em instituições internacionais de referência para a CIF que estão

engajadas na divulgação sobre o uso da Classificação na clínica.

4.1.2. Período de Estudo

A coleta de dados foi realizada de Maio a Agosto de 2011.

4.1.3. Seleção de Estudos

Para a realização deste estudo foram selecionados artigos nas

línguas portuguesa, espanhola e inglesa, utilizando como descritores: CIF

(Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde),

funcionalidade, checklist, core sets, avaliação, classificações funcionais,

avaliação neurológica; e seus correlatos nas línguas citadas, utilizando

descritores segundo a padronização do sistema de DeCS (Descritores em

(20)

4.1.4. Critérios de Inclusão/ Exclusão

Foram incluídos os artigos abordando especificamente os temas:

classificação funcional; uso da CIF (diferentes formas de uso do instrumento)

para a classificação e avaliação/ reavaliação; core-sets. Os artigos que

abordassem avaliação neurológica e que não citassem informações sobre a

CIF foram excluídos.

4.1.5. Fonte de Coleta de Dados

As bases de dados que foram utilizados para coleta de artigos foram:

Lilacs, Medline, Cochrane, Scielo, Pedro, Pubmed e Cirrie.

Os artigos foram previamente selecionados pela leitura de seus

resumos, sendo excluídos os que não atendessem aos pré-requisitos para a

inclusão. A leitura e seleção foram feitas por apenas um pesquisador. Após

seleção inicial, todos os estudos foram lidos, havendo nova exclusão se

necessário após análise de conteúdo de todo estudo.

4.1.6. Experiência Prática

Além da revisão bibliográfica, foi realizado um acompanhamento em

estágio em 3 instituições internacionais no período de Junho de 2011. As

instituições visitadas foram o Departamento de Saúde Biopsicossocial do

Instituto de Saúde e Ciências da Reabilitação da

(21)

de Reabilitação Rehaklinik Bellikon (Bellikon, Suíça), o Centro de Pesquisa e

o Centro de Reabilitação de Paraplégicos, conhecido como Swiss Paraplegic

Research e Swiss Paraplegic Centre (Nottwil, Suíça) e o Centro de

Reabilitação Precoce Diakonie (Hamburgo, Alemanha).

O objetivo do estágio foi conhecer pesquisas e acompanhar os

serviços acima descritos, a fim de explorar estratégias de uso da CIF na

prática clínica. Os aprendizados obtidos neste período foram relatados no

artigo, como forma de ilustrar possibilidades de uso da Classificação visando

atingir o objetivo proposto.

4.1.7. Análise e Apresentação dos Dados Coletados

Os dados foram apresentados de forma discursiva, sendo utilizadas

figuras visando ilustrar informações relevantes.

4.2. Artigo 2

Relacionado ao segundo objetivo específico:

4.2.1. Tipo de Estudo

Estudo reflexivo, usando o material da revisão bibliográfica (artigo 1),

material coletado no estágio internacional e material encontrado na literatura

sobre o Conceito Bobath, e estudos que abordassem a relação entre este

conceito e a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e

(22)

4.2.2. Período de Estudo

A coleta de dados foi realizada de Agosto de 2011 a Maio de 2012.

4.2.3. Seleção de Estudos

Foram utilizados os mesmos critérios para seleção de trabalhos

científicos do artigo 1. Acrescentando-se como descritores: Conceito Bobath,

Acidente Vascular Cerebral, Reabilitação, Pessoas com Deficiência,

Fisioterapia e Plasticidade, Avaliação da Deficiência, Tendências, Formação

de Conceito e seus correlatos nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa.

4.2.4. Critérios de Inclusão/ Exclusão

Foram incluídos os artigos abordando especificamente os temas:

Conceito Bobath e avaliação funcional; uso da CIF para na reabilitação para

classificação e avaliação; e core-sets. Os artigos que não citassem

informações sobre a CIF ou Conceito Bobath foram excluídos.

4.2.5. Fonte de Coleta de Dados

Foram utilizadas as mesmas bases de dados do artigo 1: Lilacs,

Medline, Cochrane, Scielo, Pedro, Pubmed e Cirrie. O mesmo processo de

(23)

4.2.6. Experiência Prática

Além da revisão bibliográfica, foi realizado um estudo piloto por 6

meses (de Outubro de 2011 a Março de 2012), no Departamento de

Fisioterapia Adulto do Centro de Reabilitação da Associação de Assistência

à Criança Deficiente.

O objetivo do projeto piloto foi explorar a CIF na prática clínica,

desenvolver e testar uma lista resumida de códigos da Classificação para

exemplificar seu uso em conjunto com a abordagem do Conceito Bobath. A

execução do piloto visou também permitir o desenvolvimento de um projeto

maior (em andamento) contando com a colaboração de demais

departamentos e profissionais do Centro de Reabilitação.

