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PÊSSACH CASHER VESSAMEACH!

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20

Comemorando I

“O Sêder

de Pêssach”.

R. I. Dichi Nº 149 Capa: Sinagoga Ari Ashkenazi Israel, pág. 14. PÊSSACH CASHER VESSAMEACH! HISTÓRIA Nazistas na Amazônia VARIEDADES Um Digno Falsário! DINHEIRO EM XEQUE Pobre Menino ISRAEL Pontos de Luz

A revista Nascente

é um órgão bimestral de divulgação da

Congregação Mekor Haim.

Rua São Vicente de Paulo, 276

CEP 01229-010 - São Paulo - SP

Tel.: 11 3822-1416 / 3660-0400

Fax: 11 3660-0404

e-mail: revista_nascente@hotmail.com

supervisão

: Rabino Isaac Dichi

diretorderedação

: Saul Menaged

colaboraramnestaedição

:

Ivo e Geni Koschland

e Silvia Boklis

projetográficoeeditoração

: Equipe Nascente

editora

: Maguen Avraham

tiragem

: 10.500 exemplares

O conteúdo dos anúncios

e os conceitos emitidos nos artigos

assinados são de inteira responsa bilidade

de seus autores, não representando,

necessariamente, a opinião da diretoria da

Congregação Mekor Haim ou

de seus associados.

Os produtos e estabelecimentos casher

anunciados não são de responsabilidade da

Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar

sobre a supervisão rabínica.

a Nascente contém termos sagrados.

Por favor, trate-a com respeito.

Expediente

Nesta Edição

54

De Criança

para Criança

“Meu Irmão”.

Chayim Walder

26

Variedades II

“Como Fazer

Cestos com

Papel de Jornal”.

39

Visão Judaica

“Um Bom Remédio”. R. Elie Bahbout

37

Educação

“Jovens e Celulares”.

49

Datas & Dados

Datas e horários judaicos, parashiyot e haftarot para os meses de Adar e

(5)

Nossa Gente

Acontecimentos que

foram destaques na

comunidade.

30

14

Israel

“Pontos

de Luz”.

8

Variedades I

“Adolfo Kaminsky,

Um Digno

Falsário”.

44

Comemorando II

“Sefirat Haômer”. Algumas Leis. A tabela da contagem do ômer para este ano.

(6)

Rua Dona Veridiana, 158 Higienópolis

(11) 3331.4672

O Sacolão Higienópolis deseja a

todos muita paz, prosperidade e todas

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(7)

Adar / Nissan 5777 7

Quando os

d i a s d e

Pêssach se

aproximam, até mesmo judeus mais distan-tes se preocupam com os inúmeros prepara-tivos. Quando a grande noite chega, parece que todas as mitsvot serão cumpridas a con-tento, lembrando da libertação da escravidão e transmitindo nossa herança espiritual para nossos filhos.

Existe, porém, um aspecto essencial da noite de Pêssach, que muitas vezes é esqueci-do. Num ponto avançado da Hagadá, encontra-mos uma obrigação crucial que pode passar despercebida: “Em todas as gerações, cada in-divíduo deve se sentir como se ele pessoalmen-te tivesse saído do Egito...”.

Não somos somente obrigados a lembrar a Saída do Egito, mas também a sentir esta re-denção. Esta obrigação pode parecer impos-sível! Hoje, graças a D’us, somos todos livres; nunca sentimos o peso da escravidão. Em ou-tras épocas, os judeus sofreram tristes perse-guições e até foram escravizados. Naquelas épocas, eles também eram obrigados a se sen-tir “livres” na noite do Sêder. Como puderam eles se sentir livres mesmo quando escraviza-dos? E como podemos nós alcançar a inten-sa emoção que sentiram nossos antepasinten-sados ao quebrar os grilhões da escravidão e sair do Egito?

De fato, a liberdade ansiada na saída do Egito, assim como a liberdade que nos obriga a Torá a almejar de geração em geração, não é uma liberdade física, mas sim aquela que ca-racteriza nosso povo entre todas as nações – a liberdade espiritual.

Os quatro copos de vinho estão relaciona-dos com as quatro linguagens de redenção ma-nifestadas por D’us ao salvar o Povo de Israel do Egito. Analisando os versículos que contêm estas linguagens de salvação, perceberemos que lá se encontra também o motivo da reden-ção (Shemot 6:6,7): “Portanto, diz aos filhos de Israel: ‘Eu sou o Eterno e vos tirarei de baixo

das cargas do Egito e vos salvarei do seu servi-ço, e vos redimirei com braço estendido e com juízos grandes. E vos tomarei por meu povo e serei para vós, D’us. E sabereis que Eu sou o

Eterno, vosso D’us, que vos tira das cargas do

Egito.’”

O motivo maior da redenção do Egito não era que Israel ficasse livre, mas sim para que conhecessem o Todo-Poderoso: “E sabereis

que Eu sou o Eterno, vosso D’us”. A redenção

do Povo de Israel só se concluiu com a outorga da Torá e com a admirável elevação espiritual decorrente do “sabereis...”. Esta é a verdadeira liberdade!

Durante o ano somos bombardeados pelo materialismo da sociedade. Cada geração tem o seu egito espiritual, seu faraó – inúmeros fatores que impedem sua elevação espiritual. Esse faraó impede nossa alma de ser livre, de nos aproximarmos de D’us e de “conhecê-Lo”.

Essa liberdade espiritual – o “sabereis” – independe da nossa condição física. Um ju-deu pode estar oprimido dentro de uma cela e ser mais livre que seus opressores. Por outro lado, pode estar caminhando livre de qualquer opressão, mas continuar escravo de si mesmo.

Para nos sentirmos na noite de Pêssach como se estivéssemos saindo do Egito, preci-samos estar realmente saindo desta condição. Ou seja, precisamos estar abandonando nosso egito interior em busca do conhecimento Divi-no. Esse é um trabalho que exige muito mais que os preparativos comuns de Pêssach. Para esta libertação ser percebida na noite do Sêder, deve ser realizado um esforço constante, dia a dia, ano a ano, passo a passo.

Onde, então, aprender esse trabalho que liberta o ser humano de seus vícios, fazendo-o satisfazer a passagem “e sabereis que Eu sou o Eterno”? A isso, nossos sábios respondem que a

Torá é a sabedoria Divina. Somente por meio do

seu estudo e do cumprimento das mitsvot é que podemos nos aproximar de D’us, conhecê-Lo e tornarmo-nos verdadeiramente livres!

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Adolfo Kaminsky,

um Digno Falsário

Adolfo Kaminsky foi um falsário genial que

empregou seu talento para servir a Resistência

Francesa durante a Segunda Guerra Mundial.

Seu trabalho salvou a vida de milhares de famílias

judias e, posteriormente, de muitas outras pessoas

em vários países do mundo.

Durante 30 anos – até 1971 – ele falsificou

documentos para ajudar perseguidos e oprimidos.

Tudo começou durante a Segunda Guerra Mundial

quando, aos 17 anos de idade, foi recrutado e

tornou-se o maior expert em documentos falsos da

Resistência. Até os 77 anos de idade Adolfo manteve

sigilo sobre seu passado, quando foi convencido por

sua filha a revelar sua história.

V

ariedades I

Adolfo

nasceu na A rgentina em 1925 e emigrou para a França com toda a família em 1929. Seus pais eram judeus pobres de origem russa. Com 14 anos teve que começar a trabalhar. Com o único diploma que tinha, seu certifi-cado de ensino fundamental, conseguiu em-prego como tintureiro. Foi lá que descobriu algo maravilhoso – a mágica da química das tinturas. Durante a guerra, com 15 anos, sua mãe foi morta pelos nazistas. Nesta época ele embarcou de corpo e alma na química, o úni-co úni-consolo para a sua tristeza. Constantemen-te questionava seu chefe tintureiro sobre os segredos da profissão. De noite colocava em

prática suas experiências particulares – prin-cipalmente as relacionadas com a descolora-ção de tintas e a remodescolora-ção de manchas.

(9)

Foi nos três meses de detenção em Drancy que Adolfo “descobriu os judeus e sua diversidade e sentiu-se judeu pela primeira vez – uma sen-sação que nunca mais o abandonou”, conforme relatou posteriormente.

