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Síntese e caracterização da magnetita revestida por polímeros naturais (fucana e levana) para imobilização de enzimas

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Ciência de Materiais. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DA MAGNETITA REVESTIDA POR POLÍMEROS NATURAIS (FUCANA E LEVANA) PARA IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS. PRISCYLA LIMA DE ANDRADE. Recife-PE, Brasil Março, 2009. p.

(2) SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DA MAGNETITA REVESTIDA POR POLÍMEROS NATURAIS (FUCANA E LEVANA) PARA IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências de Materiais da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito à obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. José Albino Oliveira de Aguiar Co-Orientadora: Profa. Maria da Paz C. da Silva. Recife –PE, Brasil 2009.. p.

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(4) PRISCYLA LIMA DE ANDRADE. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências de Materiais da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito à obtenção do grau de Mestre.. Apresentada em: 30/03/2009. III.

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(6) DEDICATÓRIA Ao meu companheiro de todas as horas, Elinaldo Palmeira pela paciência e total apoio. Ao nosso lindo filho Pedro Victor, que mesmo tendo vindo ao mundo no mesmo tempo deste trabalho, contribuiu muito para realização do mesmo. A Jomar Muniz de Andrade e Ivanilda Carlos de Lima Andrade, meus pais, por tudo o quanto tem me ensinado e pelo apoio. A Jomar Muniz de Andrade Júnior e João Carlos de Lima Neto, meus irmãos, por serem meus amigos nos bons e maus momentos e por tudo que representam para mim. A vocês dedico meus passos.... IV.

(7) AGRADECIMENTOS A Deus que tem me proporcionado à vida e confiado em minhas mãos uma bela família, Elinaldo e Pedro. Agradeço a Deus a existência de vocês. Aos meus pais que sempre me incentivaram e fizeram tudo para que eu chegasse onde estou. Aos meus irmãos pela amizade e atenção. As minhas tias, Elizama, Alice e Janete pelo apoio e constantes orações a meu favor. Enfim, toda a minha família que me acompanhou durante este período. Ao Professor José Albino, pela confiança, orientações e pela sua paciência e ensinamentos, A Professora Maria da Paz, pela atenção, carinho e grande ajuda, As amigas Jackeline e Valdeene, pela disposição em me ajudar sempre que precisei e pela delicadeza com que me ensinaram. A Janaína, pelo carinho e palavras sensatas. A Mylena, Flávia, Linhares, Danielle, enfim, aos alunos e professores do laboratório de supercondutividade, que de uma forma ou de outra contribuíram para que esta dissertação fosse concluída. Aos meus amigos que sempre procuram um jeito de estar ao meu lado e me ajudar no que for preciso, A UFPE, que fortaleceu meus conhecimentos não só intelectuais, mas também em relação à vida. A CAPES que me acompanhou nesses dois anos de estudo. A todos vocês meu muito obrigada, que Deus recompense a cada um.. Priscyla Andrade V.

(8) “Abrigos blindados, de concreto, de cimento armado, com provisões , em previsão, porque há temor, pavor, terror de invasões, de explosões: tempo do fim, Senhor!! Por isso, corri e me escondi aqui: em TI, que me preservas da angústia e me cinges de alegres cânticos de livramento. Sei que me apontas o vale do serviço, onde milhares caminham, tropeçam, se arrastam, esperam em Ti, através de mim ... Depois, Senhor. Agora, deixa que eu fique aqui: Teus eternos braços ao meu redor, Teu rosto levantado sobre mim: assim!! Depois, então, curada restaurada, lição reaprendida, alma provida de nova visão, irei. E por ti, por mim, pelos meus, direi ao mundo que me fez fugir: - Vejam o milagre que Deus fez em mim!!!”. Myrtes Mathias. VI.

(9) RESUMO Atualmente com o advento da nanociência e nanotecnologia, as nanoparticulas magnéticas têm encontrado inúmeras aplicações nos campos da biomedicina, diagnóstico, biologia molecular, bioquímica, catálise, etc. As nanoparticulas magnéticas funcionalizadas são constituídas de um núcleo magnético, envolvidos por uma camada polimérica com sítios ativos, que podem ancorar metais. ou. compostos. orgânicos. seletivos.. Estas. nanopartículas. são. consideradas materiais híbridos orgânico-inorgânicos de grande interesse em aplicações comerciais, são elas: carregadores de fármacos, tratamento de magnetohipertermia, seleção de moléculas específicas, biossensores e etc. Este trabalho foi desenvolvido em duas partes: a primeira foi obter a magnetita através do processo da co-precipitação de uma solução que contém íons de Fe (II) e de Fe (III) no meio aquoso alcalino. A segunda parte foi à escolha dos polissacarídeos Levana e Fucana que foram utilizados para cobrir o núcleo magnético. As partículas estudadas foram caracterizadas através da microscopia eletrônica de varredura (MEV), medidas da magnetização, difratômetro de raios - X (DRX) e absorção no infravermelho (IV). Elas se mostram maiores quando comparadas à magnetita de acordo com as imagens obtidas no MEV. O DRX mostrou que a magnetita é a fase dominante nas partículas revestidas pelos polímeros. O espectro de IV mostrou faixas de absorção características do polissacarídeo levana, fucana e da magnetita as ligações presentes foram O-H, C-O-C e Fe-O. Os resultados da magnetização mostram que a magnetita revestida com fucana tem uma maior saturação e é muito mais fácil de magnetizar do que a magnetita revestida com levana. Palavras-chave: Nanociência, Magnetita, Biopolímeros.. VII.

(10) ABSTRACT Nowadays with the appear of nanoscience and nanotechnology, magnetic nanoparticles have been finding a variety of applications in the fields of biomedicine, diagnosis, molecular biology, biochemistry, catalysis, etc. The magnetic functionalized nanoparticles are constituted of a magnetic nucleus, involved by a polymeric layer with active sites, in wich it is possible to anchor metals or selective organic compounds. These nanoparticles are considered organic-inorganic hybrid materials and have great interest as materials for commercial applications due to their specific properties. Among the important applications it can be mentioned: magnetohyperthermia treatment, drugs delivery in specific local of the body, molecular recognition, biosensors, enhacement of nuclear magnetic resonance images quality, etc. This work was developed in two parts: the first one was to obtain the magnetite through the process of the co-precipitation of a solution that contains íons of Fe (II) and Fe (III) in the alkaline watery way. The second part was to recover the magnetic nucleus with the polysaccharides Levan and Fucan. The covered particles, had been characterized through the scanning electronic microscopy (SEM), X-ray difracttion of (XRD),. infrared (IR) absorption and dc magnetization. measurements. SEM studies reveal that the recovered particles are bigger the nude magnetite. The XRD showed that the magnetite is the dominant phase in the samples studied. IR absorption data presents the characteristics absorption bands O-H, C-O-C and Fe-O of the levan and fucan polysaccharides, and of the magnetite. The magnetization results, showed that the fucan coated magnetite. has bigger saturation magnetization and is much more easy to. magnetize than levan coated magnetite. Keywords: Nanoscience, Magnetite, Biopolymers.. VIII.