O processo utilizado para a elaboração da lista de objetivos da

fisioterapia com as categorias e códigos da CIF foi relatado no artigo, como

forma de ilustrar o uso da Classificação na rotina de um serviço no qual o CB

norteia a intervenção terapêutica.

4.2.7. Análise e Apresentação dos Dados Coletados

Os dados foram apresentados de forma discursiva, sendo utilizados

quadros para ilustrar informações relevantes e relacionar a CIF com o

Conceito Bobath, com o objetivo de propor o uso da ferramenta na aplicação

(24)

4.3. Considerações éticas da pesquisa

Em se tratando de uma pesquisa de revisão com o objetivo de permitir

uma reflexão não houve necessidade de submissão deste projeto ao Comitê

de Ética da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Este projeto visa fornecer subsídios para produção de um instrumento

útil para a prática clínica, especificamente no tratamento de pacientes

(25)

5. RESULTADOS

5.1. Artigo 1

THE INTERNATIONAL CLASSIFICATION OF FUNCTIONING, DISABILITY

AND HEALTH: PROGRESS AND OPPORTUNITIES

Luana Talita Diniz Ferreira1,2, Shamyr Sulyvan de Castro3, Cassia Maria

Buchalla1

1 Departamento de Epidemiologia - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São

Paulo. São Paulo, SP, Brasil

2 Departamento de Fisioterapia Adulto da Associação de Assistência a Criança Deficiente.

São Paulo, SP, Brasil

3 Departamento de Fisioterapia Aplicada

– Instituto de Ciências da Saúde - Universidade Federal do Triangulo Mineiro. Uberaba, MG, Brasil

ABSTRACT: The International Classification of Functioning, Disability and

Health is a tool used to monitor individuals under a broad perspective which considers not only their health but also the biopsychosocial aspects involved in the health-disease process. It offers a range of categories to describe the aspects of human functioning that interfere with the performance of activities, the environmental aspects that facilitate or hinder the social participation. This paper reports some of the experiments in the use of this classification as a way to foster its use and show the broad range of possibilities offered by this tool. The disclosure of usage strategies will enhance its knowledge and adoption, opening new perspectives for the health care segment.

KEYWORDS: International Classification of Functioning, Disability and

(26)

A CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE: PROGRESSOS E OPORTUNIDADES

RESUMO: A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e

Saúde é uma ferramenta que serve para acompanhar o indivíduo sob uma perspectiva ampla que considera, além de sua condição de saúde, os aspectos biopsicossociais envolvidos no processo saúde-doença. Oferece uma gama de categorias para descrever aspectos envolvidos na funcionalidade humana, que interferem no desempenho das atividades, e os aspectos do ambiente que facilitam ou impedem a participação social. Este texto relata algumas experiências de uso dessa classificação, como forma de estimular seu uso e mostrar o leque de possibilidades que esta ferramenta permite. A divulgação das estratégias de uso deve torná-la mais conhecida e adotada, permitindo novas perspectivas para a área da atenção à saúde.

PALAVRAS-CHAVE: Classificação Internacional de Funcionalidade,

(27)

The World Health Organization (WHO) proposes the use of the

International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF)1 along

with the International Classification of Diseases to describe the health

conditions of individuals in a broader perspective.

The objective of this text is to introduce the classification and

demonstrate ways in which to use it aiming at promoting the ICF and

fostering its adoption and use by health care services.

Aging population, increasing medicalization and disease control make

the available health information insufficient for the planning and assessment

of health policies. People with chronic diseases may live for several years

without monitoring the evolution of their condition, and without adding any

information useful for the health system to propose preventive interventions.

The ICF proposes an approach to the individual’s health, or to the

disabling process, through a biopsychosocial model that incorporates health

components in physical and social levels. This proposal transcends the

biomedical model based on disease etiology, evolving to a three dimensional

model: biological, psychological and social. In this case, each level acts and

suffers the actions of the others, and all of them are influenced by the

environment2. Figure 1 shows the proposed model and the interactions

among its components.

The knowledge, comprehension and application of this new instrument

are essential for a broader understanding of the processes experimented by

(28)

offers a universal language, common to all of those who work with health or

diseases.

Figure 1: Explanatory chart of ICF components and their interactions (WHO, 2003)

Although this classification was approved in 20011, descriptions of its

use were only published around 2004 reporting its clinical application in the

form of abbreviated lists created to facilitate the use of this tool3,4,5,6.