Apesar de livres, estavam em perigo constante. Havia o enorme carimbo de judeu em todos os seus documentos. Seu pai decidiu que eles precisavam de documentos fal-sos e enviou o jovem Adolfo para encontrar-se com um homem da Resistência Francesa. Naquela épo-ca os documentos continham a

pro-fissão do indivíduo. Adolfo pediu ao falsário da Resistência para escre-ver “tintureiro” em seu documento. Imediatamente o homem ficou muito interessado. “Como assim tinturei-ro?! Você sabe como apagar tintas?”, perguntou. Claro que ele sabia! Logo o homem explicou que a Resistência estava enfrentando um enorme pro-blema: mesmo os melhores experts não conseguiam apagar uma tinta chamada “permanente” – a tinta da “mancha d’água azul”. No mesmo instante Adolfo respondeu que sabia exatamente como apagá-la. O homem

ficou deslumbrado com aquele jovem de 17 anos – e recrutou-o.

(10)

Nesta época, fez o seguinte cálculo: ele já estava conseguindo fabricar 30 documentos virgens em uma hora. Portanto, se ele dormisse uma hora a mais do mínimo necessário, 30 pes-soas morreriam!...

Kaminsky relata, em seu livro, o desespero que sentia para chegar a tempo de entregar os documentos falsos nas casas das pessoas que ho-ras mais tarde seriam deportadas.

Este senso de responsabilidade pela vida de outras pessoas, quando tinha 17 anos, e também sua “culpa” por ter escapado do campo sem seus amigos, permaneceu consigo duran-te toda sua vida. Talvez isso explique porque, por 30 anos, ele continuou a falsificar documentos com tanto sacri-fício. Segundo Adolfo, para manter sua independência de consciência e não se tornar um “mercenário”, nunca cobrou por seus serviços. Ganhava a vida como fotógrafo. Se aceitasse pagamen-to, não seria mais capaz de recusar so-licitações que julgasse injustas.

Sempre escondeu de sua família suas atividades noturnas clandesti-nas – para protegê-los.

Com o final da guerra ele passou a falsificar documentos que permitis-sem aos sobreviventes dos campos de concentração emigrar para Israel, sob mandato britânico, entre 1946 e 1948.

Sendo um anticolonialista

con-victo, passou a falsificar documen-tos para argelinos durante a Guerra de Independência da Argélia (1954 a 1962). Depois da Guerra Argelina o nome dele ficou famoso entre inúme-ros movimentos internacionais de re-sistência. Muita gente foi bater à sua porta. Na África havia países lutando por independência: Guiné, Guiné-Bis-sau, Angola. Adolfo também se ligou ao partido de Nelson Mandela contra o Apartheid. Além disso, ajudou as resistências contra as ditaduras da República Dominicana, Haiti, Brasil, Argentina, Venezuela, El Salvador, Nicarágua, Colômbia, Peru, Uruguai, Chile, Peru e México.

Durante a Guerra do Vietnã falsi-ficou documentos para os desertores americanos que não queriam lutar (1965 a 1973).

Para os europeus, Adolfo falsifi-cou documentos aos dissidentes de Franco na Espanha, de Salazar em Portugal e dos ditadores coronéis na Grécia (1967 a 1974).

Hoje, com 91 anos de idade, Adol-fo Kaminsky afirma que não se arre-pende de nada que fez no passado. Que seria incapaz de testemunhar injustiças ficando de braços cruza-dos. Ele está convencido que um ou-tro mundo é possível. Um mundo em que ninguém necessitará de um fal-sário. Ele sonha com isso.

CLINÍCA TIMERMAN

DE SAÚDE E BEM ESTAR

O renomado cardiologista,

Doutor Ari Timerman

(ex-presidente da Sociedade Paulista de Cardiologia), diretor

clínico do Instituto Dante Pazzanese de cardiologia está com uma nova clínica de saúde e

bem estar. Com a nutricionista comportamental e diretora do Genta,

Fernanda Timerman,

e a psicóloga focada em trabalhos com a terceira idade,

Clarice Timerman,

anuncia seu novo telefone e endereço:

Rua Pará, 76 - conjunto 124

Higienópolis - São Paulo

Telefone: 11 3129-8512

TEL: 99933-8828/ 3666-0438

AULAS DE BAR-MITZVAH

Mauricio Dayan

(11)

Nazistas na Amazônia

Uma

enorme cruz de madeira

os-tenta uma suástica nazista no cemitério de uma ilhota sem nome do Rio Jari, entre os estados do Amapá e Pará. É o que res-ta da expedição nazisres-ta que chegou a Belém em 1935 e durante dois anos explorou a geologia, fauna e flora da Amazônia.

Em busca da raça pura

Um livro de 1938 achado em Berlim traz anotações precisas da expedição dos quatro alemães no Brasil. Intitulado “Mistérios do In-ferno da Mata Virgem”, o diário do geologista e piloto da expedição Otto Schulz-Kampfhen-kel revela que os quatro oficiais alemães do exército nazista teriam outros interesses que

os científicos – revelar caminhos do Amapá até a Guiana Francesa pelo rio Jari, região estratégica a ser ocupada na guerra que se aproximava.

A expedição tinha inicialmente preten-sões científicas. Heinrich Himmler, chefe da SS e da Gestapo, acreditava que era possí-vel encontrar na Amazônia descendentes da Atlântida, de raça pura, e vestígios genéticos da “raça ariana”. Mas, com o início da guerra, Schulz-Kampfhenkel fez uso das informações colhidas na expedição para fins da expansão colonial nazista. Ele apresentou seu plano em 1940 para Himmler. Ele via o empreendi-mento como uma forma de reduzir a influên-cia regional dos Estados Unidos, ao assumir

A Amazônia esteve nos planos de Hitler como um território a

ser conquistado pelo III Reich.

(12)

O hidroavião “Seekadett”, apelidado de “Águia Marinha”, quando chegou em Belém no início da expedição científica em 1935, estacionado na rampa destinada a aviões anfíbios da Aeronáutica do Brasil. Os três oficiais nazistas que chegaram à capital do Pará são vistos entre militares brasileiros.

História

o controle da Guiana Francesa e das colônias vizinhas, Guiana Holandesa (atual Suriname) e Guiana Inglesa (atual República da Guiana). Mas o sonho de forjar uma Guiana Alemã fracassou. Talvez isso tenha acon-tecido porque a Guiana Francesa já tinha caído nas mãos amigas do re-gime colaboracionista de Vichy. Ou talvez tenha sido devido à própria expedição malfadada ao Jari.

Convencendo as autoridades brasileiras

Schulz-Kampfhenkel e seus com-panheiros passaram dois meses em Belém requerendo autorização para subir o rio Jari. Solicitavam fazer o levantamento topográfico da bacia do Jari até suas cachoeiras, com inte-resse científico de pesquisar a fauna e a flora da região.

Para provar que o objetivo da expedição era eminentemente cien-tífico, os nazistas apresentaram às autoridades brasileiras cartas de credenciamento expedidas por insti-tutos de pesquisa e museus de

histó-ria natural da Alemanha. Foram tão convincentes em suas explicações que conseguiram a adesão do Ins-tituto Emílio Goeldi, de Belém, e do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Indagados sobre tanto interesse pela região do rio Jari, os membros da expedição afirmavam: “Aqui é oferecido um espaço suficiente para a imigração e o estabelecimento dos povos nórdicos. Para a mais avança-da raça, oferece infinitas possibiliavança-da- possibilida-des de exploração”.

Os exploradores levaram 11 to-neladas de suprimentos e munição para 5 mil tiros. Enviaram para a Alemanha as peles de 500 mamíferos diferentes, centenas de répteis e an-fíbios e 1.500 objetos arqueológicos. Produziram 2.500 fotografias e 2.700 metros de filme 35 mm que mostram índios, caboclos, animais, peles, co-bras e outros espécimes exóticos do mundo tropical.

Os alemães também trouxeram da Alemanha um hidroavião com flutuadores revestidos de compen-sado de madeira, técnica inédita na

época, algumas armas e equipamen-tos não detalhados no livro. O hi-droavião “Águia Marinha”, que tan-to encantan-tou a população de Belém e causou perplexidade no vale do Jari, estava equipado com modernos ins-trumentos de navegação.

“Papai grande”

A missão foi repleta de inciden-tes. O piloto errou duas vezes a rota de Arumanduba (no Pará), de onde partiriam. Somente ao chegarem ao rio, descobriram que era raso, enca-choeirado e pedregoso, inviabilizan-do o uso da aeronave com os flutua-dores. O jeito foi seguir a pé e de bar-cos, com a contratação de caboclos para fazer o trabalho braçal.

