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Saúde, agrotóxicos e agroecologia

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Academic year: 2023

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ISSN 0103-1104

Saúde,

agrotóxicos e

agroecologia

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Maria Lucia Frizon Rizzotto – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel (PR), Brasil (https://orcid.org/0000-0003-3152-1362 – marialuciarizzotto@gmail.com)

EDITORES CIENTÍFICOS | SCIENTIFIC EDITORS

Guilherme Franco Netto – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

(https://orcid.org/0000-0002-8861-8897 – guilherme.franco.netto@gmail.com) Aline do Monte Gurgel – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Recife (PE), Brasil.

(https://orcid.org/0000-0002-5981-3597 – aline.gurgel@fiocruz.br)

André Campos Burigo – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

(https://orcid.org/0000-0002-1640-6289 – andre.burigo@fiocruz.br)

EDITORES ASSOCIADOS | ASSOCIATE EDITORS

Ana Maria Costa – Escola Superior de Ciências da Saúde, Brasília (DF), Brasil (https://

orcid.org/0000-0002-1931-3969 – dotorana@gmail.com)

Heleno Rodrigues Corrêa Filho – Universidade de Brasília, Brasília (DF), Brasil (https://

orcid.org/0000-0001-8056-8824 – helenocorrea@uol.com.br)

Leda Aparecida Vanelli Nabuco de Gouvêa – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel (PR), Brasil (https://orcid.org/0000-0001-6641-7114 – ledavanelli@

gmail.com)

Lenaura de Vasconcelos Costa Lobato – Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ), Brasil (https://orcid.org/0000-0002-2646-9523 – lenauralobato@uol.com.br) Paulo Duarte de Carvalho Amarante – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (RJ), Brasil (https://orcid.org/0000-0001-6778-2834 – pauloamarante@gmail.com)

CONSELHO EDITORIAL | PUBLISHING COUNCIL

Ademar Arthur Chioro dos Reis – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil (https://orcid.org/0000-0001-7184-2342 – arthur.chioro@unifesp.br)

Alicia Stolkiner – Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina (https://orcid.

org/0000-0001-9372-7556 – astolkiner@gmail.com)

Angel Martinez Hernaez – Universitat Rovira I Virgili, Tarragona, España (https://orcid.

org/0000-0002-5122-7075 – angel.martinez@urv.cat)

Breno Augusto Souto Maior Fontes – Universidade Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil (https://orcid.org/0000-0002-7285-9012 – brenofontes@gmail.com) Carlos Botazzo – Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil (https://orcid.

org/0000-0002-8646-1769 – cbotazzo@hotmail.com

Cornelis Johannes van Stralen – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil (https://orcid.org/0000-0003-0921-098X – stralen@medicina.ufmg.br) Debora Diniz – Universidade de Brasília, Brasília (DF), Brasil (https://orcid.org/0000- 0001-6987-2569 – d.diniz@anis.org.br)

Eduardo Luis Menéndez Spina – Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social, Mexico (DF), Mexico (https://orcid.org/0000-0003-1483-0390 – emenendez1@yahoo.com.mx)

Eduardo Maia Freese de Carvalho – Fundação Oswaldo Cruz, Recife (PE), Brasil (https://orcid.org/0000-0002-8995-6089 – freese@cpqam.fiocruz.br) Elias Kondilis – Queen Mary University of London, London, England (https://orcid.

org/0000-0001-9592-2830 – kondilis@qmul.ac.uk)

Hugo Spinelli – Universidad Nacional de Lanús, Lanús, Argentina (https://orcid.

org/0000-0001-5021-6377 – hugospinelli09@gmail.com)

Jairnilson Silva Paim – Universidade Federal da Bahia, Salvador (BA), Brasil (https://

orcid.org/0000-0003-0783-262X – jairnil@ufba.br)

Jean Pierre Unger – Institut de MédicineTropicale, Anvers, Belgique (https://orcid.

org/0000-0001-5152-6545 – contact@jeanpierreunger.com)

José Carlos Braga – Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP), Brasil (https://orcid.org/0000-0002-1961-557X – bragajcs@uol.com.br)

Jose da Rocha Carvalheiro – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (RJ), Brasil (https://orcid.org/0000-0002-3745-4802 – jrcarval@fiocruz.br)

Kenneth Rochel de Camargo Jr – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ), Brasil (https://orcid.org/0000-0003-3606-5853 – kenneth@uerj.br) Ligia Giovanella – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (RJ), Brasil (https://orcid.

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Maria Salete Bessa Jorge – Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza (CE), Brasil (https://orcid.org/0000-0001-6461-3015 – maria.salete.jorge@gmail.com) Mario Esteban Hernández Álvarez – Universidad Nacional de Colombia, Bogota, Colombia (https://orcid.org/0000-0002-3996-7337 – mariohernandez62@gmail.com) Mario Roberto Rovere – Universidad Nacional de Rosario, Rosario, Argentina (https://

orcid.org/0000-0002-6413-2120 – roveremarior@gmail.com)

Paulo Marchiori Buss – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (RJ), Brasil (https://

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Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira – Universidade Federal do Pará, Belém (PA), Brasil (https://orcid.org/0000-0002-1969-380X – pttarso@gmail.com)

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Walter Ferreira de Oliveira – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis (SC), Brasil (https://orcid.org/0000-0002-1808-0681 – wfolive@terra.com.br)

EDITORA EXECUTIVA | EXECUTIVE EDITOR

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DESIGN DE CAPA | COVER DESIGN Alex I. Peirano Chacon

NORMALIZAÇÃO, REVISÃO E TRADUÇÃO DE TEXTO | NORMALIZATION, PROOFREADING AND TRANSLATION

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Wanderson Ferreira da Silva (português e inglês/portuguese and english)

INDEXAÇÃO | INDEXATION Directory of Open Access Journals (Doaj)

História da Saúde Pública na América Latina e Caribe (Hisa) Literatura Latino–Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) Periódica – Índice de Revistas Latinoamericanas en Ciencias

Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal (Redalyc) Scientific Electronic Library Online (SciELO Brasil e SciELO Saúde Pública)

Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal (Latindex)

Sumários de Revistas Brasileiras (Sumários)

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ÓRGÃO OFICIAL DO CEBES Centro Brasileiro de Estudos de Saúde ISSN 0103-1104

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APRESENTAÇÃO | PRESENTATION 7 Contribuições para um debate estratégico

na saúde coletiva: da luta contra os agrotóxicos à necessidade de maior envolvimento no campo agroecológico Contributions to a strategic debate on collective health: from the fight against pesticides to the need for greater involvement in the agroecological field

