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Avaliação de cultivares de trigo indicadas para o cultivo no Estado do Rio Grande do Sul

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Academic year: 2021

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0 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEAg – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE AGRONOMIA

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O

CULTIVO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

TIAGO MAI

Ijuí – RS 2014

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1 TIAGO MAI

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O

CULTIVO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como um dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo, Curso de Agronomia, Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientador: Prof. Roberto Carbonera

Ijuí – RS 2014

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TIAGO MAI

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O

CULTIVO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca abaixo subscrita.

______________________________________________ Prof. MSc. Roberto Carbonera

DEAg/UNIJUÍ – Orientador

______________________________________________ Prof. Dra. Cleusa Adriane Menegassi Bianchi Kruger

DEAg/UNIJUÍ – Membro da Banca

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3

Dedico a todas as pessoas que contribuíram e auxiliaram no desenvolvimento deste trabalho, aos professores do Departamento de Estudos Agrários, aos funcionários do IRDeR, aos colegas e amigos do curso e, especialmente, ao professor Roberto Carbonera.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus por ter me dado saúde e força para enfrentar obstáculos ao longo de minhas caminhadas. À Minha Família, pela confiança, estímulo e por estarem sempre ao meu lado durante este período de formação acadêmica e que nos momentos de minha ausência dedicados ao estudo, em especial a minha noiva Mariângela que em todos os momentos me fez acreditar que o futuro é feito a partir da constante dedicação no presente. Aos amigos e colegas que me deram força para que fosse possível a conquista de um sonho tão importante que agora se torna realidade.

Agradeço os funcionários do IRDeR pela ajuda em todo o desenvolvimento do experimento, e aos professores do Curso de Agronomia e em especial ao meu orientador Prof. MSc. Roberto Carbonera, meu agradecimento pelo tempo dedicado à orientação.

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5 AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O

CULTIVO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Acadêmico: Tiago Mai1 Orientador: Roberto Carbonera2

RESUMO

O melhoramento genético busca desenvolver cultivares de trigo com altas produtividades, resistência às moléstias, adaptadas às diferentes regiões e tenham alto valor de panificação. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de cultivares de trigo recomendadas para o cultivo no Estado do Rio Grande do Sul. O estudo foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR) DEAg/UNIJUI, avaliando 33 cultivares, no delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo as parcelas constituídas de cinco linhas, com espaçamento de 20 cm, totalizando 5m². Os dados referentes à produtividade de grãos e peso de hectolitro foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de médias ao nível de significância de 5%. Quanto à produtividade, as cultivares com melhor desempenho foram FPS Nitron e TEC Vigore, não diferindo entre si estaticamente, tendo rendimentos de 2.398,06 kg.ha-1 e 2.346,52 kg.ha-1, respectivamente, embora não diferindo estatisticamente de dezesseis cultivares. O menor rendimento ficou com a cultivar, IAC 370 Armageddon com 548,22 kg.ha-1. Quanto ao PH, a cultivar que se destacou foi o FPS Nitron, com PH 67, embora não diferindo estatisticamente das outras vinte e oito cultivares. Para a estatura das plantas, verificou-se uma variação de 68 cm a 96 cm. Não houve acamamento em nenhuma cultivar. As primeiras cultivares a florescer foram BRS 331, BRS Guamirim, e a IAC 381 Kuara com 67 dias após a emergência e a cultivar que apresentou o ciclo mais longo foi a cultivar TBIO Sinuelo com 99 dias após a emergência.

Palavras-chave: Triticum aestivum. Peso do Hectolitro. Produtividade de Grãos.

1

Acadêmico do Curso de Agronomia, Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul.

2

Orientador do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como um dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo, Curso de Agronomia, Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação do trigo do Grupo II, destinado à moagem e outras finalidades, segundo a Instrução Normativa nº 38 do MAPA ... 13 Tabela 2: Tipificação do trigo do Grupo II, destinado à moagem e outras finalidades, segundo a Instrução Normativa nº 38 do MAPA ... 13 Tabela 3: Dados de precipitações pluviométricas, ocorridas no local do experimento. IRDeR, Augusto Pestana, 2014 ... 19 Tabela 4: Análise de variância para as variáveis rendimento de grãos (RG) e peso do hectolitro (PH) em cultivares de trigo. IRDeR, Augusto Pestana, 2014 ... 22 Tabela 5: Resultados de rendimento de grãos (RG), peso do hectolitro (PH), para cultivares de trigo recomendadas para o cultivo no Estado do Rio Grande do Sul. IRDeR, Augusto Pestana, 2014 ... 24 Tabela 6: Resultados de estatura (EST), percentagem de acamamento (ACA) e número de dias da emergência ao florescimento (DEF), para as cultivares de trigo recomendadas para o cultivo no Estado do Rio Grande do Sul. IRDeR, Augusto Pestana, 2014 ... 26

