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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

JUCIANY DE MESQUITA RODRIGUES

A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE SAÚDE BUCAL PARA ANÁLISE DO DESEMPENHO DA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE NATAL-RN.

NATAL/RN

2015.1

(2)

JUCIANY DE MESQUITA RODRIGUES

A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE SAÚDE BUCAL PARA ANÁLISE DO DESEMPENHO DA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE NATAL-RN.

.

Trabalho de Conclusão de Curso em formato de artigo científico apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para o título de cirurgiã-dentista.

ORIENTADORA: Profa. Dra. MAÍSA PAULINO RODRIGUES.

NATAL

2015.1

(3)

PÁGINA DE IDENTIFICAÇÃO

Rodrigues, Juciany de Mesquita.

A utilização de indicadores de saúde bucal para análise do desempenho da atenção básica no município de Natal-RN / Juciany de Mesquita Rodrigues. – Natal, RN, 2015.

26 f. : il.

Orientador: Profª Drª Maísa Paulino Rodrigues.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia.

1. Sistema de informação em saúde – Monografia. 2. Serviços de saúde bucal – Monografia. 3. Indicadores básicos de saúde – Monografia. 4. Odontologia em saúde pública – Monografia. I. Rodrigues, Maísa Paulino. II. Título.

RN/UF/BSO Black D 585 Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia

Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.

(4)

JUCIANY DE MESQUITA RODRIGUES

A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE SAÚDE BUCAL PARA ANÁLISE DO DESEMPENHO DA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE NATAL-RN.

Trabalho de Conclusão de Curso em formato de artigo científico apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para o título de cirurgiã-dentista.

Aprovado em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Dra. Maísa Paulino Rodrigues Departamento de Odontologia

Profa. Dra. Maria Ângela Fernandes Ferreira.

Departamento de Odontologia

Profa. Dra. Íris do Ceu Clara Costa

Departamento de Odontologia

(5)

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, João de Deus Alves e Maria Eliza de Mesquita Alves.

(6)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus, que em sua infinita bondade me deu forças e coragem para batalhar em busca de meus sonhos, e por está ao meu lado em todos os momentos, até com os gestos mais simples.

A minha professora e orientadora Dra. Maísa Paulino, que apesar de todos os seus compromissos, acreditou e se dedicou durante a orientação desse trabalho, a banca, que sei que fizeram de tudo para tornar esse trabalho melhor.

A minha família, Painho, Mainha e minhas irmãs, que mesmo distantes, sempre me apoiaram e cofiaram em mim em todos os momentos.

Ao meu namorado, Tessinho, pelo companheirismo e cuidado, e por acreditar mais em mim que eu mesma, como também, seus pais, Gizélia e Diógenes, e sua linda família, por me tornarem e me sentir como da família, e fazendo de tudo para sê-la na ausência da minha aqui em Natal, por toda generosidade e carinho comigo, que talvez nem saibam como foi importante para mim, a vocês minha eterna gratidão.

As minhas amigas de Mossoró, que desde no inicio, estiveram ao meu lado, em todos os momentos mais importantes da minha vida. As minhas amigas e amigos que a graduação me presentou, vocês tornaram essa jornada muito mais agradável e saudosa.

A UFRN, professores e funcionários dessa universidade, por em sua excelência, fazer

de tudo para sermos os melhores profissionais. Aos pacientes, peças chaves durante nossa

jornada.

(7)

RESUMO

Objetivo: Avaliar o perfil da assistência a Saúde Bucal através da análise do comportamento de Indicadores em Saúde Bucal no município de Natal, Rio Grande do Norte. Métodos:

