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MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA PUC SÃO PAULO 2006

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(1)

I

ISABELA FREIXO CÔRTES

ESTUDO DAS QUEIXAS AUDITIVAS, EXTRA AUDITIVAS E ACHADOS

AUDIOMÉTRICOS NOS PROFESSORES DE UMA ACADEMIA DE GINÁSTICA.

MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA

PUC SÃO PAULO

(2)

II

ISABELA FREIXO CÔRTES

ESTUDO DAS QUEIXAS AUDITIVAS, EXTRA AUDITIVAS E ACHADOS

AUDIOMÉTRICOS NOS PROFESSORES DE UMA ACADEMIA DE GINÁSTICA.

(3)

I

FICHA CATALOGRÁFICA

Cortes, Isabela Freixo

Estudo das queixas auditivas, extra-auditivas e achados audiométricos

nos professores de uma academia de ginástica / Isabela Freixo Côrtes. -- São Paulo, 2006.

xvif.76.

Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia.

Título em inglês: Auditory, extra-auditory complaints and audiometric findings in physical education teachers of a gymnastic academy.

(4)

iii

Presidente da Banca Examinadora

Profª Drª. ___________________________________________________

BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Profº. Drº.

______________________________________ Profª. Drª.

______________________________________ Profª. Drª.

(5)

iii

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação por processos de fotocopiadoras ou eletrônicos.

Assinatura:______________________Local e

(6)

iv

A música é uma das expressões mais nobres das artes e

comunicação humana. A música deve ser agradável aos

ouvidos e fazer bem ao corpo e a alma. É a sonora

(7)

v

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, pelo exemplo de vida e por

sempre me incentivarem a prosseguir, meu

(8)

vi

AGRADECIMENTOS

À Professora Dra. Iêda Chaves Pacheco Russo, pela paciência, disponibilidade e preciosa orientação deste trabalho.

À Professora Dra. Ana Claudia Fiorini, por contribuir com os seus conhecimentos, vivências e sabedoria.

À Professora Dra. Teresa Maria Mohmenson dos Santos, por sua pronta colaboração nas etapas deste trabalho e no exame de qualificação.

Ao Professor Dr. Osmar Mesquita Neto pelas valiosas sugestões, no exame de qualificação.

A Professora Dra. Dóris Ruthi Lewis pelo incentivo carinhoso desde o meu ingresso no mestrado.

Ao Prof° Dr.Tarcísio Rivellopelo incentivo ao meu ingresso no mestrado.

Ao meu namorado Bruno por compreender minhas ansiedades e, principalmente pela paciência, carinho e apoio.

(9)

vii

À amiga Claudia Lapertosa e Karen F. Costa pelos momentos que convivemos e pela troca de emoções, por simplesmente estarmos juntas nesta etapa da vida.

Às amigas Nicole e Érica pela preciosa amizade e por sempre estarem ao meu lado, incentivando-me a prosseguir.

À minha prima Lívia, pelo incentivo e pela disponibilidade de ajuda.

À fonoaudióloga Aline Souza por compreender minhas ausências.

À Tia Inez pelo apoio e, principalmente pela imprescindível orientação na revisão do texto.

Ao meu irmão Rafael pela disponibilidade em emprestar-me o seu computador.

Aos Professores da academia de ginástica pela pronta disponibilidade;

A todos os funcionários da PUC-SP, em especial à Marli.

À CAPES pela bolsa concedida para a realização deste curso de mestrado.

(10)

viii

RESUMO

Cortes IF. Estudo das queixas auditivas, extra auditivas e achados audiométricos nos professores de uma academia de ginástica. [Dissertação]

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2006.

Os objetivos desta pesquisa foram estudar as queixas auditivas e extra-auditivas em professores de uma academia de ginástica expostos à música eletronicamente amplificada, descrever os achados audiométricos e investigar a influência das variáveis, tempo de profissão, carga horária de trabalho e presença de entalhe audiométrico. Método: Foram avaliados 32 professores, com idade entre 21 à 35 anos, tendo no mínimo um ano de atuação e exposição diária mínima de quatro horas à música eletronicamente amplificada. Além da anamnese clínica e ocupacional, foram analisados os limiares tonais por via aérea dos professores quanto à presença de entalhe audiométrico.Resultados: Verificamos uma elevada porcentagem de professores (87,50%) com exposições extra-ocupacionais. As queixas mais freqüentes foram: tontura (12,5%); irritabilidade e nervosismo (28,1%); insônia (31,3%); dor de cabeça (37,5%); zumbido (28,10%); plenitude auricular (18,80%) e dificuldade de escutar, às vezes (43,8%). Em relação aos achados audiométricos, 90,62% dos professores não apresentaram perdas auditivas, contra 9,37% que apresentaram alteração, 3,12% por perda neurossensorial bilateral e 6,25% queda nas freqüências de 3kHz ou 4kHz. A freqüência mais acometida pelo entalhe audiométrico foi a de 6kHz, sendo que 50,00% o apresentaram em, pelo menos, uma orelha. Conclusão: Não houve diferença estatisticamente significante comparando o tempo de profissão e as horas trabalhadas com os resultados do entalhe audiométrico e nem comparando o entalhe com as queixas dos professores. Orientar os professores de academias de ginástica a respeito dos riscos que a música eletronicamente amplificada pode oferecer ao sistema auditivo e à saúde é primordial.

(11)

ix

ABSTRACT

Cortes IF. : Auditory, extra-auditory complaints and audiometric findings in physical education teachers of a gymnastic academy.

Objective: The aim of this research was to study auditory and extra-auditory complaints of physical education teachers exposed to electronically amplified music, to describe the audiometric findings and to investigate the influence of the variables, time in the profession, work-journey and the presence of audiometric notch. Method: A number of 32 teachers were evaluated, aged from 21 to 35 years old, with at least one year of working and daily exposition of four hours to electronically amplified music. Besides occupational and clinical anamnesis pure tone thresholds were analyzed according to the presence of audiometric notch. Results: Most of the teachers (87,5%) have had extra-occupational exposure. The most frequent complaints were dizziness (12,5%); irritability and nervousness (28,1%); insomnia (31,3%); headache (37,5%); tinnitus (28,10%); aural fullness (18,8%); and difficulty to hear, sometimes (43,8%). Concerning to the audiometric findings, 90,62% of the teachers did not have hearing losses, against 9,37% who did. Bilateral neurossensorial loss was present in 3,12%; increased audiometric thresholds 3kHz and 4kHz in 6,25%. The frequency of 6 kHz was the most reached by the audiometric notch, and half of the teachers had it in at least one hear. Conclusion: There was no statistic significant difference comparing audiometric incision with teachers complains or with time of profession and wok journey. Making physical education teachers aware the risks of electronic amplified music can offer to the hearing system and health in general, is fundamental.