(11) LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Espacialização da escala nanométrica. 14. Figura 2 – Orientação dos dipolos magnéticos em campo nulo e temperatura ambiente, e curvas de M versus H para as diferentes classes de materiais magnéticos. 21. Figura 3 - Representação esquemática de uma nanopartícula magnética constituída pelo núcleo e pelo revestimento. 23. Figura 4 – Estrutura cristalina da magnetita. 25. Figura 5 – Separação magnética de DNA. 1. Homogeneização do material. 2. Ligação dos ácidos nucléicos às partículas magnéticas e separação. 3. Lavagem com etanol para remoção dos contaminantes. 4. Eluição dos ácidos nucléicos das partículas magnéticas. 29. Figura 6 - Zymomonas mobilis. 31. Figura 7 - Estrutura da Levana. 32. Figura 8 – Estrutura da L-fucose. 33. Figura 9 – Estrutura da fucana segundo Percival & McDowell (modelo 1) e por Patankar, et al. (modelo 2). 34. Figura 10 – Magnetita aplicada ao campo de 0,6T. 37. Figura 11 – Micrografia MEV obtida utilizando-se elétrons secundários da magnetita obtida pelo método de coprecipitação. 39. IX.

(12) Figura 12 – Micrografia MEV obtida utilizando-se elétrons secundários da magnetita revestida com Fucana 40. Figura 13 - Micrografia MEV obtida utilizando-se elétrons secundários da magnetita revestida com Levana. 40. Figura 14 – Espectro da curva de Magnetização. 41. Figura 15 – Espectro de difração de raio-X das partículas de magnetita, fucana-magnetita e levana-magnetita. 42. Figura 16 - Espectro de Infravermelho das partículas de magnetita, fucanamagnetita e levana-magnetita. 44. X.

(13) LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Exemplos de aplicações da nanotecnologia em indústrias. 16. Tabela 2 - Diferença dos tamanhos das partículas. 42. XI.

(14) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO. 14. 2. OBJETIVOS. 17. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. 18. 3.1. Magnetismo. 18. 3.1.1. Materiais diamagnéticos. 19. 3.1.2. Materiais paramagnéticos. 19. 3.1.3. Materiais ferromagnéticos. 19. 3.1.4. Materiais antiferromagnéticos. 19. 3.1.5. Materiais ferrimagnéticos. 20. 3.2. Superparamagnetismo. 21. 3.3. Nanopartículas Magnéticas. 22. 3.4. A Magnetita. 23. 3.5. Ferrofluidos. 26. 3.6. Método de coprecipitação. 26. 3.7. Hipertermia magnética. 28. 3.8. Separação magnética. 28. 3.9. Matrizes ou Suporte. 29. 3.9.1. Imobilização de enzimas. 30. 3.10. Levana. 31. 3.11. Fucana. 32. 4. METODOLOGIA. 35. 4.1. Obtenção da Levana. 35. 4.2. Obtenção da Fucana. 35. XII.

(15) 4.3. Método de coprecipitação para obtenção da Magnetita. 35. 4.4. Revestimento. 36. 4.5. Tamanho e Morfologia. 37. 4.6. Medidas da magnetização. 37. 4.7. Análise de Raio-X. 37. 4.8. Análise de infravermelho. 38. 5. RESULTADOS E DISCUSSÔES. 39. 5.1. Método de Coprecipitação. 39. 5.2. Microscopia eletrônica de varredura (MEV). 39. 5.3. Medidas da Magnetização. 40. 5.4. Análise de raio-x (DRX). 41. 5.5. Análise do infravermelho (IV). 43. 6. CONCLUSÔES. 44. 7. PERSPECTIVAS FUTURAS. 45. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 46. XIII.

(16) 1. INTRODUÇÃO A nanociência e a nanotecnologia são consideradas, atualmente, como um dos mais fascinantes avanços nas tradicionais áreas do conhecimento e constituem. um. dos. principais. focos. das. atividades. de. pesquisa,. desenvolvimento e inovação em todos os países industrializados [Pires, 2004]. Nano é um prefixo utilizado na ciência para designar um bilionésimo; portanto um nanômetro (1nm) que corresponde a um bilionésimo de metro (10-9m). Como referência comparativa, o diâmetro médio de um átomo é de 0,15 nm, um vírus tem tamanho entre 10 e 100nm, uma bactéria mede em torno de um milionésimo do metro, ou seja, 1000nm e o diâmetro de um fio de cabelo humano correspondem cerca de 30 a 80 mil nm (Fig. 1) [Luquese, 2006].. Figura 1 – Espacialização da escala nanométrica. [telmoquimica.zip.net/images/nanotecnologia.jpg (Acesso em 21/03/09 às 22:00h)]. O domínio científico e tecnológico da escala nanométrica vem passando por um constante crescimento graças às novas ferramentas de pesquisa e aos desenvolvimentos experimentais e teóricos. Através deste, resultam novos produtos e processos industriais em um ritmo extremamente acelerado. Estão surgindo classes inteiramente novas de dispositivos e sistemas micro e nanofabricados [CGEE, 2005].. 14.

(17) A nanotecnologia é uma área de pesquisa e desenvolvimento muito ampla e interdisciplinar baseada nos mais diversificados tipos de materiais, tais como:. polímeros,. cerâmicas,. metais,. semicondutores,. compósitos. e. biomateriais. Esses materiais em sua forma nanométrica formam blocos de construção, como clustersa, nanopartículas, nanotubos e nanofibras, que por sua vez são formados a partir de átomos ou moléculas. Dessa forma, a síntese controlada desses blocos de construções e seu arranjo constituem os objetivos centrais [Durán, et al., 2006]. Muitos consideram como ponto inicial da nanotecnologia, a palestra proferida, em 1959, por Richard Feynman, Prêmio Nobel de Física, na qual ele sugeriu que um dia seria possível manipular átomos individualmente, uma idéia revolucionária para época [Feynman, 1959]. Isto só foi possível nos anos 80 com o desenvolvimento dos microscópios de varredura por sonda [Silva, 2006]. Nas últimas décadas, o estudo dos métodos de fabricação de estruturas com dimensões nanométricas tem despertado grande interesse em centros de pesquisa no mundo todo. Esta motivação é impulsionada pela necessidade de compreensão e manipulação de propriedades físico-químicas de interesse tecnológico, que normalmente não são encontradas em sistemas materiais em sua forma macrométrica ou em estruturas de dimensões micrométricas [LesliePelecky e Rieke,1996]. Esta nova área é multidisciplinar e abrange partes da química, física, biologia, bioquímica, etc. Uma vez que se torne possível controlar as características de tamanho, será também possível o controle de propriedades do material e o desenvolvimento de novas funções que ele possa vir a desempenhar. A capacidade de criar estruturas ou reduzir dimensões em nano-escala traz aos materiais propriedades únicas como nano-tubos de carbono, fios e pontos quânticos, filmes finos, estruturas baseadas em DNA, nano-dispositivos para liberação de fármacos, materiais magnéticos, entre outros [Luquese, 2006]. Na indústria já estão ocorrendo mudanças, a tabela abaixo mostra algumas aplicações.. a. É formado por um conjunto de computadores, que utiliza um tipo especial de sistema operacional classificado como. sistema distribuído.. 15.