Guilherme Franco Netto, Aline do Monte Gurgel, André Campos Burigo

ARTIGO ORIGINAL | ORIGINAL ARTICLE 13 Territórios tradicionais de vida e as zonas

de sacrifício do agronegócio no Cerrado Traditional life territories and the agribusiness sacrifice zone in the Cerrado

Raquel Maria Rigotto, Valéria Pereira Santos, André Monteiro Costa

28 Territórios indígenas e determinação socioambiental da saúde: discutindo exposições por agrotóxicos

Indigenous territories and socio-environmental determination of health: discussing exposure by pesticides

Francco Antonio Neri de Souza e Lima, Marcia Leopoldina Montanari Corrêa, Silvia Angela Gugelmin

45 Exposição aos agrotóxicos, condições de saúde autorreferidas e Vigilância Popular em Saúde de municípios mato-grossenses Exposure to pesticides, health conditions, and popular surveillance of municipalities of Mato Grosso

Wanderlei Antonio Pignati, Mariana Rosa Soares, Stephanie Sommerfeld de Lara, Francco Antonio Neri de Souza e Lima, Nara Regina Fava, Jackson Rogério Barbosa, Marcia Leopoldina Montanari Corrêa

62 Entre denunciar y aguantar. Sojización, plaguicidas y participación en salud ambiental en Uruguay

Between denouncing and enduring. Soybean expansion, pesticides and environmental health participation in Uruguay

Victoria Evia

75 Consumo e impactos de los agrotóxicos en Colombia: comunidades envenenadas Consumption and impacts of agrochemicals in Colombia: poisoned communities

Lina Marcela Meneses Cabrera

89 As mulheres lavradoras e os agrotóxicos no cotidiano da agricultura familiar

Women farmers and pesticides in daily family farming

Amália Oliveira Carvalho, Herling Gregorio Aguilar Alonzo

102 Uso de agrotóxicos e saúde de trabalhadores rurais em municípios de Pernambuco Use of pesticides and the health of rural workers in municipalities in Pernambuco

Glaucia da Silva Pessoa, Pedro Costa Cavalcanti de Albuquerque, Geiziane Silva Cotrim, Aline do Monte Gurgel, Paulo Victor Rodrigues de Azevedo Lira, Idê Gomes Dantas Gurgel, Adriana Guerra Campos

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122 Empoderamento e construção coletiva de estratégias ante vulnerabilidades e situações de risco no uso de agrotóxicos

Empowerment and collective elaboration of strategies based on the vulnerabilities and risk situations in the use of pesticides

Cheila Nataly Galindo Bedor, Cristiano Almeida Bastos, Monize da Silva Cavalache, Rosimeire Morais Cardeal Simão

133 Investigando os olhares da saúde coletiva sobre a agroecologia

Investigating the views of collective health on agroecology

Lorena Portela Soares, Rosely Magalhães de Oliveira, Danielle Ribeiro de Moraes

149 Cultivo Biodinâmico de Plantas Medicinais em Agroflorestas na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis: uma proposta pedagógica de formação-ação

Biodynamic Cultivation of Medicinal Plants in Agroforests to Promote Healthy and Sustainable Territories: a pedagogical proposal for training- action

Gislei Siqueira Knierim, Virginia da Silva Corrêa, Nelson Filice de Barros, Marcos Antonio Trajano Ferreira, Ximena Soledad Moreno Sepúlveda, Ana Paula Andrade Silva Milhomem, André Luiz Dutra Fenner

163 Compra de alimentos da agricultura familiar para a alimentação escolar: a situação do Rio Grande do Norte

Purchase of food from family farming for school feeding: the situation in Rio Grande do Norte Leticia Gabriella Souza da Silva, Genykléa Silva de Oliveira, Clélia de Oliveira Lyra, Liana Galvão Bacurau Pinheiro, Renata Alexandra Moreira das Neves, Maria Angela Fernandes Ferreira

175 Desigualdade espacial na compra de alimentos da agricultura familiar para alimentação escolar no Brasil

Spatial inequality in the purchase of food from family agriculture for school feeding in Brazil Genykléa Silva de Oliveira, Ana Emília Galvão e Silva Holanda, Maria Arlete Duarte de Araújo, Javier Jerez- Roig, Maria Angela Fernandes Ferreira

190 Exposição infantil aos agrotóxicos: avaliação de alimentos representativos da dieta de crianças do município do Rio de Janeiro Children’s exposure to pesticides: evaluation of food representatives of children’s diets in the city of Rio de Janeiro

Angélica Castanheira de Oliveira, Lucia Helena Pinto Bastos, Maria Helena Wohlers Morelli Cardoso, Armi Wanderley da Nóbrega

210 A comercialização de agrotóxicos e o modelo químico-dependente da agricultura do Brasil The commercialization of pesticides and the chemical-dependent model of agriculture in Brazil Suellen Dayse de Moura Ribeiro, Marília Teixeira de Siqueira, Idê Gomes Dantas Gurgel, George Tadeu Nunes Diniz

224 Impactos da pulverização aérea de agrotóxicos em uma comunidade rural em contexto de conflito

Impacts of aerial spraying of pesticides in a rural community in a context of conflict

Lucinéia Miranda de Freitas, Renato Bonfatti, Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos

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236 Fim dos benefícios fiscais aos agrotóxicos, sustentabilidade da agricultura e a saúde no Brasil

End of tax benefits for pesticides, agricultural sustainability and health in Brazil

Wagner Lopes Soares, Lucas Cunha, Marcelo Firpo Porto

249 Territórios Saudáveis e Sustentáveis (TSS) no Distrito Federal: agroecologia e impacto dos agrotóxicos

Healthy and Sustainable Territories (TSS) in the Federal District: agroecology and the impact of pesticides

André Luiz Dutra Fenner, Vicente Eduardo Soares de Almeida, Karen Friedrich, Ana Paula Andrade Silva Milhomem

ENSAIO | ESSAY

262 Saúde coletiva e agroecologia: necessárias conexões para materializar sistemas alimentares sustentáveis e saudáveis Collective health and agroecology: necessary connections to build healthy and sustainable food systems

Natália Ferreira de Paula, Islandia Bezerra, Nilson Maciel Paula

277 Vozes e fazeres do semiárido: convites à descolonização do campo científico, rumo a outras práxis

Voices and actions in the semi-arid region:

invitations to decolonize science, towards other praxis

Raquel Maria Rigotto, Mayara Melo Rocha, Saulo da Silva Diógenes, Rafaela Lopes de Sousa, Andrezza Graziella Veríssimo Pontes, Luana Carolina Braz de Lima, Andréa Machado Camurça, Maiana Maia Teixeira

