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CONDOMÍNIO RESIDENCIAL
TERRAS DO CARIBE
VALINHOS/SP
DADOS DO CLIENTE
Razão Social: Condomínio Residencial Terras do Caribe
CNPJ: 03.004.937/0001-23 Inscrição Estadual: isento
Endereço: Rua João Previtale, nº 2.780
Nome do responsável:
Fone: (19) 3859-2646
RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO LAUDO
Razão social: PRÓ-AMBIENTE ASSESSORIA AMBIENTAL LTDA. CNPJ: 05.492.205/0001-55 Inscrição Municipal: 95.323-7 CRBio: 0177-01-01 Cadastro no IBAMA
Nº 272.943 – Consultoria Ambiental – classe 6
Endereço: Rua Otávio Machado, 120, Taquaral Campinas SP CEP: 13076-120 Fone/Fax: (19) 3201-6896 Email: proambiente@terra.com.br
1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
O Condomínio Residencial Terras do Caribe objeto deste laudo localiza-se no Município de Valinhos-SP, e tem endereço na Rua João Previtale, 2.780, com área total de 296.260,16 m², sendo 20,63% desta área ( 61.108,12 m² ) destinada a uso comum.
Coordenadas geográficas da área de intervenção Coordenadas Geográficas
Coordenadas Geográficas: medidas na entrada da área
x y
Coordenadas (UTM) 296.380 7.461.039
CARTA IBGE
VALINHOS I (77-100) SF-23-Y-A-VI-3-SO-C
2. OBJETIVOS DESTE LAUDO
O objetivo do presente laudo é o de caracterizar a área de uso comum do condomínio residencial, com relação à vegetação e ocupação.
Este será o primeiro laudo, considerado o Laudo Zero, a ser entregue na Prefeitura Municipal de Valinhos, para cumprir as exigências previstas na Lei Municipal nº 4.123, de 04 de maio de 2007.
3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE USO COMUM
A área de uso comum do Condomínio Residencial Terras do Caribe está localizada em toda a volta do condomínio e no fundo do mesmo na região onde se encontra o lago.
A área de uso comum se apresenta gramada, com alguns pontos ajardinados contendo alguns exemplares arbóreos isolados nativos e exóticos.
Na região próxima ao lago existem algumas ocupações, sendo a maioria delas com equipamentos de sistema de lazer.
FIGURA 02 – Área do condomínio com indicação da Área de Uso Comum e do Lago. Legenda:
Lago
QUADRO DE OCUPAÇÕES
OCUPAÇÃO ÁREA (m²) OCUPAÇÃO DA APP
Quadra poli-esportiva 535,20 Parcial
Quadra de areia 185,31 Parcial
Campo de Futebol 1.413,86 Nula
Clube 1.884,22 Nula
Playground 1.006,71 Parcial
Churrasqueiras 111,85 Total
Almoxarifado 10,30 Total
Banheiro 27,69 Parcial
Trilha de terra 902,01 Total
FOTOS 02 a 07 – Ocupações da área comum. FOTO 02 – Trilha.
FOTO 03 – Churrasqueiras. FOTO 04 – Playground.
FOTO 05 – Quadra poli-esportiva. FOTO 06 – Almoxarifado.
FOTO 07 – Quadra de areia.
02 03
04 05
4. RECURSOS NATURAIS PRESENTES NA ÁREA
4.1 – PRESENÇA DE VEGETAÇÃO
Conforme foi mencionado no item 3, não existe um fragmento florestal na área do condomínio. Constam apenas alguns indivíduos arbóreos isolados nativos e exóticos, que possuem fim paisagístico.
Não foram identificados na área habitats críticos de vida selvagem.
De acordo com o Art 2º, III, do Decreto Estadual 42.838 de 04/02/1998, entende-se por habitat crítico:
III. "habitat crítico": área terrestre ou água interior em condições naturais primitivas, regeneradas ou em regeneração, precisamente localizada e mapeada, onde ocorrem ou existem evidências objetivas de ocorrência, devidamente comprovadas pelos órgãos e instituições competentes, de espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção, provavelmente extintas, criticamente em perigo, em perigo, vulneráveis ou provavelmente ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo, constantes dos anexos a este decreto, ou que podem ser importantes para a sobrevivência das mesmas.
