fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
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Série B. Textos Básicos de Saúde
Tiragem: 1.ª edição – 2006 – 16.000 exemplares
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos
Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício Sede, 8.° andar, sala 804,
70058-900, Brasília – DF Tel.: (61) 3315-2409
E-mail: daf@saude.gov.br
Elaboração
Darlene Caprari Pires Mestriner Dirce Cruz Marques
Fabiola Sulpino Vieira
Geisa Maria Grijó Farani de Almeida José Miguel do Nascimento Jr. Márcia Betina Dodi Márcia Castagna Molina Odete Carmen Gialdi Sandra Aparecida Jeremias
Revisão técnica
Fabiola Sulpino Vieira Vera Lúcia Luiza James Fitzgerald
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departa-mento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos.
Planejar é preciso: uma proposta de método para aplicação à assistência farmacêutica / Minis-tério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de As-sistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006.
74 p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) ISBN 85-334-1148-0
1. Assistência farmacêutica. 2. Organização e Administração. 3. Sistema Único de Saúde. I.. 3. Sistema Único de Saúde. I.
Título. II. Série.
NLM W 84 Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2006/1143
Títulos para indexação:
Em inglês: Planning is necessary: a Method Proposal for Application in Pharmaceutical Care Em espanhol: Planear es Preciso: uma Propuesta de Método para la Aplicación a la Assistencia
Farmaceutica EDITORA MS
Documentação e Informação SIA, trecho 4, lotes 540/610 CEP: 71200-040, Brasília – DF Tels.: (61) 3233-1774/2020 Fax: (61) 3233-9558
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Equipe Editorial:
Normalização: Karla Gentil Revisão: Paulo Henrique de Castro e Faria e Vania Lúcia Loureiro Lucas Capa, projeto gráfico e diagramação:
S u m á r i o
Apresentação . . . . 05 1 Introdução . . . 09 2 A Importância do Planejamento para a Assistência Farmacêutica . 13 3 Método Proposto para o Planejamento . . . . 21 3.1 O Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano de Saúde . . . 43 4 Instrumento de Auto-Avaliação para o Planejamento da Assistência
Farmacêutica (IAPAF) . . . . 45 4.1 Auto-Avaliação de Capacidade . . . . 46 4.1.1 Indicadores – Auto-Avaliação da Capacidade . . . . . 61 4.2 Plano de Ação (modelo) . . . . 69 Referências Bibliográficas . . . . 71
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A p r e s e n t a ç ã o
O Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégi-cos (DAF), criado a partir de 2003, como parte da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), tem como missão atuar junto à Política Nacional de Saúde por meio da formulação e da implementação da Política Nacional de Medicamentos, executando o seu monitoramento e a sua avaliação.
Esta proposta, debatida e amadurecida nas últimas Conferências Nacionais de Saúde e de Medicamentos e Assistência Farmacêutica, é concretizada a partir da constatação da necessidade de ver superada a pulverização das ações de assistência farmacêutica, até então desenvolvi-das em vários setores dispersos pelos inúmeros programas do Ministério da Saúde, desde o encerramento das atividades da Central de Medicamen-tos (Ceme), em 1997.
Neste contexto, tem-se trabalhado incansavelmente no sentido de incrementar o incentivo à produção de medicamentos pelos laboratórios públicos e privados, a incorporação e o desenvolvimento de tecnologias, o estabelecimento de mecanismos para regulação e monitoração do mer-cado de insumos e produtos estratégicos para a saúde e, principalmente, garantir a ampliação e a qualidade do acesso aos medicamentos, racionali-zando e aumentando o financiamento da assistência farmacêutica pública e a qualificação dos serviços na rede de saúde.
Essas ações, que têm proporcionado significativo avanço como polí-tica pública, responsáveis por uma grande capacidade de inclusão social, têm seu respaldo nas diretrizes da Política Nacional de Assistência Far-macêutica (Pnaf), estabelecida pela Resolução CNS n.º 338 (BRASIL, 2004), como política norteadora para a formulação de políticas setoriais, com destaque para a política de medicamentos, de ciência e tecnologia, de desenvolvimento industrial e de formação de recursos humanos, conso-lidando de maneira apropriada a intersetorialidade inerente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A descentralização dos encontros com os coordenadores estaduais de assistência farmacêutica – que devem ser concretizados a partir dos se-minários locais, que possibilitarão a difusão dos conceitos de assistência farmacêutica e de um método de planejamento – busca principalmente a construção coletiva do Capítulo Assistência Farmacêutica dos Planos de Saúde, condição essencial para avançarmos no que está previsto nas
Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde: Consolidação do SUS
(BRASIL, 2006a), que, por meio do Pacto de Gestão, incluem como prio-ritária a organização dos serviços de assistência farmacêutica (BRASIL, 2006b).
Dessa maneira, é com grande satisfação que apresentamos este ma-terial, fruto do esforço concentrado do Departamento de Assistência Far-macêutica, que reuniu um grupo de trabalho em torno do objetivo de elaborar uma proposta de método que apóie os gestores estaduais e muni-cipais na realização do planejamento da assistência farmacêutica.
É claro que, como proposta pioneira, este trabalho tem o mérito da iniciativa, mas também pode conter imprecisões que, de alguma forma, po-derão não capturar questões locais específicas devido às diversas realidades da assistência farmacêutica no país. Entretanto, esta limitação, se existir, poderá ser facilmente superada neste processo de construção coletiva de ferramentas de apoio ao planejamento da assistência farmacêutica.
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A difusão desta proposta foi pensada por meio da realização de 61 seminários que ora chamamos de Seminários de Apoio ao Planejamento da Assistência Farmacêutica, em todos os estados e com todos os muni-cípios. Pretende-se que participem dos seminários gestores estaduais e municipais de saúde, bem como farmacêuticos e demais profissionais que atuam na assistência farmacêutica.
Temos a certeza da importância deste momento para o fortaleci-mento da assistência farmacêutica e, conseqüentemente, do SUS. Preten-demos, com mais esta ação, difundir nossos princípios de atuação que buscam em todos os momentos implementar o acesso, a qualidade e a humanização da assistência farmacêutica sob efetivo controle social.
A superação da concepção reducionista da assistência farmacêutica – com característica eminentemente quantitativa ou simplesmente con-cebida visando ao atendimento imediato da demanda de medicamentos gerada nos serviços – deve ser o lema de todos nós, gestores envolvidos na organização dos serviços. A assistência farmacêutica deve ser parte integrante da Política Nacional de Saúde e deve envolver um conjunto de ações voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, tendo o medicamento como insumo essencial.
A prática da integralidade na assistência farmacêutica nos afastará da lógica do foco no produto e, com isso, garantiremos a promoção do uso racional de medicamentos, por intermédio de ações que disciplinem a prescrição, a dispensação e o consumo de medicamentos.
Manoel Roberto da Cruz Santos Diretor do Departamento de Assistência
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1 I n t r o d u ç ã o
Pensar sobre a integralidade das ações e dos serviços de saúde tam-bém significa pensar sobre as ações e os serviços de assistência farmacêu-tica. Considerando que a maioria das intervenções em saúde envolve o uso de medicamentos e que tal uso pode ser determinante para a obtenção de menor ou maior resultado, é imperativo que a assistência farmacêutica seja vista sob ótica integral.
A integralidade aqui tratada vai além do conceito macro no qual se insere a assistência farmacêutica no SUS. Acima de tudo, é preciso que as etapas que a constituem estejam bem estruturadas e articuladas para garantir de fato a atenção integral à saúde.