ICF is currently used in several countries. In European countries, such

as Germany and Switzerland, the Classification has also been used to justify

rehabilitation in reimbursement requests made to health insurance

companies. However, the study and use of ICF are fostered not only to

ensure proper compensation to health care services. Based on international

experiences, it is important to describe the epidemiological profile of persons

(29)

specific care. ICF is useful to monitor patient evolution, for the granting of

benefits (such as the "Benefício de Prestação Continuada” [Continuous

Paying Benefits] used by the Brazilian Social Security), for decisions of the

judiciary system and for the formulation and implementation of public

policies.

The use of ICF in Switzerland and Germany, among other places,

demonstrates an improvement in the communication among the team

professionals allows services to be readjusted to meet the needs of the

population and optimizes the health care struture7. In Brazil, its

institutionalized use can facilitate the authorization of ambulatory and hospital

procedures by the Brazilian Public Health System and by the health

insurance companies, as well as help to design social inclusion policies.

Furthermore, the use of the classification must be fostered so that the tool is

completely explored and new applications are discovered.

Several strategies to the use of ICF have been created5,8. One of the

most successful was the core-sets production project led by the research

group of the Biopsychosocial Health Department of the Institute for Health

and Rehabilitation Sciences of the Ludwig-Maximilians-University (Munich,

Germany), with the participation of researchers from several countries,

including Brazil. This project created summarized lists of ICF codes for

specific disease groups. The methodology proposed for these lists involved

several steps3,4 with consultation to literature and specialists, empirical data

collections and a consensus with experts from all over the world for finishing

(30)

The elaboration of a simplified instrument implemented the application

and allowed a broad promotion of the Classification.

The application of the classification in the clinical practice has also

been the object of researches. One example is the approach proposed by the

“ICF Based Patient Education Stroke” (an Educational Program for Stroke

Patients totally based on the ICF)9. In a pedagogical manner, the authors

suggest a program that uses cards containing ICF categories selected from

the core-set model for Stroke (Comprehensive ICF Core Set for Stroke)4. The

patients, divided into groups of up to 4, are encouraged to select cards that

contain the areas that present restrictions to their functioning. Then, they

discuss their own limitations in the group and think about treatment

possibilities or problem resolution strategies. The proposal is simple and can

be carried out in 5 one-hour sessions9. In addition, this model can be used by

people of any educational level if the cards use drawings instead of text.

Another form of application of the ICF, also based on a core-set

related to spinal cord injury (Comprehensive ICF Core Set for Spinal Cord

Injury)10,11, is reported in the study of Rauch et al. (2010)12. The paper

proposes the implementation of 4 steps in the rehabilitation process: 1)

Assessment; 2) Assignment; 3) Intervention; and 4) Reassessment,

illustrated by a case study of a spinal cord injury patient to promote use of the

tool by multidisciplinary teams. After the definition of the compromised areas,

the different professionals of the team classified the patient’s functioning

using the qualifiers proposed by the ICF (digits that indicate, among other

(31)

time of admission and discharge. Tables were elaborated with the patient’s

assessments on two occasions, after 5 and 7 months, which enables

directing the interventions12. Thus, it was possible to follow the patient’s

evolution in a clear, concrete and qualitative way.

Some rehabilitation centers, as the Rehaklinik Bellikon (Switzerland)

and Diakonie (Germany), have elaborated and make use of their assessment

model based on the ICF. Each center uses its own model that directs

intervention with its specific focus. The model of the Bellikon Rehabilitation

Center is based on the classification’s integrative model. In a more flexible

way and without coded items, the assessment considers personal factors,

psychosocial aspects, functional changes and restrictions of activities and

participation. These conditions are contained in a software created to join the

information of each professional on a single chart. The information on this

chart is associated to additional data from specific scales, such as the

Functional Independence Measure (FIM) and the Barthel Index, among

others.

On the other hand, in Diakonie, the ICF is used as a checklist to drive

early intervention programs for children. The assessment, with the

performance of the assessed child in an interactive environment recorded on

video, is carried out by a multidisciplinary team in an interview with the

parents. The checklist includes the subgroups of body functions, body

structures, activities and participation as well as environmental factors which

are qualified by means of a modified qualifier (scale of 1 to 5, meaning: 1 =

(32)

more researches or diagnoses are necessary; 4 = target area of care; 5 = not

applicable). It is interesting to highlight that there is a practical difficulty in

using ICF original qualifiers because they are subjective. However, their use

is possible, as shown by the proposal of Rauch and collaborators (2010)12

and help to monitor the patient’s evolution. The assessment in Diakonie is

finalized after the team has discussed and selected the attention target items

for therapeutic objectives.

The two last centers mentioned seek to discuss the patient approach

by means of a single language, in addition to justifying the costs with the

rehabilitation process to health insurance companies.

