COMPÊNDIO DE AGRICULTURA,
EC O L L E C Ç A O
D EMAQUINAS , E INSTRUMENTOS ,
NOVAMENTE INVENTADOS, E ACTUALMENTEPRATICADOS EM ALGUMAS PROVÍNCIAS DO REINO DE INGLATERRA.
PARA ABREVIAR AS OPERAÇÕES AGHICUI/TURAES,
E O U T R O S R A M O S ;
EXTRAHIDA DAS MEMÓRIAS, E CARTAS
O F F E R E C I D A S
A' S O C I E D A D E D E B A T H ,
E TRADUZIDAS DO INCLF.Z
D E B A I X O DOS A U S P Í C I O S , E O R D E M
SUA ALTEZA REAL
O P R Í N C I P E R E G E N T E N. S.
P O R
IGNACIO PAULINO DE MORAES.
TOM. II.
L I S B O A ,
N A R E G I A O P F I C I N A T Y P O G R A F I Ç A .
PRÓLOGO AO LEITOR.
S grandes difficuldades, que em todos os tempos conhecerão ^ e <jue'sempre assustarão, e> temerão os melhorei» Tradúctôres de Obras de Mecanismos, foraô: as mesmas que eu re-c e e i , e desre-cobri quando fui inre-cumbido de fa-zer a Traducçaõ da presente Gollecçaô de Maquinas , e Instrumentos Agriculturaes ; e se naô devesse obedecer á Ordem. Superior , que assim o' determinou, e igualmente qui-zesse privar o Publico, e principalmente a mi-nha Naçaõ,;do conhecimento de humas taô engenhosas r e> úteis, peças de Mecanismo,
com as quaesrse executa:imais trabalho, em menos tempo, e com menos despesa ; maior perfeição ^ exacçaô , "e regularidade na sua operação; poupando ao raeamo tempo i, mui-ta semente ao Lavrador^ suor-j e ca<n!saço aos
Jornaleiros , ^ eutempo jpara se> fabricar huma muito maior:rporçaô de terras , que ás vezes
por falta destey ficaõ incultas;, com irrepará-vel prejuiso do Publico; eu me naô
abalan-II
cara a huma impreza taô afdua , difficultoaa,, u a b a l h o s a , e algumas vezes até impossível de
executar.
T o d o s sabem que estas M a q u i n a s , e Ins-t r u m e n Ins-t o s , de ordinário , ou saô denomina-dos , e conhecidenomina-dos pelos nomes denomina-dos seus Au-tbores , ou pelo ministério para que foraô in-v e n t a d o s ; e que estes se diin-videm, e subdi-videm em muitas outras p a r t e s , que todas ei-' las juntas formaò o seu todo , e que para ex-plicar cada h u m a dellas po* si, benecessária dar-lhes h u m a exacta significação, que ás ve-zes naõ podem t e r , e quando se lhes d é , bem longe de as e v i d e n c i a r , decahem para o ex-t r e m o opposjo da 4&gex-t;bscuridade. . í
• i.-.ni ' 1
;fiin-l
H e certo que estas Maquinas, e Instru-m e n t o s , por isso Instru-mesInstru-mo que saô novaInstru-mente d e s c o b e r t o s , e inventados , saô significados pe-los nomes que os seus mesmos Authores qui* zeraò dar-lhes, e ás partes que os formaò; o por c o n s e q ü ê n c i a , como h e pessivel advinhar a r a z a õ , ou vontade que elles tiveraô para os denominai1 assim ? Confesso que muitas vezes
xne achei p r e p J e x o , sem saber o c o m o , e por
q u e modo me h*ri» de desenvoiver de certo* embaraços. Becorria aos paelhores D i c c i o n a rios da Lingua íngleza, sem nelles a c h a r a l -gum soccorro; porque sendo estes muitos an« teriore» aos dito* d e s c o b r i m e n t o s , ou, naô
I I I trríziaõ as palavras , ou quando as achava , n a ô eraô em cousa alguma annalogas á p e r t e n d i -d a -descoberta ; para usar -das palavras naô ver-tidas ,?• vinha a naô comprir plenamente as obrigações do m e u ministério, e o fim a .que m e p r o p u z ; para as traduzir v e r b a l m e n t e , ás vezes naõ correspondiaõ ao assumpo , e re^ ceava roubarlhes a energia que seus A u t h o -res lhes tivessem dado. E m fim tomei o único partido de andar indagando pelos Nacionaes Oriundas daquellas terras , onde os ditos Instru-m e n t o s foraô descobertos, e aonde se praticaõ a c t u a l m e n t e , e na verdade foi esta a única
fe-liz resursa , porque elles me instruirão de cer-t a s cousas , que acer-té era impossível sabellas de
outra m a n e i r a , as quaes eu accommodei anna-l o g a m e n t e , a certos instrumentos e n t r e nós. u s a d o s , é conhecidos , e foi este o único
meio , depois d e muito trabalho , e t e m p o y
q u e d e s c o b r i , para me desembaraçar da c o n -fusão e m q u e me achava.
N o decurso deste I I . T o m . se achaõ ainda m u i t a s palavras naõ vertidas , como n o m e s próprios d e pezos , medidas , numerários , etc. q u e já o n a õ foraô no Compêndio de Agricul-t u r a , I. T o m . desAgricul-ta O b r a , pelas razões q u e apontei n o Prólogo q u e fiz ao L e i t o r , e as mesmas perduraõ , para o naô fazer presen-t e m e n presen-t e i e assim como m e c o n presen-t e n presen-t e i enpresen-tão
IV.
d e as sigriifoar debaixo .de. Iiumà Nomencla-t u r a AlfabéNomencla-tica inserNomencla-ta no diNomencla-to meu I. Tom.,
agora me satisfaço em r e m e t t e r , e lembrar ao m e u L e i t o r , que ellas alli se acbaõ significa-d a s , e só. asignifica-dsignifica-direi n e s t e lugar aquellas que no-v a m e n t e o c c o r r ê r a ô , e por conseqüência naô se p o d e m alli a c h a r , como
Swarã CuUer. Instrumento de Agricultura, q u e
serve para cortar a relva da superfície da terra.
Sacríficator. Instrumento que contém 12 ou
mais lancetas, as quaes sanem para fora por meio. de certa mola , e servem 1 para sar.jar,
e sarvafaçar a t e r r a . 11
Sack. Medida Ingleza que l,eva quasi.3
alqueires, dos no$60s. zou ;»
Pentágono* Figura Geométrica que contém,
5 lados. ' 1.. iL. Í.U
Pole. Medida Ingleza que tem 5 vara*
e meia de comprimento.
Rod. Medida de 16 | pés de
compri-m e n t o usada p a r a compri-medir Plantações , e igualmente p e q u e -nas distancias inaccessiveis á roda do Pedometro. r
Scuffle. Enxada ordinária Hollahdeza
que serve para se usar em Jar-d i n s , e Hortas.
Itf-I N T R O D U C Ç A Õ
A ' S E G U I N T E ; C O L L E C Ç A O .
HIVIDENCIANDO-SE cada vez mais a necessida-d e absoluta necessida-d e , m e l h o r a r a Agricultura Portu-guesa ', « conbecerldo-se os avultados passos que as outras 'Nações t e m avançado ,,;
para-conseguirem com abundância o sustento quo-tidiano ; seria até extraordinário , que huma Naçaô taõ civilisada, e iliuminada de verda-d e i r o s c o n h e c i m e n t o s , como a nossa; naõ se
desse , e applicasse seriamente a hum ramo d e tanta»importância ; conseguindo por este meio a independência dos stens Nacionaes n e s -te artigo , e evitando a corren-te de t h e s o u r o s , com os quaes , remuneramos actualmente a industria)^alheia, -y *>«*• .' *•:
Por estes taõ attendiveis m o t i v o s : o P R Í N -CIPE R . N . S . , cujas providencias n!aõ t e m
l i m i t e , mandou imprimir ultimamente h u m Compêndio de Agricultura",' que fôrma o pri-meiro T o m o desta O b r a , traduzido, e resumi^ do por mim das sábias ,>e engenhosas M e m ó -rias offececidas á Sociedade d,e'Bath-, no qual os nossos'Lavradores5 mais attgiWés: aos -seus
i n t e r e s s e s , abandonando os>inveterados abu-sos dos seus maiores ; conhecerão o verdadei-ro systema de fabricar as suas t e r r a s ; a natu-reza dos-seus t e r r e n o s ; as sementes que lhes saõ mais a p r o p r i a d a s ; a sábia ^economia*'da sua a l t e r n a t i v a , para naô cançar ,'ie exhaurir
a terra , <juç sendo p r u d e n t e m e n t e manejada r
h e sempre fecunda; teraõ o c o n h e c i m e n t o d e novas invenções de riquíssimos estrumes artificiais, comprovados por ^ infinitas e x p e r i ê n -c i a s , -como supplemento aos n a t u r a e s ; t a n t o em razaõ da pouca abundância destes , c o m o das distancias : outras tantas descobertas d e saudáveis , e abundantíssimas Plantas para sus-tento de gado ' o modo de. o criar e nutrir sem lqite,: ,o melhor methodo de aproveitar o terreno , qj*jS á primeira vista parece e s t é r i l ; c o -mo .terras a r e n o s a s , e m o n t u o s a s : finalmen-t e h u m finalmen-thesouro , como eu dizia na Infinalmen-troduc* çaõ ao dito meu C o m p ê n d i o , que os Lavra-dores poderiaõ esgotar á proporção das suas necessidades. ,( i
Parece; á primeira vista , q u e depois, de ao
patontearern t a n t o s , e taõ sábios c o n h e c i m e n tos , que naõ haveria cousa alguma mais a p r o -videnciar neste a r t i g o ; porém o nosso provi--d e n t e Pai provi--da Pátria , que alonga as suas vis-* tas ao f u t u r o ; c o n h e ç e o , q u e d e todas estas novas d e s c o b e r t a s , jamais se poderia tirar h u -ma verdadeira utilidade , sem que os nossos Lavradores aperfeiçoassem os i n s t r u m e n t o s com q u e actualmente fabricaõ a s suas t e r r a s , e abraçassem com satisfação, utilidade y e d e s
-c a n -c o , o resultado dos in-cançaveia t r a b a l h o s , despezas, e experiências dos verdadeiros sá-b i o s , que tiveraô a gloria d e eternisarem o s seus nomes , pelas suas engenhosas descober-tas , com, as quaes se executa mais trabalho y
em menos t e m p o , d e s p e z a , e fadiga.