4.2 – PRESENÇA DE NASCENTES
Não foram identificadas nascentes na área do condomínio residencial Terras do Caribe durante as vistorias. Analisando cartografia do Estado de São Paulo também não foi identificada nenhuma nascente na área do empreendimento.
4.3 – RECURSOS HÍDRICOS PRESENTES NA ÁREA
O condomínio possui um reservatório artificial, proveniente de um barramento do Córrego Jurema, que atinge a área do empreendimento. O Córrego Jurema é afluente do Ribeirão Pinheiros.
4.4 – PRESENÇA DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP)
Na área existem áreas de preservação permanente provenientes do reservatório e do canal do barramento, ambos dentro da área do condomínio, e que formam APPs de 30 metros de largura em ambos os casos.
Dentro do condomínio a APP ocupa cerca de 11.798,59 m², estando totalmente inserida na área denominada como área de uso comum.
A APP se encontra com gramíneas e alguns exemplares arbóreos isolados.
FOTO 08 – Recursos hídricos da área do condomínio e região. Limite do condomínio Terras do Caribe.
Córrego Jurema. Ribeirão Pinheiros.
4.4.1 – Vegetação na APP
A APP se encontra totalmente descaracterizada e antropizada, sendo gramada e com algumas espécies introduzidas pelo próprio condomínio.
Espécies encontradas na APP:
Goiabeira, Aroeira-pimenteira, Aroeira-salsa, Araçá, Eucalipto, Abricó-da-praia, Cedro, Pau-ripa, entre outras.
FOTO 09 a 12 – Vegetação da APP. 11
10 09
Em vistorias anteriores, realizadas em 2009, foi listada a fauna associada encontrada no condomínio Terras do Caribe, principalmente na área do lago.
Mesmo não sendo necessário apresentar um levantamento de fauna, tendo em vista que não há hábitat crítico na área do condomínio, será apresentada a listagem da fauna associada.
O lago consta na carta do IGC, portanto existe há anos. Assim sendo, este ecossistema existe faz tempo e já se constitui habitat de algumas espécies como foi possível notar nas vistorias técnicas.
A observação de campo foi dirigida para o grupo dos vertebrados, por serem considerados indicadores de qualidade do habitat que se pretende avaliar.
A observação da fauna foi feita em todos os dias de vistoria técnica, em horários diferentes, com a seguinte metodologia:
1. Observação direta e indireta ao percorrer toda a área alvo do licenciamento e o entorno.
Observação por visualização direta.
Observação direta com utilização de binóculo. Observação de pegadas, ninhos e vestígios.
Observação de espécies da flora e sua interação com a fauna.
Os equipamentos utilizados durante a observação foram:
Binóculo marca Konus 8x22 acoplado com câmara fotográfica digital; Binóculo marca ZENIT 10 x 50;
Máquina fotográfica digital Sansung 1,3 megapixels;
Avifauna
ORDEM / FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME-POPULAR Método de levantamento Nº encontros / quantidade indivíduos LOCAL* CATEGORIA DE AMEAÇA ANSERIFORMES
Anatidae Dendrocygna viduata Irerê VD abundante A CICONIIFORMES
Ardeidae Ardea alba Garça-branca-grande VD 1/1 A Ardeidae Egretta thula Garça-branca-pequena VD 1/1 A Charadriidae Vanellus chilensis Quero-quero VD/VO 1/2 A Jacanidae Jacana jacana Jaçanã VD 1/1 A Phalacrocoracidae Phalacrocorax
brasilianus Biguá VD abundante A FALCONIFORMES
Accipitridae Rupornis magnirostris Gavião-carijó VD 2/2 A GRUIFORMES
Rallidae Gallinula chloropus Frango d’água VD 1/2 A Rallidae Pardirallus nigricans Saracura P 1/1 E PASSERIFORMES
Apodidae Progne subis Andorinha doméstica
VD abundante SV Estrildidae Estrilda astrild Bico-de-lacre VD/VB abundante E Furnariidae Furnarius rufus João-de-barro VEn 1/3 A Tyrannidae Pitangus sulphuratus Bem-te-vi VO 2/2 A Tyrannidae Fluvicola nengeta Lavadeira-mascarada VD 1/1 E STRIGIFORMES
Strigidae Athene cunicularia Coruja-buraqueira VEt 1/1 A
Método levantamento - V – visualização (d – direta ; b – binóculo) ; VO – vocalização ; VE – vestígio (t – toca ; n – ninho ; a – restos alimento, o – outros); C – captura/soltura; P – pegada
Local – A – área em estudo ; E – entorno; SV - sobrevôo
Categoria de ameaça - ¹ Lista Estadual (Decreto Estadual 53.494 de 2 de outubro de 2008); ² Lista Nacional (Portaria 1.522 de 19 de dezembro de 1989); ³ Lista CITES (Portaria 489 de 21 de dezembro de 2001).
