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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FERNANDA VANESSA BUZZARELLO WILLIAN JOSÉ PALHANO

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FERNANDA VANESSA BUZZARELLO

WILLIAN JOSÉ PALHANO

COMPETÊNCIAS TÉCNICAS E COMPORTAMENTAIS DE UM PROFISSIONAL DE DESENVOLVIMENTO

Florianópolis 2021

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FERNANDA VANESSA BUZZARELLO WILLIAN JOSÉ PALHANO

COMPETÊNCIAS TÉCNICAS E COMPORTAMENTAIS DE UM PROFISSIONAL DE DESENVOLVIMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Sistemas de Informação da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação.

Orientador: Prof. Aran Bey Tcholakian Morales, Dr.

Florianópolis 2021

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FERNANDAVANESSABUZZARELLO

WILLIANJOSÉPALHANO

COMPETÊNCIAS TÉCNICAS E COMPORTAMENTAIS DE UM PROFISSIONAL DE DESENVOLVIMENTO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação e aprovado em sua forma final pelo Curso de Sistemas de Informação da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 16 de junho de 2021.

______________________________________________________ Professor e orientador Aran Bey Tcholakian Morales, Dr.

Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

______________________________________________________ Profa. Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher, Dra.

Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

______________________________________________________ Prof. Flávio Ceci, Dr.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos amigos que fizemos no curso ao longo desses anos. Obrigado pela companhia nos estudos, nos trabalhos e na mesa de bar.

Agradecemos ao nosso orientador prof. Aran pelo auxílio, esclarecimentos e parceria no decorrer deste trabalho. Obrigado pela paciência e compreensão.

Agradecemos aos nossos professores pelos ensinamentos que nos permitiram crescer como pessoas e profissionais e a coordenadora profa. Vera por nos ouvir nos momentos difíceis.

Fernanda agradece:

Primeiramente, e principalmente, aos meus pais, Isabel e Rubens, sem eles nada disso seria possível. Foram anos difíceis e eu só tenho a agradecer por todo apoio, suporte e amor incondicional que eles sempre me ofereceram. Dedico essa conquista a vocês, meus amores.

Ao meu irmão Fellipe, pela amizade e pelo amparo desde sempre. Obrigada, mano. Ao Diogo por todo carinho e amor, por me ouvir nos momentos difíceis, me fazer rir todos os dias e por toda ajuda nessa reta final. Obrigada pela maior parceria que eu poderia sonhar em encontrar.

Ao Will, minha dupla desde o começo do curso, obrigada por compartilhar comigo tantas alegrias, risadas e emoções e também por estar ao meu lado em todas as dificuldades, tornando-as mais fáceis de atravessar. Que essa parceria dure pra muito além da universidade.

Aos meus amigos Thiago, Jana e Alana que ouviram meus sonhos e lamentações e sempre estiveram ali por mim, agradeço pela amizade de coração. Ao meu grupo de amigos da UFSC que mesmo de longe sempre se fizeram presentes. Obrigada pelas festas, risadas e por todo apoio. Ao Xande, por sempre ter acreditado em mim. Aos demais amigos do coração que me acompanharam por todos esses anos e fazem da minha vida mais feliz.

E por último, mas não menos importante, agradeço aos meus gatos Fubá e Polvilho, pela companhia e distração que só eles me proporcionam. Obrigada por todo amor.

Willian agradece:

Primeiramente, gostaria de agradecer a minha família, mas principalmente aos meus pais, Miriam e Eloacir, por nunca desistirem de mim e me incentivar e apoiar sempre que eu precisei.

Agradeço ao Paulo, meu melhor amigo e namorado, que esteve comigo durante a pior das tempestades e no melhor dos paraísos. Obrigado por literalmente tudo.

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Agradeço aos meus amigos, Ruben, Vinícius, Wayner, Kaká, João e Fernanda, que estiveram ao meu lado durante toda a trajetória desse curso, me ensinaram muito mais do que eu achei que poderia aprender.

Á minha parceria na vida, Fer, que esteve comigo desde a lista dos aprovados, obrigado pela paciência e o carinho, pelas risadas e momentos de alívio, aprendi que nem toda ligação precisa ser pelo sangue, e espero que a nossa se estenda por toda a vida.

Ao famoso “pessoal do discord”, que tanto me acompanharam no desenvolvimento desse trabalho, me ajudando a lembrar que distância não afeta sentimento nenhum.

Agradeço aos meus gatos, Jaime e Cersei, que chegaram no meio do caos e me ensinaram a paciência e o amor incondicional.

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RESUMO

Um dos caminhos de entrada na área de tecnologia é através da universidade. Nela, o aluno se familiariza com diversas áreas de atuação, entre elas a de desenvolvimento, criando uma base de conhecimento essencial para a inserção no mercado de trabalho. Porém, há muito mais a se conhecer do que a universidade pode apresentar ao estudante nesses poucos anos. O mercado tecnológico ocupa uma importante posição na economia da Grande Florianópolis e se encontra fervilhando de oportunidades, inovando diariamente e requerendo profissionais altamente qualificados. Tanto o aluno em formação como o profissional de desenvolvimento a procura de um emprego podem se perguntar quais as competências técnicas e comportamentais mais requeridas no mercado de trabalho, para assim se qualificarem e estarem a altura do esperado pelas empresas contratantes. O presente trabalho tem como objetivo o levantamento das competências comportamentais e técnicas mais requisitadas pelas empresas da Grande Florianópolis e a apresentação dos resultados em uma dashboard. A justificativa é auxiliar o aspirante a carreira de desenvolvimento a descobrir o que está sendo mais requisitado pelas empresas no mercado para que possa focar os estudos e experiências no que considerar prioridade. O levantamento dos dados foi realizado através do envio por e-mail de um formulário para as empresas selecionadas e os resultados foram analisados e agrupados em uma

dashboard construída com o auxílio da solução de Business Intelligence (BI). De acordo com

os resultados obtidos, o que as empresas da Grande Florianópolis mais procuram em um profissional é o seguinte: autoconhecimento, inovação no uso de novas tecnologias, capacidade de pensar estrategicamente e desenvolver e gerir dados, conhecimento técnico focado principalmente em JavaScript, React.js, AWS e PostgresSQL e disposição a trabalhar com Google Suite, Jira, Slack em um computador com sistema operacional Windows.

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ABSTRACT

One of the ways to enter the technology field is through the university, where the student becomes familiar with several areas of activity, including development, creating an essential knowledge base for entry into the labor market. However, there is much more to know than the university can present to the student in these few years. The technological market occupies an important position in the economy of Grande Florianópolis and is full of opportunities, innovating daily and requiring highly qualified professionals. Both the student in training and the development professional looking for a job may ask themselves what technical and behavioral skills are most required in the labor market, in order to qualify and live up to what is expected by the contracting companies. This work aims to survey the behavioral and technical skills most required by companies in Grande Florianópolis and the presentation of the results in a dashboard. The justification is to help the aspiring development career to discover what is being most requested by companies in the market, so they can focus their studies and experiences on what they consider a priority. The survey of the data was carried out by sending a form by e-mail to the selected companies and the results were analyzed and grouped in a dashboard built with the aid of the Business Intelligence (BI) solution. According to the results obtained, what companies in Grande Florianópolis are most looking for in a professional is the following: self-knowledge, innovation in the use of new technologies, ability to think strategically and develop and manage data, technical knowledge focused mainly on JavaScript, React.js, AWS and PostgresSQL and willingness to work with Google Suite, Jira, Slack on a computer with Windows operational system.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Etapas da formulação de um questionário. ... 29

Figura 2 - Arquitetura de BI ... 34

Figura 3 - Modelagem de dados ... 45

Figura 4 – Database no PostgreSQL... 46

Figura 5 – Transformação DadosCompetencias ... 47

Figura 6 – Transformação DadosEmpresa ... 47

Figura 7 – Transformação Transformação_Dados_Final ... 48

Figura 8 – Transformação Alterar_Competencias... 48

Figura 9 – Aba de dados empresariais da dashboard dos dados da pesquisa. ... 49

Figura 10 – Primeira aba de competências técnicas da dashboard dos dados da pesquisa. ... 50

