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Liderança e motivação: uma análise do filme “o vendedor de sonhos”

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

CINTHIA MAIRA CHAVES DOS SANTOS

LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO: UMA ANÁLISE DO FILME “O VENDEDOR DE SONHOS”

FORTALEZA 2018

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CINTHIA MAIRA CHAVES DOS SANTOS

LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO: UMA ANÁLISE DO FILME “O VENDEDOR DE SONHOS”

Monografia apresentada ao curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Hugo Osvaldo Acosta Reinaldo.

FORTALEZA 2018

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CINTHIA MAIRA CHAVES DOS SANTOS

LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO: UMA ANÁLISE DO FILME “O VENDEDOR DE SONHOS”

Monografia apresentada ao curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Dr. Hugo Osvaldo Acosta Reinaldo (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Prof. Dr. Daniel Barboza Guimaraes

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Prof. MS. Marcelo Victor Gomes

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AGRADECIMENTOS

À Deus, fiel e misericordioso em todos os dias da minha vida; Aos meus pais, pelo incentivo diário e pelo apoio incondicional;

Ao meu esposo, Ricardo, por sua compreensão, palavras de incentivo e apoio nos momentos em que estive ausente.

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“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você

conquista”.

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RESUMO

O presente estudo buscou identificar os aspectos fundamentais da liderança e motivação. A escolha deste tema para a pesquisa deveu-se ao fato de as instituições estarem em um ambiente marcado por constantes mudanças de mercado e pela competitividade gerada pelo desenvolvimento de novas tecnologias. Para que possam se manter ativas, as organizações buscam se diferenciar das demais e a liderança tem papel fundamental nesse sentido, pois ela é vista como a capacidade de influenciar um grupo em direção ao alcance de objetivos. O fator humano também é visto como um dos principais diferenciais da organização. Ele é imprescindível para o desenvolvimento da empresa e por isso é importante captar e reter talentos para a organização, evidenciando a necessidade de motivação. Uma liderança eficaz que seja capaz de motivar as pessoas de maneira positiva ganhando credibilidade e confiança inspira os seguidores a vencer os obstáculos e possibilita o alcance dos objetivos traçados resultando no sucesso organizacional. Neste sentido este estudo teve como objetivo geral analisar os aspectos fundamentais da liderança e da motivação presentes no filme “O vendedor de sonhos” e como objetivos específicos se propôs a identificar as principais características de liderança do protagonista, identificar o estilo de liderança utilizado e identificar a relação entre a liderança e a motivação. Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, realizada entre os meses de julho e agosto de 2018, com abordagem qualitativa, que possibilitou a observação e o mapeamento das principais características do protagonista. Por fim, concluiu-se que existem características essenciais para os líderes bem-sucedidos, que os estilos de lideranças utilizados podem depender das características do líder e que uma liderança inspiradora e diferenciada com foco nas pessoas pode propiciar a construção de um clima que influencie os liderados através de estímulos externos a se manterem motivados no alcance dos objetivos. Apesar da ausência de características como visão de longo prazo e planejamento, o protagonista se mostra um líder diferenciado, que desenvolve novos líderes e obtém um número crescente de seguidores.

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ABSTRACT

The present study seeks to identify the fundamental aspects of leadership and motivation. The choice of this theme for the research is due to the fact that the institutions are in an environment marked by constant Market changes and by the competitiveness generated by the development of new technologies. In order for them to remain active, organizations seek to differentiate themselves from others, leadership plays a fundamental role in this regard, it is seen as the ability to influence a group toward achieving objectives. The human factor is also seen as one of the main differentials of the organization, it is essential for the development of the company so it becomes important to capture and retain talent for the organization, evidencing the need for motivation. Effective leadership that is able to motivate people in a positive way, gaining credibility and trust, inspires followers to overcome obstacles, and achieves the achievement of goals, resulting in organizational success. In this sense, this study has as general objective to analyze the fundamental aspects of leadership and motivation present in the film "The dream seller" and as specific objectives it proposes to identify the principal characteristics of leadership of the protagonist, identify the style of leadership used and identify the relationship between leadership and motivation. This is a bibliographical and documentary research, carried out in July and August of 2018, with a qualitative approach allowing the observation and mapping of the main characteristics of the protagonist. Finally, it was concluded that there are essential characteristics for successful leaders, that the leadership styles used may depend on the characteristics of the leader, and that inspiring and differentiated leadership with a focus on people can foster the construction of a climate that influences the led by external stimuli to remain motivated in achieving the objectives. Despite the absence of characteristics such as long-term vision and planning, the protagonist is a differentiated leader, who develops new leaders and obtains an increasing number of followers.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... .09 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 11 2.1 Liderança ... 11 2.2 Estilos de liderança ... 14 2.3 Características do líder ... 19 2.4 Motivação ... 21 3 METODOLOGIA ... 24 4 RESULTADOS ... ..27

4.1 Apresentação da trajetória do protagonista ... 27

4.2 Análise dos dados da narrativa fílmica ... 28

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... ..40

REFERÊNCIAS ... ..42

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1 INTRODUÇÃO

As instituições estão situadas em um ambiente marcado por constantes mudanças decorrentes da competitividade gerada pelo desenvolvimento de novas tecnologias e das transformações de mercado. Para que possam se manter ativas, elas buscam desenvolver novos produtos e serviços, gerar maior valor agregado, aprimorar seus processos e eliminar custos para a ampliação de resultados. Nesse sentido, as organizações não alcançam sucesso por acaso e para que possam obter resultados satisfatórios, elas necessitam de uma administração (CHIAVENATO, 2010).

A liderança tem papel fundamental para o desenvolvimento da organização, por que ela é vista como a capacidade de influenciar um grupo em direção aos seus objetivos individuais, coletivos e organizacionais. Líderes que sabem como influenciar e motivar as pessoas de maneira positiva e ganham credibilidade e confiança de seus seguidores, fazem com que eles estejam convencidos de seus ideais e através de seu direcionamento desenvolvem visão de futuro, sendo inspirados a vencer os desafios e obstáculos que poderão surgir (FERRAZ, 2015).

Nesse contexto, o fator humano passa a ser um dos principais diferenciais da organização. Ele é imprescindível para o crescimento e desenvolvimento da empresa sendo necessário encontrar métodos para captar e reter talentos para a organização, ou seja, buscar os colaboradores mais competentes e qualificados do mercado de trabalho e mantê-los. Surge então a necessidade da motivação. A motivação refere-se ao processo pelo qual um conjunto de razões ou motivos explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum tipo de ação ou comportamento humano. Portanto motivação pode ser definida como um motivo que leva à ação, trata-se de tudo aquilo que leva o indivíduo a ter determinado comportamento. (MAXIMIANO, 2000).

Atualmente, uma liderança eficaz é imprescindível para o sucesso das organizações. Silva, Peixoto e Batista (2011) afirmam que a liderança se associa de forma direta com a tomada de decisão mais rápida, através de maior autonomia, autoridade e responsabilidade de modo geral. Nesse sentido, no ambiente organizacional, a liderança contribui para que as pessoas sejam capazes de deter maior motivação, participando das soluções dos problemas da empresa, criando e

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inovando suas atividades e, consequentemente, melhorando a produtividade e a qualidade da organização como um todo (ARAÚJO 2013).

Este estudo tem como foco o seguinte problema de pesquisa: Quais os aspectos fundamentais da liderança e motivação? Assim, seu objetivo geral consiste em analisar os aspectos fundamentais da liderança e motivação. Os objetivos específicos consistem em: identificar as principais características de liderança no protagonista da trama; identificar o tipo de liderança que tem relação com as características do protagonista e; identificar a relação entre liderança e motivação.

