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Distribuição de trabalho em um sistema fotônico

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Academic year: 2021

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Programa de P´

os-Gradua¸

ao em F´ısica

Tese de Doutorado

Distribui¸c˜

ao de Trabalho em um Sistema

Fotˆ

onico

Estudante:

Marcello Antonio Alves Talarico

Orientado por:

Dr. Paulo Henrique Souto Ribeiro

Coorientado por:

Dr. Eduardo Inacio Duzzioni

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,

através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

Talarico, Marcello Antonio Alves

Distribuição de Trabalho em um Sistema Fotônico / Marcello Antonio Alves Talarico ; orientador, Paulo Henrique Souto Ribeiro, coorientador, Eduardo Inacio Duzzioni, 2018.

230 p.

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Físicas e Matemáticas, Programa de Pós-Graduação em Física, Florianópolis, 2018.

Inclui referências.

1. Física. 2. Mecânica Quântica. 3. Termodinâmica. 4. Teoremas de Flutuação. 5. Óptica. I. Souto Ribeiro, Paulo Henrique . II. Duzzioni, Eduardo Inacio. III. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Física. IV. Título.

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Este trabalho ´e dedicado `as crian¸cas, que quando pequenas sonharam em se tornar professores, cientistas ou astronautas. E principalmente aos adultos que tornaram-se professores, cientistas ou

astronautas...

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`

A minha esposa, Luciane, pelo seu amor e pelos nossos filhos. Aos meus filhos, por serem quem s˜ao. Amorosos e companheiros.

`

A minha m˜ae, Izabel, e minhas irm˜as Graziella e Daniella, por seu carinho e apoio `as minhas decis˜oes.

Ao meu falecido pai pelas lembran¸cas carinhosas que tenho.

Aos professores Paulo Henrique Souto Ribeiro e Eduardo Inacio Duzzi-oni pela sua orienta¸c˜ao (e paciˆencia).

`

A todos os amigos que conheci em minha jornada pela f´ısica, que para n˜ao cometer nenhuma injusti¸ca omitirei os nomes.

Aos meus amigos de Flori´anopolis, Belo Horizonte, Macap´a, S˜ao Paulo, Rio de Janeiro e Toledo.

Ao CNPQ, pelo apoio financeiro que tornou este trabalho realidade. `

A UTFPR-Campus Toledo, pela libera¸c˜ao para o doutorado. E novamente agrade¸co...

Sempre, sempre, sempre... `A fam´ılia e aos amigos. Pois sem eles nada valeria a pena.

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nunca mudem. ” (Chico Buarque)

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Apresentamos uma revis˜ao breve sobre a Termodinˆamica Quˆantica, dando ˆenfase ao conceito quˆantico de trabalho W. Discutimos quais as principais dificuldades em determinar experimentalmente a estat´ıstica

P (W)dessa quantidade e o papel da transformada de Fourier da distri-bui¸c˜ao de trabalho, conhecida tamb´em como sua fun¸c˜ao caracter´ıstica

G(u) para a estat´ıstica do mesmo. N´os apresentamos uma proposta de experimento ´optico para determinar a fun¸c˜ao caracter´ıstica atrav´es da medida da intensidade na sa´ıda de um interferˆometro. Este sistema nos permite estudar o estado t´ermico de um oscilador harmˆonico quˆan-tico (OHQ) emulado pelos graus de liberdade espaciais transversais de um feixe de luz. Feixes preparados como modos de Hermite-Gauss s˜ao enviados atrav´es de um interferˆometro e sofrem a a¸c˜ao de uma opera-¸c˜ao s´ubita que efetivamente realiza trabalho sobre ele. Como exemplo, calculamos a distribui¸c˜ao de trabalho para o caso em que a opera¸c˜ao que realiza o trabalho ´e um deslocamento do oscilador harmˆonico em altera¸c˜ao na energia livre de Helmholtz, bem como outro caso onde h´a a varia¸c˜ao dessa quantidade. Discutimos a viabilidade do experimento, que pode ser realizado com componentes ´opticos lineares simples. Palavras-chaves: Termodinˆamica. Mecˆanica Quˆantica. Teorema de Flutua¸c˜ao.

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We present a brief review of Quantum Thermodynamics, emphasizing the quantum concept of work W. We discuss the main difficulties in experimentally determining the work statistics P (W) and the the role of the Fourier transform of the distribution of work, or the characteristic function G(u). We present a proposal for an optical set-up of measuring the characteristic function by measuring the intensity at the output of an interferometer. This system allows us to study the thermal state of the quantum harmonic oscillator (OHQ) emulated by the transverse spatial degrees of freedom of a light beam. The beams are prepared as Hermite-Gaussian modes, and sent through an interferometer where they undergo a sudden operation which actually performs work on the system. As an example, we calculate the characteristic function and work distribution for the case where the operation realizing the work is a displacement of the oscillator without change in the free energy of Helmholtz, as well another case where there is the variation of that quantity. We discuss the feasibility of the experiment, which can be realized with simple linear optical components.

Key-words: Thermodynamics. Quantum Mechanics. Fluctuation The-orem.

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Figura 1 – Gr´afico da esquerda representa a mudan¸ca de λ no processo direto, no qual o parˆametro que controla a mudan¸ca de um Hamiltoniano varia de λ(tI) → λ(tF). Gr´afico da direita representa a mudan¸ca no processo reverso, no qual o parˆametro λ inicia com o valor final do processo direto e termina no valor inicial. Normalmente se representa essa situa¸c˜ao definindo o tempo no processo reverso como t0 = t

F− tI. . . 47 Figura 2 – Distribui¸c˜ao de probabilidade de trabalho. A ´area

azul, `a direita da linha que marca o valor de ∆F , ´e proporcional `a probabilidade de observar W ≥ ∆F , enquanto a ´area rosa, `a esquerda de ∆F , ´e proporci-onal `a probabilidade de observar eventos que violem a Segunda Lei. . . 50 Figura 3 – O sistema quˆantico ´e inicialmente preparado no

es-tado t´ermico ρ(tI) = ρ(I)para o hamiltoniano inicial

HI = H(λ(tI)). O protocolo de for¸ca Λ = {λ(t)|tI 6

t 6 tF} leva ao hamiltoniano final HF = H(λ(tF)). . 52 Figura 4 – Conjunto de hist´orias para um protocolo de for¸ca

arbitr´ario. Cada hist´oria est´a ligada a uma diferen¸ca de energias entre o in´ıcio e o fim do citado protocolo, consequentemente a um elemento de probabilidade conjunta p(m, n). . . . 53 Figura 5 – Modos de Hermite-Gauss bidimensionais. Os ´ındices

indicam os modos dos feixes, que s˜ao os graus dos polinˆomios de hermite Hn(x)Hm(y) Na primeira li-nha vemos os modos referentes ao caso 1D, como

m = 0 → HGm(y, z) = HG0(y, z) = 1. . . . 68

Figura 6 – Transformada Fracional de Fourier para fun¸c˜ao de-grau, com diversos valores de α. . . . 69

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Figura 7 – Propaga¸c˜ao livre ´e quando deixa-se o modo da luz (Hermite-Gauss) se propagar SEM a a¸c˜ao do

equiva-lente a um potencial. . . 71 Figura 8 – Evolu¸c˜ao livre ´e quando o modo da luz

(Hermite-Gauss) se propaga SOB a a¸c˜ao do equivalente a um potencial. ´E o estado evoluindo sob a a¸c˜ao do seu hamiltoniano . . . 72 Figura 9 – A implementa¸c˜ao da Transformada de Fourier

Fraci-onal ´optica. Uma lente com distˆancia focal f equidis-tante entre os planos de entrada e sa´ıda, localizados em zin e zout, respectivamente. A distˆancia zα est´a relacionada com o parˆametro α e `a distˆancia focal

f zα = 2f sin2(α/2). O campo de sa´ıda, Ψs(x, zout), ´e dado pela Transformada de Fourier Fracional do campo de entrada, Ψ(x, zin). . . 73 Figura 10 – A implementa¸c˜ao f´ısica do protocolo para medir a

fun-¸c˜ao caracter´ıstica. No interferˆometro ´optico o estado de entrada ´e dividido. No caminho superior a imagem ´e levada por uma lente para o dispositivo TFFr que realiza a evolu¸c˜ao livre Vα(ver Fig 9). Ap´os a TFFr o processo indicado por U (τ ) ´e implementado e outro conjunto de lentes levam a distribui¸c˜ao transversal definitiva para a sa´ıda. No trilho inferior um esquema semelhante ´e realizada, mas o feixe passa primeiro pelo processo e, em seguida, passa pela evolu¸c˜ao livre

Vα0 regida pelo novo Hamiltoniano. M ´e um espe-lho, D0 e D1 s˜ao detectores de intensidade, e P ZT

´e usado para controlar a diferen¸ca de fase e alternar entre as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracte-r´ıstica. Nesse aparato BS refere-se a Beam Splitter, que ´e o divisor de feixe. E P ZT ´e o anacronismo para ‘Piezoelectric Translator’. . . 76

