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Série Fontes: na casa de memória Biblioteca Pública de Santa Catarina

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Academic year: 2021

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* Graduanda de Biblioteconomia Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: silvanelemosm@gmail.com

** Professora Doutora Eliana Maria dos Santos Bahia Jacintho. Universidade Federal de Santa Catarina. Departamento Ciência da Informação. E-mail: eliana.maria@ufsc.br

Eliana Maria dos Santos Bahia** RESUMO

Este estudo trata da Série Fontes armazenada no Setor de Obras Raras de Santa Catarina da Biblioteca Pública de Santa Catarina (BPSC), aborda sobre os suportes do livro no decorrer do tempo, a criação das bibliotecas nacionais e públicas, a relevância de uma casa de memória, a BPSC e seu histórico, o que é acervo de obras raras e obras raras de Santa Catarina, a vida pública de Henrique da Silva Fontes, criação e contribuição da Série Fontes na alfabetização catarinense, formas de manutenção do acervo raro dissertando sobre digitalização, conservação, preservação, higienização e acondicionamento. Objetivo geral deste estudo é fazer a difusão das cartilhas da Série Fontes na relevância ao acesso digital. Os objetivos específicos: discorrer sobre o tema a partir da bibliografia; prestar a divulgação do acervo raro da BPSC e estudar a viabilidade ao acesso às cartilhas da Série Fontes na Hemeroteca Digital Catarinense (HDC). A metodologia é qualitativa, exploratória, descritiva e documental. Observou-se as dificuldades enfrentadas pela BPSC desde sua criação até a atualidade e seu desenvolvimento perante as mudanças tecnológicas e sociais. O estudo da viabilidade de acesso da Série Fontes identificou que para o usuário acessar precisa ter conhecimento da existência da HDC, a BPSC faz a divulgação por meio de exposições, doação de material informativo para outras instituições exibirem, propaganda em meios de comunicação e publicações, este estudo buscou contribuir na divulgação deste acervo em específico.

Palavras-chave: Biblioteca Pública de Santa Catarina. Obras raras. Série Fontes. Cartilha de alfabetização. Hemeroteca Digital Catarinense.

1 Introdução

Na história da escrita e do livro, pode-se dizer que durante o seguimento de evolução do livro, as formas de escrita e os suportes sofreram alterações. Sobre isso, Martins (2002) salienta que foram utilizados materiais do reino animal, mineral e vegetal para utilizar como suporte de informação e que estes foram progredindo com o tempo, foram sendo aprimorados. Consequentemente, pode-se dizer que houve mudanças nas bibliotecas em sua estrutura e disponibilização.

Quando se rememora e se pensa na história das bibliotecas, encontramos em Battles (2003) a informação de que a primeira biblioteca pública foi criada em XXXIX a.C. em Roma, ela possuía duas salas de leitura, uma com livros em latim e outra com livros em grego. Como em Roma não havia escolas e universidades, as bibliotecas romanas eram as instituições culturais oficiais. Constata-se que as bibliotecas públicas foram surgindo a partir da necessidade de instrução da população.

Historicamente se tem a informação de que uma das maiores e importantes coleções desenvolvida e armazenada em um único espaço físico é o que foi

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mencionada por Martins (2002) ao lembrar da Biblioteca de Alexandria, sendo ela a mais famosa da Antiguidade.

Na Idade Média ocorre o trabalho de escrita manuscrita nos conventos, com monges copistas e tradutores, Martins (2002). Sobre esta atividade, Eco (1986) afirma que o clero nutria o conhecimento dos estudiosos deste período da história por meio de material salvaguardados em bibliotecas que estavam em mosteiros. Os monges usavam este espaço para ter acesso ao acervo e fazer suas pesquisas e traduções para outros idiomas. Porém, eles mesmos não tinham acesso a todos os livros, somente o bibliotecário e seu assistente é que tinham o privilégio de acessar todo o acervo.

É no século XIV que a prática de reprodução da informação obteve ajuda de inovações e tecnologias voltadas para essa finalidade. Assim, a cópia feita a mão deixou de ser suficiente para atender a demanda de produção de livros. Desta maneira, a xilografia surge para agilizar o processo de reprodução, Paiva 2010.

Com a invenção da imprensa de Gutenberg, no século XV, o processo de feitura do livro passou por grande mudança, esse invento sustenta dois aspectos para o destino da produção editorial, o olhar preliminar da aparência da obra em regime de criação e a possibilidade de tiragem descomplicada e ágil, que até então não era possível por causa dos métodos adotados para este fim. Uma das produções mais famosas deste período é a Bíblia de Gutenberg, marcando a transição da forma de cópia neste período histórico, Paiva (2010).

Nesta trilha da história, percebe-se que a produção editorial se tornou mais acelerada, o que ocasionou a criação de grandes bibliotecas como as nacionais, com a função de conservação do que é publicado nos países em que estão instaladas. Outro aspecto fundamental para a sociedade é que se tornou o acesso aberto ao acervo das bibliotecas para o público. A primeira Biblioteca Nacional instituída foi a de Paris, ela foi criada no ano de 1595, Martins (2002).

Constata-se que no Brasil, a Biblioteca Nacional (BN) foi criada um pouco mais de dois séculos depois da criação da BN de Paris. Ela é originada a partir do acervo proveniente da Real Biblioteca de Portugal, que foi destruída por um terremoto seguido de um incêndio, ambos ocorridos em 1755 em Portugal. Depois do ocorrido o rei de Portugal, D. José I organizou um novo acervo. Em 1808 a família real veio para o Brasil trazendo esse acervo. Assim, no ano de 1810 foi fundada a Real Biblioteca e as portas foram abertas aos estudiosos. Registra-se, neste momento, que no ano de 1822 inicia o depósito legal. No ano de 1825 a biblioteca foi adquirida pelo Brasil por meio de compra, no decorrer dos anos muitas doações enriqueceram o seu acervo, BN (2020).

No Brasil, as iniciativas de criação de Biblioteca Pública Estadual (BPE) iniciaram com a implantação da Biblioteca Pública Estadual da Bahia, que foi inaugurada 1811; seguida pela instalação da 2ª BPE, sendo esta: a Biblioteca Pública do Estado do Maranhão em 1831; na sequência, foi a vez da 3ª BPE, constituída no Estado do Pará em 1846; a 4ª BPE foi a de Sergipe no ano de 1848; sendo a 5ª BPE instalada em Pernambuco em 1852, Luca, Unglaub e Sales (2017).