i;., Para faaefl sciente Q Publico d e t a õ j m p o r -t e n -t e s iavençõeâ.; sou novamen-te i n c u m b i d a pox Àuihoridadâ Superior,, de fazer huma p e r
.vque-q u e n a Collecçaõ das M a .vque-q u i n a s , e Instrumen-tos agriculturaes, r e c e n t e m e n t e descoberInstrumen-tos, e inventados para melhor cultura da .terra.
Naõ pôde haver cousa alguma que preen-cha tanto as medidas de hum fiel vassallo , q u e deseja ser útil á sua P á t r i a , como obede-c e r ás intenções do seu P r í n obede-c i p e , e ao mes-mo tempo ter a satisfação de a n n u n c i a r , e patentear ao Publico hum assumpto de tanta i m p o r t â n c i a , como saô I n s t r u m e n t o s , e Ma-quinas de Agricultura , de cujos conhecimen-tos resultaõ tantas utilidades ao Pubhco em geral. Debaixo deste artigo , inculcarei a in-venção de novos , e complicados Arados , com os quaes se fazem 1, 2 , 3 , 4 regos, semea-se a terra , cobrese a s e m e n t e , e tudo se e x e -cuta pela mesma operação ; de s o r t e , que o t r a b a l h o , que hum dos nossos Arados ordiná-rios deve fazer em 4 dias , executa-se por hum dos novos , em hum só dia ; por isso mesmo q u e tem 4 ferros: acresce mais o beneficio de elle mesmo plantar o graò em c e r t a s , e pro-porcionadas distancias, e profundidades, em q u e se p o u p a , relativamente ao modo usual d e semear a maõ cheia (segundo o calculo já feito, e mostrado no dito m e u Compêndio de Agricultura ) huma t e r ç a parte d e semente ; e as mesmas duas partes que restaõ , saô mui-to mais utilisadas ; p o r q u e , naô ficando o g r a ô rnuito enterrado , todo vegeta ; e naõ ficando muito á superfície, naõ he comido pelos pás-saros , te outros d e s c a m i n h o s , como usual-m e n t e aconteoe.- em huma palavra, todos
sa-b e m , que o modo antigamente praticado pa-r a se cultivapa-r qualquepa-r tepa-rpa-ra , dependia de 4 operações distinctas; v. g. l a v r a r , destorroar,
se-4
e a r, e g r a d a r , e para todos estes serviços s e carecia de muitos dias7 diversos
Instrumen-t o s , muiInstrumen-tos T r a b a l h a d o r e s , e gado ; e agora felizmente conhecemos , que todas estas ope-rações ficaõ exactamente satisfeitas a hum só t e m p o , pela engenhosa Maquina de Mr. W i n -t e r , manejada simplesmen-te por hum homem , h u m r a p a z , e dous cavallos, ou dous bois , q u e a p u x e m ; Muitos outros Arados para terras mais fortes; outros menos complicados; Rolos para semear , Arrastadores, ou primeiras Gra» des q u e servem para destorroar -T Grades de
diversas qualidades , tanto para gradar planí-c i e s , planí-como superfíplaní-cies de leivas , lados, regos, extremidades de terras , e bordas de vallados , e t c . Transplantadores para preencher aquellas nodoas de terra r que ficarem mais calvas ;.
ou seja tirando as plantas das mesmas terras o n d e estejaõ mais bastas r ou d e viveiros sem
prejudicar as suas raízes : Maquinas para apa-nhar os rastoJhos. de trigo r & waizes de hervas
r u i n s , que ficarem á superfície por effeito da lavoura • Outras para reduzir á cultura terras i n c u l t a s , ou que tenhaõ estado muitos annos de p o u z i o ; Methodo de fazer tanques, ou re-ceptaculos para conservar água da chuva pa-r a bebepa-r o gado r' em situações onde a naô
houver n a t i v a : Direcções e planes para cava-Iharices , c u r r a e s , c o r t e s , para aproveitar os líquidos d e s t e s , para estrumar as t e r r a s : D i -versos planos para cazas rústicas , com todas as commodidades para os Trabalhadores , e outras para orna to : Descripçaõ de hum c a r r o leve para as conducções dos gêneros r u r a e s , etc. Maquina para lavar a roupa suja, c o m a qual se poupa muito t r a b a l h o , despeza,- e
con-c o n con-c o r r e infinito para a sua con-conservação ; Delineaçaô de huma Queijaria com todos os seus pertences : Descripçaõ de hum Pedomer-t r o para medir Pedomer-t e r r a s , e s Pedomer-t r a d a s , e Pedomer-t c . e sobre tudo h u m engenhoso Moinho para debulhar o t r i g o , com o qual hum homem , com m u i t o pouco trabalho , debulha tanto graõ em a5 minutos , quanto pôde debulhar o mesmo h o m e m em h u m dia de 8 horas de trabalho ; a c -crescendo a esta engenhosa descoberta , as avultadas utilidades seguintes.
í." A diminuição de t e m p o , quanto vai d e 25 minutos a 8 horas.
2.* Excusar o grande numero de bestas , b o i s , e H o m e n s , para o manejo dos calcadoi-ros no modo ordinário.
3.a A exclusão da factura das e i r a s , e seus
p e r t e n c e s .
4-* O aproveitado do graõ ; por ser bem sa-bido1, que na debulha feita em calcadoiros ,
ficaõ muitas espigas na p a l h a , e que na a c -çaô da ventilação para separar a palha do g r a õ , muito d e s t e , quando o vento h e muito forte , vai j u n t a m e n t e com a p a l h a , e outro se es-parge pelo campo circunvisinho á e i r a , e ou-tro h e comido nas espigas pelos bois ou bes-t a s , na acçaô d e o bes-tribes-turarem ; sendo c e r bes-t o , q u e pela operação desta m a q u i n a , nem h u m só graõ se perde.
5.a A grande vantagem d e poder debulhar
eom todo o tempo ; por isso mesmo que a maquina he situada debaixo de coberto , evitando por este modo as inconstancias da E s -tação , q u e muitas vezes faz cessar o traba-lho , e naô as despezas ; por ser c e r t o , que havendo c h u v a , n e v e , ou h u m i d a d e , naõ
d e m os bois triturar os c a l c a d o i r o s ; assim c o m o para a grande , e ..trabalhosa operação d e separar a palha do graõ pela ventilação , n a ô servem os dous extremos de muito , ou p o u c o v e n t o ; p o r q u e sendo e x c e s s i v o , leva o graõ j u n t a m e n t e , e sendo p o u c o , naõ se-para ; e e n t r e t a n t o o pobre Lavrador carrega c o m a despeza e n o r m e do sustento , ou
alu-guel dos animaeã , e jornaes dos operários , na esperança d e melhoria de t e m p o , que ás vezes naõ -he taõ immediata.
6 / Com esta maquina regula o Lavrador a d e s p e z a , e tempo da sua d e b u l h a , e com hum único serviço, absorve huma operação taõ com-p l i c a d a , e ás vezes difficultosa de se fazer
por falta de trabalhadores , gado , e mesmo inconveniências da E s t a ç ã o , e de muitos Ins-t r u m e n Ins-t o s precisos para a operação: finalmen-te , devemos confessar, que esta he huma das mais úteis maquinas , que jamais se inventou, e quando naõ possa ser possuída por todos os Lavradores em razaò da sua pouca lavoura ;
f
tóde acontecer o mesmo que succede com os agares de azeite , aonde todos fazem as suas moeduras , pagando o estipulado; sendo cer-to , que ainda os que naõ poderem possuir as ditas m a q u i n a s , sempre lucraráõ muito < mais-de metamais-de da mais-despeza ordinária ; e os Pro-prietários naõ só receberáõ as utilidades pro-venientes da sua própria debulha , mas igual-m e n t e o estipulado das debulhas alheias , que6em duvida será hum grande ramo de com*
mercio.
