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PLANEJAMENTO E GESTÃO DA

PLANEJAMENTO E GESTÃO DA

EDUCAÇÃO - NOÇÕES

EDUCAÇÃO - NOÇÕES

INTRODUTÓRIAS.

INTRODUTÓRIAS.

Trabalho organizado pelo Prof.Dr. Livio Oswaldo Arenhart, com

Trabalho organizado pelo Prof.Dr. Livio Oswaldo Arenhart, com

base no livro: Em Aberto,nº 72 / 2000.

(2)

Após a década de 70 do século passado, o

conceito de “gestão da educação” sofreu uma

alteração notável, em função de demandas

econômicas, sociais, políticas e culturais.

O tema “gestão” está posto sobre novas bases

teóricas, que procuram responder a novas

demandas prático-sociais - a autonomia da escola e

a democratização de sua gestão -, que, por sua vez,

assentam sobre uma nova base material de

produção e uma nova compreensão (cultural) do

movimento emancipatório (civilizatório) da

(3)

Ao longo da época moderna, no Ocidente,

passamos da posse do escravo e/ou do

confinamento do servo à mercadoria força de

trabalho operário.

Paralelamente, da educação como privilégio

e/ou ócio passamos à educação universal como

exigência do capital para a sua própria

acumulação.

(4)

Hoje, a evolução da base material da produção vem exigindo novas relações sociais, porque aquelas fundadas na exploração/dominação estão sendo questionadas. As modernas tecnologias não comportam subserviências e imposições. As aptidões para relações de parceria e

aptidões cognitivas avançadas estão se tornando

exigência para todos os participantes do processo, devido às inovações tecnológicas e ao necessário trabalho em

equipe nos setores de ponta da produção. A base material

da produção, especialmente a evolução industrial, adquiriu

nova configuração. Novas tecnologias transformaram a maneira de como as pessoas trabalham e o que elas

produzem. A vida social e cultural assumiu uma

(5)

A base material da relação social, que era o

músculo/força e, depois, o dinheiro/riqueza, passa a

ser hoje o cérebro/conhecimento. O elemento

fundante da forma da relação entre as pessoas

evoluiu da força para riqueza e da riqueza para

o conhecimento.

O determinante da forma de relação fundada

na força é o medo. O determinante da forma de

relação fundada na riqueza é a vantagem. O

determinante da forma de relação fundada no

conhecimento é a compreensão, o sentido.

(6)

O conhecimento, como base material das

relações, permite o estatuto da parceria. Ora, o

conhecimento, que está se instituindo como base

material das relações humanas, entre os povos,

grupos e pessoas, é o próprio objeto específico do

trabalho educativo. O conhecimento como

processo e (re)construção é emancipador e exige

ampliação da autonomia das pessoas. Para

contribuir nesta ampliação, a escola deve ser

autônoma-cidadã e co-responsavelmente

(7)

No contexto da sociedade pós-industrial, ou do

conhecimento, os educadores estão reconstruindo o sentido

da sua ação, ao qual se liga a ampliação da autonomia da escola e a democratização de sua gestão.

Para os educadores, a escola passou a ter o sentido de lugar da “aprendência” e não é mais pensada como simples lugar da “ensinagem”. A escola é também levada a sério como lugar das relações intersubjetivas, do

compartilhamento, do compromisso coletivo. O caráter intersubjetivo vem se firmando como inalienável nas relações educativas emancipadoras. Uma educação

emancipadora se fundamenta numa ação social que vincula

execução e direção, que desfaz a separação entre o

(8)

Outro aspecto importante da ressignificação da escola diz respeito à teoria do conhecimento: o

conhecimento não é mais concebido como algo a ser

“despertado”, como se ele já estivesse contido no indivíduo (concepção inatista), nem como algo a ser “depositado”

nele (concepção heteronômica), mas como atividade (instersubjetiva) de construção e reconstrução de

significações acerca das coisas, das pessoas e das situações do mundo (concepção construtivista). “A inteligência não consiste num depósito apriorístico da verdade a ser

explicitada. Nem consiste num depósito vazio no qual a ‘verdade’ ou as informações serão depositadas. A

inteligência constitui-se um processo construtivo” (Wittmann, p. 92, I).

(9)

À concepção heteronômica do conhecimento

(conhecimento = informação a ser repassada) corresponde o modelo pedagógico diretivista e o conceito de direção heterogestionária, adequada à sociedade de exclusão.