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Realização da semeadura do ensaio estadual de cultivares de trigo. IRDeR, Augusto Pestana, 2014 ... 19 Figura 2: Vista frontal do experimento de cultivares de trigo, após 33 dias após a semeadura. IRDeR, Augusto Pestana, 2014... 20 Figura 3: Vista lateral do ensaio estadual de cultivares de trigo, na fase de elongação. IRDeR, Augusto Pestana, 2014 ... 20 Figura 4: Vista frontal das parcelas do ensaio estadual de cultivares de trigo, no dia da colheita. IRDeR, Augusto Pestana, 2014 ... 21

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 REVISÃO DE LITERATURA ... 11

1.1 INDICAÇÕES DE CULTIVARES ... 11

1.2 SEMEADURA ... 12

1.3 CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL DO TRIGO ... 12

1.4 ESCALONAMENTO DE CULTIVARES... 14

1.5 EFEITOS DA TEMPERATURA NA PRODUÇÃO DE TRIGO ... 14

1.6 QUALIDADE TECNOLÓGICA DO TRIGO ... 15

2 MATERIAL E MÉTODOS ... 17 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 22 3.1 RENDIMENTO DE GRÃOS (RG) ... 23 3.2 PESO HECTOLITRO (PH) ... 24 3.3 ESTATURA (EST) ... 25 3.4 ACAMAMENTO (ACA) ... 25

3.5 DIAS DA EMERGÊNCIA AO FLORESCIMENTO (DEF)... 26

CONCLUSÕES ... 27

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9

INTRODUÇÃO

O trigo (Triticum aestivum) é um cereal de muita importância para a população do país, pois tem um grande consumo, seja na forma de pão, massa alimentícia, bolos ou biscoitos. Utiliza-se também como ração animal, quando não atinge a qualidade exigida para consumo humano, por exemplo, na ocorrência da germinação na espiga, que degrada o amido e a proteína. No sul do país, é muito importante para a economia, pois concentra a maior produção deste cereal.

A produção de trigo no mundo é de 665 milhões de toneladas. O Brasil é o 11° maior consumidor mundial de trigo. No país, consome-se cerca de 11,5 milhões de toneladas, anualmente. Foram produzidas 5.527,9 milhões de toneladas na safra 2013/2014, com um rendimento de 3060 kg ha-1 (CONAB, 2013). Ou seja, o país produz em torno de 50% do trigo consumido, o que deixa claro a necessidade de aumentar a produção no país.

O trigo pertence à família Poaceae. As espécies cultivadas são hexaplóides (2n = 6x = 42 cromossomos), possuindo menor teor de albumina o que lhe confere características do tipo pão. O trigo europeu é tetraploide, contém maior teor de albumina o que lhe confere característica para fabricação de massas. São espécies autógamas de flores perfeitas que, em condições normais de cultivo, apresenta baixa polinização cruzada. O trigo é uma planta de ciclo anual, cultivada durante o inverno e a primavera.

Para um bom desempenho, deve-se utilizar cultivares com elevado potencial de produção. Para tanto, deve-se levar em conta as condições de produção, semeadura, espaçamento, profundidade, densidade populacional e período indicado, bem como investimentos em calagem e a fertilização, controle de plantas invasoras,

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doenças e pragas a fim de expressar o potencial da cultivar escolhida (EMBRAPA, 2011).

Cultivares de trigo com boa adaptabilidade e estabilidade são necessárias para o cultivo no Brasil, pois existem vários tipos de ambientes onde serão cultivadas. Esta ampla plasticidade da cultura, tem seguramente o apoio do melhoramento genético que possibilitou ao trigo ser o segundo cereal mais cultivado no mundo, nas últimas décadas (FUNDACEP, 2005). Além disso, a produção de trigo no Sul do Brasil está amparada na constante renovação de cultivares devido à pressão de seleção exercida por patógenos. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho das cultivares de trigo recomendadas para o Estado do Rio Grande do Sul nas condições da Região Noroeste deste estado.

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11 1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 INDICAÇÕES DE CULTIVARES

O trigo (Triticum aestivum) tem grande importância na alimentação da população podendo ser consumido na forma de pão, massas, biscoitos, bolachas, ou bolos.

A escolha de cultivares com desempenho agronômico satisfatório, ou seja, que tenha produtividade elevada em vários ambientes de cultivo, é de extrema importância para quem produz trigo. Esta escolha deve ser realizada com antecedência com relação a semeadura, pois permite planejar a época de colheita, definir as cultivares com maior potencial produtivo e boa tolerância a moléstias. Além dos aspectos agronômicos, analisar o preço que está sendo praticado pelo mercado de acordo com o tipo de trigo cultivado, se for trigo para panificador, brando ou melhorador, pois isto ajuda na maximização dos resultados da lavoura.

A diversificação de cultivares e de ciclo de crescimento é recomendável para a minimização de riscos na cultura, como os decorrentes de enfermidades e de geadas. Além disso, a alteração na patogenicidade dos organismos causadores de doenças torna necessária a substituição de cultivares por outras mais resistentes e/ou mais produtivas, já que a interação genótipo-ambiente é um processo dinâmico que necessita da atuação permanente do melhoramento varietal (SOUSA et al., 2004).