Em outras palavras, não é suficiente considerar que se está oferecen-do atenção integral à saúde quanoferecen-do a assistência farmacêutica é reduzida à logística de medicamentos (adquirir, armazenar e distribuir). É preciso agregar valor às ações e aos serviços de saúde, por meio do desenvol-vimento da assistência farmacêutica. Para tanto, é necessário integrar a assistência farmacêutica ao sistema de saúde; ter trabalhadores qualifica-dos; selecionar os medicamentos mais seguros, eficazes e custo-efetivos; programar adequadamente as aquisições; adquirir a quantidade certa e no momento oportuno; armazenar, distribuir e transportar adequadamente para garantir a manutenção da qualidade do produto farmacêutico; ge-renciar os estoques; disponibilizar protocolos e diretrizes de tratamento,
além de formulário terapêutico; prescrever racionalmente; dispensar (ou seja, entregar o medicamento ao usuário com orientação do uso); monito-rar o surgimento de reações adversas, entre tantas outras ações.
É claro que a organização da assistência farmacêutica nos moldes citados demanda recursos financeiros que (todos sabemos) são escassos para o SUS como um todo. Entretanto, é importante que consideremos duas questões: a) o recurso financeiro que deixamos de investir na orga-nização dos serviços gera custo de oportunidade muito elevado, pois ele é utilizado em outras áreas e a assistência farmacêutica permanece com seus problemas, que resultam em custos altos como, por exemplo, per-das, uso de medicamentos mais caros quando há alternativas com melhor relação custo-efetividade, erros de medicação, entre outros; b) o fato de que não dispomos de recursos financeiros suficientes para uma transfor-mação total da assistência farmacêutica não nos impede de adotarmos algumas medidas que podem melhorar o seu desempenho.
Surge aí a necessidade de otimizar o uso dos recursos (financeiros, humanos, etc.) que dispomos e, para tanto, o planejamento é fundamental para pensar a realidade e agir sobre ela.
Nesse aspecto, a publicação da Portaria n.º 2.084 (BRASIL, 2005) trouxe consigo a obrigatoriedade de que a União, os estados e os muni-cípios planejem a assistência farmacêutica. Este é um marco importante para a área porque trouxe ao debate a necessidade explícita dos gestores de saúde planejarem as ações de assistência farmacêutica nas três esferas de governo.
Se, por um lado, pode parecer óbvio dizer que é necessário planeja-mento para essa área, por outro é preciso lembrar que tradicionalmente a assistência farmacêutica tem sido tratada em segundo plano quando falamos das ações e dos serviços de saúde.
Assim, sob uma ótica minimalista, as ações de assistência farmacêu-tica se voltaram para a aquisição e a distribuição de medicamentos sem
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a preocupação com a organização dos serviços e sem planejamento, até mesmo para guiar a oferta de medicamentos à população.
A reprodução desse modelo ao longo dos anos resultou na sua frag-mentação, na baixa qualidade dos serviços farmacêuticos no SUS (tanto pela carência de recursos humanos qualificados quanto pelas questões de infra-estrutura), em menor eficiência e, conseqüentemente, em diminui-ção da capacidade de resoludiminui-ção dos problemas de saúde pelos serviços. Nesse aspecto, pode-se citar as freqüentes perdas de medicamentos (por expiração de validade ou armazenamento inadequado), as trocas de me-dicamentos no momento da dispensação, a falta de orientação ao usuá-rio sobre o uso dos medicamentos, o uso irracional, as faltas freqüentes de medicamentos essenciais no momento oportuno ao tratamento, entre tantos outros problemas.
Esse quadro revela que, embora o SUS tenha adotado instrumentos de gestão, tais como a Agenda e o Plano de Saúde, a assistência farma-cêutica ainda não foi suficientemente contemplada nesses instrumentos, por meio de um planejamento que foque a melhoria dos serviços, a fim de que se garanta o acesso da população aos medicamentos essenciais, com uso racional.
O planejamento é peça fundamental para o ciclo de gestão e, no to-cante à assistência farmacêutica, deve ser estimulado a fim de que os ges-tores pensem sua realidade e passem a intervir para sua transformação.
Nesse aspecto, esse planejamento deve considerar a integralidade das ações e dos serviços de saúde e, portanto, as ações de assistência far-macêutica devem ser pensadas no contexto das demais ações de saúde, sendo declaradas como compromissos no Plano de Saúde.
Nesse momento, estamos há quase dois anos da elaboração dos pla-nos municipais de saúde. Isso faz com que não possamos viabilizar a in-clusão das ações de assistência farmacêutica nos planos municipais de saúde sob a lógica da integralidade das ações. Entretanto, essa situação
não pode constituir obstáculo a que iniciemos um processo de discussão do planejamento nessa área. Daí a recomendação para que os municí-pios elaborem o Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano Municipal de Saúde, para o período de 2007 a 2008, com sua discussão no Conselho Municipal de Saúde e inclusão na revisão do Plano de Saúde, em 2007.
Para as secretarias estaduais, poderemos ter uma situação ótima de inclusão da assistência farmacêutica no Plano Estadual de Saúde, se já não ocorria, a partir de 2007. Ou seja, o Capítulo Assistência Farmacêu-tica do Plano Estadual de Saúde já poderá ser elaborado para os quatro anos de vigência do Plano de Saúde.
Dessa forma, cumprindo o seu papel de ser solidário aos demais gestores do SUS, que é uma de suas competências, o Departamento de As-sistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF) propõe um método para apoiar o planejamento dos estados e municípios, de fácil aplicação, que possa ser um passo importante no sentido de instituir uma cultura de planejamento para a assistência farmacêutica.
Sem desconsiderar as iniciativas extremamente relevantes dos de-mais gestores, os quais em muitos locais já realizaram oficinas de planeja-mento, o objetivo principal do DAF é, com este esforço, facilitar o traba-lho daqueles que estão dando os primeiros passos nessa empreitada.
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2 A I m p o r t â n c i a d o
P l a n e j a m e n t o Pa r a a
A s s i s t ê n c i a Fa r m a c ê u t i c a
Por que o planejamento é importante?
Todos temos consciência de que as necessidades em qualquer setor material de nossas vidas, bem como nas questões relativas à saúde, são sempre ou quase sempre maiores que os recursos que dispomos para rea-lizá-las. Isso faz com que precisemos definir prioridades, relacionando as questões que, pelo fato de que são consideradas mais essenciais, precisam ser feitas antes de outras.
Além disso, para que tenhamos sucesso naquilo que pretendemos, é preciso que se tenha claro aonde queremos chegar; que sejam definidos os passos necessários; que sejam obtidos os recursos necessários; e que se estabeleçam prazos para sua realização, com definição da forma como mediremos se o resultado está de acordo com o que queríamos. É também importante que se esteja pronto para redefinir os rumos sempre que qual-quer desses elementos se comporte de forma diferente da esperada.
Isso é planejar. O planejamento é um instrumento valioso para que tenhamos maiores possibilidades de sucesso quando realizamos interven-ções para resolver determinadas situainterven-ções-problema.
O que o planejamento possibilita?
• Identificar as situações-problema e, entre elas, saber quais são as mais importantes (na linguagem do planejamento este passo cha-ma-se “diagnóstico”);
• Estabelecer as situações-problema sobre as quais devemos inter-vir prioritariamente (diagnóstico);
• Definir quais resultados pretendemos alcançar com a intervenção que escolhemos (objetivo);
• Estabelecer quanto pretendemos avançar para que o resultado pretendido seja alcançado ao longo do tempo (meta);
• Definir quais atividades e recursos (materiais, humanos e finan-ceiros) são necessários para a nossa intervenção ao longo do tem-po (cronograma de atividades);
• E, por fim, estabelecer instrumento para avaliar quanto avança-mos para o alcance do resultado estabelecido no início do traba-lho após a intervenção que fizemos (avaliação).