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onda para o estado fundamental do po¸co quadrado de largura a, o po¸co potencial sofre uma mudan¸ca s´ubita passando para o comprimento 2a. . . 79 Figura 12 – Refra¸c˜ao atrav´es de um prisma. A mudan¸ca na

di-re¸c˜ao de propaga¸c˜ao ´e uma poss´ıvel realiza¸c˜ao do operador deslocamento para o momento linear. . . . 80 Figura 13 – Distribui¸c˜ao de probabilidade dos estados t´ermicos

iniciais, com ¯hω/kbT = 1,0e ¯hω/kbT = 0,1 . . . 85 Figura 14 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 1e ¯hω/kbT = 1,0. 86 Figura 15 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 1 e ¯hω/kbT = 1,0. . . 87 Figura 16 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 5e ¯hω/kbT = 1,0. 88 Figura 17 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 5 e ¯hω/kbT = 1,0. . . 89 Figura 18 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 1e ¯hω/kbT = 0,1. 90 Figura 19 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 1 e ¯hω/kbT = 0,1. . . 91 Figura 20 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 5e ¯hω/kbT = 0,1. 92

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Figura 21 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 5 e ¯hω/kbT = 0,1. . . 93 Figura 22 – A constante δ = δ(|r(γ)|) = 1 + 2 sinh2(|r(γ)|) −

sinh(2|r(γ)|) tanh(2|r(γ)|)o parˆametro que promove a altera¸c˜ao da frequˆencia do sistema ω0 = ωδ. Essa constante possui valores bem definidos para o inter-valo de |γ|∈ [0,ω/2). . . 100 Figura 23 – A mudan¸ca no potencial causado para um ∆C 6= 0 e

um valor de δ = 0, 4. . . 102 Figura 24 – ∆C est´a em fun¸c˜ao de |λ|, com |γ| sendo o parˆametro

indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados nos gr´aficos. Assumimos um valor de referˆencia, dado por |γ|= 0. Esse ´e o caso onde ∆C somente influencia do termo linear no hamiltonano. . . 103 Figura 25 – ∆C est´a em fun¸c˜ao de |λ|, com |γ| sendo o parˆametro

indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados nos gr´aficos. Assumimos um valor de referˆencia, dado por |γ|= 0. Esse ´e o caso onde ∆C somente influencia do termo linear no hamiltonano. . . 104 Figura 26 – ∆C est´a em fun¸c˜ao de |γ| com |λ| sendo o parˆametro

indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados nos gr´aficos. Assumimos o valor de referˆencia onde |λ|= 0 que ∆C = 0, a linha azul no alto do gr´afico. . . 105 Figura 27 – ∆C est´a em fun¸c˜ao de |γ| com |λ| sendo o parˆametro

indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados nos gr´aficos. Assumimos o valor de referˆencia onde |λ|= 0 que ∆C = 0, a linha azul no alto do gr´afico. . . 106

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na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados no gr´afico. Assumimos um valor de referˆencia, a saber quando o |γ|= 0, dado que esse ´e o caso onde ∆C ˆem apenas a influˆencia do termo linear no hamiltonano. Com raz˜ao}ω/kBT = 1,0. . . 109

Figura 29 – Gr´aficos para ∆F em fun¸c˜ao de |λ|, com |γ| indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados no gr´afico. Assumimos um valor de referˆencia, a saber quando o |γ|= 0, dado que esse ´e o caso onde ∆C ˆem apenas a influˆencia do termo linear no hamiltonano. Com raz˜ao}ω/kBT = 1,0. . . 110

Figura 30 – Gr´aficos para ∆F em fun¸c˜ao de |γ|, com |λ| indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados no gr´afico. Assumimos um valor de referˆencia, |λ|= 0, esse ´e o caso onde ∆C = 0 onde tem-se apenas a influˆencia do termo linear no hamiltonano. Com raz˜ao}ω/kBT = 1,0.111

Figura 31 – Gr´aficos para ∆F em fun¸c˜ao de |γ|, com |λ| indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados no gr´afico. Assumimos um valor de referˆencia, |λ|= 0, esse ´e o caso onde ∆C = 0 onde tem-se apenas a influˆencia do termo linear no hamiltonano. Com raz˜ao}ω/kBT= 1,0.112

Figura 32 – Gr´aficos para ∆F em fun¸c˜ao de |λ|, com |γ| indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados no gr´afico. Assumimos um valor de referˆencia, a saber quando o |γ|= 0, dado que esse ´e o caso onde ∆C ˆem apenas a influˆencia do termo linear no hamiltonano. Com raz˜ao}ω/kBT = 0,5. . . 113

Figura 33 – Gr´aficos para ∆F em fun¸c˜ao de |λ|, com |γ| indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados no gr´afico. Assumimos um valor de referˆencia, a saber quando o |γ|= 0, dado que esse ´e o caso onde ∆C ˆem apenas a influˆencia do termo linear no hamiltonano. Com raz˜ao}ω/kBT = 0,5. . . 114

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Figura 34 – Gr´aficos para ∆F em fun¸c˜ao de |γ|, com |λ| indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados no gr´afico. Assumimos um valor de referˆencia, |λ|= 0, esse ´e o caso onde ∆C = 0 onde tem-se apenas a influˆencia do termo linear no hamiltonano. Com raz˜ao}ω/kBT = 0,5.115

Figura 35 – Gr´aficos para ∆F em fun¸c˜ao de |γ|, com |λ| indicado na legenda. Os ˆangulos est˜ao indicados no gr´afico. Assumimos um valor de referˆencia, |λ|= 0, esse ´e o caso onde ∆C = 0 onde tem-se apenas a influˆencia do termo linear no hamiltonano. Com raz˜ao}ω/kBT = 0,5.116

Figura 36 – A independˆencia de ∆F para diversos os ˆangulos de λ e a temperatura. γ = 0 nesses gr´aficos. Esses gr´aficos mostram que temperatura no sistema ´e importante para os caso onde no hamiltoniano final envolvam os termos lineares e quadr´aticos ou apenas os qua-dr´aticos. Caso existam apenas os termos lineares, ∆F ´e independente da temperatura. Isso pode ser percebido diretamente na express˜ao (5.34). . . 117 Figura 37 – A independˆencia de ∆F para diversos os ˆangulos de λ

e a temperatura. γ = 0 nesses gr´aficos. Esses gr´aficos mostram que temperatura no sistema ´e importante para os caso onde no hamiltoniano final envolvam os termos lineares e quadr´aticos ou apenas os qua-dr´aticos. Caso existam apenas os termos lineares, ∆F ´e independente da temperatura. Isso pode ser percebido diretamente na express˜ao (5.34). . . 118 Figura 38 – A mudan¸ca nos n´ıveis de energia causadas por δ. O

gr´afico tˆem valor para δ = 0,8 o que significa |γ|' 0,3ω. Desconsideramos os termos lineares (λ) = 0 e consequentemente ∆C = 0. . . 123 Figura 39 – A mudan¸ca nos n´ıveis de energia causadas por δ. O

gr´afico de cima tˆem valor para δ = 0,4 o que significa |γ|' 0,46ω. Desconsideramos os termos lineares (λ = 0) e consequentemente ∆C = 0. . . . 124

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trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F. Para o gr´afico δ = 0,8 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 1,0. . . 126

Figura 41 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun-¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Para o gr´afico

δ = 0, 8 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 1,0. . . 127

Figura 42 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F. Para o gr´afico δ = 0,8 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 0,5. . . 128

Figura 43 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Para o gr´afico δ = 0,8 e raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 0,5. . . 129

Figura 44 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F. Para o gr´afico δ = 0,8 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 0,25. . . 130

Figura 45 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Para o gr´afico δ = 0,8 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 0,25. . . 131

Figura 46 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F. Para o gr´afico δ = 0, 4 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

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Figura 47 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun-¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Para o gr´afico

δ = 0, 4 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 1,0. . . 135

Figura 48 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F. Para o gr´afico δ = 0, 4 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 0,5. . . 136

Figura 49 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun-¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Para o gr´afico

δ = 0, 4 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 0,5. . . 137

Figura 50 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Para o gr´afico δ = 0, 4 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 0,25. 138

Figura 51 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun-¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Para o gr´afico

δ = 0, 4 e a raz˜ao entre o quantum de energia e a temperatura ´e¯/k

bT = 0,25. . . 139

Figura 52 – A representa¸c˜ao da realiza¸c˜ao do processo. A es-querda a placa de vidro realiza o deslocamento e, `a direita, as lentes fazem a descompress˜ao na quadra-tura. . . 140 Figura 53 – Distribui¸c˜ao de probabilidade de trabalho com δ =