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FOTOS 13 a 19 – Avifauna presente na área e entorno.
FOTO 13 – Irerê. FOTO 14 – Biguá.
FOTO 15 – Frango d’água.
FOTO 16 – Ninhos de joão-de-barro. FOTO 17 – Bico-de-lacre.
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5.1 – Considerações sobre o resultado do levantamento faunístico
Nos dias de vistoria de campo, a fauna avistada no fragmento em questão foi muito reduzida, representada principalmente por espécies generalistas, que se
FOTOS 20 a 24 – Continuação da avifauna local. FOTO 20 - Lavadeira-mascarada.
FOTO 21 – Toca de coruja-buraqueira. FOTO 22 – Garça-branca-pequena. FOTO 23 – Garça-branca-grande. FOTO 24 – Jaçanã.
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As aves encontradas no local possivelmente encontram na área os locais de pouso, alimento e abrigo. Devido a grande capacidade de vôo dessas espécies, é possível que utilizem toda a área, inclusive à de entorno para essas finalidades. Há presença de espécies vegetais frutificando na área, o que indica a possibilidade de utilização delas por animais frugívoros.
Não foram identificadas espécies constantes de listagens de extinção.
6 – ASSOREAMENTO DO LAGO
O lago se encontra em processo avançado de assoreamento, tal fato foi comprovado no levantamento topográfico realizado em outubro de 2009, o qual detectou a presença de uma camada de lama no fundo do lago com cerca de 90 cm de espessura.
Além disso, foram realizadas vistorias no local durante os meses de junho e agosto de 2009 e ficou notável o processo de assoreamento intensificado, ao comparar as fotos tiradas nas vistorias do ano passado e na vistoria realizada em 13 de janeiro de 2010.
FOTOS 25 e 28 – Fotos do lago em junho de 2009. 28 26
27 25
O assoreamento intensificado que ocorreu nos últimos 6 ou 7 meses é resultado de ações antrópicas envolvendo movimentação de terra, que ocorrem no Córrego Jurema à montante do condomínio Terras do Caribe.
A falta da proteção natural nas APPs também influencia e colabora para que o processo de assoreamento ocorra.
A deposição de sedimentos ocorre com freqüência no lago do Terras do Caribe, pois o condomínio está situado no final da bacia de drenagem do Córrego Jurema.
FOTOS 29 a 32 – Fotos do lago em janeiro de 2010.
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FIGURA 03 - Dimensionamento da área da bacia de contribuição até o ponto de entrada na propriedade do Condomínio Terras do Caribe. Área da bacia de contribuição é de aproximadamente 3,5 km².
O lago do Terras do Caribe está sofrendo intenso processo de assoreamento, e nenhuma obra para reverter esse processo será eficaz, se não for tomada uma medida pública capaz de controlar as ações antrópicas em toda a área de drenagem do Córrego Jurema.
Este lago possui uma importância no controle das enchentes, sendo citado no Plano de Macrodrenagem de Valinhos. Neste Plano, foram identificados nas proximidades da jusante do reservatório do condomínio Terras do Caribe, alguns pontos de risco existente, que já são considerados críticos pelo próprio Plano Diretor do município.
Ainda dentro do Plano de Macrodrenagem do Ribeirão Pinheiros foi verificado que o lago do condomínio, bem como sua APP estão sendo levados em consideração como parte integrante dos sistemas de áreas verdes de controle hidrológico, ou mais precisamente do Parque Linear do Córrego Jurema.