Assim, o planejamento faz com que aumentemos a possibilidade de obter sucesso no alcance dos objetivos propostos e que evitemos o desper-dício de esforços e de recursos.
Qual produto se obtém quando se planeja?
Quando um planejamento é realizado, um dos produtos obtidos é um documento chamado de Plano de Trabalho ou Plano de Ação. O pla-no deve ser revisado periodicamente para que se mantenha condizente com a realidade.
Portanto, é necessário que o processo de planejamento seja contí-nuo para que o plano sempre esteja adequado à situação enfrentada.
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O planejamento é adotado pelo SUS?
Sim. O SUS adotou instrumentos de gestão que, para que sejam construídos, precisam de um processo de planejamento, como, por exem-plo, a Agenda e o Plano de Saúde.
Existe um método certo para o planejamento?
Não podemos falar em método certo ou errado, mas sim em método que seja mais adequado para a nossa realidade, por exemplo, pela pratici-dade de sua aplicação.
O método que aplicamos é apenas um instrumento destinado a guiar o processo a fim de que saibamos, ao final, quais são as situações-proble-ma prioritárias; quais são os resultados que pretendemos alcançar e em quanto tempo, etc.
São exemplos de métodos de planejamento: o planejamento estraté-gico, planejamento estratégico situacional, marco lóestraté-gico, entre outros.
O planejamento é importante para a assistência farmacêutica? Sim. Inicialmente é preciso dizer que todas as áreas de atuação do SUS precisam ser consideradas quando da elaboração dos planos de saúde e, portanto, precisam ser contempladas quando o planejamento é realiza-do. O que não implica que sejam consideradas prioritárias.
Especialmente para a assistência farmacêutica, foi explicitada a ne-cessidade de que o planejamento seja adotado, já que tradicionalmente não se tem observado a inclusão de ações voltadas para o desenvolvimen-to dessa área nos planos de saúde, para além da aquisição de medicamen-tos. Ou seja, não se observam ações destinadas à organização dos serviços farmacêuticos, que é aspecto importante para que o SUS garanta o acesso da população aos medicamentos essenciais, com uso racional.
O planejamento para a assistência farmacêutica é obrigatório? Sim. Legalmente, em 2005, a descentralização de recursos financei-ros do SUS para a aquisição de medicamentos implantou como marco a necessidade de planejamento das ações de assistência farmacêutica.
Para além da questão legal, o planejamento é extremamente impor-tante para o desenvolvimento de qualquer área do SUS. No caso da assis-tência farmacêutica, é fundamental porque:
• Lida-se com insumos que mobilizam importantes recursos finan-ceiros;
• A assistência farmacêutica é essencial para a garantia de bons resultados em saúde;
• O uso não racional dos medicamentos representa risco de impor-tantes agravos;
• Para o bom desempenho da assistência farmacêutica, é impor-tante envolver e mobilizar diferentes recursos e atores (gestores, profissionais, usuários, entre outros).
Assim, se pretendemos organizar e estruturar a assistência farma-cêutica, é preciso planejar para garantir que os recursos empregados se-rão direcionados para o alcance do objetivo previamente definido.
Qual deve ser o produto do planejamento?
A idéia que devemos ter em mente é a da necessidade de planejar, por todas as razões que já dissemos. O planejamento envolvendo a as-sistência farmacêutica não pode estar desvinculado dos instrumentos de gestão pública e do SUS: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária Anual (LOA), a Agenda e o Plano de Saúde.
No caso dos planos de saúde, a sua elaboração deve se dar sempre no início de uma nova gestão, para o período de quatro anos. O desejável
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é que o planejamento da assistência farmacêutica esteja contemplado no Plano de Saúde, dentro de uma lógica integrada em que as ações de assis-tência farmacêutica sejam discutidas no momento da discussão das de-mais ações de saúde. Porém, dado o período em que nos encontramos, ou seja, há quase dois anos do início das gestões municipais e quase quatro anos das estaduais, operacionalmente isso é inviável.
Entretanto, essa situação não pode ser entrave a que se inicie, caso ainda não aconteça, o planejamento das ações de assistência farmacêu-tica. Assim, recomenda-se que seja elaborado o Capítulo Assistência
Farmacêutica do Plano de Saúde. Esferas de
governo
Período do
planejamento Formalização do planejamento
Municípios
2007 a 2008 (2 anos)
Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano Municipal de Saúde (incluído no Plano de Saúde durante a próxima re-visão anual deste).
2009 a 2012 (4 anos)
Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano Municipal de Saúde (incluído du-rante a elaboração do Plano Municipal de Saúde).
Estados 2007 a 2010 (4 anos)
Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano Estadual de Saúde (incluído du-rante a elaboração do Plano Estadual de Saúde).
Como incluir o Capítulo Assistência Farmacêutica no Plano de Saúde?
Após a realização da oficina de planejamento, o documento obtido, que é produto deste processo, ou seja, o Capítulo Assistência Farmacêu-tica do Plano de Saúde, deve ser submetido à aprovação do Conselho de Saúde. Isso deve ser feito quando for discutida a revisão anual do plano.
No caso de o planejamento da assistência farmacêutica já ter sido feito juntamente com o planejamento de todas as ações e serviços de saú-de, o Capítulo já estará sendo discutido e aprovado pelo Conselho de Saú-de quando da discussão e aprovação do Plano Saú-de SaúSaú-de.
O planejamento deve ser feito somente porque houve descentra-lização de recursos do Ministério da Saúde para aquisição de medicamentos?
Não. Antes de tudo é preciso dizer que o desenvolvimento da assis-tência farmacêutica, assim como de todas as áreas de atuação do SUS, é de responsabilidade dos três gestores (municipal, estadual e federal). Dessa forma, o compromisso com a organização e estruturação da assistência farmacêutica, para além da oferta de medicamentos à população, precisa ser assumido pelos gestores.
Daí a importância do planejamento para a eleição das situações-pro-blema prioritárias para intervenção, dados os recursos disponíveis. Nesse aspecto, é preciso enfatizar que cada gestor precisa prever recursos de seu orçamento próprio para alocação nessa área, conforme sua capacidade. Por isso, dissemos anteriormente que o planejamento da assistência far-macêutica deve envolver os instrumentos de gestão como, por exemplo, o Plano Plurianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Ou seja, a discussão sobre as metas e as ações que serão implemen-tadas pelos municípios e estados deve considerar recursos próprios que serão alocados, além daqueles provenientes de repasses fundo a fundo e convênios firmados com o Ministério da Saúde.
Como se dará o acompanhamento por parte do Ministério da Saúde da elaboração do Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano de Saúde?
O Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano de Saúde poderá ser solicitado a qualquer momento pelas instituições responsáveis pela audi-toria do SUS.
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Além disso, o Ministério da Saúde poderá adotar como critério para a celebração de convênios a apresentação do Capítulo Assistência Farma-cêutica do Plano de Saúde.
É importante salientar que, para além da questão legal, o Ministério da Saúde utilizará o Capítulo Assistência Farmacêutica dos Planos Esta-duais de Saúde, elaborado a partir do Capítulo Assistência Farmacêutica dos Planos Municipais de Saúde, para definir suas próprias prioridades de intervenção. Dessa forma, o Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano Nacional de Saúde será elaborado tendo por base o planejamento ascendente (dos municípios para a União), constituindo um documento muito importante para que se tomem medidas visando ao fortalecimento da Assistência Farmacêutica.
Qual é o prazo que estados e municípios têm para isso? Os prazos estão sendo regulamentados em portaria específica. Qual é o método que devo utilizar para a realização do plane-jamento?