0, 8. Aqui a raz˜ao entre o quantum de energia e a energia t´ermica ´e¯/k

bT= 1,0. Comparar com figura

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0, 4. Aqui a raz˜ao entre o quantum de energia e a energia t´ermica ´e¯/k

bT = 1,0. Comparar com figura

53. . . 146 Figura 55 – Distribui¸c˜ao de probabilidade de trabalho com δ =

0, 8. Aqui a raz˜ao entre o quantum de energia e a energia t´ermica ´e¯/k

bT = 0,5. Comparar com figura

56. . . 147 Figura 56 – Distribui¸c˜ao de probabilidade de trabalho com δ =

0, 4. Aqui a raz˜ao entre o quantum de energia e a energia t´ermica ´e¯/k

bT = 0,5. Comparar com figura

55. . . 148 Figura 57 – Distribui¸c˜ao de probabilidade de trabalho com δ =

0, 8. Aqui a raz˜ao entre o quantum de energia e a energia t´ermica ´e¯/k

bT= 0,25. Comparar com figura

58. . . 149 Figura 58 – Distribui¸c˜ao de probabilidade de trabalho com δ =

0, 4. Aqui a raz˜ao entre o quantum de energia e a energia t´ermica ´e¯/k

bT= 0,25. Comparar com figura

57. . . 150 Figura 59 – Exemplo de distribui¸c˜ao de probabilidade de trabalho

para dois sistemas de temperaturas diferentes. O sistema final tem a temperatura igual a 2, 5 vezes a temperatura inicial. Do gr´afico original 40. . . 154 Figura 60 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 1e ¯hω/kbT = 1, 0. 172 Figura 61 – A distribui¸c˜ao de Boltzmann-Maxwell-Gibbs. Os

pa-rˆametros s˜ao q0= 1e ¯hω/kbT = 1, 0. . . 173 Figura 62 – Os elementos de probabilidade ligadas `as transi¸c˜oes

Wm,n favorecidas no processo. Os parˆametros s˜ao

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Figura 63 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 1 e ¯hω/kbT = 1, 0. . . 175 Figura 64 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 3 e ¯hω/kbT = 1, 0. 176 Figura 65 – A distribui¸c˜ao de Boltzmann-Maxwell-Gibbs. Os

pa-rˆametros s˜ao q0= 3e ¯hω/kbT = 1, 0. . . 177 Figura 66 – Os elementos de probabilidade ligadas `as transi¸c˜oes

Wm,n favorecidas no processo.Os parˆametros s˜ao

q0= 3 e ¯hω/kbT = 1, 0. . . 178 Figura 67 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 3 e ¯hω/kbT = 1, 0. . . 179 Figura 68 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 5 e ¯hω/kbT = 1, 0. 180 Figura 69 – A distribui¸c˜ao de Boltzmann-Maxwell-Gibbs. Os

pa-rˆametros s˜ao q0= 5e ¯hω/kbT = 1, 0. . . 181 Figura 70 – Os elementos de probabilidade ligadas `as transi¸c˜oes

Wm,n favorecidas no processo. Os parˆametros s˜ao

q0= 5 e ¯hω/kbT = 1, 0. . . 182 Figura 71 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 5 e ¯hω/kbT = 1, 0. . . 183 Figura 72 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 1 e ¯hω/kbT = 0, 5. 185 Figura 73 – A distribui¸c˜ao de Boltzmann-Maxwell-Gibbs. Os

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Wm,n favorecidas no processo. Os parˆametros s˜ao

q0= 1 e ¯hω/kbT = 0, 5. . . 187 Figura 75 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 1 e ¯hω/kbT = 0, 5. . . 188 Figura 76 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 3e ¯hω/kbT = 0, 5. 189 Figura 77 – A distribui¸c˜ao de Boltzmann-Maxwell-Gibbs. Os

pa-rˆametros s˜ao q0= 3e ¯hω/kbT = 0, 5. . . 190 Figura 78 – Os elementos de probabilidade ligadas `as transi¸c˜oes

Wm,n favorecidas no processo. Os parˆametros s˜ao

q0= 3 e ¯hω/kbT = 0, 5. . . 191 Figura 79 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 3 e ¯hω/kbT = 0, 5. . . 192 Figura 80 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 5e ¯hω/kbT = 0, 5. 193 Figura 81 – A distribui¸c˜ao de Boltzmann-Maxwell-Gibbs. Os

pa-rˆametros s˜ao q0= 5e ¯hω/kbT = 0, 5. . . 194 Figura 82 – Os elementos de probabilidade ligadas `as transi¸c˜oes

Wm,n favorecidas no processo. Os parˆametros s˜ao

q0= 5 e ¯hω/kbT = 0, 5. . . 195 Figura 83 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 5 e ¯hω/kbT = 0, 5. . . 196 Figura 84 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 1e ¯hω/kbT = 0, 1. 198

(24)

Figura 85 – A distribui¸c˜ao de Boltzmann-Maxwell-Gibbs. Os pa-rˆametros s˜ao q0= 1e ¯hω/kbT = 0, 1. . . 199 Figura 86 – Os elementos de probabilidade ligadas `as transi¸c˜oes

Wm,n favorecidas no processo. Os parˆametros s˜ao

q0= 1 e ¯hω/kbT = 0, 1. . . 200 Figura 87 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 1 e ¯hω/kbT = 0, 1. . . 201 Figura 88 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 3 e ¯hω/kbT = 0, 1. 202 Figura 89 – A distribui¸c˜ao de Boltzmann-Maxwell-Gibbs. Os

pa-rˆametros s˜ao q0= 3e ¯hω/kbT = 0, 1. . . 203 Figura 90 – Os elementos de probabilidade ligadas `as transi¸c˜oes

Wm,n favorecidas no processo. Os parˆametros s˜ao

q0= 3 e ¯hω/kbT = 0, 1. . . 204 Figura 91 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

q0= 3 e ¯hω/kbT = 0, 1. . . 205 Figura 92 – As probabilidades associadas com a distribui¸c˜ao de

trabalho. A linha vertical vermelha indica o valor de ∆F = 0. Os parˆametros s˜ao q0= 5 e ¯hω/kbT = 0, 1. 206 Figura 93 – A distribui¸c˜ao de Boltzmann-Maxwell-Gibbs. Os

pa-rˆametros s˜ao q0= 5e ¯hω/kbT = 0, 1. . . 207 Figura 94 – Os elementos de probabilidade ligadas `as transi¸c˜oes

Wm,n favorecidas no processo. Os parˆametros s˜ao

q0= 5 e ¯hω/kbT = 0, 1. . . 208 Figura 95 – A fun¸c˜ao caracter´ıstica do processo. As linhas cheias

e a tracejada s˜ao as partes real e imagin´aria da fun¸c˜ao caracter´ıstica, respectivamente. Os parˆametros s˜ao

(25)

Tabela 1 – Tabela com os valores da norma da probabilidade ||P (w)|| , a raz˜ao entre o quantum de energia e a energia t´ermica}ω/kBT, o m´odulo de |γ|, o valor de λ,

A igualdade de Jarzynski h e−β(W−∆F )i, o trabalho

m´edio h W i e a varia¸c˜ao da energia Livre de Helmholtz.125 Tabela 2 – Tabela com os valores da norma da probabilidade

||P (w)|| , a raz˜ao entre o quantum de energia e a energia t´ermica/kBT, o m´odulo de |γ|, o valor de λ,

A igualdade de Jarzynski h e−β(W−∆F )i, o trabalho

m´edio h W i e a varia¸c˜ao da energia Livre de Helmholtz.133 Tabela 3 – Tabela com os valores da norma da probabilidade

||P (w)|| , a raz˜ao entre o quantum de energia e a energia t´ermica}ω/kBT, o m´odulo de |γ|, o valor de λ,

a igualdade de Jarzynski h e−β(W−∆F )i, o trabalho

m´edio h W i e a varia¸c˜ao da energia Livre de Helmholtz.144 Tabela 4 – Tabela com os valores da norma da probabilidade

||P (w)|| , a raz˜ao entre o quanta de energia e a ener-gia t´ermica}ω/kBT, o m´odulo de |γ|, o valor de λ, A

igualdade de Jarzynski h e−β(W−∆F )i, o trabalho

m´e-dio h W i e a varia¸c˜ao da energia Livre de Helmholtz. Na tabela usamos a aproxima¸c˜ao de 0,46 para repre-sentar o valor de 0,458258. . . 217 Tabela 5 – Tabela com os valores da norma da probabilidade

||P (w)||, a raz˜ao entre o quanta de energia e a ener-gia t´ermica}ω/kBT, o m´odulo de |γ|, o valor de λ, A

igualdade de Jarzynski h e−β(W−∆F )i, o trabalho

m´e-dio h W i e a varia¸c˜ao da energia Livre de Helmholtz. Na tabela usamos a aproxima¸c˜ao de 0,46 para repre-sentar o valor de 0,458258. . . 218

(26)

Tabela 6 – Tabela com os valores da norma da probabilidade ||P (w)||, a raz˜ao entre o quanta de energia e a ener-gia t´ermica}ω/kBT, o m´odulo de |γ|, o valor de λ, A

igualdade de Jarzynski h e−β(W−∆F )i, o trabalho

m´e-dio h W i e a varia¸c˜ao da energia Livre de Helmholtz. Na tabela usamos a aproxima¸c˜ao de 0,46 para repre-sentar o valor de 0,458258. . . 218

(27)

1 INTRODU ¸C ˜AO . . . 31

2 TERMODIN ˆAMICA . . . 37 2.1 Conceitos Iniciais em termodinˆamica . . . 37 2.2 Leis da termodinˆamica . . . 39 2.3 A Segunda Lei da Termodinˆamica . . . 40 2.4 Estado de equil´ıbrio . . . 42 2.5 Teoremas de Flutua¸c˜ao Cl´assicos. . . 46

3 SISTEMAS QU ˆANTICOS FORA DO

EQUI-L´IBRIO T ´ERMICO . . . 51 3.1 Trabalho em Mecˆanica Quˆantica . . . 51 3.1.1 A distribui¸c˜ao de probabilidade de trabalho