(18) INDÚSTRIA. APLICAÇÕES. Automobilística e. Materiais, mais leves, pneus mais duráveis, plásticos. Aeronáutica. não inflamáveis, etc.. Eletrônica e de. Armazenamento de dados, telas planas, aumento na. Comunicações. velocidade de processamento, etc.. Química e de Materiais. Catalisadores mais eficientes, fluidos magnéticos inteligentes, etc.. Farmacêutica,. Novos fármacos baseados em nano estruturas,. Biotecnológica e. conjunto para auto-diagnóstico, etc.. Biomédica Setor de fabricação. Novos microscópios e instrumentos de medida, bioestruturas, etc.. Meio-ambiente. Membranas seletivas, novas possibilidades de reciclagem, criação dos “Lab on a chip” para detecção e quantificação de poluentes, etc.. Tabela 1. Exemplos de aplicações da nanotecnologia em indústrias.. Dentre. as. nanopartículas,. podemos. destacar. as. nanopartículas. magnéticas das quais faz parte à magnetita, que pode formar fluidos magnéticos, nos quais as partículas e a fase líquida movimentam - se como uma única fase. A apresentação deste trabalho se dá da seguinte forma: Neste capítulo 1, é apresentado um breve histórico sobre nanociência e nanotecnologia e suas aplicações. No capítulo 2, é exposto o objetivo deste trabalho. No capítulo 3, é mostrada uma revisão simplificada sobre magnetismo, nanopartículas magnéticas, o método de coprecipitação para obtenção da magnetita e os polímeros naturais utilizados como revestimento, bem como suas possíveis aplicações. No capítulo 4, veremos toda a metodologia empregada para a realização deste trabalho, no capítulo 5, são apresentados e discutidos os principais resultados obtidos através das técnicas de caracterização estrutural e morfológica das nanopartículas de magnetita produzidas pelo método de coprecipitação. E finalmente, no capítulo 6 e 7, apresenta-se à conclusão do trabalho e as perspectivas de continuidade.. 16.

(19) 2. OBJETIVO O presente trabalho tem por objetivo geral produzir nanopartículas magnéticas revestidas por polímeros naturais e caracterizar este suporte magnético visando utilizá-lo para fins biológicos. Os objetivos específicos são de: produzir nanopartículas magnéticas revestidas com polímeros naturais (levana e fucana) e caracterizar o suporte magnético produzido utilizando técnicas como difração de raios-x, microscopia eletrônica de varredura, absorção no infravermelho e magnetização. Neste trabalho, enfocaremos a síntese e caracterização da magnetita revestida com os polímeros naturais fucana, que provém de algas e a levana, que é originada de microorganismos. Estas podem ser utilizadas como suporte de imobilização de enzimas e outros fins biológicos. As partículas foram caracterizadas por difratômetria de raios – X, microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia no infravermelho e medidas de magnetização dc.. 17.

(20) 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. Magnetismo Todas as substâncias sejam elas: sólidas, líquidas e gasosas, mostram alguma característica magnética, em todas as temperaturas. Dessa forma, o magnetismo é uma propriedade básica de qualquer material [Sinnecker, 2000]. Os materiais na natureza são formados a partir dos elementos químicos da tabela periódica e, cada elemento químico é único e, composto de prótons, nêutrons e elétrons, dos quais os prótons e os elétrons possuem carga elétrica. O magnetismo é uma propriedade cuja natureza é de origem elétrica, e está relacionada com uma carga em movimento. As propriedades magnéticas dos materiais têm sua origem na estrutura eletrônica dos átomos. São dois os movimentos eletrônicos associados ao elétron e que podem explicar a origem dos momentos magnéticos: o movimento orbital do elétron ao redor do núcleo, e o movimento “spin” do elétron, ao redor do seu próprio eixo [Cullity, 1972]. Um material magnético é caracterizado por possuir dipolos magnéticos no seu interior. Esses dipolos podem ser permanentes ou induzidos. Quando temos uma grande concentração de dipolos no interior de uma amostra existe uma força de origem quântica (força de troca ou supertroca) que tende a alinhar os momentos magnéticos de dois átomos vizinhos paralela ou antiparalelamente.. Assim,. cada. átomo. dentro. do. material. contribui. individualmente para o momento magnético total. Os materiais magnéticos são classificados pela maneira como respondem a um campo magnético estático aplicado, de acordo com a sua susceptilidade magnéticab. A susceptibilidade, assim como a permeabilidade são parâmetros importantes que descrevem o comportamento magnético dos materiais [Luqueze, 2006]. A maioria dos materiais exibe magnetismo reduzido, e somente quando estão na presença de um campo magnético externo é que se pode classificálos quanto aos tipos de interação e alinhamento entre os seus momentos de dipolo. magnético.. Os. materiais. diamagnéticos,. paramagnéticos. e. antiferromagnéticos não possuem magnetização macroscópica espontânea, ao. 18.

(21) contrário dos ferromagnéticos e ferrimagnéticos que possuem magnetização espontânea abaixo da temperatura de Curiec (ver figura 2). 3.1.1. Materiais diamagnéticos – Os átomos em campo magnético zero não possuem magnetização, porém, na presença de um campo magnético externo alinham-se no sentido oposto ao campo aplicado, apresentando valores reduzidos e negativos de susceptibilidade magnética (10-6) [Cullity, 1972, Jakubovics, 1994; Klabunde, 2001]. Este é um fenômeno comum a todas as substâncias, embora não possa ser normalmente observado devido a outras formas de magnetismo mais intenso [Ribeiro, 2000; <http://w3.ualg.pt/~jluis/files/folhas_cap2.pdf>]. 3.1.2. Materiais paramagnéticos – Esses materiais possuem dipolos permanentes que são fracamente interagentes e, portanto estão orientados ao acaso na ausência de um campo magnético. Porém, na presença de um campo magnético externo esses dipolos alinham-se na direção e no sentido do campo aplicado, apresentando valores reduzidos e positivos da susceptibilidade magnética entre 10-4 e 10-6 [Cullity, 1972, Jakubovics, 1994; Klabunde, 2001]. A susceptibilidade magnética de um material diamagnético decai com o aumento da temperatura em que a substância se encontra, χ = C/T , onde C é a constante. de. Curie. (Lei. de. Curie)[<http://w3.ualg.pt/~jluis/files/folhas_cap2.pdf>]. 3.1.3. Materiais ferromagnéticos – Os átomos possuem momentos de dipolo permanentes, que interagem entre si causando alinhamento paralelo dos dipolos adjacentes, que só desaparece na temperatura de Curiec, porém, na presença de um campo magnético externo alinham-se na direção e no sentido do campo aplicado, apresentando valores altos e positivos. (>>10-6). de. susceptibilidade. magnética. [Cullity,. 1972,. Jakubovics, 1994; Klabunde, 2001]. 3.1.4. Materiais antiferromagnéticos – Os átomos possuem momentos de dipolo permanentes fortemente interagentes, mas, os momentos de. 19.

(22) dipolo adjacentes, que apresentam a mesma magnitude, interagem entre si causando alinhamento antiparalelo, que só desaparece na temperatura de Néeld, porém, na presença de um campo magnético externo alinham-se na direção e no sentido do campo aplicado, apresentando valores reduzidos e positivos (10-2) de susceptibilidade magnética [Cullity, 1972, Jakubovics, 1994; Klabunde, 2001].. 3.1.5. Materiais. ferrimagnéticos. –. São. materiais. que. apresentam. alinhamento antiferromagnético, no entanto os dipolos vizinhos possuem magnitude diferentes. Desse modo, na presença de um campo magnético externo alinham-se na direção e no sentido do campo aplicado, apresentando valores altos e positivos de susceptibilidade magnética [Cullity, 1972, Jakubovics, 1994; Klabunde, 2001].. b. Susceptibilidade magnética: é uma propriedade física da matéria, incluindo os tecidos biológicos, de interagir com o campo magnético aplicado. Ela é uma característica intrínseca de cada material e sua identidade está relacionada com a estrutura atômica e molecular. c. Temperatura de Curie: Um íma, quando aquecido, perde as suas propriedades magnéticas, pois o calor provoca a desmagnetização do mesmo. Como consequência, acima de uma determinada temperatura materiais ferromagnéticos perdem suas propriedades magnéticas. Esta temperatura é constante para cada substância. Seu decobridor é Pierre Curie (1859 – 1906).. d. Temperatura de Néel: É a temperatura a que um material antiferromagnetico torna-se paramagnético, ou seja, a temperatura a que ordenação de domínios magnéticos macroscópica no material cristalino é destruído. Ela é semelhante à da temperatura Curie. Seu descobridor é Louis Néel (1904 – 2000).. 20.