Como dito anteriormente, a escolha do método é livre. A secretaria de saúde pode utilizar o método que seja mais fácil de aplicar à sua rea-lidade.
Neste material, o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insu-mos Estratégicos (DAF) propõe um método que orienta o planejamento, porque fornece subsídios para apoiar a reflexão sobre se o estágio atual de desenvolvimento da assistência farmacêutica é o estágio recomendável para a garantia de acesso aos medicamentos essenciais, com uso racional.
E quem já fez o planejamento da assistência farmacêutica? Quem já fez seu plano de ação para a assistência farmacêutica pode-rá revisá-lo para adequação à discussão que agora fazemos, na perspectiva
da integração da assistência farmacêutica às demais ações e serviços de saúde, bem como para o horizonte de tempo de dois anos, no caso dos municípios.
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3 M é t o d o P r o p o s t o Pa r a o
P l a n e j a m e n t o
Planejar envolve a elaboração de um plano que visa à mudança de uma realidade, por meio da definição de prioridades, estratégias e ações. No caso da assistência farmacêutica, é preciso refletir sobre a organiza-ção dos serviços e a oferta de medicamentos à populaorganiza-ção, como questões primordiais para assegurar a efetividade das intervenções em saúde com o uso de medicamentos.
Como já dissemos, o planejamento constitui instrumento funda-mental para o exercício de uma boa gestão, na medida em que é utilizado para melhorar o desempenho do sistema de saúde.
Para planejar podemos utilizar vários métodos. Por isso, a escolha do método não é a questão mais relevante quando falamos de planeja-mento. O mais importante é pensar estrategicamente, pois a realidade muda muito rapidamente. Daí a necessidade de adaptarmos o plano, que é o produto do planejamento, ao novo contexto.
Pensemos, por exemplo, na situação em que foi feito um planeja-mento e definiu-se um plano de trabalho com ações destinadas à melhora da estrutura física e da organização do almoxarifado de medicamentos do município; ação esta plenamente justificável pelas suas condições precárias de funcionamento. Agora imaginemos que num determinado
período se agrava a reclamação dos usuários das farmácias em decorrên-cia da demora no atendimento, da falta de medicamentos, entre outros problemas. Obviamente esta situação exige a transferência da prioridade da reforma do almoxarifado para sanar o problema da falta de medica-mentos nos serviços, o qual pode estar ligado à aquisição (licitação, falta de recursos financeiros), dificuldade de cumprimento de cronograma de distribuição, controle precário de estoque na unidade, entre tantas outras possibilidades.
Esta situação revela que o que importa é manter mecanismo contí-nuo para o planejamento, com o objetivo de pensar a realidade e adaptar o plano de ação às necessidades atuais. Isso não implica que os planos não devam ser cumpridos, mas significa que a ordem de prioridade das ações pode mudar ao longo do tempo e que, assim, o plano deve ser adaptado ao novo contexto.
O Método
O método de planejamento proposto foi inspirado em uma ferramen-ta utilizada há algum tempo pelo Programa DST/Aids. Esferramen-ta ferramenferramen-ta foi adaptada para atender às especificidades da assistência farmacêutica.
As vantagens de seu uso é que auxilia a elaboração do plano de tra-balho por meio da identificação do estágio atual de desenvolvimento da capacidade técnica e de gerenciamento da assistência farmacêutica; defi-ne metas e prioriza as ações; constrói parâmetros e defidefi-ne defi-necessidades; e desenha o plano de ação, que no nosso caso é o Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano de Saúde.
Talvez a sua maior vantagem seja fornecer os parâmetros que orien-tam o diagnóstico sobre qual estágio de desenvolvimento cada unidade fe-derada se encontra e, a partir daí, a qual estágio ou resultado ela pretende chegar num período de tempo definido.
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O Instrumento de Auto-Avaliação para o Planejamento em Assis-tência Farmacêutica (IAPAF) foi concebido como um exercício de auto-avaliação participativo1, na forma de oficina, com o propósito de dar su-porte à secretaria de saúde, para que:
• avalie o estágio em que se encontra, com relação a um grupo de dimensões2 da assistência farmacêutica;
• identifique modificações que, se implementadas, permitirão avanço;
• defina um conjunto de ações para implementar essas modifi-cações.
O eixo principal desse processo deve ser um esforço coletivo para se avaliar a atual situação, criar uma meta comum quanto aos resultados desejados, identificar critérios dos possíveis progressos e planejar para a ação, implementação e avaliação. Este processo não termina ao final da oficina, mas inclui uma reavaliação e um ajustamento do plano de ações, para refletir as mudanças situacionais que ocorrem ao longo do tempo, permitindo uma continuidade do processo.
Caracterização da instituição
A assistência farmacêutica apresenta, nas diferentes esferas do go-verno, uma natureza sistêmica. Assim sendo, para a aplicação da presen-te metodologia, é preciso, anpresen-tes de tudo, caracpresen-terizar qual a instituição a ser analisada nesse processo. O primeiro exercício a desenvolver é, então, identificar os vários atores que de forma direta ou indireta encontram-se envolvidos nesse sistema, já que as atividades da assistência
farmacêuti-1 A elaboração deste instrumento baseou-se no Aproge e no FACT, instrumentos da Management Sciences for Health
(MSH) e da Family Health International, respectivamente, adaptados na década de 1990, no Brasil, para as organiza-ções de DST/Aids.
2 As dimensões da assistência farmacêutica que foram consideradas neste documento são: recursos humanos, seleção,
programação/aquisição, armazenamento/distribuição/transporte, dispensação, prescrição, farmacovigilância, gestão, atenção farmacêutica, de acordo com Marin et al (2003, 334p.).
ca, segundo seu “Ciclo”, são desenvolvidas nos vários níveis da institui-ção de forma interdependente.
Um avanço no processo de desenvolvimento da assistência farma-cêutica, tendo em vista seu caráter sistêmico e a necessidade de institu-cionalizá-la enquanto política de saúde pressupõe a compreensão de sua importância para o sistema de saúde e do compromisso de seus gestores para a sua efetiva implementação.
A aplicação do IAPAF pressupõe a coordenação de um facilitador (preferencialmente da área de Educação e que esteja familiarizado com a realização de oficinas) e de um farmacêutico (na falta deste, o responsável pelas ações de assistência farmacêutica), com a participação de um gru-po comgru-posto gru-por pessoas representativas dos diversos segmentos onde se desenvolvam as atividades da assistência farmacêutica: aquisição, progra-mação, armazenamento, distribuição, dispensação, prescrição, recursos humanos, sistema de informação, administração financeira, gestores de programas de saúde, gestores/gerentes da atenção básica, da atenção hos-pitalar e outros identificados.
Este grupo fará a análise da realidade encontrada a partir dos cri-térios sugeridos pelo IAPAF, através dos quais o responsável pela assis-tência farmacêutica poderá visualizar um caminho de transformação da realidade atual.
Este processo permite comparar o desempenho da secretaria de saúde em relação à assistência farmacêutica com um modelo aceito como padrão de desempenho, baseado nas diretrizes e atribuições dadas pelas políticas nacionais (Portaria MS n.º 3.916/98 – Política Nacional de Medicamentos e Resolução CNS n.º 338/2004 – Política Nacional de Assistência Farmacêutica). Assim, baseia-se em níveis de desenvolvi-mento relacionados às diversas áreas técnicas do trabalho da assistência farmacêutica.