One example of assessment directed by the ICF model is illustrated

by a case study of a patient monitored in the Adult Physiotherapy

Department from the Rehabilitation Center of Associação de Assistência à

Criança Deficiente (Association for Assistance of Disabled Children, São

Paulo, Brazil) (Figure 2). The patient M., 27 years, female, victim of traumatic

brain injury, 8 years after lesion, in rehabilitation due to postoperative surgery

for the treatment of heterotopic ossification in the hips, comes to the

rehabilitation center with the personal goal of increasing her gait

independence in domestic and external environments. The model was used

to direct the therapeutic objectives considering the restrictions of activities

and participation, which were both the patient’s and her mother’s main

(33)

It is possible to note the quantity of information related to the patient's

health and conditions enabled by the model. In an integrated way, ICF serves

as a roadmap to define appropriate therapies and specific objectives, allows

monitoring the case evolution and facilitates the team comprehension on how

to deal with the patient.

These examples show that the suitability of the use of the ICF

depends on the objective (assessment/reassessment/classification), the

purpose (explanation of costs, administrative results for purposes of hospital

and ambulatory statistics), the professional(s) using it (doctors,

physiotherapists, nurses, psychologists, nutritionists, speech therapists,

educators and other health professionals) and on the health care focus.

Health care professionals, as well as health care services of the

country, must be familiar with the broad range of possibilities in the

application of this tool. The adoption of the ICF by an increasing number of

services and public policies systems and its incorporation into the curricula of

the health care sector, contemplating the integrative model, will result in more

efficient and effective treatments and a higher quality of life for the patients.

The reading and exploration of the Classification by health

professionals allow the proposal of uses adapted to the needs of each health

care service. The use of checklists and core sets, as well as of specific

models, should be stimulated, but creativity may allow for new and different

(34)

ICF must be recognized as an invaluable universal framework for

classifying the personal health components, instead of a simple classification

system as Tesio’s report (2011)13. Therefore, the professional education

must be driven towards the aspect of a globalized health assessment, aiming

at the analysis of the impact of diseases in the world and promoting more

effective interventions.

ICF has been internationally recognized as a useful tool and its use is

becoming a global trend. Thus, if Brazil wishes to maintain its stature as a

country whose health care system strikes the world for its complexity and

capacity of universality, comprehensiveness and equity, it must incorporate

this classification system into its practices in all levels of health care for the

(35)
(36)

ACKNOWLEDGEMENTS:

To the Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo (São Paulo, Brazil); to the Centro de Reabilitação

Associação de Assistência à Criança Deficiente (São Paulo, Brazil); to the

Department of Biopsychosocial Health of the Institute for Health and

Rehabilitation Sciences of the Ludwig-Maximilians-University (Munich,

Germany); to the Neurological Department of the Rehaklinik Bellikon

(Bellikon, Switzerland); to the Research and Rehabilitation Center Swiss

Paraplegic Research and Swiss Paraplegic Centre (Nottwil, Switzerland);

and to Diakonie – Early Rehabilitation Center (Hamburg, Germany).

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13. Tesio L. From codes to language: is the ICF a classification system or

(38)

5.2. Artigo 2

UMA INTERFACE ENTRE A CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE E O CONCEITO BOBATH

Luana Talita Diniz Ferreira1,2, Cassia Maria Buchalla1

1 Departamento de Epidemiologia - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São

Paulo (FSP USP). São Paulo, SP, Brasil

2Departamento de Fisioterapia Adulto da Associação de Assistência a Criança Deficiente

(AACD). São Paulo, SP, Brasil

Resumo

A International Bobath Instructors Training Association (IBITA) defende o uso

da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) na avaliação e tratamento de adultos com hemiplegia pelo Conceito Bobath (CB). A CIF é uma ferramenta que contextualiza a saúde do indivíduo sob uma perspectiva ampla considerando não só aspectos biomédicos, mas também aspectos biopsicossociais. O CB é uma abordagem de tratamento que sugere o uso de manuseios terapêuticos em atividades funcionais (exemplo: rolar, sentar, andar, correr, pular, subir escadas...) para estimular melhor participação em atividades nas quais os pacientes apresentam restrição no desempenho. O objetivo do Conceito é aumentar a independência do individuo dentro do contexto em que vive. Este conceito é conhecido por apresentar excelentes resultados na prática clínica, mas limitações no registro da evolução apresentada pelos pacientes. Com a publicação da CIF, vislumbrou-se a possibilidade de registrar os resultados observados após a abordagem com o CB, visto que ambos consideram os aspectos funcionais, os ambientais e os de participação. Entretanto, a maioria dos terapeutas que seguem o CB podem não ter clareza sobre como aplicar concretamente os conceitos da Classificação na prática. O objetivo deste trabalho é trazer perspectivas sobre o uso da CIF em pacientes em tratamento pelo CB.