O desempenho das cultivares de trigo pode ser afetado por eventos meteorológicos como geadas no período de floração e enchimento de grãos, e por excesso de chuva na época da colheita. O excesso de chuva pode reduzir o peso do hectolitro (PH), pois os grãos recebem umidade que ativa as enzimas que degradam o amido. A resistência a moléstias, com o passar dos anos, vai se perdendo, pois os fungos tem grande variabilidade genética e isso pode gerar novas raças de fungos que torna as cultivares suscetíveis. Portanto, se torna cada vez mais importante o desenvolvimento de novas cultivares, adaptadas às novas exigências da agricultura.

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1.2 SEMEADURA

A semeadura deve ser realizada no período indicado para cada município, de acordo com o zoneamento agrícola para a cultura do trigo. Na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul a época de semeadura indicada se estende de 21 de maio a 10 de julho. Cada região do Estado tem a sua época de semeadura definida em função das condições de clima, solo, e ambiente.

A cultura do trigo no Rio Grande do Sul caracteriza-se por apresentar resultados econômicos com uma alta instabilidade. Ao alto risco climático devido à possibilidade de ocorrência de geadas, de excesso de chuva na colheita e de granizo, associa-se uma alta incidência de doenças (SILVA NETO; OLIVEIRA; LORENZONI, 2009).

1.3 CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL DO TRIGO

O trigo é classificado por sua qualidade industrial para a fabricação de alimentos. A fabricação de pães em escala comercial é uma das maiores utilizações da farinha do trigo. Quanto à qualidade industrial, as limitações a superar, principalmente em trigo para pão, referem-se ao desenvolvimento de cultivares. A aptidão para vários usos é derivada de características do grão e da farinha, por sua vez dependentes do ambiente (clima, solo, etc.) e do genótipo.

O trigo destinado para o armazenamento deve ser separado em diferentes lotes, de acordo com sua classe comercial e o tipo ou produto final que será destinado. Isso é um ponto positivo, pois os produtores poderão receber mais pelo trigo produzido. Quanto melhor for o padrão comercial e a aptidão tecnológica do trigo, mais o produtor tende a receber pelo produto.

A classificação comercial do trigo brasileiro mudou, a partir da safra 2012, com a entrada em vigor da nova classificação comercial do trigo, através da Instrução Normativa nº 38, de 30/11/2010, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Para se adequar à regulamentação, as empresas obtentoras, responsáveis pelo desenvolvimento genético do trigo, precisam classificar todas as cultivares que estão no mercado em parâmetros que definem os trigos nas classes: melhorador, pão, doméstico, básico ou outros usos.

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O consumo anual de trigo no Brasil é de aproximadamente 10 milhões de toneladas. Deste total, cerca de 60% têm como destino a indústria de panificação, o que exige trigo da classe pão, com força de glúten (W) superior a 220 e inferior a 300 ou estabilidade farinográfica maior que dez minutos, um dos requisitos mínimos para a fabricação do pãozinho francês, com casquinha crocante e bom volume.

A classificação comercial de trigo está apresentada na Tabela 1 e a tipificação de trigo na Tabela 2, de acordo com a Instrução Normativa nº 38, de 30 de novembro de 2010, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2010), publicado no Diário Oficial da União de 1º de dezembro de 2010, ou em legislação que venha a substituí-la.

A classificação comercial estima a aptidão tecnológica de trigo. Na Tabela 1 a seguir, são apresentados valores sugeridos para características de qualidade por produto à base de trigo, em função da força de glúten (W), da relação tenacidade/extensibilidade (P/L) e do número de queda (NQ).

Tabela 1: Classificação do trigo do Grupo II, destinado à moagem e outras finalidades, segundo a Instrução Normativa nº 38 do MAPA

Classe

Força do glúten valor Mínimo (expresso em 10-4J) Estabilidade (tempo expressa em minutos) Número de queda (valor mínimo expresso em segundos) Melhorador 300 14 250 Pão 220 10 220 Domestico 160 6 220 Básico Outros usos 100 Qualquer 3 Qualquer 200 Qualquer

Tabela 2: Tipificação do trigo do Grupo II, destinado à moagem e outras finalidades, segundo a Instrução Normativa nº 38 do MAPA

Tipo Peso do hectolitro (valor mínimo) Matérias estranhas e impurezas (% máximo)

Defeitos (% máximo) Total de

defeitos (% máximo) Danificados por insetos Pelo calor, mofados e ardidos Chochos, triguilhos e quebrados 1 78 1,00 0,50 0,50 1,50 2,00 2 75 1,50 1,00 1,00 2,50 3,50 3 72 2,00 2,00 2,00 5,00 7,00 Fora de tipo < 72 > 2,00 > 2,00 10,00 > 5,00 > 7,00

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1.4 ESCALONAMENTO DE CULTIVARES

O escalonamento da produção de trigo por meio da utilização de cultivares de diferentes ciclos, em diversas épocas de semeadura, é indicado para reduzir riscos causados por adversidades climáticas. No início da época indicada para a semeadura, deve-se dar preferência às cultivares de ciclo tardio enquanto as de ciclo precoce são mais indicadas para o final da época de semeadura, para reduzir riscos com geada.

