Prof. Me. Rafael Amorim de Amorim
Aula 17 - 24/04/12
Do Objeto do Pagamento Do Objeto do Pagamento
1 - O objeto do pagamento é a prestação estabelecida.
1 - O objeto do pagamento é a prestação estabelecida.
“O credor não é
“O credor não é
obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais
obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais
valiosa”. (art. 313).
valiosa”. (art. 313).
-
-
Admite-se a substituição de uma coisa por outra apenas com o
Admite-se a substituição de uma coisa por outra apenas com o
consentimento do credor.
consentimento do credor.
2 - Não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar,
2 - Não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar,
por partes,
por partes,
se assim não se ajustou (art. 314), mesmo no caso de objeto
se assim não se ajustou (art. 314), mesmo no caso de objeto
divisível.
divisível.
Pagamento
Pagamento
- Pagamento em Dinheiro: - Pagamento em Dinheiro: i)
i) Deve ser realizado Deve ser realizado no vencimentono vencimento, em moeda , em moeda corrente nacional e pelo valor nominal. (art. 315). corrente nacional e pelo valor nominal. (art. 315). ii) Admite-se, porém, a adoção de cláusula de ii) Admite-se, porém, a adoção de cláusula de escala móvel,
escala móvel, baseada em índice previamente baseada em índice previamente escolhido
escolhido iii)
iii) É lícito, porém, convencionar o aumento É lícito, porém, convencionar o aumento
progressivo de prestações sucessivas - art. 316). progressivo de prestações sucessivas - art. 316).
iv
iv) Teoria da Imprevisão:) Teoria da Imprevisão: se, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção se, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigir o valor da prestação a pedido da parte
poderá o juiz corrigir o valor da prestação a pedido da parte, de modo que , de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
v)
v) São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional,
como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional,
excetuados os casos previstos na legislação especial. (Art. 318)
excetuados os casos previstos na legislação especial. (Art. 318)
Pagamento
Pagamento
- Prova:
- Prova: FUNDEP - 2011 - MPE-MG - Promotor
FUNDEP - 2011 - MPE-MG - Promotor
É INCORRETO afirmar quanto ao objeto do pagamento e sua prova no Código É INCORRETO afirmar quanto ao objeto do pagamento e sua prova no Código Civil:
Civil:
a) O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é
a) O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é
devida, ainda que mais valiosa.
devida, ainda que mais valiosa.
b) Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o
b) Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o
credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim
credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim
não se ajustou.
não se ajustou.
c) É ilícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
c) É ilícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
d) Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta
d) Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta
entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução,
entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução,
poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto
poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto
possível, o valor real da prestação.
possível, o valor real da prestação.
Exercício
i -
i -
A
A
quitação
quitação
é um
é um
meio de prova do pagamento
meio de prova do pagamento
.
.
ii -
ii -
O devedor que paga tem direito a quitação regular (meio de prova do
O devedor que paga tem direito a quitação regular (meio de prova do
pagamento).
pagamento).
iii -
iii -
Enquanto não lhe for dada a quitação
Enquanto não lhe for dada a quitação
, o
, o
devedor poderá reter o
devedor poderá reter o
pagamento
pagamento
(art. 319).
(art. 319).
iv
-iv -
Admite-se instrumento público ou particular.
Admite-se instrumento público ou particular.
REQUISITOS (art. 320):
REQUISITOS (art. 320):
a) Valor e a espécie da dívida quitada;
a) Valor e a espécie da dívida quitada;
b) Nome do devedor ou de quem por este pagou ;
b) Nome do devedor ou de quem por este pagou ;
c) Tempo do pagamento (dia, mês e, se quiser, hora);
c) Tempo do pagamento (dia, mês e, se quiser, hora);
d) Lugar do pagamento
d) Lugar do pagamento
e) Assinatura do credor, ou do seu representante.
e) Assinatura do credor, ou do seu representante.
v –
v –
Se estiver sem os requisitos elencados, a quitação mesmo assim valerá
Se estiver sem os requisitos elencados, a quitação mesmo assim valerá
se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
Da Prova do Pagamento
Da Prova do Pagamento
i
-i - Débitos literais (documentados por Débitos literais (documentados por títulos):
títulos):
- Se o credor perder o título, o devedor - Se o credor perder o título, o devedor poderá exigir uma declaração do credor poderá exigir uma declaração do credor
reconhecendo a inutilização do título e dando reconhecendo a inutilização do título e dando
quitação à dívida contraída. quitação à dívida contraída.
- Enquanto não receber a declaração de - Enquanto não receber a declaração de
inutilização do título, o devedor poderá reter inutilização do título, o devedor poderá reter
o pagamento (art. 321). o pagamento (art. 321).