Palavras-chave: Classificação Internacional de Funcionalidade,

(39)

AN INTERFACE BETWEEN THE INTERNATIONAL CLASSIFICATION OF FUNCTIONING, DISABILITY AND HEALTH AND THE BOBATH

CONCEPT

Abstract

The International Bobath Instructors Training Association (IBITA) supports the use of International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) in the evaluation and treatment of adults with hemiplegia by Bobath Concept (BC). The ICF is a tool that contextualizes the individual's health in a wider perspective considering not only biomedical aspects, but also biopsychosocial aspects. The BC is a treatment approach that suggests the use of therapeutic handlings in functional activities (for example: rolling, sitting, walking, running, jumping, climbing stairs…) to encourage greater participation in activities in which patients have restricted performance. The purpose of the Concept is to increase the independence of the individual within the context in which they live. This concept is known to show excellent results in clinical practice, but limitations in recording the progress made by patients. With the publication of the ICF, the possibility was envisioned of recording the results observed after the BC approach, as both methods consider the functional aspects, the environment and participation. However, most therapists, who follow the BC, may not be fully aware of how to apply the practical concepts of the classification in a regular bases. The objective of this work is to bring perspectives on the use of ICF in patients treated by BC.

Key-words: International Classification of Functioning, Disability and Health.

(40)

O lançamento da Classificação Internacional de Funcionalidade,

Incapacidade e Saúde (CIF) pela OMS (Organização Mundial de Saúde) em

2001 trouxe novas possibilidades para a avaliação das consequências das

doenças1. Entre essas, a identificação do perfil das incapacidades e das

limitações funcionais secundárias, o conhecimento dos apoios existentes e

disponíveis para cada paciente, e a discussão/ elaboração de planos de

ações para políticas públicas e de acessibilidade para as pessoas com

deficiência ou algum tipo de incapacidade.

Sabendo-se que a CIF pode ser uma ferramenta útil para viabilizar e

concretizar a Prática Baseada em Evidências2 na área da Fisioterapia, em

2003 a Confederação Mundial de Fisioterapia adotou a proposta de apoio à

implantação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade

e Saúde (CIF) na prática da Fisioterapia3,4, e em 2008 a Associação

Americana de Fisioterapia oficialmente endossou o uso da CIF4,5.

A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

Entre os objetivos da CIF está o de permitir uma linguagem

padronizada para classificar o estado de saúde das pessoas, identificar

necessidades e intervenções mais adequadas para reduzir condições

secundárias e promover a saúde6,7.

O quadro conceitual da CIF (Figura 1) é baseado no modelo

biopsicossocial e permite interação entre seus componentes. A classificação

(41)

parte, que traduz a funcionalidade e a incapacidade, é constituída por

componentes de funções e estruturas do corpo, bem como por uma lista de

atividades e participação. A segunda, relativa aos fatores contextuais, é

composta por fatores ambientais e por fatores pessoais, sendo estes últimos

não codificados na classificação1,2,6,8,9.

Figura 1: Quadro conceitual dos componentes da CIF e suas interações (OMS, 2003)

Cada componente da CIF agrega uma extensa lista de categorias e

itens, representadas por códigos alfanuméricos, que são as unidades de

classificação. Esses códigos, por sua vez, aumentam o poder descritivo da

classificação10, pois permitem traduzir os aspectos da funcionalidade

humana e também do que está em torno do individuo, seus suportes,

facilitadores e barreiras.

Um dos objetivos da CIF é oferecer uma linguagem comum na área

da saúde relacionada a funcionalidade, deficiência e incapacidade

permitindo a comparabilidade dos dados10. A CIF é uma ferramenta útil para

definição das competências da Fisioterapia11 e pode ser aplicada para Condição de Saúde

(Desordem ou Doença)

Funções e Estruturas do

Corpo Atividades Participação

(42)

estabelecer indicação de reabilitação, para fins de avaliação de diagnóstico

funcional, para o planejamento das intervenções terapêuticas e para a

avaliação de seus resultados6.

A criação de um modelo biopsicossocial foi discutida previamente à

publicação da Classificação e da sua versão anterior, conhecida como

Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Limitações

(ICIDH), por Engel em 197712. Em seu estudo, Engel já citava a importância

de uma abordagem baseada num modelo integrativo diferente da

preconizada pelo modelo biomédico. A implantação deste modelo na clínica

poderia melhorar o planejamento de cuidados na saúde e contribuir para

uma abordagem mais sistemática e específica pelos profissionais da

equipe12 segundo relato do autor.