1.5 EFEITOS DA TEMPERATURA NA PRODUÇÃO DE TRIGO

A temperatura é muito importante na produção de trigo, principalmente aqui no Rio Grande do Sul onde existe grande variação. O efeito da temperatura sobre o desenvolvimento e a produção de trigo varia entre cultivares. Temperaturas maiores de 20°C aceleram o crescimento, enquanto inferiores que 15°C retardam. Sendo que com temperaturas baixas na fase inicial pode se reduzir o crescimento vegetativo e aumentar o afilhamento e o desenvolvimento radicular, possibilitando maior exploração dos nutrientes.

Se ocorrer temperatura alta na face de duplo anel (V3) pode ocasionar abortamento de espiguetas, primeiro as da base da espiga. Há resposta à vernalização na fase reprodutiva do trigo, particularmente na etapa inicial, de duplo anel até o início de formação da espigueta terminal, dependendo do genótipo (RIBEIRO et al., 2009).

No Rio Grande do Sul ocorre geadas durante o inverno, isso prejudica muito a cultura do trigo, pois a temperatura fica abaixo de zero e destrói as paredes celulares das folhas e colmo, causando grandes perdas de produtividade. Para a agricultura, a geada é fator de risco devido à falta de uma regularidade cronológica. Em alguns anos, dependendo da intensidade e principalmente ao estádio de desenvolvimento do trigo, os danos podem ser elevados. A temperatura tem um papel fundamental na produtividade das lavouras de trigo, pois afeta também a fotossíntese da planta.

Para o afilhamento, temperaturas entre 15 e 20ºC são excelentes, enquanto para o desenvolvimento de folhas a temperatura ideal é de 20 a 25ºC. A partir do estádio de alongamento, temperaturas muito baixas, com formação de geadas

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15

fortes, poderão provocar "queima" de folhas e "estrangulamento" do colmo de trigo, prejudicando severamente a cultura. O "estrangulamento" do colmo dá-se quando ocorre rompimento das paredes celulares nos pontos de crescimento/alongamento dos entrenós (SCHEEREN et al., 2000).

A cultura do trigo em geral tem boa adaptação às baixas temperaturas durante grande parte de seu ciclo, mas há circunstâncias em que as variações bruscas de temperatura podem afetar tecidos em pleno crescimento.

O estado fisiológico da planta também tem interferência sobre a magnitude do dano. A exposição às baixas temperaturas desempenha um papel importante antes da ocorrência de uma geada e, também, sua duração ou tempo de exposição às temperaturas extremas. Também é importante a umidade relativa do ambiente e o conteúdo de água no solo no momento de ocorrência de geada, pois isso pode aumentar ou diminuir a gravidade do dano na planta. A sensibilidade do trigo à geada começa a aumentar depois do início do emborrachamento. Atingindo o seu máximo durante a floração e diminuindo após os estádios de grão em massa mole e dura.

Um dos problemas que podem afetar a produção de trigo é o excesso de chuva, que em determinados momentos do desenvolvimento da cultura, pode diminuir a produção e a qualidade dos grãos (LUZ, 1982).

1.6 QUALIDADE TECNOLÓGICA DO TRIGO

Em condições ambientais favoráveis à atividade metabólica do grão (alta umidade e alta temperatura), o fenômeno da respiração é o principal responsável pela rápida deterioração de grãos armazenados. Os principais fatores que devem ser considerados na conservação do grão durante o armazenamento, pois influenciam a taxa de deterioração e a respiração do grão, são: umidade, temperatura, aeração e integridade do grão.

Para a qualidade tecnológica de trigo são importantes requisitos:

- aparência: grãos de coloração normal, com brilho, sem defeitos, livre de doenças causadas por fungos e bactérias, não germinados e sem odor e mofo;

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- sanidade: grãos sem danos mecânicos, causados pela colhedora, por infestação de insetos ou por ataque de roedores, e que não foram danificados na secagem;

- limpeza: grão livre de resíduo, palha, pedra, pó, fragmentos vegetais, sementes de plantas daninhas ou de outras espécies cultivadas, excrementos de roedores e insetos; e

- qualidade de moagem: trigo com bom rendimento de moagem e farinha com qualidade tecnológica adequada ao produto desejado.