Figura 11 – Segunda aba de competências técnicas da dashboard dos dados da pesquisa. ... 50

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Resultado relacionado ao número de funcionários na área de desenvolvimento

(dados classificados). ... 52

Gráfico 2 – Resultado relacionado ao número de funcionários na área de desenvolvimento (dados brutos). ... 53

Gráfico 3 – Resultado relacionado ao porte da empresa. ... 53

Gráfico 4 – Resultado relacionado a competências comportamentais. ... 54

Gráfico 5 – Resultado relacionado a capacidade de desenvolver e gerir dados. ... 55

Gráfico 6 – Resultado relacionado a saber inovar no uso de novas tecnologias. ... 55

Gráfico 7 – Resultado relacionado a capacidade de pensar estrategicamente. ... 55

Gráfico 8 – Resultado relacionado a linguagens de programação, script e marcação requeridas. ... 56

Gráfico 9 – Resultado relacionado a frameworks, bibliotecas e ferramentas requeridas. ... 57

Gráfico 10 – Resultado relacionado a bancos de dados. ... 58

Gráfico 11 – Resultado relacionado a plataformas requeridas. ... 58

Gráfico 12 – Resultado relacionado a ferramentas de comunicação e gestão utilizadas. ... 59

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 10 1.1 OBJETIVOS ... 11 1.1.1 Objetivo geral ... 11 1.1.2 Objetivos específicos ... 11 1.2 JUSTIFICATIVA ... 11 1.3 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA... 12 2 REVISÃOBIBLIOGRÁFICA ... 13

2.1 ANÁLISE DO MERCADO TECNOLÓGICO ... 13

2.2 COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DE TI ... 19

2.2.1 Competências técnicas ... 20

2.2.2 Competências comportamentais ... 22

2.3 REALIZAÇÃO DA COLETA DE DADOS ... 27

2.3.1 Como construir um questionário ... 28

2.4 BUSINESS INTELLIGENCE ... 31

2.4.1 Conceitos e definições ... 31

2.4.2 Arquitetura de um sistema de BI ... 32

2.4.3 ETL - Processo de Extração, Transformação e Carga ... 33

2.4.4 Data Warehouse (DWH) ... 34

2.4.5 Front-end de um sistema de BI ... 36

3 METODOLOGIA ... 38

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO TIPO DE PESQUISA ... 38

3.2 ATIVIDADES METODOLÓGICAS ... 39

3.3 DELIMITAÇÕES ... 39

4 LEVANTAMENTODEDADOS... 40

4.1 ESPECIFICAR AS INFORMAÇÕES ... 40

4.2 ESPECIFICAR O TIPO DE ENTREVISTA ... 40

4.3 DETERMINAR O CONTEÚDO DAS QUESTÕES INDIVIDUALMENTE ... 40

4.4 FACILITAR A ADERÊNCIA DO PARTICIPANTE AO QUESTIONÁRIO ... 41

4.5 ESCOLHER A ESTRUTURA DAS QUESTÕES ... 42

4.6 ESCOLHER O TEXTO DAS QUESTÕES ... 42

4.7 ORGANIZAR AS PERGUNTAS NA ORDEM ADEQUADA ... 43

4.8 INDICAR A FORMA E O LAYOUT ... 43

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4.10 ELIMINAR PROBLEMAS POR TESTE PILOTO ... 43

5 DESENVOLVIMENTO ... 45

6 RESULTADOS ... 52

7 CONCLUSÃOETRABALHOSFUTUROS... 61

7.1 CONCLUSÃO ... 61

7.2 TRABALHOS FUTUROS... 62

REFERÊNCIAS ... 63

APÊNDICEA-FORMULÁRIO ... 67

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1 INTRODUÇÃO

A universidade guia os primeiros passos do estudante no caminho de sua carreira na área da tecnologia. Apresenta, nas disciplinas de programação, uma pequena amostra da imensa variedade de tecnologias atuais e emergentes, como linguagens, frameworks e bancos de dados que o aluno encontrará durante os estudos e, posteriormente, como profissional no mercado de trabalho.

Desta forma, a academia cria uma base, mostrando as diversas áreas de possível atuação no futuro, desde lógica de programação, análises de sistema e modelagem de banco de dados, até a pesquisa tecnológica e científica, essencial nas organizações intensivas em conhecimento, como as empresas de tecnologia.

Entretanto, há um mercado muito maior ao apresentado na universidade, em um ramo altamente competitivo e inovador que requer profissionais imensamente qualificados e preparados para as rápidas mudanças do setor. O campo tecnológico já ocupa uma importante posição na economia de Santa Catarina e a grande Florianópolis em particular, gerando postos de trabalho qualificados e renda acima da média regional e nacional para seus profissionais. As empresas do setor atuam no desenvolvimento de produtos e serviços com alto valor agregado, escaláveis a nível nacional e até internacional, gerando em alguns casos um rápido crescimento econômico.

Ao se deparar com as oportunidades e a dinâmica do mercado, é possível que o estudante no início de sua formação, e o profissional que já atua no mercado, se perguntem sobre as competências técnicas e comportamentais necessárias e esperadas para atuar como um profissional de desenvolvimento. As competências técnicas, conhecidas como hard skills, são mais dinâmicas e perenes que as comportamentais (soft skills) e levantam questões como: O que estou estudando é o que o mercado de trabalho procura? Devo estudar somente o que a universidade propõe ou me tornar autodidata? Estou apto a entrar no mercado de trabalho com o conhecimento que tenho? Devo me especializar em alguma área ou aprender um pouco de tudo? Quais serão as tecnologias que o mercado solicitará no futuro próximo? O que as empresas do setor esperam das competências de um profissional?

Com o decorrer do tempo, as competências necessárias para ser um bom profissional se torna uma incógnita na vida do aspirante a carreira na tecnologia, onde o primeiro contato com o mercado de trabalho acontece através da universidade.

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1.1 OBJETIVOS

Com base na questão introdutória, apresentam-se os objetivos geral e específicos a serem alcançados neste trabalho de conclusão de curso.

1.1.1 Objetivo geral

Este estudo tem como objetivo geral, através de um levantamento do cenário atual e futuro das empresas tecnológicas na Grande Florianópolis, produzir uma dashboard com os resultados de um estudo de análise relacionado às competências técnicas e comportamentais demandadas pelas organizações aos profissionais da área de desenvolvimento no mercado de trabalho.

1.1.2 Objetivos específicos

Para alcançar o objetivo geral, tem-se uma lista de objetivos específicos que devem ser seguidos.

Primeiramente, é necessário realizar uma revisão bibliográfica para fundamentação teórica dos processos utilizados no desenvolvimento deste trabalho. Nesta etapa, será realizada uma análise do mercado geral e competências de um profissional de desenvolvimento, um estudo sobre Business Intelligence (BI) e aprimorado os conhecimentos sobre métodos de pesquisas e criação de formulários.

Em seguida, um formulário será construído com questionamentos relevantes da área de desenvolvimento, abrangendo desde competências comportamentais a competências técnicas esperadas do profissional.

Após a pesquisa com empresas do ramo, os dados serão levantados e inseridos em um

dashboard com o auxílio da solução de BI.

Por fim, uma análise minuciosa no dashboard construído, auxiliará o leitor a escolher a melhor direção a se tomar no mercado de trabalho atual na área de desenvolvimento na Grande Florianópolis.

1.2 JUSTIFICATIVA

Segundo panorama do setor de tecnologia catarinense levantado pela ACATE (2020), com 12.138 empresas e crescimento de 7,7% no último ano, o ecossistema de tecnologia

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catarinense é o sexto maior do país em número de empresas. Em relação a faturamento, Santa Catarina se tornou o quarto maior polo de tecnologia do país e com 56,5 mil colaboradores, estabeleceu-se como o terceiro maior no setor de tecnologia do Brasil, mesmo sendo apenas o 10º estado mais populoso.