(12)

x

SUMÁRIO

EPÍGRAFE... iv

DEDICATÓRIA... v

AGRADECIMENTOS... vi

RESUMO... viii

ABSTRACT... ix

LISTAS DE TABELAS... xii

LISTAS DE QUADROS... xiv

LISTAS DE FIGURAS... xv

LISTAS DE ABREVIATURAS... xvi

1 INTRODUÇÃO... 1

1.1 Objetivos ... 7

2 CONSIDERAÇÕES GERAIS... 8

2.1 Quando o som se torna perigoso... 9

2.2 Os efeitos da música no organismo... 12

3 REVISÃO DE LITERATURA... 14

3.1 Perda Auditiva Induzida por Ruído... 15

3.2 Estudos sobre a exposição à música eletronicamente amplificada... 17

4 MÉTODO... 23

4.1 O universo para escolha da casuística... 24

4.2 Caracterização da casuística... 25

4.3 Procedimentos... 26

4.4 Critérios para a análise dos resultados... 28

5 RESULTADOS... 29

5.1 Queixas auditivas e extra auditivas dos professores de academia de ginástica... 30 5.2 Achados audiométricos dos professores da academia de ginástica... 35

5.3 O entalhe audiométrico e as queixas dos professores da academia de ginástica... 42

(13)

xi

6.2 Discussão dos achados audiométricos dos professores da academia de

ginástica e por fim... 51

6.3 Discussão sobre o entalhe audiométrico e as queixas dos professores da academia de ginástica... 53

7 CONCLUSÕES... 56

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 58

9 FONTES CONSULTADAS... 63

(14)

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Distribuição do número e percentagem dos sujeitos em função do sexo e da faixa etária... 26 Tabela 2. Distribuição do número e porcentagem dos professores de

ginástica, de acordo com o tempo de profissão na academia... 30 Tabela 3. Distribuição do número e porcentagem dos professores de ginástica segundo a carga horária de trabalho...

30

Tabela 4. Análise descritiva completa para o tempo de profissão e o número de horas de trabalho por dia...

31

Tabela 5. Distribuição dos dados pessoais, de saúde, e queixas extra-auditivas dos professores de academias de ginástica...

31

Tabela 6. Respostas dos sujeitos às questões: dificuldade para escutar, presença de zumbido e plenitude auricular...

33

Tabela 7. Respostas dos sujeitos às questões: dificuldade para escutar, presença de zumbido e plenitude auricular...

34

Tabela 8. Comparação da média das orelhas direita e esquerda para limiares tonais...

37

Tabela 9. Comparação das orelhas para o Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) dos professores de academia de ginástica...

38

Tabela 10. Análise descritiva completa do LRF... 39 Tabela 11. Distribuição da prevalência do entalhe audiométrico nos professores da academia de ginástica...

40

Tabela 12. Distribuição do entalhe audiométrico por orelha dos professores da academia de ginástica (n=16)...

40

Tabela 13. Número da porcentagem das freqüências audiométricas do entalhe, por orelha...

41

Tabela 14. Tempo de profissão, horas trabalhadas e resultados do entalhe audiométrico...

41

(15)

xiii

Tabela 18. Associação entre fumantes e o resultado de entalhe... 43

Tabela 19. Associação entre ototóxico e o resultado de entalhe... 43

Tabela 20. Associação entre bebida e o resultado de entalhe... 43

Tabela 21. Associação entre dificuldade de escutar e o resultado de entalhe... 44

Tabela 22. Associação entre zumbido e o resultado de entalhe... 44

Tabela 23. Associação entre plenitude auricular e o resultado de entalhe... 44

Tabela 24. Associação entre sons intensos e o resultado de entalhe... 44

Tabela 25. Associação entre irritabilidade e o resultado de entalhe... 45

Tabela 26. Associação entre insônia e o resultado de entalhe... 45

Tabela 27. Associação entre dor de cabeça e o resultado de entalhe... 45

(16)

xiv

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Limites de tolerância a ruídos, adaptados da NR-15... 10

Quadro 2. Limite de exposição ocupacional ao ruído conforme as Normas Nacionais de diversos países... 11

Quadro 3. Análise dos dados e queixas apresentados pelos professores de academia de ginástica... 33

Quadro 4. Comparação das orelhas direita e esquerda para as audiometrias de Via Aérea (VA) dos professores de academia de ginástica...

36

Quadro 5. Análise descritiva completa dos limiares tonais para ambas as

(17)

xv

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Análise dos dados e queixas apresentados pelas respostas dos

professores de academia de ginástica... 34

Figura 2. Análise das queixas apresentados pelas respostas dos

professores... 35

Figura 3. Gráfico comparativo para os limiares tonais dos professores de

academia de ginástica... 37

Figura 4. Média, Limite Inferior e Limite Superior dos Limiares Audiométricos (em dBNA) de .25kHz a 8kHz, da orelha direita e da orelha esquerda dos professores de academia de ginástica...

(18)

xvi

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT = Associação Brasileira de Normas Técnicas

ATL = alteração temporária do limiar

dB = decibel/ decibels

dB(A) = decibel escala de compensação A

dBNA = decibel nível de audição

Hz = Hertz

kHz = kilohertz

Leq = nível médio equivalente

Lmax= Nível Máximo

Lmin= Nível Mínimo

LOP= nível médio no local ocupado.

Lpeak (max)= Pico máximo

LRF= Limiar de reconhecimento da fala

N = Número

NPS = Nível de pressão sonora

NR 15 = Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho

OD = orelha direita

OE = orelha esquerda

PAIR = perda auditiva induzida por ruído

(19)

xvii

(20)

1

(21)

2

Atualmente, já é fato conhecido que as pessoas procuram as academias em

busca da forma física e do bem-estar. O homem está cada vez mais tomando

consciência do seu corpo e de que este pode ser fonte de prazer e instrumento de

amor. Esta conscientização além de benefícios trouxe, também, males. O homem é

um todo indivisível, não podendo ser encarado só como um cérebro, nem tampouco

como um corpo dividido em partes.

A prática do exercício físico vem do homem pré-histórico, cuja atividade física

tinha papel relevante para a sua sobrevivência, principalmente na necessidade vital

de atacar e defender-se. Na Antigüidade, principalmente na Grécia, os exercícios

físicos surgiram com a proposta de idealizar a beleza humana, a qual pode ser

observada nas obras de arte espalhadas pelos museus em todo o mundo. Na Idade

Média, os exercícios físicos foram a base para a preparação militar dos soldados.

Nesta época, entre os nobres, os exercícios eram valorizados com o objetivo de

enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto. Foi na Idade Moderna que surgiu um

grande movimento de sistematização da ginástica, a qual, passou a ter outras

importantes funções, não apenas relacionadas ao culto à beleza ou à melhora do

desempenho físico. A partir desse momento, a ginástica também funcionou como

um instrumento para melhorar a qualidade de vida através de sua capacidade de

prevenir e combater os sintomas de algumas doenças (Souza, 1997).

A cada dia, novas academias e clínicas são abertas, oferecendo modernas

aulas de ginástica, técnicas de tratamento, condicionamento e conhecimento

corporal. Soma-se a esse aspecto o fato de que hoje é comum pessoas associarem

o exercício físico a uma alimentação adequada, diminuição de gordura corporal,

incremento de massa muscular, melhora da auto-estima, diminuição do estresse, da

(22)

3

saudável. A procura por academias tornou-se tão avassaladora que, muitàs vezes,

os donos e profissionais das áreas, não têm tempo de pensar na funcionalidade do

seu próprio corpo, ou melhor, no seu instrumento de trabalho, já que eles precisam

de todos os seus órgãos íntegros para junto à mente saudável conseguirem

trabalhar.

A música dentro das salas das academias é indispensável, pois colabora de

forma a tornar agradável o ambiente, bem como a criar uma atmosfera que, no

campo subjetivo, seja eficaz no sentido de conforto e bem estar. Os professores

aprendem que quanto mais intensa estiver a música maior o estímulo à atividade

física. No entanto, muitàs vezes o fato de que o som excessivamente amplificado é

prejudicial à saúde é negligenciado na busca por um maior estímulo ao desempenho

dos alunos (Fusco e Marcondes, 1989).

Ao abordarmos o tema música e ruído, é necessário buscar a definição dos

dois termos no dicionário Aurélio Buarque de Holanda: Música é arte e ciência de

combinar os sons de modo agradável ao ouvido . Por outro lado, ruído é qualquer

estrondo, barulho, estrépito, fragor; rumor, som confuso, contínuo e prolongado .

