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REVISTA INTERFACE Julho a Dezembro/2015 ISSN

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INTERFACE – Natal/RN – v.12 nº 2 | jul/dez 2015

REVISTA INTERFACE

Julho a Dezembro/2015 ISSN 2237-7506

CONCENTRAÇÃO DA PROPRIEDADE DA TERRA E POLÍTICA FUNDIÁRIA NA MICRORREGIÃO HOMOGÊNEA DE MOSSORÓ: o caso de Baraúna (RN), 1962/2006 CONCENTRATION OF LAND OWNERSHIP And LAND Management: the case of Baraúna (RN), 1962/2006

Rogério Pires Cruz1

RESUMO ABSTRACT

O presente artigo discute os movimentos observados na estrutura fundiária relacionados com a atuação da Política Fundiária (PF), no município de Baraúna (RN), dos anos 1960 até 2005/2006. Isto porque, segundo Albano (2011), a inserção de capitais nipônicos teria sido um dos fatores responsáveis por ampliar a concentração da propriedade privada de terras agrícolas, naquele município. Entretanto, pesquisa exploratória anterior feita, para o período 1994/1998, quando houve participação expressiva daqueles capitais (Cruz, 2000) apontava a existência de uma desconcentração de terras agrícolas e não de concentração. Este texto não discutiu especificamente a participação daqueles capitais, naquela economia. Diante dessas duas posições opostas, e, ainda, desta última lacuna, o presente estudo formula a seguinte questão de pesquisa: os capitais nipônicos foram, ou não, responsáveis pela concentração da propriedade da terra em Baraúna (RN)? A metodologia de pesquisa fez uso de dados secundários (INCRA e IBGE) para construir tabelas relativas à estrutura fundiária local, bem como, realizar o cálculo do índice de Gini, para avaliar o grau de concentração fundiária. E, ainda, com dados primários (cartoriais) mediu a dinâmica dos negócios com terras agrícolas. O resultado obtido mostrou que, houve uma desconcentração da propriedade da terra, naquele município, desde os anos 1960, e, em seguida, entre 1993 e 2006. Pois, houve a implantação de políticas fundiárias governamentais na Microrregião Homogênea de Mossoró (RN) que teriam sido as principais responsáveis por essa desconcentração. Em conclusão, não há porque atribuir aos capitais nipônicos a responsabilidade pela geração de um fenômeno, que sequer existiu.

The present article discusses the issue of land management in the city of Baraúna (RN), as it was proposed by Albano (2011). In this study, the author points out that the establishment of companies supported by capitol from Japanese descendants (Nisseis), in that particular municipality, was the main element responsible for generating a concentration of private property of agricultural land. However, Cruz's study (2000), which is previous to this one, concludes to the contrary. Therefore, it became necessary to conduct a more detailed discussion on this subject.

Making use of the primary data (legal documents) and secondary data (INCRA and IBGE), it was possible to elaborate explicative tables that describe the local land management structure, as well as, calculate the Gini Index, to evaluate the degree of land management concentration, over the period of 1985 and 2005/2006.

It was found that there was actually a division of land ownership in that municipality, during the period in question, and that it would have emerged much earlier, in the 1960s, as a result of the social struggles for land. Thus, the Japanese can have even contributed on, a small scale, to the concentration of land ownership. However, the land management policy, whether from the Federal Government or the State Government, was found to be the main actor responsible for this contrary effect: division of land between the years of 1985 and 2005/2006.

Palavras-chave: Estrutura fundiária. Política Fundiária (PF). Baraúna (RN).

Keywords: Concentration of Agricultural Land; Land management policy, (Baraúna, RN).

1 Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Mackenzie (1974); especialista em Políticas Econômicas para a América Latina (1985) pelo CIDE/México e mestrado em Economia pela Universidade Federal do Ceará (1981). Atualmente é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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CONCENTRAÇÃO DA PROPRIEDADE DA TERRA E POLÍTICA FUNDIÁRIA NA MICRORREGIÃO HOMOGÊNEA DE MOSSORÓ: o caso de Baraúna (RN), 1962/2006

Rogério Píres Cruz

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1 PROPOSTA DE ESTUDO

A participação do Governo na economia do semiárido nordestino apresentou um aumento expressivo, sobretudo, a partir da implantação do processo de modernização agrícola, iniciado na primeira metade dos anos 1980. A partir daí, passaram a ser observados diversos tipos de movimentos, principalmente aqueles situados no âmbito econômico, que passaram a integrar a literatura regional.