Desta forma, o tema tratado neste trabalho tem por finalidade mostrar a importância da liderança e motivação a partir da análise de um filme. Esta pesquisa trata-se de uma análise fílmica, quanto aos fins, classifica-se em exploratória e quanto aos meios uma pesquisa bibliográfica e documental.

O trabalho foi dividido em cinco seções, sendo elas: Introdução, Referencial Teórico, Metodologia, Resultados e Considerações finais. Na introdução são tratados os objetivos e a relevância da pesquisa. A segunda seção trata do aprofundamento dos conhecimentos a respeito do conceito de liderança, estilos de liderança, características do líder e motivação. A terceira seção trata do método de pesquisa e suas etapas. A seção quatro trata da análise dos dados do filme e apresentação dos resultados da pesquisa. E, por fim, na quinta seção são apresentadas as conclusões e recomendações. Espera-se que a partir deste estudo, seja possível alcançar os objetivos e os conhecimentos definidos nesta seção, sem a intenção de esgotar o assunto.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para a melhor compreensão deste estudo foi realizada uma revisão da literatura sobre conceitos, visões e abordagens quanto aos temas de liderança, estilos de lideranças, características do líder e motivação.

2.1 LIDERANÇA

As instituições estão situadas em um ambiente marcado por constantes mudanças por conta da competitividade gerada pelo desenvolvimento de novas tecnologias e mudanças de mercado. Para que possam se manter ativas, elas buscam desenvolver novos produtos e serviços, gerar maior valor agregado, aprimorar seus processos, e eliminar custos para a ampliação de resultados. No entanto, as organizações não alcançam sucesso por acaso. Elas necessitam de uma administração positiva, para que assim possam obter resultados satisfatórios (CHIAVENATO, 2010).

A palavra líder, segundo Ferreira (1999), vem do inglês leader, significando o indivíduo que chefia, comanda e/ou orienta qualquer tipo de ação, empresa ou linha de ideias. Assim, pode-se depreender que liderança é o exercício da função de líder, de comandante, de orientador. De acordo com Chiavenato (2003, p.122):

A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, seja nas empresas, seja em cada um de seus departamentos. Ela é essencial em todas as funções da administração: O administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar.

Aubert (s/d, p. 82) complementa afirmando que:

O líder é também aquele que se encontra em melhor posição, sejam quais forem às circunstâncias para perceber o objetivo fundamental (o fim, a razão de ser) da organização. Ele trabalha para que os seus parceiros e ele próprio se unam para conseguir esse objetivo fundamental.

Considerando esses argumentos, pode-se afirmar que ser líder é ter a capacidade de construir um clima que influencie os colaboradores a se motivarem a alcançar os objetivos construídos ao longo do tempo, onde o ambiente se torne participativo, e exista respeito aos valores da organização e de um para com os outros individualmente (LARUCCIA, 2012).

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social, que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Pode-se definir como uma influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Há também a concepção de que para ser um líder, precisa-se ter apenas um seguidor para segui-lo em uma ocasião qualquer, não havendo nenhuma possiblidade de se reconhecer um líder se ninguém o estiver seguindo.

Robbins (2002, p. 303) considera que “a liderança diz respeito ao enfrentamento da mudança, é a capacidade de influenciar um grupo em direção ao alcance de objetivos”. Líderes que sabem como influenciar e motivar as pessoas de maneira positiva e ganham credibilidade e confiança de seus seguidores, fazem com que eles estejam convencidos de seus ideais, e através de seu direcionamento desenvolvem visão de futuro, sendo inspirados a vencer os desafios e obstáculos que poderão surgir.

Um líder que influencia positivamente, ganha a confiança de seus seguidores e os inspira para conseguir atingir os objetivos da empresa, são considerados líderes de maior sucesso no mercado (FERRAZ, 2015).

Torna-se importante destacar que uma liderança para ser considerada real incide em focar a revelação das diferenças que farão as mudanças de fato acontecerem ou não na empresa em que estiver inserida. Por sua vez, a liderança precisa manter-se sempre atenta aos sinais de motivação de seus liderados, e, para isso, deve-se valer de técnicas e princípios (SANTOS, et al., 2017).

Os líderes de modo geral, quando de sua competência, podem potencializar sua equipe de trabalho, gerando assim, resultados em prol da maximização da produtividade e lucratividade da organização em que estiverem inseridos. (ARAÚJO, 2013).

Neste sentido, Pontes, Minuzzi e Abbas (2010) discorrem que a partir do treinamento aplicado pelo líder no sentido de mudança visando melhorias na equipe e visualizando que a mesma consiga se autogerir, por meio do conhecimento, a empresa passa a ser designada de empresa fundamentada em liderança eficaz.

Carbone et al. (2009) esclarecem ainda que a liderança, incide em uma ferramenta que atua de forma a melhorar a qualidade, produtividade e o serviço que é disponibilizado pelas organizações empresariais. Já Chiavenato (2009) alude que o gerenciamento e liderança denotam em uma maior delegação de poder a membros da organização empresarial, proporcionando aos mesmos maior liberdade

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de operação de suas atividades laborais.

Silva (2015) afirma que o líder é aquele que consegue transformar e desenvolver potenciais em grandes talentos não somente naquilo que fazem como também em outras áreas de suas vidas, sendo que alguns têm a incrível habilidade de formar novos líderes somente pelo exemplo.

Araújo (2013) compreende que um processo de formação da liderança dentro do ambiente organizacional, enquanto fator motivacional faz com que ocorra uma inversão de papeis seja pelo lado do colaborador, seja pelo administrativo, e, neste sentido compreende em um sistema que apresenta dois sentidos, uma vez que as partes envolvidas possuem funções bem delineadas, mas, atuando em parceria em prol do sucesso da organização.

Em relação ao papel do líder como fator de sucesso para as organizações atuais, Silva, Peixoto e Batista (2011) avaliam que este se associa de forma direta com a tomada de decisão mais rápida, através de maior autonomia, autoridade e responsabilidade de modo geral. No ambiente organizacional, a liderança contribui para que as pessoas sejam capazes de deter maior motivação, participando das soluções dos problemas da empresa, sempre criando e inovando suas atividades e, consequentemente, melhorando a produtividade e a qualidade da organização como um todo.

Assim sendo, Araújo (2013) analisa que um desenvolvimento contundente das atividades voltadas para a liderança nas empresas é notório no momento em que todos os integrantes do processo se interessem pela comparação dos resultados alcançados com aqueles que foram esperados, de maneira que sejam adotadas atitudes imediatas mediante aos acontecimentos e informações.

Entretanto, no conceito de Silva, Peixoto e Batista (2011), no objetivo de se alcançar a integração na implantação das ações de liderança, como fator motivacional laboral, as organizações devem se posicionar com ajustes de condutas e para isso, é fundamental que estes sejam admitidos e justificados.

2.2 ESTILOS DE LIDERANÇA

De acordo com Maximiano (2000, p.343):

“Estilo de liderança é a forma como o líder se relaciona com os integrantes da equipe, seja em interações grupais ou pessoa a pessoa. O estilo pode

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ser autocrático, democrático ou liberal, dependendo de o líder centralizar ou compartilhar a autoridade com os seus liderados”.

Em relação ao estilo de liderança autocrático, Maximiano (2000) afirma que quanto mais concentrada a autoridade no líder, mais autocrático seu comportamento ou estilo. Muitas formas do comportamento autocrático abrangem prerrogativas da gerência, como as decisões que independem de participação ou aceitação. De acordo com Chiavenato (2003), no estilo autocrático, o líder impõe suas ideias e suas decisões sobre o grupo sem nenhuma participação deste, sendo que a ênfase está nele.