A Biblioteca Pública de Santa Catarina (BPSC) é a 6ª BPE mais antiga do país, sua fundação ocorreu em 31 de maio de 1854 por meio da lei nº 373 outorgada pelo presidente da Província João José Coutinho. A cerimônia de inauguração ocorreu em 9 de janeiro de 1855. Inicialmente seu acervo foi constituído por doações do próprio Presidente da província de Santa Catarina (SC) e demais intelectuais. Durante seus 166 anos de existência seu acervo continua sendo abastecido com doações, Machado (2007).

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Atualmente o acervo é formado por mais de 115.000 volumes de acordo com dados da Fundação Catarinense de Cultura - FCC (2020), conta com obras de inúmeras áreas do conhecimento em suportes diversos. A coleção de periódicos catarinenses data de 1831 até os dias atuais, pois se trata de uma coleção em constante crescimento. Dentre os itens, destacamos “O Catharinense1” e outras

raridades como Jornal de Cruz e Souza2 denominado o “Moleque3”, periódico que

durante um tempo foi escrito a mão, com ilustrações e demais obras raras, FCC (2020).

O Setor de Obras Raras de Santa Catarina é composto por livros de literatura, livros de obras gerais, documentos e discursos de autoridades catarinenses, Espíndola e Duarte (2014), sendo um relevante centro de memória e cultura para o povo do Estado.

Nesse setor, é que discorre o presente trabalho, mediante investigação para propor uma compreensão de circulação do acervo objetivando a conservação e preservação.

Para desenvolvimento do trabalho foi selecionada a “Série Fontes” que segundo Silva Filho (2013), fez parte da alfabetização catarinense entre os anos 1920-1950. As representações da literatura catarinense da dominação social e da difusão cultural no ensino primário em Santa Catarina.

A série é composta por quatro livros de leitura e uma cartilha popular. Essa publicada no momento de construção do nacionalismo, foi indicada às escolas primárias catarinenses, informa Silva Filho (2013). Gustavo Capanema4 que estava

à frente do Ministério da Educação e Saúde no governo de Getúlio Vargas 5

(1934-1945), fundamentou parte da reconstrução nacional e teve parte na decisão de fechamento das escolas alemãs no estado, Silva (2016).

O estudo procurou contribuir com reflexões teóricas acerca da Série Fontes, que marcou um período na história da alfabetização catarinense, dissertando sobre a recuperação, organização, conservação e preservação documental que prevê as etapas de higienização, digitalização, acondicionamento e viabilidade de acesso, colaborar para pesquisas futuras em áreas como educação e ciência da informação, apresentar um recorte relevante da casa de memória BPSC, destarte, a divulgação desse acervo para disseminação da informação para a comunidade acadêmica e pesquisadores na área da Educação.

A experiência da autora em ter conhecido obras raras em bibliotecas como a Nacional de Paris e Londres, Biblioteca de Catalunha e museus em Madri, Alicante, Barcelona, Paris e Londres e a livraria Shakespeare and Company em Paris, essa última desejo despertado ao ler a obra “Um livro por dia” de Jeremy Mercer, aliadas com uma palestra ministrada pela professora e responsável pelo setor de obras raras da BN Ana Virgínia Pinheiro, despertaram o interesse por obras raras, direcionando a conhecer e estudar uma obra considerada rara para os catarinenses.

Com o pensamento de que o acervo raro necessita acompanhar as mudanças tecnológicas na área da informação, procura contribuir com a disseminação da informação e com a preservação e conservação dos exemplares instigando o leitor a

1 Jornal publicado em Desterro atual Florianópolis, FCC (2014).

2 Poeta simbolista nascido em Desterro atual Florianópolis, Prandini (2011). 3 Jornal publicado em Desterro atual Florianópolis, FCC (2014).

4 Político brasileiro nascido em 1900 e morte em 1985, Santos (2006).

5 Político brasileiro foi presidente do Brasil de 1930-1945 e 1951-1954, nasceu em 1882 e morte em

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conhecer a Série Fontes e outras “obras raras da BPSC”, por meio da página na web6, e ir até a BPSC conhecer outros materiais disponíveis no seu rico acervo.

O referencial teórico usado para este artigo aborda definições de casa de memória, informações da BPSC, traz principais pontos de sua história, conceitua acervo de obras raras, elenca critérios para seleção de obras raras no Setor de Santa Catarina, partindo da ideia de que o que é raro para os catarinenses pode não ser para o restante do mundo, além de trazer informações sobre quem foi Henrique da Silva Fontes e a criação de Série Fontes com intuito de contribuir para a alfabetização da época, assim como a descrição sobre a preservação, a conservação, o acondicionamento, a digitalização e o estudo de viabilidade de acesso às cartilhas no ambiente digital.

O método de pesquisa utiliza a abordagem qualitativa, sendo dos tipos exploratório, descritivo e documental. Por pesquisa documental, Marconi e Lakatos (2017) mencionam ser aquela realizada em documentos primários e secundários; sendo a pesquisa bibliográfica aquela que foi realizada em fontes secundárias, a partir do que foi publicado (artigos, livros, outros), promovendo uma nova perspectiva e novos questionamentos; como pesquisa exploratória, apresenta-se características como sendo uma pesquisa experienciada com finalidade de criar indagações com o objetivo de içar contingências, aproximar o pesquisador ao objeto pesquisado, metamorfosear e aclarar ideias.

2 Casa de memória

No Brasil, existem instituições que levam o nome casa de memória, como exemplo citamos a Casa da Memória de Florianópolis (SC), que conforme consta no site da Prefeitura de Florianópolis (2019, s.p.): é um local de documentação social e cultural da cidade em que une, restaura, organiza, preserva e propaga documentos visuais, sonoros, documentais e bibliográficos concatenados com a história, memória e identidade da cidade.

Com base nessa definição e, também na definição de “casa” e “memória” demonstrada pelo Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa (2020, s.p.), a primeira tem como definição: “local atribuído a reunião temática”, e como definição de memória: “Faculdade de lembrar e conservar ideias, imagens, impressões, conhecimentos e experiências adquiridos no passado e habilidade de acessar essas informações na mente.” Pode-se dizer que a BPSC é uma casa de memória, Schweitzer (2018, p. 16) declara:

Sendo a BPSC uma importante instituição de pesquisa e memória, e visto que, no estado é a instituição responsável pela salvaguarda de acervo referente à Santa Catarina, a instituição deve, com as condições necessárias, fazer a guarda da Coleção ORSC e disponibilizá-la aos usuários. Além disso, como uma das primeiras bibliotecas públicas do Brasil, pode contribuir para o registro da história do país. (SCHWEITZER, 2018, p. 16).