Ao encontrar uma base de dados atualizada das linguagens de programação, frameworks, softwares e bancos de dados mais utilizados no mercado de trabalho, assim como competências comportamentais esperadas de um profissional de desenvolvimento, o estudante ou aspirante a carreira na área de desenvolvimento poderá se preparar melhor, focando seus estudos e experiências no que é prioridade baseado em seus objetivos pessoais.

1.3 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

Este trabalho está subdividido em 6 (seis) capítulos, apresentados a seguir:

● Capítulo 1 - Introdução: Apresenta a introdução, a problemática, os objetivos e a justificativa do trabalho.

● Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica: Este capítulo aborda referências bibliográficas necessárias para o entendimento e desenvolvimento da solução do problema.

● Capítulo 3 - Metodologia Científica: Apresenta-se a metodologia utilizada no desenvolvimento do trabalho.

● Capítulo 4 - Levantamento de dados: Este capítulo apresenta o levantamento de dados realizado entre a comunidade tecnológica da Grande Florianópolis.

● Capítulo 5 - Resultados: Neste capítulo, apresentam-se os resultados obtidos através da análise de dados.

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2 REVISÃOBIBLIOGRÁFICA

Para a realização de uma pesquisa sólida, é necessário ter conhecimento através de uma fundamentação teórica sobre os processos que serão utilizados em seu desenvolvimento.

Neste capítulo, realiza-se uma breve análise do mercado tecnológico de forma ampla, focando na Grande Florianópolis que é o alvo deste trabalho. Faz-se também um levantamento e estudo relacionado as competências técnicas e comportamentais normalmente requeridas a um profissional de desenvolvimento.

Em seguida, discute-se a coleta dos dados e a criação de um formulário para a realização desta atividade.

Finalmente, aborda-se o sistema de BI, desde conceitos e definições, até arquitetura e as principais ferramentas, como Extract-Transform-Load (ETL), Data Warehouse (DWH), e

Online Analytical Processing (OLAP).

2.1 ANÁLISE DO MERCADO TECNOLÓGICO

O setor de tecnologia de Santa Catarina, o qual ainda não constava como uma atividade econômica oficial até 1995, é o 4º maior polo de tecnologia do país quando se fala de faturamento. O estado faturou mais de R$ 17,7 bilhões, o que representa 5,9% do PIB catarinense, sendo a segunda maior representatividade do setor no Brasil, ficando atrás apenas do Amazonas. (ACATE, 2020)

O aumento de profissionais qualificados trabalhando em empresas especializadas já é de 9,9% ao ano, o que deve aumentar mais ainda nos próximos anos. Este crescimento de profissionais deve ampliar a falta de mão de obra qualificada no setor de TI. (ACATE, 2020)

Analisando a situação do mercado tecnológico, nota-se que é de extrema importância para o profissional da área estar atualizado quanto às competências demandadas no mercado de trabalho. Com o crescimento avançado do setor, a variedade de tecnologias disponíveis aumentou consideravelmente nas últimas décadas. Sendo assim, ampliou-se a procura por profissionais com perfis específicos.

Desta forma, é necessário que os alunos dos cursos relacionados à área de tecnologia, tal como os aspirantes autônomos a se tornar um profissional de desenvolvimento, busquem a capacitação de forma objetiva para que conquistem melhores oportunidades.

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Com o aumento da busca por profissionais de TI, o número de alunos que ingressaram em cursos da área também aumentou. Apesar do interesse, o curso possui uma das maiores evasões do ensino superior, com 11,4% de concluintes, enquanto a média dos demais cursos é de 15,2%.

O rendimento do setor de tecnologia está fortemente ligado aos profissionais qualificados que atuam na área. A ACATE (2020) complementa que a participação de cursos em áreas de tecnologia soma 34,7 mil, o que representa 15,6% do total. Sendo assim, o estado é o segundo do Brasil com maior participação de alunos em áreas de tecnologia.

As empresas da área de tecnologia podem ser classificadas quanto ao porte, envolvendo tanto o número de funcionários quanto as condições financeiras das mesmas. Para o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), a classificação do porte é realizada conforme a Receita Operacional Bruta (ROB) das empresas ou conforme a renda anual de clientes pessoas físicas (quadro 1). (BNDES, 2021)

Quadro 1 - Classificação do porte da empresa pelo BNDES.

Classificação Receita Operacional Bruta ou Renda Anual

Microempresa Menor ou igual a R$ 360 mil

Pequena empresa Maior que R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 4,8 milhões

Média empresa Maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões

Grande empresa Maior que R$ 300 milhões Fonte: BNDES, 2021.

Sobre os setores de atuação deste mercado em Santa Catarina, a ACATE (2020) os chama de Verticais:

As Verticais de Negócios são grupos de empresas de tecnologia associadas à ACATE que promovem diálogos produtivos sobre os setores, desafios, tendências e oportunidades, e desenvolvem projetos de impacto positivo para a sociedade. O quadro 2 aborda as verticais de Santa Catarina, mencionando quantas empresas as compõem, o faturamento e a produtividade no ano 2019.

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Quadro 2 – Verticais de Santa Catarina.

Vertical Empresas Faturamento Produtividade

Agronegócio: Com participação de 21,4%

no PIB nacional, o agronegócio brasileiro caminha para ser um dos líderes na produção de alimentos e um dos maiores fornecedores de suprimentos no cenário agropecuário internacional.

17 R$ 219 mi R$ 243 mil

Construtech: Alguns de seus produtos e

serviços mais importantes compreendem a locação e a venda de imóveis, análises de dados para o mercado imobiliário,

relacionamento entre fornecedores e construtores ao longo da cadeia, planejamento de obras, entre outros.

23 R$ 847 mi R$ 261 mil

Economia Criativa: Na vertical de

economia Criativa da ACATE, 10 empresas promovem encontros para discutir e gerar novas ideias para toda a esfera da economia criativa (respeitando o recorte de tecnologia da ACATE),

abrangendo jogos educativos, mídias interativas, animações, setor audiovisual, entre outros.

10 R$ 85 mi R$ 169 mil

Educação: São produtos e serviços em

áreas como ambiente virtual de

aprendizagem, aplicações de conteúdo para ensino à distância, sistema de

avaliação e gestão acadêmica, aplicativos mobile, soluções de tutoria, metodologias

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ativas de aprendizagem, educação empreendedora, entre outros.

Energia: A vertical acredita que é a partir

das conexões, do conhecimento e da inovação que o setor de energia poderá se transformar em uma referência nacional de eficiência e entrega de bem-estar social.

28 R$ 249 mi R$ 304 mil

Fintech: Sua idealização se deu da

iminente necessidade de representar o setor financeiro dadas as novas tecnologias que vêm surgindo e aos gargalos atualmente enfrentados.

31 R$ 455 mi R$ 223 mil

IoT: A indústria do futuro e o enorme

potencial que a conectividade entre

máquinas e sensores traz está na pauta das 23 empresas que participam da Vertical de Internet das Coisas da ACATE.

23 R$ 2,6 bi R$ 487 mil

Manufatura: A Vertical Manufatura

reúne 37 empresas de tecnologia que atuam no setor industrial com sistemas de gestão, automação e controle,

rastreabilidade, controle de produção, entre outras tecnologias, visando a melhoria de processos produtivos, a redução de custos, o desenvolvimento acelerado de produtos, e a construção de novos modelos de negócios.

37 R$ 474 mi R$ 214 mil

Saúde: Em Santa Catarina, as empresas

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desenvolvimento de soluções de ponta para o setor da saúde, utilizando

tecnologias como IoT, Big Data, analytics, biotecnologia, business intelligence, inteligência artificial, entre outras.

Segurança: Algumas das tecnologias

desenvolvidas envolvem softwares e hardwares que auxiliam no controle de acesso a estabelecimentos, automação inteligente, monitoramento de imagens e alarmes, reconhecimento facial,

rastreamento de bens e segurança de dados.