(23) Figura 2 – Orientação dos dipolos magnéticos em campo nulo e temperatura ambiente, e curvas de M versus H para as diferentes classes de materiais magnéticos.. 3.2. Superparamagnetismo É o termo utilizado para caracterizar o comportamento magnético de particulas magnéticas [Cullity, 1972]. Os momentos magnéticos atômicos das partículas superparamagnéticas, estão alinhados paralelamente numa só direção, não existe nenhuma histerese e a magnetização residual (Mr) e o campo coercivo (Hc) são nulos. A susceptibilidade magnética destes materiais situa-se entre a dos ferromagnéticos e dos paramagnéticos [Cullity, 1972; Guimarães, 2000]. Em sistemas superparamagnéticos, a temperatura em que os momentos são bloqueados, ou seja, são incapazes de relaxar é denominada temperatura de bloqueioe (Tb). Acima desta temperatura, o momento pode alinhar-se com alguma direção cristalográfica e comportar-se como material paramagnético embora com momento muito maior [Knobel, 2000]. O critério para a caracterização do superparamagnetismo é: ausência de histeresef acima de sua temperatura de bloqueio e magnetizaçãog (M) vs. T deve sobrepor M vs.. 21.

(24) H/T, onde H é o campo magnético. Como nos outros materiais magnéticos, o comportamento de magnetização das nanopartículas superparamagnéticas pode ser influenciado por fatores anisotrópicos [Knobel, 2000]. Particulas finas superparamagnéticas podem ser encontradas em diversos sistemas artificiais, tais como sólidos granulares, compósitos metalisolante, compostos híbridos, e até mesmo muitos sistemas biológicos e geológicos, como solos, pedras, sangue [Knobel, 2000]. A propriedade superparamagnética dessas partículas é muito importante do ponto de vista prático, pelo fato de elas poderem ser transportadas, posicionadas e controladas em determinadas partes dos vasos sanguíneos ou órgãos com a ajuda de um campo magnético externo [Koncracká, et al., 2002].. 3.3. Nanopartículas Magnéticas Nanopartículas de metais ferromagnéticos ou de óxidos magnéticos podem ser preparadas por uma variedade de métodos físicos e químicos [Blums, et al.,1997]. Dentre eles existem, os métodos de coprecipitação por hidrólise alcalina em meio aquoso, microemulsão, sol-gel, síntese de combustão, reação no estado sólido e desagregação. O principal desafio dessas metodologias para a preparação de nanoestruturas magnéticas é a obtenção de sistemas dispersos com controle de tamanho, da forma e das propriedades físico-químicas especiais. Uma vez tendo este controle, isso irá influenciar as propriedades magnéticas destes materiais, determinando assim sua aplicação tecnológica.. e. Temperatura de Bloqueio: É a temperatura abaixo da qual as flutuações térmicas da magnetização se estabilizam.. f. Histerese: Tendência do material ou sistema a conservar suas propriedades na ausência de um estímulo que as gerou. Quando um campo magnético aplicado em um material for aumentado até a saturação e em seguida for diminuído, a densidade do fluxo não diminui tão rapidamente quanto o campo. Dessa forma quando o campo chega a zero, ainda existe uma densidade de campo remanescente. g. Magnetização: Pode ser definida como a soma de todos os momentos magnéticos elementares divididos pelo volume que ocupa.. 22.

(25) As nanopartículas magnéticas podem exibir propriedades superparamagnéticas, isto é, apresentam grande magnetização na presença de um campo magnético. Elas têm encontrado inúmeras aplicações nos campos da biomedicina [Pankhurst, et al.,2003], diagnóstico [Megens & Prins, 2005], biologia molecular [Grüttner, et al.,1999], bioquímica [Hildebrand, et al., 2006], catálise [Phan, et al., 2006] e biosensores [Fuents, et al., 2005]. As importantes propriedades dessas partículas, para tais aplicações, são a não-toxidade, a biocompatibilidade, a injetabilidade e o alto nível de acumulação no tecido ou órgão, onde a mais importante é a não-toxicidade [Ito, et al., 2005]. De acordo com Hafeli & Pauer (1999), dependendo do tamanho e dos materiais usados para a preparação, pode ser encontrado respostas de toxidades diferentes. Por meio de modificações químicas em sua superfície [Arakaki, et al., 1999], é possível atribuir uma variedade de aplicações às nanopartículas magnéticas. Pode-se relacionar sensoriamento de espécies, intensificação de imagens. em. tomografias,. transporte. de. fármacos. e. aplicações. em. magnetohipertermia. As nanopartículas funcionalizadas [Fonseca & Airoldi, 2003; Airoldi & Farias, 2000] ou quimicamente modificadas são constituídas basicamente de um núcleo magnético envolvido por uma camada polimérica com sítio ativos ou não, que podem ancorar metais [Airoldi & Farias, 2000] ou compostos orgânicos seletivos. Estas partículas podem ser consideradas como materiais híbridos [Esteves, et al., 2004], orgânico-inorgânicos, de grande interesse em aplicações comerciais devido à particularidade das propriedades obtidas (Figura 3). A camada de polímero garante a estabilidade das partículas magnéticas em meio fisiológico, porque favorece não–toxicidade por evitar a ligação do ferro a componentes do sangue e possibilitar a modificação química para ligação de componentes biologicamente ativos [Horák, et al., 2007]. Não somente as características da superfície, mas o tamanho da partícula são fatores determinantes para o uso dela em seres vivos.. 23.

(26) Figura 3 – Representação esquemática de uma nanopartícula magnética constituída pelo núcleo e pelo revestimento.. 3.4. A Magnetita É um óxido de ferro magnético natural. Sua formula química é o Fe3O4, sua composição geralmente apresenta 31,0% de FeO, 69,0% de Fe2O3. Ela é muito estudada por sua importância econômica na indústria eletrônica (produção de cabeça reprodutora de som e vídeo e de disquetes) e por ser um mineral acessório de inúmeras rochas, máficas, como bassalto [Pinto, et al., 1998], anfibolito e tufito [Silva, et al., 2005], e não – máfica, como esteatito [Doriguetto, et al., 2003] mais conhecida como pedra sabão. A magnetita tem estrutura do tipo espinélio, onde cada célula unitária tem oito sítios tetraedrais (ou A) e dezesseis sítios octaedrais (ou B). Os íons oxigênios formam uma rede de estrutura cúbica de face centrada (CFC) (figura 4) [Cullity, 1972]. No caso da magnetita, os sítios A estão ocupados com o Fe+2 e os sítios B pelo Fe+3.. 24.

