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Universidade Lusófona Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Curso de História 2009/10 1º Ano Culturas Clássicas Docente Ana Cristina Martins

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Universidade Lusófona

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso de História – 2009/10 – 1º Ano

Culturas Clássicas

Docente Ana Cristina Martins

Discente

Rita Tapadinhas

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Índice:

Nota Introdutória Pág. 3

Homero Pág. 3

Ilíada – O Livro Pág. 4

Encontro de Heitor e Ájax Pág. 4

Conclusão Pág. 9

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Nota Introdutória

O Livro que nos foi solicitado ler para posterior análise de um capitulo foi a Ilíada de Homero. Foi lido da Colecção “Os Grandes Clássicos da Literatura Estrangeira”, da Editora Planeta Agostini, dirigida por Urbano Tavares Rodrigues, adaptado por Elsa Andringa.

Antes da análise do capitulo, e para um melhor enquadramento da obra, irá ser apresentado uma pequena biografia de Homero, da Ilíada e, finalmente do capitulo a analisar.

Homero

Segundo a Nota Biobibliográfia do próprio livro analisado, Homero (na capa) foi “o primeiro autor conhecido da literatura grega, mas, a sua existência real tem sido, modernamente discutida.”1 .

A data da sua existência também tem contradições, para uns viveu no Séc. VI a.c., entre 750-700 a.c., para outros no Séc. VIII e sete cidades reclamam ser o seu local de nascimento entre elas Quios, Esmirna, Ios e Cymé. Mas, a sua existência é sempre colocada na Época Geométrica e na altura em que a escrita alfabética começou a ser utilizada pelos Helénicos. É descrito como velho e cego bem como um grande visionário sendo, também, um dos primeiros autores a tornar os Deuses antropomorfos. Escreveu a Ilíada, Odisseia, e Hinos Homéricos e as primeiras obras foram escritas e lidas, pela primeira vez, nas cidades jónicas da Ásia Menor (presente Turquia), em palácios de aristocratas jónicos. As obras Ilíada e Odisseia, foram também relacionadas com a tradição micénica e isso encontra-se presente em toda a obra de Ilíada.

Ainda hoje se coloca em dúvida a escrita das suas epopeias, referindo que são poemas de autores diversos e posteriormente compilados. Mas o facto

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Pintura do século XIX duma cena da Ilíada no estilo de uma pintura de jarra grega.

é que, existindo ou não, Homero foi na Antiguidade um grande poeta tendo ainda hoje um lugar muito importante na literatura ocidental. Foi com Homero que começa o “mundo grego propriamente dito”2.

Ilíada

A Ilíada foi escrita, possivelmente, no Séc. VIII a.c. e conta a história de uma aliança militar de todos os povos aqueus que viviam na Grécia e que foram invadir Tróia. Estes factos passam-se entre os fins do Séc. XIII a.c e Séc. XII a.c., durante a civilização micénica.

Os povos aqueus eram povos indo-europues e são antecessores dos gregos heróis, que tinham ido para a Grécia ao longo do segundo milénio antes da nossa era.

A Guerra começou pois Paris, filho de Príamo Rei de Tróia e excelente guerreiro (lutou contra as amazonas), sequestrou na cidade de Esparta a Rainha Helena.

Encontro de Heitor e Ájax

Foi particularmente difícil escolher um capítulo para análise pois todo o livro retrata, de uma forma mais ou menos intensa, características do povo Grego e da sua cultura, como por exemplo, a constante intervenção

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divina, a exaltação da beleza, o conhecimento da guerra e de formas de guerra, entre outras características.

Tendo realmente que escolher, “Encontro de Heitor e Ájax”, da página 65 à página 70, foi o capitulo eleito.