14 R$ 2,5 bi R$ 474 mil

Smart Cities: Investimentos em smart

cities trazem flexibilidade às empresas, diminuem os custos de suas operações e tornam o atendimento de clientes mais produtivo, utilizando-se melhor das novas tendências como mobilidade e Big Data.

37 R$3,7 bi R$ 424 mil

Varejo: A Vertical Varejo da ACATE

reúne 34 empresas de tecnologia e foi constituída justamente para aproximar lojistas, startups e grandes empresas de tecnologia para acelerar a digitalização deste setor.

34 R$ 302 mi R$ 197 mil

Fonte: ACATE, 2020

Cada uma dessas verticais trabalha com o foco em inovação em sua área, promovendo eventos, oportunidades de crescimento e networking entre as empresas. Para atingir a inovação, é necessário criar um ambiente que proporcione isso, assim como a ACATE criou essas verticais. Um ambiente ou ecossistema é criado a partir da comunicação e investimento entre

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empresas, governo e universidades e podem ser caracterizadas de várias maneiras. Esses ambientes de inovação são chamados de ecossistemas (ou áreas) de inovação.

Moore (1993 apud Kon, 2016, p. 16) sugere que:

As empresas deveriam ser consideradas não como unidades de uma única indústria, mas como uma parte de um ecossistema de negócios, que envolve uma série de indústrias. Nesse ecossistema, as firmas evoluem conjuntamente ao redor de uma inovação, produzindo de forma competitiva, mas também cooperativa, com o objetivo de elaborar novos produtos que satisfaçam o consumidor no mercado.

Para Audy e Piqué (2016), os Ambientes de Inovação envolvem duas dimensões: as Áreas de Inovação e os Mecanismos de Geração de Empreendimentos. Essas dimensões não são independentes, portanto, trabalham em conjunto, sendo os mecanismos de geração de empreendimentos complementando as áreas de inovação.

Uma das características sobre as áreas (ecossistemas) de inovação é os distritos de inovação, que são áreas compactas e de fácil acesso que misturam espaço residencial e comercial, com estrutura tecnológica dentro das cidades onde empresas conectam-se com startups e incubadoras. Os parques científicos e tecnológicos (PCT), outra característica desses ecossistemas, são espaços de uso comum, pensado para inspirar um comportamento inovador nas pessoas. Esses parques contam com a presença de empresas inovadoras de variados portes, acesso a redes estrangeiras, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento e espaços de convivência e distração. (AUDY; PIQUÉ, 2016)

Outras particularidades das áreas de inovação, são os clusters e as cidades inteligentes. Os clusters são concentrações de empresas de diversos portes e personalidades, geralmente de uma mesma área, que interagem pelas suas igualdades, objetivando eficiência e competitividade. Por fim, as cidades inteligentes são cidades que agrupam as soluções criativas das empresas, tornando a cidade sustentável do ponto de vista ambiental, engajando a participação dos cidadãos para o conhecimento das novas tecnologias e serviços, visando o desenvolvimento da sociedade economicamente. (AUDY; PIQUÉ, 2016)

Concluindo, os PCTs são instituições compostas, com gestão profissional, porém com financiamento e iniciativa dos governos, empresas e universidades que unificam as suas estruturas com mecanismos de geração de empreendimentos inovadores e de base tecnológica, como incubadoras de empresas, aceleradoras, espaços de coworking e living labs. (AUDY; PIQUÉ, 2016)

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Um ecossistema de inovação está equilibrado, próspero e saudável, quando os recursos investidos na economia do conhecimento trazem retorno subsequente através da inovação resultante, que induz ao lucro na economia comercial em que se insere.

Sendo assim, não existe um ecossistema de inovação, se não existir esses mecanismos de geração de empreendimentos, pois um é composto e coexistente do outro. (AUDY; PIQUÉ, 2016)

Verifica-se que o mercado tecnológico está repleto de novas oportunidades, desta forma, torna-se fundamental conhecer melhor quais as necessidades específicas requeridas para os profissionais da área, tais como as competências comportamentais e técnicas buscadas por recrutadores de atuantes na área de desenvolvimento.

2.2 COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DE TI

Para Ferreira, Neves, Abreu et al. (1996 apud SWIATKIEWICZ, 2014, p. 665), competências, habilidades ou capacidades constituem características que possibilitam a uma pessoa atingir determinado desempenho ou resultado, contudo, não devem ser confundidas com o próprio resultado ou desempenho, que pode variar dependendo, entre outros fatores, da motivação.

Conforme Correia e Joia (2014 apud GURGEL et al., 2018, p. 16), é possível afirmar que um dos maiores desafios associados ao uso constante dos recursos de TI está na identificação e desenvolvimento das competências em profissionais da área, de modo que ele desenvolva suas atividades adequadamente e em consonância com as expectativas da organização.

De acordo com Patacsil e Tablatin (2017, p. 354, tradução nossa), a TI pode ser o programa mais desafiador quanto às competências requeridas devido ao ritmo acelerado de mudanças em termos de desenvolvimento de hardware e software.

Rabaglio (2004 apud Lengler e Dalmau, 2016) comenta que a competência é composta pelo CHA: conhecimento, habilidade e atitude, conforme demonstra o quadro 3. Leme (2005 Lengler e Dalmau, 2016) mantém a mesma definição e explica que conhecimento e habilidade são competências técnicas e a atitude, uma competência comportamental.

Quadro 3 - CHA e seus significados.

(22)

H Habilidade Saber fazer

A Atitude Querer fazer Competência Comportamental Fonte: Adaptado de Leme (2005, p. 18 apud Lengler e Dalmau, 2016)

2.2.1 Competências técnicas

As competências técnicas são relacionadas a métodos, processos, técnicas desenhadas para conduzir uma atividade específica e habilidades de utilizar ferramentas e operar equipamentos relacionados a uma atividade. (MIRANDA, 2004)

Conforme Campos (2010), as competências técnicas são adquiridas através da aprendizagem educacional e pela aplicação prática. Elas são as habilidades de mais simples aprendizagem, treino e, tipicamente, mais fáceis de observar, medir e quantificar de um profissional.

Segundo Campos (2010 apud GURGEL et al., 2018, p. 18), alguns exemplos de competências técnicas geralmente presentes em profissional de TI são:

● Capacidade de desenvolver e gerir dados. ● Capacidade de pensar estrategicamente. ● Conhecimento em desenvolvimento web. ● Conhecimento de segurança de informação. ● Saber inovar no uso de novas tecnologias.

De acordo com uma pesquisa realizada por Patacsil e Tablatin (2017, p. 363, tradução nossa), entre estagiários da área de TI cursando o quarto semestre da Pangasinan State University e supervisores nas respectivas empresas, as competências técnicas mais importantes para o estagiário são:

● Conhecimento de hardware de computador. ● Conhecimento de aplicativos de software padrões. ● Conhecimento de redes.

● Conhecimento de banco de dados.

● Conhecimento de linguagens de programação.

● Habilidade de projetar interfaces gráficas amigáveis ao usuário.

Em 2020, o site de perguntas e respostas na área de desenvolvimento ‘Stack Overflow’ (Stack Overflow, 2020) realizou uma pesquisa com 65 mil usuários quanto ao perfil dos desenvolvedores, tecnologias, trabalho e comunidade. O Quadro 4 demonstra alguns resultados

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alcançados que estão relacionados com as competências técnicas encontradas no estudo de Patacsil e Tablatin (2017). No quadro estão as principais respostas em ordem decrescente por categoria.

Quadro 4 - Resultados mais populares em ordem decrescente por categoria.