Quem dirá , que t a n t a s , e taõ e n g e -nhosas i n v e n ç õ e s , naõ só ú t e i s , mas abso-lutamente n e c e s s á r i a s , sejaò inteiramente
des-desusadas e n t r e n ó s , e que naõ só o s pobres miseráveis L a v r a d o r e s , que apenas p o d e m adquirir com muito trabalho , e fadiga , o sust e n sust o quosustidiano ; mas ainda os ricos , e p o -derosos senhores de t e r r a s , naõ tenhaô a t é ao presente aberto os olhos á i g n o r â n c i a , p a -ra buscarem os meios de se m e l h o r a r e m ; QttaR* tos destes c o n h e c e m o s nós , que voluntariam e n t e arriscaõ grossas sovoluntariamvoluntariamas , covoluntariam a ú n i -ca esperança de lucros incertos ? e por ven-tura póde-se e s p e r a r , q u e pelo desenbolço de algumas moedas , queiraõ renunciar h u ma utilidade taõ avultada, e certa , c o m p r o vada pela constante pratica de algumas N a -ções inteiras , que saõ as q u e hoje vemos , com bastante inveja n o s s a , florecer em Agri-c u l t u r a ? tanto pôde a Agri-c e g u e i r a , e a ignorân-cia , fundamentada nos arreigados costumes dos nossos a n t e c e s s o r e s , e conservada cega-m e n t e por nós.
E u mais quizera ter a gloria de c o m m u -nicar ao Publico o resultado dos trabalhos , e^estudos dos Sábios da minha Naçaõ , porém já que estes se tem applicado a outros ra-mos , igualmente úteis ; naõ deixarei de
lou-var os engenhosos Inventores de todas estas novas maquinas , e i n s t r u m e n t o s , pela utili-dade q u e delles t e m dimanado ao G ê n e r o H u m a n o , e pôde ainda resultar particularm e n t e aos particularmeus N a c i o n a e s ; por tanto , he c h e -gado o tempo de naõ poder servir de descul-pa a ignorância.
Na Collecçaô seguinte , acharáô os Lavradores todas as m a q u i n a s , e instrumentos n e -cessários para o fabrico das suas terras ; naõ podem hesitar no seu bom ê x i t o , por se
rem comprovados por actuaes , e repetidas ex-periências. N a desciipçaõ de cada hum des-tes instrumentos , se achaõ annunciados os 6eus A u t h o r e s , e e m alguns os seus preços. N a õ d e v e a s s u s t a r , ou servir de embaraço o seu custo ; por ser certo , que o beneficio resultante do seu u s o , tanto em tempo , des-peza , e m e n o r quantidade de s e m e n t e ; pa-gará no primeiro anno , naõ só a sua impor-t â n c i a , e c o n d u ç õ e s , como igualmenimpor-te hum maior liquido producto proporcional á
lavou-ra , que cada hum fizer, e nestas circuns-tancias , todo o tempo que se p e r d é r ' e m os lazer haver , e praticar , he outro tanto de prejuiso irremediável.
E u naõ posso esperar, que os pobres L a -v r a d o r e s , ou por melhor dizer, Rendeiros de pequenas porções de t e r r a s , tenhaô prompta-m e n t e os prompta-meios necessários para podereprompta-m prompta- man-dar vir todos estes instrumentos ; por ser bem sabida a sua pobreza , falta de i n s t r u c ç a õ , e cre-dulidade ; e mesmo o grande trabalho de os des* arreigar , e convencer da pratica dos seus cos-t u m e s , e usos ; porém jamais deveráõ cos-ter desculpa aquelles , que pela sua qualidade , r e -presentação , e posses, deixarem de servir de exemplo aos outros ; mandando vir estes en-genhosos instrumentos , e fazendo fabricar as suas terras com elles , para melhor convencer os outros da utilidade do seu uso.
E u ainda pertenderia mais ; e vem a ser , que estes primeiros possuidores dos novos inst r u m e n inst o s , em razwó de humanidade , b e n e -ficência , ou finalmente de i n t e r e s s e ; hou-vessem de emprestar , ou a l u g a r , da mesma maneira que a l u g a õ , e emprestaõ b o i s , ou
ca-cavallos para fazerem as lavouras, os seus ins-t r u m e n ins-t o s , e m a q u i n a s , ao menos os primei-ros annos , para com elles beneficiarem os seus visinhos, e pobre6 Lavradores ; sendo c e r t o , que este seria hum vantajoso passo para a «ua geral introdücçaõ; por que naõ só os convenceria da realidade do seu p r o d u c t o , mas igualmente os habilitaria para poderem ser , em pouco tempo , possuidores de ou-tros i g u a e s , que , com toda a facilidade pode-rão fazer-se em i m i t a ç ã o , pelos nossos Artifir ces , e Officiaes. •!••
D e tudo quanto t e n h o exposto; nascem os seguintes Corollarios.
I. Q u e haveráõ terras em que o trabalho , que p r e s e n t e m e n t e se faz em 4 dias , se exe-cutará em h u m s ó , com hum Arado de quatro ferros. •.-1 • <
II." Q u e se poupa inteirameute todo o tra-balho de semear , e gradar , porisso mesmo q u e este instrumento faz toda esta operação n a acçaõ de lavrar. * •
õ i I I I . n Q u e se salva huma terça p a r t e da se-m e n t e , ' t a n t o se julga a differença q u e ha en-t r e s e m e a r y e planen-tar; de soren-te q u e , se figu-r a figu-r - m o s , pofigu-r exemplo , sefigu-rem necessáfigu-rios 3o<jD moios para as sementes de toda a lavoura Por-tuguesa , fica claro que se poupaõ io<£) moios para o consumo. i
IV.- Q u e os mesmos 2 0 $ moios que se fi-gurão restar para a s e m e n t e , todos v e g e t a õ , p o r isso mesmo que todos ficaõ plantados em certas proporcionadas distancias, e profundi-d a profundi-d e s , o que naô succeprofundi-de profundi-do moprofundi-do orprofundi-diná- ordiná-rio , em que óu fica a semente muito enter-rada , e naõ pôde vegetar , ou muito á
fi-*o
I
ficie, e h e eemrda pelos pássaros , formigas r
e t c 'ou fica muito junta , e m u t u a m e n t e se e m p o b r e c e , e rouba a nutrição ; de sorte que ,
sodemos afoitamente d i z e r , que dos 20$) moios igurados , n a õ chegará© talvez a vegetar T e
p r o d u z i r , mais do que i 5 $ m o i o s , se tanto for , desperdiçando-se 5 $ sem alguma utili» d a d e .
V Por isso mesmo que a lavoura se faz com mais brevidade , menos d e s p e z a , menos g a d o , e homens ; sobejaõ todos e s t e s , e cres-c e m as possibilidades de se fabricres-carem maior n u m e r o de t e r r a s , que muitas vezes ficaõ in-cultas ; por naõ haver t e m p o , gado , e traba-lhadores.
Q u e m poderá duvidar que Inglaterra, que nós vemos hoje florecer em Agricultura, d e ve inteiramente o seu melhoramento ár d e s -coberta dos novos instrumentos , e maquinas, para o que , tem cooperado a s providentes So-ciedades estabelecidas para este fim ; offere-c e n d o , e liberalisando prêmios aos seus enge-nhosos I n v e n t o r e s , os quaes , menos em razaõ de interesse , do que pela gloria de serem os primeiros descobridores, naô cessaõ de fazer continuas experiências, para realisarem os seus projectos.
H e c e r t o , q u e se tivéssemos outras tan-tas Sociedades Agriculturaes estabelecidas em o nosso Reino , e que naõ pensassem em outra cousa mais , do que no melhoramento , e a u e m e n t o de Agricultura; naõ só deixaria-mos de nos aproveitardeixaria-mos dos trabalhos alheios, m a s teríamos a gloria de sermos imitados em> a s nossas descobertas, e colheríamos as eram* des vantagens que dellas t e m resultado às cm*
I I trás Nações. Por este motivo S. A. R., dese-jando remediar esta falta ; manda imprimir a presente Collecçíiõ de novas Maquinas , e Ins-trumentos, que por antigas, e actuaes experiên-cias se tem justificado a sua utilidade; para que os seus Lavradores realmente persuadidos dos seus i n t e r e s s e s , hajaò de voluntariamente a-braçar hum novo methodo de fabricar as suas terras , 6egundo o q u a l , seraõ triplicadamen-t e mais habilitriplicadamen-tados a pagar as suas rendas an-nuaes ; a viverem em mais abundância ; e a enriquecerem a Naçaô dos gêneros da primei-ra necessidade; procuprimei-rando diminuir a cares-tia enorme do seu actual custo , e estagnan-do por huma vez , a corrente de thesouros , que para as outras Nações correm em fonte
f
>erenne ; podendo antes dirigir-se para os c o -res do seus Lavradores , que h e o desejado fim do nosso Pai da Pátria , e de todos aquelles vassallos que ambicionaõ a prosperidade , felicidade , e abundância para a sua Naçaô.^^^^H
E s t a m p a •*• a.folhAsl3 sntwa, {y>t/r/r, e c r/> bcts/ucu??* eu? «J1 $
. '£i ^e--v^fe======:^/--A-^ *£ ásív— -M
A R T I G O I.