Embora a CIF seja considerada um quadro conceitual útil para a

prática da Fisioterapia baseada em evidências2 ainda há pouca

comprovação científica de que a classificação tenha sido integrada na

prática deste profissional4. Essa dificuldade tem sido evidenciada em outras

áreas da saúde como reflexo da complexidade e abrangência dessa

ferramenta10.

A utilização de uma avaliação baseada na Classificação Internacional

de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde foi defendida por Escorpizo et al

(2010) com a justificativa de facilitar seu uso e direcionar maior atenção aos

domínios de atividade e participação, assim como aos fatores pessoais e

(43)

dados sobre tipos e níveis de funcionalidade de modo consistente, com a

possibilidade de comparação internacional8.

Na classificação, a deficiência e a incapacidade passam a ser

determinadas também pelo contexto, que inclui as condições do meio

ambiente e diferentes percepções culturais13. Ao considerar aspectos

contextuais interferindo na condição de saúde, o modelo biopsicossocial

defendido pela CIF se aproxima da abordagem terapêutica do Conceito

Bobath (CB).

O Conceito Bobath

O Conceito Bobath (CB) pode ser definido como um processo de

resolução de problemas para avaliar e tratar indivíduos com distúrbios da

função e do movimento, secundários à lesão do Sistema Nervoso

Central14,15,16. O Conceito Bobath não é uma técnica, nem um método, é um

conceito que se baseia na capacidade do cérebro de reorganizar-se após

lesão (neuroplasticidade), ou seja, as áreas não comprometidas podem

compensar as funções que eram realizadas pelas regiões danificadas17,18. O

CB tem sido usado desde a metade do século passado para abordar vários

tipos de lesões, no entanto, sua aplicação atingiu melhores resultados na

reabilitação de doentes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC)19.

Os efeitos do AVC com frequência levam a um comprometimento

funcional, com alteração das condições musculoesqueléticas e limitação

(44)

objetiva diminuir o impacto da perda da independência funcional e do

afastamento das atividades ocupacionais e sociais.

Este conceito utilizado na reabilitação neurológica teve origem na

década de 1950 e se mantêm em evolução desde então14,18. Seu nome se

deve a seus fundadores: a fisioterapeuta Berta Bobath e seu esposo, o

médico Karel Bobath22. Berta e Karel estudaram o desenvolvimento normal

do ser humano e os efeitos que as lesões do Sistema Nervoso Central

(SNC) produziam, buscando soluções para ajudar pacientes com essas

condições18.

Em 1984 foi formada a IBITA (International Bobath Instructors Training

Association), Associação Internacional dos Instrutores do Conceito Bobath,

voltada para a interação e a educação continuada no mundo, o que garantiu

a continuidade de sua aplicação18. Dra. Köng e Mary Quinton

desenvolveram o tratamento de bebês e Patrícia Davies se dedicou ao

tratamento de pacientes hemiplégicos e com traumatismo crânio

encefálico23,24. Hoje, a IBITA é composta por instrutores fisioterapeutas e

terapeutas ocupacionais em todo o mundo.

O CB baseia-se em conhecimentos do aprendizado e controle motor,

plasticidade muscular, biomecânica do movimento humano, neurofisiologia;

e leva em conta as necessidades e expectativas dos pacientes25.

Acredita-se que abordar atividades funcionais em situações cotidianas garante que

fatores ambientais e pessoais sejam levados em consideração e conduzam

(45)

O tratamento por meio do CB leva em conta o conhecimento do

movimento normal, para facilitar a identificação do padrão patológico. É

sugerido um tratamento com um objetivo funcional específico, que deve

considerar aspectos de fatores contextuais (ambientais e pessoais). Por

exemplo, se o paciente desejar treinar a atividade de beber um copo de

água, o terapeuta deve considerar os aspectos envolvidos na função:

postura que o paciente está ao tomar o copo de água, tipo de copo que está

segurando, velocidade com a qual o objeto chega à boca, motivação para

realizar essa tarefa. Depois de identificadas as alterações nos padrões de

movimento busca-se a restauração destes para o mais próximo do existente

previamente à patologia. A abordagem é baseada não só na patologia, mas

nos sintomas e nas principais queixas apresentadas pelo paciente.

Segundo o Conceito, essa abordagem assegura que diversos

sistemas (musculoesquelético, perceptual, sensorial, cognitivo, balance,

emocional, neuromuscular e cardiorrespiratório) sejam estimulados

concomitantemente, num ambiente real ou mais próximo do real, no

dia-a-dia do paciente.

Em que pese os avanços adicionados ao Conceito Bobath nos últimos

anos, pouca informação tem sido publicada sobre sua teoria, evolução e sua

aplicação18,19.