Som e ruído não são sinônimos; um ruído é apenas um tipo de som, mas um som

não é necessariamente um ruído.

Para Costa e Kitamura (1995), ruído é todo som inútil e indesejável,

englobando neste conceito um aspecto subjetivo de indesejabilidade, por ser o som

assim definido como desagradável ou por ser prejudicial aos diversos aspectos da

atividade humana ou mesmo à saúde . Basicamente, a classificação do ruído é

subjetiva e sua distinção se refere ao fato de ser ou não desejável.

(23)

4

em um nível sonoro demasiadamente elevado. Para um professor de ginástica, isto

pode ser sinônimo de prazer e de maior rendimento físico, enquanto que para

outros, incluindo os próprios alunos, o estímulo sonoro pode ser interpretado como

ruído.

É interessante observar a reação das pessoas frente a certas situações.

Muitàs vezes, o que proporciona sensações agradáveis para umas, pode ser motivo

de incômodo para outras. Em minha própria experiência, ao participar das aulas de

ginástica aeróbica, constatei aparecimento de dores de cabeça, dificuldade de

concentração e sensação de ouvido tampado. Freqüentemente, percebia que, os

níveis sonoros das músicas selecionadas excediam os limites do meu conforto

acústico.

A ocorrência da perda auditiva está relacionada a alguns fatores ligados às

características individuais da pessoa exposta ao ruído, ao meio ambiente e ao

próprio agente agressivo (som). Astete e Kitamura (1980) explicaram que, dentre as

características importantes do agente para o aparecimento de doença auditiva,

destacam-se: a intensidade, relacionado com o nível de pressão sonora; o tipo de

ruído, definido como contínuo, intermitente ou de impacto; a duração, relacionada ao

tempo de exposição a cada tipo de agente; e a qualidade, que diz respeito à

freqüência dos sons que compõem os ruídos em determinada análise.

Russo (1997) reforçou o que está na legislação brasileira: os níveis sonoros

que excedem a 85 dB (A), sejam eles gerados por fones de ouvido, ambiente de

trabalho ruidoso, brinquedos sonoros, atividades domésticas e recreacionais, podem

acarretar danos à saúde e, principalmente, à audição do indivíduo.

De acordo com o boletim número 1 do Comitê Nacional de Ruído e

(24)

5

uma deterioração auditiva, lentamente progressiva, com característica

neuro-sensoriais, não muito profunda, quase sempre similar bilateralmente e irreversível.

Segundo Seligman (1997), as perdas neuro-sensoriais abrem a possibilidade

do surgimento de outros sintomas auditivos, que poderão acompanhar o quadro.

Como exemplos desses sintomas estão: zumbidos, dificuldades no entendimento da

fala, algicusia, sensação de plenitude dentro do ouvido e sensação de audição

abafada.

Outro fator relevante são os efeitos extra-auditivos que os indivíduos expostos

a níveis de pressão sonora elevado podem apresentar. Feldman e Grimes (1985)

afirmaram que alterações no organismo como um todo já foram observadas, como

por exemplo: ações sobre o aparelho circulatório, digestivo, muscular, sobre o

metabolismo, sistema nervoso, interferência com o sono, diminuição do rendimento

no trabalho, distúrbios de equilíbrio, problemas psicológicos, dores de cabeça,

mudanças repentinas de humor e ansiedade.

Segundo Russo (1997), quando o indivíduo é submetido a valores críticos de

ruído, ele é afetado adversamente, em seu bem estar físico e mental. Os efeitos são

melhor conhecidos e quantificados quando se trata de avaliar o dano causado

apenas ao aparelho auditivo. Entretanto, existem também importantes aspectos

extra-auditivos que merecem uma avaliação mais apurada, a ponto de alguns

considerarem a surdez como um mal menor frente a outras alterações físicas e

psíquicas causadas pelo ruído (Costa, 1994).

É importante lembrar que os professores não estão expostos apenas aos

ruídos ocupacionais, mas também a exposições a elevados níveis de ruído em

(25)

6

discotecas e bares com músicas eletronicamente amplificadas, ao ruído do trânsito,

entre outros.

Segundo Fiorini (1997), a poluição sonora é a terceira maior causa de

poluição no mundo, ficando atrás apenas do ar e da água. Cabe ressaltar que este

ruído é proveniente do trânsito, atividades laborativas e de lazer. A poluição sonora

alta preponderância propõe que a exposição não ocupacional a ruído faz parte da

vida dos seres humanos, podendo simbolizar um grande risco para a audição de

toda a população.

Os profissionais de academia de ginástica ficam expostos à musica

eletronicamente amplificada durante mais horas do que seus alunos, pois de acordo

com uma reportagem para Veja Rio sobre as 25 melhores academias da cidade do

Rio de Janeiro (Thedim e Brisola, 2005), para permanecerem empregados nesse

mercado competitivo, os professores devem ser multifuncionais, ministrando

diversas modalidades de aulas, em um rodízio entre academias.

Segundo Fiorini (2000), tais riscos de lazer somando-se ao ruído ocupacional,

tornam-se ainda mais problemáticos para esses profissionais, pois contribuem

cumulativamente para a exposição não ocupacional.

Um fato agravante é que são profissionais que, na maioria dàs vezes, se

preocupam com a qualidade de vida, e podem já apresentar uma lesão em um órgão

tão vital para a comunicação. Tudo isto justifica o estudo e o controle dos níveis

sonoros desta atividade, pois a utilização de métodos de avaliação auditiva que

possam detectar perdas auditivas, pode colaborar para prevenção e elaboração de

programas de preservação auditiva destinados a estes profissionais.

A partir do exposto, pode ser delineada a hipótese do presente trabalho, ou

(26)

7

para a perda auditiva e devem manifestar queixas extra-auditivas decorrentes da

exposição à música excessivamente amplificada em sua atividade profissional.

1.1 Objetivos:

Objetivo Geral

Estudar a audição, as queixas auditivas e extra-auditivas em professores de

uma academia de ginástica expostos à música eletronicamente amplificada.

Objetivos específicos

1. Identificar as queixas auditivas e extra-auditivas dos professores

decorrentes da exposição a níveis de pressão sonora elevados no trabalho e

no lazer.

2. Caracterizar os achados audiométricos e investigar a influência das

variáveis: tempo de profissão, carga horária de trabalho e presença de

(27)

8

(28)

9

Esse capítulo foi adicionado para favorecer a compreensão dos temas

abordados e esclarecer quando o som se torna perigoso e os principais efeitos da

música no organismo. Não foi obedecida a cronologia na apresentação das citações,

tendo sido priorizado o encadeamento das idéias no texto.

2.1 Quando o som se torna perigoso.

Atualmente, as academias de ginástica em busca de aumentar o número de

matrículas para integrar o quadro de alunos, vêm investindo em ambientes

sofisticados. As características das salas reservadas para realizar o exercício físico,

muitàs vezes incluem pisos frios e paredes revestidas de vidros e espelhos, com o

objetivo de oferecer um clima moderno com design arrojado. As academias estão

deixando de constituir pequenas unidades e vêm se transformando em verdadeiros

clubes.

Thedim e Brisola (2005), em sua reportagem da Veja Rio, sobre as 25

melhores academias da cidade do Rio de Janeiro, ressaltaram que as características

dos ambientes físicos não são apropriadas acusticamente. Os donos das academias

deveriam se interessar por realizar um tratamento acústico apropriado para

assegurar a integridade auditiva dos seus funcionários.

Segundo Russo (1997), o controle do ruído no ambiente de trabalho é

imprescindível para reduzir o nível sonoro e preservar a audição dos trabalhadores

expostos ao ruído excessivo. Em vários países, os órgãos governamentais

mostram-se preocupados com o controle do ruído ambiental, em busca de estabelecerem

normas e limites para controlar o excesso e proteger a população.