SE se compreende o conhecimento como construção; o objetivo da prática educativa, como

trabalhar o conhecimento historicamente acumulado pela humanidade em interlocução com o conhecimento dos participantes do processo educativo; o ato pedagógico,

como processo de ampliação do saber e de construção das aptidões cognitivas, ENTÃO a direção é autogestionária, adequada a um projeto social de inclusão.

(10)

Isto significa que o lugar das decisões sobre a

educação passa a ser o chão da escola. E que os sujeitos dessas decisões passam a ser os executores das mesmas e os atingidos por elas. O comprometimento efetivo dos

segmentos da comunidade escolar - interna e externa - tem se revelado decisivo no desempenho das escolas. Portanto, a escola é a instância apropriada para as decisões na

elaboração, execução e avaliação do projeto

político-pedagógico, para que sejam pertinentes às necessidades e demandas educativas do contexto e das pessoas nele

envolvidos. Ao mesmo tempo, o processo adequado

implica co-responsabilidade e compromisso, isto é, gestão democrática.

(11)

A construção teórica em “Administração da

Educação” também indica a necessidade de autonomia da escola e da democratização de sua gestão. A educação e sua administração, rendidas e reduzidas a uma concepção e

organização burocrática de escola, tornam-se reféns de interesses escusos e desvinculam-se do movimento

emancipatório da humanidade, no qual, cabe à educação um papel decisivo e intransferível.

“Quando os membros de uma organização se concentram apenas em sua função, eles não se sentem responsáveis pelos resultados” (Senge, 1993). E essa percepção setorizada tem sido a responsável pelo

fracionamento e dissociação das ações escolares e

(12)

Compreender e levar a sério o movimento concreto da prática educativa em seu complexidade implica recusar, para base teórica da gestão educacional, as teorias da

administração que nasceram das empresas capitalistas do passado e foram “aplicadas”, de forma simplista e indevida, às instituições escolares.

O caráter multicultural da sociedade pós-industrial e a emergência do poder local, além das mudanças na

configuração do processo de trabalho, demandam a

substituição do enfoque de administração pelo de

GESTÃO. Trata-se aqui de uma mudança de orientação conceptual e não de simples substituição de termos.

(13)

Recentemente, vem se afirmando a compreensão de que a administração da educação é intrínseca à própria

prática pedagógica e se constitui uma dimensão da mesma. Uma prática pedagógica, como intervenção

intencional, tem um significado histórico-social e uma

totalidade. O ato pedagógico está interligado com outros

atos pedagógicos, assim como o plano de trabalho de um professor está ligado aos planos de trabalho dos outros

professores. Esta cimentação integrativa ou esta mediação dinamizadora constitui a dimensão administrativa da prática pedagógica. Esta totalidade, este universal da proposta

pedagógica, que dá sentido a cada ato, como parte de um

todo, é dimensão administrativa do próprio processo educativo.

(14)

O cenário cultural da sociedade do conhecimento determina MUDANÇAS NO PADRÃO DE GESTÃO, com reforço à estruturas locais e aos projetos de autonomia escolar, requerendo a reconstrução da identidade institucional da escola, como também o

desenvolvimento de NOVAS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DE SUAS LIDERANÇAS. Além de levar em conta o

desenvolvimento de valores e habilidades para lidar com contextos complexos, diversos e desiguais, essa competências precisam tomar em consideração as exigências de uma gestão flexível e democrática, envolvendo maior participação da comunidade, o desenvolvimento de práticas coletivas de trabalho na construção do projeto político-pedagógico da escola e a adoção de práticas que criem o senso de

(15)

Existe um papel político a ser exercido pelo coordenador/gestor, para o qual são exigidos

competências e habilidades especiais, particularmente para lidar com a pluralidade de pontos de vista que

emerge das complexas e surpreendentes relações sociais de alunos, professores, pais e representantes da comunidade.

(16)

Tendo o pleno domínio do PPP e estando

comprometido com a “filosofia” da Instituição, o gestor

tem a função de intermediar os conflitos que naturalmente vão ocorrendo, tendo em vista necessidade de se exigir um desempenho superior dos professores e alunos, na busca de uma excelência institucional, cada vez mais requerida pelo mercado e pela sociedade.

Cabe-lhe intermediar as ações de cunho técnico e político para que a Instituição forneça (ou obtenha) os

meios necessários para a implementação plena do PPP. É atribuição sua, ainda, avaliar permanentemente o trabalho dos professores, com um olho no desempenho dos alunos e outro nas exigências e dinamismo do mundo do trabalho.