P (W). . . . 54 3.2 Rela¸c˜ao entre distribui¸c˜ao de probabilidade e

a fun¸c˜ao caracter´ıstica . . . 57 3.2.1 Fun¸c˜ao caracter´ıstica como uma fun¸c˜ao de

cor-rela¸c˜ao quˆantica . . . 58 3.3 Tasaki-Crooks . . . 60 3.3.1 A igualdade de Jarzynski. . . 62

4 PROPOSTA EXPERIMENTAL . . . 65

4.1 Distribui¸c˜ao de Trabalho com um Sistema Fotˆ o-nico . . . 65 4.1.1 Equa¸c˜ao Paraxial. . . 66 4.1.2 Transformada Fracional de Fourier . . . 68 4.1.3 Trabalho e Evolu¸c˜ao Livre . . . 70 4.2 O Interferˆometro ´Otico . . . 74 4.3 Realizando Trabalho no Sistema ´Optico . . . . 78 4.4 O Oscilador Harmˆonico Quˆantico - ∆F = 0 . . 79 4.4.1 Fun¸c˜ao Caracter´ıstica . . . 81 4.5 Resultados . . . 84

(28)

4.6 Versatilidade do aparato . . . 94 4.7 Viabilidade. . . 95

5 SISTEMA COM VARIA ¸C ˜AO DE ENERGIA

LIVRE . . . 97 5.1 Oscilador Harmˆonico - Com Varia¸c˜ao da

Ener-gia Livre. . . 97 5.1.1 O Hamiltoniano Final Diagonalizado . . . 98 5.2 A Energia Livre de Helmholtz. . . 107 5.3 Distribui¸c˜ao de Probabilidade de Trabalho . . 119 5.3.1 Probabilidade Condicional . . . 120

5.3.1.1 A Igualdade de Jarzynski. . . 121 5.3.1.2 Trabalho M´edio . . . 121

5.4 Resultados e Gr´aficos - 01.. . . 123 5.4.1 Caso 01 - δ = 0,8. . . . 124

5.4.1.1 Discuss˜ao dos Gr´aficos - Caso δ = 0,8 . . . 132

5.4.2 Caso 02 - δ = 0, 4. . . . 132

5.4.2.1 Discuss˜ao dos Gr´aficos - Caso δ = 0, 4 . . . 140

5.5 Proposta de Implementa¸c˜ao Experimental. . . 140 5.6 Transi¸c˜ao para o cont´ınuo. . . 141 5.6.1 O hamiltoniano de Part´ıcula Livre. . . 141 5.6.2 A energia livre de Helmholtz. A part´ıcula livre.143

5.6.2.1 Transi¸c˜ao para o cont´ınuo - Gr´afico . . . 144

6 CONSIDERA ¸C ˜OES FINAIS E PERSPECTI-VAS FUTURAS . . . 157 6.1 Perspectivas Futuras . . . 158

REFER ˆENCIAS . . . 159

APˆ

ENDICES

169

AP ˆENDICE A – GRAFICOS . . . 171 A.1 Conjunto de parˆametros 1 . . . 171

(29)

A.1.2 Conjunto de parˆametros 3 . . . 197 AP ˆENDICE B – DIAGONALIZA ¸C ˜AO DO

HA-MILTONIANO FINAL . . . 211 B.0.1 A¸c˜ao do Deslocamento . . . 211 B.0.2 A¸c˜ao do operador de Compress˜ao . . . 213 B.1 Convergˆencia Num´erica. . . 217 B.1.1 Base com 11 elementos . . . 217 B.1.2 Base com 36 elementos . . . 217 B.1.3 Base com 46 elementos . . . 218

(30)
(31)

1 INTRODU ¸C ˜AO

A Termodinˆamica em sua origem foi uma ciˆencia puramente fenomenol´ogica [1, 2, 3]. Os primeiros cientistas que estudaram o tema (Galileo, Santorio, Celsius, Fahrenheit) deram defini¸c˜oes para quantida-des que eram intuitivas para o observador, como press˜ao, temperatura e volume, e estudaram suas interconex˜oes. A equa¸c˜ao dos gases ideais de Claperion (PV = nRT) ´e o exemplo mais simples disso, que surgiu de estudos como a lei de Boyle-Mariote, lei de Charles, lei de Gay-Lussac e lei de Avogrado [4]. Naquela ´epoca a ideia de que esses fenˆomenos poderiam estar ligados a outros campos da f´ısica n˜ao era comum. A conex˜ao entre a termodinˆamica e a mecˆanica foi inicialmente feita por Joule em 1840, que mostrou o calor como uma forma de energia assim como as energias cin´etica e potencial na teoria da mecˆanica [4]. Entre o fim do s´eculo 19 e o in´ıcio do s´eculo 20 a teoria atˆomica tornou-se popular entre os cientistas, que come¸caram a imaginar um g´as como uma enorme quantidade de esferas, que seriam os ´atomos ou mol´eculas, quicando dentro de uma caixa. Com isso em mente era claro que tentar reduzir termodinˆamica inteiramente `a mecˆanica cl´assica era um caminho a ser trabalhado.

Isto foi exatamente o que Boltzmann fez com os estudos que levaram ao desenvolvimento da Mecˆanica Estat´ıstica. Mais precisamente com a conex˜ao da entropia, uma quantidade que s´o havia sido definida fenomenologicamente, com o volume de uma certa regi˜ao do espa¸co de fase [5, 6]. Este foi um enorme passo `a frente, especialmente a partir de um ponto de vista pr´atico. Tomando essa rela¸c˜ao como garantida, podia-se calcular todos os tipos de propriedades termodinˆamicas de um sistema a partir de sua hamiltoniana. Este passo deu origem `a mecˆanica estat´ıstica e `a termodinˆamica moderna, teorias cuja validade est´a al´em de qualquer d´uvida hoje. Seus resultados e previs˜oes serviram e servem como referˆencia para os mais diversos modelos te´oricos, por exemplo, supercondutores [7], assim como aplica¸c˜oes cotidianas, como motores e turbinas.

(32)

desenca-32 Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ao

deada pela hip´otese atˆomica, fez enormes progressos durante o ´ultimo s´eculo. Para a descri¸c˜ao de fenˆomenos microsc´opicos ela ´e mais fundamen-tal do que a mecˆanica cl´assica. Devemos lembrar que a termodinˆamica precedia a mecˆanica quˆantica e que a sua consistˆencia com a termo-dinˆamica levou `a lei de Planck [8], o marco inicial da teoria quˆantica. Seguindo as ideias de Planck sobre radia¸c˜ao de corpo negro, Einstein (1905), explicou o efeito foto-el´etrico [9]. Os desenvolvimentos em

am-bas as ´areas motivam a busca por fundamentos para a termodinˆamica baseados na mecˆanica quˆantica.

Entretanto, na pr´opria termodinˆamica houve discuss˜oes e avan¸cos ao longo dos anos. Uma das mais significativas, talvez seja a discuss˜ao sobre o que ocorre em um sistema termodinˆamico fora da condi¸c˜ao de equil´ıbrio t´ermico. Essa situa¸c˜ao onde o equil´ıbrio t´ermico n˜ao ´e respeitado ocorre de duas maneiras: a primeira ´e quando o sistema tem uma quantidade muito pequena de part´ıculas, longe da condi¸c˜ao ≈ 1023 part´ıculas. A segunda ´e quando os processos ao qual o sistema ´e

submetido n˜ao s˜ao quase est´aticos, dessa maneira n˜ao permitindo que o sistema entre em equil´ıbrio t´ermico durante os passos intermedi´arios.

Os teoremas de flutua¸c˜ao cl´assicos s˜ao uma maneira de explo-rar os efeitos das flutua¸c˜oes em propriedades f´ısicas. Para o uso dos teoremas os sistemas s˜ao levados para estados longe do equil´ıbrio ter-modinˆamico atrav´es da varia¸c˜ao de um parˆametro externo que realiza trabalho sobre o sistema, a partir de um estado inicial de equil´ıbrio e finalmente retornando a um outro estado de equil´ıbrio termodinˆamico, num tempo finito. Este mesmo trabalho, tanto no teorema da flutua¸c˜ao de Jarzynski [10, 11] quanto no teorema da flutua¸c˜ao de Crooks [12], est´a tamb´em associado `as informa¸c˜oes relativas ao sistema em equil´ıbrio termodinˆamico. Como por exemplo atrav´es da diferen¸ca de energia livre entre os estados inicial e final causado pela evolu¸c˜ao da dinˆamica do sistema em estudo. Por´em esses resultados ainda fazem uso somente de f´ısica cl´assica.