Neste capitulo, e de uma forma resumida, encontramos Heitor e Paris no meio da batalha e a intervenção divina vai fazer com que Heitor pare a batalha e proponha um combate entre ele, troiano, e um grego. Os gregos decidiram à sorte e o vencedor foi Ájax, filho de Télamon, que era um dos mais valentes guerreiro. Heitor lutou com Ájax e, de novo, por intervenção divina o combate foi parado e adiado para o dia seguinte. Heitor e Ajax presentearam-se e cada um foi para seu lado. No lado dos Gregos, houve um banquete em honra de Ájax e em Tróia uma assembleia. Nessa, foi proposto por Príamo que Ideu fosse apresentar tréguas para sepultar os mortos e que, para que a guerra acabasse, Páris devolveria todas as riquezas que tinham vindo com Helena e ainda parte da sua própria riqueza. Após breve análise, os gregos recusaram e aproveitaram para cuidar dos seus feridos e fazer um fosso, muralhas e torres para se prepararem para a próxima batalha.

De uma forma muito resumida, no Panorama do Mundo Grego existem várias idades: Idade do Bronze (3000-1100a.c.); a Idade do Ferro (1100-700 a.c.); o Período Arcaico ((1100-700 – 490 a.c.); o Período Clássico (490-338 a.c.) e Alexandre, O Grande e a Época Helenística (338-323 a.c). Dentro destas podemos ainda distinguir várias civilizações e temáticas : a civilização micénica, a época geométrica, a idade arcaica, a idade clássica, a guerra, ritos e deuses, etc.

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Os Deuses

Neste capitulo, temos de imediato uma referencia à intervenção divina : “Mas, Minerva ao aperceber-se dos estragos que iam fazendo nas tropas dos seus protegidos, de um salto desceu do Olimpo e baixou sobre Tróia. Ao seu encontro precipitou-se Apolo, que também observava o que se estava a passar e queria a vitória dos troianos. Foi o primeiro a falar:”3 Um dos factores que marca toda a cultura e o dia-a-dia dos Gregos, politeístas, é a forma como viviam e conviviam com os Deuses. Estes faziam parte da sua vida. Não podiam viver sem eles.

Algumas das práticas comuns eram a adoração, da presença divina na natureza, os sacrifícios aos Deuses, pureza do ritual entre outras. Durante toda a obra da Ilíada verificam-se todas estas práticas mas neste capitulo encontramos a intervenção divina logo no inicio como já foi referenciado bem como a engrandecimento aos Deuses: quando os guerreiros gregos tiram à sorte para verem quem ia combater Heitor e cabe a honra a Ájax as suas palavras foram de agradecimento aos Deuses “...E agora, enquanto me preparo podeis rezar a Júpiter Olímpico para que me proteja”4

Sempre que havia um acontecimento, algo para se fazer, entre outros, era sempre solicitado ajuda aos Deuses. Quando está a decorrer a luta entre Heitor e Ájax esta é interrompida por dois arautos e um deles diz “Cessai, heróis, o combate homicida. O grande Júpiter ama-vos igualmente ...”5

Para que tudo isto pudesse ser possível, os gregos tiveram que dar características humanas aos Deuses mas atribuíram-lhes um nível superior na hierarquia social. Na realidade, todas estas características já existiam antes de Homero mas foi este (e Hesíodo) que ajudaram a que

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os Deuses ainda fossem mais fortes pois quem lia as suas obras, no seu tempo, começou a fazê-lo como uma cartilha.

Apesar de os Deuses estarem sempre presentes também eram tratados com respeito e reverencia

Profecia e Adivinhação

A Ilíada tem vários episódios de adivinhações e profecias e este capitulo contem um deles. Heleno, filho de Príamo era o Oráculo dos troianos e, após a conversa encetada por Minerva e por Apolo no principio do capitulo, este “...sentiu bem no coração o que as divindades tinham decidido...”. E foi isto que fez com que não houvesse a continuação da batalha desse dia.

Aliado aos Deuses, a adivinhação e a profecia faziam parte da vida dos Gregos. Havia variadíssimas formas de adivinhação, como por exemplo, os sons dos trovões, sonhos, exame de entranhas, um espirro ou uma palavra proferida ao acaso, entre outros.

Estas profecias e adivinhações eram feitas ou ouvidas em qualquer lugar mas não por qualquer pessoa. Haviam pessoas próprias, muitas das vezes indicadas pelos próprios Deuses, que sabiam interpretar o que viam ou ouviam.