Linguagens de

programação, script e marcação

JavaScript, HTML/CSS, SQL, Python, Java, Bash/Shell/PowerShell, C#, PHP, Typescript, C++, C, Go

Frameworks web jQuery, React.js, Angular, ASP.NET, Express, ASP.NET Core, Vue.js, Spring, Angular.js, Flask, Django, Laravel

Outras estruturas,

bibliotecas e

ferramentas

Node.js, .NET, .NET Core, Pandas, TensorFlow, React Native, Unity 3D, Ansible, Flutter, Teraform, Keras, Cordova

Banco de dados MySQL, PostgresSQL, Microsoft SQL Server, SQLite,

MongoDB, Redis, MariaDB, Oracle, Firebase, Elasticsearch, DynamoDB, Cassandra

Plataformas Linux, Windows, Docker, AWS, Android, MacOS, Raspberri Pi, Microsoft Azure, WordPress, Google Cloud Platform, iOS, Kubernetes

Ferramentas colaborativas

GitHub, Slack, Jira, Google Suite, Gitlab, Confluence, Trello, Microsoft Teams, Microsoft Azure, Stack Overflow for Teams, Facebook Workplace

Sistemas operacionais Windows, MacOS, Sistemas com base Linux Fonte: Stack Overflow, 2020.

De acordo com Cass (2020), o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) realizou uma pesquisa através de um aplicativo que classificava as principais linguagens de programação de 2020. Escolhendo o filtro “Linguagens que são mais solicitadas por empregadores” e todos os tipos de linguagens, obtém-se a lista apresentada a seguir:

(24)

1. Python. 2. C. 3. Java. 4. Go. 5. C++. 6. JavaScript. 7. R. 8. HTML. 9. Swift. 10. SQL. 2.2.2 Competências comportamentais

As competências comportamentais vão além do saber, são capacidades socioemocionais que tendem mais para o querer fazer, da atitude, do que o real saber, de acordo com Leme (2005 apud Lengler e Dalmau, 2016).

De acordo com Reis (2003 apud Bobato, 2014, p. 18) a competência comportamental deve ser um saber agir, com responsabilidade e reconhecimento, possibilitando a capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade, mobilização, integração, transferência de conhecimentos, levando assim a um desempenho elevado. Para Chiavenato (2008, p. 142 apud Bobato, 2014, p. 18), a “competência constitui um repertório de comportamentos capazes de integrar, mobilizar, transferir conhecimentos, habilidades, julgamentos e atitudes que agregam valor econômico à organização e valor social à pessoa”.

Brasscom (2017) comenta que:

O desenvolvimento de competências socioemocionais proporciona oportunidades de praticar melhores atitudes, adquirir novos conhecimentos, descobrir habilidades até então ocultas, aflorar valores humanos de convivência consigo e com o outro e, principalmente, controlar e equilibrar emoções em busca de alcançar objetivos. Uma pesquisa realizada pela Brasscom com 30 empresas, identificou 4 competências comportamentais primárias e 6 competências derivadas, que foram indicadas como as que têm maior valor na qualificação de um profissional, possibilitando a capacitação dos mesmos, visto que a educação popular não propõe essa visão. (BRASSCOM, 2017)

(25)

Veja a seguir no quadro 5, as competências primárias e derivadas.

Quadro 5 - Competências comportamentais, derivadas e seus significados Competência primária Competência derivada Significado Comprometimento Liderança e ética

Adotar postura de trabalhar em equipe ajudando as pessoas no dia a dia ou na construção de algo, de forma a compartilhar sempre o seu melhor e pensar nos objetivos gerais da organização.

Raciocínio lógico Criatividade e visão crítica

Buscar soluções ou respostas para os problemas do dia a dia através da decomposição de problemas complexos em partes menores, agilizando o resultado e facilitando a tomada de decisão. Estabelecer comparações entre as soluções propostas a partir da avaliação de critérios que envolvem custo x benefício, alinhamento às políticas, missão, visão e valores da instituição e a sua estratégia atual.

Comunicação Empatia Comunicar-se não só com a fala e a escrita, mas também com as atitudes e ações consideradas positivas no dia a dia a partir da cultura e dos valores da empresa. Expressar-se com clareza e objetividade, adotando uma postura de naturalidade e segurança. Praticar escuta ativa e desenvolver argumentação objetiva.

Relacionamento Resiliência Relacionar-se com o outro tendo a si mesmo como o centro da qualidade desta relação. Conhecer a sua responsabilidade enquanto indivíduo pela qualidade da relação com a equipe, pares e superiores.

(26)

É possível afirmar que, uma vez empregado, o profissional de TI tem a expectativa de continuar aprimorando suas competências comportamentais juntamente com a perspectiva da organização (Correia & Joia, 2014 apud GURGEL et al., 2018, p. 18). Essa dinâmica, segundo Campos (2010 apud GURGEL et al., 2018, p. 18), se torna um desafio onde a aprimoração de suas competências se torna um meio de moldagem em um mercado de trabalho movimentado. Campos (2010 apud GURGEL et al., 2018, p. 18) sugere alguns exemplos de competências comportamentais que um profissional de TI visa adquirir em sua carreira: Adaptabilidade; Autodesenvolvimento; Autoconfiança; Comunicação Eficaz; Controle Emocional; Credibilidade; Criatividade e inovação; Disciplina; Flexibilidade; Foco em resultados; Gestão de tempo; Idoneidade; Iniciativa; Interesse; Liderança; Marketing pessoal; Networking; Saber escutar e Visão sistêmica.

Segundo Luciano et al. (2012), as competências comportamentais podem ser categorizadas em 2 dimensões: Características comportamentais e Relacionamento interpessoal.

Segundo Luciano et al. (2012, apud Vieira et al., 2003; BCS, 2008; Peppard, 2010), a dimensão Características comportamentais refere-se:

Ao repertório de competências, muitas vezes inatas no CIO, que ele utiliza para exercer influência, liderar, motivar, orientar, focar ou desenvolver sua equipe, pares e outros interessados.

No quadro 6, estão as competências socioemocionais dessa dimensão.

Quadro 6 - Competências da dimensão de Características comportamentais Competência Descrição

Criatividade e inovação

Indica a capacidade de trazer soluções criativas ou inovadoras para a organização, com objetivo de criar vantagens estratégicas. Consiste em fazer mudanças inovadoras na organização que tragam melhorias significativas em termos de desempenho, além de introduzir novas maneiras de pensar e agir sobre questões e oportunidades de negócio.

Autoconfiança Não ter medo de manifestar suas crenças e estar sempre disposto a levantar e discutir questões difíceis com colegas, mesmo sabendo

(27)

que existem opositores. Essa é uma competência crítica no

contexto de TI, já que é muito fácil de usar a tecnologia como uma “desculpa”.

Liderança da equipe Refere-se à capacidade de estabelecer metas junto à equipe e obter o comprometimento com o seu alcance. Também implica em estabelecer relações de confiança com a equipe.

Foco em resultados Consiste em estabelecer metas e objetivos viáveis e assegurar que os produtos resultantes sejam entregues no prazo e custo orçados. Iniciativa e

persistência

Consiste em ser proativo e estar preparado para realizar esforços continuados nas atividades e não ficar desmotivado por

dificuldades. Uma atitude positiva deve ser mantida para alcançar os resultados esperados.

Administração de prioridades

Envolve administrar o tempo e o esforço dedicado às ações e decisões, de acordo com as frequentes mudanças de prioridades relacionadas à TI.

Flexibilidade Consiste em ser sensível e adaptável às mudanças, tanto no ambiente interno como externo da organização. Dado que a mudança na área de tecnologia é constante, o gestor de TI precisa ser altamente eficaz no reconhecimento da mudança e sua

aplicação em sua área de responsabilidade.

Controle emocional Envolve manter ações e decisões objetivas e produtivas a despeito das pressões decorrentes do alto volume de demandas relacionadas à TI.

Autodesenvolvimento Indica o comprometimento com o desenvolvimento pessoal e profissional de longo prazo, através de uma abordagem estratégica e da busca ativa de feedback de colegas, a partir do qual irá

estabelecer metas de autodesenvolvimento. Fonte: Adaptado de Luciano et al. (2012)

(28)

De acordo com Luciano et al. (2012, apud Ravarini, 2001; Lane e Koronios, 2007; Peppard, 2010), a dimensão Relacionamento interpessoal refere-se:

Às competências que o CIO utiliza para estabelecer relacionamentos e comunicações eficazes, tanto dentro como fora da organização. No âmbito interno esse relacionamento busca integrar a equipe de TI e as áreas de negócio da empresa. No Quadro 7, encontram-se as competências socioemocionais dessa dimensão.