Essa instituição apresenta valor significativo para o Estado de Santa Catarina e para o país, disseminando a informação atual e histórica do seu acervo mantendo a memória e a identidade do povo catarinense, garantindo a guarda e disponibilização do acervo.

6 HEMEROTECA DIGITAL CATARINENSE. Florianópolis, [2020]. Disponível em:

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2.1 Biblioteca Pública de Santa Catarina

Está localizada na Rua Tenente Silveira, 343, centro de Florianópolis, atende de segunda a sexta-feira das 8 horas às 19 horas e nos sábados das 8 horas às 11h:45 min, destaca o site da FCC (2020), instituição a qual está subordinada e mantida.

Seu acervo é variado, possui títulos de diversas áreas do conhecimento em múltiplos suportes, coleção de periódicos, obras raras e opções de capacitação, entretenimento, informação e reflexões com as atividades organizadas pela equipe BPSC, aborda FCC (2020).

Tem como missão a manutenção, conservação e o desenvolvimento da memória cultural do Estado, divulgando e promovendo a cultura como também instigar o hábito à leitura, frisam Davok, Pereira e Ordovás (2011).

Seu acervo é composto por mais de 115.000 volumes, destaca FCC (2020). Composto pelo Setor de Obras Gerais com obras nacionais e internacionais e obras de referência; Setor de Literatura; periódicos; materiais em braile; Setor de Santa Catarina; Obras Raras Gerais e Obras Raras de Santa Catarina, informa Schweitzer (2018).

Segundo a FCC (2020), no ano de 2019 a biblioteca recebeu 41.099 frequentadores, realizou 60.214 empréstimos, obteve 4.444 acessos ao acervo da Hemeroteca Digital Catarinense (HDC), 4.886 consultas ao acervo de Obras Raras e Gerais e 1.190 consultas ao acervo de Obras Raras de Santa Catarina. O relatório apresenta vários outros indicadores que podem ser acessados por quem tiver interesse na página web da BPSC.

A equipe técnica da biblioteca é formada por 14 servidores concursados (9 são bibliotecários); uma administradora bibliotecária (cargo comissionado); 6 funcionários terceirizados; estagiários dos cursos de biblioteconomia e história (UFSC e UDESC); militares que fazem a parte de segurança da BPSC e 3 funcionários dos serviços gerais. Prestam o atendimento, administração, disseminação da informação, manutenção do acervo e demais serviços pertinentes ao funcionamento da BPSC, contribuem também com a elaboração de trabalhos científicos, para a realização deste artigo foram utilizados trabalhos desses profissionais.

A BPSC é a 6ª Biblioteca Pública Estadual mais antiga do país, sua criação foi em 31 de maio 1854 pelo presidente da Província João José Coutinho por meio da lei nº 373, sua inauguração ocorreu em 9 de janeiro de 1855, operava em uma sala da Assembleia Legislativa Provincial, destaca Machado (2007), o autor alude que antes da criação da biblioteca os livros e jornais tinham alcance as instituições religiosas, oficiais e a pessoas que possuíssem muito dinheiro. Alguns desses exemplares podem ser consultados na biblioteca na forma física ou na página web7.

O acervo iniciou a partir de doações do Presidente da Província de SC e outros intelectuais, Machado (2007) destaca que, em 1854 chegaram a Desterro 200 volumes preciosos vindos da Corte do Rio de Janeiro, enviados por Joaquim d’ Azevedo8, fato noticiado no periódico Correio Catarinense, complementa que o

acervo iniciou com 474 livros recebidos de doação. Outro autor acrescenta:

Seu acervo foi inicialmente composto por 474 volumes, todos oriundos de doação particular, sendo que 202 foram doados por Joaquim Antônio de

7 HEMEROTECA DIGITAL CATARINENSE. Florianópolis, [2020]. Disponível em:

http://hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/. Acesso em: 06 out. 2020.

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Azevedo, 38 pelo Padre Joaquim Gomes de Oliveira Paiva, cinco exemplares por Antônio Justiniano Esteves, dois por Manoel José de Oliveira, e 222 volumes por Francisco de Paulicéia Marques de Carvalho, sendo que este último, fora designado para as funções de bibliotecário e primeiro diretor da BPSC. (MACHADO, 2014, p.7).

A biblioteca passou por diversos endereços até fixar no atual endereço. Conforme Machado (2007) destaca, inicialmente esteve na Assembleia Legislativa Provincial em 1855; na segunda mudança foi para o edifício do Liceu em 1856; esteve instalada numa sala térrea da Diretoria da Fazenda da Província em 1866; posteriormente na rua Trajano 26, na época a rua se chamava Rua do Livramento 1870; moveu-se no mesmo ano para o Liceu Provincial; em seguida para o Palácio do Governo, operava na Secretaria Provincial mudança ocorrida em 1872; retorna a Rua Trajano em 1908; esteve na rua Arcipreste Paiva em 1960; penúltimo endereço foi na Rua Visconde de Ouro Preto 39 esquina com Artista Bittencourt em 1973 na casa que pertenceu a Nereu Ramos, neste local em 1974 foi adotado o sistema de Classificação Decimal Dewey (CDD) e por fim em 1979 o acervo foi transferido para o endereço atual na rua Tenente Silveira esquina com Jerônimo Coelho, centro de Florianópolis.

A Lei nº 11.074 de 11 de junho de 1999 estabeleceu o Depósito Legal à biblioteca, destina que as editoras e escritores do Estado tem o comprometimento de doar um exemplar de obras impressas, para garantir o registro e preservação da memória de SC, apontam Davok, Pereira e Ordovás (2011).

Os primeiros impulsos ambicionados para a entrada no mundo digital principiaram a partir de 1996, destaca Machado (2014) que no transcorrer dos seus 140 anos o Governo do Estado de SC concedeu recursos para aquisição de computadores e uma base de dados para cadastrar o acervo e os usuários.

No ano de 2013 a biblioteca implantou importantes serviços de atendimento ao usuário e disseminação da informação.

Na passagem dos seus 160 anos, podemos comemorar a concretização de dois novos e fundamentais serviços que foram agregados: a disponibilização do acervo on-line, permitindo que os usuários realizem consulta ao acervo, efetuem reserva, renovação, façam controle do empréstimo e o envio de mensagens; e a criação da Hemeroteca Digital Catarinense, repositório digital que permite o acesso aos jornais catarinenses publicados a partir do Século XIX. (MACHADO, 2014, p. 15).