293 Toxicologia crítica aplicada aos

agrotóxicos – perspectivas em defesa da vida

Critical toxicology applied to pesticides – perspectives in the defense for life

Karen Friedrich, Aline do Monte Gurgel, Marcia Sarpa, Cheila Nataly Galindo Bedor, Marília Teixeira de Siqueira, Idê Gomes Dantas Gurgel, Lia Giraldo da Silva Augusto

316 Soberanía Alimentaria, una estrategia terapéutica para recuperar la salud ante el avance del extractivismo agroindustrial Food Sovereignty, a therapeutic strategy for reclaiming health in the face of the agroindustrial extractivism thrust

Damián Verzeñassi, Lucía Enríquez, Alejandro Vallini, Gabriel Keppl

327 Saúde mental, direitos humanos e justiça ambiental: a ‘quimicalização da vida’

como uma questão de violação de direitos humanos decorrente da intoxicação institucionalizada

Mental health, human rights and

environmental justice: the chemicalization of life as a matter of violation of human rights due to institutionalized intoxication Eduardo Torre, Paulo Amarante

345 Bases teóricas para promoção da saúde e resistência camponesa: um novo horizonte metodológico

Theoretical bases for peasant health promotion and resistance: a new methodological horizon Pedro Henrique Barbosa de Abreu, Herling Gregorio Aguilar Alonzo

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363 Agroecologia e saúde coletiva na construção dos agrotóxicos como problema de saúde pública no Brasil Agroecology and Collective Health in the construction of pesticides as a public health problem in Brazil

Bráulio Silva Chaves, Lucas Araújo Dutra Rodrigues, Denise Nacif Pimenta

377 Da pandemia à agroecologia: redes de solidariedade na construção de um novo paradigma socioecológico

From the pandemic to agroecology: building a new socio-ecological paradigm

Carolina Burle de Niemeyer, Vicente Carvalho Azevedo da Silveira

391 Contrapontos e inconsistências do discurso da produtividade do agronegócio e suas externalidades sob a ótica do biopoder

Counterpoints and inconsistencies in the discourse of agribusiness productivity and its externalities from the perspective of biopower Rafaela Corrêa Pereira, Paula Bernardes Machado, Michel Cardoso de Angelis-Pereira

407 Exposição a agrotóxicos e

desenvolvimento de câncer no contexto da saúde coletiva: o papel da agroecologia como suporte às políticas públicas de prevenção do câncer

Exposure to pesticides and cancer development in the context of public health: the role of agroecology as a support for public cancer prevention policies

Marcia Sarpa, Karen Friedrich

426 Covid-19 e a fome: reflexões sobre um futuro agroecológico

Covid-19 and hunger: reflections about an agroecological future

Letiane de Souza Machado, Edna Linhares Garcia

438 Os agrotóxicos no contexto da Saúde Única

Pesticides in the context of One Health Edaciano Leandro Losch, Caroline Bedin Zanatta, Giuliano Pereira de Barros, Marília Carla de Mello Gaia, Patrizia Ana Bricarello

455 Tão perto e tão longe: trajetória da agroecologia na agenda brasileira de políticas públicas

So close and so far: trajectory of agroecology on the Brazilian public policy agenda João Mendes da Rocha Neto

467 O caráter pandêmico dos desastres socioambientais e sanitários do agronegócio

The pandemic nature of agribusiness’ socio- environmental and sanitary disasters Wanderlei Antonio Pignati, Mariana Rosa Soares, Marcia Leopoldina Montanari Corrêa, Luís Henrique da Costa Leão

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REVISÃO | REVIEW

482 Agrotóxicos, desfechos em saúde e agroecologia no Brasil: uma revisão de escopo

Pesticides, health outcomes and agroecology in Brazil: a scope review

Vanessa Daufenback, Adriana Adell, Milena Regina Mussoi, Adriella Camila Fedyna Furtado, Shirleyde Alves dos Santos, Denise Piccirillo Barbosa da Veiga

501 Caracterização da saúde e saneamento de uma comunidade quilombola no entorno da capital do Brasil: um scoping review Characterization of health and sanitation in a quilombola community in the surroundings of the capital of Brazil: a scoping review Aurélio Matos Andrade, Diogo Caiafa Moreira Lopes de Faria, Fellipe Manoel de Sousa Franca, Fernanda Reis Ribeiro, Marcelo Fernandes Barbosa de Oliveira, Marcos André de Matos

RELATO DE EXPERIÊNCIA | CASE STUDY 518 Chácara Bindu, uma experiência de

agroecologia, conservação produtiva, educação e saúde

Chácara Bindu, an experience in agroecology, productive conservation, education, and health Ximena Soledad Moreno Sepúlveda, Marcos Antonio Trajano Ferreira, Ana Paula Andrade Silva Milhomem, André Fenner, Virginia da Silva Corrêa, Gislei Siqueira Knierim, Nelson Filice de Barros

527 Vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos: agroecologia e participação social

Health surveillance of populations exposed to pesticides: agroecology and social participation Pedro Costa Cavalcanti de Albuquerque, Paulo Victor Rodrigues de Azevedo Lira, Idê Gomes Dantas Gurgel, Giselle Azevedo da Rocha

542 Feiras Orgânicas enquanto política de abastecimento alimentar e promoção da saúde: um estudo de caso

Organic Markets as a policy of food supply and health promotion: a case study

Soraia Martins de Carvalho, Islandia Bezerra, Silvia do Amaral Rigon, Julian Perez Cassarino

RESENHA | CRITICAL REVIEW 555 Direitos dos agricultores: o legado de

Juliana Santilli na interface entre as relações jurídicas e a agrobiodiversidade brasileira

Naiara Andreoli Bittencourt

558 Porto MF, Rocha DF, Fasanello MT. Saúde, ecologias e emancipação: conhecimentos alternativos em tempos de crise(s) Guilherme Franco Netto, Mariano Andrade da Silva, Aline do Monte Gurgel

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Contribuições para um debate estratégico na saúde coletiva: da luta contra os agrotóxicos à necessidade de maior envolvimento no campo agroecológico

Guilherme Franco Netto1,2, Aline do Monte Gurgel3, André Campos Burigo1,4

DOI: 10.1590/0103-11042022E200

BEM-VINDOS E BEM-VINDAS A ESTE NÚMERO ESPECIALDA ‘SAÚDE EM DEBATE’ que tem como tema ‘Saúde, Agrotóxicos e Agroecologia’ e que foi construído para contribuir com um debate estratégico, direcionado para aprofundar a compreensão de abordagens teóricas, práticas e epistemológicas mais críticas voltadas para o fortalecimento da agroecologia e a redução das nocividades dos agrotóxicos para a saúde, o ambiente e a sociedade. Buscou-se refletir sobre a relação entre esses elementos e o campo da saúde coletiva, na perspectiva de promover uma transição em direção a sistemas alimentares que propiciem justiça socioambiental, segurança e soberania alimentar e nutricional, territórios sustentáveis e a saúde.