estudo realizado através de uma análise descritiva temporal da evolução dos indicadores, construídos através de dados secundários emitidos pelo Sistema de Informação Ambulatorial (SIA-SUS), entre os anos de 2002 e 2013. Resultados: houve um declínio do indicador de cobertura de primeira consulta odontológica (de 24,48% para 4,17%), da proporção de exodontia (de 6,62% para 1,23%), como também da média de procedimentos odontológicos básicos individuais (de 1,07 para 0,09), entretanto, ocorreu uma evolução do indicador de cobertura de Equipe de Saúde Bucal (ESB). Foi possível observar uma forte correlação negativa entre a taxa de cobertura de ESB e à primeira consulta, à proporção de exodontia e à média de procedimentos odontológicos básicos individuais. Conclusão: Evidenciou-se que todos os indicadores de procedimentos clínicos odontológicos analisados apresentaram um declínio durante a série histórica estudada, mesmo tendo ocorrido um aumento da cobertura de Equipes de Saúde Bucal. Tais resultados podem ser atribuídos à oferta reprimida de procedimentos odontológicos prestados a população, ao subregistro dos procedimentos ou mesmo a problemas relacionados à política/gestão/gerência dos serviços de saúde no município.

Descritores: Sistema de Informação em Saúde, serviços de saúde bucal, Indicadores Básicos

de Saúde, odontologia em saúde pública.

(8)

ABSTRACT

Objectives: Evaluate the profile of oral health care by examining the behavior of Indicators of Oral Health at Natal, Rio Grande do Norte, Brazil. Methods: A study was conducted through a descriptive analysis of the temporal evolution of the indicators, built through secondary data issued by the Ambulatory Information System (SIA-SUS), between the years 2002 through 2013. Results: There was a decline in the indicator for first dental appointment coverage (24.48% to 4.17%), the proportion of extraction (6.62% to 1.23%) but also the individual average basic dental procedures (1.07 to 0.09), however, there was an evolution of the Oral Health Team coverage indicator (ESB). It was possible to observe a strong negative correlation between initial consultation and ESB coverage rate; proportion of extraction and, individual average basic dental procedures. Conclusion: It was evident that all dental clinical procedures indicators analyzed showed a decline during the studied period of time, despite having an increase of Oral Health Teams coverage. These results can be attributed to pent-up supply of dental procedures rendered to population , the misreporting of procedures or even policy -related issues / management / management of health services in the municipality

Descriptors: Health information systems, Dental health services, Health status indicators,

public health dentistry.

(9)

SUMÁRIO

RESUMO _________________________________________________ 6

ABSTRACT _______________________________________________ 7

INTRODUÇÃO _____________________________________________ 9

OBJETIVOS _______________________________________________ 10

METODOLOGIA ___________________________________________ 11

RESULTADOS _____________________________________________ 13

DISCUSSÃO _______________________________________________15

CONCLUSÃO ______________________________________________ 20

REFERÊNCIAS _____________________________________________ 22

ANEXO ___________________________________________________ 24

(10)

9

INTRODUÇÃO

Por muito tempo a assistência pública no campo da odontologia esteve em segundo plano no âmbito das políticas de saúde no Brasil. Nesse sentido, o acesso da população a esses serviços sempre foi bastante limitado, e quando eram ofertados se restringiam basicamente à procedimentos de exodontias e poucos de reabilitação dentária. As ações de saúde bucal coletiva estavam presentes apenas em campanhas, se limitando a eventos escolares por meio de bochechos fluorados coletivos e pela fluoretação das águas de abastecimento público. Predominou, por décadas, o modelo odontológico curativo que tinha com base o paradigma biomédico.

1,2

Em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, há um grande avanço na saúde pública e consequentemente na saúde bucal, que passa a ser entendida como parte inseparável da saúde, sendo considerada como um direito de todos e dever do Estado.

3

Em março de 2001, visando à mudança do modelo de atenção vigente, foi editada a Portaria n° 267, inserindo a Equipe de Saúde Bucal na estratégia Saúde da Família. Essa incorporação criou possibilidades para que a saúde bucal pudesse reorganizar suas ações de acordo com os princípios e diretrizes propostas pelo SUS.