A estrutura administrativa e os setores da biblioteca contam com “Literatura, Obras Gerais, Periódicos, Braille, Infanto-juvenil, Santa Catarina, Obras Raras, Processamento Técnico, Empréstimo, Informática, Reprografia, Recepção, Secretaria, Serviços Gerais e LACRE”, retrata Machado (2014, p. 15), LACRE é o Laboratório de Conservação, Restauração e Encadernação

Esses serviços aumentam a aproximação do usuário e acervo, neste estudo a atenção está voltada a HDC e a Série Fontes que pode ser acessada na forma digitalizada.

2.2 Acervo de Obras Raras

No país a BN é a norteadora dos critérios para seleção de obras raras, sendo destacado:

Raridade e preciosidade são os dois critérios principais que caracterizam as peças do acervo de Obras Raras, oriundas de diversas coleções da própria Biblioteca Nacional. Para integrar este conjunto, não basta que a obra seja antiga, é preciso também que seja única, inédita, faça parte de alguma edição especial ou apresente algum traço de distinção. Pode ser uma

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encadernação de luxo ou o autógrafo de uma celebridade como D. Pedro II, Coelho Neto, Carlos Drummond de Andrade ou Jorge Amado. Periódicos raros publicados até o século XIX também compõem esse acervo. (BN, 2020).

Para Pinheiro (2009) há obras que nascem raras e outras se tornam ou deixam de ser com o tempo, o contexto determina a raridade, apresenta o exemplo de um livro proibido que deixa de ser raro a partir do momento em que ele é liberado, e de um livro que pode se tornar raro quando parte considerável da edição ser extraviada.

Na BPSC o setor de obras raras está instalado no terceiro andar do prédio, utiliza dos critérios de seleção de obras raras proposto pela BN e Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras (PLANOR):

a) obras confeccionadas nos séculos XV e XVI (incluindo-se os incunábulos, xilogravuras, as primeiras impressões tipográficas e demais técnicas de impressões bibliográficas deste período cronológico);

b) obras confeccionadas nos séculos XVII e XVIII (incluindo-se títulos de grandes escritores, como: Cervantes, Shakespeare, Molière, entre outros); c) obras confeccionadas, no Brasil, no século XIX até o ano de 1821, período de atuação da Imprensa Régia Brasileira;

d) a primeira edição de obras publicadas de 1822 até 1949;

e) obras internacionais, nacionais e catarinenses consideradas especiais (incluindo-se: edições de luxo, edições limitadas, edições com tiragens reduzidas por qualquer motivo, edições esgotadas, edições não-oficiais e/ou proibidas);

f) obras das coleções instituídas pela BPSC (Coleção Bibliotecas das Moças; Coleção Saraiva; Coleção Civilização Brasileira; Coleção História das Américas; Coleção Brasiliana, e Coleção Obras Completas de Rui Barbosa);

g) obras internacionais, nacionais e catarinenses com valor histórico, inclusive clássicos das áreas de interesse da BPSC;

h) obras especiais dentro de uma coleção (premiadas, por exemplo);

i) exemplares personalizados, com assinaturas e/ou dedicatórias do autor, ou de pessoas de renome histórico e literário;

j) obras segundo seu valor físico: produzidas de modo artesanal, obras manuscritas (escritas à mão), e obras datilografadas;

k) obras catarinenses que se configuram como “incunábulos locais”, ou seja, primeiras impressões de determinado município, que datam da primeira gestão administrativa da emancipação dos municípios;

l) publicações produzidas pela FCC e pela BPSC, não incluindo obras incentivadas e/ou patrocinadas por estas;

m) obras pertencentes à bibliófilos de interesse da BPSC. (ESPÍNDOLA E DUARTE, 2014, p.142-143).

Os usuários não têm livre acesso ao local de armazenamento do acervo que está neste setor, as obras devem ser solicitadas aos funcionários, são de consulta local e deve ser utilizadas luvas no manuseio para a conservação do acervo, é permitido a reprodução das obras por meio de fotografia sem a utilização de flash, acrescentam Espíndola e Duarte (2014).

Salientam os autores Espíndola e Duarte (2014), que em 2013 o acervo era formado por 8.717 Obras Raras Gerais (nacionais e internacionais) e Obras Raras de Santa Catarina dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX (este último com data de publicação até 1949).

O setor de Obras Raras Gerais é formado por obras de literatura, referência, periódicos e publicações de órgãos e fundações, obras como Coleção Bibliotecas das Moças, Coleção Saraiva, Coleção Civilização Brasileira, Coleção História das Américas, Coleção Brasiliana e Coleção Obras Completas de Rui Barbosa fazem parte deste acervo, destacam Espíndola e Duarte (2014).

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Nesse setor, as atividades de preservação e conservação desenvolvidas para manutenção da memória consistem na higienização dos exemplares, cuidado com a temperatura, umidade e luminosidade, são ações relevantes mencionadas por Espíndola e Duarte (2014).

Essas práticas buscam garantir o acesso continuado ao acervo, juntamente com o procedimento de digitalização e microfilmagem das obras que será abordado em outro tópico.

2.1.2 Setor Obras Raras de Santa Catarina

O início da criação deste setor pode ter sido nos anos 1980, não há conhecimento de documento que indique com precisão a data, esta pôde ser constatada a partir de relatórios anuais elaborados por servidores da BPSC, indica Schweitzer (2018).

Este setor é formado por todas as áreas do conhecimento, elaboradas por autores catarinenses, o que foi escrito sobre Santa Catarina ou editados no Estado, esclarece Schweitzer (2018).

Espíndola e Duarte (2014, p. 139) salientam que “as Obras Raras de Santa Catarina (ORSC), por sua vez, são constituídas por títulos de literatura, periódicos, teses, dissertações, anais, falas e discursos de autoridades catarinenses, entre outros documentos estaduais.” Segundo os autores as obras não estão separadas por período, no ano de 2013 esse acervo era constituído por 3.005 volumes.

Schweitzer (2018) destaca que o acervo possui obras elaboradas entre os séculos XIX e XX, abriga obras como “Assembleia das Aves: poemeto em quatro cantos, publicado em 1847 escrito por Marcelino Antônio Dutra9, essa foi a primeira

obra literária de autor catarinense e “Memória Política sobre a Capitania de Santa Catarina escrita no Rio de Janeiro em 1816 por Paulo Joze Miguel de Brito”10 e

publicado em 1829, aqui foi utilizada a grafia da língua portuguesa atual no Acordo Ortográfico assinado em 1990, Silva (2014).

Nas décadas de 1980 e parte de 1990 iniciou uma política de conservação do acervo, “[...] a microfilmagem de 197 títulos de periódicos catarinenses dos séculos XIX e XX, por meio do Programa Nacional de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros da Biblioteca Nacional [...]” Machado, (2014, p. 14). No setor de Santa Catarina da BPSC estão disponíveis jornais catarinenses desde 1831, podem estar microfilmados, digital ou original em papel, aborda FCC (2014).