O aprofundamento da crise estrutural do capital revela uma ‘crise civilizatória e planetária’, que se materializa na ampliação das iniquidades sociais, com concentração de renda, aumento da miséria e da fome; e na destruição dos ecossistemas, deteriorando a saúde das populações.

No centro dessa crise, está o modo de produção hegemônico do agronegócio, dependente do uso de insumos químicos, da exploração ambiental e da força de trabalho, reprodutor de sementes transgênicas e que pressiona para o enfraquecimento de normativas voltadas à proteção do ambiente e da saúde humana.

Como consequência, o Brasil tem vivenciado um período de retrocessos, com redução dos di- reitos sociais e de proteção ambiental, conquistados por meio de lutas históricas, que culminaram com a Constituição de 1988. A profunda crise econômica, social, ambiental, sanitária e ética na qual o País está inserido ameaça a democracia e é agravada, a partir de 2020, com a pandemia de Covid-19, que foi utilizada como uma ‘oportunidade para passar a boiada’ para reduzir ainda mais a atuação do Estado na proteção social, do meio ambiente e da saúde humana.

Como resultados imediatos, observam-se o desmonte do sistema de regulação de agrotóxicos e a liberação acelerada dessas substâncias, incluindo produtos obsoletos no mercado nacional;

a fragilização dos sistemas de monitoramento e fiscalização1; o desmantelo de políticas públicas de incentivo à agroecologia e à produção orgânica; a desestruturação dos canais de participação da sociedade civil nas políticas públicas; o aumento exponencial do desmatamento e das quei- madas; a deslegitimação do conhecimento científico e a perseguição de pesquisadores; o corte do financiamento do Sistema Único de Saúde; e a militarização do Ministério da Saúde.

Os impactos desse modelo de produção não se distribuem de forma equânime nos territórios, afetando de forma mais severa os camponeses e os povos e comunidades tradicionais, que estão sobre forte ataque pela contaminação das águas, solos e ar, perda da biodiversidade, tentativas de legalizar a grilagem de terras e adoecimentos e mortes relacionadas com a exposição aos agrotóxicos. Os biomas brasileiros estão em acelerado processo de devastação.

1 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

guilherme.franco.netto@

gmail.com

2 Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Grupo Temático Saúde e Ambiente (GT Saúde e Ambiente) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

3 Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Aggeu Magalhães (IAM) – Recife (PE), Brasil.

4 Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Grupos de Trabalho (GT) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

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Destacamos, a título de exemplo, sistematizações e análises de dados que apontam para o ecocídio dos cerrados2, bioma central de nosso País, e a inédita recomendação que o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu – em períodos considerados democráticos – de abrir investigação sobre o governo brasileiro sobre violação de direitos humanos e crimes ambientais. O informe apresentado, sobre visita oficial ao Brasil, em dezembro de 2019, do relator especial da ONU para direitos humanos, conclui que o País se afasta da solidariedade internacional, apresenta um conjunto de retrocessos referentes aos direitos humanos que requerem atenção urgente e que se a situação não for controlada, a possível catástrofe nacional poderá avançar para uma tragédia regional e global fenomenal, com a destruição do clima3.

Os custos do ataque às garantias de proteção social, ambiental e da saúde, à ordem jurídica e ao Estado Social são elevados, tanto para a saúde quanto para o ambiente; e a busca de outros modos de produção e de relações com a natureza que reduzam o impacto desse modelo se coloca como urgente e necessária na sociedade contemporânea.

Parte-se da premissa de que não é possível conceber a precarização de direitos conquistados, materializados em legislações mais protetivas para a saúde e para o ambiente, considerando- -se o princípio da proibição do retrocesso social, pressuposto básico para a existência de um Estado Democrático de Direito.

Isso revela a importância atual do conjunto de experiências da agrobiodiversidade, que crescentemente se articula em redes em torno do movimento agroecológico para a saúde da população e do planeta, mas que também ensina sobre formas diversas de estar no mundo, de se relacionar com a natureza, solidárias e inclusivas, alternativas concretas para superação dos paradigmas enfrentados pela humanidade.

No momento que esta revista é publicada, passaram-se dois anos e seis meses desde o início da pandemia de Covid-19, que atinge a humanidade no contexto de reconhecimento de uma sindemia global de fome, de sobrepeso e obesidade e das mudanças climáticas4 por guardarem relação de causa com o sistema alimentar neoliberal, que expressam as consequências da referida crise estrutural e são intensificadas pela pandemia causada pelo Sars-CoV-2. Não há vacina contra a fome ou para as mudanças climáticas, a superação dessas graves crises passa, necessariamente, por uma transição radical e rápida de sistemas (agro)alimentares. É isso o que concluem relatórios internacionais produzidos por dezenas ou centenas de especialistas do mundo sobre segurança alimentar e nutricional, mudanças climáticas, biodiversidade e serviços ecossistêmicos publicados nos últimos anos5. O enfoque agroecológico vem ganhando destaque em alguns desses relatórios, graças ao avanço da produção de conhecimentos, para a qual o campo da saúde tem muito a contribuir6.

É nesse cenário de ameaças e resistências que este número especial sobre ‘Saúde, Agrotóxicos e Agroecologia’ está inserido, buscando estimular a produção e a disseminação de conhecimentos sobre o papel da saúde coletiva na luta contra os agrotóxicos e contra um modelo de agricultura adoecedor. Busca também pensar como o campo da saúde coletiva pode contribuir para a construção da agroecologia enquanto um enfoque técnico-científico coerente com um conjunto de práticas em resistência, em um movimento político civilizatório para enfrentar os desafios atuais.

Os trabalhos presentes neste número especial abrangem tanto reflexões e abordagens críticas às categorias, epistemologias e práticas que conformam a atividade científica quanto ao envolvi- mento do campo da saúde coletiva nessas temáticas. Estas têm se dedicado a analisar os aspectos conjunturais que impulsionam esse modelo de produção, bem como a revelar os impactos dos agrotóxicos para a saúde e para o ambiente, envidando esforços crescentes voltados à formulação de políticas públicas mais protetivas, bem como de experiências territoriais promotoras do direito humano à alimentação adequada e voltadas à promoção emancipatória da saúde.

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Consideramos que os objetivos propostos para esta edição da ‘Saúde em Debate’ foram alcan- çados. Com a composição de 38 textos, que envolvem o esforço de dezenas de pesquisadores/as de diversas instituições, esta revista contribui para compreender o lugar do Brasil e da América Latina no sistema alimentar global e seus diferentes efeitos sobre a saúde, em diferentes escalas.