Já no que se refere ao estilo de liderança democrático, Maximiano (2000) afirma que quanto mais as decisões forem influenciadas pelos liderados, mais democrático é o comportamento do líder. Tal comportamento envolve uma interferência ou participação dos liderados no processo de decisão ou o uso da autoridade por parte do líder.

Este estilo de liderança, segundo Banov (2008), possibilita a integração entre os liderados, porque promove um maior envolvimento das pessoas, uma vez que elas se sentem motivadas e importantes para execução de tarefas e objetivos da empresa. Chiavenato (2003) ressalta que neste estilo o líder se comunica espontaneamente e forma grupos de amizades, construindo um bom relacionamento entre sua equipe.

No estilo liberal (laissez-faire), Maximiano (2000) comenta que o líder transfere sua autoridade para os liderados, conferindo-lhes o poder de tomar decisões. Diz ainda, que quanto mais o líder delegar decisões para os liderados, mais liberal é seu comportamento.

Segundo Chiavenato (2003), neste estilo a participação do líder é mínima e o grupo é evidenciado. Há liberdade e total confiança no grupo onde as decisões são totalmente delegadas. Neste estilo de liderança, o líder delega as atividades ao grupo, e não faz acompanhamento das tarefas, resultando em uma baixa produção, e desperdício de tempo com problemas pessoais, sendo que, os colaboradores são muito individualistas e não respeitam o líder.

Banov (2008) afirma ainda que, a atuação do líder neste estilo de liderança fica muito reduzida, há liberdade para grupos e indivíduos tomarem decisões independentes e não há imposição de regras. Esse ambiente facilita o desrespeito, a confusão, a impunidade e é marcado pela falta de uma voz ativa que conduza os

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processos, determine as funções e resolva os conflitos, resultando no fracasso de qualquer organização. Algumas das características presentes nestes estilos de liderança estão identificadas no Quadro 1:

Quadro 1 – Estilos de liderança.

ESTILOS DE LIDERANÇA

AUTOCRÁTICO DEMOCRÁTICO LIBERAL

(1) Diretrizes fixadas pelo líder sem a participação do grupo.

(1) Diretrizes debatidas e decididas pelo grupo com a assistência e estímulo do líder.

(1) O grupo tem toda a liberdade para decidir, o líder participa minimamente. (2)O líder determinas as

providências e as técnicas para execução das tarefas, uma de cada vez, conforme as necessidades, sendo assim imprevisíveis para o grupo.

(2) O grupo esboça as providências e técnicas para a execução das tarefas, solicitando ao líder aconselhamento quando

necessário. Sempre que solicitado o líder oferece duas ou mais

alternativas provocando o debate no grupo.

(2) O líder tem uma participação limitada nos debates, apresentando materiais variados ao grupo, e fornecendo alguma

informação se solicitada. (3)O líder determina a tarefa a

ser executada e qual o companheiro de trabalho de cada um.

(3) A divisão de tarefas fica a cargo do grupo e cada membro escolhe seus companheiros de trabalho.

(3) O líder não participa, tanto a divisão das tarefas quanto a escolha dos companheiros ficam a cargo do grupo. (4)O líder é dominador e

pessoal, tanto nos elogios quanto nas críticas de cada membro.

(4) O líder é um membro normal do grupo, porém sem encarregar-se muito das tarefas. É objetivo e limita-se aos fatos em suas críticas e elogios.

(4) O líder não avalia, nem regula o curso dos

acontecimentos. Quando perguntado, faz comentários irregulares sobre as

atividades dos membros.

Fonte: Chiavenato (2003).

Segundo Chiavenato (2003), estes são os três diferentes estilos do líder fazer sua gestão e se referem diretamente à sua forma de conduzir sua liderança e os liderados. Já de acordo com a visão de Bowditch e Buono (2002, p. 126):

Não há um modo ideal de se liderar em todas as situações, ao invés disso, o estilo mais eficaz de liderança é contingencial, ou seja, depende da situação. Portanto, os líderes mais eficazes são aqueles capazes de adaptar seus estilos e suas próprias escalas de valores às exigências de uma situação ou grupo especifico.

Marques (2018) diz que em todas as organizações o líder irá se deparar com vários tipos de profissionais, cada um com seu próprio perfil e modo distinto de lidar com as diversas situações que se apresentam no ambiente de uma empresa. Seguindo este pressuposto, o autor defende que o líder situacional deve procurar conhecer cada um dos estilos de liderança e pensar e agir para entender os comportamentos de seus liderados, de modo a potencializar as características de

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cada um, com o objetivo de atender o que lhes foi proposto, de forma efetiva.

Segundo Robbins (2008) é possível visualizar um novo tipo de liderança que antes não era abordado nos conteúdos e livros de administração, entretanto, pode-se obpode-servar que tal questão agora dispõe de elementos que a torna um fator de sucesso nas empresas, sendo denominada liderança sustentável.

Percebe-se que, logo passa a existir um estilo de liderança considerado mais adequado, e de maior abrangência e competência diante do ambiente atual das organizações empresariais em âmbito geral, com a percepção de que este ambiente passou por mudanças, passando a exigir um padrão de necessidade que transcende os recursos físicos, financeiros e humanos, conforme explica Araújo (2013).

Desta forma, Araújo (2013) presume que seja necessário que as organizações atuais disponham de líderes diferenciados, capazes de inspirar as pessoas em face do que de fato acreditam, ou seja, na sustentabilidade e nos valores inerentes a este estilo de liderança, que se baseia no respeito mútuo, ao meio ambiente, à diversidade, ao estabelecimento de maior diálogo, ética e transparência nas relações.

Para Hargreaves e Fink (2008), existem sete princípios para a liderança sustentável, são eles: profundidade, durabilidade, amplitude, justiça, diversidade, disponibilidade de recursos e conservação. No que se refere à profundidade na liderança, esta designa a importância de uma aprendizagem de modo que se tenha profundidade e sustentabilidade.

A durabilidade embasa-se no princípio de que, quando se tem sustentabilidade, a liderança persiste no decorrer dos anos por meio dos valores de sucessão de líderes, o que independe dos dirigentes atuais. A amplitude trata da disseminação da liderança, através da distribuição deliberada dos valores e questões pertinentes a serem ampliadas (PONTES; MINUZZI; ABBAS, 2010).

A justiça refere-se ao fato de que quando existe liderança, ela é fundamentada na justiça, e conjectura sobre uma consideração acerca de todos que se encontram envolvidos com a justiça social, sem que a sociedade seja prejudicada, tampouco os demais envolvidos que podem vir a ser afetados com decisões pautadas em liderança. O princípio da diversidade busca promover a diversidade, com o intuito de evitar a estandardização, promovendo redes coesas entre os pontos positivos dos variados atores e componentes envolvidos pela liderança (PONTES; MINUZZI; ABBAS, 2010).

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Para Silva, Peixoto e Batista (2011), a disponibilidade de recursos compreende em um fator que avalia que, para que a liderança seja denotada como eficiente, é importante que o líder atente-se a todos os recursos disponíveis, sejam estes materiais ou humanos, no intuito de reconhecer e recompensar talentos e competências presentes na organização empresarial, visando evitar o esgotamento de pessoas e recursos.

E por fim, na opinião de Hersey (2006), o princípio da conservação refere-se a preservação e renovação dos objetivos da organização empresarial por meio do aprendizado com o passado, considerando que mudanças organizacionais se tornam importantes, embora, se torne necessário que as memórias organizacionais não sejam esquecidas.