Quadro 7 - Competências da dimensão de “Relacionamento interpessoal”

Competência Descrição

Resolução de conflitos de interesse

Capacidade de identificar conflitos de interesse relacionados ao uso da tecnologia e habilidade de conciliar distintos grupos (fornecedores, equipes de tecnologia e negócios) para a consecução de objetivos comuns e alcance da visão global. Relacionamento com

stakeholders e shareholders

Envolve conhecer os principais stakeholders e shareholders relevantes, entender suas necessidades, envolvê-los e obter o seu comprometimento de acordo com a sua posição e seu estilo de gestão.

Construção de relacionamentos positivos

Indica a habilidade de desenvolver redes de relacionamento (internas e externas) em benefício próprio e para a organização, mesmo que nem sempre haja resultados imediatos em vista. Compreensão das

motivações e posicionamentos

Indica a capacidade de desenvolver uma profunda compreensão das motivações, necessidades e preocupações dos participantes da rede de relacionamento, permitindo antecipar as posições, reações e expectativas dos outros de forma eficaz.

Desenvolvimento de visão comum

Envolve desenvolver e manter, em sua esfera de influência, uma visão compartilhada sobre aspectos relacionados ao uso de TI na organização.

(29)

Para realizar uma apuração das competências comportamentais e técnicas mais requeridas para profissionais de desenvolvimento na Grande Florianópolis, a realização de uma coleta de dados se torna necessária.

2.3 REALIZAÇÃO DA COLETA DE DADOS

A coleta de dados é o processo de recolhimento de dados por meio de técnicas específicas. Os métodos utilizados na coleta de dados estão relacionados com os tipos de abordagem qualitativa e quantitativa.

Conforme Baptista (2007), a pesquisa qualitativa focaliza a atenção nas causas das reações dos usuários da informação e na resolução do problema informacional, dando mais atenção aos aspectos subjetivos da experiência e do comportamento humano.

A pesquisa quantitativa caracteriza-se, tanto na fase de coleta de dados quanto no seu tratamento, pela utilização de técnicas estatísticas. (BAPTISTA, 2007)

Sendo assim, de acordo com Baptista (2007), os questionários são utilizados em estudos quantitativos (que podem ter questões abertas que coletem dados qualitativos) e entrevistas e observações em estudos qualitativos.

O foco deste trabalho será em estudo quantitativo do tipo questionário. Desta forma, quanto a questionários, Malhorta, Nunan e Birks (2017, p. 269, tradução nossa) afirmam:

O método de pesquisa de obter informações é baseado no uso de questionários administrados em uma amostra de uma população alvo. Os participantes podem ser questionados sobre uma variedade de questões relacionadas ao seu comportamento, intenções, atitudes, consciência, motivações e características demográficas e de estilo de vida. Estas questões podem ser realizadas verbalmente, por escrito ou via um computador (incluindo dispositivos móveis), e as respostas podem ser obtidas em qualquer uma dessas formas.

Questionários podem ser realizados tanto presencialmente quanto online. As pesquisas online podem ser conduzidas em dispositivos utilizados em residências ou em ambientes de trabalho, ou administradas em dispositivos móveis. Sem surpresa, dadas as tendências mais amplas na adoção de tecnologia, questionários online agora se tornaram o meio dominante na entrega de pesquisas. (MALHORTA; NUNAN; BIRKS, 2017)

Entre as vantagens na utilização de questionário, tem-se: possibilidade de atingir um grande número de pessoas, menor gasto com pessoal envolvido, anonimato e possibilidade de obter respostas mais objetivas. Quanto às desvantagens, considera-se a exclusão de pessoas que não sabem ler ou escrever, e também das que não possuem acesso à internet, assim como

(30)

possibilidade de problemas técnicos em um questionário online. (MALHORTA; NUNAN; BIRKS, 2017; GIL, 1999)

Após a coleta dos dados, os mesmos podem ser analisados de diferentes perspectivas. Podem ser construídos dashboards com indicadores, gráficos e relatórios para apresentar as informações obtidas dos dados coletados, análises exploratória de dados (descritiva) permitiram analisar padrões e tendências entre os dados. (THOMSEN, 2002)

2.3.1 Como construir um questionário

De acordo com Gil (1999, p. 121):

Construir um questionário consiste basicamente em traduzir objetivos da pesquisa em questões específicas. As respostas a essas questões é que irão proporcionar os dados requeridos para descrever as características da população pesquisada ou testar as hipóteses que foram construídas durante o planejamento da pesquisa.

A construção de um questionário deve ser reconhecida como um procedimento técnico cuja elaboração requer uma série de cuidados, dentre eles: determinação da forma e do conteúdo das questões, quantidade e ordenação das questões, construção das alternativas e apresentação do questionário. (GIL, 1999)

Segundo Malhotra, Nunan e Birks (2017, p. 374, tradução nossa), “um questionário padronizado garantirá a comparabilidade dos dados, aumentará a velocidade e acurácia do registro e facilitará o processamento de dados”.

Um questionário possui três objetivos: Primeiro, ele deve traduzir as informações necessárias em um conjunto de perguntas específicas que os participantes podem e irão responder. Segundo, um questionário deve elevar, motivar e encorajar o participante a se tornar envolvido para cooperar e para completar a tarefa. E por último, um questionário deve minimizar o erro de resposta. (MALHORTA; NUNAN; BIRKS, 2017)

Para a melhor formulação de um questionário, é necessário seguir uma série de etapas, conforme demonstra a Figura 1.

(31)

Figura 1 - Etapas da formulação de um questionário.

Fonte: Elaborada pelos autores com base em Malhotra, Nunan e Birks, 2017.

Para Malhorta, Nunan e Birks (2017), as principais atividades de cada etapa da figura 1, podem ser resumidas nos seguintes itens:

● Especificar as informações necessárias: Esta é a primeira etapa do processo de concepção da pesquisa. Observe que, à medida que o projeto de pesquisa avança, as informações necessárias podem ser definidas com mais clareza. É de extrema importância o pesquisador ter uma idéia clara dos participantes-alvo, assim como preparar um conjunto de tabelas fictícias que retratará como a análise será estruturada uma vez que os dados tenham sido coletados.

● Especificar o tipo do método de entrevista: É importante especificar o tipo de método para poder entender como o mesmo influencia na formulação do questionário.

● Determinar o conteúdo das questões individualmente: Deve-se analisar as questões que serão realizadas individualmente, perguntando-se: “esta questão é necessária? múltiplas questões são necessárias invés de apenas uma?”

(32)

● Superar a incapacidade e falta de vontade do participante em responder: Os pesquisadores não devem presumir que os participantes podem fornecer dados precisos ou respostas bem fundamentadas a todas as questões colocadas a eles, assim como assumir que o participante tenha vontade de responder ao questionário. Alguns fatores limitam a capacidade dos participantes de fornecer as informações desejadas, como a falta de informação, ou não conseguir lembrar da resposta ou até não ser capaz de articular uma resposta adequada. Os pesquisadores devem tentar superar essas adversidades.

● Escolher a estrutura das questões: As questões podem ser estruturadas ou não estruturadas. As questões não estruturadas são questões abertas que os participantes respondem com suas próprias palavras enquanto as estruturadas especificam o formato da resposta e indicam as alternativas possíveis. As questões estruturadas podem ser de múltipla escolha, dicotômica ou uma escala:

◦ Múltipla escolha: o pesquisador dispõe uma opção de resposta onde o participante pode selecionar uma ou mais das alternativas dadas.

◦ Dicotômica: esta resposta possui apenas duas alternativas, como sim ou não, ou concordo e discordo.

◦ Escala: neste tipo de resposta, o pesquisador dispõe uma opção de resposta com escalas para o participante escolher.