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17 2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR), do Departamento de Estudos Agrários, UNIJUI, localizado no município de Augusto Pestana – RS, durante o ano agrícola de 2014. O IRDeR está situado a 28°26’30” de latitude sul e 54°00’58” de longitude Oeste do Meridiano de Greenwich. O clima do município é subtropical (ou temperado) úmido, (Classificação climática de Köppen-Geiger: Cfa), com quatro estações distintas, temperaturas altas no verão e invernos frescos ou moderadamente frios. No verão, predominam as chuvas convencionais e no inverno as chuvas frontais, com bastante uniformidade, estando aproximadamente a uma altitude de 290 metros do nível do mar.

O solo da região experimental pertence à Unidade de Mapeamento Santo Ângelo, classificado como Latossolo Vermelho distroférrico típico. Caracteriza-se por apresentar perfil profundo de coloração vermelha escura, textura argilosa com predominância de argilominerais 1:1 e óxidos hidróxidos de ferro e alumínio.

O experimento foi conduzido com delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições e 33 tratamentos. Cada bloco era composto por 33 parcelas, (cultivar de trigo), totalizando 132 parcelas. Cada parcela foi composta por 5 linhas espaçadas 0,20m entre si e com 5 metros de comprimento, correspondendo a 5 metros quadrados.

A cultura antecedente ao experimento era a soja. Foi realizada a dessecação da área com o uso do herbicida glifosato, para controle de plantas invasoras realizado compor trator com pulverizador de barras. A semeadura foi executada de forma mecanizada com o uso de semeadeira, após a dessecação, dentro do período recomendado para todas as cultivares.

Os tratamentos foram constituídos de 33 cultivares de trigo, sendo eles: Ametista, BRS 327, BRS 331, BRS Guamirim, BRS Marcante, BRS Parrudo, CD 1440, CD 1550, DNAT ORO, DNAT PRISMA, Estrela Átria, FPS Nitron, Fundacep Bravo, Fundacep Horizonte, Jadeíte 11, Marfim, Mirante, ORS Vinte Cinco, Quartzo, TBIO Celebra, TBIO Iguaçu, TBIO Itaipu, TBIO Mestre, TBIO Pioneiro, TBIO Sintonia, TBIO Sinuelo, TEC 10, TEC Frontale, TEC Vigore, Topazio, IAC 385 Mojave, IAC 370 Armageddon, IAC 381 Kuara.

A semeadura foi executada de forma mecanizada com o uso de semeadeira no dia 09/07/2014, dentro do período recomendado para todas as cultivares (Figura

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1). Foram semeadas 330 sementes m-2 e na adubação de base foram colocados 200 kg ha-1 do adubo formulado 05-20-20. A emergência das plantas ocorreu no dia 20/07/2014 (Figura 2).

No dia 13/08/2014 foi aplicado o herbicida Iodosulfurom Metílico, seletivo à cultura do trigo, na dose de 100g ha-1, mais 500 ml ha-1 de óleo Hoefix com calda de 100 L ha-1, para o controle das ervas infestantes, como exemplo o azevém.

No dia 15/08/2014, deu-se início ao afilhamento. Nesta data foi realizada a adubação de cobertura com 50 kg.ha-1, e no inicio da elongação, no dia 01/09/2014 foi aplicado mais 50 kg.ha-1 de Ureia.

O controle de doenças foi realizado em quatro épocas. O primeiro controle foi efetuado no momento em que a maioria das plantas encontrava-se no estádio de emborrachamento no dia 05/09/2014 com a aplicação de Azoxistrobina + flutriafol na dose de 600 ml.ha-1, com um volume de calda de 133 l.ha-1. O segundo controle foi efetuado no momento em que a maioria das plantas encontrava-se no estádio de antese (floração), no dia 17/09/2014 com a aplicação do fungicida Azoxistrobina na dose de 300 ml.ha-1, com um volume de calda de 133 l.ha-1. No dia 23/09/2014 foi aplicado o inseticida Tiametoxam + lambda Cialotrina na dose de 200 ml.ha-1. A terceira aplicação de fungicida Azoxistrobina + ciproconazol na dose de 300 ml.ha-1. foi realizada no dia 25/09/2014. E a quarta e ultima aplicação de fungicida foi realizada no dia 24/10/2014, quando foi aplicado o fungicida Trifloxistrobina + tebuconazol na dose 500 ml.ha-1. Para as aplicações, foi utilizado o trator com pulverizador de barras.

Na tabela 3 são apresentados os dados de precipitações ocorridas durante o período de cultivo do trigo. De acordo com os dados, nos meses de maio e junho as precipitações foram elevadas com 412 mm/mês. Isto causou um pequeno atraso na semeadura do experimento, embora tenha sido realizada dentro do período recomendado para a região.

A colheita foi realizada manualmente com o uso de foices quando as cultivares haviam atingido a sua maturidade de colheita, entre os dias 29/10/2014 a 08/11/2014. Foram colhidas as três linhas centrais e desprezadas as duas linhas laterais (bordadura) da parcela, tornando assim, uma área útil de 3 m². Após o corte, as amostras foram trilhadas e os grãos acondicionados em sacos de pano, com suas respectivas identificações.