Outros dois estilos de liderança apontados por Robbins (2008) tratam-se da liderança transacional e a liderança transformacional. O autor defende que o líder transacional é aquele que propicia transações recompensadoras tanto para ele, quanto para sua equipe. Esse tipo de líder motiva seus seguidores e os direciona no alcance das metas estabelecidas, esclarecendo os papéis e as tarefas de cada liderado, tendo como característica principal o interesse da troca, ou seja, oferecendo recompensas tanto materiais quanto reforço positivo ou recompensas subjetivas.

Já a essência do líder transformacional está no processo de crescimento das pessoas, ou seja, são líderes que inspiram os seus seguidores a transcender seus interesses próprios em benefício da organização, exercendo sobre eles um efeito profundo e extraordinário (ROBBINS, 2008).

Segundo Marques (2015), no estilo transacional o gerente se comporta como chefe e não como líder. Suas táticas são caracterizadas principalmente pela obediência às regras e cumprimento das metas estabelecidas, além de proporcionar recompensas equivalentes ao desempenho dos colaboradores. Este é um gestor que não está atento as motivações da equipe e não busca antecipar-se aos problemas, ele apenas cumpre as demandas.

Cunha (2008) apresenta o líder transacional como aquele que estabelece com os seguidores uma relação de troca, uma espécie de acordo em que lhes dá o que pretendem em troca do que ele deseja, definindo e distribuindo as tarefas necessárias para o andamento dos objetivos traçados. O autor afirma que nesse estilo de liderança os líderes recompensam os seguidores em função do seu

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desempenho, sendo que as recompensas são regularmente mais extrínsecas do que intrínsecas. Estes líderes se preocupam mais em manter o desempenho eficaz dos colaboradores do que com a satisfação dos mesmos.

Já o líder transformacional busca conhecer as motivações de cada um dos seus liderados, entendendo seus perfis e articulando suas estratégias de acordo com cada um desses perfis. Esse líder sabe desfrutar do potencial de sua equipe de maneira plena e manter a sincronia, assegurando o alcance de resultados satisfatórios para todos (MARQUES, 2015).

A liderança transformacional é aquela caracterizada por ser capaz de mudar o comportamento de um colaborador a partir da visão do líder, da inspiração de ideais, do estímulo intelectual e da consideração individualizada. Esse líder motiva as pessoas, impulsionando-as a agirem além de suas capacidades, transformando-as e alcançando os resultados organizacionais (CUNHA, 2008).

Assim os líderes transformacionais recorrem aos sentimentos mais nobres de seus liderados no que diz respeito às suas contribuições para o esforço global da equipe. Alguns dos componentes da liderança transformacional segundo Cunha (2008), estão presentes no Quadro 2:

Quadro 2 – Componentes da liderança transformacional.

COMPONENTES DA LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL

COMPONENTES EXPLANAÇÃO

(1) Influência idealizada (carisma)

(1) O líder escolhe comportamentos que ativam fortes emoções nos seguidores, promovem a confiança e identificação destes com ele, influenciam os seus

ideais e valores.

(2) Motivação inspiracional (2) O líder comunica uma visão apelativa, usa símbolos para incrementar o esforço dos seguidores, atua como um modelo de comportamento e instila otimismo.

(3) Estimulação intelectual

(3) O líder estimula nos seguidores a tomada de consciência dos problemas, dos seus próprios pensamentos e imaginação. Ajuda-os a reconhecer as suas próprias crenças e valores. Fomenta-lhes o pensamento inovador/criativo e incita-os a questionarem as suas assunções.

(4) Consideração individualizada

(4) O líder atende às necessidades de desenvolvimento dos seguidores, apoia-os, encoraja-os, treina-os, tenta desenvolver o seu potencial, fornece-lhes feedback, delega-lhes

responsabilidades.

Fonte: Cunha (2008)

Neste tópico foram abordados os principais estilos de liderança e como eles se apresentam dentro do ambiente organizacional, além de explanar as

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consequências da utilização desses estilos na produtividade e motivação dos liderados. O tópico a seguir tratará das principais características que compõe o perfil do líder bem-sucedido, na visão de autores como: Rocha (2005), Ervilha (2008), Goodwin (1999), Robbins (2005), Lacombe (2005), Maxwell (2008) e Chiavenato e Sapiro (2010).

2.3 CARACTERÍSTICAS DO LÍDER

De acordo com Rocha (2005) o mundo está em constante processo de atualização e as mudanças ocorrem cada vez mais rápido. Ele defende que nesse contexto os profissionais que têm a capacidade de se adequar, ou se atualizar, conseguirão ter uma performance diferenciada perante os demais. Segundo o autor, os líderes precisam buscar se desenvolver constantemente e devem procurar adquirir novos conhecimentos, ou seus conceitos ficarão ultrapassados.

Ervilha (2008, p. 55) defende que uma pessoa pode já nascer líder, ou seja, ser um líder nato, ou pode desenvolver características de liderança. Segundo ele:

O líder nato é aquele que nasce com esse dom, reúne características de personalidade e tem atitudes que fazem dele naturalmente um líder. O líder treinável é aquele que não nasceu com este dom, mas tem algumas características e desenvolve outras com muito esforço e muito empenho. Muito aplicado, consegue o respeito de todos. O líder formidável é aquele que nasceu com características de liderança e, além disso, é extremamente esforçado, treina e desenvolve habilidades, tonando-se um líder admirável.

Segundo Goodwin (1999) os líderes eficazes do século XX possuem algumas características comuns entre si: aprender com os próprios erros, significando enfrentar a derrota com serenidade; assumir a responsabilidade por seus erros e os de sua equipe; possuir autoconfiança; ser flexível; observar, discutir, avaliar e entender e então assumir a responsabilidade e prosseguir; ser otimista e ter confiança em seus subordinados; e influenciar a opinião dos seguidores.

Robbins (2005) também registra sete características fundamentais no líder: ambição, energia, desejo de liderar, honestidade e integridade, autoconfiança, inteligência, elevado auto monitoramento e conhecimentos relevantes para o trabalho. Já para Lacombe (2005), um bom líder deve possuir as seguintes características: Confiança em si, possui visão clara de onde quer chegar, boa capacidade de comunicação, tomar decisões e ter calma em momentos de crise, visualizar o sistema como um todo, entender que a diversidade das pessoas traz

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força para a equipe, avaliar as pessoas e fazer com que as pessoas certas ocupem os lugares certos em momentos certos e motivar os seus liderados.

Maxwell (2008) cita uma relação de habilidades que os líderes potenciais demonstram possuir. Tais habilidades estão no quadro 3:

Quadro 3 – Principais habilidades do líder.

PRINCIPAIS HABILIDADES DO LÍDER

• Capacidade de adaptação: ajustam-se rapidamente às mudanças; • Discernimento: compreendem quais são as questões mais importantes; • Perspectiva: enxergam além do ponto em que estão;

• Comunicação: interagem com as pessoas de todos os níveis da organização; • Segurança: confiam no que são, e não no cargo que ocupam;

• Disposição para servir: fazem o que for necessário;

• Iniciativa: encontram maneiras criativas de fazer as coisas acontecerem; • Maturidade: colocam a equipe em primeiro lugar;

• Persistência: mantêm consistência em termos de caráter e competência a longo prazo;

• Confiabilidade: são dignos de confiança naquilo que é mais importante;

Fonte: Maxwell (2008).

