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Linguagens em consonância: articulando Língua Portuguesa e Educação física

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Academic year: 2021

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PATRÍCIA KOBER

LINGUAGENS EM CONSONÂNCIA:

ARTICULANDO LÍNGUA PORTUGUESA E EDUCAÇÃO FÍSICA

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação Apresentado ao Curso de Licenciatura em Letras – Português e Espanhol, da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS – Campus Cerro Largo - RS, como Requisito para a Obtenção do Título de Licenciatura em Letras – Português e Espanhol.

Orientadora: Profª Drª Cleuza Pelá

CERRO LARGO 2017

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AGRADECIMENTOS

A conclusão deste trabalho só foi possível com o apoio de algumas pessoas que, de diversas formas, deram a sua contribuição durante todo o processo.

Agradeço

- de modo muito especial, a minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Cleuza Pelá, por ter participado desta trajetória. Pela paciência, confiança, carinho, dedicação, ensinamentos e por partilhar comigo as suas ideias e experiências que enriqueceram o trabalho.

- A Prof.ª Dr.ª Ana Cecília Teixeira Gonçalves e a Prof.ª Dr.ª Sandra Vidal Nogueira, pela disponibilidade de participar da banca examinadora.

- A todos os professores do curso de Letras, que foram muito importantes na minha vida acadêmica e para o desenvolvimento deste trabalho.

- Também aos meus colegas de curso, que sempre me incentivaram, ajudaram e dividiram comigo as angústias e as alegrias da graduação.

- Aos meus amigos, principalmente, a Sara, a Simone, a Claudia, a Raquel e a Aline, que me aconselharam, que dividiram os melhores momentos e que estavam sempre me dando forças e renovando as minhas energias para seguir na caminhada, formando um time dentro e fora das quadras. Amizade sem igual! #Love

- E, sobretudo, a minha família que sempre me acompanhou, incentivou e apoiou, transmitindo o amor mais puro e verdadeiro.

- As irmãs Claudia e Diane, aos sobrinhos Arthur e Gabriel que, mesmo longe, estão sempre ao meu lado. Amo vocês!

- E, especialmente, aos meus pais, a quem devo tudo o que sou e espero ser, pois são os meus melhores amigos, o meu exemplo, a minha base e a minha fortaleza. Muitas vezes, renunciaram dos seus sonhos para que eu pudesse realizar o meu, me acompanharam, apoiaram e motivaram em todos os momentos. Amo vocês incondicionalmente!

- Enfim, a todos que de alguma maneira contribuíram para que eu chegasse até aqui, muito obrigada!

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RESUMO

O tema deste trabalho - a contribuição da abordagem interdisciplinar, envolvendo a Língua Portuguesa e a Educação Física, para a formação esportivo-cidadã de estudantes do Ensino Médio e para o desenvolvimento de sua competência comunicativa a ser usada nas diferentes práticas de linguagem - objetivou mostrar uma possibilidade de trabalho, sob a abordagem interdisciplinar, a fim de propiciar aos estudantes de Ensino Médio situações mais significativas de aprendizagem. Para realizar o trabalho, primeiramente, a pesquisadora estudou trabalhos que discutiam abordagens interdisciplinares e os delimitou. Após, descreveu a abordagem interdisciplinar a partir de documentos oficiais e analisou uma obra da esfera didático-literária para verificar as possibilidades de um trabalho interdisciplinar, envolvendo Língua Portuguesa e Educação Física. E, por último, propôs uma sequência didática resumida, de cunho interdisciplinar, em função dos resultados obtidos. Com esse estudo, entendeu-se que a abordagem interdisciplinar, articulando essas duas disciplinas, pode contribuir para a formação do sujeito como leitor crítico da realidade e da cultura esportiva, para o desenvolvimento do respeito à diversidade, da concentração, da disciplina (comportamental) e da atitude saudável. Concluiu-se também que, articuladas, as disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Física podem contribuir para a formação integral dos indivíduos, pois os conhecimentos produzidos nelas dialogam entre si, permitindo alcançar excelentes resultados no processo de ensino e aprendizagem.

Palavras-chave: Língua Portuguesa. Educação Física. Linguagem. Interdisciplinaridade. Sequência didática.

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RESUMEN

El tema de este trabajo - la contribución del abordaje interdisciplinario, involucrando la Lengua Portuguesa y Educación Física, para la formación deportivo-ciudadana de estudiantes de la Enseñanza Mediana y para el desarrollo de su competencia comunicativa a ser usada en las distintas prácticas de lenguaje - objetivó mostrar una posibilidad de trabajo, por medio del abordaje interdisciplinario, a fin de propiciar a los estudiantes de la Enseñanza Mediana situaciones más significativas de aprendizaje. Para realizar el trabajo, primeramente, la investigadora estudió trabajos que discutían abordajes interdisciplinares y los delimitó. Después, describió el abordaje interdisciplinario a partir de documentos oficiales y analizó una obra de la esfera didáctico literaria para verificar las posibilidades de un trabajo interdisciplinario, involucrando Lengua Portuguesa y Educación Física. Y, por último, propuso una secuencia didáctica, de cuño interdisciplinario, en función de los resultados obtenidos. Con ese estudio, se entendió que el abordaje interdisciplinario, articulando esas dos disciplinas, puede contribuir para la formación del sujeto como lector crítico de la realidad y de la cultura deportiva, para el desarrollo del respecto a la diversidad, de la concentración, de la disciplina (comportamiento) y de la actitud saludable. Se concluye también que, articuladas, las asignaturas de Lengua Portuguesa y Educación Física pueden contribuir para la formación integral de los individuos, pues los conocimientos producidos en ellas dialogan entre si, permitiendo alcanzar excelentes resultados en el proceso de enseñanza y aprendizaje.

Palabras-clave: Lengua Portuguesa. Educación Física. Interdisciplinariedad. Lenguaje. Secuencia didáctica.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 7

2 INTERDISCIPLINARIDADE: ARTICULANDO LÍNGUA PORTUGUESA E EDUCAÇÃO FÍSICA ... 9

3 METODOLOGIA ... 13

4 UMA PROPOSTA DE INTERDISCIPLINARIDADE NA OBRA UMA ESCOLA EM JOGO: ESPORTE, POESIA E HISTÓRIAS DE AMOR ... 16

5 SEQUÊNCIA DIDÁTICA RESUMIDA ...22

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...27

REFERÊNCIAS ...28

ANEXO A - Depoimentos...30

ANEXO B – Capítulo Futebol: garanta o assento e acerte o acento, da obra Uma escola em jogo: Esporte, poesia e histórias de amor, de José Santos e Rogério Corrêa (2016). ... 31

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1 INTRODUÇÃO

O Ensino Médio passou por recentes transformações estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e regulamentada em 1998, pelas Diretrizes do Conselho Nacional de Educação e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Essas mudanças ocorreram devido à necessidade de atualizar a educação no Brasil.

Essas novas orientações objetivam estabelecer o Ensino Médio como etapa final da Educação Básica para todos os estudantes. Assim, esse passa a ser muito mais que uma preparação para o Ensino Superior, ou para a vida profissional, e torna-se um complemento diferenciado para a Educação Básica.