(27) Figura 4 – Estrutura cristalina da magnetita.. As ferritas com estrutura do tipo espinélio podem apresentar algum grau de inversão devido à alta eletronegatividade do oxigênio, que promove ligações de caráter iônico forte com cátions divalente e trivalentes. Isto dependendo da distribuição iônica dos cátions, sendo assim classificadas como estrutura de espinélio normal X(Y)2O4 ou (X2+)[Y3+Y3+]O4 e, espinélio inverso Y(XY)O4 ou (Y3+)[X2+Y3+]O4. A magnetita tem espinélio normal cujo parâmetro é δ=0 e para espenélio inverso δ=1, sendo assim, o grau de inversão é 0≤ δ≤1 [Cullity, 1972]. As nanopartículas de magnetita ocupam uma posição singular no campo de materiais magnéticos por possuir propriedades físico-químicas especiais, por exemplo, ela exibe fenômenos interessantes: é um ferromagnético [Pavon, et al.,2007] de baixa coercividadeh [Rodríguez, et al., 2005], apresenta ordenamento de cargas, valência mista e transição metal-isolante conhecida como transição de Verwey [Walz, 2002]. Por sua biocompatibilidade, a magnetita, incluindo outras formas de nanopartículas de óxido de ferro, tem sido ressaltada para aplicações biomédicas [Huber, 2005]. h. Coercividade: Capacidade de um elemento em resistir à reorientação de suas partículas.. 25.

(28) 3.5. Ferrofluidos Os ferrofluidos são nanopartículas magnéticas na forma de suspensão coloidal e podem ser fluidos ou líquidos magnéticos que são atraídos por campo magnético [Knobel & Goya, 2004]. Estas partículas têm um tamanho de aproximadamente 10 nm dispersas em um líquido, geralmente, solvente orgânico ou água. A agitação térmica mantém as partículas suspensas, e a separação entre elas é conservada, pelas forças de repulsão eletrostática ou química. A suspensão das nanopartículas superparamagnéticas deve ser estável no tempo, inclusive quando submetida a forças magnéticas [Knobel & Goya, 2004; Holm & Weis, 2005; Odenbach, 2003]. Aplicam-se fluidos magnéticos na contenção de derrames de óleo no mar com barreiras magnéticas, ou selando vazamentos de rachaduras em tanques de materiais potencialmente perigosos, na separação de materiais (lixo e óleo), no posicionamento de órgãos durante cirurgia abdominal e no desenvolvimento de amortecedores [Knobel & Goya, 2004]. Para as aplicações in vivo, as nanopartículas magnéticas são geralmente usadas na forma de fluidos magnéticos. A biocompatibilidade desses fluidos é determinada pelo material que forma o núcleo e o revestimento [Ribeiro, 2000].. 3.6. Método de coprecipitação Na literatura, o termo coprecipitação é utilizado para designar o método de preparação de pós precursores, no qual a solução contendo a mistura de cátions é condicionada para que estes precipitem juntos. Portanto, o método de coprecipitação, é o da precipitação simultânea [Chieko, 2004]. Para este método, acredita-se que inicialmente ocorra a formação de hidróxidos ou oxihidróxidos dos metais, onde esta fase seria formada de partículas coloidais sólidas pela coprecipitação dos cátions metálicos no meio alcalino [Cote, et al., 2003]. O processo de síntese de nanopartículas por coprecipitação homogênea pode resultar em nanopartículas com um largo espectro de tamanho de 5-180 nm [Chinnasamy, et al., 2003; Kim, et al., 2003; Sato, et al., 1987; Chen & 26.

(29) Sheen, 2000]. O processo é relativamente simples e consiste na mistura de sais orgânicos em ambiente aquoso seguido de precipitação com hidróxido [Blaskov, et al., 1996; Kim, et al., 2001; Sato, et al., 2001]. O precipitado resultante é então digerido, filtrado e seco em estufa ou forno. Usando este método partículas magnéticas tais como Fe3O4, MnFe2O4, CoFe2O4, ZnFe2O4 [Janasi, et al., 2002] têm sido produzidas. Atualmente existem vários métodos de preparação para a obtenção de partículas de magnetita com tamanho nanométrico. Dentre eles destaca-se o método de coprecipitação, frequentemente utilizado na preparação de pós em vários sistemas. Este método apresenta inúmeras vantagens [Blaskov, et al., 1996] tais como: homogeneidade química, temperaturas de reação e sinterização baixas, partículas finas com distribuição de tamanho estreita, equipamento para produção de baixo custo, pós com boa reatividade, uniformes com fraca ou nenhuma aglomeração, economia de tempo, fácil ampliação de escala e baixo custo [Janasi, et al., 2002]. O processo de coprecipitação homogênea à temperatura ambiente resulta na formação de sólidos, cristalinos ou amorfos, nos quais as propriedades químicas e magnéticas dependem das condições do processo no qual foram formados. Para garantir uma boa reprodutibilidade e bom desempenho do produto final, o controle cuidadoso de algumas variáveis é muito importante. As variáveis [Kim, et al., 2003; Chen & Sheen, 2000; Janasi, et al., 2002] que devem ser controladas com maior cuidado são: pH final da solução de precipitação, tipo de ânion, ordem de adição dos reagentes, concentração dos metais, razão molar dos metais, temperaturas de precipitação e calcinação, velocidade de agitação, e outras. Estas variáveis [Kim, et al., 2001] afetam de forma significativa à natureza, a homogeneidade, o tamanho, o comportamento magnético e a energia da superfície das partículas resultantes [Janasi, et al., 2002]. Este método consiste em dois processos: a nucleação (formação de centros de cristalização) e o crescimento subsequente das partículas [Auzans, et al., 1999]. As taxas relativas destes dois processos determinam o tamanho e a polidispersão das partículas obtidas. O controle do tamanho das partículas é estabelecido na etapa de coprecipitação. Desta forma, para que os resultados sejam reprodutíveis é importante que as condições experimentais já citadas 27.

(30) acima sejam fixadas. Sabe-se que quanto maior a velocidade de agitação da solução, menor é o diâmetro médio das partículas, este comportamento indica que o mecanismo de crescimento das partículas em função da velocidade de agitação por reação de condensação química é dominante, sobretudo, pela difusão de nanopartículas através do meio [Morais, et al., 2001].. 3.7. Hipertermia magnética A. hipertermia. é. o. procedimento. terapêutico. empregado. para. proporcionar aumento da temperatura em determinada região do corpo que esteja afetada por uma neoplasia. Uma vez detectada a presença de células tumorais por sua associação com as partículas magnéticas, pode-se fazer com que estas partículas comecem a vibrar pela ação de um campo magnético externo ao organismo. Essa vibração das partículas magnéticas dissipará o calor nas células tumorais associadas, provocando sua lise e morte [Knobel, 2204; Laçava & Morais, 2004]. Há diversos modos de hipertermia: de capacidade de radiofreqüência (RFCH), de microondas (MH), de corpo inteiro (WBH), de perfusão de isolamento hepático (IHPH) e mediante magnetismo (MMH). Geralmente, o processo envolve tratamento térmico de tecidos ou células com temperatura acima do ponto inicial (42-46 °C) por 30 minutos. Entretanto, todos com exceção do MMH correm os riscos de necrose em tecidos saudáveis devido às habilidades não específicas do alvo. Numerosos estudos foram publicados usando. diferentes. métodos. de. entrega.. Atualmente,. a. maioria. das. nanopartículas usadas em hipertermia são superparamagnéticas, desde que possam gerar mais calor em campos magnéticos menores do que nanopartículas ferromagnéticas [Heintz, 2004].. 3.8. Separação magnética Neste procedimento, o adsorvente magnético é adiconado uma solução ou uma suspensão com o alvo, este se liga ao adsorvente magnético e o complexo é recolhido da suspensão por meio de um sensor magnético. 28.