1,4,5

Em seguimento a essa política, em 2006, o Ministério da Saúde estabelece

por meio da portaria n° 493, de 13/03/2006, os principais indicadores do Pacto da

Atenção Básica, dentre eles os de Saúde Bucal, possibilitando promover inovações

(11)

10

nos instrumentos de gestão, a fim de atingir mais eficiência e qualidade em respostas ao SUS, além de afirmar um compromisso entre os gestores de saúde em relação às ações que deverão apresentar resolutividade na situação de saúde. Tais indicadores devem ser pactuados entre municípios, estados e o Ministério da Saúde, servindo para monitorar e avaliar a qualidade e o tipo de ações e serviços da atenção básica, ofertados a população.

6

Para que se obtenha um efetivo planejamento em saúde bucal, dentro da atenção básica, é importante resgatar o papel da epidemiologia. Ressalta-se nesse cenário a importância dos sistemas de informação em saúde - grande aliado na construção de instrumentos avaliadores em saúde.

7

Nessa direção o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA – SUS) é um instrumento bastante utilizado para acompanhar e avaliar os serviços em saúde.

Sendo assim, os dados obtidos através do SIA-SUS permite conhecer em termos quantitativos a produção ambulatorial de determinada região, ajudando a construir indicadores de saúde bucal, necessários para o planejamento e programação de ações, avaliar o impacto das ações adotas, monitorar riscos e tendências, bem como analisar o direcionamento de recursos.

8

OBJETIVOS

Analisar e interpretar a evolução temporal de indicadores em saúde bucal do município de Natal-RN no período de 2002 a 2013.

Caracterizar os serviços odontológicos, ofertado à população, por meio dos

procedimentos realizados.

(12)

11

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de cunho analítico e transversal. Os dados foram analisados com vistas à verificação de sua tendência temporal. Buscou-se ainda avaliar a correlação entre alguns indicadores através da análise estatística de correlação de Pearson. Para comprovar a correlação entre os dados, usou-se o valor de r para evidenciar a associação entre os procedimentos, e para qualificar a correlação entre eles utilizou-se a classificação de Figueiredo Filho e Silva Júnior (2009).

9

Foram utilizados dados secundários, capturados por meio de consulta aos Sistemas de Informação contidos do banco de dados do Ministério da Saúde (DATASUS). A região delimitada como objeto de análise compreende a cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte.

Os dados para construção dos indicadores de saúde bucal foram obtidos através do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA-SUS) no site do DATASUS, http://www.datasus.com.br. Os dados contidos nesse sistema permitem um monitoramento da produção ambulatorial odontológica nos serviços de atenção básica, e com isso a construção de alguns indicadores importantes para a avaliação dos serviços de saúde prestados a população.

10

Durante a construção dos indicadores, foi selecionada, a “quantidade

apresentada”, (conforme pode ser visualizada e selecionada no sistema) em

relação aos registros dos procedimentos, para que dessa forma fossem

contemplados todos os procedimentos que alimentaram o sistema.

1

(13)

12

Para análise da cobertura de Equipe de Saúde Bucal foram utilizados dados contidos no Departamento de Atenção Básica (DAB), contemplado pelo DATASUS, correspondentes a quantidade total de equipes “implantadas” na capital.

2

Os dados foram organizados em uma série histórica entre 2002 a 2013, e buscou-se analisar o comportamento dos índices em cada ano, evidenciando o desempenho do munícipio.

As informações referentes ao ano de 2014 não foram incluídas por se apresentarem em caráter parcial, visto que o registro ocorre de maneira gradual, não sendo passível de comparação com os anos anteriores.

Além dos dados do SIA-SUS, outro dado foi necessário para formação desses indicadores, isto é, a população residente na capital no período de 2002 a 2013, informações disponibilizadas pelo IBGE e extraídos do DATASUS.

11

Buscou-se analisar a forma de apresentação dos índices dentro desse espaço de tempo, e a expressão desses dados.

Foram utilizados como objeto de estudo os seguintes indicadores de Saúde bucal - variáveis dependentes do estudo (quantitativa contínua):

a) Cobertura populacional da primeira consulta odontológica programática:

referente à quantidade de primeiras consultas odontológicas programáticas

realizadas em cada período de ano e local, dividido pela população total do

mesmo local e período, multiplicado por 100. Esse dado representa a

porcentagem da população coberta pelo procedimento, o mesmo tem a

finalidade de diagnóstico e, se necessário, preparação de um plano

preventivo-terapêutico (PPT).