Nesse sentido, o Ensino Médio deverá ajudar o estudante a se preparar para o futuro, a se desenvolver como cidadão e a se capacitar para o aprendizado, tanto nos estudos e no trabalho, quanto na vida pessoal.

De acordo com as Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio - PCN+ (2002, p.8), as mudanças no Ensino Médio são consequência das transformações econômicas, sociais e culturais do nosso país e do mundo. Porém, essas transformações “não tornaram o conhecimento humano menos disciplinar em qualquer das três áreas (Ciências da Natureza e Matemática, Ciências Humanas, Linguagens e Códigos) em que o novo Ensino Médio foi organizado”, pois elas não eliminam as disciplinas, mas sim as organizam e interligam.

Para complementar a formação do estudante no Ensino Médio, as novas orientações propõem uma ação articulada, dentro de cada área e entre elas. Essa ação pede um diálogo entre as disciplinas, a fim de desenvolver um trabalho colaborativo envolvendo os diversos saberes. Essa complementação objetiva ajudar o estudante a se comunicar, se posicionar criticamente, participar da vida social, enfrentar diferentes problemas e, sobretudo, adquirir uma atitude de permanente aprendizado.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (1998) também apresentam propostas de abordagem interdisciplinar por meio da articulação das diferentes disciplinas e áreas do conhecimento. Essa articulação exige uma harmonia de metodologias e propicia um aprendizado de conhecimentos disciplinares que permite o desenvolvimento de competências gerais.

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Tendo em vista os aspectos expostos, cabe ressaltar que o nosso estudo é sobre a contribuição da abordagem interdisciplinar para as práticas de linguagem no Ensino Médio, envolvendo a Língua Portuguesa e a Educação Física, e a articulação dessas duas disciplinas, a partir do estabelecimento de objetivos comuns entre elas com o intuito de contribuir para o desenvolvimento humano de alunos e professores.

Assim, nosso trabalho objetiva verificar de que forma a abordagem interdisciplinar, envolvendo Língua Portuguesa e Educação Física, pode contribuir para a formação esportivo-cidadã de estudantes do Ensino Médio, mas também para o desenvolvimento de sua competência comunicativa. Além disso, buscamos mostrar as possibilidades de trabalho, sob a abordagem interdisciplinar, envolvendo essas duas disciplinas, a fim de propiciar aos estudantes de Ensino Médio situações mais significativas de aprendizagem.

Para tanto, estudamos documentos oficiais que discutem abordagens interdisciplinares e também consideramos a obra Uma escola em jogo: esporte, poesias e histórias de amor, de José Santos e Rogério Corrêa, da esfera didático-literária, tomando, especificamente, como objeto de análise, o capítulo Futebol: garanta o assento e acerte o acento (Santos; Corrêa, 2016, p. 173-193), para verificar as possibilidades de um trabalho interdisciplinar, envolvendo Língua Portuguesa e Educação Física.

Por último, propomos uma sequência didática resumida, de cunho interdisciplinar, em função dos resultados obtidos na análise.

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2 INTERDISCIPLINARIDADE: ARTICULANDO LÍNGUA PORTUGUESA E EDUCAÇÃO FÍSICA

Nesta seção, trataremos do referencial teórico que embasará o nosso trabalho. Inicialmente, destacamos que a articulação entre as diferentes disciplinas e áreas do conhecimento é uma proposta apresentada pelos PCNs (1998) e pode contribuir positivamente para o aprendizado dos alunos. O trabalho interdisciplinar permite que se estabeleça um diálogo entre as diferentes disciplinas e as áreas do conhecimento, relacionando-as entre si para a compreensão da realidade.

Os PCN+ (2002, p.14) apontam que:

as linguagens, ciências e humanidades continuam sendo disciplinares, mas é preciso desenvolver seus conhecimentos de forma a constituírem, a um só tempo, cultura geral e instrumento para a vida, ou seja, desenvolver, em conjunto, conhecimentos e competências.

Nesse sentido, o objetivo não é descaracterizar as disciplinas individualmente, vendo-as como práticas comuns, mas, sim, trabalhar as especificidades numa ação conjunta, envolvendo todas as áreas para assim construir um conhecimento globalizante, rompendo os limites das disciplinas.

Para Fazenda; Varella; Almeida (2013, p. 11), a interdisciplinaridade é a integração, a relação e a inter-relação das disciplinas e é “exercida na prática profissional, científica e escolar, portanto está na circularidade prática da vida”. As disciplinas não podem ser currículos fechados em si mesmos, pois o currículo é integrador e não integrado.

Conforme Fazenda (2002, p. 102) “a interdisciplinaridade pauta-se numa ação em movimento. Pode-se perceber esse movimento em sua natureza ambígua, tendo como pressuposto a metamorfose, a incerteza”. Para ela, a interdisciplinaridade é uma atitude nova em relação ao conhecimento, uma atitude aberta para a compreensão colocando em questão os aspectos ocultos do ato de aprender e os aparentemente expressos.

Fazenda; Varella; Almeida (2013, p. 10) apontam que na interdisciplinaridade é preciso considerar as dimensões fora das disciplinas, saber ampliar e relacionar o conjunto de saberes a fim de aplicar os seus conceitos e principalmente transmitir valores por meio delas. Segundo elas, as disciplinas não formam seres humanos, que é um dever da escola, mas se integradas contribuem para a formação de alunos com valores.

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Mesmo que aparentemente distantes, o trabalho conjunto das diferentes disciplinas pode alcançar excelentes resultados. A Língua Portuguesa e a Educação Física são um exemplo, pois, por mais que tenham as suas especificidades, possuem também muitas características em comum. Essas disciplinas, se trabalhadas interdisciplinarmente, constituem importantes ferramentas de ensino.

As disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Física fazem parte da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias na proposta do Ensino Médio. Nessa área, o conceito de linguagem é indispensável e fundamenta os conteúdos necessários para a aquisição de competências gerais ou disciplinares. A linguagem seja ela verbal, seja não-verbal, seja digital, seja corporal, é o principal conceito ligado a essas disciplinas e pode ser expressa de diferentes formas: por meio da fala, da escrita, de gestos, de movimentos, de imagens, do corpo etc.

Conforme consta nos PCNs (1998, p. 20),

pela linguagem se expressam ideias, pensamentos e intenções, se estabelecem relações interpessoais anteriormente inexistentes e se influencia o outro, alterando suas representações da realidade e da sociedade e o rumo de suas (re) ações.

Em vista disso, para que possamos atuar na sociedade da qual fazemos parte é necessário dominar a linguagem que é um instrumento de comunicação, representação e interação. É por meio dela que expressamos as nossas ideias, obtemos informações, nos comunicamos, pensamos e produzimos cultura, conforme Koch (2003).

De acordo com a autora, a linguagem é lugar de interação dos membros de uma sociedade que leva ao estabelecimento de vínculos e compromissos. Essa interação só será possível se o indivíduo passar a assimilar a cultura de um grupo social, que acontece por meio da comunicação, do diálogo, da troca de experiências, ou seja, por meio da linguagem (Koch, 2003, p. 128).