- Nas dívidas literais, a entrega do título ao - Nas dívidas literais, a entrega do título ao
devedor acarreta a presunção de pagamento devedor acarreta a presunção de pagamento
(art. 324); (art. 324);
- Ficará sem efeito a quitação assim operada - Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta se o credor provar, em sessenta dias, a falta
do pagamento (§ único do art. 324). do pagamento (§ único do art. 324).
Da Prova do Pagamento
Da Prova do Pagamento
Pagamento
Pagamento
Outras Hipóteses de Presunção de
Outras Hipóteses de Presunção de
Pagamento:
Pagamento:
- Pagamento Realizado em Quotas
- Pagamento Realizado em Quotas
Periódicas: a quitação da última quota
Periódicas: a quitação da última quota
estabelece, até prova em contrário, a
estabelece, até prova em contrário, a
presunção de estarem solvidas as anteriores
presunção de estarem solvidas as anteriores
(art. 322).
(art. 322).
--
Na hipótese de quitação do capital sem
Na hipótese de quitação do capital sem
reserva dos juros, presumir-se-á que os
reserva dos juros, presumir-se-á que os
juros foram também pagos (art. 323).
I - As despesas com o pagamento e a quitação correm a cargo do
I - As despesas com o pagamento e a quitação correm a cargo do
devedor, salvo disposição em contrário (
devedor, salvo disposição em contrário (Art. 325).Art. 325).
ii - Se ocorrer aumento das despesas com o pagamento e a quitação por fato ii - Se ocorrer aumento das despesas com o pagamento e a quitação por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.
do credor, suportará este a despesa acrescida.
Iii – Pagamento a ser feito por medida ou peso: no silêncio das partes, Iii – Pagamento a ser feito por medida ou peso: no silêncio das partes, entender-se-á que as partes aceitaram os do lugar da execução.
entender-se-á que as partes aceitaram os do lugar da execução.
Pagamento
Pagamento
-
- Lugar do PagamentoLugar do Pagamento: local de domicílio do devedor : local de domicílio do devedor (dívida (dívida quesível ou querable).
quesível ou querable).
Exceções: a) Exceções: a) se as partes convencionarem diversamente se as partes convencionarem diversamente (dívida portável ou portable).
(dívida portável ou portable).
b) b) se o contrário resultar da lei, da natureza da se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
obrigação ou das circunstâncias.
Lugar do Pagamento
Lugar do Pagamento
-
- Ocorrendo Ocorrendo motivo gravemotivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar para que se não efetue o pagamento no lugar
determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. (art. 329)
(art. 329) -
- DesignadosDesignados dois ou mais lugares para o pagamentodois ou mais lugares para o pagamento: caberá ao credor : caberá ao credor escolher entre eles.
escolher entre eles. -
- Pagamento quePagamento que consiste na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas consiste na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel
a imóvel: : lugar onde situado o bemlugar onde situado o bem. (art. 328). (art. 328) - Atenção:
- Atenção: o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. (art. 330)
1) Regra:
1) Regra: Pagamento Deve ser Efetuado na Data de Vencimento Definida;Pagamento Deve ser Efetuado na Data de Vencimento Definida; 2) Sem data de pagamento definida:
2) Sem data de pagamento definida: o credor poderá exigi-lo imediatamente (art. o credor poderá exigi-lo imediatamente (art. 331), salvo se existir disposição legal em contrário.
331), salvo se existir disposição legal em contrário. 3) Obrigações Condicionais:
3) Obrigações Condicionais: devem ser cumpridas na data do implemento da devem ser cumpridas na data do implemento da condição (art. 332).
condição (art. 332).
Atenção: cabe ao credor provar que o devedor teve ciência da ocorrência do Atenção: cabe ao credor provar que o devedor teve ciência da ocorrência do evento condicional.
evento condicional.
3) O credor terá direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo 3) O credor terá direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou definido no CC (art. 333):
estipulado no contrato ou definido no CC (art. 333):
a) no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;a) no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
b) se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução b) se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
por outro credor;
c) se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, c) se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Atenção: Se houver solidariedade passiva nos casos elencados, não se Atenção: Se houver solidariedade passiva nos casos elencados, não se reputará vencido o prazo quanto aos outros devedores solventes.
reputará vencido o prazo quanto aos outros devedores solventes.
Tempo do Pagamento
Tempo do Pagamento
-
- Seção VSeção V
Do Tempo do Pagamento
Do Tempo do Pagamento
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor
exigi-lo imediatamente.
exigi-lo imediatamente.
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a
prova de que deste teve ciência o devedor.
prova de que deste teve ciência o devedor.
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou
marcado neste Código:
marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor,
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor,
intimado, se negar a reforçá-las.
intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido
quanto aos outros devedores solventes.
quanto aos outros devedores solventes.