(14)

13

b) Proporção de exodontias de dentes permanentes: quantidade de exodontias em dentes permanentes realizados num local e período dividido pela população total no mesmo local e período, multiplicado por 100.

c) Cobertura populacional de Equipes de Saúde Bucal: Quantidade total de ESB em determinado local e período X 3450, dividido pela população total do mesmo local e período, multiplicado por 100.

d) Média de Procedimentos Odontológicos Básicos Individuais: Total de procedimentos odontológicos básicos individuais em determinado local e período dividido pela população total do mesmo local e período.

Todas as análises estatísticas foram realizadas com auxílio do programa Grap- Pad Prism © versão 5.0.

RESULTADOS

Com base nos dados secundários coletados para esta pesquisa, o primeiro indicador analisado foi relacionado ao comportamento histórico do indicador de cobertura de Primeira Consulta Odontológica Programática, no qual se pode observar uma tendência de declínio gradual e significativo dentro da série histórica, representando uma queda de 20,31% em relação aos 12 anos estudados.

Analisando-se à taxa de exodontias em dentes permanentes, também foi possível observar uma diminuição gradual e significativa, partindo de 6,62%

(hab/ano) em 2002 para 1,23% (hab/ano) em 2013, uma queda de

(15)

14

aproximadamente 6 vezes, quando comparada com a proporção encontrada em 2002.

Verifica-se também, forte correlação negativa entre os indicadores de primeira consulta e cobertura de ESB (r= -0,8202 e p<0,0011) (Figura 2).

Figura 2: Relação do Indicador Primeira Consulta com o de Cobertura de Equipe de Saúde Bucal. Natal-RN, 2002-2013.

2 0 0 2 2 0 0 4 2 0 0 6 2 0 0 8 2 0 1 0 2 0 1 2 2 0 1 4 0

1 0 2 0 3 0 4 0 5 0

P r i m e ir a c o n s u l t a / C o b e r t u r a d e E S B

A n o s

%

P r im e ir a C o n s u lta C o b e r t u r a d e E S B

r = 0 , 8 2 0 2 p < 0 ,0 0 1 1

Ao analisar a média de procedimentos odontológicos básicos individuais,

percebe-se uma peculiaridade, isto é, apesar de haver uma tendência de queda

paulatina nos procedimentos durante a série histórica, ocorre uma queda mais

significativa no ano de 2008, representando mais que a metade em relação ao ano

de 2007. (Figura 3).

(16)

15

Figura 3: Desempenho do indicador de Média de Procedimentos odontológicos básicos individuais. Natal-RN, 2002-2013.

Em relação a taxa de Cobertura de Equipes de Saúde Bucal, observa-se que houve um momento de grande incremento, ocorrendo implantação de várias ESB, no período compreendido entre 2002 e 2006, e a partir então, ou seja, até 2013 o crescimento foi pouco significativo, se mantendo em uma média de aproximadamente 36,92%.

Figura 4: Desempenho do indicador de Cobertura de Equipe de Saúde Bucal.

Natal-RN, 2002-2013.

(17)

16

2 0 0 2 2 0 0 4 2 0 0 6 2 0 0 8 2 0 1 0 2 0 1 2 2 0 1 4 0

1 0 2 0 3 0 4 0 5 0

C o b e r t u r a d e E S B

A n o s

% r = 0 , 8 5 5 9

p < 0 ,0 0 0 4

DISCUSSÃO

O indicador Cobertura de Primeira Consulta Odontológica Programática reflete a proporção da população cadastrada na Equipe de Atenção Básica que teve acesso a consulta odontológica, tornando possível realizar uma análise a fim de estabelecer um diagnóstico clínico e elaborar um Plano Preventivo Terapêutico – PPT.