Assim, recentemente, surgiu uma tese de doutorado elaborada por Albano (2011) que se insere nessa discussão ao tratar, dentre outros temas, dos movimentos e das consequências da implantação da agricultura irrigada sobre a base fundiária e que incidem sobre a dinâmica apresentada pelo Mercado de Terras Agrícolas (MTA). Esse trabalho de pesquisa volta-se para estudo específico de duas experiências de irrigação, ambas situadas no estado do Rio Grande do Norte (RN), quer dizer, nos municípios de Ipanguaçu e de Baraúna, respectivamente.

No tocante a este último município, especificamente, esse autor fixa como ponto de partida temporal, a emancipação política municipal, ocorrida em 1981. Nessa ocasião já foi possível observar uma intensificação do comércio de terras agrícolas envolvendo, principalmente, negócios com propriedades de 10 a 100 hectares, que foram negociadas predominantemente entre pessoas físicas. Em seguida, a partir de 1993, esse estudo registra que no Mercado de Terras Agrícolas (MTA) de Baraúna (RN) teriam sido observados estímulos para a realização de negócios, em face principalmente da presença de capitais pertencentes a investidores nipônicos, que foram atraídos pelos - anteriormente mencionados - estímulos governamentais, e que foram estabelecidos com o objetivo de modernizar a produção agrícola. E, neste contexto, esse autor afirma que: “A compra de terras durante esse período em Baraúna, principalmente pelos japoneses, assim como por outros empresários, vai intensificar a concentração fundiária e elevar o preço da terra no Município...”. (ALBANO, 2011, p 325).

A princípio, não se tem dúvidas de que, um aumento na demanda por terras agrícolas, tal como foi observada naquele MTA, tende a elevar o preço da terra, até porque se está diante de um mercado em que os preços respondem rapidamente aos estímulos, tanto da demanda, quanto da oferta (REYDON, 1992).

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122 Todavia, no que diz respeito à concentração fundiária, a literatura disponível já tinha

registrado que, entre 1985 e 1995/1996, no MTA Baraúna (RN), houve uma estabilidade na estrutura fundiária local que apresentava baixos níveis de concentração, se comparado ao contexto estadual e/ou nacional (CRUZ, 2000). Este estudo não se ateve às causas desse processo, apenas registrou sua existência.

Desse modo, a tese de Albano, no que diz respeito especificamente à concentração de terras passa a ser aqui problematizada, a partir da seguinte questão de pesquisa: a presença de investidores nipônicos no MTA de Baraúna (RN) teria, ou não, contribuído para concentrar a propriedade da terra, naquele município?

O presente estudo propõe a seguinte hipótese de trabalho: muito provavelmente a participação dos nipônicos não deve ter sido tão expressiva, a ponto de elevar o nível de concentração da terra, tendo em vista, também, a presença de Políticas Fundiárias, naquele município, em dois momentos históricos distintos. Inicialmente, nos anos 1960; e, posteriormente, entre 1987 e 1999, quando Políticas Fundiárias teriam atuado no sentido de contribuir para reduzir os níveis de concentração da terra agrícola, naquele município, que integra a Microrregião Homogênea de Mossoró (RN).

A metodologia proposta para verificação da validade dessa suposição consiste, inicialmente, em coletar informações relativas ao movimento do MTA1, entre 1993 e 1999, período em que os capitais nipônicos intensificaram sua atuação naquele MTA.

Foram realizadas, ainda, entrevistas com lideranças locais, por ocasião das viagens de estudos e observações, no final de 2013. E, por fim, construiu-se um breve levantamento estatístico sobre a estrutura fundiária local, com base em dados disponíveis nos Censos Agropecuários do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - que foram acessados através do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA)2 -, para o período 1985/2006.

1 Essas informações foram coletadas no ano 2000 junto ao Cartório Municipal de Baraúna (RN) que passou a fazer registros de negócios com terras naquele município, somente a partir de 1982 - praticamente um ano após a emancipação política do Município de Baraúna que pertencia, até então, ao Município de Mossoró.