A Classificação Internacional de Funcionalidade Incapacidade e Saúde

(46)

Ao assistir o indivíduo, os terapeutas que seguem o CB focam os

componentes de movimento para realizar a atividade, de maneira a atingir

suas metas. A avaliação e a reavaliação acontecem durante o tratamento,

para dar condições ao profissional de ajustar os objetivos.

Há poucos trabalhos publicados na literatura sobre o CB, poucos

estudos sobre o impacto da CIF na Fisioterapia2 e um número menor sobre

o uso de ambos. Isso decorre do fato de a CIF ser uma classificação

complexa, pouco conhecida pelos profissionais de saúde; ou conhecida de

forma superficial. Entretanto, sugere-se que a implantação desta ferramenta

por equipes interdisciplinares melhora a qualidade do processo de

reabilitação e contribui para uma abordagem mais sistemática e específica

pelos profissionais da equipe6,26.

Tendo em vista que o Conceito Bobath considera aspectos funcionais,

ambientais e de participação para avaliação e tratamento de pacientes

neurológicos, e a Classificação Internacional de Funcionalidade,

Incapacidade e Saúde (CIF) considera essas condições como importantes

para seu modelo, surgiu o interesse em traçar um paralelo entre o conceito e

a classificação. Com o estudo da CIF observou-se uma possibilidade de

direcionar ainda mais os objetivos terapêuticos pela abordagem do CB.

Acredita-se que há inúmeras razões que expliquem a semelhança

entre o Conceito e a Classificação. Ambos reconhecem a interação entre a

funcionalidade e a deficiência. Ao tratar um paciente seguindo princípios do

CB, o terapeuta levará em conta as restrições de atividade e participação

(47)

negativamente no desempenho da atividade. Na CIF encontram-se listadas

as atividades e fatores ambientais que podem ser considerados como

barreiras ou facilitadores durante a realização da tarefa. Ambos consideram

o indivíduo num contexto amplo, integrativo, no qual fatores contextuais

interagem com aspectos biomédicos, psicológicos e sociais.

A CIF e o CB são congruentes, reconhecendo a funcionalidade

humana em todos os aspectos da vida e levando em conta a natureza

individual das limitações de cada pessoa18. As limitações no desempenho

das atividades são consideradas como resultado de uma complexa relação

entre indivíduos com condições de saúde, fatores pessoais e fatores

externos relacionados com o ambiente em que vivem18.

O modelo da CIF proporcionou uma mudança no foco das

intervenções clínicas. Sua abrangência direciona a abordagem na saúde

visando capacitar o indivíduo a superar as restrições de atividade e as

limitações de participação6, assim como no Conceito Bobath.

Embora os cursos sobre o CB tenham estimulado o uso da CIF e seu

modelo, existem ainda dificuldades na aplicação prática dos seus códigos.

Discutir a congruência entre ambos pode permitir que a Classificação seja

considerada para fins de registrar os ganhos funcionais apresentados pelos

pacientes tratados pelo Conceito.

O uso desta ferramenta para classificar condições resultantes de

desordens neurológicas, em conjunto com o CB, pode servir para a

elaboração de intervenções visando a melhor qualidade de vida e

(48)

para delineamento de políticas públicas e para planejamento de custos dos

serviços de saúde.

Quando ações de saúde são implantadas com novos modelos de

avaliação e intervenção (a exemplo a CIF e o Conceito Bobath) que

considerem o contexto social e o meio ambiente no qual se vive, as

estratégias de promoção e prevenção à saúde podem reduzir a morbidade

pelas enfermidades crônicas.

Apontar as semelhanças entre a Classificação e o Conceito pode

facilitar a integração da primeira na prática diária dos terapeutas Bobath.

Nesse estudo consta um relato da introdução do uso da CIF dentro do

departamento de fisioterapia de adultos em um centro de reabilitação onde o

Conceito Bobath norteia a intervenção fisioterapêutica. O objetivo deste

trabalho é trazer perspectivas sobre o uso da CIF em pacientes tratados pelo

Conceito.

Propostas de Usos da CIF na Prática Clínica

A CIF tem sido utilizada em diferentes configurações27,28,29. Uma das

estratégias de uso da CIF foi o projeto de produção dos core-sets liderado

pelo grupo de pesquisa da Ludwig-Maximilians-University (Munique,

Alemanha)10,29. O grupo acredita que para a Classificação ser utilizada na

prática clínica, ferramentas intermediárias devem ser elaboradas4. Este

projeto consiste na criação de listas resumidas de códigos da CIF para

(49)

para algumas condições neurológicas28, condições respiratórias,

cardiovasculares30,31, câncer, saúde mental, condições

musculoesqueléticas10,32,33, perda auditiva, amputações, distúrbios de

sono34, voltado para reabilitação vocacional35 e modelos genéricos36. Para a

criação dessas listas, foi proposta uma metodologia com várias etapas34 que

envolvem consulta à literatura da área, a especialistas, coletas empíricas e

um consenso com experts de todo o mundo para a finalização do core set10.