Ao lidar com sistemas ainda menores os efeitos quˆanticos devem ser levados em conta, flutua¸c˜oes n˜ao s˜ao mais apenas t´ermicas em sua origem, mas tamb´em quˆanticas. Nesse regime, v´arias quest˜oes emergem;

(33)

n˜ao est´a claro por que a dinˆamica unit´aria revers´ıvel no tempo que descreve os processos quˆanticos deveria levar um sistema ao equil´ıbrio, e muito menos por que um sistema desse tipo se tornaria t´ermico (atingir um estado que pode ser descrito por algumas quantidades como tempe-ratura) [13]. Al´em disso, a liga¸c˜ao entre as quantidades termodinˆamicas cl´assicas e aquelas da teoria da informa¸c˜ao, como a entropia, sugere que fenˆomenos quˆanticos como o emaranhamento poderiam desempenhar um papel importante na termodinˆamica quˆantica, um papel que ainda n˜ao ´e totalmente compreendido. Mas essa compreens˜ao incompleta n˜ao impediu que houvesse proposta de uso em termodinˆamica de propri-edades quˆanticas, como o exemplo m´aquina t´ermica quˆantica (MTQ) apresentada no artigo de Scovil e Schulz-Dubois publicado em 1959 [14] com um sistema de trˆes n´ıveis. O estudo das MTQ est´a longe de estar esgotado, tanto do ponto de vista te´orico [15], quanto do experimental, mesmo com a implementa¸c˜ao de um ciclo termodinˆamico com apenas um ´atomo [16].

Os conceitos de energia interna, trabalho, calor e processos termo-dinˆamicos s˜ao importantes e devem ser revistos sob o aspecto quˆantico [17, 18, 19]. Essa linha de pesquisa tem resultados que mostram a rela¸c˜ao entre a segunda lei da termodinˆamica e dois fundamentos da mecˆanica quˆantica: o colapso da fun¸c˜ao de onda [20] e o princ´ıpio da incerteza [21]. Temos tamb´em: a rela¸c˜ao entre emaranhamento e termodinˆamica [22]; e um recente trabalho onde a segunda lei da termodinˆamica ´e revista sob a perspectiva da termodinˆamica quˆantica (TQ) [23]. Artigos introdut´orios a essa ´area podem ser encontrados em [3, 17, 24].

N´os estudamos a distribui¸c˜ao de trabalho para um sistema ´optico e utilizamos os graus de liberdade espaciais transversais de um feixe de luz como nosso sistema. Feixes de luz preparados como modos de Hermite-Gauss s˜ao an´alogos aos estados de energia do oscilador harmˆonico quˆantico em duas dimens˜oes (2D) [25]. Esta analogia vem da equivalˆencia entre a equa¸c˜ao de onda paraxial e a equa¸c˜ao de Schr¨odinger em 2D [25, 26]. A mistura estat´ıstica destes modos com pesos apropriados ´e equivalente `a prepara¸c˜ao de um estado de equil´ıbrio t´ermico. Com a prepara¸c˜ao desses feixes de luz em um estado t´ermico e enviando-os

(34)

34 Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ao

atrav´es de um interferˆometro, ´e poss´ıvel medir a fun¸c˜ao caracter´ıstica correspondente `a distribui¸c˜ao de trabalho devido a um processo que atua sobre o sistema. O trabalho ´e feito atrav´es de um processo unit´ario implementado pela propaga¸c˜ao de luz atrav´es de um dispositivo ´optico linear dentro do interferˆometro. N´os apresentamos um exemplo de processo que ilustra o m´etodo. A simplicidade deste regime permite um alto n´ıvel de controle e o estudo de distribui¸c˜oes de trabalho que seriam eventualmente dif´ıceis de tratar teoricamente.

Iremos, nos cap´ıtulos seguintes, revisar termodinˆamica e bem como dar ˆenfase ao conceito de trabalho W. Posteriormente apresenta-remos a proposta experimental [27] para medida de uma distribui¸c˜ao de trabalho empregando uma plataforma ´optica.

A revis˜ao de Termodinˆamica ser´a feita no cap´ıtulo 2 que est´a dividido em cinco partes. Discutimos alguns conceitos iniciais, pas-sando pelas Leis da Termodinˆamica, discutindo um pouco de estado de equil´ıbrio e finalmente discutindo sobre os teoremas de flutua¸c˜ao.

Sistemas quˆanticos fora do equil´ıbrio t´ermico ser´a o foco do cap´ıtulo 3. Apresentamos o conceito de trabalho e o teorema de flutua¸c˜ao no contexto de Mecˆanica Quˆantica, dando o devido ˆenfase para a distribui¸c˜ao trabalho e a sua rela¸c˜ao com a fun¸c˜ao caracter´ıstica. Mostra-se nesMostra-se cap´ıtulo o uso da interferometria para a medi¸c˜ao dessa ´ultima quantidade.

No cap´ıtulo 4 falaremos sobre a nossa proposta experimental. Al´em de discutirmos os aspectos te´oricos para o uso dos modos de Hermite-Gauss, discute-se tamb´em sobre o trabalho nesse sistema bem como apresentamos o aparato para a realiza¸c˜ao do experimento. Por fim temos um sistema f´ısico que serve de exemplo para as medidas que podem ser realizadas, o oscilador harmˆonico onde n˜ao h´a varia¸c˜ao da energia livre do sistema.

O cap´ıtulo 5 tem um sistema onde existe varia¸c˜ao da energia livre do sistema. ´E feita uma an´alise desse mesmo sistema para compara¸c˜ao com caso anterior, bem como apresenta-se uma proposta experimental para o mesmo. Neste sistema temos resultados que indicam propriedades associadas `a transi¸c˜ao para o cont´ınuo com n´umeros quˆanticos baixos

(35)

que podem ser exploradas.

E por fim apresentamos as considera¸c˜oes finais e perspectivas futuras no capitulo 6.

(36)
(37)

2 TERMODIN ˆAMICA

O prop´osito deste cap´ıtulo ´e ser uma revis˜ao de Termodinˆamica, com a qual n˜ao se tem a pretens˜ao de esgotar toda a literatura sobre o assunto, e sim permitir uma compreens˜ao dos elementos que comp˜oem essa tese. Os conceitos de Termodinˆamica podem ser revistos com a adequada profundidade em livros espec´ıficos como [4, 28] que abordam de uma maneira mais axiom´atica, bem como em [29] e [30], para uma abordagem mais fenomenol´ogica. O leitor interessado numa descri¸c˜ao que enfatize o aspecto estoc´astico da Termodinˆamica pode consultar os artigos de revis˜ao [10, 31] sobre o tema. Para a compreens˜ao dos teoremas de flutua¸c˜ao, come¸caremos discutindo alguns conceitos de termodinˆamica (se¸c˜ao 2.1), utilizados durante todo o texto. As leis da Termodinˆamica (se¸c˜oes 2.2, 2.3) e os conceitos de entropia e energia livre (se¸c˜ao 2.4) vir˜ao a seguir. E ao fim discutiremos o teorema de Crooks e Jarzynski (se¸c˜ao 2.5).

A discuss˜ao sobre as vers˜oes quˆanticas de diversas quantidades que veremos aqui ser˜ao assunto do cap´ıtulo 3.

2.1 CONCEITOS INICIAIS EM TERMODIN ˆAMICA

Alguns conceitos s˜ao espec´ıficos da Termodinˆamica, uma vez que a descri¸c˜ao que ela faz dos sistemas ´e diferente da realizada na mecˆanica. Um sistema termodinˆamico ´e usualmente composto por um n´umero muito grande de elementos - basta lembrar da ordem de grandeza do n´umero de Avogrado (NA = 6,022 × 1023mol−1) - o que torna uma

descri¸c˜ao microsc´opica muito complexa devido ao n´umero de vari´aveis envolvidas.

A descri¸c˜ao da posi¸c˜ao e momento de cada uma das part´ıculas que comp˜oem um sistema t´ıpico termodinˆamico (≈ 1023) ´e praticamente

invi´avel e sem sentido conceitual. Isso leva `a ideia chave de empregar uma descri¸c˜ao macrosc´opica do sistema, atrav´es de m´edias sobre as grandezas f´ısicas que o caracterizam. Essas m´edias recebem o nome de vari´aveis macrosc´opicas (ou vari´aveis termodinˆamicas) e as mais

(38)

38 Cap´ıtulo 2. Termodinˆamica

conhecidas s˜ao a temperatura T , press˜ao P e o volume V .

Em termodinˆamica n˜ao h´a o interesse nos detalhes microsc´opicos, por´em para que a descri¸c˜ao macrosc´opica tenha validade ´e necess´ario que o sistema esteja em equil´ıbrio. Dizemos que um sistema est´a em equil´ıbrio termodinˆamico quando ele n˜ao manifesta transforma¸c˜oes r´apidas e suas vari´aveis termodinˆamicas sejam quase est´aveis. Quando dois sistemas podem ficar em contato sem que haja altera¸c˜ao das vari´aveis termodinˆamicas, dizemos que est˜ao em equil´ıbrio t´ermico.

As vari´aveis macrosc´opicas s˜ao usadas para descrever o sistema f´ısico no contexto da Termodinˆamica. Deve-se relacionar estas mesmas vari´aveis e para isso introduz-se o conceito de estado termodinˆamico. Ele ´e representado por uma fun¸c˜ao que determina a rela¸c˜ao entre as vari´aveis (macrosc´opicas). Essa fun¸c˜ao ´e chamadas de equa¸c˜ao de estado ou fun¸c˜ao de estado. Exemplos da mesma s˜ao a energia interna e a entropia.