Dessa forma, cabe à escola a tarefa de garantir o acesso aos saberes linguísticos fundamentais para todos os alunos, para que eles possam exercer a sua cidadania. (PCNs, 1998, p. 19)

De modo geral, todo processo de interação depende da linguagem e tem sempre um objetivo específico. Esse processo acontece nas práticas sociais dos diversos grupos que compõem a sociedade, nos diferentes momentos da sua história. As práticas sociais dependem do interlocutor e da situação comunicativa e, por isso, diferem umas das outras. Uma conversa informal entre amigos, por exemplo, não é a mesma que a conversa de um estudante com o reitor de uma universidade.

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Nesse sentido, podemos afirmar que a linguagem tem poder, pois permite que as pessoas ressignifiquem o mundo. Aprender a linguagem vai muito além de saber ler, escrever e decodificar. É acima de tudo compreender os significados culturais e os meios pelos quais as pessoas entendem a própria realidade.

Tendo a linguagem como base, a articulação entre as disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Física contribui para um processo de ensino e aprendizagem muito significativo. O ensino dessas disciplinas pode buscar desenvolver o potencial crítico dos alunos e os ajudar a identificar todas as formas de expressão. Os gestos, os movimentos, o silêncio, a fala, tudo é texto. Assim, o ensino da linguagem busca capacitar o estudante para ser um leitor efetivo dos diversos textos que representam a nossa cultura.

Partindo disso, todo discurso produzido manifesta-se por meio do texto e se relaciona com outros produzidos anteriormente. Todo texto precisa produzir sentido e ser compreendido para ser considerado como tal. Ele está organizado dentro de um gênero, determinado de acordo com as intenções comunicativas. Os gêneros textuais são constituídos historicamente e diferem uns dos outros pelo seu conteúdo, composição e estilo, conforme Bakhtin (2003).

Os conceitos de linguagem, gênero, texto, entre outros podem ser trabalhados de forma coletiva por meio da interdisciplinaridade. Nesses termos, os PCN+ (2002, p.16) apontam que inúmeras qualidades podem ser desenvolvidas por meio do trabalho interdisciplinar, “como desenvolver apreço pela cultura, respeito pela diversidade e atitude de permanente aprendizado, questionamento e disponibilidade para a ação, são valores humanos amplos, sem qualquer especificidade disciplinar”.

Dessa forma, todas essas qualidades devem integrar-se a todas as práticas educativas, fato que só se concretizará se o ensino for visto de forma conjunta, com a integração de objetivos e maneiras de ensinar e aprender.

Fazenda (2002, p. 165-6) afirma que “a lógica que a interdisciplinaridade imprime é a da invenção, da descoberta, da pesquisa, da produção científica, porém gestada num ato de vontade, num desejo planejado e construído em liberdade”. Para ela, a interdisciplinaridade na educação ajuda a aproximar diferentes realidades sociais e faz “novas leituras das dimensões socioculturais das comunidades humanas”.

Da mesma maneira, os PCNs (1998) concordam que a interdisciplinaridade contribui para o sentido cultural e prático do aprendizado. Para conhecer a cultura de um povo, por exemplo, podemos comparar sua música, sua literatura, seu teatro e seus

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esportes. Com isso, entendemos que esse trabalho integrado objetiva uma educação baseada na sabedoria, na humildade e no respeito à diversidade.

Nesse sentido, a interdisciplinaridade é um movimento (inter) entre as disciplinas, cujo objetivo é a troca, a integração, o conhecimento. Ela permite que o estudante atue de forma ativa no processo de ensino-aprendizagem, deixando de ser mero receptor e tornando-se um sujeito responsável e participativo. Personaliza e humaniza o aluno, capacitando-o para fazer escolhas precisas e responsáveis, ajuda-o a posicionar-se criticamente e a compreender a realidade.

No Ensino Médio, na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, as várias formas de linguagem e os códigos por ela estruturados são o principal objeto de estudo, valendo-se de manifestações sobre os diversos textos que estabelecem a comunicação. A Língua Portuguesa, a Língua Estrangeira Moderna, a Arte, a Educação Física e a Informática fazem parte dessa área.

Por meio das características em comum entre essas disciplinas, é possível fazer uma articulação didático-pedagógica dentro da área, permitindo dar ênfase a diversos conceitos relacionados às linguagens e organizar procedimentos comuns para as disciplinas que a compõe.

A área de Linguagens, Códigos e suas tecnologias divide-se em três grupos de competências gerais: Representação e Comunicação, Investigação e Compreensão e Contextualização Sociocultural. Os objetos de estudo e processos das disciplinas que constituem a área podem, de maneira articulada, ajudar a desenvolver as competências e habilidades desses três grupos.

Conforme os PCN+ (2002, p. 26),

O caminho a percorrer vai da compreensão e do uso particular das linguagens específicas empregadas nas práticas de cada disciplina à compreensão e à análise da faculdade humana de construir e utilizar a linguagem – substrato comum.

Assim sendo, compreender que as diferentes formas de linguagem mostram uma visão específica da realidade vai muito além de entender conceitos ligados a cada uma das disciplinas. É, sobretudo, articular saberes disciplinares e, em consequência, compreender o conceito amplo de linguagem de forma mais profunda.

No Ensino Médio, todo o conhecimento encontra-se organizado nas disciplinas que constituem o currículo. Na busca do diálogo e da articulação dessas disciplinas, a abordagem interdisciplinar contribui para o processo de ensino e aprendizagem.

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De acordo com os PCN + (2002), dentro da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias a função da disciplina de Educação Física vai muito além de proporcionar momentos de lazer e de práticas esportivas. Ela deve trabalhar a cultura corporal, considerando-a uma linguagem, permitindo que o estudante produza, reproduza e transforme essa cultura, exercendo a sua condição de cidadão. Da mesma forma, a Língua Portuguesa busca capacitar o aluno para a leitura e a produção escrita dos diversos textos que representam a nossa cultura e objetiva desenvolver o seu potencial crítico ajudando-o a perceber as inúmeras formas de expressão.

Segundo a Base Nacional Comum – BNCC - (2015, p.108), “as práticas corporais são entendidas como uma forma de relação do ser humano com o mundo e de interação com os outros sujeitos”, e assim são compreendidas como produções culturais diversificadas permitindo que o estudante construa sentidos e significados sobre a realidade na qual está inserido.

Em relação à Língua Portuguesa, a BNCC (2015, p.38) afirma que a linguagem permite que os sujeitos atuem criticamente na sociedade, constituam-se, construam identidades e produzam conhecimento.

Com base nisso, entendemos que tanto a disciplina de Língua Portuguesa quanto a de Educação Física estão relacionadas à leitura, ao protagonismo e à produção de sentidos nas diferentes formas de linguagem e que ambas têm como base o texto verbal e não-verbal e objetivam ler, interpretar, analisar, identificar e recriar os valores e sentidos presentes nos diversos textos. Além disso, os conhecimentos produzidos nelas dialogam entre si, permitindo que a articulação entre essas disciplinas alcance excelentes resultados no processo de ensino e aprendizagem.