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19

As amostras foram levadas até o laboratório para beneficiamento e realização das pesagens e determinações de umidade e peso do hectolitro.

Tabela 3: Dados de precipitações pluviométricas, ocorridas no local do experimento. IRDeR, Augusto Pestana, 2014

Mês Precipitação (mm) Maio 412 Junho 412 Julho 144 Agosto 77,8 Setembro 274,8 Outubro 230,8 Novembro 181,3

Os caracteres avaliados nas cultivares de trigo foram: rendimento de grãos, peso do hectolitro (PH), estatura, acamamento e dias da emergência a floração. A estatura e o acamamento foram medidos no primeiro dia de colheita e os dias de emergência e floração foi realizado através do acompanhamento a campo durante o desenvolvimento da cultura. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de médias de Tukey ao nível de 5% de significância.

Figura 1: Realização da semeadura do ensaio estadual de cultivares de trigo. IRDeR, Augusto Pestana, 2014

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Figura 2: Vista frontal do experimento de cultivares de trigo, após 33 dias após a semeadura. IRDeR, Augusto Pestana, 2014

Figura 3: Vista lateral do ensaio estadual de cultivares de trigo, na fase de elongação. IRDeR, Augusto Pestana, 2014

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21 Figura 4: Vista frontal das parcelas do ensaio estadual de cultivares de trigo,

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na tabela 4, são apresentados os dados da análise de variância para o rendimento de grãos e peso do hectolitro. De acordo com os dados apresentados, houve diferença estatística entre as cultivares e blocos para rendimento de grãos. Este resultado indica que foi correto o uso do delineamento experimental de blocos ao acaso, para a variável peso do hectolitro houve diferenças entre cultivares e, entretanto não houve efeito de blocos. No entanto, entre as cultivares utilizadas no experimento houve diferença significativa.

Tabela 4: Análise de variância para as variáveis rendimento de grãos (RG) e peso do hectolitro (PH) em cultivares de trigo. IRDeR, Augusto Pestana, 2014

Fonte de variação GL Quadrado Médio

RG (kg ha) PH (kg) Tratamentos 32 678069.60* 52.68* Bloco 3 658214.43* 33.79 Erro 96 44811.48 12.65 Total 131 Média Geral 1810.18 62.07 CV (%) 11.69 5.73 *Significativo a 5% de probabilidade.

Na tabela 4, pode-se observar também a média geral e o coeficiente de variação. Quanto ao rendimento de grãos, a média geral foi de 1.810,18 kg.ha-1 e o coeficiente de variação foi de 11,69%, considerado de média precisão. Em relação ao peso do hectolitro, a média foi de 62,07 e o coeficiente de variação foi de 5,73, considerado baixo. Isto significa que há confiabilidade dos dados, pois o experimento foi conduzido com exatidão.

Os dados obtidos neste experimento foram inferiores à média da safra 2012, em que também houve condições desfavoráveis, com média de produtividade no RS de 3.476 kg ha-1 contra 4.889 kg ha-1 observados em 2011. As intempéries responsáveis pela baixa produtividade variaram entre regiões, mas destacam-se as geadas tardias e as chuvas constantes no período da floração na safra 2012 (AIRES et al., 2013).

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Ao compararmos os dados obtidos neste experimento, com os obtidos em 2012, pode-se perceber que a interferência das precipitações elevadas que ocorreram durantes os meses de cultivos, principalmente, nos meses de setembro e outubro comprometeram o rendimento das cultivares.

3.1 RENDIMENTO DE GRÃOS (RG)

Pode-se observar que as cultivares que apresentam maior rendimento foram FPS Nitron e TEC Vigore, com rendimentos de 2.398,6 kg.ha-1 e 2.346,52 kg.ha-1, respectivamente, não se diferenciando entre si, em nível de significância de 5% (Tabela 5). Embora não diferindo estatisticamente de outras dezesseis cultivares.

As cultivares que apresentaram as maiores produções é classificado pela instrução normativa n° 38 do ministério da agricultura pecuária e abastecimento como classe pão, o que lhe confere força de glúten acima de 220.

As cultivares que apresentaram menor rendimento foram IAC 381 Kuara, TBIO Pioneiro, IAC 385 Mojave, IAC 370 Armageddon com rendimentos de 1.266,50 kg.ha-1, 1.233,20 kg.ha-1, 959,13 kg.ha-1 e 721,45 kg.ha-1 não se diferenciando entre si, em nível de significância de 5%. Essas cultivares apresentaram os menores rendimentos por terem sido mais afetadas pelas condições ambientais.

As demais cultivares apresentaram rendimentos intermediários entre os rendimentos obtidos pela cultivar FPS Nitron 2.398,6 kg.ha-1 e pela cultivar IAC 370 Armageddon com 721,45 kg.ha-1. A média geral do rendimento foi de 1.810,18 kg.ha

-1

.