Os alemães apreciaram o tipo in-dígena dos índios aparaís e escreve-ram sobre eles: “Construído como um atleta olímpico (...) parecendo uma estátua de bronze modelada por um artista”. Fizeram amizade com eles – apresentando-se como “filhos do pa-pai grande da ciência” – e moraram em sua aldeia durante quase um ano.

(13)

O azar da sucuri

A expedição, porém, continua-va azarada. Um dos quatro alemães, Joseph Greiner, morreu ao contrair malária. Foi enterrado ali mesmo, numa ilha do Rio Jari, e em seu tú-mulo foi colocada a famosa cruz com a suástica, que existe até hoje.

Além de ser o capataz da expe-dição e cuidar da segurança de seus patrícios, Joseph Greiner era uma espécie de porta-voz do grupo ale-mão. Ele era o único que não veio com a expedição, pois migrou para o Brasil com 15 anos de idade.

Quan-do tomou conhecimento da presen-ça da expedição em Belém, ofere-ceu seus préstimos e foi contratado como mestre bagageiro, capataz e encarregado das provisões. Falava fluentemente português e teve parti-cipação importante nas relações que a expedição manteve com o governo brasileiro.

Após a morte de Greiner a expe-dição prosseguiu por mais um ano, até fevereiro de 1937, com ajuda de caboclos e índios. Malária, repetidos acidentes e apendicite atacaram os alemães. O piloto Otto quase perdeu

a vida ao tentar subir as violentas corredeiras do rio.

Para os índios, os alemães esta-vam sendo castigados por terem ma-tado uma sucuri de sete metros, ani-mal sagrado cuja morte traz azar.

A expedição terminou e os so-breviventes retornaram à Alemanha. Em seu diário, Otto anotou que con-cluíram a maioria das experiências técnicas “em prol de missões maiores no futuro”.

Fontes pesquisadas:

Cristóvão Lins/Jari

Nilson Montoril

Parte do material arqueológico enviado para a Alemanha.

www.fivebras.com.br Tel.: 11 3207-9444

Saiba mais, acesse o site

(14)

I

srael

PoNToS De Luz

Israel brilha como o Sol!

Incontáveis locais desta terra abençoada são verdadeiros diamantes

de um tesouro que transborda santidade.

Nestes pontos, o estudo da Torá e as orações sinceras de Am Yisrael formam

verdadeiras colunas de luz que ligam a Terra ao Céu.

Yeshivat

Porat Yossef

Yeshivá Porat Yossef é uma das

principais yeshivot sefaradiyot de Is-rael e do mundo. Possui duas sedes em Jerusalém – uma no bairro de Gueula e a outra muito próximo do Muro das Lamentações.

Yeshivat Ôhel Moed, fundada

pe-los rabinos Ezra Harari Raful e Refael Shelomô Laniado em Jerusalém em 1904, foi a precursora da Yeshivat

Po-rat Yossef.

A pedra angular para a constru-ção de Yeshivat Porat Yossef foi colo-cada na Cidade Velha de Jerusalém em 1914. Yossef Shalom, um filantro-po de Calcutá, na Índia, originalmen-te comprou o local com vista para o Monte do Templo com a intenção de construir um hospital. Quando es-creveu para o Gaon Ben Ish Chay de Bagdá pedindo sua opinião, o sábio convenceu-o a doar uma yeshivá em vez de um hospital. Devido à Primeira Guerra Mundial, a yeshivá só foi

inau-gurada em 1923.

Em maio de 1948, pouco depois do início da Guerra da Independên-cia, o edifício da yeshivá foi atacado e destruído pela Legião Árabe. Após a conclusão da guerra em 1949, uma nova sede foi estabelecida no bairro de Gueula, na esquina das ruas Mal-chê Yisrael e Yossef ben Matityáhu.

Após a Guerra dos Seis Dias de 1967, foi inaugurado um novo campus no local original na Cidade Velha, que passou a funcionar em paralelo ao de Gueula.

(15)

Os rashê yeshivot de Porat Yossef foram: Rabi Refael Shelomô Laniado,

Rabi Ezra Atiye, Rabi Yaacov Ades, Rabi Yehudá Tsadka, Rabi Bentsiyon

Aba Shaul, Rabi Bentsiyon Meir Hay Uziel, Rabi Moshê Tsadka Shelita e

Rabi Shalom Cohen Shelita. Entre

os inúmeros proeminente alunos da

yeshivá, estão os grandes sábios da Torá: Rabi Baruch ben Chayim, Rabi

Mordechay Eliyáhu, Rabi Yitschac Ka-duri, Rabi Tsiyon Levy, Rabi Ovadyá Yossef, Rabi Eliyáhu ben Chayim

She-lita e Rabi Yitschac Yossef SheShe-lita.

Interior de Yeshivat Porat Yossef na Cidade Velha.

No Detalhe: Turma de 1939 em Porat Yossef. Fila de cima (da esquerda para a direita): Rabi Bentsiyon Aba Shaul, Rabi Tsiyon Levy, Rabi Yossef Ades e Rabi Eliyáhu Aboud. Fila do meio: Rabi Yossef Elnadav, Rabi Refael Ades, Rabi Avraham Shrem, Rabi Ezra Ades, Rabi Yoseph Raful e Rabi David Sheloush. Linha da frente: Rabi Chayim Levy, Rabi Pinchas Vaknin, Rabi Shabetay Atoon, Rabi Ovadyá Yossef, Rabi Baruch Ben Chayim, Rabi Saadya Lopes e Rabi Ezra Shayo.

(16)

Israel

A Sinagoga “Ari Ashkenazi”, lo-calizada na Cidade Velha de Safed, Israel, foi nomeada em memória do grande cabalista, um dos maiores sábios judeus de todas as épocas, ra-bino Yitschac Luria zt”l (1534, Jeru-salém – 1572, Safed), conhecido como o “Ari”, ou “Arizal”. Esta é uma das mais antigas sinagoga de Israel ain-da em uso.

A sinagoga foi originalmente fundada no século XVI por exilados espanhóis que se estabeleceram na Grécia – na Ilha de Gerigos – e depois imigraram para Safed. Era chamada de “Sinagoga dos Gerigos”. Sua con-gregação era formada por cabalis-tas, na maioria seguidores do Rabino Moshê Cordovero. O Arizal costuma-va rezar nesta sinagoga somente na véspera de Shabat, saindo de lá com seus discípulos para recitar orações de Cabalat Shabat em um campo próximo – Chacal Tapuchin – para receber o Shabat. Pode ter sido nessa época que Rabi Shelomô Halevi Al-cabas (1500–1576) compôs a famosa melodia Lechá Dodi. Essas orações de Cabalat Shabat ainda são realiza-das por judeus em todo o mundo.

A tradição do Arizal de receber o

Shabat também ecoa nas

comunida-des judaicas ao redor do mundo du-rante o canto do Lechá Dodi, quan-do o público se volta para a entrada da sinagoga recitando “bôi calá, bôi

calá” para receber o Shabat, para

re-ceber a Shechiná, para rere-ceber a

ne-shamá yeterá!

Após chegar em Safed em 1570, com o falecimento do grande sábio

Rabi Moshê Cordovero, o Ari assumiu

a liderança dos cabalistas em Safed. Ele viveu apenas mais dois anos, mas

Sinagoga

Ari Ashkenazi

neste curto período revolucionou o estudo da Cabalá. Foi o primeiro a explicar o conceito de tsimtsum – a “contração” de D’us de Sua infinita luz para dar “lugar” à existência des-te mundo – e muitos outros conceitos cabalistas.

Alguns anos após o falecimento do Arizal, a sinagoga passou a ser chamada de “Sinagoga Ari Ashke-nazi”, para ser diferenciada da “Si-nagoga Ari Sefaradi”, onde o Arizal costumava rezar. O pai do Arizal era

sefaradi e sua mãe, ashkenazi.

Um terremoto destruiu a sina-goga em 1837 e sua reconstrução foi concluída em 1857.

(17)

existe até hoje. Este evento foi consi-derado um dos muitos milagres que aconteceram em Safed.

Embora a sinagoga esteja asso-ciada, por seu nome, à comunidade

ashkenazi, hoje é frequentada por ashkenazim, sefaradim e chassidim.

A belíssima arca sagrada foi esculpida em madeira de oliveira no estilo das sinagogas da Europa Oriental e contém uma imagem de um leão, aludindo ao acrônimo “Ari”, que significa “leão”.

A cadeira de Eliyáhu Hanavi da

Sinagoga Ari Ashkenazi serve como uma “segulá” – motivo de boa sorte – para casais inférteis. Muitos destes casais afirmam que ganharam seu bebê menos de um ano após

senta-rem-se nesta cadeira.