A partir desses conceitos teóricos, passamos aos de procedimentos adotados para este trabalho.

3 METODOLOGIA

A nossa pesquisa parte da observação e da análise de constatações particulares para a formulação de relações e hipóteses mais gerais e abrangentes, ou seja, vale-se da abordagem indutiva. Além disso, é de natureza aplicada, pois, mesmo não sendo posta em prática, tem o objetivo de gerar conhecimentos para a elaboração de uma proposta de trabalho de caráter interdisciplinar para o Ensino Médio.

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A forma de abordagem é qualitativa, pois envolve a interpretação de ações e a atribuição de significados no seu processo. De acordo com Silva e Menezes (2005, p. 20), na pesquisa qualitativa,

o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

Em relação aos seus objetivos, é uma pesquisa exploratória, pois visa buscar maior familiaridade com o tema, a fim de torná-lo explícito, de construir hipóteses. Além disso, envolve levantamento bibliográfico e análise de exemplos que estimulem a compreensão. Em geral, assume a forma de Estudo de Caso, que segundo Silva e Menezes (2005, p. 21), “envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento”.

Para Leffa (2006, p. 15),

o estudo de caso é um tipo de pesquisa qualitativa, com ênfase maior na exploração e descrição detalhada de um determinado evento ou situação, sem a preocupação de descobrir uma verdade universal e generalizável. Suas aplicações não se restringem apenas à pesquisa, mas se estendem também à educação, como técnica de ensino e à clínica, como instrumento de trabalho. Nesse sentido, entendemos que a principal característica dessa metodologia de pesquisa é o estudo aprofundado e detalhado de um objeto muito bem definido, objetivando analisá-lo, descrevê-lo e explicá-lo. Partindo disso, selecionamos o nosso objeto de estudo e estabelecemos os critérios para a sua análise.

Para tanto, os critérios partiram fundamentalmente da observação de dois movimentos que se complementam: o de articulação e o de caracterização das disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Física. Além desses principais, temos ainda os subcritérios, que dizem respeito ao exame de “conteúdos conceituais”, “procedimentais” e ‘atitudinais’ relacionados a expectativas de aprendizagem em relação às áreas do conhecimento aqui delimitadas.

Tais “conteúdos” a serem observados no corpus do trabalho - capítulo dez (10), intitulado Futebol: garanta o assento e acerte o acento da obra Uma escola em jogo: esporte, poesia e histórias de amor, de José Santos e Rogério Corrêa (2016) - têm por base os quatro pilares da educação, conforme Delors (2003), a saber: “aprender a conhecer”, “aprender a fazer”, “aprender a conviver” e “aprender a ser”. Eles estão interligados na construção do saber e a sua relevância é encontrada no seu conjunto. Para Delors (2003), esses pontos têm a função de envolver e desenvolver todas as dimensões do indivíduo.

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O “conceitual” está relacionado a conceitos propriamente ditos e a factuais, que são os conhecimentos dos fatos, acontecimentos, dados etc. “Os conteúdos conceituais” são mais abstratos e exigem compreensão, reflexão e análise. São o fundamento do “aprender a conhecer”, lembrando-nos que aprendemos com a nossas experiências. E, segundo Delors (2003, p. 101), aprender a conhecer é essencial para “beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida”.

Os “conteúdos procedimentais” estão ligados ao “aprender a fazer” e colocam em prática os conhecimentos adquiridos com os “conteúdos conceituais”. Envolvem ações práticas para a realização de um objetivo, pois toda a produção ou reprodução é determinada por eles. Segundo Delors (idem, p. 101) “aprender a fazer” é fundamental “a fim de adquirir não só uma qualificação profissional, mas, de uma maneira mais abrangente, a competência que torna a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe”.

Por último, “os conteúdos atitudinais” são as relações do indivíduo com ele mesmo, com o outro, com o conhecimento, e com o meio em que vive e atua. Refere-se ao modo como o sujeito age socialmente, aprendendo atitudes, normas e valores que devem ser desenvolvidas e postas em prática. Esses conteúdos passam pelas relações afetivas e de convivência, nas quais todos seguem normas: respeito, solidariedade, humildade etc. Para Delors (2003, p. 102), é necessário aprender a conviver “desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se para gerenciar conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz”.

Partindo do estudo desses conteúdos, será desenvolvida a análise do objeto selecionado1 com base nos critérios e subcritérios delimitados. Os resultados obtidos serão expostos, a fim de permitir uma reflexão sobre a abordagem interdisciplinar em trabalhos com linguagens. Por último, faremos a proposta de uma sequência didática resumida, considerando a abordagem interdisciplinar, envolvendo as áreas de Língua Portuguesa e Educação Física.

A seguir, apresentaremos a análise do capítulo dez (10), intitulado Futebol: garanta o assento e acerte o acento da obra Uma escola em jogo: esporte, poesia e histórias de amor, de José Santos e Rogério Corrêa (2016).

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Selecionamos o capítulo dez (10), intitulado Futebol: garanta o assento e acerte o acento da obra Uma escola em jogo: esporte, poesia e histórias de amor, de José Santos e Rogério Corrêa (2016).

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4 UMA PROPOSTA DE INTERDISCIPLINARIDADE NA OBRA “UMA ESCOLA EM JOGO: ESPORTE, POESIA E HISTÓRIAS DE AMOR”

Em função da metodologia adotada e do nosso objeto de estudo, selecionamos para análise o capítulo Futebol: garanta o assento e acerte o acento, da obra Uma

escola em jogo: Esporte, poesia e histórias de amor, de José Santos e Rogério Corrêa

com o objetivo de observar e identificar uma proposta de interdisciplinaridade em ação. Primeiramente, é importante destacar que na obra é contada a história de dois professores, um de Língua Portuguesa e outro de Educação Física, e de seus alunos que se unem para lutar contra o fechamento da Escola Municipal Escritor Joel Rufino dos Santos. Para evitar que isso aconteça, surge a ideia de organizar um torneio esportivo envolvendo toda a cidade de Água Bela. Eles objetivam chamar a atenção para os perigos que a escola corre e mostrar a importância que ela tem. Paralelamente, a professora de Língua Portuguesa da escola leva os temas esportivos para a sala de aula e realiza um trabalho muito interessante. Porém, um terrível vilão faz de tudo para atrapalhar a ideia do grupo, pois ele tem outros planos.

A obra é classificada como infantojuvenil e nela os autores falam dos esportes mais comuns no Brasil, ensinando regras de onze modalidades e mostram os segredos para a escrita de diversos gêneros textuais. É um livro com mais de cem ilustrações no qual os autores unem conteúdos de Língua Portuguesa e de Educação Física, criando uma história de ficção. A combinação resultou em uma narrativa bem criativa, humorada e diferente.

Nesse sentido, as informações são dadas por um narrador onisciente e também por personagens que conversam entre si e com o leitor. O professor Lino, de Educação Física, e a professora Janaína, de Língua Portuguesa, são os principais e conduzem a história, relacionando sempre o esporte a questões de língua.