Outro conceito importante ´e o do processo. ´E chamado de pro-cesso termodinˆamico quando o sistema muda de um estado inicial para um final, seja espontaneamente ou atrav´es de um agente externo. O processo pode ocorrer de duas formas: muito lentamente, quase est´atico, e ´e descrito por uma sequˆencia cont´ınua de estados de equil´ıbrio; ou rapidamente e dessa maneira o caminho n˜ao pode ser considerado como uma sucess˜ao de estados de equil´ıbrio [4, 28]. Podemos ent˜ao descrever como processo revers´ıvel a mudan¸ca muito lenta de um sistema que o leva de um estado inicial para um final, ambos em equil´ıbrio t´ermico. Complementando o conceito de processo quase est´atico ´e necess´ario que seja levado em conta as diferentes possibilidades de intera¸c˜ao com o ambiente. Se n˜ao houver troca de calor com o meio ambiente o processo quase est´atico ´e chamado de adiab´atico. Chama-se de isovolum´etrico se o volume n˜ao se altera, isot´ermico se a temperatura ´e mantida constante e isob´arico quando mantem-se a press˜ao constante. Processo irrevers´ıvel ´e aquele em que n˜ao se pode considerar cada etapa e a subsequente em equil´ıbrio. Um exemplo claro ´e quando o processo ocorre em um tempo curto. Dado o contexto chamaremos processo termodinˆamico simplesmente de processo. Bem como equil´ıbrio que significar´a equil´ıbrio

(39)

termodinˆamico.

Um processo que merece especial aten¸c˜ao ´e a realiza¸c˜ao de tra-balho. O conceito de trabalho aparece em mecˆanica newtoniana como a a¸c˜ao de uma for¸ca ao longo de uma trajet´oria arbitr´aria d ~r sobre o sistema de interesse, W =R ~

F · d ~r. Dessa maneira ´e necess´ario conhecer a trajet´oria seguida pelo sistema para obter o trabalho. Essa ideia de que o trabalho depende do caminho pelo qual ´e realizado ´e algo que aparece em termodinˆamica. O ‘caminho’ em termodinˆamica decorre da mudan¸ca nas vari´aveis termodinˆamicas e da intera¸c˜ao com o exterior. Por exemplo, para um processo em que h´a troca de calor, a altera¸c˜ao de volume do mesmo pode ser diferente de outro termicamente isolado.

Vamos considerar um sistema f´ısico descrito classicamente, em contato com um reservat´orio termodinˆamico. Por exemplo, um reserva-t´orio de temperatura, ou de press˜ao. Vamos assumir que o sistema inici-almente esteja em equil´ıbrio termodinˆamico com esse reservat´orio. Esse sistema ´e descrito por um hamiltoniano cl´assico dependente do parˆame-tro λ(t). A varia¸c˜ao conparˆame-trolada desse parˆameparˆame-tro leva a uma mudan¸ca no hamiltoniano H(λ(tI)) → H(λ(tF)). O trabalho ´e resultado dessa ‘mu-dan¸ca controlada’ do hamiltoniano[11, 12, 32]. A altera¸c˜ao do parˆametro

λ(t)´e dada pelo chamado protocolo de for¸ca Λ = {λ(t)|tI 6 t 6 tF}, que varia a energia do sistema e consequentemente leva `a realiza¸c˜ao de trabalho sobre o (ou pelo) sistema.

2.2 LEIS DA TERMODIN ˆAMICA

A Termodinˆamica resistiu ao surgimento de teorias modernas como a relatividade e mecˆanica quˆantica, mantendo a sua utilidade. Ela foi desenvolvida com o intuito de entender e aperfei¸coar as m´aquinas t´er-micas que estavam em pleno desenvolvimento no per´ıodo da Revolu¸c˜ao Industrial no s´eculo XIX [1, 3]. Tratando, portanto, de energia e de sua interconvers˜ao em calor e trabalho. Esta teoria ´e estruturada em torno de algumas leis b´asicas. Os pontos que despertam a curiosidade de leigos e estudiosos como a seta do tempo e a inexistˆencia de moto-perp´etuo s˜ao consequˆencia dessas leis.

(40)

40 Cap´ıtulo 2. Termodinˆamica

A chamada lei zero estabelece que havendo dois sistemas em equil´ıbrio com um terceiro, os mesmos tamb´em estar˜ao em equil´ıbrio t´ermico entre si. ´E ela que rege os processos de medi¸c˜ao da temperatura. Ou seja, a temperatura de um sistema ´e sempre aferida em rela¸c˜ao a um outro sistema do qual conhecemos as propriedades.

A primeira lei da termodinˆamica ´e uma generaliza¸c˜ao da conser-va¸c˜ao da energia mecˆanica:

∆U = W + Q, (2.1)

e estabelece uma rela¸c˜ao entre calor e trabalho como duas formas de energia que podem ser interconvertidas.

A segunda lei imp˜oe restri¸c˜oes sobre a convers˜ao de energia, de calor em trabalho e vice-versa. Essa lei gera debates at´e hoje, devido ao fato dela sugerir o conceito de seta do tempo. Discutiremos a segunda lei com um pouco mais de detalhe.

A terceira lei estabelece a impossibilidade de extrair comple-tamente todo o calor de um sistema e lev´a-lo ao zero absoluto de temperatura atrav´es de uma sequˆencia finita de processos.

2.3 A SEGUNDA LEI DA TERMODIN ˆAMICA

A Segunda Lei da Termodinˆamica, que chamaremos de Segunda Lei, limita a disponibilidade da energia e os modos de convers˜ao e uso dessa energia. Ela imp˜oe restri¸c˜oes sobre como a energia interna de um sistema pode ser transformada em trabalho e calor vice-versa. E ao limitar essa convers˜ao essa lei parece ir contra um princ´ıpio importante presente nas teorias microsc´opicas: a simetria por invers˜ao temporal. As leis de Newton ou a equa¸c˜ao de Schr¨odinger tem a mesma forma se o tempo avan¸ca num sentido ou no sentido contr´ario. A segunda lei, contrastando com as leis microsc´opicas, introduz um sentido preferencial para o tempo: a convers˜ao total de trabalho em calor ´e poss´ıvel, por´em o processo contr´ario, a convers˜ao total de calor em trabalho, n˜ao ´e poss´ıvel.

(41)

Existem diversas formas de apresentar a segunda lei da termodi-nˆamica. Todas elas s˜ao equivalentes. Essa diversidade de enunciados se deve a maneira como o sistema ´e visto e o que se quer fazer com ele.

Os enunciados de Clausius e no de Kelvin [33, 34] fazem alus˜ao aos processos termodinˆamicos explicitamente, e nesses enunciados o significado de ‘´unico efeito’ ´e claro. Significa que o sistema tem de voltar ao estado inicial.

Clausius. Nenhum processo pode ter como ´unico efeito transferir calor de um corpo para outro de temperatura mais elevada.

Kelvin. Nenhum processo pode ter como ´unico efeito a retirada de calor de uma fonte a uma temperatura fixa e a realiza¸c˜ao de um trabalho equivalente.

J´a a formula¸c˜ao de Kelvin-Planck [33, 34] se refere explicitamente `as m´aquinas t´ermicas e o que elas n˜ao podem fazer.

Kelvin-Planck. N˜ao h´a m´aquina t´ermica perfeita, ou seja, que transforme em trabalho todo o calor retirado de uma fonte, nem refrigerador perfeito que transporte calor de uma fonte fria para um reservat´orio quente sem tamb´em receber algum trabalho externo.

A formula¸c˜ao de Planck [35] descreve uma nova quantidade f´ısica, a entropia, cuja varia¸c˜ao ocorre sempre no mesmo sentido (o de aumentar com o tempo).

(42)

42 Cap´ıtulo 2. Termodinˆamica

Planck. A entropia do Universo nunca decresce. Ela fica invariante em processos revers´ıveis e cresce em processos irrevers´ıveis.

Sobre a entropia deve-se destacar a Desigualdade de Clausius[29, 33, 34], na qual a igualdade ´e apenas aplic´avel quando temos processos revers´ıveis.

Clausius. Se um sistema `a temperatura T absorve calor

δQ, sua varia¸ao ∆SB,A da entropia ´e:

Z B

A

δQ

T ≥ 0 (2.2)

Com o surgimento da mecˆanica estat´ıstica no final do s´eculo XIX [1, 2] houve um avan¸co para o entendimento da rela¸c˜ao entre a termodinˆamica e as teorias microsc´opicas. Boltzmann introduziu na Mecˆanica Cl´assica hip´oteses estat´ısticas sobre o comportamento das mol´eculas de um g´as e suas colis˜oes. Um dos seus resultados foi o teorema H, que forneceu uma formula¸c˜ao matem´atica `a irreversibilidade temporal [6, 36, 37]. O comportamento semelhante da quantidade HBoltz

com a entropia termodinˆamica levou Planck e Boltzmann a identificar as duas como proporcionais uma a outra, gerando a c´elebre f´ormula

S = k ln (W )(S ´e a entropia, k ´e a constante de Boltzmann e W ´e o n´umero de microestados dispon´ıveis em um dado macroestado). 2.4 ESTADO DE EQUIL´IBRIO

Quando queremos caracterizar um sistema do ponto de vista ener-g´etico, a quantidade pertinente ´e a chamada energia interna U (S, V, N, . . . ) com S sendo a entropia, V volume, N n´umero de part´ıculas, e outras quantidades pertinentes ao sistema . A energia interna ´e o total de

(43)

energia contida dentro do sistema e ´e caracterizada pelas vari´aveis macrosc´opicas do sistema, ou seja, a energia interna ´e uma fun¸c˜ao de estado termodinˆamica. A varia¸c˜ao dela ao longo de um processo depende unicamente dos estados final e inicial do sistema.