2 Estes dados podem ser obtidos através do endereço eletrônico: www.sidra.ibge.gov.br/. Neste âmbito, nossos agradecimentos ao economista Ivanilton Oliveira (IBGE) e a Eliel Silva (aluno de Ciências Econômicas/UFRN) que foram os responsáveis pela coleta de dados junto ao SIDRA.

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O presente estudo contém, além desta proposta de estudo, um item mostrando a dinâmica daquele MTA; em seguida, apresenta o perfil distributivo da terra, ao longo do período estudado; prossegue elaborando uma reflexão sobre a presença das Políticas Fundiárias encetadas pelos Governos Estadual (anos 1960) e Federal (anos 1980 e 1990), tal como está mostrado no item 4; por fim, contrapõe a atuação do Estado àquela dinâmica do mercado de terras, para poder aquilatar a validade da tese defendida por Albano.

2 Dinâmica do MTA

O presente item apresenta os movimentos do MTA Baraúna (RN), tanto em termos de número de negócios, quanto nos totais de área adquirida, no período de 1994 a 1999, pois, nesse momento, houve um expressivo movimento de compra de terras de proprietários originários, por parte de investidores nipônicos.

Tabela 1: Número de negócios e de área negociada (ha) pelos nipônicos em relação aos totais de negócios e de área negociada (ha). Percentuais da participação de nipônicos em número de negócios e totais de área negociada. MTA Baraúna, 1994/1999.

Ano

Número negócios Área negociada (ha)

Nipônicos (I) Total

(II) (I)/(II) (%) Nipônicos (I)

Total (II)

(I)/(II) (%)

1994 2 31 6,45 104,3 1.535,5 6,79

1995 1 20 5,00 60,9 791,0 7,70

1996 5 25 20,00 757,9 1.573,0 48,18

1997 3 21 14,29 141,0 1.116,8 12,63

1998 1 16 6,25 50,0 895,9 5,58

1999 1 11 9,09 35,0 2.655,73 1,32

Total 13 124 10,48 1.150,1 8.567,93 13,42

Fonte: Cartório de Registro de Imóveis. Baraúna (RN)

O número de negócios que foram realizados por investidores nipônicos mostrou-se relativamente pequeno, ou seja, aproximadamente 10% do total, ao longo do período estudado. E, a participação da área adquirida em relação aos totais negociados naquele MTA, também foi pouco expressiva, isto é, em torno de 13% do total. A maior participação dos nipônicos ocorreu nos anos de 1996/1997, pois, o total de negócios realizados foi de

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124 aproximadamente 34% do total, período em que a participação desses atores econômicos,

em termos de área negociada, atingiu a cifra de 61%, aproximadamente.

A princípio, diante de tão baixa participação entre 1994/1999, tanto em termos de número de negócios, quanto em relação à área negociada, fica difícil deduzir daí que os nipônicos tenham sido um elemento concentrador de terras naquele município. Desse modo, o item a seguir vai em busca dos movimentos observados na estrutura fundiária, daquele município, no período 1985/2006, ainda, para avaliar se a participação dos capitais nipônicos esteve atrelada, ou não, aos supostos movimentos de concentração da propriedade da terra.

3 PERFIL FUNDIÁRIO LOCAL

A economia brasileira apresenta elevados níveis de concentração da propriedade da terra. Assim, na primeira metade da primeira década dos anos 2000, as 27 maiores propriedades agrícolas do país detinham uma extensão territorial equivalente ao estado de São Paulo (SP)1.

O estado do Rio Grande do Norte (RN), por sua vez, também contém elevados níveis de concentração da propriedade da terra, tal como enfatizado por França e Medeiros (2002), no período 1985/1995.

E, neste último contexto, a partir de um estudo de caso (Baraúna/RN), indaga-se:

qual teria sido o perfil da estrutura fundiária, desse município, ao longo do período 1985 e 2006? Teria apresentado tendência de concentração, tal como afirma Albano? Ou, ao revés, tem-se ali um perfil fundiário desconcentrado?

A fim de responder a esse tipo de questionamento fez-se a coleta e a organização dos dados oficiais - disponibilizados pelo IBGE - acerca do perfil fundiário municipal, nos anos de 1985, 1995/1996 e 2006, e que são apresentados a seguir.