A sinagoga está localizada na es-cada Maalot Gur Aryê, que desce da praça pública principal da cidade,

Kicar Hameguinim.

(18)

Israel

A pequena sinagoga e bêt midrash localizada no local O túmulo da matriarca Rachel, esposa de Yaacov Avínu, hoje é um dos locais sagrados mais impor-tantes em Israel. O local fica em Bêt Lêchem, a apenas cinco minutos de carro de Guilô, em Jerusalém.

Rachel foi enterrada no caminho de Chevron, e não na Mearat

Hama-chpelá em Chevron junto a Yaacov.

Assim foi, justamente para que, na época da destruição do primeiro Bêt

Hamicdash, quando o povo saísse

de Êrets Yisrael e passasse por esse local, Rachel pudesse pedir pelos Fi-lhos de Israel perante o

Todo-Pode-roso. Nesta oportunidade, explica o

Midrash, todos os patriarcas e

ma-triarcas suplicaram ao Criador pelos

yehudim, que saíam cativos. A única

súplica aceita foi a de Rachel, pelo mérito de ter ajudado sua irmã Leá a casar-se com Yaacov no seu lugar – e não a ter envergonhado.

Rachel suplicou a Hashem di-zendo: “Ó D’us do Universo, consi-dere o que eu fiz pela minha irmã Leá. Yaacov trabalhou para meu pai apenas para poder se casar comigo, mas na hora do casamento levaram minha irmã no meu lugar. Não ape-nas mantive silêncio, como dei a ela as senhas secretas que Yaacov e eu tínhamos combinado para impedir

que outra noiva fosse levada em meu lugar. Você, também, se Seus filhos levaram outro à Sua casa, mantém Seu silêncio.”

A famosa e comovente passagem

“Col beramá nishmá”, do Tanach (Yir-meyáhu 31:14-15), relata a resposta

de D’us ao choro de Rachel:

“Assim disse o Eterno: ‘Uma voz ressoou em Ramá, uma voz chorosa com soluços amargos. É Rachel que chora por seus filhos; não quer se deixar consolar por seus filhos per-didos.’ Porém, disse o Eterno: ‘Que tua voz pare de gemer e teus olhos de chorar, pois há uma compensa-ção por teus esforços’, disse o Eterno; ‘e eles voltarão do país inimigo, de

Kêver Rachel

(19)

modo que há esperança para ti por vir’, disse o Senhor; ‘e voltarão os fi-lhos para suas fronteiras.’”

Rachel é uma contínua fonte de consolo aos seus filhos – rezando por eles e pedindo o cumprimento da Di-vina promessa da volta dos seus fi-lhos à Terra Prometida.

Desde o século V até meados do século XIX, o túmulo de Rachel era assinalado por uma pequena cúpula apoiada por quatro vigas. Em 1841, Sir Moses Montefiore construiu uma sala onde os visitantes podiam des-cansar. Em 1948 os jordanianos as-sumiram o controle da área e proi-biram os judeus de rezar no túmulo. Os árabes construíram seu próprio cemitério ao redor do túmulo e Bêt Lêchem expandiu-se. O túmulo pas-sou a ficar no centro da cidade e não mais na beira da estrada. Após a Guerra dos Seis Dias em 1967, o tú-mulo foi reaberto aos filhos de Ra-chel.

Após a violência da Primeira In-tifada, Bêt Lêchem foi entregue à Autoridade Palestina, embora Israel conservasse o controle do local do túmulo. Em 1996, face aos incessan-tes ataques árabes, o Ministro da Re-ligião em Israel construiu uma forta-leza ao redor da pequena estrutura, que protegeu o local de arruaceiros e atacantes árabes.

Conta-se a seguinte história de como o Túmulo de Rachel foi salvo das investidas dos palestinos:

“Durante o governo de Rabin, o tú-mulo de Rachel foi classificado como pertencente à ‘Área A’, sob controle civil e militar árabe. Então os deputa-dos Rabi Menachem Porush e Chanan Porat foram tentar convencer Rabin a mudar de ideia. Porat explicou dili-gentemente a situação sob o ponto de vista da segurança no túmulo e apre-sentou argumentos racionais, que não

pareceram demover Rabin. De repen-te, Rabin olhou para Porush e viu que ele estava chorando. Porush segurou as mãos de Rabin e, com lágrimas ro-lando pelas faces, disse: ‘Yitschac, é Mamãe Rachel, Mamãe Rachel!’.

Na-quele momento o coração de Rabin foi tocado e ele alterou o mapa para que o Túmulo de Rachel pudesse perma-necer em mãos judaicas.” Interessante que Rabin foi morto no dia do yortsait de Rachel Imênu.

(20)

o Sêder de Pêssach

este ano o Sêder de Pêssach deve ser realizado

nos dias 10 e 11 de abril (fora de Êrets Yisrael),

segunda e terça-feira de noite.

No Sêder de Pêssach temos a oportunidade

de cumprir muitas mitsvot.

entre elas, duas da Torá: narrar a história do Êxodo

do egito, contida na Hagadá, e comer a matsá.

A realização do Sêder possui muitos detalhes,

que podem ser esquecidos a cada ano. Por isso,

publicamos novamente, extraído e revisado do

livro “Pêssach e Suas Leis”, o procedimento a ser

observado durante o Sêder.

A tradução, trans literação, os comentários da

Hagadá e as leis

do Sêder podem ser encontrados na “Hagadá de

Pêssach” publicada pela Congregação.

Rabino I. Dichi

Cadesh

Recita-se o Kidush

Cada um dos participantes deve ter à sua frente um copo que contenha, no mínimo, 86ml de vinho ou suco de uva.

Aquele que conduz o Sêder – seja ele o dono da casa ou o mais velho dentre os presentes – recita o Kidush. Enquanto isso, todos os partici-pantes devem ficar em silêncio, segurando cada qual o seu copo e respondendo apenas “amen” no final das berachot contidas no Kidush: Borê

Peri Haguêfen (ashkenazim dizem hagáfen), Me-cadesh Yisrael Vehazemanim (no sábado

acres-centa-se duas berachot da Havdalá) e

Shehe-cheyánu.

Não é permitido dizer “baruch Hu uvaruch

Shemô” durante o Kidush.

Na berachá de Shehecheyánu deve-se ter em mente todas as obrigações da noite, como comer

matsá e maror.

Depois do Kidush, todos – homens e mulhe-res – devem tomar de uma só vez, de preferên-cia, cerca de 86ml de vinho, ou pelo menos um pouco mais da metade disto.

Sefaradim: Homens e mulheres se reclinam

para a esquerda ao tomar o vinho.

(21)

Ashkenazim: Apenas os homens se reclinam

ao tomar o vinho.

Urchats

Ablução das Mãos Antes do Carpás

Segurando a caneca com a mão direita, cada um dos presentes deve enchê-la de água, pas-sá-la para a esquerda e vertê-la três vezes (há quem o faça duas vezes) sobre a mão direita. Depois, segurando com a direita, verte-se água três (ou duas) vezes sobre a esquerda, sem reci-tar nenhuma berachá e seca-se as mãos.

Esta lavagem sem berachá é necessária

sem-pre antes de comer algo que será mergulhado em água, vinho, vinagre, mel, azeite de oliva ou leite. Aqui é necessária porque o carpás é comi-do após mergulhacomi-do em água com sal.

Não se deve falar entre a ablução das mãos e o ato de comer o carpás.

Carpás

Come-se a Hortaliça Mergulhada em Água com Sal

(22)

Os sefaradim costumam usar sal-são como carpás. Os ashkenazim em geral usam batata.

Pega-se um pedaço de carpás me-nor que 18g, mergulha-se na água com sal e, antes de comê-lo, diz-se a

bera-chá de Borê Peri Haadamá. Ao dizer a berachá, deve-se ter em mente que ela

também é válida para o maror que será comido posteriormente.

Yachats

Parte-se a Matsá do Meio

Na keará, a bandeja que fica sobre a mesa durante todo o Sêder, há três

matsot. Parte-se a matsá do meio e o

pedaço maior é guardado para o

afi-coman.

Os sefaradim costumam embrulhar o aficoman num pano ou guardanapo, colocam-no sobre o ombro e recitam, um participante por vez, um trecho da

Torá (Shemot 12:34-35) – revivendo um

episódio do primeiro Sêder – que diz:

“Mish’arotam tserurot bessimlo-tam al shichmam Uvnê Yisrael assu kidvar Moshê.”