A obra é composta por treze capítulos. Cada um foca uma modalidade esportiva específica e narra a história que ocorre na escola. Para nossa análise, selecionamos o capítulo dez.

O título do capítulo dez é Futebol: garanta o assento e acerte o acento (p. 173) e aparece na forma de poema visual. Nele, é apresentada a modalidade esportiva que será abordada no capítulo e o tema de português: acentuação gráfica, conforme segunda parte do título-poema: “(...) e acerte o acento” (Santos; Corrêa, 2016, p.173).

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Nessa parte, o aluno precisará reconhecer a forma e a estrutura de um poema visual e hipotetizar que estudará as regras de acentuação gráfica e o tema relacionado ao esporte. Assim, podemos entender que é um material que permite inferir os conteúdos conceituais a serem focados em uma prática de trabalho.

Nas páginas seguintes, há um relato ficcional (p. 175), na qual um narrador relata que Janaína e Lino (professores de Língua Portuguesa e Educação Física, respectivamente) deslocam-se, usando bicicleta e skate, para a CAAAB – Clube Atlético e Aquático Aguabelense, onde será realizado um jogo de futebol, conforme mostra o trecho:

Janaína pedalava pela orla, recebendo o carinho do sol da manhã. Ia em direção ao CAAAB se encontrar com Lino e o Juca, diretor de esportes do clube (Santos; Corrêa, 2016, p. 175).

Na p. 74, há uma ilustração que acompanha o texto e reforça os meios de transporte usados pelas personagens.

A temática do relato envolve a organização do jogo de futebol. Essa identificação é possível por meio do uso de verbos, substantivos e adjetivos que ativam na memória do leitor, o campo semântico dos esportes (futebol): “CAAAB”, “diretor de esportes do clube”, “campo”, “finais”, “torneio de futebol”, “dono da bola”, “torneios masculino e feminino”, “jogaram”, “futsal”, “times”, “partidas eliminatórias”, “arquibancadas”, “jogos”, “clube”.

Nessa parte, o aluno deverá aplicar alguns procedimentos de leitura, tais como inferir o tema do texto, do sentido de expressões metafóricas, interpretar com o apoio de ilustrações e/ou infográficos e reconhecer os efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos fonológicos e sintáticos. Essas ações envolvem a ativação de conteúdos conceituais que, por si, permitem os procedimentais.

Na página seguinte (176), há a inserção de um recurso de autoridade por meio de uma citação direta, de uma personalidade do mundo esportivo – o jogador de futebol Tostão. É possível identificar o texto como citação direta por meio do uso de aspas e pelo fato de logo após constarem os créditos do autor (“Comentarista, campeão da Copa do Mundo de Futebol em 1970”). Isso implica, novamente, na ativação de conteúdos conceituais e procedimentais, pois o aluno necessita “reconhecer” o gênero textual, interpretar e dar sentido ao conteúdo do texto. Ou seja, os atos de reconhecer, interpretar e dar sentido são procedimentos que só podem ser ativados se conhecidos e com base nos conceitos/conhecimentos.

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Na sequência (p.177), há um subtítulo: “NO CAMPO”. Esse faz referência ao espaço na qual o futebol é praticado. Aqui, a personagem intitulada “professor Lino” faz um comentário sobre o principal objeto utilizado no jogo de futebol, a bola, e a sua valorização no meio social por meio da prática da modalidade:

É difícil achar uma bola no lixo. Uma bola com mínima condição de uso sempre terá um dono (Santos; Corrêa, 2016, p.177).

Em seguida (p.177-178), há outro subtítulo: “CHUTA!”. O verbo “chutar” aparece no imperativo, indicando um tom de convite para o jogo. No texto, é feito um relato histórico sobre o objeto (bola) e o jogo de futebol: onde e como surgiu, como se organizou e as mudanças ocorridas até o surgimento do futebol moderno, conforme o trecho (Santos; Corrêa, 2016, p. 177):

Três mil anos atrás, muito antes do descobrimento, os habitantes da América criaram uma modalidade semelhante ao nosso futebol (jogado com os pés) e ao futebol americano (disputado com as mãos).

Há também uma ilustração que acompanha e reforça aspectos levantados no texto escrito, na qual o aluno deverá reconhecer o sentido e fazer a relação entre ambos. Posteriormente, ainda na p. 178, aparece o título: “NA SALA DE AULA”, parte na qual a professora Janaína, de Língua Portuguesa, leva o futebol para a sala de aula:

Eu adoro futebol, de campo e de salão. E o de areia também. O futebol é a paixão de muitos escritores (Santos; Corrêa, 2016, p. 178).

Ela faz um relato ficcional apresentando alguns autores da literatura adulta que têm o futebol como uma paixão: Nelson Rodrigues, Carlos Drummond de Andrade e Edilberto Coutinho. E outros mais jovens: Flávio Carneiro, José Roberto Torero e Luiz Guilherme Piva. No relato, a professora fala do resultado de um trabalho feito pelo Ensino Médio, na qual criaram um time misto de poetas brasileiros. Além disso, ela desconstrói o preconceito com o nordestino ao afirmar que eles são responsáveis pela construção de muitas casas e prédios da cidade de Água Bela, preservam a literatura de Cordel e organizam a melhor festa de São João daquela região.

Posteriormente, na p. 179, a proposta anterior da professora Janaína é representada por meio de um infográfico. É a ilustração de um campo de futebol na qual os jogadores dispostos são grandes nomes da nossa Literatura. Depois, a personagem também aborda a questão do Acordo Ortográfico de 1990, suas mudanças na acentuação das palavras paroxítonas e no uso do hífen. Utiliza como exemplos os nomes próprios

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Mario de Andrade e Mario Quintana. Faz referência, também, aos países lusófonos, fazendo uso da metalinguagem2.

Assim, faz-se necessário que o aluno conheça aspectos históricos, relacione texto e imagem, compreenda e interprete as propostas e organize as ideias para que possa construir sentido no texto, indicando, dessa forma, outra ativação de conteúdos conceituais e procedimentais que colocam em prática estratégias na área de leitura.

O poeta Mario Quintana, na p. 180, aparece em uma ilustração, uniformizado de jogador de futebol da seleção brasileira (verde e amarelo), com a bola na mão e asas de anjo. A imagem refere-se ao texto anterior, na qual o autor é mencionado. No capítulo, como também em outros momentos do livro, a professora Janaína recebe SMSs de seu admirador secreto, que todos sabem que é o professor Lino. A mensagem é um curto poema romântico.

Na sequência, novamente é feito um relato histórico, apresentando Charles Miller, considerado o responsável por trazer o futebol para o Brasil. Há informações e curiosidades sobre ele, como indica o trecho:

Embora o esporte já fosse praticado em alguns colégios no século XIX, o paulista Charles Miller, filho de um escocês e de uma brasileira, é considerado o responsável pela implantação do futebol no Brasil (Santos; Corrêa, 2016, p. 181).

Logo depois do texto, uma ilustração representa o professor Lino e Miller, como se estivessem conversando feito grandes amigos, reforçando informações apresentadas no texto anterior.