(31) apropriado. O analito é eluido do adsorvente e analisado (figura 5) [Safarík & Safaríkova, 1999]. O processo de separação pode ser acelerado até 35 vezes.. Figura 5 – Separação magnética de DNA. 1. Homogeneização do material. 2. Ligação dos ácidos nucléicos às partículas magnéticas e separação. 3. Lavagem com etanol para remoção dos contaminantes. 4. Eluição dos ácidos nucléicos das partículas magnéticas. [Fonte: http://www.agencourt.com/products/spri_reagents/orapure/.]. Várias partículas magnéticas têm sido desenvolvidas como carreadores magnéticos em processos de separação incluindo purificação e imunoensaios [Huber, 2005]. Adsorventes de afinidade têm sido utilizado para a separação de proteínas (enzimas, anticorpos, antígenos, receptores, etc.), ácidos nucléicos (DNA, RNA, etc.), compostos biologicamente ativos de baixo peso molecular (drogas) e xenobióticos (corantes solúveis em água, metais pesados, radionuclídeos, etc.) [Safarík & Safaríkova, 2000].. 3.9. Matrizes ou Suporte Uma matriz ou suporte é qualquer material que um ligante bioespecífico pode ser ligado. A escolha da melhor matriz para uma determinada aplicação implicará no uso eficiente e otimizado da mesma [Hermanson et al, 1992]. A matriz ou suporte pode ter efeito crítico na estabilidade da enzima e na eficiência da enzima imobilizada, embora seja difícil saber qual o melhor suporte para uma determinada enzima. Os requisitos mais importantes para um suporte é que este deve ser insolúvel em água, ter uma alta capacidade de ligar à enzima, ser quimicamente inerte e estável [Worsfold, 1995].. 29.

(32) De acordo com Worsfold (1995), os suportes podem ser classificados em três, são eles: biopolímeros hidrofílicos baseados em polissacarídeos naturais; polímeros sintéticos orgânicos lipofílicos; e materiais inorgânicos como óxido de ferro. O progresso deste campo da tecnologia tem desenvolvido micrósporos e nanosporos magnéticos e ferrofluidos. Técnicas baseadas na utilização de suportes magnéticos na fase sólida têm encontrado diversas aplicações no diagnóstico de doenças, direcionamento de drogas, biologia molecular, isolamento e purificação de células e muitos outros [Saiyed et al., 2004].. 3.9.1. Imobilização de enzimas Imobilização é um termo geral utilizado para descrever a retenção de um catalisador biologicamente ativo dentro de um sistema reator ou analítico [Hermanson et al.,1992]. A importância de processos industriais com enzimas imobilizadas motivou a organização da primeira conferência em engenharia enzimática, no ano de 1971. Nela, ficou estabelecido o uso da terminologia “enzima imobilizada” para os biocatalizadores ligados a suportes insolúveis ou confinados a espaços físicos definidos [Bonn & Pereira, 1999]. A imobilização de enzimas consiste no confinamento das mesmas em um determinado material. Este processo pode ocorrer por adsorção ou ligação de uma enzima a um material insolúvel, pelo uso de um reagente multifuncional através de ligações cruzadas (método físico) [Dalla-Vecchia et al., 2004], ou através do método químico quando ligações covalentes são formadas entre as moléculas da enzima e ao suporte inerte com reagentes funcionais [Neto, 2002]. Ela tem grande importância devido a sua ampla variedade de aplicações nas indústrias de alimento, farmacêutica e também em aplicações biomédicas [Bryjak & Kolarz, 1998; Malmsten et al., 1999; Villalonga et al., 2000].. 30.

(33) 3.10. Levana A levana é um biopolímero, polissacarídeo extracelular, formado através de reações de transfrutosilaçãoi. Quando produzido por bactérias possui alto peso molecular e é constituído por unidades de frutose unidas por ligações glicosídicas β 2-6 e ramificações β 2-1 [Claker, et al.,1990]. Vários grupos de bactérias produzem a levana, entre elas a Zymomonas mobilis (figura 6), que produz em um meio fermentativo à base de sacarose, extrato de levedura e sais minerais. A levana pode apresentar baixo peso molecular quando produzida por vegetais [Barros, 2002]. Além disso, é possível sintetizá-la quimicamente.. Figura 6- Zymomonas mobilis. Segundo Swings & Deley (1997), a levana (Figura 7) é produzida a partir da sacarose e não da glicose, frutose ou a misturas de ambas. Alguns autores [Vandamme & Derycke, 1983; Fuchs, et al., 1985; Fuchs, 1991] dizem que a levana possui uma unidade de glicose terminal, no entanto outros autores [Feingold & Gehatia, 1957; Barrow, et al., 1984; Calazans, 1997], afirmam que levanas de origem vegetal têm uma glicose terminal, enquanto que as de origem bacteriana possuem unicamente unidades de frutose. i. Tranfrutosilação: Induz a formação de ligações glicosídicas ß(1-2) entre as moléculas frutose.. 31.

(34) Figura 7 – Estrutura da Levana. [Fonte: Barros, 2002.]. As propriedades da levana dependem grandemente das condições do meio de cultura [Stivala & Khormanian, 1990]. As levanas são levorotatórias, amorfas ou microcristalinas, de solubilidade variada em água fria, muito solúvel em água quente e insolúvel em álcool etílico absoluto. A elevada solubilidade pode ser uma das características do seu tipo de ligação. As levanas não são redutoras, nem hidrolisáveis por invertase de levedura e amilase, mas são muito susceptíveis à hidrólise por ácidos. Elas não são coradas por iodo, mas cloreto de hidrogênio confere uma cor púrpura que distingue a levana de outros polissacarídeos que não contém frutose [Pontis & Del Campillo, 1990]. A levana é eliminada do corpo lentamente e não é tóxica [Schechter & Hestrin, 1990]. Ela possui inúmeras aplicações biotecnológicas, tais como utilização. nas. indústrias. farmacêuticas. como. anticarcinogênico,. imunomodulador, hipocolesterolêmico e como substituto do plasma sanguíneo; nas indústrias cosméticas como agentes espessante e nas indústrias alimentícias como adoçante [Bekers et al., 2001; Calazans et al., 2000].. 3.11. Fucana As. algas. marinhas. apresentam. uma. grande. quantidade. de. polissacarídeos em comparação com outros vegetais. Dentre as algas, as Phaeophyceae foram as que atingiram o maior desenvolvimento morfológico e estrutural [Round, 1983]. Esta classe produz polissacarídeos ácidos que são. 32.

(35) classificados em não sulfatados (ácido algínico) e sulfatados (fucana). Em relação aos polissacarídeos sulfatados das Phaeophyceae, as fucanas destacam-se por apresentar diversas atividades biológicas [Yoon et al., 2007]. As fucanas são polissacarídeos ácidos sulfatados solúveis em água que ocorrem como principal constituinte de algas marrons [Araújo et al.,2004; Yoon et al.,2007]. Elas são obtidas em grande quantidade e estão entre os polissacarídeos sulfatados mais abundantes na natureza [Yoon et al., 2007]. Ela também pode ser obtida através dos equinodermos marinhos (ouriços e pepinos do mar), porém sua estrutura é muito complexa [Mulloy et al., 2000]. Estudos têm demonstrado que a fucana apresenta atividade antiviral, antiúlcera e antiadesiva, anticoagulante, anti-inflamatória e propriedades antiproliferativa e antitumoral [Rocha et al.,2001]. As fucanas constituem um grupo bastante heterogêneo de carboidratos e de acordo com sua composição são classificadas em homofucanas constituídas apenas de L-fucose (Figura 8), e heterofucanas constituídas de Lfucose e outros açúcares como xilose, galactose, glicose, manose, ácido urônico bem como sulfato, possuindo a L-fucose como açúcar predominante [Percival & Mcdowell, 1967].. Figura 8 – Estrutura da L-fucose. [Fonte: www.geocities.com/bioquimicaplicada/Carbo20.gif]. A complexidade na estrutura desses compostos ocorre devido às muitas possibilidades de ligações entre os monossacarídeos e a distribuição do 33.