Descrípçaâ de huma nova Grade, ou Arrasa-dor. Seu Author R. Treffry de
Beer-Bar-ton, junto a Plymouth.- •
I O M O a liberdade de remetter o t o s c o , e
de-sigual desenho de huma Grade que ultima-m e n t e i n v e n t e i , e juntaultima-mente os ultima-motivos que m e induzirão a construir esta , muito diffe-r e n t e daquellas odiffe-rdinadiffe-riamente usadas , a qual e u naõ duvido que seja recommendada ao p u b l i c o , depois de e x a m i n a d a , c o m p a r a d a , e experimentada, AÍ,., a; j
Ao tempo de semear a cevada a Estação passada c o n s i d e r e i , que as nossas Grades ordi-nárias naõ' correspondem ao fim destinado tan-to-, q u a n t o s e pôde desejar; e tendo presenciado varias qualidades em differentes Províncias , e lugares /" naõ me lembra ter visto alguma ,
T
ie correspondesse melhor do que a minha-.s f a l t a s , ou (defeitos que descobri em todas as que v i , consistiaõ, em que os dentes , ou cavilhas ,. í estavaô situados muito unidos no meio das g r a d e s , embaraçando huns aos outros, d e se poderem e n t e r r a r pela terra lavrada na profundidade necessária , e por este motivo
q u a n d o o terreno fica polvorisado na superfí-cie ,»saô capazes de arrastar com sigo a prir m e i r a . c a m a d a de superfície junta em
t
l 4 C O L L E C Ç A Õ
tes , e ao mesmo t e m p o , p o u c o , ou n e n h u m serviço f a z e m , em hum pé , ou mais de
largu-;ura de terreno , em cada hum dos cantos dos a d o s , e por conseqüência somos obrigados a dobrar aquelle terreno outra v e z ; por cujo motivo p e n s e i , que pelo menos , perdíamos h u m dia de trabalho em cada s e m a n a , que naô h e mnteria insignificante.
D e p o i s de ter meditado mais seriamente sobre estas inconveniências , appliquei o m e u lápis ao p a p e l , e designei hum p l a n o , á
imita-ção do q u a l , mandei fazer huma grade , a qual', em diversos p o n t o s , excedeo muito .a minha espectacaõ : Os lados, ou «extremidades, naõ só operaõ também como o c e n t r o , para naô carecermos de dobrar outra vez squeàíe terren o , mas as cavilhas, ou d e terren t e s , peterrenetraõ m u i -to mais fundo , do que a grade ordinária (era razaõ de estarem regularmente situadas as ca-vilhas a i 5 polegadas distanciadas em cada huma das travessas , por meio das q u a e s , pas-saõ livremente os t o r r õ e s , e t c . e naõ pas-saõ le-vados , ou arrastados juntos em montes ) e jun-t a m e n jun-t e n e n h u m a parjun-te fica i n jun-t a c jun-t a , mais do que três polegadas, quando à grade h e arras-tada só huma vez sobre a terra. Por todas es-tas commodidades eu a c h e , q u e se faz mais obra em passar esta grade huma vez sobre a terra , do que qualquer outra , das q u e eu t e -nho visto , pôde fazer, arrastada duas vezes no mesmo lugar.
Igualmente leva vantagem c o m o arrasta-d o r , ou primeira g r a arrasta-d e , para terras ásperas ordinariamente lavradas, e também para taes , como he voltar huma metade sobre o u t r a , ao que nós chamamos b o r d e j a r , atravessar ,
D E M A Q U I N A S. I 5
ou pôr de t r a v e z , etc. como também para a-c a b a r , e plania-ciar á superfía-cie.
Ao principio imaginei ser necessário mais força para a a r r a s t a r , mas achei , que dous dos nossos p e q u e n o s cavallos de 14 a *4f mãos, travessas de a l t u r a , arrastad-a com toda a fa-cilidade.
A minha grade tem 7 pés , e- huma pole-gada de comprido ; e as travessas 12 polega-das de centro , a centro. Os fechos devem ser fechados por cima no t o p e , e ter huma peque-na cabeça chata por baixo.
O Arrastador,
E m quanto ao arrastador, ou primeira gra-de , observei, que o o r d i n á r i o , arranhava so-bre a superfície da terra , sem penetrar taõ fundo quanto devia : parte pela razaõ que eu já notei nas grades ordinárias , e parte pelas cavilhas, ou dentes serem postos com as pon-tas perpendiculares ; mas sendo espon-tas curvas , e com as pontas voltadas horisontalmente , e situadas a 18 polegadas de distancia, penetraõ pela terra em tanta profundidade, como o ara-do ; r e d u z i n d o , e penetranara-do o terreno de huma maneira extraordinária , e deixando pas-sar livremente por ellas os torrões d u r o s , naõ obstante naõ ficar terreno algum intacto , mais do que três polegadas da ponta de hum d e n t e , á ponta do outro. A travessa trazeira he duplica-damente mais p e z a d a , do que qualquer das o u t r a s , para conservar aquella parte taõ unida á t e r r a , e fundura , quanto se faça necessário , que de outra maneira naõ pôde effectuar benii
%Q - C o i L E C Ç i Ô
Eu naõ me persuado que tanto a grade., como o arrastador, sejaõ taõ perfeitos, que naõ possaò admittir melhoramento; mas se apenas servirem de persuadir, e desafiar al-gumas pessoas mais hábeis , a exercitarem o seu engenho a benefício do Publico, ficarei amplamente remunerado pela lembrança, tra-balho, e despeza que tive.
AR-E s t a m p a Ia a folhas 1*J
Maquina para Eslambiar
aquina pa O T r a nspl antador Vide Pag. Io | : Colunas congeladas. B
&
-D E M A Q U I N*>A S. 17
A R T I G O II.
•
Descripçaô da èonstrucçaõ, e 7/so «fe ^wm « O
-^ o Instrumento para transplantar
Na-bos , etc. feita por José Kirkpaírick. da,Ilha de White.
i ' » i i i . ' i . • •- r i ' . ,1
j . Azendo ultimamente hum gyro por N o r -folk, e n t r e os muitos progressos, e melhora-m e n t o s que vi emelhora-m A g r i c u l t u r a , fiquei parti-c u l a r m e n t e agradado do seu Transplantador de N a b o s ; e d e s e j a n d o , como m e m b r o da So-ciedade d e B a t h , contribuir com aquelle soc-corro , que existir no meu p o d e r , relativo aos geraes melhoramentos em Agricultura; tomo a liberdade de mandar hum destes instrumen-tos feito neste lugar , e debaixo da minha di-recçaô» , !
E m razaõ da simplicidade , e barateza des-. te instrumento , e da facilidade do seu uso ( recommendações assás grandes em todos os instrumentos de Agricultura) eu naõ posso deixar de pensar , que virá a ser geralmente usado. .Porque apparecendo f r e q ü e n t e m e n t e grandes nodoas de terra calvas em n a b a e s , poderemos usar deste instrumento para pre-enuher estas faltas , de algumas partes mais bastas, dos Campos adjacentes , ou do mesmo Campo. Poderá igualmente ser ulrl em J a r -d i n s , para transplantar plantas -de -differentes qualidades. >
O methodo de se usar delle , he pegar no cabo comprido-com a max>.esquerda , e o caho
l 8 C O L L E Ç A. O
curto com a direita , p u x a n d o paTa c i m a ; poem-se o instrumento sobre a planta que se quer a r r a n c a r , e com o p é , enterra se pelo c h a ó ; d e p o i s , dá-se huma volta em redondo com o instrumento , e puxandoo b r a n d a m e n -t e para c i m a , virá a -terra a d h e r e n -t e ás raí-zes da planta em hum corpo sobldo ; d e p o i s , com outro i n s t r u m e n t o do m e s m o t a m a n h o ; tira-se a terra do lugar aonde se quer metter a planta , e conduzindo para este lugar o insf t r u m e n t o que tem a p l a n t a , mette-se no lu-gar , ou buraco , que foi feit© pelo o u t r o ' ' A m a ó diteita fica i m m o v e l , e puxa-se a esquer-da para cima e com este manejo ficará n o l u g a r , sem perturbação das r a í z e s , a t e r r a , e a planta.
Q u a n d o tivermos que transplantar nabos em hum Campo ; occuparemos dous h o m e n s , cada hum com o seu instrumento. Hum-, ar-r a n c a a plaata , e m q u a n t o o outar-ro e n c h e o seu instrumento somente de t e r r a , fazendo lu-gar por este m o d o , para depositar a p l a n t a ; de s o r t e , que a cova que fica depois d e se ti-rar a planta , h e p r e e n c h i d a com a terra da-quella que se fez para se metter a p l a n t a , q u e depois de a ter l a r g a d o , arranca outra p l a n t a , <e volta para o lugar d'onde v e i o ; o primeiro h o m e m , ao mesmo t e m p o , volta com terra somente ; de sorte que , cada h u m dos h o m e n s h e alternada m e n t e © plantador , e sendo cada h u m delles empregado de c á , para l á , faz-ise expeditamente o trabalho,
Este i n s t r u m e n t o foi iwventado p©T Cubitt Gray , de Southrepps em Norfolk; hum h o m e m «jofe tem prestado grande attenoaõ á Agricul-t u r a , e priAgricul-tAgricul-toipaimewAgricul-te á culAgricul-tura dos n a b o s ,
D B M A Q U I N A S 19
E
ara cuja colheita preparava a sua t e r r a , de um modo muito differente de todos os seusvisinhos; e s t e s , gradaõ a sua terra., immedia-t a m e n immedia-t e depois de cada huma vez de arado , e depois a vólaõ ; para ( c o m o elles dizem ) a conservarem h u m i d a ; pelo c o n t r a r i o , elle n u n c a r o l a v a , nem gradava a sua t e r r a , se-não quando a queria lavrar outra v e z , e pelo c o n t r a r i o , a deixava bem aberta para haver d e a aquecer ; porque julgava que a terra nun-ca podia ser demasiadamente quente , ou seo-ca para n a b o s , e teve sempre as melhores c o l h e i t a s , ainda que a Estação fosse secoa ao t e m p o de semear. T e m seguido este methodo
16 annos , e nunca deixou de t e r huma boa colheita de n a b o s , posto que aos seus visinhos tem faltado freqüentemente.
AR-2 0 C o r t E Ç A ô
& ^ : * '
A R T I G O III.