Nas páginas 182 e 183, é feita a ordenação de informações históricas sobre o futebol. Elas são organizadas por contrastes, mostrando como era no passado e como é na atualidade. Junto a essas informações, é apresentada uma regra na prática da modalidade. O regulamento é um discurso injuntivo3.

Por meio do discurso são dadas informações paraolímpicas sobre o futebol. Quem as descreve é uma personagem do livro, Henágio, que na ilustração está em uma cadeira de rodas. Nessas duas páginas, são indicados conceitos que têm por função estimular o conhecimento sobre a história da modalidade esportiva.

2 Por Metalinguagem, podemos entender como o uso linguístico, cujo objeto é também uma linguagem, ou seja, é usar um tipo de linguagem para falar dela própria, conforme Bechara (2009, p. 39). Ex.: um filme falando sobre um filme, um livro sobre um livro.

3 Por discurso injuntivo podemos entender, segundo Adam (1992), o discurso que busca induzir ou instruir procedimentos, aconselhar o interlocutor a fazer algo, ordenar-lhe que cumpra determinada tarefa e trata de um fazer prático. Apresenta uma estrutura linear ordenada temporalmente, constituída por uma sucessão lógica ou cronológica de fases ou etapas de um comportamento ou processo a executar.

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No capítulo, há um infográfico enciclopédico, que é a junção das palavras “info” (informação) e “gráfico” (desenho, imagem, representação visual), ou seja, é um desenho ou imagem que, com o auxilio de um texto, explica ou informa sobre um assunto para ajudar na compreensão.

O infográfico mostra detalhes de um jogo de futebol. Para tanto, são apresentados aspectos importantes de uma partida, tais como a área técnica e demais espaços, a arbitragem e o regulamento. Além disso, é feita a explicação de como se deve proceder em uma partida de futebol e são descritas algumas regras. Assim, são indicados temas e subtemas para compor os conteúdos conceituais e procedimentais, relacionados com a prática esportiva.

Na página seguinte, o subtítulo “NO CAMPO” indica que na sequência serão descritos aspectos fundamentais do futebol. Há ainda outros subtítulos, como “é GOL” que fala do objetivo do jogo, “OS ARTISTAS”, descrevendo como os times devem se organizar, “O PALCO” e “ÁREAS” apresentando o espaço onde é praticado e como ele é dividido. Nessa passagem, temos novamente elementos que focam conteúdos conceituais ou factuais, pois por meio dos conceitos apresentados no capítulo os alunos são estimulados a conhecer regras e normas vigentes na modalidade.

O escritor Monteiro Lobato, na sequência, aparece uniformizado de goleiro, vestindo as cores verde e amarelo. A ilustração faz referência ao texto seguinte no qual a professora Janaína faz um relato ficcional, apresentando nomes da Literatura Brasileira que escreveram para crianças e jovens. A personagem afirma: “No time de quem escreve pra crianças e jovens tem muita gente legal” (Santos; Corrêa, 2016, p. 187). Ela relata os resultados obtidos em uma atividade com o Ensino Fundamental, em que os alunos montaram os seus times de escritores.

Primeiro, o time é descrito com os nomes completos dos “jogadores” e depois é representado em um infográfico, em que cada um assume uma posição em campo e recebe um nome artístico, assim como acontece com os verdadeiros atletas da modalidade. Assim, o aluno deverá compreender a proposta de trabalho, interpretar e relacionar o texto escrito ao infográfico, reunindo conhecimentos sobre a temática do futebol e acerca da Literatura.

Cecília, uma aluna da escola e personagem da história que está sendo contada, descreve informações e curiosidades sobre Sergio Kleinsorge, colocado como técnico do time escalado pelos alunos do Ensino Fundamental.

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Em seguida, o foco volta a ser a modalidade esportiva por meio do subtítulo “NO CAMPO”. Agora, são descritas informações sobre o juiz e a duração de um jogo, indicadas por meio do subtítulo “SENHOR JUIZ”, curiosidades sobre a bola e o gramado utilizados, descritas pelos subtítulos “GORGUCHINHA” e “TAPETE”, respectivamente. Sobre Pelé, considerado o Rei do futebol, também são apresentados alguns dados e a sua trajetória como jogador: “Edson Arantes do Nascimento era chamado de Gasolina na adolescência. Mas ficou famoso com outro apelido: Pelé” (Santos; Corrêa, 2016, p. 190).

Na p. 190, ocorre novamente uma mudança de foco, na qual é evidenciada uma notícia ficcional do jornal Correio das Águas, da cidade de Água Bela, que ilustra a história que está sendo contada no livro. Essas mudanças de foco indicam a necessidade de mostrar para o aluno que ele precisa saber identificar, relacionar e interpretar as diferentes situações que aparecem no decorrer do capítulo, fazendo referência a conteúdos conceituais.

O professor Lino relata algumas de suas memórias, na sequência. Acompanhando o texto, há uma ilustração da personagem sentada num banco, como se, de fato, estivesse revivendo alguns momentos de jogador de futebol, relatados no texto escrito.

Essas constantes mudanças de foco são exemplos de que o aluno precisa identificar e interpretar os textos, observar, ler e inferir os sentidos e prestar muita atenção na leitura para que consiga compreender todo o conteúdo, envolvendo, assim, tanto a ativação dos conteúdos conceituais e procedimentais, quanto dos atitudinais relacionados às duas disciplinas: Língua Portuguesa e Educação Física.

Finalizando o capítulo, a professora Janaína leva o leitor para a sala de aula novamente e apresenta o seu poema sobre futebol. Para tanto, a proposta é usar palavras parônimas. Dessa forma, a gramática está sendo trabalhada por meio da produção de um poema, utilizando palavras do campo semântico do futebol, articulando, assim, a Língua Portuguesa à Educação Física. Depois de apresentar o poema, ela faz uma explicação sobre o conceito de Língua Portuguesa utilizado, ou seja, o de parônimos4.

Depois, é mostrada uma tirinha envolvendo a temática do futebol. Para compreendê-la é necessário ter conhecimentos sobre a modalidade, implicando na ativação dos conteúdos conceituais, sobretudo algumas expressões bastante comuns,

4

Por parônimos entendemos as palavras que possuem significados diferentes, mas são parecidas na grafia ou na pronúncia, conforme Bechara (2009). Exemplo: comprimento e cumprimento.

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como “perna-de-pau”, que faz referência a um jogador que não leva muito jeito, desastrado, sem habilidade. Além disso, o aluno deve saber fazer uma boa interpretação e construir um sentido para a tirinha. O interpretar e dar sentido ao texto envolve estratégias procedimentais como relacionar, inferir, analisar, entre outros.

Com base nas observações e análises do capítulo que representa livro como um todo, verificamos que o objetivo da obra é incentivar a formação de repertório na área esportiva, em Língua Portuguesa e Literatura, e desenvolver a postura e a disciplina adequada dos alunos por meio de relações entre esses conhecimentos.