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Critérios fundamentais para a utilização do IAPAF
Todas as secretarias de saúde podem utilizar o IAPAF desde que atendam a dois critérios:
• ter uma coordenação que compreenda o processo de auto-avalia-ção e incentive a proposiauto-avalia-ção de ações, de forma consensual, com o compromisso dos gestores com poder de decisão;
• estar pronta para reconhecer que, apesar de certos fatores restri-tivos, existem ações que a secretaria de saúde pode implementar para melhorar seu desempenho na assistência farmacêutica. O primeiro critério exige que os gestores da secretaria de saúde sin-tam-se à vontade com o processo do IAPAF e expressem um compro-misso formal de apoio ao grupo que se prepara para iniciar o processo. Esse compromisso, em aceitar um ambiente franco e aberto, servirá para eliminar o temor de algumas pessoas de que as críticas que certamente emergirão sejam interpretadas como críticas pessoais.
O segundo critério implica a existência de muita criatividade e de-terminação para encontrar formas de contornar os obstáculos às mu-danças na secretaria de saúde. É, entretanto, necessário reconhecer que muitas ações não se encontram sob o controle da gestão da secretaria de saúde. Há contextos jurídicos e operacionais que limitam a capacidade para alterar certos aspectos das “dimensões” a serem trabalhadas. Por exemplo, certos elementos básicos, como a política de recursos humanos, podem estar normalizados por exigências legais. Apesar disso, a expe-riência demonstra que, mesmo limitados por essas políticas ou gestões externas, o pessoal de todos os níveis da secretaria de saúde pode intro-duzir melhorias significativas na eficiência gerencial e operacional das atividades da assistência farmacêutica, a ponto de influenciar o sistema como um todo.
A intenção do IAPAF é ajudar os grupos a tirarem proveito desta construção conjunta, no sentido de identificar as ações que estejam no âmbito da secretaria de saúde, reconhecendo que algumas delas pode-rão exigir providências junto a outras secretarias ou outras esferas de gestão.
Objetivos do IAPAF
O IAPAF fornece a estrutura e o ponto de partida para a discussão contínua. A oficina onde é trabalhado é uma boa oportunidade para que o pessoal, proveniente de todos os níveis e áreas diferentes, discuta entre si questões que impactam o seu trabalho diário, bem como examine e com-pare as suas percepções. Aproveitando este trabalho focado na assistência farmacêutica, os participantes irão buscar um consenso quanto às metas pretendidas. Assim, o IAPAF atende aos objetivos de:
• permitir visualização, por parte da secretaria de saúde, de seu de-sempenho em relação às dimensões da assistência farmacêutica; • identificar direções e estratégias de aperfeiçoamento, tendo em
vista a sua sustentabilidade;
• estabelecer prioridades para o esforço da secretaria de saúde; • criar ambiente de trabalho em equipe, onde as metas comuns são
acordadas e as contribuições são legitimadas pelo grupo.
O instrumento IAPAF
O IAPAF é constituído por: • planilhas para a auto-avaliação; • planilhas do plano de ação.
2 7
Dimensões da assistência farmacêutica
De acordo com o “Ciclo da Assistência Farmacêutica”, suas dimen-sões são: • Gestão • Seleção • Programação/aquisição/armazenamento/distribuição/transporte • Prescrição • Dispensação • Recursos humanos • Farmacovigilância
As dimensões servirão de estrutura básica para a efetivação da assis-tência farmacêutica enquanto sistema e enquanto política de saúde. O ob-jetivo final de todo o processo, que é o de garantir acesso a medicamentos de qualidade e promover seu uso racional dentro dos princípios do SUS, deve sempre nortear todo o trabalho.
Vejamos agora, passo a passo, o que precisa ser feito.
Passos para a aplicação do método proposto: Instrumento de Auto-avaliação para o Planejamento da Assistência Farma-cêutica (IAPAF)
a) 1.º Passo – Organização da oficina de planejamento
É preciso identificar os atores que devem participar da oficina muni-cipal e estadual de planejamento da assistência farmacêutica.
Para a organização e coordenação da oficina, é fundamental que seus coordenadores tenham um momento anterior à sua realização para se apropriarem dos seus objetivos, da metodologia e dos instrumentos.
A oficina foi idealizada para duração de oito horas e deverá contar com a participação de um grupo representativo do pessoal da secreta-ria de saúde que tenha alguma interface com a assistência farmacêutica (sugere-se um grupo com no máximo 20 pessoas). Foi estruturada em duas partes: a primeira é constituída por uma apresentação dos conceitos teóricos e da Política Nacional de Medicamentos e de Assistência Farma-cêutica (duas horas). A segunda se constitui na aplicação do IAPAF (seis horas) em que os dois coordenadores (educador e farmacêutico) ajudam os participantes a reunir suas experiências e conhecimentos individuais e coletivos, para desenvolver em conjunto um diagnóstico mais preciso do estágio atual e um plano para atingir novos estágios (em cada dimensão da assistência farmacêutica).
A tarefa dos coordenadores da oficina é fazer as perguntas certas, esclarecer as dúvidas, ajudar os participantes a negociar discordâncias e guiá-los na identificação de ações relevantes e viáveis para a melhoria do desempenho da assistência farmacêutica da secretaria de saúde.
Para a realização da oficina, é importante reunir e conhecer dados sobre: número de unidades de saúde com farmácia, número de farmacêu-ticos/locais de trabalho, dados epidemiológicos e outros que se julgar per-tinentes, conforme o requerido no IAPAF. É importante que esses dados sejam disponibilizados para todos os integrantes da oficina.
b) 2.º passo – Aplicação das planilhas de auto-avaliação da capaci-dade técnica
O processo avaliativo com uso das planilhas pode ser dividido em quatro momentos:
1.º Momento
Em pequenos grupos, identificar o estágio de desenvolvimento da assistência farmacêutica.
2 9
Para cada objetivo de cada dimensão, identificar uma afirmativa que se aplica totalmente à sua situação atual. Se somente parte da afirmativa se aplicar, escolha a afirmativa do nível anterior. Essa afirmativa repre-senta o estágio atual.
Você viu que no final deste documento constam várias planilhas que orientarão o trabalho que precisa ser realizado: a) planilhas de auto-ava-liação de capacidade; e b) planilha do plano de ação.
Bem, uma vez reunidos os atores, uma cópia de cada planilha deve ser fornecida para cada um deles. Para exemplificar o procedimento, utili-zaremos uma de auto-avaliação de capacidade e outra do plano de ação.
• A planilha de auto-avaliação da capacidade precisa ser entregue a cada participante da oficina de planejamento;
2. Seleção
– Capacidade par
a tr
abalhar com uma R
elação de Medicamentos Essenciais ou par
a elaborá-la Capacidade par a Estágio atual Estágios de desenv olvimento da capacidade Estágio meta Indicador Prioridade 1 a 3 1.º 2.º 3.º Utilizar ou elabor ar r elação de medicamentos essenciais. Não e xiste r elação de
medicamentos própria do município, e sim uma lista de medica
-mentos r
ecebidos por
repasse estadual e feder
al; ou
Existe uma lista própria do município elabor
ada a partir da
demanda dos serviços sem consider
ar a R esme e a R ename . Existe um pr ocesso de seleção de medicamen -tos que le va em conta
dados epidemiológicos, porém não obedece aos critérios definidos de análise da liter
atur
a
científica; ou A lista se baseia na Resme/R
ename , porém não há a valiação sobr e a cobertur a do perfil epidemiológico. Existe um pr ocesso
de seleção de medicamentos, realizado por uma CFT que obedece aos critérios definidos de análise da liter
atur a científica 3; ou A lista se baseia na R esme/R ename
e atende ao perfil epidemiológico do município.
3 Eficácia, segur ança, custo/efetividade . continua D ime ns õe s Es tági os (p ar âm etr os )
31 Divulgar a relação par
a os pr escritor es Não e xistem estr atégias sistemáticas de divulgação. Existe divulgação da lista de maneir
a
informal.