(29)

10

exposição a picos de ruídos de impacto e intensidade, segundo a Norma Reguladora

NR-15 (1978), são apresentados em faixas e podem ser encontrados também no

Quadro 1.

Na legislação americana, o limite superior permissível por oito horas diárias

de trabalho no setor industrial está na faixa de 90dB(A). Uma importante causa de

complicações legais nos Estados Unidos da América é o aparecimento de surdez

em indivíduos expostos a altos níveis de intensidade (denominados de picos de

intensidade) por longos períodos durante o dia de trabalho (Maas, 1977).

Quadro 1 - Limites de tolerância a ruídos, adaptados da NR-15

Nível de ruído

dB (A) Máxima ExposiçãoDiária Permissível

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos

(30)

11

O Quadro 2 ilustra os níveis de ruído ocupacional máximos permitidos,

segundo as normas dos diferentes países.

Quadro 2 - Limite de exposição ocupacional ao ruído conforme as Normas Nacionais de diversos países.

País Nível de Ruído dB(A) Tempo de Exposição (h) Taxa de divisão dB(A) Nível Máximo dB(A) Nível de Ruído de impacto (dB)

Alemanha 85 8 3

Japão 90 8 -- --

França 90 40 3 -- --

Bélgica 90 40 5 110 140

Inglaterra 90 8 3 135 150

Itália 90 8 5 115 140

Dinamarca 90 40 3 115 --

Suécia 85 40 3 115 --

USA - OSHA 90 8 5 115 140

USA - NIOSH 85 8 5 -- --

Canadá 90 8 5 115 140

Austrália 90 8 3 115 --

Holanda 80 8 3

Espanha 85 8 3 110

Turquia 95 -- -- -- --

China 70 - 90 8 3

Finlândia 85 8 3

Hungria 85 8 3

Nova Zelândia 85 8 3

Israel 85 8 5

Noruega 85 8 3

Brasil 85 8 5 115 130

(31)

12

2.2 Os efeitos da música no organismo

A música está presente em todos os ambientes. Merriam (1977) definiu a

música como um meio de interação social, produzida por especialistas (produtores)

para outras pessoas (receptores). O fazer musical é um comportamento aprendido,

através do qual os sons são organizados, possibilitando uma forma simbólica de

comunicação na inter-relação entre indivíduo e grupo.

A palavra música sugere diversas idéias e altera nosso estado de espírito. O

corpo reage às vibrações dos sons. Nele são despertadas emoções que interferem

no funcionamento de nosso organismo. Uma canção de ninar é sensivelmente

diferente das batidas dos tambores que marcam o ritmo de uma escola de samba. O

canto Gregoriano difere em tudo do som de um grupo de rock, porém, todas essas

formas sonoras de expressão são chamadas de música (Araújo, 1999).

Valenti (1997) declarou que, ao longo da história, a música foi sempre

influente nas sociedades. Tão antiga quanto o homem, a música primitiva era usada

para a exteriorização de alegria, prazer, amor, dor, religiosidade e os anseios da

alma. Os historiadores acreditam que a música surgiu em função do interesse do

homem primitivo pelos movimentos, pelos gestos por ele produzidos e pelos sons da

natureza, que eram indispensáveis à vida cotidiana do homem natural.

A música suave e os sons harmoniosos são os mais indicados e podem se

tornar relaxantes, sedativos ou estimulantes, dependendo do ritmo musical. Este se

relaciona com a pulsação cardíaca normal de 65 a 80 batimentos por minuto.

Quando o ritmo acompanha essa pulsação, provoca uma harmonização orgânica e o

ouvinte tende a acalmar-se e relaxar. Quando um ritmo musical é mais lento do que

(32)

13

acelerar o movimento da música enquanto que os ritmos excessivamente rápidos

provocam excitação porque aceleram as batidas do coração (Valenti, 1997).

Tipa (2005) relatou que a música, como nenhuma outra arte, é capaz de

atuar sobre o ser humano modificando o seu padrão emocional e vibracional, isto é,

o padrão de seu conjunto vital através da atuação sobre o corpo físico e as

emoções. A música, vencendo barreiras e bloqueios, penetra nas profundezas do

ser.

Foi na década de 60 que surgiu a preocupação com os efeitos da música na

audição, principalmente porque o gênero musical rock and roll, com seus

instrumentos eletrônicos de intensidades muito amplificadas, expõe os ouvintes para

níveis de pressão sonora elevados, podendo ser potencialmente maléfica à audição

(33)

14

(34)

15

Este capítulo contém o referencial teórico da presente investigação. Para

efeitos didáticos ele foi dividido em duas partes: 1. Perda auditiva induzida por ruído

e 2. Estudos sobre exposição eletronicamente amplificada. Do mesmo modo que o

capítulo anterior, a primeira parte não obedeceu à ordem cronológica na

apresentação das citações para priorizar o encadeamento das idéias no texto, sendo

que na segunda parte, foi respeitada a cronologia na apresentação dos autores

citados.

3.1 Perda Auditiva Induzida por Ruído

Segundo Phaneuf e Hétu (1990), em um estudo realizado no Canadá sobre as

estimativas oficiais de quantos indivíduos apresentariam a perda auditiva induzida

por ruído, concluíram que para cada 1000 habitantes, de 8 a 12 poderiam sofrer

desse tipo de perda relacionada aos fatores ocupacionais (ruído, exposição

simultânea a ruído e vibrações ou a ruído e produtos químicos) e extra ocupacionais

(idade, alguma alteração de orelha média, ruído fora do trabalho, drogas ototóxicas,

traumas e outros).

Já o Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva (1994) caracterizou a

perda induzida por ruído relacionada ao trabalho como sendo uma diminuição

gradual da acuidade auditiva decorrente de exposições continuadas a níveis

elevados de ruído. Caracterizou a PAIR como sendo sempre neuro-sensorial (em

razão ao dano causado às células do Órgão de Corti); quase sempre bilateral e

irreversível, raramente atinge o grau de perda profunda, tem inicio normalmente em

(35)

16

a sons intensos. Quando cessada a exposição, não ocorre progressão da perda e

por fim, a PAIR é influenciada por características físicas do ruído, tempo de

exposição e susceptibilidade individual.

O processo de aquisição e/ou progressão da PAIR pode estar associado a

vários fatores como: idade, sexo, tempo de exposição, fumo e outros (Fiorini, 2000).

Em 1995, Virokannas e Anttonen pesquisaram 443 indivíduos que estavam

frequentemente expostos a ruído nas atividades de lazer. Concluíram que os

limiares audiométricos aumentaram com o aumento da exposição ao ruído e foi

encontrada uma relação entre o hábito de fumar e a perda auditiva. Os autores

indicaram que a periodicidade das audiometrias para os indivíduos expostos ao

ruído deveria ser menor para os fumantes, do que para os não fumantes.

O órgão receptor auditivo é extremamente sensível a qualquer agente tóxico,

seja endógeno ou exógeno. O acometimento do órgão de Corti começa pela

primeira espira coclear na zona basal, onde se encontram os seletores cocleares

dos sons agudos, por isso os mais afetados desde o início do processo ototóxico

(Lacerda, 1976).

Segundo Henderson et al. (1993), a idade é de suma importância com relação

aos fatores de susceptibilidade. Em estudos demográficos, a idade é uma variável

importante para os longos períodos de exposição (20 a 40 anos), nas quais é

possível a interação da presbiacusia com a PAIR.

Fiorini (1994) realizou uma pesquisa com o objetivo de acompanhar a audição

de 80 trabalhadores de uma indústria metalúrgica, em um período de três anos.