11

Ao analisar o indicador de primeira consulta odontológica percebeu-se uma queda gradual nesse tipo de procedimento ao longo dos anos investigados, apesar de ter ocorrido um aumento na cobertura de ESB. Ressalta-se que esse achado caminha na contramão dos resultados encontrados por Marques AB et al (2013)

4

e Pimentel BV et al (2014)

5

que observaram uma correlação positiva entre esses indicadores, isto é, a medida que aumentava a Cobertura de ESB, também havia uma evolução positiva do indicador de primeira consulta.

O indicador de exodontia é de grande relevância para caracterizar o modelo

de saúde adotado pelo município, uma vez que pode mostrar se o município adota

um modelo de atenção à saúde ou se possui caráter eminentemente curativo e

(18)

17

mutilador. Pode revelar também, a falta de acesso da população aos serviços odontológicos preventivos e restauradores e definir ainda o tipo de prática profissional, a condução da gestão, bem como as características culturais do local

5

.

No estudo em foco, observa-se que apesar do indicador de exodontia apresentar um declínio acentuado, isto é, aproximadamente 6 vezes menor que o encontrado inicialmente, a média de procedimentos odontológicos básicos individuais também decaiu. A queda no indicador de exodontia seria um dado relevante para o município, caso o número de procedimentos odontológicos restauradores (indicador que mede a assistência clínica odontológica) tivessem apresentado um crescimento, ou seja, indicando a reversão do modelo mutilador e ultrapassado - declínio de dentes extraídos e aumento de dentes restaurados.

Entretanto, houve uma queda em todos os tipos de procedimentos clínicos, apesar ter ocorrido o aumento da cobertura de ESB no município.

Tais resultados podem ser decorrentes de um menor investimento financeiro, por parte da gestão local, nos serviços odontológicos ofertados a população, ou ainda por problemas relacionados a gerencia e a gestão de recursos humanos, levando ao descaso da atenção básica. Parte-se do pressuposto que ao aumentar o numero de equipes de saúde bucal era de se esperar um melhor desempenho dos indicadores, ou seja, uma maior oferta de procedimentos odontológicos ofertados a população em geral.

A cobertura de equipes de saúde bucal em Natal apresentou um grande

incremento, saltando de 8,41% ESB em 2002 para 38,15% ESB em 2006, uma grande

evolução na linha do tempo. Pode-se afirmar que esse aumento foi bastante

importante para a categoria odontológica, a medida que aumentou os postos de

(19)

18

trabalho para os profissionais de saúde bucal. Entretanto, esse aumento não se refletiu em melhores níveis de assistência a saúde bucal, o que seria óbvio ocorrer.

O Brasil tinha como meta para o biênio 2010-2011 ampliar a cobertura de ESB para, no mínimo, 40% da população. Observa-se que Nordeste foi o principal responsável para o alcance desta meta, apresentando, em 2010 uma cobertura de 62,98% de ESB, como demonstrado no estudo de Bordin e Fadel, 2012.

13

O município de Natal chegou próximo de alcançar tal meta, apresentando uma cobertura de 39,49% no ano de 2010, entretanto, ficou distante da média do Nordeste.

Alguns fatores que talvez possam explicar as diferenças encontradas entre as taxas de cobertura de ESB em Natal e a do Nordeste podem estar relacionadas à política de financiamento para a implantação de equipes de Saúde da Família, visto que há um maior incentivo aos municípios de pequeno porte; à pressão exercida pelo setor privado; a violência urbana dos grandes centros, afastando os profissionais de saúde ou aumentando a rotatividade destes, devido a insegurança, consequentemente, alterando a atividade produtiva da ESF.

12

Para alcançar a meta de cobertura de Equipe de Saúde Bucal, o governo usou como estratégia o esclarecimento sobre as vantagens da adoção do modelo de atenção à saúde bucal utilizado pela Estratégia de Saúde da Família, bem como a possibilidade de monitoramento das informações para qualificar a prática odontológica.

13

Dessa forma pode-se concluir que essa estratégia surtiu um efeito positivo, visto que Natal se aproximou bastante do valor estimado.