Descripçaô de huma vasilha de estamhrar a laã, para se usar com, carvão de pedra : in-ventada por Joaò Ashman, da Abbadia
de Milton , em Dorset.
(Veja-se a Estampa I. a folhas 17. )
J \ Delineaçaô da Maquina de estambrar a
lãa que eu envio , foi inventada por Joaõ Ash-man , que ha seis mezes está ao nosso servi-ço : elle a trabalhou dous annos e meio em a Abbadia de Milton , e três annos e meio e m Blandfort, e está ancioso d e a apresentar á approvaçaô da Sociedade de Bath.
Explicação da Figura,
1 A caldeira para a água , que c o n t é m huma
mais pequena ; conservando as escumas d e sabaõ da segunda lavaje da lãa, para se usarem a primeira v e z , com a seguinte quan-tidade de làa.
2 Huma chaminé de folha de Flandes para con-duzir o fumo , (elevada mais alta a qualquer direcçaõ por hum canudo igualmente de fo-lha de Flandes ) a parte inferior da qual h e feita quasi globosa, para poder mais com-m o d a com-m e n t e receber as quatro com-mais peque-nas que partem do c u m e da caldeira , (figura 3,3,3,3) para limpar os mesmos canudos
con-tinuados pela caldeira, juntos aos lados, e-quidistantes, e directamente sobre cada h u m
D E M A Q U I N A S . 21
4.4 ( c o m duas mais no outro l a d o ) As portas dos lugares do l u m e .
5.5 Resistos para vasiar a água , e escumas. 6.6 T a m p a s das caldeiras.
7.7 ( c o m mais dous no outro l a d o ) Espaços entre cada h u m dos lugares do l u m e ; para receberem os pentes , em quanto estiverem a q u e c e n d o em h u m a espécie de prato de ferro.
8j8 (e dous mais) Fios grossos de arame nas fo-. Jhas de f e r r o , projectando, e delineando
hu-m a distancia sufficiente para ehu-mbaraçarehu-m que a lãa haja de cahir sobre os p e n t e s , e m quanto estiverem aquecendo : cada hum desr tes lugares aquece hum par de pentes.
9,9 Huma folha de.ferro com buracos para cahi-rem as cinzas, e igualmente se fazer o fogo. a o , 10 Huma lage para receber as cinzas , sobre a qual ha 4 equidistantes ladrilhos para sus-t e n sus-t a r e m a parsus-te superior.
i r , 11 Lugar para o carvaõ de p e d r a , e igual-m e n t e para as c i n z a s , coigual-m nuigual-ma folha d e ferro , etc. arranjado como N . 10. 10.
12,12 Pegadeiras para tirar fora a caldeira.
A mencionada maquina que he rotunda , pela figura de hum pote , he diminuta no meio , para p o d e r a d m i t t i r , e receber os cabos dos p e n t e s , e m quanto estaô a aquecer.
aa C O I . L H C Ç A Õ
A R T I G O IV
Descripçaô de hum R&lador de semear, «o* 'vãmente inventadopòrThomaz Beevor,
títe H.ethe}-.< '
V j O m o naõ c o n h e ç o cousa alguma que con-corra tanto para a p r o m o ç ã o , e producçaõ de huma perfeita Agricultura , como a in-v e n ç ã o , e applicaçaõ de taes instrumentos para a cultura , q u e sejaõ bem organisados , s i m p l e s , e originalmente baratos, ou pela sua d n r a ç a õ ; he este o motivo que me obrigou a mandar fazer hum modelo de hum Rolador d e ferro , que me parece corresponder a todos estes p a r t i c u l a r e s : foi ultimamente inventado C e tem grande uso por toda esta vizinhança d e H e t h e l ) para o assumpto d e distribuir o grád em fileiras regulares , e a huma p r ó p r i a , e proporcionada profundidade; e temse c o n h e -cido ser e f i c a z m e n t e productivo dos princin pães benefícios resultantes da operação dos arados de semear furando o terreno , ou da prática de furar , e plantar o trigo á m a õ , com a grande vantagem d e salvar , t a n t o , muito t e m p o , c o m o despeza; p o r q u e , p e l o uso des*% ta simples maquina ; pôde h u m homem se-m e a r , e cobrir 5 , ou 6 acres de graõ ese-m h u se-m dia ; usando para este fim de 3 cavallos, por-: que o seu pezo h e muito considerável, e por este motivo requer toda esta força.
T e m - s e usado deste instrumento princi-palmente em Trifolio, ou outras plantações
n i ; M A Q U I N A S . a3
de v e r d u r a s , na primeira vez de a r a d o , e p ó r de igualmente ser applicado áquellas terras , que tenhaô sido t r ê s , ou q u a i r o vezes lavra-das. Eu creio que a vista do modelo dará hu-ma p l e n a , e clara idéa da sua operação ; naô obstante , passo a fazer algumas explicações. He delineado e s t e rolador para três caval-los , que devem puxar e m p a r e l h a d o s , guiados por hum homem que vai sentado em huma ca-deira , formada sobre a maquina. O compri-m e n t o do rolador pôde ser compri-mais ou compri-menos conforme a escolha de seu dono ; e as traves-sas dos dous lados , podem ser mais altas , ou mais c h a t a s , d e s o r t e , que determinem pela mesma regra , tanto a fundura dos regos , c o -mo a distancia das fileiras.
O comprimento ordinário , h e p o a c o mais ou menos de 8 pés ; e se as distancias de 8 po-legadas ( p o r e x e m p l o ) se julgarem mais pró-p r i a s , entaõ devera ter o rolador 12 travessas. O diâmetro ordinário h e de 12 polegadas.
He quasi desnecessário n o t a r ; que o ter-reno solto he a q u e l l e , em q u e este instru-m e n t o obra coinstru-m instru-mais vantageinstru-m ; ao instru-menos ,
que assim t e n h a a superfície , e bem
polvo-risado.
Depois d e se t e r passado o rolador e p r e -parado os regos , semea-se a semente á maõ cheia ; pela acçaõ de semear , cahirá quasi to~ da nos r e g o s , mas oompleta-se este desígnio com huma grade basta , cruzando os regos , cujo manejo finalizará a Obra. Depois diste feito , crescerá o origo e m regos iguaes, p o s -t o que aber-tos por maquina.
Em alguns t e r r e n o s , pôde ser que sejaõ suffícientes sé d a p s ca^alíoe»
AR-2 4 C . O L l . í i C Ç A O i
$ 306
A R TU G O . V.i
Descripçaõ de hum Carro leve de Leith , pa' lenteada por Diogo Anderson em
Cot-field, á Sociedade de Bath.
J. Orno a liberdade de mandar o modelo de h u m Instrumento de t r a b a l h o , naõ como hu-m a nova invenção , porque há hu-muito tehu-mpo q u e aqui se usa , mas como hum dos mais l e -ves , baratos, e maneiros de todos os instru-r m e n t o s , que eu jamais conheci para este as» sumpto» He o carro universalmente usado e m Leith , para transportar as fazendas de todas as qualidades do lugar do e m b a r q u e , para Edinburgh , e suas vizinhanças. Consta dei hum par de varaes feitos de madeira de Abeto, uni-dos em parallelo, com 5 travessas d e F r e i x o , ou O l m o , e duas taboas largas de Abeto ao c o m p r i d o , que descançaô sobre as travessas; e por baixo destas , cruzando-as ao meio , hum barrote para as fortalecer, que descanca so-bre o eixo ; que tudo se evidencia suficien-t e m e n suficien-t e olhando para o modelo..O suficien-todo des-t e carro h e des-taõ l e v e , que hum homem pôde pegar nelle ás c o s t a s ; e taõ forte , que dura muitos annos em constante emprego. O primeiro custo he de 12 a 15 shillings, i n d e p e n -dente do eixo e rodas.
Este simples carro he organisado para se m o n t a r , e d e s m o n t a r , com a maior facilida-d e , e para este assumpto tem hum par facilida-d e argolas, que estaõ seguras por cadéas curtas
Estampa 3. afolhas 2.
.4-Carro de Leilh
/'ia 2é. Jetc.aõ de hwma Caza fiara 2teite heCas íynAa. J\.\J
ViJe Pag. 34.
» É M A Q U I N A S . 25
ao pescoço do c a v a l l o , as quaes argolas, mef-tem-se pelas pontas dos varaes còm a maior facilidade, e saô alli seguras por hum piégó grosso, que se atravessa nos furos que há nas pontas dos varaes, Arreios , saô poucas vezes usados , por ser trabalhoso para se montar ;
e desmontar com a brevidade que se requer. Devemos observar , que além das partes já d e s c r i p t a s ; acha-se representado no carro montado ( q u e está separado do o u t r o , para m e -lhor mostrar a. sua c o n s t r u c ç a ò ) huma travessa, que he superior aos mesmos varaes; por cada h u m a : extremidade desta travessa passa hum
prego de ferro, o qual se m e t t e em huns furos dos varaes, feitos para este assumpto : Estes fu-i ros saô taõ largos , que consentem o tirarem-se e metterem-se os pregos com facilidade ; de s o r t e , que toda atravessa possa ser m u d a d a , e situada mais perto , ou mais distante do eixo , conforme pedir a natureza da carga. ji
A maior belleza deste i n s t r u m e n t o ; he a facilidade com que se c a r r e g a , e d e s c a r r e g a , e os homens que estaõ. acostumados a elle , fazem este manejo com tanta; promptidaõ , e ligeireza , que muitas vezes tem texcitado a
minha admiração. Supponhamos , por exem-plo , que temos para conduzir huma pipa d e v i n h o : Neste caso deve-se' conduair o caval-lo no carro taõ próximo ao lugar onde esti-ver a pipa , j quanto for conveniente e entaõi se desmonta , e pôesè o carro na posição d e s -cripta na figura (depois de desmontado , ti-raõ-se os fueiros dos varaes ) que represen-ta hum plano inclinado, sobre o q u a l , dous homens rolaõ.paia cima a pipa de v i n h o , iate chegar sobre, o eixo , com toda a facilidade ;
sS .' C o I. I. B c Ç'"A Ô
e e n t a õ , com h u m a r e p e n t i n a tofcedura , fica ao comprido sobre o carro e n t r e as duas ta-b o a s , e põe-se a travessa por d e t r a z , segura com os seus pregos para a c a l ç a r , e ligada a pipa com as c o r d a s , monta-se o carro no ca-vallo , e marcha.