Nessa pesquisa, foi realizada uma proposta de classificação do entalhe

audiométrico, sendo definido como o rebaixamento dentro da normalidade, nas

(36)

17

pelo menos 10 dB(A) da freqüência anterior ou posterior à freqüência analisada. O

entalhe pode ser um importante indicador de desenvolvimento de PAIR ao longo do

tempo.

3.2. Estudos sobre a exposiçâo à música eletronicamente amplificada.

Anshel e Marisi (1978) pesquisaram o efeito da música e ritmo

na performance física, explicando que a resistência física de um indivíduo pode ser

aumentada se o movimento executado for ritmicamente associado a um estímulo

musical. Por outro lado, se a música utilizada não for sincronizada com o movimento

de pedalar, por exemplo, o tempo em que o indivíduo consegue manter um trabalho

de resistência não é significativamente maior se comparado ao mesmo tipo de

trabalho sem a presença da música.

A música do gênero rock and roll não é diferente do ruído industrial em

relação às doses diárias de ruído que um indivíduo recebe. Na avaliação de 944

jovens de 16 e 20 anos, os dados apontaram que um grupo de jovens

freqüentadores de eventos com música elevada apresentou perda auditiva com

alterações nas freqüências de 6.000 e 8.000Hz. Muitos jovens não apresentaram

perda auditiva, mas os autores concluíram que se os hábitos recreativos persistirem,

correrão o risco de perda auditiva induzida por ruído, próximo aos 25 anos de idade

(Carter et al.,1982).

Em 1989, Fusco e Marcondes realizaram em São Paulo um estudo sobre o

nível de pressão sonora em sete salas de academias de ginástica aeróbica e

(37)

18

auditivas, como também à fadiga, mal-estar, irritação, intolerância e insônia, tanto

nos professores como nos alunos que praticam este tipo de atividade.

Hutchinson et al. (1991) estudaram em Universidades americanas os efeitos

do exercício físico de baixa intensidade na alteração temporária do limiar (ATL). Os

autores confirmaram nos seus estudos que 17 ciclistas pedalando em uma

intensidade com nível baixo durante 10 minutos sofreram uma ATL, quando o

exercício foi acompanhado por ruído. Neste estudo, os indivíduos pedalaram

consumindo 40% do oxigênio máximo (considerado baixo) com e sem ruído

administrado, via fones de ouvido. Eles detectaram uma ATL durante a exposição ao

ruído. A sensibilidade auditiva não foi alterada apenas com a execução do exercício.

Os autores concluíram que a ATL foi causada pela exposição ao ruído e não pelo

exercício físico.

Stephens e King (1992), na Inglaterra, estudaram os fatores auditivos e

psicológicos de pessoas que apresentam sinais de incapacidades auditivas com

audição normal. Foram aplicados testes auditivos e questionários em dois grupos de

20 pessoas ambos com audição normal, um apresentava queixa de incapacidade

auditiva com audição normal e o outro, um grupo controle (pareados por idade, nível

socioeconômico e sexo) sem a referida queixa. Os autores afirmaram que um

indivíduo pode não apresentar queixa de perda auditiva, podendo, entretanto,

apresentar sinais de incapacidade auditiva. Em um de seus trabalhos, os autores

encontraram, no grupo que apresentava sinais de incapacidade auditiva, queixas de:

dificuldade de conversar em locais ruidosos, ansiedade, solidão e depressão.

Concluíram que, às vezes, podem existir aspectos auditivos e psicológicos

(38)

19

Jorge Jr. (1993) estudou os hábitos em relação à música eletronicamente

amplificada, em 908 estudantes, na faixa etária de 14 a 26 anos. Avaliou os limiares

auditivos e comparou com um grupo de jovens que não apresentavam o mesmo

hábito. Os estudantes foram avaliados por meio de audiometria tonal e um

questionário. Não foi observado neste estudo diferenças estatisticamente

significante entre os grupos expostos e não expostos, constatou-se que o grupo que

freqüentava ambientes ruidosos mais de uma vez por semana apresentavam as

freqüências de 6 e 8 kHz mais afetadas. De acordo com o autor, a suscetibilidade e

a exposição repetida são fatores importantes para o aparecimento de uma lesão

auditiva.

Vittotow et al. (1994) estudaram o efeito da exposição à música na audição

juntamente com a realização do exercício físico em doze sujeitos, sob três condições

experimentais diferentes: (1) pedalando em bicicletas ergométricas sem músicas; (2)

escutando música a uma intensidade equivalente de 96dB(A) durante vinte minutos;

(3) escutando a música enquanto pedalavam durante vinte minutos. Os autores

constataram que a maior alteração temporária do limiar ocorreu quando os sujeitos

foram expostos à música associada ao exercício físico. Concluíram que os sujeitos

têm uma maior suscetibilidade para comprometer a audição, principalmente nas

freqüências em 3 e 6 kHz.

Martins (1996) realizou uma pesquisa, envolvendo um grupo de 18 adultos,

não sedentários, sendo onze mulheres e sete homens, cujas idades variavam entre

dezoito a quarenta cinco anos. Todos participaram de cinco sessões de caminhada

ouvindo música durante 20 minutos, em um ginásio coberto. Antes e após as

(39)

20

indivíduo a ter mais prazer no exercício físico, aumentando a adesão à atividade

física e melhorando a qualidade de vida.

Em um estudo do tipo longitudinal, realizado por San Román (1999), na

Universidade Nacional de Rosária, na Espanha, foram medidos, por duàs vezes, em

um intervalo de cinco meses, os limiares auditivos de 35 mulheres, que realizavam

ginástica pelo menos duàs vezes na semana. Os resultados revelaram que, na

segunda audiometria, houve uma queda no limiar auditivo em cinco delas (21,7%).

Destas, três apresentavam queixas extra-auditivas. Nos quatro ginásios onde foram

medidos os níveis de pressão sonora, todos excederam a 85 dB (A).

De Deus (1999) mediu os níveis de pressão sonora em 14 academias de

ginástica, no município de Florianópolis (SC). Os resultados das mensurações

revelaram que 86% das academias trabalhavam com valores acima dos limites

permitidos pela legislação trabalhista, ou seja, 85 dB (A), chegando uma delas a

atingir 105 dB (A). A autora constatou que todos os professores relataram alguns

dos efeitos auditivos e não auditivos da exposição a sons intensos, tais como:

zumbidos (30%), cefaléia (22,5%) e irritação (5%). A conclusão revelou que os

professores de ginástica são susceptíveis a comprometer a audição por trabalharem

em ambientes com elevados níveis de pressão sonora.

Pinto e Russo (2001) estudaram os efeitos da música amplificada sobre a

audição de professores que executam suas atividades em uma academia de

ginástica, bem como seus hábitos e queixas auditivas. Foram analisados vinte

sujeitos por meio de questionários e triagem audiométrica, antes e após a aula de

ginástica. Os resultados mostraram que eles não apresentaram a maioria dos

hábitos e queixas auditivas esperados, tendo como exceção, o costume de

(40)

21

apresentaram perda auditiva de grau moderado e 20% tiveram alteração temporária

dos níveis mínimos de audição entre uma triagem audiométrica e outra. A conclusão

mostrou que não houve mudança temporária do limiar de audição em 80% dos

professores pesquisados.

Lacerda et al. (2001) avaliaram os níveis de pressão sonora produzidos em

três academias de ginástica de Curitiba/PR. As autoras constataram que os níveis

de pressão sonora obtidos nos pontos distintos das salas de ginásticas, durante as

aulas, ficaram entre 73,9 e 94,2 dB (A). A conclusão foi que os níveis de pressão

sonora nas academias de ginástica revelaram-se acima dos valores definidos pela

ABNT Norma 10151 e são potencialmente danosos quando comparados com a

NR 15.

