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Zero, 2008, ano 25, n.10, jul.

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�I

CURSO

DE

JORNALISMO

DA

UFSC ANO

XXV,

NÚMERO

10

-FLORIANÓPOLIS,

JULHO

DE 2008

MP

abre

processo

para

investigar

caso

Feese

Depois

de 13 meses de

intervenção

judicial,

a

investigação,

baseada nos

período

em que ascontasforam

auditadas,

2000a 2007, A

intervenção,

relatórios

da

auditoria,

está

no

Ministério Público

de Santa

Catarina,

que encerradaem

março

deste ano, provocou uma

reestruturação

da

gestão

instaurou um Processo de

Investigação

Criminal

(PIC),

O

trabalho,

em an- de recursos, e os

procedimentos precisam

ser

colocados

em

prática pela

damento na25a Promotoria do Tribunal de

Justiça

do

estado,

está

sob a

fundação, Hoje,

a Feesc

está

sem

credenciamento

junto

à Universidade

responsabilidade

do

promotor

Davi do

Espírito

Santo,

Paralelamente

cor- Federal de

Santa

Catarina

(UFSC)

e enfrenta dificuldades para encontrar rem na Diretoria Estadual de

Investigações

Criminais

(Deic)

oito

inquéritos

uma novadiretoria

permanene

A atual permanece apenas

até

novembro.

que verificama

existência

de empresas

prestadoras

de

serviços

à

Feescno páginas4,5 e6

Apesar

de

projetos

de

inclusão,

UFSC

ainda

enfrenta desafios

Com

o

projeto

INCLUIR,

a

universi-

inclusão de estudantescomo

Thiago

dade vai receber

R$

100 mil para

Evangelista, portador

de

paralisia

ce-obras deacessibilidade físicaecom-

rebral,

que

cursou, como

ouvinte,

pra de

equipamentos

para alunos o limite de

disciplinas

que a UFSC

portadores

de necessidades espe-

permite

e não tem

condições

de cas Os

investimentos,

no

entanto,

prestar

um vestibular

tradicional.

não são suficientes para promovera páginas8e9

ThiagoPradoNeris

:/>;."".;.. ,

"""1íIíllQÍ�'

,'.

Thiago

tenta

ingressar

na universidade atravésdo vestibulardesde 2004

Nova

regulamentação

estabelece

mudança

administrativa

nos

HUs

Medida determina que, até

2009,

todosos

hospitais

universitários

fede­ rais devemcriar uma unidade admi­ nistrativa

própria,

permitindo

o

plane­

jamento

financeiro

independente,

De acordo com o

Sintufsc,

a

iniciativa é

um passo para

implantar

a

fundação

estatal de direito

privado

nosHUs, página7

Exportação

de

softwares

deve

atingir

RS 3,5

bilhões até

2010

O mercado é beneficiado

pela

Po­ lítica de

Desenvolvimento

Produtivo,

conjunto

de medidas para desenvol­

ver a

indústria

nacional,

lançada

em

junho,

Aindústria nacional de softvva­

resexporta,

anualmente,

R$

800 mi­ lhões, Em

Florianópolis,

osetor vem

crescendo,

em

média,

25%

ao ano,

página10

'-::II

FICA

exibe filmes

de

40

países

Em

Goiás

Velho,

cineastas

ccoccrem no

100 Festival.

Internacional de

Cinema

e

Vídeo

Ambiental

(Fica),

onde

produçÕes estrangeiras

são

malaria.

Na

Cidade

vivea

artista

Goiandira

do

Couto

(foto),

conhecida

mundialmente

por

pintar

com

areias da Serra

Dourada.

página12

"Schummi" separa as fichas naACA

Pôquer

se

fortalece

no

país

mesmo

envolvido

em

polêmicas

judiciais

A

primeira

vitória

deum brasileirona

maior

série

de

pôquer

do

mundo,

a

World Series Of

Poker,

no dia 29 de

junho,

demonstrao crescimento do

esporte

no

país,

Mesmo com as

polêmicas

jurídicas

emtornodo

jogo

no

Brasil,

surgem cadavezmaisas­

sociações

que reúnem

praticantes

e

organizam

torneios

regularmente,

Em

Florianópolis,

a

Associação

de

Carteado

Entre

Amigos (ACA) possui

CNPJ

e

alvará

de funcionamento, Nos sites

especializados,

a

participa­

ção

de brasileiros também aumenta

e o

jogo

online

é

encarado por vários

praticantes

comouma

profissão,

página15

Campo

de

Petróleo

a

180

km da costa

de SC

produz

a

partir

de 2011

A

previsão

é

queocampo de Cava­

lo

Marinho,

descoberto em

2001,

comporte

24 milhões de

barris,

de acordocom oconsorco

explorador

-composto

pelas

empresas Norse

Energy

(50%),

Petro bras

(35%)