“O restante (da matsá) ataram com suas vestimentas sobre seus ombros, e os Filhos de Israel fizeram conforme a palavra de Moshê.”

Para cada participante, os demais fazem as perguntas “de onde você vem?” e “para onde você vai?”, que de-vem ser respondidas, respectivamente, com “do Egito” e “para Jerusalém”.

O pedaço menor da matsá partida é recolocado entre as duas matsot.

Todo o Shabat e yom tov usam-se duas chalot para a berachá durante as refeições, chamadas de lêchem

mish-nê. Isto em lembrança à porção dupla

de “man” que D’us concedia ao Povo de Israel no deserto nas sextas-feiras e vésperas de yom tov. Em Pêssach co-locamos na mesa mais uma porção, a

matsá partida, que representa o lêchem ôni – o pão da pobreza. Este simboliza

a escravidão, pois o pobre e o escravo costumam comer uma parte do pão e guardar um pedaço para depois.

Maguid

Narração do Êxodo do Egito

A leitura da Hagadá, que narra o Êxodo do Egito, constitui um preceito explícito da Torá. Por isso, recomen-da-se explicá-la de modo que todos os presentes possam entendê-la. Deve-se evitar qualquer conversa adversa ao assunto de Pêssach durante a leitura.

Observação: Quem não sabe ou não pode ler toda a Hagadá, deve ao menos ler e entender o trecho “Raban

Gamliel... Pêssach, matsá umaror”.

Há Lachmá Anyá - De “há

lach-má anyá” até “benê chorin” ergue-se a

travessa com as matsot para despertar a curiosidade das crianças. Outros, ao pronunciarem “há lachmá anyá” (este é o pão da pobreza) erguem a matsá partida – a do meio – símbolo da po-breza.

Antes do Má Nishtaná retira-se a travessa de matsot da mesa ou coloca-se no fim da mesa como coloca-se a refeição já tivesse terminado – para surpreen-der as crianças e para que perguntem o que está acontecendo. Explica-se, en-tão, que os escravos oprimidos muitas vezes são impedidos de se alimentar para ir trabalhar.

Má Nishtaná - Antes que a criança

recite o Má Nishtaná, enche-se os copos de todos os presentes com vinho para o segundo copo – mais uma curiosidade para as cianças. Cada um dos quatro copos de vinho corresponde a uma das quatro expressões de redenção citadas na Torá sobre o Êxodo do Egito.

Avadim Hayínu - Restitui-se a

tra-vessa de matsot ao seu devido lugar, descobre-se parcialmente as matsot e prossegue-se a leitura da Hagadá. É preciso certificar-se de que as crianças estejam acordadas durante o Avadim

Hayínu, pois aí começa a resposta para

as suas perguntas.

(Ve)hi Sheamedá - Antes de

reci-tar esta passagem, cobre-se as matsot. Todos os participantes erguem os seus copos de vinho durante a leitura deste trecho da Hagadá, até Tsê Ulmad.

Tsê Ulmad - Repousa-se os copos

sobre a mesa, descobre-se parcialmen-te as matsot e prossegue-se com a lei-tura da Hagadá.

As Dez Pragas - Ao pronunciar

cada uma das palavras alusivas às dez pragas, dentre os sefaradim o condutor do Sêder costuma verter um pouco de vinho do copo em uma bacia, perfazen-do um total de 16 vezes em que o vinho é vertido. Os ashkenazim derramam um pouco de vinho com o dedo, em alusão a “este é o dedo de D’us” – ex-pressão que os magos do Faraó usaram para descrever as pragas.

As palavras nas quais verte-se o vi-nho são: Dam, Vaesh, Vetimrot Ashan.

Dam, Tsefardêa, Kinim, Arov, Dêver, Shechin, Barad, Arbê, Chôshech, Ma-cat-Bechorot. Detsach, Adash, Beachav.

Após a última menção verte-se todo o resto do vinho, lava-se o copo e volta-se a enchê-lo de vinho.

Raban Gamliel - Esta é a essência

de todo o Pêssach. Por isso, esse trecho deve ser traduzido e explicado de modo que todos possam entendê-lo perfeita-mente. A tradução deste parágrafo é a seguinte:

“Raban Gamliel costumava dizer:

‘Todo aquele que não diz estas três coisas em Pêssach, não cumpriu com o seu dever. E são elas: Pêssach, matsá e maror (o cordeiro pascal, o pão ázimo e a hortaliça amarga).’”

Os três parágrafos que se seguem na

Hagadá comentam os três termos

re-cém-citados.

Pêssach - Ao iniciar esta parte,

cos-tuma-se observar o zerôa, o pedaço de frango da travessa em lembrança do

(23)

Corban Pêssach que se fazia na época

do Templo. Porém, deve-se tomar o cui-dado de não gesticular em sua direção, para não parecer que se está fazendo um corban (sacrifício, oferenda) fora do

Bêt Hamicdash, o Templo Sagrado.

Matsá - Costuma-se segurar a

mat-sá partida do meio (há quem segure a

de cima), para que todos os participan-tes possam vê-la ao recitar as palavras

“matsá zô” – “esta matsá”. Há quem

costume apenas apontá-la sem segurar.

Maror - Costuse segurar o

ma-ror ao recitar as palavras “mama-ror zê” –

“este maror”. Há quem costume apenas apontá-lo sem segurar.

Baruch... Gaál Yisrael - Após esta

berachá, toma-se o segundo copo de

vi-nho. Deve-se tomar 86ml ou pelo me-nos pouco mais do que a metade disto.

Sefaradim: Não dizem a berachá de Borê Peri Haguêfen antes de tomá-lo.

Homens e mulheres se reclinam para a esquerda ao tomá-lo.

Ashkenazim: Dizem a berachá

an-tes de tomá-lo. Só os homens se recli-nam para a esquerda ao tomá-lo.

Após tomar o vinho não se diz a

berachá acharoná, pois o Bircat Hama-zon que será recitado a isenta.

Rochtsá

Ablução das Mãos Antes de Comer Matsá

Segurando a caneca com a mão

direita, cada um dos presentes – ho-mens, mulheres e crianças – deve enchê-la de água, passá-la para a es-querda e vertê-la três vezes (há quem o faça duas vezes) sobre a mão direi-ta. Depois, segurando com a direita, verte-se água três vezes (ou duas) so-bre a esquerda.

Importante: A água, ao ser entor-nada sobre a mão, deve cobri-la até o pulso. Antes de enxugar as mãos – e não durante – recita-se a berachá:

“Baruch... asher kideshánu bemit-svotav vetsivánu al netilat yadáyim”.

Não se deve fazer nenhum tipo de interrupção entre a ablução das mãos e o ato de comer a matsá.

Motsi

Recita-se a Primeira Berachá Sobre as Matsot

Segura-se as três matsot com as duas mãos e pronuncia-se a berachá:

“Baruch... hamotsi lêchem min haárets”.

Observação: Todas as vezes que es-tivermos cumprindo uma mitsvá, tanto da Torá quanto derabanan (prescrição rabínica), devemos ter em mente que a estamos cumprindo por ser uma deter-minação do Todo-Poderoso.

Matsá

Dizemos a Segunda Berachá Sobre as Matsot e as Comemos

Após a berachá de Hamotsi,

sol-ta-se a matsá de baixo e, segurando apenas a primeira matsá (inteira) e a partida, diz-se a berachá (deve-se ter em mente também a matsá que será consumida posteriormente no corech, o sanduíche de matsá e maror):

“Baruch... asher kideshánu bemits-votav vetsivánu al achilat matsá”.

Distribui-se pedaços da matsá de cima e do meio para todos os parti-cipantes. Os sefaradim mergulham a

matsá no sal.

Importante: Cada um dos presentes deve comer dois kezaytot de matsá, o que equivale a uma matsá quadrada inteira (ou metade de matsá redonda feita à mão, que é maior). Como os pe-daços distribuídos em geral não per-fazem esta quantidade, deve-se com-pletá-la com outras matsot da mesa. Os dois kezaytot de matsá devem ser consumidos em cerca de quatro minutos.

Sefaradim: Homens e mulheres

de-vem comer a quantidade obrigatória de

matsá reclinados para a esquerda. Ashkenazim: Só os homens se

re-clinam.