Outrossim, contribui também por causa de conceitos e métodos utilizados. Amplia-se significa- tivamente o acesso a artigos que refletem sobre temas pouco tratados ou até inéditos em revistas da saúde coletiva. Ressalta-se a relevância de estabelecimento de pontes e convergências entre a saúde coletiva e a agroecologia, compreendida nas suas dimensões epistemológicas, teóricas, conceituais, metodológicas e práticas. Desejamos que, de diferentes formas, este trabalho fortaleça as aproximações entre os campos da saúde e da agroecologia.

Colaboradores

Franco Netto G (0000-0002-8861-8897)*, Gurgel AM (0000-0002-5981-3597)* e Burigo AC (0000-0002-1640-6289)* contribuíram igualmente para a elaboração do manuscrito. s

*Orcid (Open Researcher and Contributor ID).

Referências

1. Gurgel AM, Guedes CA, Friedrich K. Flexibilização da regulação de agrotóxicos enquanto oportunidade para a (necro)política brasileira: avanços do agrone- gócio e retrocessos para a saúde e o ambiente. Desenv.

Meio Amb. 2021 [acesso em 2022 jun 2]; 57(esp):135- 159. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/made/ar- ticle/view/79158.

2. Egger DS, Rigotto RM, Lima FANS, et al. Ecocídio nos Cerrados: agronegócio, espoliação das águas e con- taminação por agrotóxicos. Desenv. Meio Amb. 2021 [acesso em 2022 jun 2]; 57(esp):16-54. Disponível em:

https://revistas.ufpr.br/made/article/view/76212.

3. Organização das Nações Unidas. Conselho de Direi- tos Humanos. Visit to Brazil. Report of the Special Rapporteur on the implications for human rights of the environmentally sound management and dispo- sal of hazardous substances and wastes, Mr Baskut Tuncak, on his mission to Brazil. 2020. [acesso em 2022 maio 31]. Disponível em: https://www.ohchr.

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4. Burigo AC, Porto MF. Agenda 2030, saúde e siste- mas alimentares em tempos de sindemia: da vul- nerabilização à transformação necessária. Ciênc.

Saúde Colet. 2021 [acesso em 2022 jun 2]; 26(10):4411- 24. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/

p36TMkBKMZqnkxD7WXcfbxx/abstract/?lang=pt.

5. Swinburn BA, Kraak VI, Allender S, et al. The Glo- bal Syndemic of Obesity, Undernutrition, and Cli- mate Change: The Lancet Commission report. The Lancet. 2019; 393(10173):791-846.

6. O’Rourke ME, DeLonge MS, Salvador R. Insights from agroecology and a critical next step: integra- ting human health. Agroecol. Sust. Food Syst. 2017 [acesso em 2020 fev 21]; 41(7):880-884. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080 /21683565.2017.1326073.

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Contributions to a strategic debate on collective health: from the fight against pesticides to the need for greater

involvement in the agroecological field

Guilherme Franco Netto1,2, Aline do Monte Gurgel3, André Campos Burigo1,4

DOI: 10.1590/0103-11042022E200I

WELCOME TO THIS SPECIAL ISSUE OF ‘SAÚDE EM DEBATE’, whose theme is ‘Health, Pesticides, and Agroecology’ and which was built to contribute to a strategic debate, seeking to deepening the understanding of more critical theoretical, practical, and epistemological approaches aimed at strengthening agroecology and reducing the harmful effects of pesticides on health, the environment, and society. We sought to reflect on the relationship between these elements and the field of collective health, with a view to promoting a transition towards food systems that provide socio-environmental justice, food and nutrition security and sovereignty, sustainable territories, and health.

The deepening of the structural crisis of capital reveals a ‘civilization and planetary crisis’, which materializes in the expansion of social inequities, with concentration of income, increase in extreme poverty and hunger; and in the destruction of ecosystems, deteriorating the health of populations. At the center of this crisis is the hegemonic mode of production of agribusiness, which depends on the use of chemical inputs, environmental and workforce exploitation, breeding of transgenic seeds and which pushes for the weakening of regulations aimed at protecting the environment and human health.

As a result, Brazil has been experiencing a period of setbacks, with a reduction in social and environmental protection rights, conquered through historical struggles, which culminated in the 1988 Constitution. The deep economic, social, environmental, sanitary, and ethical crisis in which the country is inserted threatens democracy and is aggravated, as of 2020, with the COVID-19 pandemic, which was used as an ‘opportunity to pass the herd’ to further reduce the State’s role in social, environmental, and human health protection

As immediate results, we can observe the dismantling of the pesticide regulation system and the accelerated release of those substances, including obsolete products in the national market; the weakening of monitoring and inspection systems1; the dismantling of public po- licies to encourage agroecology and organic production; the disruption of channels for civil society participation in public policies; the exponential increase in deforestation and fires; the delegitimization of scientific knowledge and the persecution of researchers; cutting funding for the Unified Health System; and the militarization of the Ministry of Health.

The impacts of this production model are not evenly distributed in the territories, affecting more severely peasants and traditional peoples and communities, who are under strong attack by the contamination of water, soil and air, loss of biodiversity, attempts to legalize land fraud and illnesses and deaths related to exposure to pesticides. Brazilian biomes are in an accelerated process of devastation.

1 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

guilherme.franco.netto@

gmail.com

2 Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Grupo Temático Saúde e Ambiente (GT Saúde e Ambiente) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

3 Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Aggeu Magalhães (IAM) – Recife (PE), Brasil.

4 Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Grupos de Trabalho (GT) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

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We highlight, for instance, systematization and data analysis that point to the ecocide of the cerrados2, the central biome of our country, and the unprecedented recommendation that the Human Rights Council for the United Nations (UN) received – in periods considered demo- cratic – to open an investigation into the Brazilian government on human rights violations and environmental crimes. The report presented, on an official visit to Brazil, in December 2019, by the UN special rapporteur for human rights, concludes that the country is moving away from international solidarity, presents a set of setbacks related to human rights that require urgent attention and if the situation is not controlled, the possible national catastrophe could progress to a phenomenal regional and global tragedy, with the destruction of the climate3.

The costs of attacking the guarantees of social, environmental, and health protection, the legal order, and the Welfare State are high, both for health and for the environment; and the search for other modes of production and relationships with nature that reduce the impact of this model is urgent and necessary in contemporary society.

We start from the premise that it is not possible to conceive the precariousness of conquered rights, materialized in more protective legislation for health and the environment, considering the principle of prohibiting social regression, a basic assumption for the existence of a Democratic State.