Tabela 1 - Jornais raros na BPSC

Nome do Jornal Ano de publicação Local

O Catharinense 1831 Desterro

O Expositor 1832 Desterro

O Relator Catharinense 1845 Desterro

Conciliador Catharinense 1849 Desterro

O Novo Iris 1850 Desterro

Correio Catharinense 1852 Desterro

A Revelação 1852 Desterro

O Conservador 1855 Desterro

9 Assembléa das Aves: poemeto em quatro cantos, publicado em 1847 escrito por Marcelino Antônio

Dutra.

10 Memoria Política sobre a Capitania de Santa Catharina escripta no Rio de Janeiro em o anno de

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O Mensageiro 1855 Desterro

O Argos 1856 Desterro

Fonte: FCC (2014)

A gestão do acervo conta com os critérios estabelecidos pela BN, no Setor de Obras Raras de Santa Catarina. A seleção de um material como obra rara é feita por meio da experiência, segundo destaca Schweitzer (2018) em sua dissertação de mestrado da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) com o título “Obras raras em bibliotecas públicas: proposta de critérios de raridade para a coleção obras raras de Santa Catarina”.

A autora Schweitzer (2018) elaborou os critérios com base na revisão de literatura, critérios estabelecidos pelo PLANOR, nas respostas dos questionários enviados para elaboração do trabalho a outras bibliotecas públicas e estudo da especificidade da coleção Obras Raras de Santa Catarina. Apresenta os seguintes critérios:

Tabela 2 - Critérios de obras raras de SC

Critérios relacionados ao limite histórico:

a) Livros que se configuram como “incunábulos locais”: Primeiras impressões de determinado município, que datam da primeira gestão administrativa da emancipação dos municípios;

b) Livros impressos em Santa Catarina há 100 anos ou mais: A data de publicação deverá ser levada em consideração na identificação e qualificação dos livros que farão parte da Coleção ORSC, porque quanto mais tempo um exemplar sobrevive, mais ele se torna único em relação ao testemunho de seu próprio tempo e lugar e em relação à tecnologia utilizada para a sua criação. Pode-se definir uma data de “gatilho” (1940) e, considerar todos os livros publicados antes dela. c) Valor histórico de cada livro para o Estado de Santa Catarina: Livros considerados de valor significativo por estarem alinhados com a missão da BPSC e/ou pelo compromisso da instituição com a preservação e o acesso a longo prazo das obras que contêm a memória bibliográfica e cultural do Estado, independente da data de edição.

Critérios relacionados aos aspectos bibliológicos:

d) Livros em destaque pela materialidade (impressão, formato, encadernação, entre outros): Livros com aspectos pouco comuns em sua costura, tipografia e acabamento. Edições de luxo, edições de formato não convencional (pouco usuais, miniaturas). Livros com parte móveis ou dobráveis. Livros feitos artesanalmente ou de material incomum.

Critérios relacionados ao valor cultural:

e) Livros com tiragens especiais, muitas vezes numeradas: Edições com tiragens reduzidas, aproximada de 100 exemplares. Edições clandestinas, edições esgotadas, edições personalizadas, edições censuradas, edições comemorativas.

Critérios relacionados à pesquisa bibliográfica:

f) Valor bibliográfico e de pesquisa: Fac-símiles ou edições reimpressas que estejam disponíveis para substituir o original na coleção.

Critérios relacionados às características do exemplar:

g) Marcas extrínsecas da obra: exemplares com anotações manuscritas de importância - incluindo dedicatórias: exemplares com marcas de propriedade, anotações manuscritas que

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esclareçam ou comentem a obra, feitas pelo próprio autor ou colecionador (marcas de leitura) e/ou dedicatórias dos autores das obras (Figura 8) ou de renomadas personalidades catarinenses. Elementos acrescentados aos livros após sua publicação, personalizando o exemplar. Tais elementos são, por exemplo: marcas de propriedades: ex-libris (Figura 8), carimbos, brasões, assinaturas, indicando que aquele exemplar pertenceu a personalidades catarinenses famosas e/ou importantes (PINHEIRO, 1989).

Fonte: SCHWEITZER (2018, p. 79-80, grifo do autor)

Esses critérios visam facilitar a caracterização de uma obra como rara, “[...] tendo em vista a inexistência de critérios adequados, corre-se o risco de descartar uma obra rara, como também de preservar um material irrelevante”, Schweitzer (2018, p. 16).

Segundo informação da autora e colaboradora da BPSC Janaina dos Santos Schweitzer, a implantação desses critérios estava no planejamento do ano de 2020, a situação de fechamento da BPSC devido a pandemia do coronavírus (COVID-19) prorrogou a realização.

No acervo está guardado a história do povo catarinense em seus livros, trabalhos acadêmicos e discursos, o material que o compõe certamente serviu a população em determinado momento, e segue assim ainda hodiernamente com um público mais restrito sem perder sua relevância informacional e principalmente histórica, contribuindo para a memória, estudos e pesquisa científica. Instiga a refletir sobre o tempo e as tecnologias, o acervo contribui para reconhecer parte da estrutura geral do Estado de Santa Catarina.

Nesse setor é que discorre o presente trabalho, mediante investigação propor uma compreensão de circulação do acervo objetivando a conservação, preservação e marketing da BPSC. Para desenvolvimento do trabalho foi selecionada a Série Fontes que segundo Silva Filho (2013), fez parte da alfabetização catarinense entre os anos 1920-1950. As representações da literatura catarinense da dominação social e da difusão cultural no ensino primário em Santa Catarina.

2.3 Henrique da Silva Fontes - Prof. Dr. Henrique Fontes

Esta personalidade a qual elaborou os Livros de Leitura da Série Fontes, que é objeto deste estudo, é um homem nascido em Itajaí-SC em 15 de março de 1885, formou-se em Ciências e Letras pelo Ginásio Nossa Senhora da Conceição em São Leopoldo- RS entre 1903 e 1906, em 1907 foi para o Rio de Janeiro- RJ e atuou como professor particular, em 1910 veio para Florianópolis período em que começa a trabalhar com Orestes Guimarães11 responsável pela reforma do ensino público no

Estado de Santa Catarina, Fontes foi professor no Ginásio Catarinense (atualmente Colégio Catarinense) lecionando Português, História do Brasil e Escrituração Mercantil no período de 1910 a 1917, e na Escola Normal Catarinense (atual Instituto Estadual de Educação) foi professor de Pedagogia, Psicologia, História e Geografia entre 1911 e 1918, explicita Silva Filho (2013).