Existe sistemática de divulgação da lista que permite conhecimento dos pr
ofissionais. A dotar pr otocolos clínicos Não adota pr otocolos clínicos. A dota pr otocolos
clínicos, porém não há avaliação da utilização dos mesmos.
A
dota pr
otocolos
clínicos com gar
antia
de adesão pelos profissionais.
• O grupo deverá então fazer o diagnóstico do seu estágio atual de desenvolvimento da capacidade. Neste exemplo, avalia-se para a dimensão “seleção” a capacidade geral para trabalhar com uma
Relação de Medicamentos Essenciais ou para elaborá-la. São dados
três parâmetros que são os estágios 1, 2 e 3. Além disso é preciso avaliar três capacidades: 1) utilizar ou elaborar a relação de medi-camentos essenciais; 2) divulgar a relação para os prescritores; e 3) adotar protocolos clínicos.
2.º Momento
Em plenária, define-se o estágio de desenvolvimento de consenso. Após a discussão entre os participantes da oficina, marca-se na colu-na Estágio Atual o número de 1 a 3, correspondente à situação que mais se aproxima da realidade da assistência farmacêutica. Vejamos o exemplo a seguir:
3 3
2. Seleção
– Capacidade par
a tr
abalhar com uma R
elação de Medicamentos Essenciais ou par
a elaborá-la Capacidade par a Estágio atual Estágios de desenv olvimento da capacidade Estágio meta Indicador Prioridade 1 a 3 1.º 2.º 3.º Utilizar ou elabor ar
relação de medicamentos essenciais.
2 Não e xiste r elação de medicamentos própria do mu
-nicípio, e sim uma lista de medicamen
-tos r
ecebidos por
repasse estadual e feder
al; ou
Existe uma lista própria do mu
-nicípio elabor
ada a
partir da demanda dos serviços sem consider
ar a R esme e a R ename . Existe um pr ocesso de seleção de medi -camentos que le va
em conta dados epidemiológicos, porém não obedece aos critérios defini
-dos de análise da liter
atur
a científica;
ou A lista se baseia na Resme/R
ename
,
porém não há avaliação sobr
e a cobertur a do perfil epidemiológico. Existe um pr ocesso
de seleção de medicamentos, realizado por uma CFT que obedece aos critérios definidos de análise da liter
atur a científica 4; ou A lista se baseia na R esme/R ename
e atende ao perfil epidemiológico do município.
4 Eficácia, segur
ança, custo/efetividade
.
Divulgar a relação par a os pr escritor es 2 Não e xistem estr atégias sistemáticas de divulgação. Existe divulgação da lista de maneir
a
informal.
Existe sistemática de divulgação da lista que permite conhecimento dos profissionais.
A dotar pr otocolos clínicos 1
Não adota protocolos clínicos.
A
dota pr
otocolos
clínicos, porém não há a
valiação
da utilização dos mesmos.
A
dota pr
otocolos
clínicos com gar
antia de adesão
pelos pr
ofissionais.
3 5
3.º Momento
Em plenária, definir qual o estágio de desenvolvimento pretendido (meta) em dois anos para os municípios e quatro anos para os estados, para cada capacidade.
Agora é o momento de definir o Estágio Meta, ou seja, em qual estágio pretende-se chegar no horizonte de tempo do planejamento. O ho-rizonte de tempo precisa observar a discussão que já fizemos. A definição do Estágio Meta deve levar em consideração os recursos, sejam materiais, financeiros e humanos que se dispõe. Vamos ao exemplo:
2. Seleção
– Capacidade par
a tr
abalhar com uma R
elação de Medicamentos Essenciais ou par
a elaborá-la Capacidade par a Estágio atual Estágios de desenv olvimento da capacidade Estágio meta Indicador Prioridade 1 a 3 1.º 2.º 3.º Utilizar ou elabor ar r elação de medicamentos essenciais. 2 Não e xiste r ela -ção de medica
-mentos própria do município, e sim uma lista de medicamentos recebidos por repasse estadual e feder
al; ou
Existe uma lista própria do município elabor
ada a partir
da demanda dos serviços sem con
-sider ar a R esme e a R ename . Existe um pr ocesso de seleção de medi -camentos que le va
em conta dados epidemiológicos, porém não obedece aos critérios defini
-dos de análise da liter
atur
a científica;
ou A lista se baseia na Resme/R
ename
,
porém não há avaliação sobr
e a cobertur a do perfil epidemiológico. Existe um pr ocesso
de seleção de medicamentos, realizado por uma CFT que obedece aos critérios definidos de análise da liter
atur a científica 5; ou A lista se baseia na R esme/R ename
e atende ao perfil epidemiológico do município.
3
5 Eficácia, segur
ança, custo/efetividade
.
3 7 Divulgar a relação par
a os pr escritor es 2 Não e xistem estr atégias sistemáticas de divulgação. Existe divulgação da lista de maneir
a
informal.
Existe sistemática de divulgação da lista que permite conhecimento dos profissionais.
3 A dotar pr otocolos clínicos 1
Não adota protocolos clínicos.
A
dota pr
otocolos
clínicos, porém não há a
valiação
da utilização dos mesmos.
A
dota pr
otocolos
clínicos com gar
antia de adesão
pelos pr
ofissionais.
2
Neste caso, o grupo avaliou que para o horizonte de tempo de dois anos, por exemplo, a assistência farmacêutica desenvolverá sua capacida-de para trabalhar com uma relação capacida-de medicamentos essenciais, confor-me as três capacidades, como segue:
• Capacidade 1: Utilizar ou elaborar relação de medicamentos
essen-ciais – passará do estágio 2 para o 3, ou seja, será capaz de
reali-zar o processo de seleção de medicamentos por meio de uma Co-missão de Farmácia e Terapêutica ou será capaz de ter uma lista que se baseia na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) ou na Relação Estadual de Medicamentos Essenciais (Resme).
• Capacidade 2: Divulgar a relação para os prescritores – passará do estágio 2 para o 3, ou seja, implantará sistemática de divulgação da lista de medicamentos para os profissionais.
• Capacidade 3: Adotar protocolos clínicos – passará do estágio 1 para o 2, ou seja, passará a adotar protocolos, mas sem a implan-tação, no momento, de sistema de monitoramento para verificar a adesão dos profissionais.
4.º Momento
Classificam-se os objetivos por ordem crescente de prioridade. Agora é o momento de definir as prioridades em uma escala de 1 a 3, sendo considerada 1 a capacidade que deve ser observada em primeiro lugar. Vejamos o exemplo:
3 9
2. Seleção
– Capacidade par
a tr
abalhar com uma R
elação de Medicamentos Essenciais ou par
a elaborá-la Capacidade par a Estágio atual Estágios de desenv olvimento da capacidade Estágio meta Indicador Prioridade 1 a 3 1.º 2.º 3.º Utilizar ou elabor ar
relação de medicamentos essenciais.
2 Não e xiste r ela -ção de medica
-mentos própria do município, e sim uma lista de medicamentos recebidos por repasse estadual e feder
al; ou
Existe uma lista própria do município elabor
ada a partir
da demanda dos serviços sem con
-sider ar a R esme e a R ename . Existe um pr ocesso de seleção de medi -camentos que le va
em conta dados epidemiológicos, porém não obedece aos critérios defini
-dos de análise da liter
atur
a científica;
ou A lista se baseia na Resme/R
ename
,
porém não há avaliação sobr
e a cobertur a do perfil epidemiológico. Existe um pr ocesso
de seleção de medicamentos, realizado por uma CFT que obedece aos critérios definidos de análise da liter
atur a científica 6; ou A lista se baseia na R esme/R ename
e atende ao perfil epidemiológico do município.