Independentemente do nível organizacional que o líder atuar, Chiavenato e Sapiro (2010) apontam algumas características que devem ser adotadas por um líder. Estas características estão elencadas no quadro 4:

Quadro 4 – Características do líder.

CARACTERÍSTICAS DO LÍDER

• Ser mestre em gerenciar a ambiguidade em situações pouco claras; • Inspirar confiança e crença no futuro;

• Ter uma paixão por metas e resultados;

• Possuir inquestionável integridade para ganhar a confiança das pessoas; • Preparar e desenvolver as pessoas para o sucesso;

• Ter um fortíssimo ego e não apenas um grande ego; • Ter a coragem de tomar decisões, mesmo que difíceis;

Fonte: Chiavenato e Sapiro (2010).

Foi discorrido neste tópico os aspectos conceituais, os estilos de liderança e as características do líder de modo a dar maior embasamento ao estudo, o tópico a

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seguir trata dos aspectos gerais da motivação de acordo com autores como: Santos e Rezende (2012), Maximiano (2000), Walger, Viapiana e Monfort (2014) e Spector (2002).

2.4 MOTIVAÇÃO

No cotidiano do ambiente organizacional ao se analisar os colaboradores desempenhando suas atividades, ficam claras as diferentes formas e estilos de cada um. Alguns são determinados, proativos e exercem suas atividades com prazer, muitas vezes estendem seu horário de trabalho a fim de concluírem suas tarefas (SANTOS; REZENDE, 2012).

Outros são menos assíduos e não empregam tanta dedicação nas atividades, deixando-as frequentemente atrasadas e tendem a estar sempre olhando para o relógio se limitando apenas a cumprir sua carga horária. A performance de cada colaborador está diretamente ligada com suas habilidades e talentos. No entanto uma performance diferenciada vai além de habilidades e talentos, outro fator de extrema importância é a motivação no exercício das atividades (SANTOS; REZENDE, 2012).

De acordo com Maximiano (2000), a palavra motivação (derivada do latim

motivus, que significa mover) indica o processo pelo qual um conjunto de razões ou

motivos explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum tipo de ação ou comportamento humano. Portanto motivação pode ser definida como um motivo que leva a ação trata-se de tudo aquilo que leva o indivíduo a ter determinado comportamento.

Segundo Walger, Viapiana e Monfort (2014, p. 92):

A motivação não é algo que possa ser diretamente observado; infere-se a existência de motivação observando o comportamento. Um comportamento motivado se caracteriza pela forte energia dispendida e estar dirigido para um objeto ou meta.

O motivo de a motivação ser um tema tão frequentemente abordado é que dentre as demais particularidades das pessoas como talentos, habilidades, personalidade, a motivação é mais fácil de ser influenciada (SANTOS; REZENDE, 2012).

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organizações muitas vezes deixam a desejar na criação de fatores motivacionais sustentáveis que promovam e mantenham a qualidade de vida de seus colaboradores, qualidade de vida esta que mantém o interesse e comprometimento do colaborador para com suas funções. A partir disso é possível concluir que as empresas procuram avidamente por colaboradores motivados, mas frequentemente não sabem como proporcionar as condições básicas para mantê-los (CARVALHO, 2017).

Santos e Rezende (2012) afirmam que as pessoas são seres únicos e singulares, o que dificulta consideravelmente a definição de critérios universais para que as organizações possam utilizar com intuito de promover estímulos externos que propiciem a motivação de seus colaboradores em igualdade de condições. O que é importante para uma pessoa pode ser irrelevante para outra. O que desperta o interesse de uma pessoa em determinado momento pode deixar de ser importante algum tempo depois. Sempre vai existir um fator subjetivo na motivação o que complica a tarefa de se definir parâmetros universais.

Nessa conexão entre motivação e ambiente organizacional, o líder desempenha um papel de extrema importância. Sendo a motivação da equipe como um todo e de cada colaborador em particular um dos grandes desafios e responsabilidades da gestão de pessoas. A visão do líder por parte dos subordinados como alguém inspirador e competente promove uma liderança eficaz e possibilita a manutenção da motivação da equipe.

A motivação pode ser considerada como mobilizadora do comportamento humano (TODOROV, 2005). De acordo com Spector (2002), uma das metas básicas de todos os gerentes é motivar os trabalhadores a desempenhar suas atividades em seu mais alto nível de desempenho. Ainda segundo Spector, (2002, p.83):

Organizações centradas nas pessoas não destacam o dinheiro como fator primário de motivação, preferem salientar as recompensas intrínsecas do prazer, do crescimento, do trabalho em equipe, do desafio, e da realização. Para tanto, proporcionam aos trabalhadores, oportunidades constantes para que se sintam bem em relação às suas conquistas, contando com o reconhecimento de pessoas com quem se importam como seus colegas e chefes.

O mercado organizacional evidencia que na atualidade existe maior delegação de responsabilidade aos colaboradores e que a tomada de decisão

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depende desses colaboradores e não somente dos que exercem função de gestão (CHAGAS, 2014). Dessa forma diversas competências que antes só eram exigidas dos gestores agora passam a ser de responsabilidade do corpo organizacional como um todo. Com o passar do tempo, fica evidente que as organizações que se destacam entre as demais e alcançam seus objetivos estratégicos com eficácia são as que propiciam ambientes de trabalho que favorecem a criatividade e a inovação (MEDEIROS, 2015).

Diversos estudiosos têm se dedicado a esclarecer tanto para a alta gestão (empregadores), quanto para os colaboradores, os motivos e implicações da falta da motivação no ambiente de trabalho, eles buscam descobrir de que forma e em que momento ocorrem os conflitos, e qual a forma mais eficaz de solucioná-los (MEDEIROS, 2015).

Santos (2000) afirma que o trabalho e a motivação devem estar em sintonia com a cultura da organização. O autor define cultura organizacional como valores e crenças compartilhados pelos membros de uma organização, que age como um mecanismo de controle, informalmente aprovando ou proibindo comportamentos e que dá significado, direção e mobilização para os membros da organização.

A cultura da organização está diretamente alinhada ao conjunto de valores pessoais de forma que exerce influência em todas as áreas da empresa. Esses valores e crenças dizem respeito a princípios ou padrões considerados importantes por determinada pessoa ou grupo de pessoas. As organizações estabelecem seus valores de acordo com o que consideram ser mais importante (CARVALHO, 2017).

Finaliza-se esta seção, na qual foi traçado o marco teórico do estudo através da revisão da literatura, para adentrar na metodologia da pesquisa, que será vista na seção seguinte.

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3 METODOLOGIA

Esta seção torna-se necessária para apresentar os materiais e métodos adotados com a finalidade de responder o problema de pesquisa, servindo como bases sólidas, atribuindo autenticidade, confiabilidade e valor acadêmico ao estudo. Mota-Roth e Hendges (2010) conceituam metodologia como a descrição dos procedimentos de coleta e análise dos dados e dos materiais que levam à obtenção dos resultados.

Nesse estudo utilizou-se da abordagem qualitativa como método de pesquisa. Tal abordagem segundo Minayo (2001, p. 21-22):

[...] responde a questões muito particulares. Se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Utilizou-se como metodologia uma pesquisa bibliográfica, pois, as mesmas “fundamentam-se em contribuições já publicadas” (BEUREN et al. 2003; p. 135). A pesquisa bibliográfica, segundo Gil (2002, p. 44), “se desenvolve com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Marconi e Lakatos (2009) afirmam que a pesquisa bibliográfica se trata do levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita.