1 Além disso, vem que as 300 maiores propriedades de terras detêm uma área equivalente à soma das áreas

dos estados de São Paulo e Paraná (PR). Sobre a concentração da propriedade da terra, ao longo do tempo, na economia brasileira, veja-se, dentre tantos outros trabalhos disponíveis: Alves (1995); Linhares; Silva (1999), ou ainda, Alcântara Filho; Fontes (2009).

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Tabela 2: Número estabelecimentos agrícolas. Percentuais do número de estabelecimento segundo os estratos de área (ha) em relação aos totais. Baraúna (RN). 1985, 1995/6 e 2006.

Estratos área (ha)

1985 1995/1996 2006

Número % Número % Número %

0 - 10 290 27,3 295 30,8 329 42,51

10 - 20 175 16,5 166 17,3 169 21,83

20 - 50 299 28,2 271 28,3 172 22,22

50 - 100 176 16,6 126 13,1 55 7,11

100 e + 122 11,4 101 10,5 49 6,33

Total 1.062 100,0 959 100,0 774 100,00

FONTE: Fundação IBGE. Censos Agropecuários/SIDRA.

Inicialmente, com base na Tabela 2 acima, observa-se que a maior parte dos estabelecimentos existentes nesse município eram de pequeno porte - situados entre 1 e 50 hectares. Isto é, em 1985, tinham uma participação percentual de 72% em relação ao número total. Esse percentual se eleva para 76% (em 1995/1996) e 86% (em 2006), respectivamente. Portanto, foi registrado um aumento no número de pequenos estabelecimentos, ao mesmo tempo em que, os médios - de 50 a 100 hectares - caíram 58%

entre o início e o fim da série histórica; por fim, os grandes estabelecimentos, de 100 hectares ou mais, tiveram seu número reduzido aproximadamente à metade.

Logo, essas evidências sugerem inicialmente que, nessas duas décadas analisadas, houve uma intensa e crescente participação percentual daqueles pequenos estabelecimentos, na configuração da estrutura fundiária de Baraúna (RN), ao contrário dos demais, que se apresentaram com tendência de participação percentual, em queda.

Na sequência, observa-se o movimento da área desses estabelecimentos, entre 1985/2006.

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126 Tabela 3: Área dos estabelecimentos agrícolas. Percentuais da área dos estabelecimentos segundo os

estratos de área (ha) em relação aos totais. Baraúna (RN). 1985, 1995/6 e 2006.

Estratos área (ha)

1985 1995/1996 2006

Área % Área % Área %

0 – 10 1.227

1,7

1.249 2,5 1.500

5,83

10 - 20 2.387 3,4 2.272 4,5 2.271 8,83

20 - 50 9.572 13,5 8.135 16,1 4.876 18,95

50 - 100 12.188 17,2 8.457 16,7 3.642 14,16

100 e + 45.457 64,2 30.459 60,2 13.440 52,24

Total 70.831 100,0 50.572 100,0 25.729 100,00

FONTE: Fundação IBGE. Censos Agropecuários/SIDRA

No que diz respeito à área desses estabelecimentos tem-se que, ao longo do referido período de estudo (1985 a 2006), os pequenos estabelecimentos, com extensão de até 50 hectares, aumentaram sua participação percentual em relação à área total, de aproximadamente 18% em 1985, para 23% (em 1995/1996) e 34% (em 2006), respectivamente. Quer dizer, quase que dobrou essa participação, em termos de área ocupada, nesse período.

Em paralelo, os estabelecimentos de tamanho médio (entre 50 e 100 hectares) apresentaram ligeira queda de 17% em 1985, 16% entre 1995/1996, e, ainda, para 14% em 2006.

E, por fim, caiu a participação da área ocupada pelos grandes estabelecimentos, ao longo do tempo, isto é, de 64% (em 1985) para 60% (1995/1996), e, por último, para 52%

(em 2006).

Portanto, os dados relativos ao número e à área de estabelecimentos mostraram que houve um movimento de desconcentração da propriedade da terra, em Baraúna (RN), entre 1985 e 2006.

A fim de aprofundar esse entendimento apresenta-se, na sequência, o cálculo do índice de Gini - que tem a finalidade de medir a concentração da propriedade da terra.

Após a realização desses cálculos foi possível observar que, entre 1985 e 2006, houve uma relativa estabilidade no tocante à concentração da propriedade da terra situada em aproximadamente 0,65. Este, um nível que se mostra relativamente baixo, se for comparado com a economia fundiária brasileira, onde, entre 1967 e 2000 esse número

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esteve situado em torno dos 0,80. E, em acréscimo, também em relação à economia fundiária potiguar, os níveis calculados ficaram situados em torno de 0,78 (em 1967) para 0,71 (em 2000).