A entropia S(U, V, N, . . . ) ´e uma grandeza de estado extensiva1

como a energia interna, por´em possui um papel diferente em termodi-nˆamica. A entropia ´e particularmente ´util na an´alise termodinˆamica dos processos e consequente conhecimento dos estados de equil´ıbrio dos sistemas e viabilidade das transforma¸c˜oes. ´E uma fun¸c˜ao un´ıvoca da energia interna (U ), volume (V ) e n´umero de part´ıculas (N ).

Na se¸c˜ao 2.1, dissemos que necessitamos de equil´ıbrio t´ermico para que possamos fazer uso das vari´aveis termodinˆamicas ou da fun¸c˜ao de estado. Entretanto n˜ao comentamos como determinar esse equil´ıbrio, mas apenas o que ele ´e.

Com a informa¸c˜ao sobre U ou S o estado de equil´ıbrio para um sistema fechado pode ser encontrado ao serem satisfeitas as seguintes condi¸c˜oes, que s˜ao equivalentes [28]:

O estado de equil´ıbrio maximiza a entropia termodinˆamica para um dado valor de energia.

O estado de equil´ıbrio minimiza a energia para um dado valor de entropia termodinˆamica.

Esses enunciados de maximiza¸c˜ao para a entropia e minimiza-¸c˜ao para a energia interna condensam a discuss˜ao sobre processos de equil´ıbrio, mas n˜ao analizam a quest˜ao de processos fora do equil´ıbrio. O pr´oprio Carnot fez considera¸c˜oes sobre processos fora do equil´ıbrio, quando mostrou que um ciclo contendo esses processos n˜ao pode con-verter calor em trabalho de forma mais eficiente que um ciclo feito

1 Na termodinˆamica, uma vari´avel extensiva ´e uma quantidade cujo valor ´e

propor-cional ao tamanho do sistema que descreve. Essa quantidade pode ser expressa como a soma das quantidades dos conjuntos de subsistemas que formam o sistema original. Por exemplo, massa e volume s˜ao vari´aveis extensivas. Uma vari´avel intensiva ´e aquela cujo valor n˜ao depende do tamanho ou quantidade de material no sistema. Ou seja, tem o mesmo valor seja para o sistema ou seja para cada uma de suas partes consideradas como subsistemas dele. Temperatura e press˜ao s˜ao vari´aveis intensivas.

(44)

44 Cap´ıtulo 2. Termodinˆamica

arbitrariamente pr´oximo do equil´ıbrio, pois isso permitiria construir uma m´aquina que violaria a formula¸c˜ao de Clausius da segunda lei [4, 28, 29].

Essa discuss˜ao feita at´e o momento, com S e U do sistema somente ´e util se consideramos o sistema fechado sem intera¸c˜ao com o ambiente. Por´em, uma situa¸c˜ao comum ´e quando um sistema de interesse est´a em contato com o ambiente. Para isso usa-se o conceito de energia livre. As fun¸c˜oes de energia livre s˜ao encontradas atrav´es de uma descri¸c˜ao onde se escolhe determinadas vari´aveis termodinˆamicas que ser˜ao constantes e outras que ser˜ao livres. As rela¸c˜oes entre as diferentes energias livres se d˜ao atrav´es de transforma¸c˜oes de Legendre [4, 28]. ´E v´alida tamb´em a afirma¸c˜ao de que a energia livre mede a quantidade de energia que pode ser convertida em trabalho, dadas as condi¸c˜oes apropriadas.

Uma condi¸c˜ao importante para n´os ´e aquela em que o sistema de interesse est´a em contato t´ermico com um reservat´orio que possui uma capacidade t´ermica muito alta e dessa maneira temperatura bem definida. Este reservat´orio ´e conhecido como banho t´ermico. Para este caso temos a energia livre de Helmholtz, F , definida como [4, 28]

F = U − T S, (2.3)

que depende das vari´aveis (T, V, N, . . . ). A temperatura T ´e definida atrav´es da rela¸c˜ao

1

T = ∂S

∂U, (2.4)

usando a forma S(U, V, N, . . . ), sendo que V , N e demais vari´aveis extensivas s˜ao mantidas constantes durante a diferencia¸c˜ao. Com rela¸c˜ao `a sua interpreta¸c˜ao f´ısica, podemos dizer em termos simples que a energia livre ´e uma medida da energia que pode ser convertida em trabalho com o aux´ılio apenas de reservat´orios a uma ´unica temperatura.

Para tornar a discuss˜ao mais completa, deve-se notar que existem outros tipos de energia livre, que diferem sobre quais s˜ao as vari´aveis termodinˆamicas que s˜ao mantidas constantes.

A grande importˆancia das energias livres ´e que podemos ‘traduzir’ a segunda lei para essa ‘linguagem’. Para a situa¸c˜ao mencionada onde

(45)

temos um banho que mant´em a T contante, ´e poss´ıvel reescrever a segunda lei em termos da energia livre de Helmholtz (ELH), a quantidade f´ısica que melhor se adequa ao descrito. Ent˜ao, fazendo uso da segunda lei temos:

∆Stotal= ∆Sbanho+ ∆Ssistema≥ 0

= Qbanho

T + ∆Ssistema≥ 0, (2.5)

usando a Primeira Lei da Termodinˆamica (2.1), a rela¸c˜ao (Qbanho = −Qsistema), e (2.3): ∆Stotal= W − ∆Usistema T + ∆Ssistema≥ 0 = W − ∆Usistema T + ∆Ssistema≥ 0

= W − ∆Usistema+ T ∆Ssistema

T ≥ 0

= W − ∆Fsistema

T ≥ 0 (2.6)

´

E poss´ıvel reescrever a desigualdade (2.6):

W ≥ ∆Fsistema. (2.7)

A equa¸c˜ao (2.7) ´e um enunciado equivalente ao da Segunda Lei para um sistema que esteja em contato t´ermico com pelo menos um reservat´orio. Essa vers˜ao da segunda lei indica que o trabalho realizado sobre o sistema ´e maior que a varia¸c˜ao da energia livre (usaremos a defini¸c˜ao usual em termodinˆamica para o trabalho que ser´a considerado positivo se tiver que ser exercido por um agente externo).

Considerando que a varia¸c˜ao de energia livre ∆F represente um ganho (se positiva) na capacidade de obter trabalho em um processo posterior, essa equa¸c˜ao quer dizer que o custo pago no presente na forma de trabalho n˜ao pode ser maior do que o ganho futuro (na

(46)

46 Cap´ıtulo 2. Termodinˆamica

forma de trabalho). A melhor das situa¸c˜oes ´e quando temos a igualdade que significa um processo revers´ıvel aplicado ao sistema. Ao termos a desigualdade, temos perdas na forma de calor. Em outras palavras a capacidade de obter trabalho l´ıquido pode ser degradada, mas nunca criada. Essa degrada¸c˜ao na energia est´a ligada a um processo irrevers´ıvel, a diferen¸ca entre o trabalho sobre o sistema e a diferen¸ca de energia livre ´e o trabalho dissipado pelo sistema, ou seja,

Wdiss= W − ∆F. (2.8)

Como sabemos que a energia livre ´e uma fun¸c˜ao de estado, ou seja, depende apenas do estado no qual o sistema se encontra e que o trabalho W depende do caminho que o sistema percorre, ´e natural que o trabalho dissipado tamb´em dependa da trajet´oria seguida pelo sistema. ´

E relacionado com a forma adotada para a varia¸c˜ao do parˆametro externo λ visto na se¸c˜ao 2.1.

2.5 TEOREMAS DE FLUTUA ¸C ˜AO CL ´ASSICOS

As leis da Termodinˆamica, inclusive a segunda lei, s˜ao v´alidas para as situa¸c˜oes onde n˜ao h´a equil´ıbrio t´ermico. Nesse contexto a segunda lei ´e expressa em termos de desigualdades como na equa¸c˜ao (2.2). O n˜ao equil´ıbrio t´ermico ´e caracterizado por uma situa¸c˜ao onde o sistema n˜ao tem as suas vari´aveis termodinˆamicas bem definidas e existem basicamente duas condi¸c˜oes para que essa situa¸c˜ao se implemente. A primeira ´e quando temos o sistema com uma quantidade de componentes muito menores que ≈ 1023. A segunda ´e quando, mesmo havendo uma

quantidade significativa, de part´ıculas temos o processo que conecta um estado A a outro estado B ocorrendo em um tempo finito, de tal maneira que em cada instante o processo n˜ao possa ser considerado em equil´ıbrio. Ou seja, o sistema n˜ao tem tempo para retornar ao equil´ıbrio entre dois instantes consecutivos de sua evolu¸c˜ao.

Os teoremas de flutua¸c˜ao (TF) s˜ao uma respostas `a busca por rela¸c˜oes que permitam obter informa¸c˜oes sobre situa¸c˜oes fora do equil´ı-brio. Apresentaremos um TF que tˆem a segunda lei da termodinˆamica

(47)

como caso especial. Conceitualmente o teorema de flutua¸c˜ao mais geral que iremos tratar ´e o chamado teorema de flutua¸c˜ao de Crooks [12]. Trata de um processo e o de sua revers˜ao temporal, ou seja, ´e uma maneira de considerar e tentar quantificar a irreversibilidade temporal em um processo.