3 1 6 Eficácia, segur ança, custo/efetividade . continua
Divulgar a relação par a os pr escritor es. 2 Não e xistem estr atégias sistemáticas de divulgação. Existe divulgação da lista de maneir
a
informal.
Existe sistemática de divulgação da lista que permite conhecimento dos profissionais.
3 2 A dotar pr otocolos clínicos. 1
Não adota protocolos clínicos.
A
dota pr
otocolos
clínicos, porém não há a
valiação
da utilização dos mesmos.
A
dota pr
otocolos
clínicos com gar
antia de adesão pelos pr ofissionais. 2 3 continuação
41
c) 3.º passo – Aplicação da planilha do plano de ação
É neste passo que será elaborado o plano de ação, ou seja, o Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano de Saúde.
Faz-se necessário:
• identificar as capacidades específicas a serem adquiridas para al-cançar o estágio pretendido ou aprimorar o atual estágio;
• identificar as ações a serem implementadas para adquirir as capa-cidades definidas;
• estabelecer a ordem de prioridade das ações e o prazo para a sua implementação;
• identificar os participantes envolvidos e os responsáveis.
É fundamental não perder de vista a governabilidade, a factibilidade e a viabilidade das ações propostas.
Para preenchimento da planilha, o que se deve fazer é o seguinte: • A meta é transportada da planilha de auto-avaliação, de acordo
com o Estágio Meta definido pelos atores durante a oficina de planejamento.
• A partir daí, definem-se as ações. Determina-se para cada ação o período de execução e o responsável pela execução e/ou monito-ramento.
• Os indicadores devem ser utilizados para avaliar o alcance das metas determinadas para cada capacidade.
2. Seleção
– Capacidade par
a tr
abalhar com uma R
elação de Medicamentos Essenciais ou par
a elaborá-la Capacidade par a Meta Ações P eríodo de execução R esponsáv el Indicador Prioridade Utilizar ou elabor ar
relação de medicamentos essenciais.
Existe um pr
ocesso de seleção
de medicamentos, r
ealizado
por uma CFT que obedece aos critérios definidos de análise da liter
atur a científica 7; ou A lista se baseia na R esme/ R
ename e atende ao perfil
epidemiológico do município.
Ação 1
1
Ação 2 Ação...
Divulgar a relação par
a os
pr
escritor
es
Existe sistemática de divulgação da lista que permite conhecimento dos pr
ofissionais. Ação 1 2 Ação 2 Ação... A dotar pr otocolos clínicos A dota pr otocolos clínicos, porém não há a valiação da
utilização dos mesmos.
Ação 1 3 Ação 2 Ação... 7 Eficácia, segur ança, custo/efetividade .
A meta é transportada da planilha de auto
-avaliação, conforme o Estágio Meta definido pel
o s at o re s.
As ações, o período de execução e o resp
o n sá v el s er ão d ef in id o s p el o s p ar ti ci p an te s
4 3
Como já dissemos, o plano de ação é o que chamamos Capítulo As-sistência Farmacêutica do Plano de Saúde.
d) 4.º passo – Continuidade do planejamento
É preciso definir a continuidade do processo deflagrado na ofi-cina, estabelecendo como se dará o monitoramento da execução das estratégias/atividades, dos responsáveis, do cronograma e do relatório periódico.
Produtos da oficina de planejamento
Ao final da oficina, os participantes terão produzido:
• Uma Avaliação Coletiva do estágio atual de desenvolvimento da assistência farmacêutica, quanto às suas dimensões.
• Um conjunto de Metas a alcançar, que será monitorado por meio de indicadores, usados para representar o progresso relativo a ser atingido, para cada capacidade de cada dimensão.
• Um conjunto de Ações a Implementar, para alcançar as metas estabelecidas.
• Por fim, o documento que contempla tudo isso que é o Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano de Saúde.
3.1 O Capítulo Assistência Farmacêutica do Plano de Saúde
O documento obtido por meio deste planejamento é o Capítulo As-sistência Farmacêutica do Plano Municipal ou Estadual de Saúde.
Se o município ou estado já tiverem feito seus planos de saúde, o Capítulo Assistência Farmacêutica deverá ser submetido aos conselhos de saúde respectivos, para sua aprovação. Além disso, a inclusão do ca-pítulo no Plano de Saúde deverá ser feita no momento da revisão anual do plano.
Isso não será necessário caso o planejamento da assistência farma-cêutica seja feito no momento do planejamento das demais ações e ser-viços de saúde, ou seja, já na elaboração do Plano de Saúde. Nesse caso, a assistência farmacêutica já estará contemplada e, necessariamente, o plano terá que ser aprovado pelo conselho de saúde.
O Capítulo Assistência Farmacêutica dos Planos Municipais de Saúde deverá ser enviado à Assistência Farmacêutica dos estados para subsidiar o planejamento destes. Por sua vez, o Capítulo Assistência Far-macêutica dos Planos Estaduais de Saúde deverá ser enviado ao Depar-tamento de Assistência Farmacêutica/SCTIE/MS para embasar o plane-jamento nacional.
4 5
4 I n s t r u m e n t o d e Au t o
-Av a l i a ç ã o p a r a o P l a n e j a m e n t o
d a A s s i s t ê n c i a Fa r m a c ê u t i c a
4.1 A uto-A valiação de capacidade 1. Gestão da Assistência F armacêutica – Capacidade par a r
ealizar a gestão do Ciclo da assistência f
armacêutica Capacidade par a Estágio atual Estágios de desenv olvimento da capacidade Estágio/ meta Indicador P r io -ri da de 1.º 2.º 3.º Institucio
-nalizar a assistência farmacêutica A assistência farmacêutica não tem adequado reconhecimento ou aceitação pelas outr
as ár eas ou departamentos da secr etaria de saúde , e
não consta formalmente na estrutur
a
or
ganizacional.
As ações de or
ganização
da assistência farmacêutica não estão inseridas no Plano de Saúde e nem no orçamento anual. As ações de or
ganização
da assistência farmacêutica não estão integr
adas no SUS
nem nas instâncias de contr
ole social. A assistência farmacêu -tica é r econhecida e aceita par cialmente pelas outr as ár eas ou departa -mentos da secr etaria de
saúde e não consta for
-malmente na estrutur a or ganizacional. As ações de or ganização
da assistência farmacêutica não estão inseridas no plano de saúde e nem no orçamento anual. As ações de or
ganização
da assistência farmacêutica não estão integr
adas no SUS
nem nas instâncias de contr
ole social.
A assistência farmacêutica é reconhecida e aceita pelas outr
as ár
eas ou
departamentos da secr
etaria de saúde e
consta formalmente na estrutur
a or
ganizacional.
As ações de or
ganização
da assistência farmacêutica estão inseridas no plano de saúde e no orçamento anual. As ações de or
ganização
da assistência farmacêutica estão integr
adas no SUS e nas
instâncias de contr
ole
social.
Indicador 1 = Existência de assistência farmacêutica
no or ganogr ama da Secr etaria Municipal da Saúde . continua
4 7 Planejar a organização da
assistência
farmacêutica
Não há planejamento par
a or
ganização da
assistência farmacêutica nas difer
entes etapas
do seu ciclo (seleção, progr
amação, aquisição,
armazenamento, distribuição, uso, recursos humanos, financiamento, sistema de informação). Há planejamento par
a or
ganização da
assistência farmacêutica nas difer
entes etapas
do seu ciclo, porém, ou o plano de tr
abalho
não é cumprido, ou o planejamento é feito apenas par
a algumas etapas. H á pl an ej am en to pa ra o rg an iz aç ão d a as si st ên ci a fa rm ac êu ti ca na s di fe re nt es e ta pa s do s eu c ic lo ( se le çã o, pr og ra m aç ão , a qu is iç ão , ar m az en am en to , di st ri bu iç ão , d is pe ns aç ão , fa rm ac ov ig ilâ nc ia , u so , re cu rs os h um an os , fin an ci am en to , s is te m a de in fo rm aç ão ).