Além disso, deve-se dizer que a Microrregião Homogênea de Mossoró (RN), onde está situado o município de Baraúna (RN), tem tradição de apresentar baixos níveis de Gini para a propriedade da terra (SANTOS, 2012).

Logo, ainda que haja uma grande parte das terras concentrada nas mãos de uns poucos produtores, em contrapartida, observa-se uma tendência de redução nessa magnitude, ao longo do tempo. Então, em face disso, indaga-se: a que se deve essa característica, especificamente no caso do município de Baraúna (RN)?

Este é o ponto que se vai discutir a seguir.

4 ATUAÇÃO DAS POLÍTICAS FUNDIÁRIAS

A partir da coleta e do tratamento dos dados cartoriais, inicialmente, foi possível constatar que houve um processo de transferência governamental de áreas de terras, inicialmente, a partir dos anos 19601, feita predominantemente pelo Governo Estadual, que vigorou até 1992. Em seguida, de 1993 até 2006, o mesmo processo ocorreu, desta vez, através da política de constituição de assentamentos, comandada pelo Governo Federal.

Assim, enquanto aquele primeiro processo teve motivação que nasceu das necessidades dos demandantes, este segundo nasceu - principalmente - no âmbito dos proprietários que queriam se desfazer de seu ativo terra; e, ainda neste caso, foi um tipo de Política Fundiária que contou com o apoio de demandantes de terras. Pois, estes pressionaram as autoridades para que fosse realizada a compra e posterior distribuição de terras, ou seja, fez-se ali, neste segundo momento, uma reforma agrária de mercado.

1 Nos idos de 1960, o então Governador do estado do RN - Aluísio Alves - autorizou a distribuição de terras devolutas, para aproximadamente 1.700 pequenos produtores do município. Nessa ocasião, o Governo estadual firmou um contrato com os beneficiários que impedia a venda dessas terras por no mínimo 20 anos.

Até o final dos anos 1990, a maioria desses proprietários, já com idade bastante avançada, ainda mantinha grande parte dessas terras, tal como pôde ser observado “in loco”, ainda em 2013. A esse respeito consulte- se Cruz (2000).

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128 Tabela 4: Número de imóveis transferidos - em doação, pelo Governo do Estado do RN (1962/1992) e

pelo Governo Federal (1993/2006) -, segundo estratos de área (ha). Participação percentual do número de imóveis, segundo estratos de área, em relação ao total, em cada período. Baraúna (RN), 1962/2006.

Estratos área (ha) 1962/1992 1993/2006 Total

Número % Número % Número %

0 - 10 16 4,58 4 8,89 20 5,06

10 - 20 55 15,71 3 6,67 58 14,68

20 - 50 146 41,71 15 33,33 161 40,76

50 - 100 116 33,14 22 48,89 138 34,94

100 e + 17 4,86 1 2,22 18 4,56

Total 350 100,00 45 100,00 395 100,00

Fonte: Cartório de Registro de Imóveis de Baraúna (RN)

A partir da Tabela 4, acima, é possível observar que - em termos absolutos - o número de imóveis transferidos pela Política Fundiária foi bem maior no primeiro período (1962/1992), do que no segundo (1993/2006).

Além disso, uma comparação entre o alcance dessas duas políticas governamentais mostra que, apesar de que o período de vigência da política estadual ter sido maior observou-se que essa política atendeu aproximadamente 89% do total de beneficiados (350 famílias contra um total de 395 famílias contempladas com acesso à terra).

No caso específico da política fundiária estadual, 62% do total de beneficiados engrossaram as fileiras dos pequenos imóveis (isto é, até 50 hectares). Nesse mesmo intervalo de área, a atuação do Governo Federal foi de 49%. Em acréscimo, entre 50 e 100 hectares, 33% dos beneficiados pelo Governo Estadual tiveram acesso a imóveis contra 49%

de atuação do Governo Federal, nesse estrato de área. E, os restantes 5% foram contemplados pelo Governo Estadual com áreas superiores a 100 hectares em oposição aos 2% de área distribuída pelo Governo Federal.