(24)

Maror

Comer o Maror Após Mergulhá-lo no Charôsset

Pega-se um kezáyit de maror (cerca de 28g de alface romana ou raiz forte) e mergulha-se levemente no

set. Após retirar o excesso de charôs-set, para prevalecer o gosto amargo

do maror, recita-se a berachá antes de consumi-lo (tendo em mente também o maror que será consumido posterior-mente no corech):

“Baruch... asher kideshánu bemits-votav vetsivánu al achilat maror”.

Importante:

a. O maror não deve ser mantido

em água ou similar por vinte e quatro horas, não deve ser mantido em vina-gre nem por pouco tempo e não deve ser cozido, pois torna-se impróprio para a mitsvá de maror. Pode-se, po-rém, conservá-lo na geladeira.

b. Quando se usa a alface romana

para maror, é indispensável verificar cuidadosamente e remover os vermes, insetos e ovos que porventura nela se encontrem. Isto deve ser feito sob ilu-minação adequada, sendo proibido tra-tá-la com vinagre para não inutilizá-la para o Sêder.

Não se reclina ao comer o maror, pois reclinar-se é símbolo de liber-dade.

Corech

Sanduíche de Matsá com Maror

Reparte-se a terceira matsá (a que foi solta após a berachá de Hamotsi) entre os presentes para que façam um sanduíche de maror, o qual deve ser mergulhado levemente no charôsset.

O sanduíche deve conter pelo me-nos um kezáyit de matsá (cerca de 1/3 de matsá redonda, feita à mão, ou 2/3 da quadrada de máquina; porém, para quem não puder comer esta quantida-de, é suficiente comer metade do

ci-tado) e um kezáyit – 28g – de maror. Como, geralmente, os pedaços distri-buídos são menores que os acima ci-tados, deve-se completar a quantidade necessária com outras matsot e maror da mesa.

O corech deve ser comido em qua-tro minutos e reclinando-se para o lado esquerdo (o costume ashkenazi é que só os homens se reclinam).

Caso a pessoa não coma a matsá e o maror juntos, não terá cumprido esta

mitsvá de Corech.

Shulchan Orech Refeição Festiva

No início da refeição costuma-se comer o ovo que está na keará (a tra-vessa). Ele representa, simbolicamente, o Corban Chaguigá. Na época do Bêt

Hamicdash (o Templo Sagrado), o Cor-ban Chaguigá era o sacrifício

consu-mido durante o Sêder antes do Corban

Pêssach (Sacrifício Pascal). O Corban Pêssach só era comido no final da

re-feição.

Aconselha-se comer e beber mo-deradamente durante esta refeição, de modo que, no final dela, ainda haja apetite para comer o aficoman, pois comê-lo forçadamente, sem apetite, é como não tê-lo comido.

Tsafun

Comer o Aficoman

No fim da refeição, após a sobreme-sa, come-se o aficoman. O aficoman é a outra parte da matsá do meio que foi dividida no início do Sêder. Ele repre-senta, simbolicamente, o Corban

Pês-sach (Sacrifício Pascal) que na época

do Bêt Hamicdash era comido após a refeição festiva do Sêder.

Deve-se comer pelo menos um

ke-záyit de matsá (cerca de 1/3 das mat-sot redondas, que são maiores, ou 2/3

das quadradas); porém, para quem não puder comer esta quantidade, será

sufi-ciente comer metade do citado. Antes de comer o aficoman, recita-se a recita-seguinte frarecita-se:

“Zêcher Lecorban Pêssach hanee-chal al hassavá – Em lembrança da

Oferenda Pascal que era comida após estar satisfeito.”

O aficoman deve ser consumido an-tes do meio da noite, como o próprio

Corban Pêssach, que era comido antes

do meio da noite (este ano, nas noites de Pêssach, chatsot – o meio da noite – será às 00h07m em São Paulo).

O kezáyit de matsá do aficoman também deve ser consumido em até quatro minutos.

Sefaradim: Homens e mulheres se

reclinam para a esquerda ao comer o

aficoman.

Ashkenazim: Só os homens se

re-clinam.

Há autoridades rabínicas que re-querem o consumo de dois kezaytot de aficoman – um representando sim-bolicamente o Corban Pêssach e o outro em lembrança da matsá que devia ser comida junto com o corban.

Se os pedaços de aficoman distri-buídos forem menores que o acima citado ou se ele foi perdido, deve-se completar a quantidade necessária com outras matsot.

Não se deve comer o aficoman fora da mesa do Sêder.

Após o aficoman só nos é permiti-do tomar água e os permiti-dois últimos copos de vinho obrigatórios do Sêder. É-nos proibido comer ou beber qualquer outra coisa, para não remover o gos-to do aficoman de nossas bocas mas, em caso de necessidade, é permitido tomar chá ou café.

Barech

Recita-se o Bircat Hamazon Sobre o 3º Copo

Após o aficoman, lava-se os dedos com água. Isto é chamado de “máyim

(25)

acharonim”. Todos os presentes

en-chem seus copos de vinho e, havendo três ou mais homens com mais de tre-ze anos, o condutor do Sêder, ou mais homens com mais de treze anos, o condutor do Sêder, ou quem ele quei-ra honquei-rar, deve recitar o zimun (con-vocar a todos para o Bircat Hamazon, a bênção após a refeição). Ao recitar o zimun, o condutor deve erguer seu copo um punho acima da mesa – cer-ca de 8cm.

No Bircat Hamazon acrescenta-se o trecho Yaalê Veyavô, onde há uma menção especial para Pêssach. Quem terminar o Bircat Hamazon sem ter dito o Yaalê Veyavô deve repeti-lo, de-vidamente, por completo (sobre quan-do repetir o Bircat Hamazon, vide de-talhes no livro “Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot”, cap. 7 par. 1 a 5).

Depois do Bircat Hamazon todos devem dizer a berachá de Borê Peri

Haguêfen (ashkenazim dizem hagá-fen) sobre o vinho e tomar cerca de

86ml, ou pelo menos mais que a me-tade disto.

Sefaradim: Homens e mulheres se

reclinam para a esquerda ao tomá-lo. Devem ter em mente, ao recitar a

bera-chá, que esta seja válida também para

o quarto copo.

Ashkenazim: Somente os homens

se reclinam ao tomá-lo. No quarto copo deverão recitar a berachá de Borê Peri

Hagáfen novamente.

Este é o terceiro copo de vinho do

Sêder. Não é permitido tomar mais

vinho entre este e o quarto e último copo.

Halel

Conclui-se o Halel e o Sêder

Enche-se o quarto copo de todos os presentes e também o copo de Eliyáhu

Hanavi.

Abre-se a porta, demonstrando que não tememos os perigos da noite, pois esta é “Lêl Shimurim” – a noite em que D’us nos protege de todo o mal – como fez na noite da nossa Re-denção no Egito. Eliyáhu Hanavi está tradicionalmente ligado a este trecho do Sêder, pois é ele que anunciará a vinda do Mashiach, da qual seremos merecedores quando fortalecermos nossa fé na proteção e grandeza do Todo-Poderoso.

Diz-se o trecho Shefoch

Chamate-chá e depois fecha-se a porta.

Deve-se cobrir o copo de Eliyáhu

Hanavi e guardá-lo para o Kidush do

dia seguinte.

Depois disso, prossegue-se com a leitura do Halel até o fim da

Haga-dá – de “lô lánu” até “Mêlech mehulal batishbachot”.

Havendo pelo menos três homens acima de treze anos durante o Halel

Hagadol, um deles deve recitar o início

dos versículos em voz alta, enquanto os outros respondem em uníssono: “ki

leolam chasdô!”.

Terminada a leitura da Hagadá, to-dos devem tomar o quarto copo de vinho.

Sefaradim: Não dizem Borê Peri Haguêfen. Tanto os homens quanto as

mulheres se reclinam para a esquerda ao tomá-lo.

Ashkenazim: Recitam Borê Peri Ha-gáfen. Só os homens se reclinam para

a esquerda.

Importante: Deve-se tomar de uma vez cerca de 86ml deste ou do copo anterior, pois só assim será pos-sível dizer depois do quarto copo a

be-rachá acharoná “Al Haguêfen”. Quem

estiver impossibilitado de fazê-lo, deve ao menos procurar tomar um pouco mais que a metade disto para cumprir a mitsvá, porém, neste caso, não dirá a berachá acharoná.

Após o quarto copo (quando foi to-mado 86ml de uma vez no terceiro ou quarto copo) deve-se recitar a bênção posterior ao vinho, Al Haguêfen, onde há uma menção especial de Pêssach.

Nirtsá

Aceito por D’us

Realizar o Sêder conforme as tra-dições judaicas é, certamente, um evento inesquecível para os partici-pantes e será aceito de boa vontade por D’us.