(17)

O gestor/coordenador deve ser capaz de dialogar e de argumentar, uma vez que o processo pedagógico - que conduz - envolve atores complexos e situações muitas vezes delicadas.

Uma boa escola faz diferença na vida dos estudantes e da comunidade e essa diferença está diretamente associada ao

desempenho da respectiva equipe diretiva! (M. A. de M.

Machado). “Diga-me o coordenador que tens e eu te direi a qualidade do curso que ministras” (L.F.G. Guimarães).

Uma gestão que amplie os espaços de participação efetiva, na perspectiva da autogestão, demanda um coordenação colegiada e, dos responsáveis, demanda competências de coordenação, a

ponto de poderem ser expressões e sínteses de todo o processo educativo da respectiva unidade escolar.

(18)

A melhor maneira de realizar a gestão de uma

organização é a de estabelecer uma sinergia, mediante a formação de equipe atuante, levando em consideração o seu ambiente cultural (Lück).

Para promover alguma mudança no contexto

escolar, é necessário haver muita liderança e habilidade de mobilização de equipe.

É importante ressaltar que gestão é um processo

compartilhado, de equipe, em vista do que a equipe

(19)

Uma gestão que amplie os espaços de participação efetiva, na perspectiva da autogestão, demanda um

coordenação colegiada e, dos responsáveis, demanda

competências de coordenação, a ponto de poderem ser ser expressões e sínteses de todo o processo educativoda

respectiva unidade escolar.

Coordenação colegiada não significa simetria

funcional. Há que se evitar a diluição das identidades e das responsabilidades.

(20)

A complexidade e a historicidade das atribuições ligadas à gestão da educação requerem uma incessante renovação do modo de pensar.

“Poderíamos dizer que o gestor, como

educador-investigador, está em estado metanóico. Os eventuais

saltos qualitativos na competência pesquisante são

sintomas deste permanente processo de metamorfose” (Wittmann).

A educação do gestor implica o desenvolvimento do conhecimento e a produção de habilidades no

interior da própria ação. “Somos tratores que nos

(21)

Lauro Wittmann destaca 3 eixos da formação do gestor ou coordenador: 1) conhecimentos específicos; 2) competência de interlocução; 3) competência de inscrição histórica. Heloísa Lück ressalta que a equipe diretiva,

responsável pela gestão da escola, deve ser capacitada em

conjunto.

Uma proposta razoável de capacitação da equipe de gestão da escola centra-se na metodologia da

problematização, que adota como foco as situações

“naturais” e concretas do trabalho de gestão da escola (H. Lück). De acordo com esta proposta, o foco de

organização dos programas de formação de gestores deve ser o desenvolvimento de competências (p. 32, I).

(22)

O método de resolução de problemas permite que a aprendizagem, como processo de apropriação e construção de conhecimentos, valores e atitudes, seja feita de modo contextualizado, possibilitando, como princípios

pedagógicos desencadeadores do desenvolvimento das competências profissionais, a ação-reflexão-ação e o

aprender a fazer, fazendo (Machado).

Alguns problemas atinentes à gestão escolar são: 1) Como articular a função social da escola com as

demandas e especificidades da comunidade?

2) Como promover, articular e envolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar?

(23)

3) Como promover a construção coletiva do projeto

político-pedagógico da escola?

4) Como promover o processo da aprendizagem do aluno e a sua permanência na escola?

5) Como construir e desenvolver os princípios da

convivência democrática na escola?

6) Como gerenciar os recursos financeiros?

7) Como gerenciar o espaço físico e o patrimônio da escola?

8) Como desenvolver a gestão dos servidores da escola? 9) Como avaliar o desempenho institucional da escola?

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Estas e outras questões concernentes á gestão escolar pertencem a uma ou/e outra de três “áreas disciplinares” (M. de M. Machado): 1) Área Pedagógica: foca o aluno como elemento central da gestão educativa, tratando da proposta pedagógica, do desenvolvimento do currículo e da avaliação do processo de ensino-aprendizagem;

2) Área Administrativa: foca as ações responsáveis pela efetivação da proposta político-pedagógica da escola, tratando dos aspectos

financeiros, materiais e humanos, com também da transparência, a divulgação e a avaliação interna e externa da escola;

3) Área Relacional: diz respeito à participação real e responsável dos vários setores que compõem a comunidade escolar (alunos,

professores, gestores, servidores, pais, lideranças comunitárias,

instituições parceiras), enfatizando as dimensões da prática coletiva e da ação compartilhada.

Referências

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