Em 2001, Nassar pesquisou a mudança temporária do limiar após 60 minutos

de aula aeróbica e exposição à música eletronicamente amplificada, na região de

Manchester, na Inglaterra. Um estudo preliminar constatou que o nível de pressão

sonora nas classes de aeróbica atingia a média de 89,6 dB (A). O autor comparou o

limiar auditivo de vinte e oito jovens (idade média 21 anos) expostos à música (nível

de ruído medido durante 60 minutos = 91.8 dB(A) (+/- 1.5 dB(A)) e ao exercício

físico, com um grupo controle também exposto à música, mas sem realizar esforço

físico. O resultado encontrado foi que ambos apresentaram mudança temporária no

limiar em todas as freqüências, excluindo apenas a freqüência de 1000 Hz.

Em 2003, nos Estados Unidos, na Universidade de Auburn, Krishnamurti e

Grandjean pesquisaram se mulheres jovens e saudáveis poderiam apresentar

alguma alteração auditiva, quando expostas a exercícios físicos e à música

(41)

22

música elevada de 90 a 95 dB durante vinte minutos; a segunda realizando exercício

físico durante o mesmo período com 60% Vo(2) e, por fim, a terceira praticando

exercício físico exposta à música eletronicamente amplificada. A avaliação foi

realizada por meio de audiometrias tonais e emissões otoacústicas por produto de

distorção, respectivamente, nas freqüências de 2, 3, 4, 6 e 8 kHz, apresentadas

antes e após cada condição da pesquisa. Os resultados encontrados foram que a

função e a acuidade auditiva permaneceram inalteradas depois da exposição para

cada condição. As conclusões provêem evidências de que a acuidade auditiva de

mulheres jovens e saudáveis não muda depois da exposição, por pouco tempo, à

música elevada durante a pratica de exercício físico moderado.

(42)

(43)

24

O presente projeto está inserido na linha de pesquisa Procedimentos e

Implicações Psicossociais dos Distúrbios da Audição, do Programa de Estudos

Pós-graduados em Fonoaudiologia da PUC-SP.

Caracteriza-se como sendo um estudo do tipo experimental, de corte

transversal, no qual pretendemos verificar a realidade existente nas academias de

ginástica, com relação aos níveis de pressão sonora empregados e se existe

ocorrência de perda auditiva pela exposição à música eletronicamente amplificada

utilizada nas salas de aula.

Todos os participantes receberam uma carta de informação e assinaram um

termo de consentimento livre e esclarecido (anexos1 e 2). O estudo foi realizado

após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica

de São Paulo, sob parecer de número 0015/2005 (Anexo 3).

4.1O universo para escolha da casuística

O principal pré-requisito para a inclusão dos sujeitos na casuística era o de

trabalhar expostos à música eletronicamente amplificada. Além disso:

- Ter idade entre 21 e 35 anos;

- Atuar no mínimo um ano de atuação em academia de ginástica;

- Expor-se diariamente ao mínimo quatro horas à música eletronicamente

amplificada.

Foram estabelecidas as variáveis que poderiam interferir na casuística para

impedir comprometimento ou risco de invalidar a pesquisa, definindo os seguintes

(44)

25

- Possuir histórico de alterações otológicas (otites de repetição e/ou cirurgias otológicas);

- Possuir antecedentes familiares de deficiência auditiva.

4.2 Caracterização da casuística

O local da pesquisa foi uma academia de ginástica, com um quadro de 77

professores que ministram diversos tipos de aulas de ginástica: spinning, running,

body attack, body pump, musculação etc.1, localizada na Cidade de Niterói, no

Estado do Rio de Janeiro.

A casuística do presente estudo foi constituída por 32 professores (64

orelhas), sendo 13 (40,6%) mulheres e 19 (59,4%) homens, com idades variando de

21 a 32 anos, distribuídos em quatro faixas etárias, conforme demonstrado na

Tabela 1.

1

Spinning 45 min. de treinamento cardiovascular realizado sobre bicicletas estacionárias onde o

percurso a ser seguido é baseado em Zonas de Energia específica escolhidas previamente pelo instrutor; Running 45 min. de corridas sobre esteiras paradas com o objetivo de promover um

(45)

26

Tabela 1: Distribuição do número e percentagem dos sujeitos em função do sexo e da faixa etária.

Faixa Etária (Anos)

Sexo Masc Fem

N (%) N (%) N ( %) Total

21 --- 24 6 (18,75) 2 (06,25) 8 (25,00)

24 --- 27 6 (18,75) 5 (15,62) 11 (34,37) 27 --- 30 4 (12,50) 3 (09,37) 7 (21,87) 30 --- 33 3 (09,37) 3 (09,37) 6 (18,75)

Total 19 (59,4%) 13(40,61%) 32 (100,00)

Sexo N % var p-valor

Masculino 19 59,4%

Feminino 13 40,6% 17,0% 0,134

4.3 Procedimentos

Inicialmente, foram realizadas as mensurações dos níveis de pressão sonora

nas salas de aula da academia de ginástica, com o objetivo de determinar o nível

médio equivalente (Leq), média ponderada pelo tempo, Nível Máximo e Nível

Mínimo(Lmax e Lmin), Pico Máximo (Lpeak (max)) e nível médio no local ocupado

pelo professor durante a aula (LOP).

As mensurações foram realizadas em registro contínuo, variando de 37 a 58

minutos. Foram realizadas em seis diferentes aulas e salas de ginástica, estando o

operador localizado atrás do professor, a uma distancia de 50 cm do Medidor

(46)

27

devidamente calibrado. Os resultados destas mensurações foram colocadas no

anexo 5

Precedendo à aplicação das audiometrias, os professores foram

submetidos à:

1 - Aplicação do questionário com 27 questões, baseado em Jorge Jr. (1993),

com o objetivo de levantar os dados pessoais, de saúde, de exposição à música

eletronicamente amplificada e de possíveis variáveis, tais como: idade, sexo e tempo

de trabalho (Anexo 6).

2 Inspeção visual do meato acústico externo, a fim de verificar a existência

de corpos estranhos ou rolha de cerume potencialmente obstrutiva; com o uso do

otoscópio da marca Heine.

3 Audiometria tonal liminar, realizada em cabina audiométrica portátil da

marca São Luiz, pré-fabricada e montada na sala do setor médico, calibrada

segundo a recomendação da norma ANSI S3.1 (1997). O exame compreendeu a

obtenção dos limiares tonais por VA e VO bilateralmente, na faixa de freqüências do

audiograma, de acordo com os critérios propostos por Russo e Santos (1993). O

audiômetro utilizado foi do modelo Beta 6000, fabricado pela Beta Medical, calibrado

segundo a norma 8253 1(1989), com par de fones TDH 39P e vibrador ósseo B-71.

A avaliação audiométrica foi realizada com repouso acústico de, no mínimo,

14 horas, conforme recomendação da Occupational Safety & Health Administration

(47)

28

4.4 Critérios para a análise dos resultados

Foram analisados somente os limiares tonais por VA dos professores de

ginástica quanto à presença de entalhe audiométrico, segundo o critério de

classificação proposto por Fiorini (1994). O entalhe é classificado em relação aos

achados nas seguintes categorias: normal (todos os limiares iguais ou inferiores a 25

dBNA), normal com entalhe (rebaixamento numa das freqüências de 3, 4 ou 6 kHz,

com diferença de, pelo menos, 10 dB em relação à freqüência anterior ou posterior)

e traçado audiométrico sugestivo de perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR,) ou

seja, configuração de PAIR, com limiares auditivos acima de 25 dBNA, na faixa de

freqüências de 3 a 6 kHz.