(36) grupamento sulfato [Rocha et al., 2004]. A composição química de diferentes polissacarídeos pode variar de acordo com o método de extração, devido à polaridade do solvente, assim sendo, cada nova fucana purificada é um composto único com características estruturais únicas e assim uma nova droga em potencial [Rocha et al.,2001]. A fucana contém em sua estrutura grupos funcionais disponíveis para ligar moléculas biologicamente ativas, podendo desta forma, ser utilizada como suporte para imobilização [Araújo et al., 2004]. Porém, ainda não se tem uma estrutura definida deste polissacarídeo, o que se tem são modelos de possíveis estruturas dados por Percival & McDowell, 1967 e Patankar, et al., 1993 (figura 9).. Figura 9 – Estrutura da fucana segundo Percival & McDowell (modelo 1) e por Patankar, et al. (modelo 2).. 34.

(37) 4. METODOLOGIA 4.1. Obtenção da Levana A levana obtida por fermentação da sacarose a partir da Zymomonas mobilis ZAG–12 foi gentilmente cedida pela Profa. Dra. Glícia Maria Torres Calazans do Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco. Porém sua obtenção ocorre da seguinte forma: As bactérias são mantidas a 4°C num meio contendo 5g/L de extrato de fermento e 20 g/L de glicose, o pH deste meio fica em torno de 6,5. Para a produção da levana colocam-se as culturas em garrafas estacionárias por 72h a 30ºC num meio contendo 2 g/L de extrato de fermento contendo 100 g/L de sacarina, 2 g/L de KH2PO4, 0,5 g/L de MgSO4. 7H2O e 1 g/L de (NH4)2SO4. Passado o tempo determinado, as bactérias foram recolhidas por centrifugação e a levana foi precipitada com a adição de álcool etílico 70% em baixa temperatura (4±1°C). O precipitado é dissolvido em água destilada e precipitado outra vez. A levana foi isolada, liofilizada e armazenada em refrigeração até sua utilização.. 4.2. Obtenção da Fucana Materiais utilizados: 1. Alga Sargassum cymosum 2. Acetona p.a. (VETEC) 3. NaCl (VETEC 99%) 4. NaOH (VETEC 98%) 5. Enzima papaína (MERCK) 6. Água destilada. A Alga Sargassum cymosum foi coletada em Pedra de Xaréu, Pernambuco, Brasil. A alga (Sargassum cymosum) foi lavada e seca (50g). Em seguida, adicionou-se 200 ml de acetona sob agitação durante 12 horas para. 35.

(38) remover os pigmentos e lipídeos do material. A acetona foi retirada e o resíduo colocado para secar à 45ºC em uma estufa aerada. Posteriormente, foram adicionados 100 mL de NaCl 0,15 M ao resíduo cetônico e o seu pH ajustado para 8,0 com NaOH. Para ocorrer à proteólisej, foi adicionada a enzima papaína (15 mg por 1 g de pó cetônico). O resíduo cetônico foi incubado com a enzima papaína a 50ºC overnight. A suspensão foi filtrada e o sobrenadante coletado foi seco em liofilizador Multi-Tainer (FTS Systems, INC), para obtenção do pó.. 4.3. Método de coprecipitação para obtenção da Magnetita Materiais utilizados: 1. Cloreto Ferroso tetrahidratado p.a. (Sigma 99%) 2. Cloreto Férrico hexahidratado (Sigma 99%) 3. Hidróxido de amônio (VETEC) 4. Água destilada. Preparou-se solução aquosa de 5,0 mL de cloreto ferroso 0,6 M e 5,0 mL de cloreto férrico 1,1 M. O pH foi ajustado para 11 com o hidróxido de amônio. A mistura foi aquecida no banho-maria a 50 ± 3 ºC e mantida sob vigorosa agitação por 30 minutos. Ao atingir a temperatura ambiente, filtrou-se a amostra. Todo o resíduo sólido foi seco em estufa a 37 ºC por 24 horas. O material obtido foi macerado com ajuda de um almofariz e pistilo e armazenado à temperatura ambiente.. 4.4. Revestimento Para a magnetita ser revestida, foi necessário adicionar os polímeros à mistura dos cloretos, posteriormente, verificou-se se as partículas formadas foram magnetizadas, utilizando um campo magnético de 0.6 T.. j. Proteólise: é o processo de degradação de proteínas por enzimas. 36.

(39) Figura 10 – Magnetita aplicada ao campo de 0,6T.. 4.5. Tamanho e Morfologia. O tamanho de partícula e a morfologia das amostras foram determinados através da microscopia eletrônica de varredura (MEV), utilizando microscópio eletrônico da JEOL modelo JSN – 5900.. 4.6. Medidas da magnetização As medidas de magnetização foram realizadas no magnetômetro SQUID MPMS-5S da Quantum Design, medidas gentilmente realizadas pelo Prof. Renato F. Jardim – IFUSP.. 4.7. Análise de Raios-X As. propriedades. estruturais. das. partículas. magnéticas. foram. caracterizadas pela difração de Raio-X (DRX), que foi realizada em um difratômetro da Siemens modelo D5000. As amostras representativas foram 37.

(40) analisadas na escala de da escala 10° < 2θ < 90° usando a radiação de CuKα (λ = 1.5406 Å), em passos de 0.02°, e com o tempo de contagem de 1 segundo por a etapa. Elas foram medidas a temperatura ambiente. 4.8. Análise de infravermelho O infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) foi realizado pelo método da pastilha de KBr na escala de 4000 - 400 cm-1, no instrumento da BRUKER modelo IFS 66. Dois miligramas da magnetita, da levana -magnetita e da fucana - magnetita foram misturados a 200 mg do KBr e em seguida foram pressionados a 490 atm e transformados em discos.. 38.

(41) 5. Resultados e Discussões 5.1. Método de Coprecipitação O processo de coprecipitação para obter partículas magnéticas da magnetita revestida por levana e fucana, foi realizado em um meio aquoso alcalino e o produto final obtido deste processo era denso, preto e magnético. Estas partículas magnéticas exibiram uma magnetização na presença de um campo magnético 0.6 T. 5.2. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) O MEV revela uma morfologia heterogênea, sem porosidade para as partículas da magnetita e dela revestida. Entretanto, as partículas da magnetita revestida apresentam um tamanho médio e uma grande dispersão uma das outras, além de ter um aspecto aveludado. As partículas magnéticas preparadas podem ser consideradas como micropartículas com tamanhos entre 10-60 µm para a magnetita não revestida (Figura 11) e entre 10-200 µm para a magnetita revestida (Figura 12 e 13). De acordo com Silva et al, [2005] o revestimento produz uma mudança no tamanho da partícula fazendo com que ela aumente seu tamanho.. Figura 11 – Micrografia MEV obtida utilizando-se elétrons secundários da magnetita obtida pelo método de coprecipitação.. 39.

(42) Figura 12 – Micrografia MEV obtida utilizando-se elétrons secundários da magnetita revestida com Fucana. Figura 13 – Micrografia MEV obtida utilizando-se elétrons secundários da magnetita revestida com Levana. 5.3. Medidas da Magnetização A magnetização (figura 14) mostrou que a fucana inicia o saturamento em 30 emu/g, já a levana mostra um saturamento em aproximadamente 8 emu/g. Indicando uma maior magnetização para a fucana do que a levana.. 40.