Por ocasião de Pêssach deseja

Pêssach Casher Vessameach para

toda a comunidade

Rua Maranhão, 404 - Higienópolis - SP | Fone: 3825-3422

(26)

Como fazer...

V

ariedades II

Aprenda como fazer

um cesto eco-consciente

de jornal, perfeito para

transportar objetos ou

para usar como um ítem

decorativo na sua casa.

Confira a seguir um passo

a passo explicativo e libere

sua imaginação para criar

os mais diferentes cestos,

vasos e potes com jornal

enrolado!

...Cestos com Papel de Jornal

· 1 tesoura

· Jornais velhos

· cola branca

· cola quente ou silicone

· pregadores de roupa

· 1 palito de churrasco

· tinta acrílica branca

· tinta acrílica ocre, tabaco e marrom escuro

· 1 tubo spray de verniz

· 1 pincel de cerdas macias

· 1 pequeno frasco redondo para molde das

argolas

· 1 recipiente redondo para molde do cesto

(27)

A base do cesto é feita com rodelas de canudos de jornal. Para fazê-los, corte uma folha de jornal em duas partes iguais e enrole cada uma diagonalmente com a ajuda de um palito de churrasco (1). Depois, cole a ponta para evitar que eles se desfaçam (2). Um cesto como o da foto leva entre 30 e 40 canudos de jornal.

Para fazer as argolas, achate os canudos de jornal com as pontas dos dedos e enrole-os em torno do frasco de vidro com bastante cuidado (3). Entre uma volta e outra pincele um pouco de cola branca para fixá-las bem. Após a última volta, prenda a argola com um pregador, evitando que ela descole (4).

Para firmar a base, cole uma tira na lateral de um dos círculos (7) e enrole-a em volta de toda a base, encaixando um novo canudo ao fim do anterior. Dê quantas voltas forem necessárias, até atingir o diâmetro desejado (8 e 9).

(28)

Variedades II

Para montar as laterais, coloque o recipiente redondo sobre a base (9) para ajudar a definir o formato final do cesto. Cole os círculos de jornal em toda a volta, fixando-os com silicone na base e nas laterais (10). Pressione de leve com os dedos para ajudar a fixação da cola. Faça uma volta em torno do recipiente e cole-a em cima dos círculos (11). Depois dê mais algumas voltas para firmar a lateral. Agora só falta o acabamento!

Para fazer os arremates e deixar o seu cesto com um ar mais profissional, recorte pequenos tubinhos de jornal e dê uma volta entre os círculos (12) como se estivesse conectando uns aos outros (13). Cole esses recortes com silicone. Quando estiver satisfeito com o formato do cesto, misture cola branca com um pouco de água (14) e pincele todo o cesto para endurecer o material. Deixe secar por algumas horas. Depois aplique uma nova mistura com tinta acrílica branca, um pouco de cola e um pouquinho de água (15), que servirá como base da pintura final. Após a secagem, aplique uma demão de tinta acrílica ocre diluída em um pouco de água (16).

(29)

Para dar a aparência de madeira, após secar pode-se pincelar o cesto com tinta de cor tabaco (17) e depois com tinta de cor marrom escuro (18), sempre espalhando um pouco a tinta com papel toalha (19). Depois de seco, aplique uma demão de verniz spray por cima (20).

18

19

20

(30)

Nossa Gente

Nascimentos

• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: Dany Tahan, David Uriel Saal, Meyr Sisro, Samy Metta e Shai Sassoun.

• Mazal tov pelo nascimento da filhinha para as famílias: Daniel Alouan, Eliel Dabaah, Stephan Spodek e Uri Baroukh.

No Berit Milá do filho de David Uriel Saal

No Berit Milá do filho de Shai Sassoun

(31)

• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Alberto Choueke, Alberto Hakim, Chaim David Czertok, Chaim David Tawil e Michael Yehuda Levi.

No bar mitsvá de Alberto Hakim

(32)

Nossa Gente

No bar mitsvá de Chaim David Tawil

(33)

Casamentos

• Mazal tov pelos noivados para as famílias: Michanie e Laniado (Yair e Rina), Mordoch e Sassoun (Ilan e Ruth Mazal), Hayfaz e Cabuli

(Albert e Thais).

• Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Schwarcz, Benzecry e Nigri (Adam e Isabelle), Eskinazi e Feigenson (Yaakov e Chana),

Nurkin e Goloventziz (Shimon e Hellen), Allami e Boukai (Asher Ariel e Liora).

Veja 15 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

(34)

Pobre Menino

Certa

vez aconteceu um caso in-crível de uma desavença en-tre dois senhores muito dignos em Jerusalém – efráyim e David.

Efráyim era dono de uma empresa de

cate-ring. Frequentemente sua firma era contratada

para servir as refeições em eventos de casa-mentos, noivados, berit milá e bar mitsvá, entre outros.

David desejava oferecer uma refeição fes-tiva em uma comemoração importante em sua família e contratou a firma de Efráyim para servir trezentas refeições em um dos belos sa-lões de festas em Jerusalém.

No dia combinado, Efráyim levou sua equi-pe, e todo o material necessário para fazer o

serviço de bufê daquela comemoração, ao salão de festas determinado por David.

No horário apropriado, David e sua equipe começaram a preparar as refeições na cozinha do salão. Enquanto faziam todos os preparati-vos, David percebeu que havia um menino cho-rando na porta da cozinha. Ele se aproximou gentilmente do menino e perguntou-lhe qual o motivo de seu choro.

O garoto abaixou a cabeça e respondeu com lágrimas nos olhos, soluçando:

– Mamãe me enviou para cá e disse para eu pedir para vocês me darem alguns restos de comida para eu levar para casa. Estamos pas-sando grande dificuldade no momento.

Comovido, David disse ao jovem:

Todas as dúvidas e divergências monetárias de nossos dias

podem ser encontradas em nossos livros sagrados!

(35)

– Entendo. Sinto muito por isso. Se D’us quiser, logo logo a situação vai melhorar. Mas por que você está cho-rando agora?

– Porque um funcionário da lim-peza está me expulsando, dizendo que já está quase na hora da festa come-çar e que eu não posso continuar aqui – disse o pobre menino enxugando as lágrimas.

Efráyim ficou com muita pena do garoto. Sem pensar duas vezes, em-brulhou dez porções generosas de co-mida e deu para ele. Também disse que, a partir daquele dia, ele se preo-cuparia em enviar porções de comida diretamente para a casa dele.

A festa terminou. O serviço de bufê foi realizado com sucesso.

Muito contente, David se sentou com Efráyim para fazer as contas e efetuar o pagamento combinado.

Ao apresentar a conta dos ser-viços, Efráyim explicou a David que levara para o salão as trezentas re-feições combinadas. Sorrindo, afir-mou ainda que só cobraria de David por duzentas e noventa porções, uma vez que ele tinha dado dez refeições a um pobre garoto cuja família passava grandes necessidades financeiras.

Ao ouvir a história comovente do pobre garoto, David disse que fazia questão de pagar pelas trezentas

por-ções. Alegou que o mérito desta

mits-vá cabia a ele, uma vez que ele tinha

encomendado trezentas porções – e não duzentas e noventa. Argumentou convicto que Efráyim não tinha o di-reito de “comercializar” as porções que foram encomendadas por ele.

Efráyim, por sua vez, manteve sua posição firme e disse que não aceitaria o dinheiro das dez porções de forma alguma. Que só cobraria por duzen-tas e noventa porções e que a mitsvá era sua. Justificou que David só tomou conhecimento do ocorrido bem depois que ele realizara a mitsvá e que ele não estava disposto a vendê-la.

Assim, continuaram a discutir. O impasse estava formado...

Certamente nos Céus exclama-vam: “Benditos sejam vocês, Yisrael! Bem-aventurados aqueles cujos pro-blemas judiciais são esses!”

Por fim, decidiram levar o caso ao

Gaon Rav Yitschac Zilberstein Shelita.

De quem é a mitsvá? Quem ficaria com o dinheiro?

O veredicto

Conforme explicou o Rabino Zil-berstein, Efráyim, o dono do catering, teve o mérito de realizar a mitsvá. Sendo assim, David deveria pagar por apenas duzentas e noventa refeições.

A razão para isto é a seguinte:

todo o tempo em que a comida ainda está na cozinha, pertence ao dono do

catering. Enquanto as refeições não

são servidas, ele é o responsável por elas.