Os dados coletados por meio do questionário usados para levantar as

queixas foram sistematizados, avaliados e interpretados quantitativamente, sendo

apresentados com valores numéricos e percentuais para melhor visualização. As

variáveis consideradas na análise foram: tempo de trabalho, tipo de aula ministrada

e exposição a ruídos de lazer.

Foi efetuada uma estatística analítica, utlizando os testes de ANOVA,

IGUALDADE DE DUAS PROPORÇÕES e QUI-QUADRADO. Foi feito o uso da técnica de

INTERVALO DE CONFIANÇA, tanto para média quanto para a proporção. Em todos os

testes, foi fixado o valor de p< 0,05 e dados significantes foram assinalados com um

(48)

29

(49)

30

5.1 Queixas auditivas e extra auditivas dos professores de academia de ginástica.

Passaremos a apresentar os dados obtidos com a aplicação do questionário, dos professores de academia de ginástica. As tabelas 2, 3 e 4 indicam o tempo de profissão e a carga horária de trabalho.

Tabela 2 - Distribuição do número e porcentagem dos professores de ginástica, de acordo com o tempo de profissão na academia de ginástica.

Tempo de Profissão (Anos) N %

1 --- 6 21 65,63

6 --- 11 4 12,50

11 --- 16 3 9,37

16 --- 20 4 12,50

Total 32 100,00

Tabela 3 - Distribuição do número e porcentagem dos professores de ginástica segundo a carga horária de trabalho.

Carga horária de trabalho (Horas ao dia) N %

4 --- 5 3 9,39

5 --- 7 7 21,87

7 ---9 15 46,87

9 ---11 7 21,87

Total 32 100,00

(50)

31

Tabela 4 - Análise descritiva completa para o tempo de profissão e o número de horas de trabalho por dia.

Análise Descritiva Tempo de

profissão (anos)

Carga Horária

(horas/dia)

Média 6,64 7,28

Médiana 4 8

Desvio Padrão 5,59 1,95

Mínimo 1,5 4

Máximo 20 10

Tamanho 32 32

Limite Inferior 4,70 6,60

Limite Superior 8,58 7,96

Em relação ao levantamento dos dados pessoais, de saúde e as queixas

extra-auditivas as respostas variaram, conforme descrito nas tabelas 5 e 6. No que

se refere à prevalência, 32 (100%) dos professores tiveram, no mínimo, uma

resposta positiva.

Tabela 5 - Distribuição dos dados pessoais, de saúde, e queixas extra-auditivas dos professores de academias de ginástica.

NÃO SIM Dados e Queixas

N % N %

Exposição Ruído de Lazer 4 12,5 28 87,5

Fumo 30 93,8 2 6,3

Ototóxico 29 90,6 3 9,4

Bebidas Alcoólicas 14 43,8 18 56,3

Intolerância para sons intensos 18 56,3 14 43,8

Irritabilidade e nervosismo 23 71,9 9 28,1

Insônia 22 68,8 10 31,3

Dor de Cabeça 20 62,5 12 37,5

Tontura 28 87,5 4 12,5

Outros Sintomas 31 96,9 1 3,1

Sintoma pós-aula 26 81,3 6 18,8

(51)

32

e/ou moto, discotecas e bailes, cultos religiosos com músicas intensas), apenas

4(12,5%) professores não relataram nenhuma dessas exposições. Dos 28 (87,50%)

que obtiveram a resposta afirmativa, 16 (57,1%) referiram apenas um hábito, 7

(25%) dois hábitos, 2 (7,1%) três hábitos e, por fim, 3 (10,7%) afirmaram quatro

hábitos sonoros e/ou de lazer.

No que se refere ao uso do fumo, ototóxico e bebidas alcoólicas, 11(34,3%)

professores responderam negativamente e 21(65,6%) relataram, no mínimo, uma

resposta afirmativa. Dos que apresentaram resposta afirmativa, a distribuição deu-se

da seguinte forma: 19(90,5%) apresentaram apenas um hábito (de fumar, ou beber,

ou uso de ototóxico) e 2(9,5%) afirmaram a utilização de dois hábitos.

Com referência às queixas de saúde, após se tornarem professores de

academia de ginástica, apenas 10 (31.25%) professores não apresentaram

nenhuma queixa extra-auditiva. Dos 22 (68.75%) que obtiveram resposta afirmativa,

8 (36.3%) referiram apenas uma queixa, 5 (22,7%) duas queixas, 5 (22,7%) três

queixas, 3 (13,6%) quatro queixas e 9 (4,5 %) cinco queixas. Em relação a questão

se os professores apresentam alguns desses sintomas após a aula, apenas 6

(15,6%) relataram apresentá-los, sendo que 4 (66,6%) responderam ter somente

uma queixa e 2 (33.3%) duas queixas.

Para avaliar as respostas de todo o questionário aplicado, utilizamos as

(52)

33

Quadro 3 - Análise dos dados e queixas apresentados pelos professores de academia de ginástica.

Não Sim

Dados e queixas

N % var N % var

p-valor

Exposição Ruído 4 12,5% 11,5% 28 87,5% 11,5% <0,001*

Fumo 30 93,8% 8,4% 2 6,3% 8,4% <0,001*

Ototóxico 29 90,6% 10,1% 3 9,4% 10,1% <0,001*

Bebidas Alcoólicas 14 43,8% 17,2% 18 56,3% 17,2% 0,317 Intolerância para sons intensos 18 56,3% 17,2% 14 43,8% 17,2% 0,317 Irritabilidade e nervosismo 23 71,9% 15,6% 9 28,1% 15,6% <0,001*

Insônia 22 68,8% 16,1% 10 31,3% 16,1% 0,003*

Dor de Cabeça 20 62,5% 16,8% 12 37,5% 16,8% 0,046*

Tontura 28 87,5% 11,5% 4 12,5% 11,5% <0,001*

Outros Sintomas 31 96,9% 6,0% 1 3,1% 6,0% <0,001* Sintoma pós aula 26 81,3% 13,5% 6 18,8% 13,5% <0,001*

Legenda:

* p-valores considerados estatisticamente significantes perante o nível de significância adotado.

# p-valores que, por estarem próximos do limite de aceitação, são considerados e tendem a ser significantes.

Avaliamos as questões que possuem três níveis de respostas (tabelas 6 e 7;

figura 1 e 3).

Tabela 6 - Respostas dos sujeitos às questões: dificuldade para escutar, presença de zumbido e

plenitude auricular.

Dif p/ escutar Zumbido Plenitude auricular

Respostas

Qtde % var Qtde % var Qtde % var

Às Vezes 14 43,8% 17,2% 9 28,1% 15,6% 6 18,8% 13,5%

Não 17 53,1% 17,3% 19 59,4% 17,0% 22 68,8% 16,1%

Sim 1 3,1% 6,0% 4 12,5% 11,5% 4 12,5% 11,5%

(53)

34

Figura 1 - Análise dos dados e queixas apresentados pelas respostas dos professores de academia de ginástica. 1 2 ,5 % 8 7 ,5 % 9 3 ,8 % 6 ,3 % 9 0 ,6 % 9 ,4 % 4 3 ,8

% 56

,3 % 5 6 ,3 % 4 3 ,8 % 7 1 ,9 % 2 8 ,1 % 6 8 ,8 % 3 1 ,3 % 6 2 ,5 % 3 7 ,5 % 8 7 ,5 % 1 2 ,5 % 9 6 ,9 % 3 ,1 % 8 1 ,3 % 1 8 ,8 % 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% Exp Ruido

Fuma Ototo. Bebidas Sons Intensos

Irritab. Insônia Dor de Cabeça

T ontura Outros Sintomas

Sintoma pós aula

Proporção das questões Sim e Não

Não Sim

Tabela 7 - Respostas dos sujeitos às questões: dificuldade para escutar, presença de zumbido e plenitude auricular.