e

Brasoil

(15%),

A reserva reacende

a discussão entre

Paraná

e Santa

Catarina

sobreo destino dos

roya/­

ties,

motivo de um processo movi­

do por SC contrao IBGE,

(2)

2

Florianópolis,

julho

de2008

+

ZERO

CURW DE JDRNAUSMD ANOXXV,NÚMERO10

-FLORIANÓPOliS,JULHO DE 2008

JORNAL

LABORATÓRIO

ZERO AnoXXV- N°10

-Julho 2008 Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC

Fechamento: 10 de

julho

CursodeJornalismo - CCE

-UFSC Trindade

-Fpolis

-CEP 88040-900 Tel.:

(48)

3721-6599/3721-9490

Blog:

www.zero.ufsc.br E-mail: zero@cce.ufsc.br

REDAÇÃO

BeatrizFerran,CamilaBrandalise,CauêOliveira,

DanielleReis,EduardoWolff,ElaineAlmeida,

FernandaFriedrich,GrazieleFrederico,João GustavoMunhoz,Juliana DalPíva,JuliePhillipe,

LarissaLinder,LiviaAndrade,MayaraRinaldi,

NancyOutra

EDiÇÃO

Capaeopinião:João GustavoMunhoz,

ManuelaFranceschinfEntrevista: Grazielle SchneiderEspecial: FilipeSpeck,Juliana Dal PivaEducação:DanieleCarvalho,Juliana Gomes Economia:MarianaHilgert,Cristiane Barrionuevo Cultura: TársiaPaulaFariasEsporte:Elaine AlmeidaContracapa:NancyOutra

FOTOGRAFIA

cauêOliveira,DanielleRei�EduardoWolff,Fernanda

Ftiedrich,JoãoMunhoz,LauraDaudén,ThiagoPrado Neris

EDITORAÇÃO

AnnelizeConti,camilaBrandalise,CarolinaGrando,

CauêOliveira,EduardoWolff,FláviaSchiochet,

FernandaFriedrich,Filipe Speck,GrazieleFrederico,

GrazielleSchneider,JoãoGustavoMunhoz,Juliana

DalPiva,JulianaGomes,LarissaLinder,Mariana

Hilgert,Nancy Dutra,PedroDellagnelo, ThiagoPrado

Neris,Vera Flesch

PROFESSOR-COORDENADOR

Tattiana Teixeira DRT-BA 1766

COORDENAÇÃO

GRÁFICA

Prof, LucioBaggio

DRT-SC 01084JP

MONITORIA

IsadoraPeron

AGRADECIMENTOS

Pró-reitoriade assuntosestudantis(PRAE)

������

Melhor

Peça

Gráfica

I,

II,

III,

IVeXI

SetUniversitário / PUC-RS

1988,89,

90, 91,

92 e98

MelhorJornal-laboratório I Prêmio Foca

Sind, dos Jornalistas de

se,

2000

3° melhor Jornal-laboratóriodoBrasil EXPOCOM 1994 Impressão:Grafinorte Circulação:Nacional Distribuição:Gratuita Tiragem:5.000exemplares

EDITORIAL

Será

inclusão social?

o

número

de

universitários

com

alguma

deficiência

é

de

5.078,

de

um

total de

quase

quatro

milhões

de

estudantes

\:.;