This reveals the current importance of the set of agrobiodiversity experiences, which are increasingly articulated in networks around the agroecological movement for the health of the population and the planet, but which also teaches about different ways of being in the world, of relating to nature, ways that are solidary and inclusive, concrete alternatives to overcome the paradigms faced by humanity.

At the time this journal is published, two years and six months have passed since the be- ginning of the COVID-19 pandemic, which hits humanity in the context of the recognition of a global syndemic of hunger, overweight and obesity, and climate change4 due to the causal relationship maintained with the neoliberal food system, which express the consequences of the aforementioned structural crisis and are intensified by the pandemic caused by SARS-CoV-2.

There is no vaccine against hunger or climate change, overcoming these serious crises necessarily involves a radical and rapid transition of (agri)food systems. That is what international reports produced by dozens or hundreds of experts around the world conclude on food and nutrition security, climate change, biodiversity, and ecosystem services published in recent years5. The agroecological approach has been gaining prominence in some of these reports, thanks to the advancement of knowledge production, to which the health field has much to contribute6.

It is in this scenario of threats and resistance that this special issue on ‘Health, Pesticides, and Agroecology’ is inserted, seeking to stimulate the production and dissemination of knowledge about the role of collective health in the fight against pesticides and against a sickening model of agriculture. It also seeks to think about how the field of public health can contribute to the construction of agroecology as a technical-scientific approach consistent with a set of practices in resistance, in a civilizing political movement to face current challenges.

The studies present in this special issue cover both reflections and critical approaches to the categories, epistemologies, and practices that shape scientific activity and the involvement of the field of public health in such themes. These have been dedicating to analyzing the conjunctural aspects that drive this production model, as well as revealing the impacts of pesticides on health and the environment, making increasing efforts aimed at formulating more protective public policies, as well as territorial experiences for the promotion of the human right to adequate food and aimed at the emancipatory promotion of health.

We believe that the objectives proposed for this issue of ‘Saúde em Debate’ have been achieved. With the composition of 38 texts, which involve the efforts of dozens of researchers

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from different institutions, this journal contributes to understanding the place of Brazil and Latin America in the global food system and its different effects on health, at different scales.

Furthermore, it also contributes because of the concepts and methods used. Access to articles that reflect on topics that are little addressed or even unpublished in public health journals is significantly expanded. We emphasize the importance of establishing bridges and convergen- ces between collective health and agroecology, understood in its epistemological, theoretical, conceptual, methodological, and practical dimensions. We hope that, in different ways, this work strengthens the approximations between the fields of health and agroecology.

Collaborators

Franco Netto G (0000-0002-8861-8897)*, Gurgel AM (0000-0002-5981-3597)*, and Burigo AC (0000-0002-1640-6289)* have equally contributed to the elaboration of the manuscript. s

1. Gurgel AM, Guedes CA, Friedrich K. Flexibilização da regulação de agrotóxicos enquanto oportunidade para a (necro)política brasileira: avanços do agrone- gócio e retrocessos para a saúde e o ambiente. Desenv.

Meio Amb. 2021 [acesso em 2022 jun 2]; 57(esp):135- 159. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/made/ar- ticle/view/79158.

2. Egger DS, Rigotto RM, Lima FANS, et al. Ecocídio nos Cerrados: agronegócio, espoliação das águas e con- taminação por agrotóxicos. Desenv. Meio Amb. 2021 [acesso em 2022 jun 2]; 57(esp):16-54. Disponível em:

https://revistas.ufpr.br/made/article/view/76212.

3. Organização das Nações Unidas. Conselho de Direi- tos Humanos. Visit to Brazil. Report of the Special Rapporteur on the implications for human rights of the environmentally sound management and dispo- sal of hazardous substances and wastes, Mr Baskut Tuncak, on his mission to Brazil. 2020. [acesso em 2022 maio 31]. Disponível em: https://www.ohchr.

org/EN/Issues/Environment/ToxicWastes/Pages/

Visits.aspx.

4. Burigo AC, Porto MF. Agenda 2030, saúde e siste- mas alimentares em tempos de sindemia: da vul- nerabilização à transformação necessária. Ciênc.

Saúde Colet. 2021 [acesso em 2022 jun 2]; 26(10):4411- 24. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/

p36TMkBKMZqnkxD7WXcfbxx/abstract/?lang=pt.

5. Swinburn BA, Kraak VI, Allender S, et al. The Glo- bal Syndemic of Obesity, Undernutrition, and Cli- mate Change: The Lancet Commission report. The Lancet. 2019; 393(10173):791-846.

6. O’Rourke ME, DeLonge MS, Salvador R. Insights from agroecology and a critical next step: integra- ting human health. Agroecol. Sust. Food Syst. 2017 [acesso em 2020 fev 21]; 41(7):880-884. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080 /21683565.2017.1326073.

References

*Orcid (Open Researcher and Contributor ID).

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RESUMO A imensa sociobiodiversidade do Cerrado brasileiro pode ser compreendida a partir dos modos de vida construídos pelo amplo leque de povos e comunidades tradicionais em suas relações com o bioma, do qual são guardiãs. Nas últimas décadas, projetos de desenvolvimento promovem ali acelerado avanço do agronegócio, expropriando terras, privatizando águas, contaminando o ambiente e ameaçando ou inviabilizando modos de vida tradicionais. Neste artigo, parte-se da percepção de mulheres de Campos Lindos/TO, sobre as consequências trazidas às suas vidas e saúde por empresas produtoras de soja. Em seguida, questiona-se a constituição do Cerrado como zona de sacrifício do desenvolvimento brasileiro, ao concentrar terras para a produção de 75% de quatro commodities agrícolas, desmatar mais de 50% da vegetação nativa, exaurir aquíferos e levar rios à morte, contaminar o ambiente com 73,5% dos agrotóxicos consumidos no País, trazendo implicações para o processo saúde-doença (como intoxicações agudas, malformações, cânceres, desnutrição, adoecimento mental) e para outros biomas do Brasil e países da América do Sul. Conclui-se perscrutando alternativas na perspectiva dos comuns, do decrescimento, dos direitos da natureza e do bem viver, instigando reflexões da saúde coletiva e da agroecologia sobre a contribuição dos saberes e fazeres tradicionais à saúde e à emancipação humana.

PALAVRAS-CHAVE Pradaria. Agricultura industrial. Comunidades rurais. Saúde.