A proposta inicial do SIA-SUS tinha por finalidade controlar o pagamento dos

procedimentos ambulatoriais realizados, o que podia levar a um sobreregistro, uma

vez que quanto maior a produção, maior seria o repasse de recursos financeiros.

(20)

19

Tal realidade sofreu mudanças a partir da implantação do Piso de atenção Básica (PAB), onde o repasse passou a ser per capita, e se estabeleceu valores de acordo com a produção efetivada na atenção básica.

5,8

Outro fator que pode justificar o declínio dos indicadores de cobertura de primeira consulta, taxa de exodontia e média de procedimentos odontológicos básicos individuais, ao longo desses 12 anos, diz respeito a crescente falta de interesse ou falta de conhecimento sobre a importância do registro desses procedimentos, levando a um subregistro dos dados.

No estudo de Bordin e Fadel (2012)0

15

, enfatizou-se que elevadas taxas de indicadores, que medem a assistência odontológica, como por exemplo, a média de procedimentos odontológicos básicos individuais pode estar relacionada, em algum momento, às piores condições de saúde bucal, visto que a maior oferta desses serviços pode ser decorrente de uma saúde bucal mais precária. Essa situação necessitaria de um maior deslocamento de recursos para área da saúde bucal.

5

Tal fato poderia explicar a razão da região Nordeste, apresentar os indicadores sociais, econômicos e de saúde mais desfavoráveis, e entretanto, possuir maiores investimentos em ESB do país.

15

Ressalta-se que essa ideia deve ser analisada com cautela, visto que apesar

dos indicadores que medem a assistência odontológica apresentarem um declínio,

neste estudo, tal resultado pode ser decorrente de um problema de gestão local,

negligenciando as necessidades de saúde bucal da população, e não pelo fato da

população apresentar uma melhor condição de saúde bucal, incidindo em uma

menor necessidade de oferta de serviços de assistência odontológica.

(21)

20

É pertinente ressaltar as limitações desta pesquisa a medida que se trabalhou com os dados emitidos através do DATASUS, pois apesar de oficiais, sabe- se da sua limitação, por razões já elencadas anteriormente. Ressalta-se, entretanto, que houve melhoria na produção e na qualidade das informações dos serviços de saúde no Brasil. Mas, não se pode deixar de refletir que o aprimoramento dos sistemas de informação em saúde tornaria o estudo mais fidedigno e abrangente para um possível planejamento das ações de saúde bucal no município.

Por fim, destaca-se a importância desses estudos para servir de subsídio aos gestores e profissionais de saúde, no sentido de despertar a necessidade de se implementar a educação permanente em saúde com vistas a capacitá-los sobre relevância do registro correto dos procedimentos executados no cotidiano, visando uma melhor programação e planejamento das ações de saúde.

CONCLUSÃO

O município de Natal, durante o período em estudo, passou por mudanças de

concepções políticas na gestão da saúde e na gestão do município, entretanto,

observou-se que os serviços de saúde bucal não apresentaram melhoria no decorrer

das sucessivas gestões, ao contrário, apresentou uma queda vertiginosa na oferta

de serviços clínicos odontológicos no decorrer de todo o período estudado. Apesar

do incremento nas equipes de saúde bucal, o que deveria ter impactado no

aumento da oferta da assistência aos usuários dos serviços da atenção básica de

saúde.

(22)

21

Aponta-se, portanto, uma desvalorização das ações de saúde bucal por

parte das sucessivas gestões do município, o que, provavelmente vem

comprometendo a saúde bucal da população e vetando o seu direito de cidadania.

(23)

22

REFERÊNCIAS

1- Pimentel FC, Albuquerque PC, Martelli PJL, Acioli RML, Souza WV. Análise dos indicadores de saúde bucal do Estado de Pernambuco: desempenho dos municípios segundo porte populacional, população cadastrada no Sistema de Informação da Atenção Básica e proporção na Estratégia Saúde da Família.

Cad. Saúde Colet. 2014; 22(1): 54-61.