Sendo assim, é um exemplo interessante para ajudar professores a planejar aulas por meio da abordagem interdisciplinar, pois mostra várias possibilidades de atividades que podem ser desenvolvidas de forma articulada, envolvendo a Língua Portuguesa e a Educação Física.

Em relação à Língua Portuguesa, essa é caracterizada, no capítulo, pelos conteúdos temáticos abordados: parônimos, poemas, acordo ortográfico, autores da Literatura Brasileira etc. Também pela organização textual, por meio dos diferentes gêneros textuais: notícia, tirinha, poema, depoimento, infográfico, etc. Também pelas informações apresentadas ao longo do capítulo: descrição, relato ficcional e histórico, narração.

Já a Educação Física é caracterizada pelo seu conteúdo temático, que é a modalidade esportiva do futebol. A apresentação do jogo, das regras, do campo e dos subtemas ligados a esse esporte fazem referência à disciplina. Além disso, a demonstração da modalidade por meio das ilustrações e infográficos, os momentos de lazer e a linguagem corporal também são características da Educação Física.

Ao lado desses conteúdos temáticos que promovem o diálogo entre as duas disciplinas, entendemos que a articulação entre eles se dá ao relacioná-los, inferi-los e analisá-los. Essa articulação precisa ser discutida em práticas de sala de aula para, assim, desenvolver a formação esportivo-cidadã dos estudantes e a sua competência comunicativa, proporcionando-lhes situações mais significativas de aprendizagem.

5 SEQUÊNCIA DIDÁTICA RESUMIDA

Em função dos resultados obtidos, organizamos uma sequência didática resumida para alunos do Ensino Médio, articulando as disciplinas de Língua Portuguesa e de Educação Física. Para o planejamento dessa sequência, adaptamos a teoria de Dolz;

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Noverraz; Schneuwly (2004), a partir do texto: Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento.

Articulando Língua Portuguesa e Educação Física Tema: Nomes consagrados em modalidades esportivas no Brasil. Objetivos

- Articular conhecimentos/procedimentos e atividades relacionadas às disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Física por meio da abordagem interdisciplinar.

- Conhecer o gênero “depoimento”.

- Desenvolver o senso crítico em relação à temática esportiva. - Coletar dados sobre diferentes atletas e modalidades esportivas. - Elaborar um roteiro de vídeo e produzi-lo (gravar, editar e publicar).

Duração da atividade

6 aulas de 50 minutos cada.

Estratégias

- Visualização e discussão de vídeos e textos sobre a temática esportiva. - Coleta de informações a partir de pesquisa em laboratório de informática.

- Produção de um roteiro de vídeo contendo biografia resumida do atleta e, depois, gravação, edição e publicação do trabalho.

Recursos

- Projetor. Aparelho de som. Computador/notebook. Laboratório de informática.

MÓDULO 1

Atividade 01

O objetivo é verificar o que os alunos têm a dizer a respeito do esporte e suas modalidades. O professor iniciará a aula fazendo uma roda de conversa com questionamentos que estimulem os alunos a expressar suas opiniões.

(26)

Atividade 02

O objetivo é assistir a dois vídeos da série #LendasOlímpicas que apresentam, cada um, a história de um grande personagem dos Jogos Olímpicos (biografia), a saber:

a) Giovane Gávio, disponível em: http://www.uol/olimpiadas/especiais/lendas-

olimpicas-34.htm#giovane-foi-n1-nas-quadras-fracassou-nas-areias-e-se-aposentou-campeao > Acesso em: setembro de 2016.

b) Johnny Weissmuller, disponível em:

http://www.uol/olimpiadas/especiais/lendas-olimpicas-34.htm#johnny-weissmuller-o-nadador-que-nunca-perdeu-foi-mais-famoso-fora-da-agua >

Acesso em: setembro de 2016.

Atividade 03

O objetivo é realizar um diálogo para discutir o que foi apresentado nos vídeos, instigando os alunos a perceber alguns aspectos importantes sobre o atleta, a temática e a cultura esportiva.

MÓDULO 2

Atividade 01

O objetivo é introduzir e realizar a leitura do gênero textual depoimento. Para tanto, primeiramente, será realizado um diálogo sobre o assunto, no qual será falado sobre as suas características, sua temática, os recursos estilísticos e composicionais, por exemplo. Em suma, será feita uma explicação sobre o gênero depoimento para auxiliar na compreensão dos alunos.

Atividade 02

Feito isso, a professora orientará os alunos a consultar na obra Uma escola em

jogo: esportes, poesia e histórias de amor, de José Santos e Rogério Corrêa (2016),

vários depoimentos de atletas brasileiros, praticantes de diferentes modalidades esportivas. Com o material em mão, será feita a leitura de maneira alternada pelos alunos e após uma conversa para ouvir as impressões que os estudantes tiveram sobre as temáticas dos depoimentos. (Ver depoimentos em Anexo A)

Atividade 03

Após a leitura dos depoimentos, serão feitos alguns questionamentos instigando o aluno a expor a sua opinião, a apontar aspectos que chamaram a atenção, a identificar

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e a refletir sobre a maneira como os atletas falam de cada uma das modalidades, dando ênfase para a linguagem que empregaram para transmitir uma mensagem.

MÓDULO 3

Atividade 01

O objetivo é apresentar a proposta de produção textual. Os alunos terão a tarefa de produzir um vídeo (aproximadamente 3min) apresentando a história de alguma personalidade do mundo dos esportes. O trabalho poderá ser realizado em duplas, na qual cada uma deverá escolher um atleta e oferecer as seguintes informações:

- Nome do atleta; imagens; modalidade que pratica e considerações sobre a mesma (regras, como é praticado); história de vida do atleta (origem, como começou no esporte); influências do esporte em sua vida.

Atividade 02

Após apresentar a proposta, a ideia é destinar um tempo para que os alunos se organizem nas suas duplas e, em seguida, levá-los até o laboratório de informática da escola (que deverá ser reservado com antecedência) para que iniciem a pesquisa/coleta de dados para a realização do trabalho. Nessa aula, os alunos deverão decidir qual a personalidade que será estudada. Feita a escolha, deverão buscar informações e anotá-las em seu caderno, sob a mediação da professora.

Atividade 03

O objetivo é que os alunos organizem o roteiro do vídeo com base nos materiais pesquisados e nas orientações da professora. As informações necessárias para a elaboração, a disponibilização do programa para a montagem e a edição do vídeo serão oferecidas, mas os alunos também poderão ajudar nesse sentido.

A primeira versão do roteiro poderá ser trocada com um colega para revisão (ver critérios no item Avaliação) e ajustes necessários. Uma versão será entregue em data combinada para a professora.

Atividade 4

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Atividade 5

O objetivo é a socialização do material produzido por cada aluno, em uma sessão de vídeos com a participação da comunidade escolar.

AVALIAÇÃO

A proposta de avaliação dessa sequência didática é processual, na qual será observado se o aluno respeita e sabe trabalhar em grupo, emprega a linguagem de maneira adequada para se expressar e relaciona a temática exposta à proposta de trabalho e se consegue interpretar e compreender os textos estudados em aula.