ABSTRACT The immense socio-biodiversity of the Brazilian Cerrado can be understood from the ways of life built by the wide range of traditional peoples and communities in their relations with the biome, of which they are guardians. In the last decades, development projects have promoted an accelerated advance in agribusi- ness, expropriating land, privatizing water, contaminating the environment and threatening or preventing traditional ways of life. In this essay, we start from the perception of women from Campos Lindos/TO, about the consequences brought to their lives and health by companies producing soybeans. Then we questioned the constitution of the Cerrado as a sacrifice zone for Brazilian development, by concentrating land for the production of 75% of four agricultural commodities, deforesting more than 50% of native vegetation, deplet- ing aquifers and causing rivers to die, contaminating the environment with 73.5% of pesticides consumed in Brazil, with implications for the health-disease process (such as acute intoxications, malformations, cancers, malnutrition, mental illness) and for other biomes in Brazil and South American countries. We conclude by examining alternatives in the perspective of the common, of degrowth, of the rights of nature and of good living, instigating reflections from the Collective Health and Agroecology on the contribution of traditional knowledge and practices to health and human emancipation.

KEYWORDS Grassland. Agribusiness. Rural population. Health.

1 Universidade Federal do Ceará (UFC) – Fortaleza (CE), Brasil.

2 Comissão Pastoral da Terra Tocantins (CPT) – Palmas (TO), Brasil.

3 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Aggeu Magalhães (IAM) – Recife (PE), Brasil.

andre.monteiro@fiocruz.br

Territórios tradicionais de vida e as zonas de sacrifício do agronegócio no Cerrado

Traditional life territories and the agribusiness sacrifice zone in the Cerrado

Raquel Maria Rigotto1, Valéria Pereira Santos2, André Monteiro Costa3

DOI: 10.1590/0103-11042022E201

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Introdução

Há pelos menos 13 mil anos, o Cerrado brasilei- ro é habitado por povos originários, presentes contemporaneamente em cerca de 80 etnias indígenas, aos quais se somam às pessoas pretas sequestradas em África e escravizadas no Brasil no período colonial, às vezes organizadas em quilombos. Ao longo da história, esses povos foram constituindo jeitos de viver em íntima relação com as características da porção do biodiverso bioma que ocupavam – em geral, a criação de gado, a caça e a extração de frutos e de ervas medicinais em terras comuns das chapadas, e a moradia em terras públicas nos baixões, onde a água possibilita a pesca e a agri- cultura de mandioca, arroz, milho, feijão, além da criação de galinhas e porcos1.

No ciclo movente das águas e no desenho do relevo, foram se conformando comunidades tradicionais como os geraizeiros, retireiros, ribeirinhos, vazanteiros, quebradeiras de coco-babaçu, comunidades de fundo e fecho de pasto, entre muitas outras, que compõem o diversificado leque de camponeses e cam- ponesas do Cerrado, legítimas guardiãs da biodiversidade e criadoras de um importante patrimônio ecológico e cultural, a despeito da imagem de ‘vazio demográfico’ e de ‘solo pobre’ muitas vezes atribuída ao bioma2.

Se, por séculos, esses povos e comunidades tiveram que se defender de sesmeiros, ban- deirantes, missões religiosas e latifundiários, a partir da metade do século XX, é o próprio Estado brasileiro que, sob a influência de grandes atores econômicos mundializados e norteado pela ideologia do desenvolvimento, acelera e acirra o processo de expropriação dos territórios construídos pelos povos do Cerrado. É que, ao agronegócio, interessam as grandes extensões de terras semiplanas das chapadas, que facilitam a mecanização dos cultivos e, sobretudo, interessam as fartas águas subterrâneas do Cerrado, a exemplo dos aquíferos Guarani, Bambuí e Urucuia.

Nesse processo, chegamos às primeiras décadas do século XXI com cerca de 120 milhões

de hectares do Cerrado concentrando a pecuá- ria e a produção de 75% da soja, cana-de-açúcar, milho e algodão cultivados no Brasil3,4, que, em sua maioria, não se destinam à alimentação humana, mas, sim, à exportação como commo- dities. As águas superficiais e subterrâneas estão sendo exauridas para abastecer os pivôs centrais dessa agricultura irrigada, repercutindo, por exemplo, na redução de 49,2% na alimentação do Rio São Francisco pelo Sistema Aquífero Urucuia5. Ademais, derramam sobre a terra – muitas vezes grilada – mais de 600 milhões de litros de venenos por ano, concentrando 73,5% do total de agrotóxicos consumidos no País em 20183,6.

Os povos e as comunidades tradicionais do Cerrado, por seu turno, vêm-se organizando para defender seus territórios e modos de vida, assim como seus direitos, por meio de associações comunitárias, fóruns municipais, movimentos sociais, campanhas, redes e arti- culações com grupos acadêmicos. Destacamos a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, que surgiu com o objetivo de alertar a socie- dade para os impactos que a destruição do Cerrado causam no Brasil, buscando valorizar a biodiversidade e as culturas dos povos e co- munidades desse bioma, lutando por sua pre- servação. É promovida por Pastorais Sociais, entidades sindicais, organizações indígenas e quilombolas, coletivos agroecológicos, or- ganizações não governamentais nacionais e internacionais; movimentos de mulheres, de sem-terra, de atingidos por barragens, de pes- cadores, de direitos humanos; além de grupos acadêmicos.

A Teoria da Determinação Social da Saúde nos convida a analisar as formas de relação entre as sociedades humanas e a natureza, mediadas por processos de produção, suas tecnologias e as relações sociais e de poder que estabelecem7. Evidentemente, o processo saúde-doença de camponesas e camponeses, assim como dos moradores nas cidades do Cerrado, está sendo afetado por esse modelo de desenvolvimento em expansão no bioma, na medida em que compromete as bases de

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seus modos de vida – terra, água, biodiver- sidade –, ameaça a soberania e a segurança alimentar, difunde o sofrimento psicossocial e introduz ampla gama de riscos à saúde, como a contaminação por agroquímicos ou as diferentes violências.

Neste artigo, com base nas experiências de territórios e organizações em defesa do Cerrado e seus povos, propomo-nos a trazer elementos para contribuir para a reflexão sobre o papel da saúde coletiva e de seu diálogo com a agroecologia nestes contextos contem- porâneos do modelo neoextrativista imposto à América Latina, os quais se sobrepõem ao cenário global de crise civilizatória, marcada pelo colapso socioambiental do planeta e pelo não cumprimento das promessas de bem-estar social difundidas pela modernidade.