De acordo com Marconi e Lakatos (2011) a pesquisa documental engloba todos os materiais, ainda não elaborados, escritos ou não, que podem servir como fonte de informação para a pesquisa científica. Esta pesquisa, quanto aos fins, classifica-se em exploratória e quanto aos meios uma pesquisa bibliográfica e documental. Segundo Alves (2003, p.52), ocorre à pesquisa exploratória:

[...] se o autor tem como objetivo tornar mais explícito o problema, aprofundar as ideias sobre o objeto de estudo. Esse tipo de pesquisa permite aprofundar o levantamento bibliográfico e o uso de entrevistas com pessoas que já tiveram experiência acerca do objeto pesquisado.

Com o objetivo de responder ao problema da pesquisa, a pesquisa documental foi feita através de uma análise fílmica nos meses de julho e agosto de 2018. Roesler (2006 p.32) defende que: “[...] uma gama de possibilidades

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apresenta-se com a utilização do cinema na educação, desde o cruzamento de textos acadêmicos com narrativas ficcionais, como fonte de pesquisa e até mesmo de observações gerais sobre um assunto”. De acordo com Penafria (2009) a análise fílmica é apresentada como uma tarefa de decomposição e interpretação do filme, pois o objetivo da análise é, então, o de explicar e esclarecer o funcionamento de um determinado filme e propor-lhe uma interpretação.

Para atingir os objetivos da pesquisa o objeto de estudo foi escolhido através da visualização de quatro narrativas fílmicas distintas que abordam o tema da liderança contendo personagens e cenas que mesclam características da liderança e motivação. As narrativas assistidas foram: O diabo veste Prada, A procura da felicidade, A rede social e O vendedor de sonhos. Assim sendo, a narrativa escolhida foi a que mais se adequou ao objetivo do estudo observando a linguagem, cenas e comportamento dos personagens.

Desta forma, por mostrar de maneira clara e intensa a liderança e a motivação, selecionou-se o filme “O vendedor de sonhos” lançado no dia 8 de dezembro de 2016, sendo uma adaptação do livro do autor Augusto Cury, sob a direção de Jayme Monjardim, cuja sinopse apresenta Júlio César um psicólogo decepcionado com a vida em geral, tentando o suicídio, mas sendo impedido de cometer o ato final por intermédio de um mendigo, o "Mestre". Juntos passam a tentar salvar pessoas ao apresentar um novo caminho para se viver. A lição de vida e mensagem final do filme que remete a valorização do tempo e das relações humanas em detrimento do dinheiro e poder também foram fatores determinantes na sua escolha como objeto de estudo.

Na análise fílmica foram examinados os discursos presentes no filme o decompondo, ou seja, descrevendo-o para em seguida estabelecer e compreender as relações entre esses elementos decompostos. A mesma foi pautada em referencial teórico que traz consigo a contextualização da análise de acordo com os autores estudados.

Buscou-se ainda na análise entender a expressão do filme, investigando de que modo se deu a linguagem fílmica? Qual o principal objetivo da narrativa? Como podem ser comparados os discursos apresentados no filme com o tema do estudo? Como estratégia da coleta de dados respaldou-se no estudo observacional indireto e não participante, no qual o pesquisador não influencia o fenômeno observado construindo os significados para si mesmo, direcionando as ações dos atores de

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modo como ele as percebe.

O filme foi assistido três vezes para que este fosse decomposto dando conta de sua estrutura, sendo realizado um relato levando em consideração o tema do filme. A primeira vez com o intuito de conhece-lo e eleger o filme. Após isso foi assistido completamente sem interrupção em dois momentos: antes da microanálise e depois desta. Após a descrição dos métodos de pesquisa e do detalhamento do processo de escolha do objeto de estudo que será analisado, a seção seguinte irá abordar os resultados obtidos a partir da correlação entre o tema deste estudo e o filme.

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4 RESULTADOS

De acordo com o pré-estabelecido no início da pesquisa, o objetivo geral deste estudo é analisar os aspectos fundamentais da liderança. Assim sendo, esta seção faz-se necessária, pois tem como objetivo identificar cenas e falas que especifiquem as principais características de liderança do protagonista, o tipo de liderança que tem relação com tais características e que possibilitem identificar a relação entre a liderança e a motivação através da análise dos dados da narrativa fílmica.

4.1 APRESENTAÇÃO DA TRAJETÓRIA DO PROTAGONISTA

A história contada na narrativa fílmica é baseada no Best-Seller de Augusto Cury, o drama “O vendedor de sonhos”, aborda uma tentativa de suicídio, onde o professor universitário Júlio César ameaça pular do 21º andar do edifício San Pablo. Diversas pessoas se aglomeram em volta dele, na tentativa de evitar o suicídio. Bombeiros, psiquiatras, psicólogos, policiais, todos se aproximam e tentam convence-lo a desistir.

Mas as tentativas de nada adiantam, até que um mendigo aparece utilizando-se de um linguajar simples e uma abordagem totalmente diferente das demais pessoas que haviam conversado com Júlio César, levando-o a refletir e o dissuadindo de sua decisão. Daí em diante Júlio César passa a seguir esse homem, que se auto-intitulava como “o vendedor de sonhos”.

Em cada caminho que eles percorriam encontravam novas pessoas, cada uma com seus problemas particulares passando por situações distintas. Todas ficavam extasiadas com as palavras do vendedor de sonhos e passavam a chama-lo de mestre tornando-se seus seguidores. Com um número de seguidores crescente o mestre seguia com a missão de vender sonhos, todos eles baseados nos valores da humildade, honestidade, paz, alegria e acima de tudo humanidade.

No decorrer da narrativa fílmica é revelado que o mestre na verdade é Mellon Lincoln, o poderoso dono do grupo Megasoft. Um homem que tinha tudo, mas que não tinha tempo para a família e amigos. Que valorizava o trivial e desprezava o essencial. Ao perder sua esposa e única filha em um trágico

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acidente, ele saiu para o mundo à procura de um endereço dentro de si para enfrentar seus conflitos. Com isso deixou tudo de lado, nome, endereço, cama, comida e bens.

Ele combatia diretamente a sociedade capitalista e o mundo do corporativismo, levando as pessoas a refletir sobre as motivações de suas ações diárias e corriqueiras, defendendo uma nova forma de viver com mais empatia e vivendo cada momento, valorizando as pequenas coisas. A mensagem do filme contraria o sistema capitalista e tenta trazer ao público uma reflexão sobre o quanto é possível perder a vida tentando chegar ao topo da cadeia financeira enquanto o que realmente importa (família e amigos) não é valorizado no dia-a-dia.

4.2 ANÁLISE DOS DADOS DA NARRATIVA FÍLMICA

Ao longo da narrativa é possível observar que o protagonista possui diversas características associadas à liderança. Dentre as características identificadas pode-se citar: autoconfiança, iniciativa, capacidade de comunicação, aprender com os próprios erros, otimismo, influenciar a opinião dos seus seguidores (persuasão), inteligência, persistência, capacidade de adaptação, disposição para servir dentre outras.

Em uma das primeiras cenas o protagonista mostra que possui iniciativa ao passar na rua, ver uma multidão de pessoas aglomeradas e perceber que um desconhecido está ameaçando cometer suicídio. Neste momento o protagonista toma a atitude de intervir, encarando essa situação como uma oportunidade para salvar uma vida (07m:21s). A iniciativa é uma das habilidades do líder eficaz apontada por Maxwell (2008) em sua obra o livro de ouro da liderança.

Em seguida o protagonista começa a argumentar com Júlio César com o objetivo de dissuadi-lo da ideia de suicídio (10m:17s). Nesse momento ele se posiciona de igual para igual diante do professor universitário e psicólogo renomado mostrando possuir autoconfiança, apesar de na visão da sociedade capitalista ele ser visto apenas como mais um mendigo em nenhum momento o vendedor de sonhos se mostra intimidado ou inferior.