Indicador 2 = Inclusão da assistência farmacêutica no Plano Muni
-cipal de Saúde
,
com definição de objetiv
os e metas. Estrutur ar e or ganizar os
serviços de assistência farmacêutica.
Não há r ecursos financeir os, infr a-estrutur a e de pessoal adequados par a os
serviços de assistência farmacêutica. Alguns serviços de assistência farmacêutica estão estrutur
ados e
or
ganizados.
A maioria dos serviços de assistência farmacêutica está estrutur
ada e or ganizada. Indicador 3 = P or centagem
de serviços de assistência farmacêutica em condições adequadas de funcionamento.
A
valiar as
ações de assistência farmacêutica
Não e
xiste um sistema
de monitor
amento e
av
aliação das ações de
assistência
farmacêutica
1.
Coleta esporádica de dados par
a monitor amento e av aliação, não ha vendo uma estr atégia clar a par a interpr etação. Coleta r otineir a de dados de monitor amento e av aliação em todas as
atividades, os quais são utilizados par
a melhor
ar
as ações de assistência farmacêutica. Indicador 4 = Existência de pr ocedi -mentos par a o monitor amento
da assistência farmacêutica por meio de indicador
es. 1 O s is te m a de m on it or am en to e a va lia çã o co ns is te n a co le ta s is te m át ic a de d ad os q ue s er ão u ti liz ad os p ar a a ob te nç ão d e in di ca do re s. E st es in di ca do re s se rã o ut ili za do s pa ra q ue s e ve ri fiq ue o a nd a-m en to d as a çõ es q ue e st ão s en do im pl em en ta da s, c or ri ja m -s e m ud an ça s de r um o ou p ar a qu e se v er ifi qu e se o s ob je ti vo s fo ra m a ti ng id os . continuação
2. Seleção
– Capacidade par
a tr
abalhar com uma R
elação de Medicamentos Essenciais ou par
a elaborá-la Capacidade par a Estágio atual Estágios de desenv olvimento da capacidade Estágio/ meta Indicador Priori -dade 1.º 2.º 3.º Utilizar ou elabor ar r
e-lação de medicamentos essenciais.
Não e
xiste r
elação
de medicamen
-tos própria do município e sim uma lista de medicamentos
rece -bidos por r epasse estadual e feder al;
ou Existe uma lista
própria do mu -nicípio elabor ada a
partir da demanda dos serviços sem consider
ar a R esme e a R ename . Existe um pr ocesso de seleção de medi -camentos que le va
em conta dados epidemiológicos, porém não obedece aos critérios defini
-dos de análise da liter
atur a científica; ou A lista se baseia na R esme/R ena -me , porém não há av aliação sobr e a cobertur a do perfil epidemiológico. Existe um pr ocesso de seleção de medi -camentos, r ealizado
por uma CFT que obedece aos crité
-rios definidos de análise da liter
atu -ra científica 2; ou A lista se baseia na R esme/R ename
e atende ao perfil epidemiológico do município.
Indicador 5 = Existência de r elação municipal ou esta -dual de medicamen
-tos essenciais (além da lista pactuada).
2 Eficácia, segur
ança, custo/efetividade
.
4 9
Divulgar a R
elação
Municipal de Medi
-camentos Essenciais (Remume) ou da lista pactuada par
a a atenção básica par a os pr escri -tor es Não e xistem estr
a-tégias sistemáticas de divulgação. Existe divulgação da lista de maneir
a
informal.
Existe sistemática de divulgação da lista que permite conhecimento pe
-los pr ofissionais. Indicador 6 = Por centagem de medicamentos pr es
-critos que constam da R
elação Munici
-pal de Medicamentos Essenciais (R
emu
-me) ou da lista pac
-tuada par a a atenção básica. Indicador 7 = Exis -tência da R emume
ou lista pactuada da atenção básica im
-pr essa e disponív el aos pr escritor es nos consultórios. A dotar pr otocolos clí -nicos Não adota pr
o-tocolos clínicos ou adota apenas aqueles muito consagr
ados (como par a tuber culose ou hanseníase). A dota pr otocolos
clínicos, porém não há a
valiação
da utilização dos mesmos.
A
dota pr
otocolos
clínicos com gar
an
-tia de adesão pelos profissionais.
Indicador 8 = Exis -tência de Pr otocolos Clínicos aplicáv eis, impr essos e disponí
-veis nas unidades de saúde
.
3. Pr ogr amação/A quisição : Capacidade par a assegur ar a pr ogr amação e a aquisição de medicamentos em quantidade e tempo oportunos. Capacidade par a Estágio atual Estágios de desenv olvimento da capacidade Estágio/ meta Indicador Priori -dade 1.º 2.º 3.º Pr ogr amar adequadamente Não há progr amação físico-financeir a de medicamentos. A pr ogr amação não consider a ou consider a par cialmente dados
epidemiológicos, de consumo histórico, de consumo ajustado e oferta de serviços e r
ecursos financeir os. A pr ogr amação le va em consider ação dados
epidemiológicos, de consumo histórico, de consumo ajustado e oferta de serviços e r
ecursos financeir os. Indicador 9 = R ealização de pr ogr amação das
necessidades de medicamentos de acor
do com
os métodos recomendados, documentada em memória de cálculo
.
Deflagr
ar o
pr
ocesso de
aquisição em tempo oportuno A aquisição de medicamentos não le
va em
consider
ação
dados de estoque e demanda do município. A aquisição consider
a
par
cialmente
dados de estoque e demanda do município. A aquisição consider
a
integr
almente
dados de estoque e demanda do município.
Indicador 1 0 = Por centagem de pr ocessos de aquisição
de medicamentos iniciados após a falta do medicamento nos serviços de saúde nos últimos 12 meses.
51
Gar
antir a
disponibilidade de medicamentos em quantidade e tempo oportunos par
a atender às
necessidades de saúde
.
O pr
ocesso de
aquisição de medicamentos não é r
ealizado de
forma adequada a suprir r
egularmente
as demandas do município.
O pr
ocesso de
aquisição de medicamentos atende
par
cialmente
às demandas do município.
O pr
ocesso de
aquisição de medicamentos atende plenamente às demandas do município.
Indicador 1 1 = Por centagem de itens de medicamentos progr amados
e adquiridos na quantidade progr
amada.
Gar
antir a
qualidade dos medicamentos adquiridos. Não há especificação técnica dos medicamentos
3
no pr
ocesso
licitatório ou esta é incompleta.
Estabelece especifi
-cações técnicas dos medicamentos que deverão compor os editais. Estabelece especificações técnicas dos medicamentos, faz avaliação técnica par
a definir a
aquisição e gar
ante
que o edital e
xija
os documentos que assegur
em
a qualidade dos medicamentos. Indicador 12 = Existência de catálogo contendo as especificações
técnicas
dos medicamentos par
a os editais de aquisição municipal. 3 U so d a de no m in aç ão g en ér ic a, c on ce nt ra çã o po r un id ad e m ín im a de a pr es en ta çã o, d es cr iç ão d a fo rm a fa rm ac êu ti ca , u ni da de d e co m pr a (p .e x. : c om pr im id o, a m po la , f ra sc o) . continuação