Os cultivares TBIO SINUELO, TBIO MESTRE e BRS 327 apresentaram as maiores produtividades, com rendimentos de, aproximadamente, 4000, 3900 e 3700 kg.ha-1, no ensaio estadual de cultivares de trigo de 2012 (ZUCHI et al., 2013).

As cultivares TBIO SINUELO, TBIO MESTRE e BRS 327 apresentaram rendimentos abaixo dos apresentados em 2012, sendo respectivamente 2.148,8, 2.311,6 e 2110 kg.ha-1, no ensaio estadual de cultivares de trigo de 2014, sendo que estes resultados podem ter sido afetados pelas precipitações elevadas durante o ciclo da cultura.

(25)

3.2 PESO HECTOLITRO (PH)

Na tabela 4, podemos observar quanto ao PH, que a cultivar que apresentou maior qualidade de grão foi o FPS Nitron, com pH de 67, embora não diferindo estatisticamente de outras vinte e oito cultivares do ensaio. A cultivar que apresentou menor PH foi a cultivar IAC 370 Armageddon com 51,25, não diferindo estatisticamente de outras nove cultivares. Esses resultados ocorreram devido à alta precipitação pluviométrica no final do ciclo, baixando muito o nível de qualidade de grãos, em todas as cultivares testadas.

Tabela 5: Resultados de rendimento de grãos (RG), peso do hectolitro (PH), para cultivares de trigo recomendadas para o cultivo no Estado do Rio Grande do Sul. IRDeR, Augusto Pestana, 2014

Cultivares Médias

RG (kg.ha-1 ) PH (kg/l)

FPS Nitron 2398.06 a 67.0 a

TEC Vigore 2346.52 a 65.74 abc

Topázio 2314.65 ab 65.01 abc

TBIO Mestre 2311.58 ab 63.38 abc

DNAT Oro 2211.04 abc 63.60 abc

Ametista 2194.8 abcd 65.81 abc

TBIO Celebra 2174.27 abcd 64.24 abc

TBIO Sinuelo 2145.81 abcde 61.24 abcd

BRS 327 2110.88 abcdef 65.20 abc

TEC Frontale 2102.97 abcdef 65.23 abc

TBIO Sintonia 2097.09 abcdef 63.46 abc

TBIO Iguaçu 2022.74 abcdefg 61.08 abcde

Fundacep Horizonte 1995.0 abcdefgh 66.48 ab

ORS Vintecinco 1985.33 abcdefgh 62.28 abcd

TEC 10 1963.15 abcdefgh 56.49 cde

Fundacep Bravo 1961.87 abcdefgh 63.25 abc

DNAT Prisma 1959.82 abcdefgh 63.92 abc

CD1440 1894.47 abcdefghi 62.96 abc

Quartzo 1752.81 bcdefghij 64.55 abc

Jadeíte 11 1732.36 bcdefghij 59.93 abcde

BRS 331 1709.05 cdefghij 64.0 abc

TBIO Itaipu 1644.42 cdefghij 60.17 abcde

Estrela Átria 1615.78 defghij 60.92 abcde

Mirante 1580.38 efghij 62.65 abc

BRS Guamirim 1531.53 fghijk 65.25 abc

CD 1550 1509.3 ghijk 61.88 abcd

Marfim 1503.65 ghijk 60.10 abcde

BRS parrudo 1420.76 hijk 61.69 abcd

BRS Marcante 1365.62 ijk 59.34 abcde

IAC 381 Kuara 1266.50 jkl 60.5 abcde

TBIO Pioneiro 1233.20 jkl 57.09 bcde

IAC 385 Mojave IAC 370 Armageddon 959.135 kl 721.452 l 52.75 de 51.25 e

*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, em nível de significância de 5% de probabilidade de erro.

(26)

25

O peso hectolitro da semente em todas as cultivares foi baixo. Nenhuma cultivar apresentou tipo 1, em nível de comercialização. A maioria das cultivares foram qualificadas como triguilho. Por exemplo, a cultivar IAC 370 Armageddon apresentou o pior PH, que foi de 51,25. A média geral do pH foi de 62.07.

O PH de algumas cultivares poderia ter sido mais alto se fosse feita a semeadura em outra época. Sendo que devido ao elevado volume de precipitações que ocorreram nos meses de maio e junho, apresentados na tabela 3, fez com que a semeadura não fosse possível de ser realizado, o que causou atraso na semeadura. Por exemplo, “a época de semeadura afetou o peso hectolítrico, que foi maior na primeira época de semeadura”, em estudos realizados por (LIMA; LOVATO, 1995, p. 1).

3.3 ESTATURA (EST)

A partir da avaliação de estatura das plantas de trigo, verificou se uma variação de estatura que foi de 68 cm a 96 cm. A tabela 6 mostra que a cultivar com maior estatura foi a cultivar Estrela Átria com 96 cm, a cultivar com menor estatura foi BRS Guamirim com 68 cm. As demais cultivares apresentaram estaturas intermediárias. A média de estatura atingida pelas cultivares foi de 83.73 cm.