Iniciamos a trajetória reflexiva fincando os pés no território de comunidades tradicionais da Serra do Centro, no município de Campos Lindos, em Tocantins, tomando como base pesquisa realizada por Santos8. Fundamentada na pesquisa participante, a autora utilizou- -se da técnica de história de vida para ouvir as vozes de 8 mulheres, além de oficinas de cartografia social realizadas com 17 mulheres, para compreender como elas percebem as con- sequências trazidas às suas vidas e saúde por esses fluxos internacionais, que chegam a elas por meio do agronegócio da soja. Seus depoi- mentos, interpretados com apoio da análise de conteúdo, são citados neste artigo com nomes fictícios. Em seguida, reconhecendo ao mesmo tempo a singularidade desse território e seus pontos em comum com outras comunidades atingidas pelas políticas de desenvolvimento em curso no Cerrado, ampliamos o olhar para o contexto mais geral do modelo de desenvol- vimento brasileiro, com foco na expansão do agronegócio sobre o bioma, no intuito de acres- centar escalaridade à análise de sua relação com o processo saúde-doença, em contraste com as práticas da agricultura camponesa que com ele disputam os caminhos do presente e do futuro. Finalizamos com apontamentos sobre perspectivas epistemológicas e teóricas

emergentes que se têm mostrado fecundas para o delineamento de pistas de futuro, tais como os comuns, os direitos da natureza, o decrescimento e o bem viver, e que podem aportar elementos para o necessário diálogo entre a saúde coletiva e a agroecologia, rumo à emancipação humana.

Serra do Centro, mulheres e saúde

A Serra do Centro é um território tradicional ocupado no final do século XIX por grandes famílias camponesas. São povos negros ma- ranhenses e piauienses que, com o passar dos anos, formaram as comunidades Vereda Bonita e Sítio (família Miranda), Raposa/

Ribeirão D’anta (família Alves da Silva), Gado Velhaco (família Caboclo Carro), Passagem de Areia (Horozino), Primavera (família Noleto) e Taboca (família Marcelo). Essas famílias camponesas, desde a origem da ocupação, de- senvolveram suas atividades de produção de alimentos de forma tradicional, tendo os modus vivendi de uso comum da terra baseados no manejo dos bens naturais para subsistência, bem como as relações sociais caracterizadas pelas famílias extensas, por casamentos en- dogâmicos, pelas formas particulares de or- ganização dos espaços comunitários, tendo os festejos do Divino Pai Eterno, Reisados e rezas de pagamento de promessas como espaços de fortalecimento da vida comunitária8.

O território tradicional da Serra do Centro faz parte de Campos Lindos, município criado em 1993, localizado na região nordeste do estado do Tocantins, na divisa com os muni- cípios de Balsas e Riachão/MA. O território geográfico de Campos Lindos era formado por duas grandes áreas de títulos paroquiais, Data Santo Antônio e Data Santa Catarina. A Data Santa Catarina, onde está localizado o território Serra do Centro, era território dos povos indígenas timbiras, que foram expulsos por criadores de gado; e a terra foi titulada em 1858 com 44 mil hectares em nome de dois

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fazendeiros, Soares Gil e Cruz, que migraram da região sul do Maranhão para o antigo norte de Goiás, atual Tocantins8.

Até as últimas décadas do século XX, essas comunidades tradicionais da Serra do Centro viveram na invisibilidade dos planos governa- mentais, ocupando um território sem cercas nem propriedades privadas, mas mantendo fortes relações intercomunitárias. Mantinham seus modos de vida com pequenos cultivos de roças de toco, criação de animais e coletas de frutos nas chapadas do Cerrado. A restrita relação com os centros urbanos, Goiatins/

TO (na época município Piacá/GO) e princi- palmente Balsas/MA, só era possível a pé ou por intermédio de animais (cavalo e mula), pois não existiam estradas pavimentadas, e o percurso das comunidades às cidades é em torno de 70 km.

Para suprir suas necessidades básicas, as co- munidades tinham no topo da Serra do Centro o refrigério que, para a camponesa Maria, era um lugar de muitas riquezas naturais, como pequi, bacuri, murici, mangaba, bacaba, caças e pastagens naturais para os animais8.

Como não havia cercas, todos os moradores faziam uso comum da área e eram frequentes as migrações nos limites do território. As famí- lias tinham, nos baixões, a terra de uso indivi- dual com as roças e os sítios; e o uso comum na chapada, em cima da serra. Na chapada da Serra do Centro, criavam animais soltos, praticavam extrativismo de frutas, semen- tes, cascas e raízes de árvores medicinais do Cerrado que serviam de alimentos e remédios para a cura das doenças.

Na década de 1980, esse modo de vida narrado por Maria sofreu alterações com a chegada dos ‘aventureiros pioneiros da soja’, que se diziam donos das terras. Eram homens brancos, sulistas, que começaram a investir na produção de soja na Serra do Centro. Desde então, as comunidades que ali viviam de forma pacífica perceberam que seu território era objeto de disputa por diversos atores: em 1972, a tabacaria Londres do Rio de Janeiro alegava ser proprietária da Fazenda Santa Catarina,

adquirida dos criadores de gado; na década de 1980, o Instituto de Terras de Goiás (Idago) fez a distribuição das terras da Fazenda Santa Catarina para empresários e produtores de soja da região Sul e Sudeste, ignorando os campone- ses que ali viviam, por meio da venda de lotes de 2 mil e 3 mil hectares; e em 1997, o governo do Tocantins decretou a desapropriação dessas terras tituladas pelo Idago, transferindo-as para amigos e aliados8.

O Decreto nº 436, de 8 de maio de 1997, pu- blicado no Diário Oficial do Estado nº 597/97, desapropriou os primeiros produtores de soja e criou o Projeto Agrícola Campos Lindos.

Com esse ato governamental, foram desa- propriados 105 mil hectares no município de Campos Lindos, incluindo os 44 mil hectares da Fazenda Santa Catarina, território da Serra do Centro. Mais uma vez, a população local foi ignorada; e, com os efeitos do decreto, o governo expulsou centenas de famílias cam- ponesas. O escândalo da expropriação cam- ponesa repercutiu dentro e fora do Brasil. As denúncias mobilizaram a opinião pública e a mídia nacional por intermédio da matéria

‘Reforma agrária de luxo’, que beneficiou os amigos e aliados do governo do Tocantins9.

O ambicioso projeto teve incentivo finan- ceiro de R$ 80 milhões do Senado Federal brasileiro e de US$ 69 milhões do Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro (Prodecer III), destinado ao Polo Agrícola de Campos Lindos e Pedro Afonso. Logo, com a oficialização das doações das terras e com a garantia desses financiamentos, a produção de soja e milho se expandiu nas chapadas da Serra do Centro.

Com isso, o município, que outrora era ‘es- quecido’, passou a ser o foco da especulação imobiliária por grandes produtores de soja e empresas globais como Cargill e outras do ramo de maquinários e agroquímicos.

Com o avanço do agronegócio em Campos Lindos, as famílias camponesas ocupantes de posses tradicionais da Serra do Centro não regularizadas pelos órgãos estaduais (Idago, em 1980, e Itertins em 1998) foram expulsas de seus territórios de origem e empurradas pelas

Referências

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