Ele argumenta e questiona o psicólogo sobre filosofia, ciência e religião, apesar de estar em desvantagem frente ao conhecimento do professor universitário. A autoconfiança é uma das características do perfil do líder

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bem-sucedido que está presente nos estudos de Goodwin (1999) e Robbins (2005) é possível identificar que o protagonista possui essa característica no diálogo abaixo (11m:03s):

Tá nervoso por quê? Eu não sou maluco? Que diferença faz o que eu digo?

Por favor! Vai embora daqui. Deixa eu fazer o que eu (...)

O que você não quer fazer! De que fonte filosófica, religiosa ou científica você bebeu, para defender que a morte é o fim da existência? Se for pular é melhor ter certeza. (11m: 03s)

Em seguida no decorrer do diálogo Júlio César o psicólogo, questiona o mestre querendo saber qual é o título que aquele homem carrega (terapeuta, psicólogo, líder religioso) (15m:00s) esse momento nada mais é do que a imagem de um líder nato, aquele que não precisa de um título para ser respeitado, que sabe transmitir uma ideia, que sabe como ser ouvido, ele traz o nós, ao invés de você. Isso mostra que mesmo alguém que teve todo o preparo para trazer ajuda as pessoas, pode passar por uma situação complicada e precisar de ajuda para sair de um problema.

O líder nato não precisa de títulos para ser respeitado dentro de uma organização ou grupo social, ele simplesmente faz com que seu pensamento seja seguido pelo que ele é, por saber vender suas ideias, não pelo medo, se fazendo assim importante na organização mesmo que não tenha o conteúdo educacional que outros possam ter. Tal afirmação vai ao encontro dos estudos de Ervilha (2008) que diz que o líder nato é aquele que nasce com esse dom, reúne características de personalidade e tem atitudes que fazem dele naturalmente um líder.

Após muito argumentar o protagonista vende uma vírgula para Júlio César o convencendo a continuar a escrever a sua estória mesmo que o mundo pareça desabar sobre sua cabeça e enfim consegue fazê-lo desistir do suicídio.

Nessa cena fica evidente a capacidade de influenciar a opinião, mostrando um grande poder de persuasão do vendedor de sonhos, persuasão que pode ser conceituada como uma estratégia de comunicação que utiliza recursos emocionais ou simbólicos para induzir alguém a aceitar uma ideia, uma atitude, ou realização de uma ação. A capacidade de influenciar a opinião/decisão das pessoas é uma das características do perfil do líder bem-sucedido apresentada por Goodwin (1999) e pode ser visualizada no diálogo abaixo (16m: 40s):

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E pros suicidas o que é que você vende?

Uma vírgula! Uma pequena vírgula, para que continuem a escrever sua estória mesmo quando o mundo desaba sobre eles. (16m:40s)

Caminhando pelas ruas, o mestre Júlio César e outro de seus seguidores ao passarem por uma banca de jornal veem diversas manchetes que abordam a sua tentativa de suicídio. Nesse momento ele diz para si próprio que esse é o seu fim, que ele está acabado, pois ninguém jamais aceitaria se tratar com um psicólogo suicida (28m:15s).

Ao ver tal atitude pessimista o protagonista discorda e diz: “Meu amigo, se tudo precisa estar bem ao nosso redor para termos um pouco de alegria, então somos escravos das circunstâncias” (28m:16s). Através dessa e de diversas outras cenas da narrativa pode-se afirmar que o mestre é dotado de otimismo que remete a disposição para ver as coisas pelo lado bom e esperar sempre uma solução favorável mesmo nas situações mais difíceis. Além de ser otimista ele também procura transmitir esse otimismo aos seus seguidores através de um novo modo de ver a vida. O otimismo é outra característica do perfil do líder bem-sucedido apresentada por Goodwin (1999).

Logo em seguida o mestre leva Júlio César a um velório, e o pergunta se ele gostaria de estar naquela situação que o defunto se encontrava, morto, sem nenhuma perspectiva de vida após aquele ponto, para ele sim a vida tinha acabado de fato (29m:13s). Nessa situação é mostrado como muitas pessoas, no dia a dia pensam que a sua vida depende de alguma coisa, ou mesmo pensam que suas carreiras estão acabadas ao terem um contratempo.

Porém essa cena mostra que enquanto se está vivo, sempre há tempo para recomeçar e tentar novamente reforça uma habilidade apontada por Maxwell (2008) a persistência, um líder bem-sucedido deve tentar várias vezes se preciso for até obter o sucesso almejado, e ainda reafirma outra característica apontada por Goodwin (1999) de enfrentar a derrota com serenidade, não se pode desistir de tentar alcançar seus objetivos e sonhos por conta do medo de fracassar, o líder também é caracterizado por possuir resiliência e a capacidade de recomeçar demonstrando confiança, inspirando e liderando sua equipe pelo exemplo.

No decorrer da narrativa em diversas cenas o protagonista se mostra arrependido de muitos erros do seu passado, quando era um executivo importante que valorizava os bens materiais acima de tudo. Em uma das cenas vai até o

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velório de um antigo amigo e se despede dele pedindo perdão, esse amigo anos atrás havia sido demitido pelo protagonista que fechou sua fábrica e deixou mais de 1.500 famílias sem renda (33m:12s). Em outra cena ele vai a um asilo onde sua antiga secretária vive e tenta se desculpar pela insensibilidade e falta de humanidade dele no passado dando apoio a ela que atualmente está doente sem falar e poder se expressar (42m:52s).

Ele passa grande parte do tempo tentando se redimir, buscando fazer diferente e incentivando as pessoas a não cometerem os mesmos erros. Essa afirmação é confirmada através de uma das falas onde o mesmo diz: “O passado é meu algoz, não me permite retorno. No meu peito estão represados todos aqueles beijos e abraços que não dei e todos os diálogos que não tive (1h:20m:53s). Não posso voltar no tempo, mas posso recomeçar” (1h:22m:52s). Aprender com os seus próprios erros é uma das principais características do líder bem-sucedido apontada por Goodwin (1999).

Em determinado momento da narrativa o vendedor pede aos seus seguidores que organizem uma palestra e convidem executivos mais bem-sucedidos e poderosos. Ao chegarem os executivos ficam perplexos ao ver que a palestra aconteceria em um cemitério (52m:25s). O intuito do protagonista na escolha do local foi mostrar a essas pessoas, que vivem como ele viveu no passado, o quanto a vida é passageira e evidenciar que o tempo é o bem mais precioso que elas possuem.

Nesse momento o protagonista utiliza-se da inteligência que nada mais é do que uma capacidade mental que entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência.

O protagonista utiliza-se da sua experiência como executivo bem-sucedido com intuito de propagar sua nova forma de ver a vida para outros executivos, ele tenta faze-los enxergar a péssima qualidade de vida que possuem apesar de serem a elite da sociedade. A inteligência é uma das características do líder de sucesso apresentada por Robbins (2005) e presente na cena abaixo (55m:20s):

Identificar as características de um empresário bem-sucedido não é difícil, quem de vocês tem dores de cabeças? Dores musculares? Quem já acorda exausto? Quem sofre por problemas que ainda nem aconteceram? Quem tem dificuldade pra conviver com pessoas lentas? Quem explode por pequenos problemas? Pela cara de susto de vocês vejo que são todos

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muito bem-sucedidos. Não são vocês a elite da sociedade? Então por que tem essa péssima qualidade de vida? Onde está a felicidade que o sistema prometeu a quem alcança o pódio do capitalismo? (...) (55m:20s)

Em outro momento na narrativa o protagonista é convidado a participar de um programa de televisão e é convencido por Júlio César a aceitar o convite para divulgar suas ideias e propagar sua causa fazendo com que ela chegue a um número cada vez maior de pessoas. Ao iniciar o programa é pego de surpresa e ao invés de homenagem recebe críticas, o apresentador mostra a toda a plateia cenas do protagonista fora de controle em uma clínica psiquiátrica, sofrendo a dor da perda da sua família.