Antes de chegarmos ao teorema de flutua¸c˜ao de Crooks, ´e ne-cess´ario entrar em detalhes sobre caracteriza¸c˜ao dos processos direto e reverso.

Quando fala-se em processo no contexto do teorema de Crooks [12] (ou Jarzynski [11]), as quantidades importantes s˜ao o trabalho e a ELH. O processo direto ´e definido como o processo no qual o parˆametro que controla a mudan¸ca de um Hamiltoniano varia da seguinte maneira:

λ(tI) → λ(tF), (2.9)

onde tI, ´e o in´ıcio do processo e tF o final do mesmo. A altera¸c˜ao do parˆametro λ(t) ´e dada pelo chamado protocolo de for¸ca Λ = {λ(t)|tI 6

t 6 tf} e essa mudan¸ca ´e o que nos fornece o +W.

Figura 1 – Gr´afico da esquerda representa a mudan¸ca de λ no processo direto, no qual o parˆametro que controla a mudan¸ca de um Hamiltoniano varia de λ(tI) → λ(tF). Gr´afico da direita representa a mudan¸ca no processo reverso, no qual o parˆ a-metro λ inicia com o valor final do processo direto e termina no valor inicial. Normalmente se representa essa situa¸c˜ao definindo o tempo no processo reverso como t0= t

(48)

48 Cap´ıtulo 2. Termodinˆamica

O processo reverso ´e definido como o processo no qual o parˆametro

λinicia com o valor no qual finaliza o processo de ida e termina no valor inicial, nos fornecendo o −W. Normalmente se representa essa situa¸c˜ao definindo o tempo no processo reverso como t0= t

F− t, dessa maneira

λ(t0) = λ(tF − t), entre os instantes t0I e t0F

λ(t0I) → λ(t0F) ⇒ λ(tF) → λ(tI), (2.10) no qual a aplica¸c˜ao do protocolo for¸ca deve levar em considera¸c˜ao que temos a invers˜ao temporal (t → −tI), que modifica o momento e a posi¸c˜ao como segue:

(x, p) → (x, −p) (2.11)

Agora que definimos os processos direto e reverso podemos falar no Teorema de Crooks. Este teorema relaciona a raz˜ao entre a probabi-lidade de se realizar um trabalho +W no caminho de ida, desde λ(tI) at´e λ(tF), e a probabilidade de se realizar trabalho −W no caminho de volta, desde λ(tF)at´e λ(tI), com a produ¸c˜ao de entropia gerada no processo (βWdiss). A rela¸c˜ao obtida por Crooks ´e dada por:

Pdir(W)

Prev(−W)

= exp(−βWdiss), (2.12) onde Wdiss ´e o trabalho dissipado, ou seja, Wdiss = W − ∆F; Pdir ´e a distribui¸c˜ao de probabilidade ao se realizar o trabalho +W sobre o sistema no processo direto, e Prev´e a distribui¸c˜ao de probabilidade ao se realizar o trabalho −W sobre o sistema no processo reverso. Ao ser feita a substitui¸c˜ao de 2.8 em (2.12 temos a express˜ao mais conhecida do Teorema de Crooks:

Pdir(W)

Prev(−W)

= eβ(W−∆F ). (2.13) Uma dedu¸c˜ao da rela¸c˜ao de Crooks e uma generaliza¸c˜ao do teorema de Jarzynski para dois paramˆetros pode ser encontrada na tese de doutoramento de Carlos Gentil Gomes [38].

Para a descri¸c˜ao do sistema partimos da situa¸c˜ao onde temos o estado inicial descrito pelo estado de Gibbs e o hamiltoniano inicial

(49)

H(q, p, λ(tI)), com o parˆametro λ(t) em t = tI.

ρdir(q, p) =

e−βH(q,p,λ(tI))

Z(tI)

, (2.14)

onde temos Z(t) sendo a fun¸c˜ao parti¸c˜ao do sistema `a temperatura T . Em seguida, o sistema ´e submetido ao protocolo for¸ca, que leva λ(tI)a

λ(tF). Assim podemos obter o valor de Pdir(W).

Para que tenhamos acesso ao Prev(−W) temos que aplicar a opera¸c˜ao reversa. O que significa simplesmente escrever o estado t´ermico ligado ao hamiltoniano final que temos ao final do processo direto λ(tF):

ρrev(q, p) =

e−βH(q,p,λ(t0I))

Z(t0 I)

, (2.15)

e aplicarmos o processo reverso como descrito algumas linhas acima. Dessa maneira conseguimos o valor de Prev(−W). O valor de ∆F , como visto em (2.4), depende apenas dos estados inicial e final. Outra sutileza que deve ser observada ´e o fato do estado final, tanto para o processo direto, quanto o processo reverso n˜ao s˜ao estados t´ermicos. A exce¸c˜ao ocorre quando o processo ´e quase est´atico, o que dispensaria a abordagem dos TF. O teorema de Jarszynski pode ser retirado da equa¸c˜ao (2.13) h e−β(W−∆F )i = Z e−β(W−∆F )Pdir(W) d W = Z Prev(−W) d W = 1. (2.16) Como trabalhamos com m´edias, podemos aplicar a desigualdade de Jensen [39, 40] em (2.16). A desigualdade de Jensen ´e um resultado em estat´ıstica que mostra que, para determinadas fun¸c˜oes, o valor esperado de h f (x) i ´e maior ou igual que o valor f (h x i):

h e−β(W−∆F )i = 1 h e−βWi = e−β∆F

(50)

50 Cap´ıtulo 2. Termodinˆamica

Sendo que na ´ultima linha aplicou-se a citada desigualdade de Jensen. Desse ponto tomando o logaritmo natural em ambos os lados temos a segunda lei da Termodinˆamica escrita em fun¸c˜ao da energia livre de Helmholtz:

h W i ≥ ∆F, (2.18)

com a igualdade acontecendo quando temos processos quase-est´aticos ocorrendo. Essa express˜ao tem como implica¸c˜ao que a Segunda lei ´e, em m´edia, satisfeita. Existindo ent˜ao uma cole¸c˜ao de eventos individuais que violam essa lei. Uma representa¸c˜ao gr´afica dessa discuss˜ao ´e representada num exemplo abaixo.

Figura 2 – Distribui¸c˜ao de probabilidade de trabalho. A ´area azul, `a direita da linha que marca o valor de ∆F , ´e proporcional `a probabilidade de observar W ≥ ∆F , enquanto a ´area rosa, `a esquerda de ∆F , ´e proporcional `a probabilidade de observar eventos que violem a Segunda Lei.

(51)

3 SISTEMAS QU ˆANTICOS FORA DO EQUIL´IBRIO T ´ERMICO

O conceito de trabalho W mesmo em f´ısica cl´assica ´e algo simples por´em sutil [4, 10, 28]. A familiaridade com esse conceito leva muitas vezes ao engano. A caracter´ıstica conceitual que leva a m´a interpreta¸c˜ao ´e o fato da realiza¸c˜ao de trabalho ser dependente de um processo e n˜ao um estado termodinˆamico.

Isso leva `a quest˜ao de como caracterizar esse processo. Conside-remos um sistema f´ısico cujo hamiltoniano dependa do parˆametro λ(t), em contato com um reservat´orio t´ermico numa dada temperatura T . A varia¸c˜ao desse parˆametro leva a uma mudan¸ca controlada no hamilto-niano H(λ(tI)) → H(λ(tF)). O trabalho ´e o resultado dessa ‘mudan¸ca controlada’ do hamiltoniano [41, 42].

A altera¸c˜ao do parˆametro λ(t) ´e dada pelo chamado protocolo de for¸ca Λ = {λ(t)|tI 6 t 6 tf}, que varia a energia do sistema e consequentemente leva ao trabalho realizado sobre (ou pelo) sistema. Essa defini¸c˜ao onde a varia¸c˜ao total do hamiltoniano governa a dinˆamica do sistema de interesse ´e chamada de trabalho inclusivo[11, 32] .

Acreditamos que a discuss˜ao apresentada sobre trabalho cabe tanto no ˆambito da f´ısica cl´assica como discutido na se¸c˜ao 2.1, quanto na quˆantica. Por´em no contexto de f´ısica quˆantica o fato de W ser dependente um processo significa que o mesmo n˜ao pode ser associado a um observ´avel [43, 44]. Ou seja, n˜ao existe um operador associado a trabalho.

Nas pr´oximas se¸c˜oes exploraremos n˜ao s´o o trabalho para sis-temas descritos por mecˆanica quˆantica, mas tamb´em algumas outras quantidades. Em especial a igualdade de Tasaki-Crooks, e a de Jarzynski. 3.1 TRABALHO EM MEC ˆANICA QU ˆANTICA

A determina¸c˜ao de trabalho em mecˆanica quˆantica passa por diversos detalhes importantes para uma descri¸c˜ao coerente. Por isso, ´e necess´ario que fa¸camos algumas defini¸c˜oes e especifica¸c˜oes.

Referências

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