T o d o este manejo h e feito por dous homens e m muito pouco espaço de t e m p o ; mas como poderá haver p e r i g o , se qualquer destes h o -m e n s houver de a c c i d e n t e -m e n t e escorregar na acçaõ de rolarem para cima a pipa ; costu* m a õ , nesta occasiaõ , c h a m a r h u m terceiro , o qual pegando nas cordas do carro ( que de-vem sempre estar á m a õ ) faz huma laçada em cada h u m a das pontas da corda , e as met-t e pelas ponmet-tas met-trazeiras dos v a r a e s , e passan-d o a corpassan-da por baixo passan-das passan-duas extremipassan-dapassan-des passan-da pipa , e voltando por cima , lhe tornaô a maõ ; o qual terceiro h o m e m vai apertando , e se-gurando , á proporção que os outros dous ho-m e n s a vaõ rolando para ciho-ma ; este ho-manejo previne efficazmente o perigo de algum delles escorregar : Descarrega-se a pipa do carro por h u m a s e m e l h a n t e operação.
Os fardos de t a b a c o , e a s s u c a r , carregaõ-se n o carro da mesma maneira , mas como estes naõ saô taõ c o m p r i d o s , como as pipas d e v i n h o , podem ficar cruzados , ou atraves-sados no c a r r o ; usualmente costumaõ pôr dous destes por cada vez no c a r r o , situando a tra* vessa por detraz do u l t i m o , pára que naô es-corregue ; e c o m o as rodas saô baixas , fica o carro mais levantado por d i a n t e , q u a n d o está m o n t a d o , e por t a n t o , h e necessário segurar bem com cordas os ditos fardos.
Quando há para carregar barriz mais p e q u e
-D E M A Q U I N A S . 27
quenos , ou caixas grandes ,* em lugar de se tirar o cavallo, deixa-se ficar, no seu lugar, em quanto se levantaõ os varaes por diante a tanta altura , que as pontas trazeiras che-guem ao chaõ, o que occasiona hum plano Íngreme, mais inclinado do que o primeiro , para o mesmo assumpto. Este manejo he mais usualmente feito,, para conduzir para cima grandes caixas de qualquer qualidade. Fazen-das enpacaFazen-das, ou enfardaFazen-das, e pequenas caixas, saô postas á maõ sobre o carro com a maior facilidade, visto ser baixo, e naô ter çousa alguma que embarace dos lados. Para graõ, fazewhse saccos de hum comprimento conveniente, para poderem ficar atravessados; no carro;, e saô empilhados huns sobre os ou-tros , com grande facilidade, e ligados com cordas. Todo o Carreara tem usualmente pro-visão de saccos para o seu próprio uso.
He para admirar, ver a.quantidade de tra-balho que em pouco tempo executaò estes Carreiros, com este pequeno', e leve instru-m e n t o ; os cavalloa» geralinstru-mente, valeinstru-m pou-co mais 1 do que 5 íib,; apesar do q u e ; hum destes cavallos no carro de Leith,. conduz par $a Edinhurg» que he tudfc subida, duas cai-xas de assucar y ou tabaco , etc,
E,n esçeu persuadido, que hum destes Car-reiros com o, sen cavaDo , e carro ; faz dobra-do trabalho em imm dia ,, dobra-do que costuwaô fazer os Carreiros de Londres com os seus. tf es grandes Efe&ntes r e o sen enfadpnbo carro ;
o qual. só pnr s4â.bjej mais de> que a carga dia hum cavallo.
AR-28 C O L L E C Ç A Õ
A R T I G O VI.
Descripçaô da Maquina Privilegiada do Re-verendo Cooke , para semear Jurando a ter-ra , novamente melhoter-rada, simplificada , etc. pelo mesmo Author.
\J Publico já está bem familiarisado c o m o
n o m e de Cooke , e com os seus louváveis e x -ercícios respectivos a promover a Agricultu-i^a de abrir os terrenos. A sua nova maquina privilegiada, he muito m e l h o r do que a sua a n t i g a , e vende-se pelo diminuto preço d e 12 guineos ( i n c l u i n d o a enxada de cavallo, e o sarrafacador) ; o que mais evidentemente se demonstra na figura annexa (1). P o r é m , em razaõ dos devidos respeitos ao Sr. C o o k e , e d e algumas mais extensivas informações de alguns dos nossos Sócios , uniremos a se-guinte breve relação.
Os superiores merecimentos da presente melhorada m a q u i n a , comparados com a anti-ga , consistem. '
i.° Nas rodas BB, serem taõ l a r g a s , que a maquina pôde andar por qualquer estrada-, sem t r a b a l h o , ou perigo de q u e b r a r , em ra-zaõ da sua grossura , e demanda somente ame-"-t a d e da força , que necessiame-"-ta a maquina an« tiga.
2.0 Em a travessa das Relhas CO. com to~
das as Relhas, se mover c o m mais facilidade, da
(i) Comparada com a sua maquina a folhas — de vre seote.Collecçaô.
D I M A Q B I N J U , 29
da d i r e i t a , p a r a a esquerda , originado pelo
Pentágono, por cujo motivo'podem-se fazer
os regos direitos ; e quando as üeivas forem fei-tas 4 pés e m e i o , ou 9 pés e m e i ord e largo ,
o cavallo pôde sempre ir no r e g o , sem pôr h u m pé na terra.
3.° Em a semente se provisionar a si m e s -ma regularmente ; sem esperar queiella seja destribuida das caixas s u p e r i o r e s , para1 as
in-feriores, il mi > 4.° E m levantar o prego M sobre a travessa da Relha , a hum gancho L no eixo das r o -das , e por este meio se levantaõ as Relhas da terra no fim do terreno , sem o menor traba-i l h o , ou fadiga da pessoa que acompanha a maquina.
5.° Em ir para b a i x o , ou para cima em sõ-bidas íngremes , abaixando-se , e elevando-se a caixa da semente conforrnemente; de s o r t e , q u e faz a destribuieaõ da semente regular ; e sendo a semente coberta por hum tapador , fica defendida do vento , e chuva.
Estas saô algumas das vantagens p e r t e n -c e n t e s á a-cima melhorada maquina de abrir a t e r r a , e posto que consideráveis no processo d e furar a terra , saõ como n a d a , compara-radas com aquellas que dimanaõ do uso da enxada de cavallo; para o que bastará d i z e r , q u e h u m homem , hum rapaz , e hum caval-l o ; cavaõ ordinariamente em hum dia, de 8 a 10 acres , pela insignificante despeza de 6 , ou 8 pence por a c r e : e por hum estilo mais s u p e r i o r , e mais efficaz , do que qualquer en-xada de m a õ , qualquer que ella seja ; traba-lhando igualmente e m oceasiões , e E s t a ç õ e s ,
g d C O 11 I. ? C Ç A Ô
emj que íeria impossível , por principio al-gum, usar de enxada de maõ. ^ v
>'! Das officiaei provas, e extensivas expe-riências da anuo passado, çom a enxada de cavallo, poderemos dizer; que por hum pró-prio , e conveniente uso da mencionada ma* quina de furar a terra, e enxada de,cavallo, pióde conservar»se o maior -t terreno qu^e
hou-ver ,-taõíqmpo de eryas ruins, como qualquer quintal, ou jardim , com hum evidente pro» veito, mais do que a renda da terra.
D X M . A Q V Z K A S . 3 l
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A R T I G O VII.
Oescripçaõ de huma nova Maquina para lavar a roupa suja ; por Henrique Murrel.
( Veja-se a Estampa I I . a folhas 22. )
M-
Uitos tem sido os Instrumentos , e Ma-quinas , inventados para executar a operação ordinária de lavar a roupa , e alguns até vendidos por privilegio. Por experiências fei-tas em huma melhorada maquina apresenta-da a esta Socieapresenta-dade de Bath por Mr. Mur-r e l l , conhece-se seMur-r muito ú t i l , e digna de Mur- recommendaçaõ , e por tanto damos a sua c h a -p a , e as direcções -para o seu uso.c; N a véspera á noite do dia da lavaje , dei-ta-se a roupa de molho em água fria, mistura-da com algumas cinzas de sabaõ. Na occa-siaô de se l a v a r , deve estar prompta bastan-t e água fervendo , na qual se bastan-tenha rebastan-talhado o sabaõ em bocadinhos , na proporção de a o n -ç a s , a i2gallorís de á g u a , e taõ m e x i d a , que fique o sabaõ bem desfeito , j u n t a m e n t e com algumas cinzas de sabaõ.