Queixas Às Vezes Não

Não 0,453

Dif p/ escutar

Sim <0,001* <0,001* Não 0,012*

Zumbido

Sim 0,193 <0,001* Não <0,001*

Plenitude auricular

Sim 0,611 <0,001*

Legenda:

* p-valores considerados estatisticamente significantes perante o nível de significância adotado.

(54)

35

Figura 2 - Análise das queixas apresentados pelas respostas dos professores.

43,8% 53,1%

3,1%

28,1% 59,4%

12,5%

18,8% 68,8%

12,5%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Dif p/ escutar Zumbido Plenitude auricular

Proporção das questões de 3 respostas

As Vezes Não Sim

5.2 Achados audiométricos dos professores da academia de ginástica.

No quadro 4, na tabela 8 e na figura 3, seguem-se os resultados comparando

as orelhas direita e esquerda para a audiometria de Via Aérea (VA),

respectivamente. Foi realizado o cálculo da média, médiana, desvio padrão e

valores mínimos e máximos encontrados para cada uma das freqüências

(55)

36

36

Quadro 4 - Comparação das orelhas direita e esquerda para as audiometrias de Via Aérea (VA) dos professores de academia de ginástica.

Audio VA Média Médiana Desvio

Padrão

Mínimo Máximo Tamanho Limite

Inferior

Limite Superior

p-valor

OD 12,81 15 4,00 5 20 32 11,43 14,20

250 Hz

OE 11,88 10 3,76 5 20 32 10,57 13,18

0,338

OD 12,19 15 4,91 5 20 32 10,49 13,89

500 Hz

OE 12,03 10 4,55 5 25 32 10,45 13,61

0,895

OD 12,03 10 5,80 5 25 32 10,02 14,04

1 kHz

OE 9,84 10 4,83 5 25 32 8,17 11,52

0,106

OD 13,44 10 7,23 5 35 32 10,93 15,94

2 kHz

OE 11,72 10 6,30 5 35 32 9,54 13,90

0,315

OD 15,94 15 10,35 5 55 32 12,35 19,52

3 kHz

OE 15,47 10 9,62 5 50 32 12,14 18,80

0,852

OD 17,34 15 12,51 5 55 32 13,01 21,68

4 kHz

OE 15,00 10 8,13 5 45 32 12,18 17,82

0,378

OD 16,56 15 9,11 5 40 32 13,41 19,72

6 kHz

OE 15,31 12,5 8,03 10 40 32 12,53 18,09

0,562

OD 14,53 15 7,00 5 35 32 12,11 16,96

8 kHz

OE 14,38 12,5 5,92 5 30 32 12,32 16,43

0,924

(56)

37

12,81

11,88 12,19 12,03 12,03 9,84 13,44 11,72 15,9415,47 17,34 15,00 16,56 15,31 14,53 14,38 0 3 6 9 12 15 18 21

250 Hz 500 Hz 1 kHz 2 kHz 3 kHz 4 kHz 6 kHz 8 kHz

Compara Orelhas para Audiometria VA

Orelha Direta Orelha Esquerda

Tabela 8 - Comparação da média das orelhas direita e esquerda para limiares tonais.

Figura 3: - Gráfico comparativo para os limiares tonais dos professores de academia de ginástica.

Limiares VA OD OE

.25 kHz 12,81 11,88

.50 kHz 12,19 12,03

1 kHz 12,03 9,84

2 kHz 13,44 11,72

3 kHz 15,94 15,47

4 kHz 17,34 15

6 kHz 16,56 15,31

(57)

38

Figura 4 - Média, Limite Inferior e Limite Superior dos Limiares Audiométricos (em dBNA) de .25kHz a

8kHz, da orelha direita e da orelha esquerda dos professores de acdemia de ginástica.

Tabela 9 - Comparação das orelhas para o Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) dos professores

de academia de ginástica.

LRF OD OE

Média 13,91 12,03

Médiana 12,50 10,00

Desvio Padrão 4,87 3,78

Mínimo 10 10

Máximo 25 25

Limite Inferior 12,22 10,72 Limite Superior 15,60 13,34

p-valor0,091#

Desta maneira, por não ter sido encontrada diferença entre as orelhas em

nenhuma das análises, foram considerados ambos os valores e feita uma análise

descritiva completa no quadro 5, calculando-se a média, a médiana, o desvio

padrão, os valores mínimo e máximo encontrados para ambas as orelhas,

iniciando-se pelos limiares tonais por VA.

Intervalo de Confiança para Orelhas em Audio VA

5 9 13 17 21 25

OD OE OD OE OD OE OD OE OD OE OD OE OD OE OD OE

250 Hz 500 Hz 1 kHz 2 kHz 3 kHz 4 kHz 6 kHz 8 kHz

(58)

39

Quadro 5 - Análise descritiva completa dos limiares tonais para ambas as orelhas (VA.).

Audio VA .250 Hz .500 Hz 1 kHz 2 kHz 3 kHz 4 kHz 6 kHz 8 kHz Média 12,34 12,11 10,94 12,58 15,70 16,17 15,94 14,45

Médiana 10 10 10 10 15 15 15 15

Desvio Padrão 3,88 4,70 5,41 6,78 9,92 10,53 8,54 6,43

Mínimo 5 5 5 5 5 5 5 5

Máximo 20 25 25 35 55 55 40 35

Tamanho 64 64 64 64 64 64 64 64

Limite Inferior 11,39 10,96 9,61 10,92 13,27 13,59 13,85 12,88

Limite Superior 13,29 13,26 12,26 14,24 18,13 18,75 18,03 16,03

A seguir, a tabela 10 mostra a análise descritiva completa para o LRF.

Tabela 10 - Análise descritiva completa do LRF.

LRF

Média 12,97

Médiana 10

Desvio Padrão 4,43

Mínimo 10

Máximo 25

Tamanho 64

Limite Inferior 11,88

Limite Superior 14,05

Com relação ao entalhe audiométrico, os audiogramas inicialmente foram

classificados como presença ou ausência de entalhe. Foram considerados entalhe

mesmo aqueles que o possuíam em apenas uma orelha. A tabela 11 mostra a

(59)

40

Tabela 11 - Distribuição da prevalência do entalhe audiométrico nos professores da academia de

ginástica.

Entalhe N %

Sim 16 50,00

Não 16 50,00

Total 32 100,00

A partir da identificação do entalhe, optamos por analisar se a ocorrência foi

apenas em uma orelha ou se foi bilateral. A tabela12 indica o lado em que ocorreu o

entalhe audiométrico no grupo.

Tabela 12 - Distribuição do entalhe audiométrico por orelha dos professores da academia de ginástica

(n=16).

Entalhe N %

Somente na OD 4 25,00

Somente na OE 3 18,75

Bilateral 9 56,25

Total 16 100,00

Com o intuito de investigarmos a freqüência sonora de ocorrência do entalhe,

apresentamos a tabela 13 quais foram as freqüências acometidas no grupo

Imagem

Tabela 1: Distribuição do número e percentagem dos sujeitos em função do sexo e da faixa etária
Tabela 3 - Distribuição do número e porcentagem dos professores de ginástica segundo a carga  horária de trabalho
Tabela 4 - Análise descritiva completa para o tempo de profissão e o número de horas de  trabalho por dia
Tabela 6 - Respostas dos sujeitos às questões: dificuldade para escutar, presença de zumbido e  plenitude auricular
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Referências

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