Acredita-se que o uso dos core sets abrangentes servem para guiar a

avaliação multiprofissional em pacientes com uma determinada condição de

saúde, mas que, segundo Riberto (2011), devem ser entendidas como

propostas em construção, que definem o que avaliar e não como avaliar10.

No Brasil há relato do uso do core set da CIF em Lombalgia com 29

pacientes em um centro de reabilitação33. Entretanto, não há relato na

literatura sobre o uso do core set para AVC em população brasileira.

Acredita-se que os core sets, embora validados para uso internacional, não

são contextualizados para o Brasil, onde a reabilitação na fase subaguda

ocorre raramente sob regime de internação10 e o tempo prolongado de

chegada do paciente pós AVC aos serviços de reabilitação pode interferir na

coleta e registro do dados.

Um estudo comparando indivíduos hemiparéticos com e sem histórico

de quedas21 menciona os constructos da CIF sem deixar claro, no entanto,

como esta foi usada no trabalho (quadro conceitual, checklist,core-set).

Sampaio et al. (2005) relatam 3 casos de pacientes com lombalgia

(50)

propostas pela CIF27. Os exemplos são ilustrados por meio de tabelas, que

facilitam a compreensão de como o instrumento foi utilizado. O mesmo

acontece na descrição funcional de idoso antes da sua institucionalização,

após admissão em instituição de longa permanência para idosos e sua

condição de saúde pós-queda37.

Há relato do uso da Classificação em crianças com Paralisia

Cerebral38. Os autores descrevem, usando as categorias listadas na CIF, a

frequência com que crianças com deficiência participam de atividades

funcionais. A utilização da CIF proporcionou uma descrição objetiva quanto à

dimensão da limitação e capacidades funcionais das crianças

acompanhadas. Por meio desse relato é possível visualizar de forma mais

concreta o uso da classificação na prática38.

Internacionalmente, estudos de caso têm sido relatados na literatura.

Penney et al. (2007) descrevem a evolução de um paciente com diagnóstico

de AVC baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade2. Esses

autores defendem a atuação clínica baseada em evidências e indicam a CIF

como um instrumento útil para analisar resultados do processo de

reabilitação, assim como para analisar as mudanças ao longo desse

processo.

Rauch et al. (2008) demonstram o uso da CIF como base para o

desenvolvimento de uma ferramenta para uso na clínica28. Em 2010, Rauch

et al. publicaram um estudo de caso no qual propõem a realização de 4

etapas durante reabilitação: 1) Avaliação; 2) Atribuição; 3) Intervenção; e 4)

(51)

medular, e o objetivo era estimular o uso da CIF para as equipes

interdisciplinares. O processo se inicia com a definição das áreas

comprometidas, pelos diferentes profissionais da equipe, que classificaram

a funcionalidade do paciente por meio dos qualificadores propostos pela CIF

(dígitos indicando, entre outros aspectos, a gravidade da condição). Esse

mesmo processo de avaliação é repetido no momento de alta, e os

resultados são ilustrados por meio de tabelas na qual as informações obtidas

pela aplicação da CIF foram agregadas. Foi possível acompanhar a

evolução do paciente de forma clara, concreta e qualitativa39.

Rentsch et al. (2003) descreveram a implementação do uso da CIF na

rotina da neuroreabilitação em um hospital na Suíça6. Este serviço atende,

em sua maioria, pacientes internos com diagnóstico de Acidente Vascular

Cerebral e Traumatismo Crânio Encefálico. Neste hospital, a CIF foi

simplificada, tendo sido selecionados códigos dos domínios de funções e

estruturas corpóreas, atividades e participação, e fatores contextuais,

abrangendo os aspectos mais importantes relativos aos pacientes tratados

nesta unidade. Optou-se por utilizar a Classificação como recurso para

avaliação de pacientes, comunicação interdisciplinar e estruturação de

relatórios. Segundo os autores, houve boa aceitação dos profissionais de

saúde, melhorias na comunicação e documentação, e a CIF provou ser útil

para comunicação interdisciplinar e para o planejamento dos procedimentos

Imagem

Figure 1: Explanatory chart of ICF components and their interactions (WHO, 2003)
Figure 2:  Example of the use of ICF in a patient in rehabilitation (Source: “ Associação de  Assistência a Criança Deficiente”)
Figura 1: Quadro conceitual dos componentes da CIF e suas interações (OMS, 2003)

Referências

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