Caso, por exemplo, a comida se estragasse antes de ser servida, a cul-pa seria exclusivamente de Efráyim, o dono da empresa. O dono da festa nunca tem intenção de “adquirir” as refeições enquanto elas ainda estão na cozinha, pois não tem condições de vigiá-las e cuidar delas.

Portanto, o trabalho do dono do

catering termina somente quando ele

serve a comida nas mesas para os convidados.

Sendo assim, se Efráyim pegou porções quando ainda estavam na cozinha, ele pegou de seus próprios pertences e entregou ao menino!

Do semanário “Guefilte-mail”

(guefiltemail@gmail.com).

Traduzido de aula ministrada pelo Rav

Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita

Os esclarecimentos dos casos estudados

no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são

facilmente mal-entendidos. Qualquer

detalhe omitido ou acrescentado pode

alterar a sentença para o outro extremo.

Estas respostas não devem ser utilizadas na

prática sem o parecer de um rabino com

grande experiência no assunto.

Pêssach Casher Vessameach

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Yeshivá de Petrópolis

50 Anos!

C

omunidade

A Yeshivá

C o l e -g i a l Machanê Yisrael, em Petrópolis, completou 50 anos de existência! Durante cinco décadas vem forman-do alunos dentro forman-dos mais nobres princípios da educação judaica e se-cular. o belo resultado desse traba-lho pode ser reconhecido por meio dos ex-alunos, rabinos e líderes co-munitários em varias comunidades no Brasil e no mundo.

Enraizada no amor ao próximo independente de qualquer qualifica-ção, a yeshivá faz um trabalho co-munitário dentro e fora de sua loca-lização física, aproximando crianças, jovens e adultos afastados dos ensi-namentos da Torá.

Em sua extensa área constituí-da em uma floresta nativa ecologi-camente correta de 120.000 m2, a

yeshivá proporciona aos alunos o

prazer de estudar Torá e matérias laicas em um ambiente saudável, se-guro e tranquilo. Desta forma, favo-rece uma educação judaica única, na qual os alunos aprendem a apreciar os estudos de Torá, praticando

mits-vot continuamente.

A yeshivá já recebeu visitas hon-rosas e as bênçãos de inúmeros rabi-nos e líderes comunitários. O Luba-vitcher Rebe zt”l também escreveu 26 cartas ao seu emissário, o Rosh

Yeshivá Chaim Binjamini Shelita,

de-dicando-as ao modo como a

institui-ção deveria ser conduzida.

Uma das mais antigas yeshivot da América Latina, foi fundada em 1966 e mais parece um hotel de mon-tanha, com bosques, quadras, pisci-nas, salão de jogos, refeitório, sina-goga, micvê e alojamentos.

A idílica paisagem serrana e a atual ocupação contrastam com a história do belo casarão da década de 1940. A propriedade foi apresen-tada à família de Berl Landau, que convidou o Rabino Binjamini a co-nhecer o local. A propriedade per-tencia a um alemão investigado na época por atividades ilegais no Bra-sil, ligadas ao nazismo. Na primei-ra visita à casa, o Rabino Binjamini, sua esposa e o grupo que o acompa-nhava pararam para ler os Salmos antes de entrar na sede, onde havia uma biblioteca cheia de livros de te-mática nazista. Por incrível que pa-reça, este mesmo recinto foi trans-formado na primeira sinagoga da escola!

Outra curiosidade sobre a pro-priedade: o antigo dono havia man-dado plantar duas palmeiras em for-ma de V para simbolizar ufor-ma pre-tensa vitória nazista... Essas mesmas árvores ainda estão vivas ao lado da secretaria, hoje utilizadas como sím-bolo da yeshivá para a propagação do judaísmo, do estudo da Torá e do cumprimento de suas leis.

Os meninos estão aptos a

estu-dar na yeshivá a partir dos 12 anos de idade – do sétimo ano do ensino fundamentas até o terceiro ano do ensino médio. Durante a manhã, em turmas pequenas, os jovens estudam ensinos religiosos – em português e em hebraico. Após o almoço os alu-nos seguem ao estudo laico.

Ao contrário do que se pensa, nem todos intencionam ser rabinos. Vários alunos prestam vestibulares e cursam faculdades laicas. “Muitos ex-alunos, mesmo atuando em pro-fissões liberais, ocupam postos em instituições de educação judaica. A meta é repassar a educação que re-ceberam aqui para a comunidade!”, diz Abrahão Binjamini, um dos pro-fessores da escola.

Os rapazes ficam no colégio a semana inteira, exceto às sextas--feiras no período da tarde, quando vão para o centro de Petrópolis. “Eles visitam lojas e lares para levar men-sagens do judaísmo e rezar”, explica

Rav Binjamini. Na volta,

preparam--se para o Shabat, um dia dedicado integralmente ao descanso, orações e estudo da Torá.

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Jovens e Celulares

estamos

na era da tecnolo-gia e isso é muito bom!

A tecnologia nos trouxe muitos benefícios e vantagens.

Porém, estes meios (n.e.: mostrando um

smartphone) – se usados de maneira não

cor-reta – são devastadores para as almas de todas as crianças de Israel. Englobando todas, até mesmo no ensino religioso. Ninguém escapa!

Vamos aos dados:

Meus senhores! Eu fiz uma visita de sur-presa a escolas há três semanas na região de Taanachim (n.e.: área de assentamentos na

região do Vale de Yizreel, no Baixo Galil).

Em um dos casos passei pelo segurança, que estranhou minha presença sem ser mar-cada com antecedência, e entrei numa classe da quinta série. Sem a companhia da direto-ra, entrei direto na classe, deixando a profes-sora pasmada.

Conversei amigavelmente com os alunos e perguntei: “Quem de vocês têm smartphone?”

Todos responderam afirmativamente! Continuei: “Quantos de vocês foram expos-tos, ou foram atraídos, a sites com conteúdos não dignos?”

Dois terços aproximadamente levantaram as mãos consentindo.

Isso aconteceu na quinta série!

Em pesquisas recentes, 75% das crianças menores de 13 anos em Israel foram atraídas para sites indecentes.

Setenta por cento visitaram sites de cunho ultraviolento – isto inclui os filmes de grupos terroristas como o “Estado Islâmico do Iraque e Levante” (ISIS).

Estas são palavras nada agradáveis aqui neste congresso na região do Mar Morto. Mas sinto que isso é necessário, pois toca em nos-sas almas!

Prestem muita atenção! Este pequeno apa-relho (n.e.: apontando para o smartphone) cau-sa três coicau-sas muito problemáticas, muito ruins se não nos preocuparmos e cuidarmos disso.

Primeiro: a juventude simplesmente se isola do mundo, “enterrando” o rosto no celu-lar – o dia todo! Perdem, assim, muitas quali-dades necessárias no dia-a-dia: comunicação, diálogo e empatia.

Sem mencionar a pornografia e a violên-cia!

O linguajar se tornou grosseiro; as conver-sas são flagrantemente desagradáveis, desu-manas. Os jovens estão perdendo a capacida-de capacida-de se icapacida-dentificar com o sentimento alheio!

Estou considerando seriamente em utili-zar até dos meios legais para tratar deste as-sunto.

Deve haver um equilíbrio entre “liberda-de” e “normalida“liberda-de”. Em nome da liberdade,

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Educação

dizem que é proibido censurar, fil-trar.

A liberdade existe, porém ela não é algo sem limites; é relativa.

Nós, por exemplo, tiramos a li-berdade de um ser humano quando ele entra no automóvel. Nós o obri-gamos a usar o cinto de segurança, imputando, até, uma legislação de transgressão, embora ele seja o úni-co prejudicado. Mesmo assim nós o forçamos. Onde fica, neste caso, a liberdade da dignidade humana? Onde ficam os direitos pessoais do ci-dadão?

Há, portanto, limites para a li-berdade – em oposição a outros valo-res.

Nós precisamos sempre fazer as devidas considerações, sermos crite-riosos.

Neste caso, ainda não

começa-mos o processo. Concluindo:

Está havendo um “tsunami” de valores educacionais e morais. E são os nossos filhos que estão expostos a isso! De todos nós que estamos reu-nidos aqui!

Interfiram, sim! Questionem, sim!

Procurem no celular delas! Di-gam à criança: “Quero saber sua se-nha”. Sem isso, nada feito!

Vocês devem colocar filtro na In-ternet. Sim, é permitido limitar! De-vemos, sim, restringir.

Isso está correto, porque nós é que cuidamos de nossas crianças! Esta é nossa responsabilidade.

Referências

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