3.4 ACAMAMENTO (ACA)

Podemos observar na tabela 6, que não ocorreu durante o ciclo problemas com acamamento em nenhuma das cultivares.

O rendimento de grãos é um caráter afetado pelo acamamento das plantas e este é um sério problema, principalmente para os trigos de porte alto. Genótipos de trigo resistentes ao acamamento passaram a ser extremamente desejáveis em função da aplicação de doses maiores de nitrogênio nas lavouras (CRUZ et al., 2001).

Mesmo sendo um ano com condições climáticas atípicas, não houve problema de acamamento porque as chuvas que ocorreram não foram com ventos fortes, o que poderia causar acamamento.

(27)

3.5 DIAS DA EMERGÊNCIA AO FLORESCIMENTO (DEF)

Na tabela 6 observa-se que as primeiras cultivares a florescer foram as cultivares BRS 331, BRS Guamirim, e a IAC 381 Kuara com 67 dias após a emergência e a cultivar que apresentou período mais longo para atingir o florescimento foi a cultivar TBIO Sinuelo com 99 dias após a emergência. A média que as cultivares atingiram para DEF foi de 84.91 dias.

A diferença dos dias de emergência a floração é de grande importância para auxiliar os produtores de trigo a escalonar a época de semeadura para que em caso de ocorrência de geadas se diminua os riscos de perdas na colheita. A colheita variou de 112 a 122 dias após a emergência.

Tabela 6: Resultados de estatura (EST), percentagem de acamamento (ACA) e número de dias da emergência ao florescimento (DEF), para as cultivares de trigo recomendadas para o cultivo no Estado do Rio Grande do Sul. IRDeR, Augusto Pestana, 2014

Cultivares EST (cm) ACA (%) DEF (dias)

AMETISTA 86 0 83 BRS 327 87 0 76 BRS 331 77 0 67 BRS GUAMIRIM 68 0 67 BRS MARCANTE 77 0 90 BRS PARRUDO 74 0 90 CD 1440 83 0 96 CD 1550 78 0 96 DNAT ORO 77 0 86 DNAT PRISMA 87 0 96 ESTRELA ÁTRIA 96 0 90 FPS NITRON 80 0 67 FUNDACEP BRAVO 85 0 99 FUNDACEP HORIZONTE 82 0 96 JADEÍTE 11 84 0 83 MARFIM 80 0 76 MIRANTE 84 0 83 ORS VINTECINCO 89 0 96 QUARTZO 88 0 86 TBIO CELEBRA 84 0 96 TBIO IGUAÇU 90 0 96 TBIO ITAIPU 83 0 76 TBIO MESTRE 75 0 83 TBIO PIONEIRO 87 0 96 TBIO SINTONIA 86 0 76 TBIO SINUELO 91 0 99 TEC 10 89 0 86 TEC FRONTALE 85 0 86 TEC VIGORE 90 0 76 TOPÁZIO 86 0 96 IAC 385 MOJAVE 89 0 76 IAC 370 ARMAGEDDON 81 0 76 IAC 381 KUARA 84 0 67

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CONCLUSÕES

Os maiores rendimentos foram obtidos pelas cultivares FPS Nitron e TEC Vigore, com rendimentos de 2.398,6 kg.ha-1 e 2.346,52 kg.ha-1, respectivamente, não se diferenciando entre si, em nível de significância de 5%. Embora não diferindo estatisticamente de outras dezesseis cultivares.

As cultivares que apresentaram menor rendimento foram IAC 381 Kuara, TBIO Pioneiro, IAC 385 Mojave, IAC 370 Armageddon com rendimentos de 1.266,50 kg.ha-1, 1.233,20 kg.ha-1, 959,13 kg.ha-1 e 721,45 kg.ha-1 não se diferenciando entre si, em nível de significância de 5%. Essas cultivares apresentaram os menores rendimentos por terem sido mais afetadas pelas condições ambientais.

Em relação ao PH, que a cultivar que apresentou maior qualidade de grão foi o FPS Nitron, com pH de 67, embora não diferindo estatisticamente de outras vinte e oito cultivares do ensaio. A cultivar que apresentou menor PH foi a cultivar IAC 370 Armageddon com 51,25, não diferindo estatisticamente de outras nove cultivares.

A cultivar que apresentou a maior estatura foi a cultivar Estrela Átria com 96 cm, a cultivar com menor estatura foi BRS Guamirim com 68 cm.

Mesmo sendo um ano com condições climáticas atípicas, não houve problema de acamamento porque as chuvas que ocorreram não foram com ventos fortes, o que poderia causar acamamento.

As primeiras cultivares a florescerem foram BRS 331, BRS Guamirim, e a IAC 381 Kuara com 67 dias após a emergência e a cultivar que apresentou período mais longo para atingir o florescimento foi a cultivar TBIO Sinuelo com 99 dias após a emergência.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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safra brasileira de grãos. Brasília: CONAB, 2013. v. 1.

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