(43) Com este resultado, concluiu - se também que a fucana é mais fácil de se magnetizar.. Figura 14 – Espectro da curva de Magnetização. 5.4. Caracterização estrutural- difratometria de raios-x (DRX) A Figura 15 mostra o difratograma de DRX para partículas de magnetita, da levana –magnetita e da fucana - magnetita. A magnetita é a fase dominante nas partículas revestidas com o primeiro pico em torno de 2θ = 35°. Este resultado está de acordo com os resultados de Chen & HU, 2003. Os difratogramas mostram um pequeno deslocamento dos picos em comparação aos padrões do DRX da magnetita. Estes deslocamentos aconteceram provavelmente devido às tensões internas na estrutura cristalina da magnetita, por causa das modificações que ocorreram durante a síntese do material, ou até mesmo pela formação de outros materiais, porém, os picos característicos da goethita (em 2θ = 21.38°), hematita (em 2θ = 33.15°), hidróxido férrico (em 2θ = 26.38°) assim como outras fases de hidróxidos do óxido de ferro não foram detectados [Ramanujan, et al., 2007; Amaral, et al., 2006]. A Levana magnetita mostra picos largos que é característico para materiais amorfos [Ramanujan & Yeow, 2005] e a fucana – magnetita apresentou uma leve diminuição dos picos. Os tamanhos das partículas foram calculados pela equação de Scherrer. 41.

(44) Onde, o d é o diâmetro médio das partículas; k: constante de proporcionalidade que depende da forma das partículas; l: comprimento de onda da radiação do Cu (1,5406 Å) e b: a largura à meia altura do pico (rad). Os tamanhos variaram de 100 a 150 nm, sendo um resultado diferente do MEV ( ver tabela 2). Isto ocorre porque, no MEV vemos a partículas de forma aglomeradas. MEV Magnetita. Raio-x. 20 μm 100 nm. Magnetita-Levana 50 μm 120 nm Magnetita-Fucana 80 μm 145 nm Tabela 2- Diferença dos tamanhos das partículas. (Obs:Esses valores são valores médios.).. 35°. Figura 15 – Espectro de difração de raio-X das partículas de magnetita, fucana-magnetita e levana-magnetita.. 42.

(45) 5.5. Análise do infravermelho (IV) A espectroscopia por infravermelho (figura 16) mostrou que os grupos OH estão presentes em ambas às amostras em torno de 3500 cm-1. Estes grupos O-H correspondem àquele presente em compostos orgânicos e os que fixam na superfície da partícula. A presença da banda de O-H, na magnetita indica presença de água, ou seja, o pó não estava seco o suficiente. A levana e a fucana -magnetita apresentam faixas de absorção em 2935.1 e 2878.5 cm-1 correspondente à ligação do C-H, na faixa de 1061.0 cm-1 verificamos a ligação de C-O-C, na magnetita, esta banda não está presente. Estudos precedentes relataram que as faixas de absorção características da ligação Fe-O da magnetita estão em torno de 570 e 375 cm-1. Entretanto, Ma. et al, 2003 observou que o deslocamento da faixa em aproximadamente 600 cm-1 o pico tende a se dividir em 631.4 e 582.9 cm-1. Em nosso trabalho, foi encontrada uma faixa próximo de 600 cm-1 e a separação em dois picos de 631.2 e 565.6 cm-1 para a magnetita. Nota-se, entretanto, que a levana e a fucana-magnetita apresentaram uma única faixa larga em 583.6 cm-1. Esta diferença pequena pode indicar que as interações entre o revestimento (polímeros) e a magnetita são de interações intermoleculares.. 43.

(46) OH C-O-C C-H. Fe-O. Figura 16 – Espectro de Infravermelho das partículas de magnetita, fucana-magnetita e levanamagnetita.. 44.

(47) 6. Conclusão Este trabalho apresenta dados experimentais da obtenção das partículas de magnetita, levana – magnetita e fucana - magnetita que foram preparadas pelo processo de coprecipitação. A magnetita um pó denso, preto e magnético foi revestida por polímeros naturais (Levana e Fucana) que apresentou uma maior variação do tamanho do que partículas sem revestimento. A presença do polímero nas partículas revestidas é observada através de faixas de absorção características no infravermelho, como também, observamos a ligação Fe-O própria da magnetita. Nos difratogramas de raios - X, verificou a presença do polímero que faz as faixas ficarem um pouco mais largas e menores e também faz com que a magnetita perca sua cristalinidade tornando – se amorfo (no caso da levana). Já para magnetita revestida com a fucana observou-se uma leve diminuição nos picos, mas continuou a apresentar forma cristalina. A microscopia eletrônica de varredura mostrou uma variação grande quanto aos tamanhos da partícula e mostrou que elas estavam cobertas pelos polímeros. Os resultados de magnetização, que foram realizadas a temperatura ambiente, revelam que magnetita revestida com a fucana apresenta uma magnetização de saturação maior que a magnetita revestida com a levana. Concluiu-se que o processo de co-precipitaação utilizado para obtenção da magnetita e para o revestimento da mesma pelos polissacarídeos mostrouse eficiente permitindo que possam ser utilizadas em diferentes processos na biotecnologia, como: separação magnética, magnetohipertermia, ressonância magnética por imagens e outros.. 45.

(48) 7. Perspectivas futuras Para trabalhos posteriores, pretende-se elaborar um estudo comparativo da magnetita revestida por polímeros sintéticos e naturais, como também verificar quais as enzimas que se imobilizariam nos suportes formados. Observar, quais processos biotecnológicos esses suportes poderiam servir depois da enzima imobilizada. Tentar determinar a estrutura do polímero Fucana e utilizar outros métodos para comparar a melhor obtenção da partícula de magnetita.. 46.

(49) 8. Referências Bibliográficas AIROLDI, C.; FARIAS, R. F. O uso de sílica gel organofuncionalizada como agente sequestrante para materiais. Quím. Nova, v. 23(4), p. 496-503, 2000.. AMARAL, I.P.G.; CARNEIRO-DA-CUNHA, M.G.; CARVALHO JR., L.B.; BEZERRA, R.S. Pro. Biochem. V. 41,1213–1216, 2006.. ARAKAKI, L. N. H.; AIROLDI, C. O relevante papel do agente silicante na modificação de superficies de polímeros. Química Nova, v. 22(2), p. 246-253, 1999. ARAÚJO, P. M.; OLIVEIRA, G. B.; CORDULA, C. R.; LEITE, E. L.; CARVALHO JR, L. B.; SILVA, M. P. C. Sulfated fucan as support for antibiotic immobilization. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 37, p. 301-305, 2004. AUZANS, E.; ZINS, D.; BLUMS, E.; MASSART, R. Synthesis and properties Mn-Zr ferrite ferrofluidos. J. Mater. Science, v. 34, p. 1253-1260, 1999. BARROS, V. V. R. Utilização de levana como suporte para imobilização de gentamicida.. Recife,. 2002.. Dissertação. (Mestrado. em. Bioquímica),. Universidade Federal de Pernambuco. BARROW, K. D.; COLLINS, J. G.; ROGERS, P. L.; SMITH, G. M. The structure of a novel polysaccharide isolated from Zymomonas mobilis determined by nuclear magnetic resonance spectroscopy. European Journal of Biochemistry, v. 145, p. 173-179, 1984. BEKERS, M.; LAUKEVICS, J.; KARSAKEVICH, A.; VENTINA, E.; KAMINKA, E.; UPITE, D.; VINA, I.; LINDE, R.; SCHERBAKA, R. Levan-ethanol biosynthesis using Zymomonas mobilis Cells immobilized by attachment and entrapment. Process Biochemistry, v. 36, p. 979-986, 2001. 47.

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