Todavia, o grande momento de certificação é por meio da produção final e da exposição oral. Na produção final, o aluno será avaliado pelos seguintes critérios: - Demonstrou interesse e participação durante a coleta de dados?

- Manteve o tema proposto?

- Apresentou informações relevantes e soube organizá-las no seu trabalho de modo a indicar o diálogo entre as disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Física?

- Elaborou o roteiro de modo coerente? - Respeitou as convenções ortográficas?

- Demonstrou respeito ao trabalhar entre pares?

Esses critérios são os mesmos a serem considerados durante a produção dos textos (roteiro/vídeo).

(29)

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na análise, concluímos que o material selecionado é uma ótima estratégia para auxiliar os professores a pensar a abordagem interdisciplinar, envolvendo a Língua Portuguesa e a Educação Física.

O livro apresenta inúmeras sugestões de atividades que podem ser realizadas, de maneira conjunta, nas aulas dessas disciplinas. Leitura, escrita, gramática, literatura, pesquisa, interpretação, estudo dos gêneros textuais, realização de torneios, análise de gráficos, respeito às regras, prática esportiva etc. A obra, como um todo, é uma excelente ferramenta de trabalho na escola, pois ajuda alunos e professores a conhecer várias modalidades esportivas e se interessar por práticas de linguagem.

A partir da análise, entendemos que a abordagem interdisciplinar, envolvendo Língua Portuguesa e Educação Física, pode contribuir para a formação esportivo-cidadã de estudantes do Ensino Médio, tornando-os leitores críticos da realidade e da cultura esportiva e conhecedores do próprio corpo. Assim, ajudando-os a aperfeiçoar ou reabilitar a saúde física e psicológica.

Essa articulação das disciplinas também pode exercer efeitos no convívio social do indivíduo, seja no ambiente de trabalho, seja no familiar. Pode auxiliar na sua capacidade de lidar com problemas e com o estresse, na recuperação da autoestima e na redução da ansiedade.

Além disso, pode ajudar no desenvolvimento da autonomia, da concentração, da disciplina (comportamental), do respeito à diversidade, da atitude saudável e da competência comunicativa a ser usada nas diferentes práticas de linguagem, pois, articuladas, essas disciplinas contribuem para a formação integral dos indivíduos.

Ao final deste trabalho, concluímos que os nossos objetivos foram alcançados, pois descrevemos a abordagem interdisciplinar em documentos oficiais, analisamos um capítulo de uma obra da esfera didático-literária para verificar as possibilidades de um trabalho interdisciplinar, envolvendo Língua Portuguesa e Educação Física, e propomos uma sequência didática resumida, de cunho interdisciplinar, em função dos resultados obtidos.

Dessa forma, ao concluir o trabalho, verificamos que é possível o diálogo entre a Língua Portuguesa e a Educação Física, a partir de uma abordagem interdisciplinar. E entendemos, então, a importância e a necessidade de integrar/articular as disciplinas no processo de ensino e aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

ADAM, Jean. Michel. Tipos de sequências textuais elementares. Tradução de Alexânia Ripoll et al. Revisão de Leci Borges Barbisan. Porto Alegre: Poligrafo, 1992. BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003 [1979].

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BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Base Nacional Comum Curricular.

Brasília: 2015. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: nov.2015.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros curriculares nacionais para o

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Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais -

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEF, (2002).

DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. 2ed. São Paulo: Cortez Brasília, DF: MEC/UNESCO, 2003.

FAZENDA, Ivani (Org.). Dicionário em construção: interdisciplinaridade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes; VARELLA, Ana Maria Ramos Sanchez; ALMEIDA, Telma Teixeira de Oliveira. Interdisciplinaridade: Tempos, Espaços,

Proposições. In: Revista e-Curriculum, São Paulo, n.11 v.03 set./dez. 2013, ISSN:

1809-3876. Programa de Pós-graduação Educação: Currículo – PUC/SP. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum. Acesso em: 2016.

KOCH, Ingedore. V. A interação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2003.

LEFFA, Vilson (Org.). Pesquisa em Linguística Aplicada: temas e métodos. Pelotas: Educat, 2006.

SANTOS, José; CORRÊA, Rogério. Uma escola em jogo: Esporte, poesia e histórias de amor. São Paulo: SESI, 2016.

SCAGLIA, Alcides José. O futebol que se aprende e o futebol que se ensina. 1999. 242. f. Dissertação (Mestrado em Educação Física)–Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1999.

SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: ______________ Gêneros orais e escritos na

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escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e

elaboração de dissertação. 4. ed. Florianópolis: UFSC, 2005.

LIVRO 'Uma escola em jogo - esporte, poesia e histórias de amor' é lançado em BH.

Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/5176074/. Acesso em: 5 de setembro de 2016.

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ANEXO A - Depoimentos

“Uma das coisas que me fascina no judô é a disciplina. É um esporte da cultura oriental, que preza o horário e a dedicação ao treinamento. O judô também valoriza o respeito ao próximo e à hierarquia. No nosso esporte, reconhecemos o valor do atleta mais graduado, que passa o conhecimento. É ele quem puxa o treino. Respeitá-lo é uma forma de ficar atento aos ensinamentos. Futuramente, você será o mais graduado.”

Luciano Corrêa – Campeão mundial de Judô em 2007 (Santos; Corrêa, 2016, p. 46).

“O que eu mais gosto no vôlei é a interatividade. O vôlei é o esporte mais coletivo de todos. No basquete, que também é um esporte de equipe, você pode sair driblando e, sozinho, fazer uma cesta. No futebol, é mais difícil, mas também é possível. Já no vôlei, não tem como. Você necessita das outras pessoas. Você precisa do passe, do levantamento e do ataque. O mais gostoso do esporte é essa integração entre todos.” Maurício – Levantador campeão nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, e de Atenas, em 2004. (Santos; Corrêa, 2016, p. 85)

“O que eu mais gosto na ginástica é a superação. Eu sou muito competitivo. Comecei na modalidade por influência da minha irmã, a Daniele. Era uma novidade – na época, não .havia muitos homens fazendo ginástica. A ginástica atrai o interesse do público porque é circense. Os ginastas são acrobatas e, por isso, despertam o olhar do leigo. Muitas pessoas querem aprender a fazer um mortal e têm a oportunidade de observar nas Olimpíadas, na Copa do Mundo... Esteticamente, a ginástica é linda. E tem muito a ver com o brasileiro, por causa da nossa cultura, da nossa capoeira...

Diego Hypólito – Bicampeão mundial no solo. (Santos; Corrêa, 2016, p. 158)

“Jogar futebol, mesmo profissionalmente, é uma continuação da brincadeira de infância. Os grandes jogadores, além da técnica e da habilidade, associam a obrigação profissional com a descontração. Diferentemente de outras profissões, é impossível ser um ótimo jogador sem ter uma grande vontade de jogar futebol e sem ter tido essa experiência na infância.”

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ANEXO B – Capítulo Futebol: garanta o assento e acerte o acento, da obra Uma escola em jogo: Esporte, poesia e histórias de amor, de José Santos e Rogério Corrêa (2016)

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