2- Brasil. Departamento de Atenção Básica. Portal da Saúde [internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012. Disponível em:

http://dab.saude.gov.br/portaldab/pnsb.php

3- Frazão P, Narvai PC. Saúde bucal no Sistema Único de Saúde: 20 anos de lutas por uma política pública. Saúde em debate. 2008 ; 33(81): 64-71

4- Marques AB, Oneda G, Buffon MCM, Ditterich RG. Sistemas de Informação como ferramenta de monitoramento das ações de saúde bucal na Estratégia Saúde da Família da região Metropolitana de Curitiba-PR. Rev. Bras. Pesq.

Saúde. 2014; 16(1): 82-89.

5- Pimentel BV, Zermiani TC, Ditterich RG, Pecharki GD. A utilização dos indicadores de saúde bucal e de desenvolvimento humano no monitoramento da atenção básica nos municípios da região metropolitana de Curitiba-PR.

Revista espaço para saúde. 2014; 15(3): 42-52.

6- Ministério da Saúde (Brasil). Portaria n° 493, de 10 de março de 2006.

Aprova a relação de Indicadores da Atenção Básica – 2006, cujo indicadores deverão ser pactuados entre municípios, estado e ministério da Saúde.

Brasília, 2006.

7- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica – n.°17. Saúde Bucal. Brasília – DF, 2006

8- Barros SG, Chaves SCL. A utilização do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS) como instrumento para caracterização das ações de saúde bucal.

Epidemiologia e Serviços de saúde. 2003; 12(1): 41-51

9- Figueiredo Filho DB, Silva Júnior JÁ. Desvendando os Mistérios do

Coeficiente de Correlação de Pearson (r*). Rev Polit Hoje. 2009; 18(1): 115-

146.

(24)

23

10- Brasil. Ministério da Saúde. Portal Brasil [Internet]. Cidadania e justiça.

Brasil Sorridente – Portaria n° 2.371. Brasília (DF); 2014. Disponível em:

http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2011/10/brasil-sorridente

11- Ministério da Saúde. Secretaria de atenção a saúde. Departamento de atenção básica. Programa de melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica (PMAQ) – Manual instrutivo – anexo de qualificação dos indicadores [Internet]. Brasília (DF); 2010.

12- Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS [Internet]. Disponível em:

http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php

13- Bordin D, Fadel CB. Pacto pela saúde no Brasil: uma análise descritiva da progressão dos indicadores de saúde bucal. Rev Odontol UNESP. 2012; 41(5):

305-3011.

14- Brasil. Departamento de Informática do SUS. Sistema de informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS). Produção Ambulatorial do SUS – Natal-RN – por local de atendimento- 2002/2013. [Internet] 2015.

Disponível: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index. php?area=0202 15- Fernandes LS, Peres M. Associação entre atenção básica em saúde bucal e

indicadores socioeconômicos municipais. Rev Saúde Pública. 2005; 39: 930-6.

(25)

24

ANEXOS

(26)

25

ANEXO 1

Tabela 1: Distribuição temporal dos indicadores de saúde bucal analisados no município de Natal – RN. Brasil, 2002-2013.

Anos Primeira Consulta (%)

Proporção de Exo (%)

Cobertura de ESB Média de PBI

(%) (média por habitante)

2002 24,48 6,62 8,41 1,0797

2003 23,44 6,71 10,49 0,9992

2004 19,17 4,76 15,70 0,8349

2005 19,43 5,28 23,83 1,0059

2006 18,31 5,18 38,15 0,7414

2007 16,54 3,92 35,65 0,8536

2008 11,90 4,17 36,88 0,3882

2009 10,53 3,20 35,41 0,2736

2010 7,62 1,93 39,49 0,1984

2011 6,38 1,79 38,68 0,2747

2012 4,25 1,13 36,18 0,1168

2013 4,17 1,23 34,94 0,0916

Fonte: Brasil, Ministério da Saúde. DATASUS

11

(27)

26

ANEXO 2

Normas da Revista REUOL – Revista de Enfermagem – UFPE online.

Referências

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