Para as questões estruturadas em escala, usa-se a escala de Likert. Essa escala é medida por um conjunto de itens que variam entre 5, 7 ou 11, na qual cada uma apresenta um valor que será avaliado pelo entrevistado a fim de medir o grau de concordância. Os itens variam conforme a pesquisa, indo de “discordo totalmente”, como primeiro item, até “concordo totalmente”, sendo o último item. (CUNHA, 2008)

● Escolher o texto das questões: O texto da pergunta é a tradução do conteúdo e da estrutura da pergunta desejada em palavras que os participantes possam entender clara e facilmente. As seguintes diretrizes podem ser seguidas para facilitar este processo: 1. Defina o problema.

2. Use palavras comuns. 3. Use palavras não ambíguas.

4. Evite perguntas direcionadas ou tendenciosas. 5. Evite alternativas implícitas.

6. Evite suposições implícitas. 7. Evite generalizações e estimativas.

(33)

8. Use afirmações positivas e negativas.

● Organizar as perguntas na ordem adequada: As questões comunicam e definem o estado de espírito do participante. Este estado de espírito é definido no início do processo e pode mudar a cada questão colocado e respondida. Desta forma, é muito importante que as questões sejam colocadas em ordem.

● Identificar a forma e o layout: O formato, espaçamento e posicionamento das perguntas podem ter um efeito significativo nos resultados, particularmente se for um questionário auto-administrado. É boa prática dividir o questionário em várias partes, as quais devem ser numeradas, principalmente quando as questões são ramificadas. ● Reproduzir o questionário: É importante que o questionário seja reproduzido de uma

forma atrativa para os participantes. Por exemplo, um questionário impresso deve ser feito em uma folha de boa qualidade, assim como as respostas devem estar em colunas verticais para facilitar a visualização e as instruções da questão devem estar o mais próximas da questão possível. O questionário deve ser reproduzido de forma que seja fácil de ler e responder, não apresentando obstáculos ao participante.

● Eliminar problemas por teste piloto: O questionário deve ser aplicado primeiramente a uma pequena amostra de participantes para identificar e eliminar problemas potenciais. As respostas do teste piloto devem ser analisadas, pois ajudam a assegurar que todos os dados coletados serão utilizados e o questionário arrecadará todos os dados necessários.

2.4 BUSINESS INTELLIGENCE

Para realização do tratamento de dados da pesquisa realizada nesse trabalho, será necessário a criação de uma plataforma de BI

2.4.1 Conceitos e definições

O conceito de BI pode ter diferentes abordagens dependendo do autor escolhido como referência. De acordo com Gartner Group (2011 apud SILVA; SILVA; GOMES, 2016, p. 2783):

O termo BI foi usado pela primeira vez pelo Gartner Group e está relacionado ao processo de obtenção, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações e possui com o objetivo de suporte à gestão de negócios. BI é um termo genérico que inclui as aplicações, infraestrutura e as ferramentas e melhores práticas

(34)

que permitem o acesso e a análise de informações para melhorar e otimizar decisões e desempenho.

Já Turban et al. (2009), explica que Business Intelligence é “como um apoio computadorizado para a tomada de decisões gerenciais”.

Segundo Gomes e Costa (2013 apud SILVA;SILVA;GOMES, 2016), "O mundo contemporâneo exige das empresas uma capacidade de atender às demandas do mercado em tempo hábil e realizar, constantemente, a prospecção de cenários, tornando-as cada vez mais competitivas", e os sistemas de Business Intelligence, atendem os requisitos citados.

Para Fraga et al. (2017, p. 47):

Sistemas de BI combinam dados operacionais com ferramentas analíticas para apresentar informação complexa e competitiva. Desta forma, o BI é uma coleção de tecnologias de apoio à decisão para a empresa destinada a permitir que os trabalhadores do conhecimento, tais como executivos, gerentes e analistas para tomar decisões melhores e mais rápidas.

De acordo com Anandarajan, Anandarajan e Srinivasan (2012, p. 19, tradução nossa), aplicações de Business Intelligence incluem as atividades de suporte a sistemas de decisão, consultas e relatórios, processos analíticos online, análises estatísticas, text e data mining e visualização.

Os principais pontos em comum nas diferentes definições, podem ser sintetizadas da seguinte forma: um sistema de Business Intelligence é um conjunto de tecnologias que dão suporte ao processo decisório, e para isso, capturam dados das operações, transformam os dados brutos em informação através da transformação e apresentação dos mesmos, na forma de

dashboards, relatórios, gráficos, tabelas e indicadores, que permitem ao analista de negócios

analisar, visualizar e interpretar as relações e tendências entre os dados que o auxiliarão no processo decisório.

2.4.2 Arquitetura de um sistema de BI

A arquitetura de BI é composta por três partes que são facilmente distinguíveis: o processo ETL, dedicado a extração, transformação e carga (load) dos dados provenientes dos ambientes de operação, um segundo módulo que é o repositório de dados, onde os dados do processo ETL serão persistidos e o terceiro módulo, é a área de apresentação de dados (front-end), onde os dados do repositório são apresentados na forma de dashboards, relatório, gráficos, KPIs.

(35)

2.4.3 ETL - Processo de Extração, Transformação e Carga

O processo ETL tem como principal objetivo fazer a integração de dados provenientes dos diversos sistemas transacionais da organização, e até de dados externos à organização. Este processo, é organizado em três etapas, sendo a primeira a extração dos dados necessários relacionados aos requisitos de informação do sistema de BI. Os dados necessários para atender os requisitos, podem vir de diferentes fontes, formatos e nomenclaturas.

A segunda etapa é a transformação, que inclui a limpeza e o tratamento dos dados. A limpeza de dados está relacionada com a qualidade dos dados, e é um ponto que merece especial atenção, já que os dados coletados serão utilizados para apoiar o processo decisório.

Quando é comentado sobre a qualidade dos dados, temos que imaginar que os dados de entrada geralmente vêm de fontes diferentes (Figura 2), e que dependendo das fontes (tabelas, formulários, banco de dados, etc), os dados podem chegar danificados ou com problemas. Por exemplo, em algumas fontes, o dado "País" pode chegar como "Brasil", e de outras, pode chegar como "BR". O ETL garante que os dados serão padronizados de acordo com a regra que o gerenciador determinar. (CHAUDHURI; DAYAL; NARASAYYA, 2011)

O processo ETL é também utilizado para a transformação dos dados, já que a granularidade dos dados das fontes é diferente aos detalhes dos dados para análises, e o processo ETL é quem sumariza, agrupa e resume os dados para serem analisados. Depois de coletados, esses dados são armazenados em um repositório chamado "Data warehouse" (CHAUDHURI; DAYAL; NARASAYYA, 2011).

A terceira parte do processo ETL é a carga dos dados tratados no repositório de dados do sistema de BI, onde eles serão persistidos para posterior consumo pelas ferramentas de apresentação de dados.

(36)

Figura 2 - Arquitetura de BI

Fonte: Chaudhuri, Dayal, Narasayy (2011 apud SILVA; SILVA; GOMES 2016)

Existem várias ferramentas de ETL disponíveis no mercado, assim como há a possibilidade de serem desenvolvidas diretamente no projeto de data warehouse, caso haja um grande conhecimento dos dados operacionais por parte dos envolvidos.

Esta etapa é crítica e essencial e deve ser muito bem realizada, para que não haja comprometimento dos resultados do projeto.

2.4.4 Data Warehouse (DWH)

O segundo módulo de uma arquitetura de um sistema de BI, é o repositório de dados, isto é, a estrutura onde os dados coletados e tratados pelo processo ETL serão persistidos. Uma das principais características que diferencia os sistemas de BI dos sistemas transacionais, é que os sistemas de BI, são sistemas de consumo de dados e os sistemas transacionais se caracterizam pela captura dos dados. Neste sentido, de acordo Turban et al. (2009), um DWH é um repositório central de dados históricos, organizado de forma que o acesso seja fácil (usando um navegador da Web) e a manipulação para o suporte a decisões é conveniente. Em outros termos, um DWH é um repositório que tem as características necessárias para atender as necessidades de um sistema de BI.