No tocante à área distribuída, entre 1962 e 2006, foram distribuídos quase 19 mil hectares, um montante de terras bastante expressivo se for levado em conta que a extensão do município de Baraúna (RN), na atualidade, é de 82.570 hectares, quer dizer, o equivalente

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a aproximadamente um quarto da área municipal foi redistribuída1. E, uma cessão que atendeu a uma demanda fundiária feita - prioritariamente e sobretudo - para os pequenos posseiros e alguns arrendatários existentes naquele município, naquele período, que demandavam terra e engrossavam as fileiras dos movimentos sociais.

Tabela 5: Área transferida - em doação, pelo Governo do Estado do RN (1962/1992) e Governo Federal (1993/2006) -, segundo estratos de área (ha). Participação da área doada, segundo estratos de área, em relação ao total, em cada período. Baraúna (RN), 1962/2006.

Estratos área (ha)

1962/1992 1993/2006 Total

Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) %

0 - 10 115,2 0,69 22,0 0,97 137,2 0,72

10 - 20 959,9 5,75 39,6 1,75 999,5 5,28

20 - 50 4.798,2 28,75 484,7 21,48 5282,9 27,88

50 - 100 8.161,0 48,90 1.512,3 67,02 9673,3 51,06

100 e + 2.654,9 15,91 198,0 8,77 2852,9 15,06

Total 16.689,2 100,00 2.256,6 100,00 18.945,8 100,00

Fonte: Cartório de Registro de Imóveis de Baraúna (RN)

Em complemento, entre 1962/1992, 34% do total da área reformada foi destinado aos pequenos agricultores, contra 24% (entre 1993 e 2006). E, um percentual de 35% do total de área distribuída beneficiou os estabelecimentos de tamanho médio (50 a 100 hectares); este estrato se apropriou de metade de toda área distribuída entre 1962 e 2006 contra 15% dos estabelecimentos maiores do que 100 hectares.

Assim, a atuação da Política Fundiária, seja estadual, seja federal, no município de Baraúna (RN), se constituiu num caso concreto de um processo de reforma fundiária que fortaleceu as pequenas e médias propriedades, pela magnitude de terra distribuída, entre 1962 e 2006. Esta constatação, ainda, está de acordo com os diversos relatos obtidos a partir de entrevistas que foram realizadas naquele município, tanto em 2000, quanto em 2013.

Além disso, a atuação da Política Fundiária, quando vista no contexto da MRH de Mossoró, teve mais dois importantes componentes, a saber: a) inicialmente, o Governo do Estado do RN, ao constituir o Projeto de Colonização de Serra do Mel, que deu origem ao

1 Para efeitos hipotéticos está implícita a hipótese de que, desde 1962, a área do município manteve-se estabilizada. Mas, é importante salientar que, sua autonomia política ocorreu apenas no ano de 1981. Com isso, essa é uma ideia aproximada e construída para dar uma ideia da extensão da área reformada que foi, evidentemente, expressiva.

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130 município do mesmo nome, distribuiu 61,6 mil hectares que foram projetados para receber

aproximadamente 1,2 mil famílias; e, ainda, b) no município de Mossoró, mais duas distribuições de terras, a saber, a fazenda Maísa, com 19,7 mil hectares e a Fazenda São João com 3,9 mil hectares de terra. Quer dizer, esses três casos, situados na Microrregião Homogênea de Mossoró, abrangem um total de área reformada equivalente a 85,2 mil hectares. O total de famílias beneficiadas com esses três projetos ficou em torno de 4 mil famílias.

Esses dados mostram a expressiva atuação da Política Fundiária na região Oeste do Estado, que inclui o caso de Baraúna (RN).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O perfil fundiário de Baraúna (RN), tendo em vista a atuação da Política Fundiária, apresentou - enquanto tendência - uma redução da desigualdade relativa à distribuição de terras, no período que vai de 1985 a 2005/6. Em sendo assim, deduz-se que essa distribuição foi um fator decisivo para a democratização do acesso à terra, naquele território semiárido nordestino, tal como apontado anteriormente.