Nesse momento o protagonista é difamado e o apresentador o chama de mestre da manipulação, esquizofrênico e cara de pau. Nessa cena chama atenção a postura do protagonista que permanece calado, sereno e tranquilo. Em nenhum momento rebate as críticas ou esboça expressões de raiva e descontrole (1h:14m:30s). Enfrentar a derrota com serenidade é uma das características do perfil do líder bem-sucedido apontada por Goodwin (1999) e ter calma em momento de crise é outra característica do líder de sucesso apontada por Lacombe (2005).

Na cena seguinte o protagonista mostra a sua capacidade de comunicação e a sua honestidade. Após todas as críticas, ser renegado pelos seus seguidores, ter toda a plateia do programa contra ele o protagonista decide falar. Através das suas palavras reverte toda a situação, desfaz as críticas e as faz contra o sistema social e é aplaudido de pé por toda a plateia, deixando o apresentador sem palavras.

Nessa cena fica evidente a capacidade de comunicação do protagonista que é uma das características do perfil do líder de sucesso apresentada por Lacombe (2005) e honestidade ao reconhecer todos os erros e se mostrar com muita humildade a todos. A honestidade é outra característica do líder de sucesso apontada por Robbins (2005) ambas podem ser identificadas na cena abaixo (1h:18m:05s):

Eu sou um psicótico, sou um louco, um perturbado? Talvez. Talvez eu seja tudo isso mesmo. Tudo isso e muito mais. Mas quem não tem suas loucuras? Eu sou um psicótico que acusa o sistema social de estar doente, formando pessoas doentes para uma sociedade doente. O risco de buscar o sucesso e esquecer o sabor das diminutas coisas, pequenos momentos, instantes(...) Na realidade todos somos traidores, traímos nossos sonhos, nossos finais de semanas, férias, e o mais importante traímos o tempo que jogamos fora quando deveríamos estar ao lado das pessoas que amamos.(1h:18m:05s)

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Em determinada cena o mestre e alguns seguidores estão andando pela rua e presenciam um policial correndo atrás de um garoto e em seguida escutam uma senhora dizendo “pega o ladrão” (35m:37s). O protagonista de imediato pega um atalho e consegue alcançar o garoto primeiro. Ao chegar antes do policial ele aguarda que a senhora que foi roubada chegue até eles e pergunta se ela tem certeza mesmo que vai prestar queixa contra o garoto.

Ele argumenta que o primeiro a ser beneficiado pelo perdão é aquele que perdoa e não o perdoado e complementa dizendo que o garoto tem idade para ser neto dela. Com suas palavras convence a senhora a não prestar queixa, a mesma dá dinheiro para o garoto e vai embora pedindo desculpas (35m:40s).

Esse garoto passa a ser mais um dos seguidores do vendedor de sonhos, em sua caminhada diária o protagonista tem um número de seguidores crescente, que estão dispostos a mudar de vida e que juntos tem o objetivo de levar ao maior número de pessoas a concepção de uma nova forma de viver. A habilidade de inspirar as pessoas a ponto de segui-lo remete aos estudos de Robbins (2002) que afirma que a liderança pode ser vista como a capacidade de influenciar um grupo em direção ao alcance de resultados.

Em um momento seguinte o protagonista tem como objetivo animar o ambiente de um asilo no qual reside uma velha amiga, para isso ele apresenta seus amigos como grandes músicos que vão animar o local, mesmo sabendo que eles não tocariam de forma agradável (41m:30s).

Mas a partir dessa atitude foi despertada a alegria nos moradores do asilo, que começaram a cantar e tocar. Nesse momento pode ser identificado mais uma vez o papel do líder em ação, o mestre sabia que mesmo seus amigos não possuindo as habilidades necessárias para alegrar aquele local, sua simples presença traria um novo ânimo e faria com que aquelas pessoas colocassem para fora aquilo que estava escondido dentro delas.

É isso que um líder faz, ele aflora coisas que estão ocultas dentro de seus liderados, descobrindo talentos e criando novos líderes. Nesse contexto é possível relacionar essa cena com a afirmação de Chiavenato (2003) que defende que a liderança pode ser vista como uma influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos.

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Durante toda a narrativa fílmica o mestre se mostra um líder diferenciado, em uma das cenas um dos seus seguidores afirma: “Ué não viu não? O chefinho é um gênio, ele hipnotiza as pessoas” (34m:26s). Além do fato de ser reconhecido como mestre entre seus seguidores sem que nunca se tenha apresentado dessa forma, evidencia o quão inspirador é o protagonista. Tais afirmações confirmam a visão de Araújo (2013) que defende que líderes diferenciados são capazes de inspirar as pessoas em face do que, de fato, acreditam.

Algumas características e habilidades que compõe o perfil do líder bem-sucedido identificadas no protagonista no decorrer da narrativa fílmica estão elencadas no quadro 5, bem como as respectivas cenas na quais elas foram visualizadas no filme.

Quadro 5 – Características de liderança identificadas no protagonista.

AUTORES CARACTERÍSTICAS CENA DA NARRATIVA

Goodwin (1999)

Autoconfiança (1)

(1) Posiciona-se de igual para igual com o psicólogo renomado e debate aspectos filosóficos, religiosos e científicos. (11m:03s)

Otimismo (2)

(2) Procura ver sempre o lado bom das situações, Júlio César ao se ver

nas manchetes dos jornais diz que está acabado. O protagonista afirma que se tudo precisa estar bem ao nosso redor para termos um pouco de felicidade então somos escravos das circunstâncias. (28m:16s)

Flexibilidade (3)

(3) Júlio César tenta convencer o mestre a participar de um programa de televisão, para propagar seus ideais e argumentos. O protagonista de imediato recusa, com medo de colocar a vida de mais algum seguidor em risco. Por fim acaba sendo flexível e sede ao pedido do seguidor. (1h:08m:20s)

Confiar nos subordinados (4)

(4) No caso da narrativa o protagonista confia em seus seguidores, delega atividades como por exemplo a organização da palestra no cemitério, ele confiou em Júlio César para encaminhar as pessoas ao local da palestra. (52m:29s)

Influenciar opiniões (Persuasão) (5)

(5) Ao vender uma vírgula para Júlio César e conseguir fazê-lo desistir do suicídio, quando diversos especialistas da área tentaram e não obtiveram êxito. (16m: 40s)

Robbins (2005)

Honestidade integridade (6)

(6) No programa de televisão o protagonista se assume como esquizofrênico e assume todos os erros que já cometeu na frente de diversos desconhecidos. (1h:18m:05s)

Inteligência (7)

(7) Ao planejar a palestra no cemitério e convidar os executivos mais

importantes como ele foi no passado. (55m:20s)

Lacombe (2005)

Boa capacidade de comunicação (8)

(8) Mostra a sua capacidade de comunicação no

programa de televisão após todas as críticas, ser renegado pelos seus seguidores, ter toda a plateia do programa contra ele o protagonista decide falar e através das suas palavras reverte toda a situação e é aplaudido de pé.

Referências

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