Depois tira-se a roupa, e ensaboa-se, como usualmente se faz quando a queremos cozer; de-pois disto feito ; deitaõ-se dentro da maquina 12 gallons da água fervendo acima d e t e r m i n a d a . A roupa roeno3 suja , he a primeira que se met-t e denmet-tro da m a q u i n a , e naõ se deve memet-tmet-ter
3 2 C O L ^ E C Ç A O
mais do que 6 ou 7 cnmizas por cada vez e m cada huma das cabeceiras da maquina ; p o r q u e , todas as vezes que os Compiimidores, ou Im-prensores naô se poderem a b r i r , naõ se pode-rá voltar a roupa , e por conseqüência ficapode-rá parcialmente lavada. Depois fechaõ se bem as portas da m a q u i n a , e põe-se a t r a b a l h a r : ho fim de 10 minutos tira-se para fora a roupa, e mette-se-lhe huma nova porçaõ. A roupa que se t i r a r , deve cuidadosamentev ser. revis-ta , e no caso de ter alguma mancha , deve esrevis-ta lavar-se á maõ. Depois de 2 ou 3 camadas de roupa , conforme a sujidadé que nella s e t e í nba lavado , deita-se fora alguma da água su-j a , em proporção á sua porcaria , e substitue* se com outra tanta quantidade da sobredita determinada da fornalha. Tendo-se por este modo lavado toda a roupa com a primeira água , repete-se a operação com outra nova figua da fornalha , até se ter acabado o total manejo e depois limpa-se muito bem por dentro a maquina até ficar secca ; deixando as portas quasi abertas. -?>•• 1
T e m - s e conhecido por experiência , q u e o pôr de molho a roupa á véspera em água fria , e barrela , ou decoada de sabaõ , e o en-sabonlla antes de a metter em água quente na m a q u i n a ; hade efficazmente desapegar a su-i
jidade< da roupa. j As vantagens da maquina saô evidentes.
O poupado do s a b a õ , pelo a b u n d a n t e uso das cinzas do sabaõ , que se naô podem usar do «iodo ordinário , em razaõ das mão* das lava-: d e i r a s ; e pela mesma razaõ naõ se pôde usar da água taõ q u e n t e , como na maquina : a eco,
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nomia da lenha, pelo menos , huma terça te .- A diminuição de trabalho , duas terças par-tes ; igualmente menos prejudicial, á roupa, do que no*modo ordinário, e!sobretrudo a
bre-vidade de huma das mais enfadonhas tarefas da economia .de qualquer família. Hum rapaz forte , ou homem, pôde effectuar a mais traba-lhosa parte deste processo.
AR-3 4 C O L I E C Ç A Ò
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A R T I G O VIII.
Descripçaõ de huma Queijaria , com todos os seus pertences,
( Veja-se a Estampa III. a folhas 24- ) JAI Aõ se pôde manejar Queijaria alguma com proveito , sem primeiro se aprontar h u m lu-gar próprio , e adoptado para guardar o leite , e para executar as differentes operações da Queijaria. Os requisitos necessários para h u m a b o a Casa aonde se conserve o l e i t e , c o n s i s t e m , e m que seja fria d e v e r a ô , e q u e n t e de inver-n o ; de sorte , q u e coinver-nserve todo o a inver-n inver-n o h u m t e m p e r a m e n t o quasi i g u a l ; q u e naõ seja hu-xnida; e por t a n t o que admitta o poder-se con-servar limpa , e fresca em todos os t e m p o s .
Como nem s e m p r e se pôde i n v e n t a r , ou traçar hum lugar dentro da Casa da h a b i t a ç ã o , q u e possa possuir todos estes requisitos ; eu aconselharia que se erigisse sempre hum E d i -fício s e p a r a d o , o qual sendo feito conforme o plano que eu vou agora a d e l i n e a r , pôde c o n s -truir-se em qualquer situação com muito pouca d e s p e z a , e hade corresponder m u i t o m e lhor ao as*umpto , do que alguns dos d e s p e n -diosos Edifícios que eu t e n h o visto edificados para este m i n i s t é r i o , pela Nobreza , e Cava-lheiros.
Se for possível, deve erigir-se este Edifí-cio junio a huma refregerante n a s c e n t e , ou
cor-D t M A Q U I N A S . 55
c o r r e n t e de á g u a ; aonde as vacas possaõ ter h u m fácil a c c e s s o , e aonde naõ haja água es-tagnada. Deve consistir de hum congregado d e pequenos Edifícios estreitos , como st; vé no Plano* A divisão do m e i o , marcada c o m a letra A, he a Casa do leite , própria-m e n t e assiprópria-m chaprópria-mada. O interior das pa-redes deste Edifício, deve ser feito de rijolo , ou pedra e cal : Esta parede naõ p r e -cisa exceder em grossura , hum tijolo ao comprido ,- e se for de pedra , hum pé de gros-sura : A parede no inverso d e s t a , que deve ser de 6 pés d e grossura , deve ser feita d e •torrões no exterior ; e no i n t e r i o r , de terra «firmemente batida com hum masso. A p a r e d e anterior deste Edifício, pôde ter a altura nos dados de 7 , ou 8 p é s , sobre a qual se podem
situar os esteios para sustentar o tecto ; e as paredes do c e n t r o , elevadas á altura dos es-teios : sobre estes , deve-se pôr hum tecto d e •canas, c o l m o , ou palha ( c o m o se oolmaõ ca-«aes , c h o ç a s , caba nas , palhoças ) que naõ de-v e t e r menos d e 3 pés de grossura , chegan-d o abaixo a cobrir o total chegan-das parechegan-des , e m -cada hum dos lados ; mas se naõ houver tan-ta abundância de c a n a s , ou colmo , quantan-ta for precisa , naõ he absolutamente necessário •que seja o t e c t o taõ grosso. N o t e c t o exacta->
m e n t e sobTe o c e n t r o do Edifício, deve situarse hum canudo de madeira d e sufficiente c o m -p r i m e n t o , que sobresaia hum -pé , ou dous sobre o t e c t o , para servir occasionalmente « o m o h u m v e n t i l a d o r , cuja summidade d e v e
t e r huma t a m p a , , para embaraçar que e n t r e por elle a c h u v a , e n e s t a , huma , ou duas por-tas d e madeira bem ajustadas, que por
3 6 C O L li E c Ç A õ
to de h u m c o r d a ô , possaõ estar abertas"; ou fechadas , conforme for necessários
Deve igualmente fazer-se huma> j a n e l l a e m hum dos l a d o s , para dar c l a r i d a d e ; ' o delinear m e n t o da q u a l , melhor se e n t e n d e r á da divir saô desta parte do Edifício , que se represen-ta na Fig. 2. FG. H e necessário c o m t u d o es-pecificar , que esta a b e r t u r a deve ser fecha-da por dous caixilhos de vidraças ; shum no e x t e r i o r em G , e outro no interior em F.
Pre-sumo ser absolutamente necessário informar o L e i t o r , que o uso destas dobradas corredi-ç a s , c o m o também a grande grossura das pa-r e d e s , e do c o l m o , ou canas sobpa-re o t e c t o , ten-d e m a fazer o t e m p e r a m e n t o ten-desta Casa o
mais igual possível,»em todas as Estações d o : m n o ; evitando efficazmente de ter alguma directa communicaçaõ com o ar e x t e r n o .
A Caza B; he applicada para servir como h u m deposito paia- os p e t r e c h o s da Queijaria', e o lngar aonde se devem l i m p a r , e pôr em ordem•', para estarem promptos q u a n d o forem n e c e s s á r i o s ; pala este a s s u n i p t o , devem-se '•ííturar, e m roda dás paredes , ordens de
parte-l e i r a s , rnezas, e outras commodidndes aonde 'forem necessárias; N e s t e >Edifício; saô as
pa-redes mais delgadas , do que no outro ,. e p©i-ndem ser c o n s t r u í d a s somente: d e ctijolo , ou
p e d r a ; n e m h á necessidade de> q u e o c o l m o , ou ca 11 içado , seja posto em tanta grossura , como na divisão central. N o c a n t o H;estk si-t u a d a ' h u m a caldeiraíide grandeza convenienr t e m e n t e proporcionada f á,Queijaria , com. o •fim de aquecen a água para. escaldar as
vasi-lhas , sobre huma contíguo fornalha : cujoica-nal termina, ç m h u m a c h a m i n é , conduzida
obli-D E } ! ' A Q: U X, T$) A S , 5j
•obliquamente 9obre. a porta na cimalha , sob r e a . q u a l ^ s a h e direita para^cima ,„e p o r e s -<te modo vomita, o íumo^aiuorn ti ,A üiv.r.d :
i O óuDro»repartimento C; pôde seir
emprega-do , como huma >especie de casa de provisões; no qual pôde estar fechada a manteiga curada , e outros productos curada Queijaria, e os p e -t r e c h o s . d c - s o b r e s e l e n -t e , a-té que;sejaõ con-venientemente transportados para outra
qual-quer parte. < Se a Queijaria estiver situada taõ perto da
C i d a d e , que a neve no veraõ , possa ter e x -tracçaõ com lucro ; pôde ser muito útil con-verter este repartimento em casa de neve ; a q u a l , e m muitas occasio.es, sérái hum rhuito •conveniente supplemento;da Queijaria. i N e s t e caso ; será necessário fazer as paredes da m e s -ma m a n e i r a , e grossura, como a s do quarto A)f
como'se v é . d e l i n e a d o pelas linhas;;ponteadas
I, K, I, My sendo!.o colmo posto: igualmenfe
na mesma grossura*.; Depois de feitas e^tas cousas rdevemHse.;pregar, travessas;, de páo pri-mes n o t h a õ , como está marcado no plano
N, O, P, Q, de sorte , que f o r m e , hum
qua--darado interior ,-íjcom hum passeio aberto e m ,-roda , d e - d o u s pés d e l a s g o ; dentro destas -travessas ,b devemnse situar repartimentos* d e
huma fôrma c o n v e n i e n t b j , ' d e hum teci.dio.de ,vimeS > vergas , ou vnras ; «padas devem ser des.--càscadas., e antecipadamente mergulha.da|$ e m
jdcatraô qMemite , í p a r a as preservar dar.podridaõ. Ifo a n t e r i o r r i d e ^ t e q u a d o o / estará:,o r e -•ceptaculotíparai!a ii£véi-xPara «se-, enchei* esta ^casa de n é v e b anrem-sfi.jas diuplijcada,s,pprtas
K} L} e l n a ô s e abrirnõ , alé que seja
sa-58 C a i i E c ç i ô
sario encher-se outra v e z , e o intervallo elt-t r e ©Uas,«deve-se e n c h e r d e palha a c a m a d a ,
e batida firmemente^ e m b a r a ç a n d o por este m e i o a admissão d o a r , e a n e v e i q u e houver
d e se tirar occasionalmente conforme se n e -c e s s i t a r , deve ser pela -casa do leite»
Muitas seraô as commodidades q u e se de-rivem desta accoromodaçaô , e com p o u c a des-p e z a ; des-por este inieio des-podem-se esfriar n o v e » raô , ao gráo que se c o n h e c e r concorrer para a sua maior perfeição , os productos da Quei-jaria ; e o a t t e n t o Lavrador conseguirá occa* s i o n a l m e n t e muitas outras v a n t a g e n s , desta
fácil d e a r r a n j a r iiacoomanodaçaò. Se o obje-cio da Queijaria.for d e t e r m i n a d a m e n t e Q u e i j o ;
será necessário outro addicional Edifício m u i * t o d i f e r e n t e m e n t e cotístruido , o q u a l e u
naô-especifico aqui.