Portanto o processo de assoreamento está causando malefícios não só ao próprio Terras do Caribe, mas também ao município principalmente na porção próxima ao Ribeirão Pinheiro à jusante do Córrego Jurema.
7 – RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos gerados por obras ou terraplanagem particulares são de responsabilidade do proprietário, porém com supervisão do condomínio. Já as obras e terraplanagem em áreas comuns são de responsabilidade do condomínio.
Não foram identificadas obras que gerem resíduos sólidos nas áreas comuns do condomínio, no período da vistoria.
Segundo a administração do condomínio, nos casos de terraplanagem, é mais comuns a necessidade de empréstimo de terra do que de destinação. Geralmente os terrenos em declive ou aclive usam o material de corte para fazer aterro e nivelar a área.
Com relação aos resíduos sólidos provenientes das residências e das áreas comuns como banheiro, churrasqueira e clube, os mesmos são encaminhados para a lixeira do condomínio e coletado pela Prefeitura 3 vezes por semana.
Os moradores separam os resíduos orgânicos dos reciclados e na lixeira do condomínio estes resíduos são destinados separadamente, possibilitando a reutilização dos materiais recicláveis.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As áreas comuns não apresentam vegetação em estágio de sucessão ecológica, estando ajardinadas. Existem alguns exemplares arbóreos isolados nativos e exóticos, principalmente na área utilizada para lazer (playground, lago, trilha).
Conforme levantamento da fauna associada ao ecossistema local, é perceptível a presença de espécies próprias de ecossistema aquático (aves da ordem ciconiiformes). Porém o assoreamento do reservatório ameaça a estabilidade deste ecossistema, uma vez que pode afugentar a fauna que encontra neste habitat abrigo e alimentação.
ANEXOS: 1 – ART
2 – Planta Ambiental
3 – Relatório Fotográfico da Área de Uso Comum
Campinas, 19 de janeiro de 2010
_____________________ Maria de Fátima Tonon
Bióloga CRBio 35.901/01D
PRÓ PRÓ PRÓ
PRÓ----AMBIENTEAMBIENTEAMBIENTE AMBIENTE Assessoria Ambiental Assessoria Ambiental Assessoria Ambiental Assessoria Ambiental ART CRBio 2010/00119 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
AURICCHIO, Ana Lúcia; AURICCHIO, Paulo – Guia para mamíferos da Grande São Paulo, Instituto Pau Brasil, SP, 2006
BECKER, M.; DALPONTE, J. C. – Rastros de mamíferos silvestres brasileiros, Editora UnB, DF, 1999
BORGES, P. A. Lima; TOMÁS, W. M. – Guia de Rastros e outros vestígios de mamíferos do Pantanal, Embrapa Pantanal, Corumbá, MS, 2004
DEVELEY, Pedro F.; ENDRIGO, Edson – Aves da Grande São Paulo – guia de campo, Aves e Fotos Editora, SP, 2004
GALETTI, Prof. Dr. MAURO (org) – Guia de mamíferos da mata atlântica, UNESP, SP, 2002
HADDAD, C.F.B.; TOLEDO, L.F.; PRADO, C.P.A. – Anfíbios da Mata Atlântica, Editora Neotrópica, SP, 2008
LORENZZI, H. – Árvores brasileiras, vol 1 e 2, Editora Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002
LORENZZI, H. – Árvores exóticas no Brasil, Editora Plantarum, Nova Odessa, SP, 2003
SAMPAIO, D.; SOUZA, V. C.; OLIVEIRA, A.A; PAULA-SOUZA, J; RODRIGUES, R. R. – Árvores da restinga: guia de identificação, Editora Neotrópica, SP, 2005
SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE / IBAMA – Legislação ambiental específica
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO DA ÁREA DE USO COMUM
FOTOS 1 a 6 – Área de Uso Comum do Condomínio Residencial Terras do Caribe. 1 5 4 3 2 6
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FOTOS 13 a 18 – Área de Uso Comum do Condomínio Residencial Terras do Caribe. 13 15 17 14 16 18