Silva Filho (2013) conta que Henrique da Silva Fontes atuou como presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC) no espaço de tempo 1935 e 1965 eleito presidente perpétuo nessa última data.

Como membro do IHGSC participou do recenseamento estadual em 1918, Preuss (1998) enfatiza que a partir desse, Henrique Fontes observou que 55% das

11 Professor, dirigente de grupos escolares em São Paulo e reforma do ensino público em SC, nasceu

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escolas do Estado eram particulares e maior parte delas estavam situadas em colônias de imigração.

No segundo mandato do Governador Hercílio Luz12 em 1918-1922 o convida

a incumbir-se da Diretoria de Instrução Pública do Estado de Santa Catarina, o qual fez de 1919 até 1926, Preuss (1998) destaca que nesse período Henrique voltou sua atenção ao ensino nas classes populares, a elaboração da Série Fontes estava ligada a essa dedicação.

Silva Filho (2013) aponta que Henrique Fontes foi um dos membros fundadores da Sociedade Catarinense de Letras (Academia Catarinense de Letras) em 1920, no governo de Adolfo Konder13 entre 1926-1930 fez-se Secretário

Estadual da Fazenda, Viação, Obras Públicas e Agricultura de 1926 a 1929.

Formou-se em Direito no dia 15 de março de 1927 dia de seu aniversário, pela Faculdade de Direito do Paraná a posteriori foi Juiz Federal Substituto, Juiz e Procurador do Tribunal Regional Eleitoral, Procurador Geral do Estado, Desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, acentua Celestino Sachet (2013). Juntamente com o desembargador José Arthur Boiteux14 e outros

intelectuais criaram a Faculdade de Direito de SC, instituída em 1932, na qual atuou como professor e diretor, expõe Bahia (1994).

Fundador e diretor da Faculdade Catarinense de Filosofia de 1951 a 1961, Diretor geral da Casa dos Professores de SC entre 1952 e 1957. Visa Silva Filho (2013) que entre 1955 e 1961 o professor Henrique Fontes foi incumbido dos estudos de criação da Universidade de Santa Catarina, ofício exercido sem remuneração.

Sachet (2013) destaca que dos diversos cargos ocupados por Henrique da Silva Fontes, o que o próprio mais gostava e pretendia ser chamado era o de professor. Ele faleceu em Florianópolis no dia 22 de março de 1966.

2.1.3 Série Fontes

O início da Série decorreu em 1920 quando Henrique da Silva Fontes apresentou ao Governador do Estado Hercílio Pedro da Luz a formação de livros escolares impressos com recursos públicos, com a justificativa de solucionar a dificuldade de adquirir e distribuir livros e com valor reduzido, apontam Hoeller e Daros (2011).

Preuss (1998) sublinha que como educador e Diretor de Instrução Pública do Estado Henrique Fontes direcionou a atenção ao ensino básico, criou a coleção para servir de base na alfabetização, ampliou as escolas básicas, uniu escolas femininas e masculinas e impulsionou o uso da língua portuguesa nas escolas.

A Série Fontes é constituída por cinco livros: a Cartilha Popular, Primeiro Livro de Leitura, Segundo Livro de Leitura, Terceiro Livro de Leitura e o Quarto Livro de Leitura, todos disponíveis na BPSC.

12 Engenheiro e político catarinense, foi governador e senador nasceu em 1860 e morreu em 1924,

Piazza (1984).

13 Político catarinense, foi deputado federal, governador de SC e senador, nascido em 1884 e morte

em 1956, Pelegrin (2019).

14 Jornalista e político catarinense, foi Secretário Geral do Estado no governo de Hercílio Luz

juntamente com o governador sancionou a lei nº111 de 1º de outubro 1894 alterando o nome da capital de SC de Desterro para Florianópolis, Bahia (1994).

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Sachet (2013) destaca que em 1920 foi publicada a Cartilha Popular, Primeiro e Segundo Livro de Leitura; em 1929 publica o Terceiro Livro de Leitura e em 1930 sai a publicação do Quarto Livro de Leitura.

[...] As primeiras décadas do século XX são marcadas pela recente proclamação da República e por uma série de medidas de ordem política social e econômica, que visavam colocar o país em sintonia com as nações mais desenvolvidas. Acreditava-se que só seria possível construir uma nova nação por meio da educação escolar. Por conta disso, à escola primária foi dada a missão de formar o cidadão republicano moderno: civilizado, patriota, racional e higiênico, afastando a população dos maus hábitos, das crendices e superstições. (OLIVEIRA; TEIVE, 2014, p. 550).

Silva (2016) aborda que as cartilhas de Fontes foram as primeiras elaboradas para realidade das escolas catarinenses, as cartilhas anteriores eram traduções ou de autores de outros Estados do Brasil.

A HDC disponibiliza oito cartilhas digitalizadas com edições diferentes: a Cartilha Popular de 1948; Primeiro Livro de Leitura de 1945; Segundo Livro de Leitura de 1920, 1941 e 1945; Terceiro Livro de Leitura de 1939 e 1943 e Quarto Livro de Leitura de 1940. O Segundo e Terceiro Livros de Leitura apresentam edições diferentes, devido às alterações ortográficas que ocorreram no período em que eram aplicadas na educação.

Henrique da Silva Fontes quando na realização da primeira edição em 1920, relatou que devido ao pouco tempo para organizar e o preço elevado do papel, lidava com uma tiragem de ensaio e que era estipulada para esgotar naquele mesmo ano letivo, os professores poderiam oferecer sugestões e pareceres sobre a obra, sendo essas usadas para a elaboração das seguintes, Hoeller e Daros (2011).

As edições disponíveis na HDC exceto o Quarto Livro de Leitura, apresentam o mesmo prefácio datado de 1920 por Henrique Fontes Diretor de Instrução Pública, o Quarto Livro Henrique Fontes destaca no prefácio feito em 1930 que mesmo não sendo o responsável pela administração do ensino público, seu carinho e responsabilidade com o ensino público permanece.

Schena (2020) ergue que a adoção da Série como obrigatória nas escolas públicas e particulares manifesta a renovação pedagógica no ensino primário de SC, contava com elementos de “[...]lealdade, honradez, honestidade, que o bom cidadão levaria da escola para construir sua relação com a sociedade de forma harmoniosa. E no momento que estes livros foram publicados, o país vivia um momento especial de construção do nacionalismo” Schena (2020, p. 132).