O s quartos mais.; peqiuenos R, e. S, saô m e r a s Í;cavidades j .formadas n a grossura da
separação d a parede , q u e podem ser e m p r e gados para qualquer, ministério que: se c o n h e -c e r -c o n v e n i e n t e . As portas dupli-cadas nestas p a s s a g e n s , saô m e r a m e n t e d e t e r m i n a d a s para impedir mais efficaanieiite toda a
com<Mmni-caçàõ e n t r e o ar e x t e r n o , e a casa do l e i t e ; q u a n d o o g r a n d e calor , ou o frio desta , o fa-ça necessário. O colmo sobre estes p e q u e n o s q u a r t o s , d e v e chegar h u m pé mais abaixo,
do que o da casa de leite , por s e r , m a i s effi-ca« p a r a impedir t o d a a c o m m u n i c a c a õ d o a r dos quartos exteriores. Q u a n d o o ar for tem-, p e r a d o ; a porta / p ô d e g e r a l m e n t e deixar-se aberta , para facilitar a entrada da casa do leite e m occasiões o r d i n á r i a s , e todas as o u
D n M A Q U I N A ÍS. 3 ^ ,
trás porta» a b e r t a s , como ficaô marcada» pe-; Ias linhas p o n t e a d a s .
E m cadV huma destas p o r t a s , c o m o t a m -bém nas interiores d»s quartos B7 e O; d e v e
-se fazer h u m ppstigbnde hum - j á quadrado r
com huma piquena porta e x a c t a m e n t e ajus-tada para e l l e , que se possa fechar , e abrir quando se quizer. No interior de cada h u m destes postigos, deve estender-se hum pedaço d e seda transparente , e franzina , coberta com huma meuda rede de arame ; de sorte que , quando o ar for t e m p e r a d o , e que o vento so-prar em direcçaõ proporcionada, abrindo-6e estas pequenas portas , entre h u m golpe d e a r por todos estes Edifícios, que os conserve frescos , e s e c c o s , sem admittir moscas , ou outros insectos.
Todas as paredes interiores , e forros dos tectos destes q u a r t o s , devem ser perfeitament e caiados. O quarperfeitamento A , ao menos , deve perfeitament a m -bém ser calçado com pedras chatas , ou lages q u e devem ficar levantadas 6 polegadas mais altas , de que a superfície da terra ; tendo c a -nos oblíquos promptos para conduzir a á g u a , ou outro qualquer liquido que accidentalmen-t e se possa enaccidentalmen-tornar.
As paredes devem ser rodeadas de parte-leiras , de huma largura c o n v e n i e n t e , em fi-leiras , humas sobre o u t r a s , nas quaes se pos-6aõ pôr as vasilhas , e no meio deve estar hu-ma grande meza , hu-marcada no Plano com as linhas ponteadas ; a qual , se for feita de p e -dra , será mais l i m p a , e conveniente , do que se for construída de qualquer outro m a t e r i a l ; debaixo d e s t a , deve levantar-se, em circunfe-rência sobre o l a g e d o , hum pé de l a r g o , e 6
-4Q 'C Ó- - I / I , E' C'Ç A Ò'
ptíl^gadais' de altura, (huma espécie de<mtcia, ou receptaculo, para conservar.' água' applica-da para diversos usos, a quaiíbacia-podexá.ser; vasiada; inteiramente» |à vontade , Hbrindatsej hum J burapo: junto ao fundo , pelo qual! corte-:
rá á água para os canos .ordinários.
» B M A Q U I N A S . 4*
-HK'
A K T J G O IX,
Descripçaò de huma nova Ma,qiritw, inventa-da para apanhar,, os rattolhmcde trigo :
y<?i£a )»or Geo Bàswell, e w
Piddlè-town Dorset,
ÍL A três a n n o s , acheimuita.difficuldàde e m
haver homens, que apanhassem, os rastolhos do m e u trigo de Veraõ , pelo methodo usuali
m e n t e praticado neste Paiz , que vem a s e r ; amontoando os rastolhos -em .pequenos, montes cOm hum forcado, e.capando a terra com h u m Ensinho- de maõ , cujo trabalho he feito por. mulheres , p o r q u e os homens saõ geralmente empregados em o uso do forcado. Por este motivo lembroume naô ser difficultoso fazer-s e - h u m I n fazer-s t r u m e n t o , que correfazer-spondefazer-sfazer-se ao assumpto de a juntar o rastolho á maõ. E u sa-> bia o methodo de Norfolk, onde fazem este manejo com Ensinhos de arrastar ( porque as-sim, os denominaõ) puxados por homens*, mas estes saõ necessários p a r a outras cousas. T e -nho visto muitas vezes hum Ensi-nho puxado por cavallo, feito p a r a ajuntar huma casta de G r a m a , ou Graminheira. Lat. Triticum
repens, gramen canine; e igualmente
para.ter-ras alqueivadas ; e conheci hum Lavrador que usou deste instrumento para os seus próprios rastolhos de trigo cegado ; mas este Ensinho era puxado da ponta do tirriaõ pelo c a v a l l o , e arrastava as pontas dos dentes sobre a t e r r a , e por este moÚYO juntava tanta quantidade
44 c o u 1 É c Ç A &
de liervas"rolD*7verduras , - t e r r a ,~e Te-áiras juntamente , de tal maneira , , q u e fazia o trigo quasi de n e n h u m valor1, -e de. fora parte , naô
s e podia usar de modo a l g u m , em rastolhos segados mttito r e n t e s . ••'»« wss\\\ -V » f t ^ w J
Seridb cx)mmümmente<usados e n t r e n ó s , h a mnifcbs-ánnos, os arados d e Norfolk, Pencei poder-se construir hurtv Ensinho por tal mo-do , que podesse ir no parapeito , ou peitoril d e h u m destes arados , da mesma maneira qua s e usa o'mesmo aradoJ "^ .z^ruxn ?t>l- -\
? P o r t a n t o , ^ m a n d e i fazer h u m d e 95 pés d è c o m p r i d o , com os d e n t e s seis polegadas se>-paradas huns dos outros-, e situeio n o cabeçal d o jogo dianteiro {do aradb', e conheci que cor-respondia e x a c t a m é n t e b e m , á excepçaõ so-m e n t e , q u a n d o encotixcra vai coso-m alguso-m considera* vel obstáculo, ou embaraço e m huma das pontas , levava a outra de esguelha , o u ' o b l i q u a -m e n t e . Para re-mediar esta i n c o n v e n i ê n c i a , ti-r e i a tti-ravessa d o timaò ( a pati-rte do jogo dianteiro aonde descançai o t i m a ò , a qual' h e l e -vantada mais alta, ou abaixada para e n t e r r a r ou levantar o a r a d o ) e mandei fazer outra q u e se prolongasse hum p é , ou dous por detraz dos lados exteriores dos p i l a r e s ; e cada huma das pontas da cadéa feita para se t i r a r , ou m e t t e r conforme sé quizesse , a çadâ h u m a das pon*' tas da travessa.; isto conservou o Ensinho a-» j u s t a d o , e fixo.
Com grande satisfação minha c o n h e c i q u e a sua o p e r a ç ã o , excedeo muito além da mi-n h a e s p e c t a ç a õ , por q u a mi-n t o em razaõ deste jogo d i a n t e i r o ; pôde assim c o m o o arado d e Norfolk , i n s t a n t a n e a m e n t e levantar-se , ou deixar-se cabir para baixo , para maior gráo