Conforme Inmon (2005, p. 29, tradução nossa): “um data warehouse é orientado ao assunto, integrado, não volátil e realiza coleta de dados com variação no tempo para apoiar as decisões da administração.”

De acordo com Kimball (2002, p.3, tradução nossa), os principais requisitos de um Data Warehouse são:

(37)

● Fazer com que informações de uma empresa possam ser facilmente acessadas. O conteúdo do data warehouse deve ser compreensível. Os dados devem ser intuitivos e óbvios para o usuário da área de negócios e não apenas para o desenvolvedor.

● Apresentar informações da organização de modo consistente. Os dados na warehouse devem ser confiáveis e devem ser obtidos cuidadosamente a partir de várias fontes na organização, filtrados, submetidos a um controle de qualidade e liberados apenas quando estiverem prontos para serem utilizados.

● Ser adaptável e resiliente a mudanças. [...] As necessidades dos usuários, as condições comerciais, os dados e a tecnologia, todos estão sujeitos às mudanças decorrentes do tempo. O data warehouse deve ser projetado para lidar com essa mudança inevitável. ● Ser um baluarte seguro que protege as informações. O tesouro de informações da

empresa está guardado no data warehouse. [...]

● Servir como fundação para melhorar a tomada de decisão. [...] O data warehouse deve conter os dados apropriados para dar suporte à tomada de decisões.

● Se for bem sucedido, deverá fazer com que a comunidade de negócio, aceite-o. [...] Se a comunidade de negócio não adotar o data warehouse e continuar a usá-lo ativamente por seis meses após o treinamento, indica que ele não passou no teste de aceitação.

Para a administração desses dados armazenados em um data warehouse, é utilizado um sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD). Um SGBD é um software que possibilita a criação, modificação, exclusão e a leitura dos dados de um banco. Ele ainda garante a integridade e a segurança dos dados. (SCHIMIGUEL, 2014)

Sobre o armazenamento de grandes quantidades de dados e seu gerenciamento, Chaudhuri, Dayal, Narasayya (2011, p.88-98, tradução nossa) comenta:

Grandes depósitos de dados normalmente implantam mecanismos SGBD paralelos para que as consultas SQL possam ser executadas em grandes volumes de dados com baixa latência. À medida que mais dados nascem digitais, há um desejo crescente de arquitetar plataformas de dados de baixo custo que possam suportar um volume de dados muito maior do que o tradicionalmente manipulado por SGBDs. Isso geralmente é descrito como o desafio do "Big Data".

2.4.4.1 Modelagem Dimensional

A modelagem dimensional é uma forma de técnica de modelagem de dados que preserva as características de um DWH, isto é, a modelagem dimensional é uma forma de implementar um repositório de dados do tipo DWH.

(38)

Para Kimball (2002, p. 10, tradução nossa):

Modelagem dimensional é um novo nome para uma técnica antiga que permitia tornar os bancos de dados fáceis e compreensíveis. Caso após caso, a partir da década de 1970, as empresas de TI, as consultorias, os usuários finais e os fornecedores migraram para uma estrutura dimensional simples para atender à necessidade humana fundamental de simplicidade.

A modelagem dimensional é uma técnica de modelagem de dados voltada especialmente para a implementação de um modelo que permita a visualização de dados de forma intuitiva e com altos índices de performance na extração de dados. O produto final de uma modelagem dimensional consiste em um modelo de dados com tabelas de fato e tabelas de dimensão.

Conforme Kimball (2002, p. 16, tradução nossa), “uma tabela fato é a tabela primária em um modelo dimensional onde as medidas de performance numérica são armazenadas”.

De acordo com Kimball (2002, p. 19, tradução nossa), “tabelas de dimensão são companheiras integrais de uma tabela de fato. As tabelas de dimensão contêm os descritores textuais do negócio”.

2.4.5 Front-end de um sistema de BI

O terceiro e último módulo de uma arquitetura de um sistema de BI, é a área de informação ou de apresentação de dados (front-end), onde os dados do repositório são apresentados através de cubos OLAP (Online Analytical Processing) e suas operações, KPIs (Key Performance Indicators),e Dashboards (painéis de indicadores), e relatórios entre outras foram de apresentação.

Os gráficos são ferramentas que ajudam na visualização de tendências, desempenhos e outros, dentro de um período, de forma clara e simples. Todos os dados que são exibidos nos gráficos, assim como em outras formas de exibir resultados de um sistema de BI, agem como uma forma de apoio à decisão, dando um direcionamento para os próximos resultados e estratégias. (DURÃES, 2019).

Os indicadores ou KPIs são conhecidos como Indicador-Chave de desempenho, eles são mensuráveis, podem ser calculados dinamicamente e funcionam como um medidor de desempenho. O principal objetivo é acompanhar se as ações implementadas estão obtendo o resultado esperado ou não, de acordo com as diretrizes definidas, sendo assim, também são uma parte importante da tomada de decisão, pois demonstra onde a empresa está errando ou

(39)

acertando, podendo continuar com os planos ou alterá-los, para adquirir novos resultados. (BONEL, 2017)

As Dashboards apresentam suas informações através de combinação de textos e gráficos, agregando indicadores de desempenho (KPIs), gráficos e relatórios.

OLAP é um conjunto de ferramentas que possibilitam navegar nos dados de um data warehouse, utilizando um conjunto de operadores que permitem alterar a granularidade dos dados, filtrar os dados e ter diferentes visões dos dados. (THOMSEN, 2002)

(40)

3 METODOLOGIA

Neste capítulo, serão apresentadas a caracterização do tipo de pesquisa, as atividades metodológicas e as delimitações do projeto.

Com a coleta de dados através de um questionário, espera-se construir uma solução de BI para o auxílio de estudantes na escolha das competências técnicas e comportamentais requeridas pelas empresas e as tecnologias utilizadas e emergentes demandadas aos profissionais de desenvolvimento no mercado de trabalho.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO TIPO DE PESQUISA

Segundo Jung (2003), a pesquisa aplicada consiste na aplicação do conhecimento para algo prático para a solução de problemas específicos. Portanto, quanto à natureza, a pesquisa desenvolvida é uma pesquisa aplicada.

Jung (2003) explica que a pesquisa exploratória “é a coleta de dados e informações sobre um fenômeno de interesse sem grande teorização sobre o assunto, inspirando ou sugerindo uma hipótese explicativa”. Logo, quanto aos objetivos, a pesquisa desenvolvida é uma pesquisa

exploratória.

Silva e Menezes (2005) comentam que a pesquisa quantitativa:

Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.).

Sendo assim, quanto a forma de abordagem, a pesquisa desenvolvida é uma pesquisa

quantitativa.

Gil (1991, apud SILVA; MENEZES, 2005) explica que uma pesquisa por levantamento é “quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”. Portanto, do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa desenvolvida é uma pesquisa por levantamento.

(41)

3.2 ATIVIDADES METODOLÓGICAS

As atividades metodológicas deste trabalho consistem em:

● Levantamento e especificação do tema, definição de objetivo e justificativa, que já foram implementados no capítulo 1.

● Estudo dos conceitos de BI, levantamento de dados do mercado de tecnologia e estudo sobre a coleta de dados, já realizados no capítulo 2 deste trabalho.

● Elaboração do questionário: Será utilizado a plataforma Google Forms, para a criação do formulário, assim como para a coleta dos resultados.

● Seleção de empresas que participarão do processo. ● Aplicação do questionário.

● Tratamento dos resultados do questionário através do processo de ETL. ● Modelagem do banco de dados.

● Criação da interface de BI.

3.3 DELIMITAÇÕES

Os dados coletados não têm finalidade profissional. O trabalho pretende exibir os dados para os estudantes da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e o dashboard será encaminhado para as empresas que receberam o formulário. Os dados serão coletados apenas de empresas do ramo da tecnologia na grande Florianópolis, sendo o formulário de respostas anônimas enviado por e-mail para o público específico, não sendo disponibilizado para um público geral.

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