A Cartilha Popular é o primeiro livro da Série, após o prefácio Fontes apresenta instruções de como os professores necessitam ensinar as lições, traz ilustrações para auxiliar na aprendizagem “Curiosamente, mesmo sendo denominado como Série Fontes o material encaminhado para as escolas por meio do Estado, para as crianças a lembrança iconográfica mais forte era a de um boi na cartilha de alfabetização[...]”, Souza (2010, p. 36).

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Imagem 1 – Cartilha popular Série Fontes

Fonte: HEMEROTECA DIGITAL CATARINENSE (2020)

O Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Livro de Leitura trazem uma mescla de assuntos através de textos, narrativas, poesias, ditados, parábolas e hinos são precedidos do nome de seus autores que eram locais, nacionais e internacionais. O Quarto Livro apresenta no final algumas abreviaturas e uma lista de vocabulário.

Os assuntos tratados nas cartilhas abordam o amor à pátria, necessidade do trabalho, obediência, gratidão, respeito, pontualidade, bons costumes, higiene, valorização, integridade, capricho com as coisas, boa alimentação, textos religiosos de fundamentação cristã, as cartilhas ensinam história, citam alguns feriados e falam do seu surgimento.

3 Estudo da viabilidade de acesso às cartilhas da Série Fontes

Ao iniciar a elaboração do trabalho ocorreu em ir até a BPSC, visto que era necessário conversar com a responsável e demais sobre a intenção de realização do trabalho, receber informações bem como para poder acessar as cartilhas da Série Fontes.

Inicialmente a ideia do trabalho era propor a digitalização e inserção das cartilhas na web, durante conversa com Alzemi Machado funcionário do setor Santa

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Catarina e Obras Raras e coordenador técnico da HDC, informou que as cartilhas estavam disponíveis na web15 precisamente na HDC.

Houve então a necessidade de entender o que é uma hemeroteca, estudar a viabilidade de acesso como forma de facilitar o acesso à informação e fazer a divulgação deste serviço aos estudantes, profissionais, pesquisadores e demais interessados.

Durante a pesquisa, as publicações evidenciaram que a divulgação da HDC vem acontecendo de maneiras distintas, como exposições de capas de jornais digitalizados dos séculos XIX e XX no hall da BPSC, doação de material para exposição para arquivos históricos do interior de Santa Catarina, divulgação na imprensa rádio e televisão, jornais, revistas e sites de notícias, relata FCC (2016). A divulgação mais recente encontrada foi do “Catálogo Jornais Catarinenses da Biblioteca Pública de Santa Catarina: 1831 a 2019” lançado neste ano de 202016.

Cunha e Cavalcanti (2008, p. 185) apresentam a definição de hemeroteca como “[...] Lugar de guarda, custódia e conservação de jornais e outras publicações periódicas. [...]”. Na BPSC a hemeroteca armazena jornais, boletins, revistas, livros e cartilhas.

A HDC foi criada em 2013 juntamente com outros serviços, Silva e Scaravelli (2015) destacam:

A BPSC em parceria com o Centro de Ciências Humanas e da Educação (FAED), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), e do Instituto de Documentação e Investigação em Ciências Humanas (IDCH), organizou a “Hemeroteca Digital Catarinense”, que tem como objetivo divulgar o acervo documental de publicações periódicas, em especial jornais editados e publicados em Santa Catarina a partir do século XIX, promovendo o acesso a fontes documentais selecionadas, organizadas e estruturadas, em formato digital. Os exemplares impressos permanecem sob os cuidados da biblioteca, podendo ser manuseados pelos pesquisadores, caso haja necessidade de contato direto com a materialidade. (SILVA; SCARAVELLI, 2015, p. 107).

A página da BPSC está inserida no site da FCC17, nessa aparece a esquerda

os espaços que a constituem, ao clicar em Biblioteca Pública há o direcionamento a instituição, no lado esquerdo aparece os espaços da biblioteca pública: apresenta o histórico; requisitos para empréstimo de livros; equipe técnica; setores que formam a biblioteca e publicações; consulta e renovação online (direciona para o Sistema de Automação de Bibliotecas – Sábio); procedimentos e relatórios; hemeroteca (direciona para HDC); serviços; setor infanto juvenil; localização e agenda.

15 HEMEROTECA DIGITAL CATARINENSE. Florianópolis, [2020]. Disponível em:

http://hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/. Acesso em: 06 out. 2020.

16 GOVERNO DE SANTA CATARINA. Notícias. Florianópolis, [2020]. Disponível em:

https://www.sc.gov.br/noticias/temas/cultura/biblioteca-publica-atualiza-catalogo-de-jornais-catarinenses-com-publicacoes-de-1831-a-2019. Acesso em: 03 dez. 2020.

17 FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURA. Espaços: biblioteca pública. Florianópolis, [2020]. Disponível em: https://www.cultura.sc.gov.br/espacos/biblioteca. Acesso em: 06 out. 2020.

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Imagem 2- Página web BPSC

Fonte: FCC (2020)

Para realizar a busca pelas cartilhas da Série Fontes a ação da pesquisadora foi selecionar a aba “Consulta e Renovação Online” que direciona para o Sistema de Automação de Bibliotecas - Sábio, abre outra aba e nessa ao lado esquerdo apresenta as opções: “Home; Informações: Histórico, Horário de funcionamento, Contato, Projetos BPSC; Consulta do acervo: Simples, Avançada, Índices, Periódicos, Novas aquisições; Página do usuário: Seus empréstimos; Seu histórico; Suas reservas; Enviar mensagem e Esqueci minha senha e o botão Sair”. Ao clicar nessas opções abre ao centro as informações ou serviços de acordo com o selecionado, esse sistema é prático e intuitivo sendo de fácil entendimento por parte do usuário.

As cartilhas não podem ser encontradas no Sábio, pois nem todas as Obras Raras de Santa Catarina estão cadastradas nesse sistema, para ter acesso é preciso entrar na aba da hemeroteca, para a autora o termo hemeroteca pode ser desconhecido por muitos usuários e isso pode impedir o usuário de acessar. Dentro da página web HDC18 não tem uma caixa para a busca da obra desejada, é

necessário ir na aba “ACERVOS” “LIVROS E CARTILHAS” para encontrar as cartilhas da Série Fontes digitalizadas.

4 Digitalização, preservação, conservação, higienização e acondicionamento A digitalização de acervos antigos surge como uma solução ao acesso informacional e preservação dos exemplares diminuindo o manuseio deles. Contribui para a agilidade na recuperação da informação e a disseminação do conteúdo, atingindo maior público e diminuindo a distância do leitor com a obra através da difusão do acervo. Greenhalgh (2011, p. 162), “[...] A ampliação da política de preservação e conservação do acervo garante, também, que o material seja uma fonte de validação das informações dispostas em meio digital.”