Aos homens profetas chamavam-se bakis e ás mulheres sibilas. Os homens vendiam as suas profecias na rua, muitas vezes compiladas, mas estas, por vezes, não chegavam para determinados problemas que as pessoas tinham no presente. Nestes casos tinham que se deslocar aos santuários questionar ao Oráculo.

Estes oráculos eram numerosos mas havia alguns que profetizavam melhor que outros.

Culto dos mortos

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Misteriosas Divindades Micénicas

No final do capitulo a analisar encontramos a preocupação com os mortos. Nestor, guerreiro já velho e homem prudente, solicitou que fosse suspenso o combate para “ recolher e incinerar os corpos dos que morreram gloriosamente. Guardemos os seus restos mortais em túmulo comum...”. O próprio Prímio, quando manda Ideu falar com os gregos com a proposta da devolução da riqueza de Helena e de Paris, solicita, também, tréguas para enterrar os mortos.

Na sociedade mícenica, aristocrata, conhece-se muito pouco sobre o culto dos mortos e o que se conhece

deve-se a mobiliário e túmulos. Sabe-se que a inumação era tida como prática geral e existiam dois tipos de túmulos: os de fossa e tholos. Os tholos eram edifícios arredondados em cúpula onde eram feitos vários enterros em gerações sucessivas. A imagem do

lado mostra-nos o tumulo de Nestor, já mencionado neste capitulo. Outra das práticas era a incineração dos corpos mas neste capitulo não aparece essa descrição.

Arte

Desde cedo que os gregos sempre representaram a sua vida e a dos Deuses em esculturas, pedras cravadas, cerâmica, arquitectura, etc. Os gregos sempre adoraram o belo, tanto em artes como no próprio homem. A beleza era muito importante para os gregos.

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Quando Heitor e Ájax pararam o seu confronto, trocaram oferendas: Heitor ofereceu “... uma bela espada com um vistoso talabarte e bainha, ao que Ájax retribuiu com um cinturão de púrpura brilhante ... Maior, porém, foi a alegria dos gregos, pois Ájax, sem dúvida, levara a melhor peleja.”

Os prórios Deuses, devido ao antropomorfismo, eram representados em estátuas, cerâmicas, etc, sempre com rigor, simetria entre outras características da arte grega.

Isto prova que o belo, a simetria entre outros aspectos faziam parte da vida dos Gregos.

Guerra e Guerreiros

Os gregos são também conhecidos por serem excelente guerreiros e atletas. Participavam em jogos e as suas constantes conquistas fizeram com que tornassem mestres na arte da guerra.

“Chega-te a mim, Heitor, e verás que entre os gregos há guerreiros valentes, embora o corajoso Aquiles esteja ausente.”

Toda a Ilíada enaltece os guerreiros, tanto troianos como gregos.

Conclusão

Podemos concluir que a Ilíada mostra uma parte da cultura grega do período tanto em que foi escrita como do tempo a que se reporta e que a na cultura grega, ainda hoje despoleta grande interesse à actualidade. Tanto a arte como a forma de guerra como as profecias e adivinhações, faziam parte do quotidiano dos gregos e deixaram muitos resquícios na forma como ainda hoje os gregos comunicam e regem a sua vida.

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Bibliografia

AAA.VV. 1996; Nova Enciclopédia Portuguesa; Clube Internacional do Livro; Volume 7; Lisboa;

Homero, 2005; Ilíada; Colecção “Os Grandes Clássicos da Literatura Estrangeira”; Editora Planeta Agostini; dirigida por Urbano Tavares Rodrigues, adaptado por Elsa Andringa;

Ferreira, José Ribeiro, 1996; Civilizações Clássicas I – Grécia; Universidade Aberta; Lisboa;

AAA.VV. 2003; Grécia, berço da Antiguidade; Colecção As Grandes Civilizações; Selecções Reader’s Digest;

Souli, Sofia, 1995; Greek Mythology; Editions Toubi’s;Athens Sites:

Referências

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