Essa atuação governamental foi - em termos absolutos - mais expressiva sob o comando do Governo Estadual e ocorreu tendo em vista a existência de um movimento social que demandava terras, sobretudo no início dos anos 1960. Nessa época havia um contexto fortemente caracterizado por movimentos e lutas sociais que demandavam acesso à terra. No ano de 1999, ao revés, por orientação de proprietários, houve estímulo aos que não detinham terra, para que fossem realizadas invasões, uma vez que o objetivo dos antigos proprietários era poder vender terra para o Governo Federal. Pois, as condições de pagamento oferecidas eram favoráveis à possibilidade de surgimento de ganhos monetários e eram realizadas de maneira relativamente rápida, no tempo, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Com isso, entende-se que, a atuação do Governo - seja no âmbito estadual, seja na esfera federal - atendeu a dois tipos de demandas, em momentos históricos distintos:

primeiro, demandas reais nascidas de necessidades sociais que iam em busca de cultivar a

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terra; segundo, demandas estimuladas e orientadas por interesses agrários dominantes que tinham expectativas de realizarem vantagem econômica através do repasse da terra. E, este tipo de pressão e/ou prática, foi feito em praticamente toda economia fundiária brasileira; e, no semiárido nordestino, de modo particular.

Portanto, em face dos números apresentados, em especial para o caso do município de Baraúna (RN), não faz sentido falar, nem em aumento de concentração fundiária, nem tampouco em responsabilizar capitais nipônicos, por algo que sequer ocorreu.

Ademais, cabe ainda registrar ainda que, o modelo de fruticultura irrigada, até o início de 2016, foi exitoso em Baraúna (RN), e, de modo concomitante, está em notório declínio no Vale do Açu (RN). Em sendo assim, indaga-se: por que isso ocorre?

E, neste caso, levanta-se a hipótese de que, há dois modelos distintos de se fazer agricultura no semiárido nordestino, pois se fundam em dois tipos de produtores. Quer dizer, enquanto no caso açuense houve uma espécie de modelo centrado na grande empresa exportadora (modelo prussiano de desenvolvimento), no caso de Baraúna (RN) houve o predomínio de pequenos produtores engajados na produção (algo mais próximo do modelo americano de agricultura familiar, ainda que eventualmente possam apresentar a especificidade de que assentados tendem a ficar subordinados aos grandes produtores e/ou grandes compradores).

Este fato, talvez, seja muito mais significativo para entendimento da realidade local do que atribuir o êxito da atividade apenas à atuação de empresas de capitais de nipônicos, pura e simplesmente. Pois, estas empresas foram importantes para implantar a modernidade agrícola local. Mas, daí a dizer que isso tenha condicionado a modernidade é virar as costas para todo um contexto modernizante existente no país, no estado do RN e no município, comandado por Estado e organizações da sociedade civil. Estas últimas, por exemplo, financiadas pelo poder público, deram assistência técnica e extensão rural para uma série de pequenos proprietários assentados e puderam, assim, contribuir para o processo de modernização da atividade produtiva.

Dessa maneira, essas duas políticas governamentais, agindo de modo complementar, puderam criar a possibilidade de agricultores assentados se mantivessem na atividade agrícola e que tivessem aí sua inserção econômica e social. Mesmo que estejam, até hoje, produzindo para fornecer seus produtos para grandes compradores internacionais,

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132 eles se inserem num contexto atual que é globalizado e concorrencial e, ainda, comandado

por umas poucas grandes empresas oligopsônicas internacionais.

Cabe neste ponto apresentar duas indagações, a saber: a) até quando ter-se-á que dizer que, o modelo calcado na pequena produção pode ser economicamente viável e socialmente mais justo? b) será que o caso de Baraúna (RN) continuará a não nos dizer absolutamente nada?

Aqui, cabe, ainda, acrescentar uma ameaça à existência desse atual modelo de produção para o exterior: trata-se da oferta de água, que tem apresentado tendência de esgotamento dos mananciais existentes no subsolo da região e que problematizam a existência daquela atividade, naquele território. Já existem produtores que estão saindo da atividade, porque as expectativas não lhe são favoráveis.

Por fim, em continuidade a este último ponto, sugere-se a elaboração de estudos posteriores que discutam se, enquanto tendência, os agricultores de Baraúna (RN) estariam sendo estimulados a vender suas terras e a abandonar o campo. Seriam eles novos especuladores imobiliários, ou, estariam abandonando a atividade tendo em vista a ameaça de escassez hídrica? Esta, uma outra questão adicional de pesquisa, que fica para uma outra oportunidade.

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