Greenhalgh (2011) destaca que o armazenamento digital podem ser cópias de segurança, no caso das obras raras que podem ter somente um exemplar, o armazenamento dos arquivos digitais precisa estar em local distinto das obras físicas para evitar que acidentes naturais ou criminosos possam destruir os dois.

18 HEMEROTECA DIGITAL CATARINENSE. Florianópolis, [2020]. Disponível em:

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A FCC (2016) informou que as cópias de segurança são armazenadas no Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (CIASC) e em locais fora da BPSC em HD externo, de acordo com as orientações do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) que aborda sobre digitalização.

Outro meio de preservação e conservação adotado na BPSC é a microfilmagem, o acervo de jornais apresenta exemplares microfilmados, Machado e Borszcz (2020). Elkington (2001) enfatiza que a microfilmagem confere acesso as coleções de maneira facilitada, evita o manuseio das obras originais impossibilitando o crescimento dos danos ocasionados pelo manuseio e preserva a informação em casos de documentos deteriorados.

Os acervos das bibliotecas vão se deteriorando com o tempo, Chagas e Bahia (2010) mencionam que um plano de preservação e conservação precisa ser adotado. Para Cassares (2000, p.13):

Preservação: é um conjunto de medidas e estratégias de ordem

administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais.

Conservação: é um conjunto de ações estabilizadoras que visam

desacelerar o processo de degradação de documentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos (higienização, reparos e acondicionamento). (CASSARES, 2000, p.13, grifo do autor).

Os principais agentes maléficos que atingem os acervos são a acidez e a oxidação como deterioração química; agentes ambientais temperatura, umidade relativa do ar, radiação da luz, qualidade do ar; os agentes biológicos insetos, roedores e fungos; intervenções inadequadas que são métodos de conservação que revertem em problemas maiores e problemas na manipulação tanto no uso, remoção das estantes, processo de higienização e reprodução, Cassares (2000). Chagas e Bahia (2010) complementam que desastres com fogo e água são os mais graves fatores e que a escolha de materiais inadequados para a confecção das obras acelera o envelhecimento delas.

Cassares (2000) aborda que a sujidade é o agente que mais ataca os acervos, aliada a condições ambientais inapropriadas, a higienização deve ser aplicada com frequência esse processo é visto como conservação preventiva por excelência.

Salientam Chagas e Bahia (2010), ao realizar a limpeza das obras o processo mais fácil é a seco com aspirador, trincha e flanela de algodão sempre observando a resistência da obra, pode ser feita remoção de fitas e etiquetas adesivas puxando com cuidado, quando a cola já fixou é necessário o uso de solventes.

O acondicionamento objetiva proteger as obras que se encontram em algum nível de deterioramento e na proteção daquilo que já foi tratado e recuperado, o material para confecção das embalagens de acondicionamento precisam ser de qualidade arquivística e ser produzido para finalidade específica, os principais materiais usados são: papel e cartão neutro ou alcalino de gramaturas diversas; papelão; filmes de poliéster; fita adesiva dupla neutra; tiras ou cadarços de algodão; tubo de PVC e tecido de linho, destaca Cassares (2000).

A embalagem de acondicionamento precisa ser produzida sob medida o material mais indicado é o cartão ondulado Kraft, necessita ser feita a fixação de etiqueta identificadora da obra na caixa, Chagas e Bahia (2010).

Na BPSC as atividades de preservação e conservação no acervo raro consistem na limpeza das obras, manejo de temperatura, umidade, luminosidade, para manusear os exemplares os usuários necessitam utilizar luvas e a reprodução

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das obras só pode ser feita por equipamentos fotográficos sem flash, relatam Espíndola e Duarte (2014).

A Série Fontes se encontra digitalizada, como citado acima atividades de preservação e conservação são desenvolvidas, possibilitando a difusão da informação e a garantia de guarda desse conteúdo.

5 Considerações finais

Durante o estudo foi observado que a BPSC enfrentou muitas dificuldades, como local de instalação, recebimento de verbas para manutenção de sua estrutura física e compra de material, no entanto nunca deixou de cumprir com sua missão. Acompanha as mudanças tecnológicas com a informatização e disponibilização da informação no ambiente digital, atendendo os usuários de todas as faixas etárias, limitações físicas e diferentes níveis de formação educacional, bem como promovendo a arte e cultura através de exposições e palestras.

A bibliografia utilizada neste estudo trouxe uma abordagem desde o surgimento do livro e da biblioteca, para apresentar de forma concisa o assunto livro raro, seguido do conceito de casa de memória, a BPSC, acervo de obras raras de Santa Catarina, Henrique da Silva Fontes, Série Fontes, digitalização, preservação, conservação, higienização, acondicionamento e estudo da viabilidade de acesso a Série Fontes, que é o fito deste trabalho. Contribuiu disseminando a informação dos assuntos citados e busca fazer a divulgação instigando o leitor a conhecer a Série Fontes e outras obras raras da BPSC, por meio da HDC e ir até a BPSC conhecer outros materiais disponíveis no seu rico acervo.

O estudo da viabilidade de acesso da Série Fontes identificou que ao acessar o usuário precisa ter conhecimento da existência da HDC para acessar diretamente, ou entrando pelo site da FCC que percorrerá alguns passos para chegar até ela, mesmo com a ampla divulgação que recebe por meio de publicações científicas, na mídia e exposições. Procura com este, ampliar essa divulgação podendo alcançar público que ainda não a conhece, para encontrar essas e demais obras. A difusão do acervo começou a ocorrer assim que a autora iniciou este trabalho, através de conversas com seu círculo de amigos e colegas e pretende seguir após a apresentação e publicação deste estudo.

Este estudo destacou o acervo Raro de Santa Catarina que está na BPSC e com foco na coleção educacional chamada Série Fontes que acompanha as novas tecnologias e a informatização dos acervos, uma coleção em específico e a viabilidade de acesso a ela, serviu para destacar a HDC e as demais obras que a compõem, divulgando o acervo em geral da BPSC, colaborando com a informação e espera aproximar o leitor ao acervo de livros raros.

Na realização deste estudo algumas ações foram impossibilitadas devido a pandemia do coronavírus (COVID-19), como o acesso aos documentos que falam da criação do acervo de Obras Raras de Santa Catarina que estão em seu acervo e as tarefas de higienização e confecção de embalagem para acondicionamento das cartilhas que pretendia ser concluída , devido a pandemia não foi possível realizar.

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Referências

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