((

,,"

sestudantes que tenham cur­

sado

integralmente

o ensino

fundamental em escolas

pú­

blicas terão direito a

pelo

menos metade das vagas a serem oferecidas por institui­

ções

federais deensino

superior

e de edu­

cação

profissional

e

tecnológica",

Isso é o

que diz o

Projeto

de Lei

546/07,

de auto­

ria da senadora catarinense Ideli Salvatti

(PT-SC), aprovado

no último dia 10

pela

Comissãode

Educação,

Cul­

tura e

Esporte

(CE),

que

segue agora para

avaliação

na Câmara, Uma emenda

apresentada pelo

relator do

Projeto,

o senador Paulo

Paim

(PT-RS), prevê

mais:

pessoas com deficiência

terão acesso às vagas reser­

vadas

independentemente

do fato de terem cursado a

educação

básica emescolas

públicas,

A discussão abordada

pela

matériado ZERO em torno do siste­

ma de cotas

atinge

um ponto mais rele­

vante do que o monitoramento étnico ou

a

simples distribuição

de vagas em uni­

versidades: a inclusão social. O descaso diante do

exemplo

máximoda necessida­ de de interferência do

poder público

para

possibilitar

o acesso ao ensino e ao co­

nhecimento torna a reserva de vagas no

mínimo contraditória,

O número de universitários com

algu­

ma deficiência é de 5,078, de umtotal de

quasequatromilhões de estudantesrecen­

seados

pelo

MEC em 2003, Essa não é a

CHARGE

realidade de

Thiago

Evangelista,

Portador de

deficiência,

o

jovem

já cumpriu,

como

ouvinte,as

horas/aula

permitidas

pela

Uni­

versidade Federal de Santa

Catarina,

mas

não é aluno da

instituição,

O seu sonho

de cursaro ensino

superior

regularmente

matriculado esbarra no

processo

seletivo

da universidade

-que não

disponibiliza

para

Thiago

um outromeiode

seleção

que

não o vestibular

tradicional,

com ínfimas

adaptações.

Thiago

é apenas um no

universo de

24,6

milhões

de pessoas com

alguma

de­

ficiência no Brasil:

visual,

auditiva,

mental,

física ou

múltipla,

Em Santa Catari­

na, são

983,068 deficientes,

segundo

o último censo

realizado,

em 2000,

pelo

Instituto Brasileiro deGeo­

grafia

e Estatística

(IBGE),

A

Organização

das

Nações

Unidas

(ONU)

e a

Organi­

zação

Mundial da Saúde

(OMS)

estimam

que,acada

dia,

500 brasileiros tornam-se

deficientesem

conseqüência

de acidentes e

doenças

que tenhamdeixado

seqüelas.

A

posição

de

instituições

como a UFSC

em casos como ode

Thiago

mostra a fra­

gilidade

da filosofia da inclusão social através das cotas,

Às

escolas,

não deveria bastar o discurso ou a

preocupação

ape­ nas com osquese

adequam

adeterminada

classificação.

A

particularidade

docasode

umcidadão que querentrarem uma uni­

versidade e não consegue

é, sim,

um pro­

blema de todos,

Sobre

o

chargista

FabrícioRezende, autor destacharge, tem 20anos

eestána3afase docursode DesignIndustrial da

Universidade do EstadodeSanta Catarina(Udesc)e a 2a

fasedocursodeDesign Gráfico da Universidade Federal

deSanta Catarina(UFSC), Querentraremcontatocom

ele? Escrevaparafabriciofaustinho@hotmail.com

Para

os

chargistas

Sevocê édaquelesquequandolêuma

notícialogoaimaginanumacharge,desenhe

paraoZEROeenvieparaoe-mail zero@

cce.utsc.br. Suachargetambémpodeser

publicadanesseespaçoefazerpartedas

próximas ediçõesdonossojornal

CARTA

AO LEITOR

o

desafio

constante

o começo de maio os

repórteres

do ZERO tiveram acesso à

ação

civil

pública

movida

pelo

Minis-tério Público de Santa Catarina contra

aFeese, Os

relatórios,

com cerca de 2,5

mil

páginas,

continham

informações

relativas à auditoriae a

intervenção

na

fundação

iniciadaem fevereiro de 2007,

Algumas

notícias sobre o casoforam

publicadas,

mas a

sensação

era que o

processo acabara e não haveria mais

desdobramentos,

assim como

publicou

a assessoria de

imprensa

da

UFSC,

na

ocasião. O

equívoco

foi

corrigido

pou­

cosdias

depois

com uma

declaração

do

promotor Davi do

Espírito

Santo, Mes­

mo

assim,

várias dúvidas suscitavam

investigação:

o que havia realmente

sido descoberto

depois

de um ano de

análise nascontasdos

projetos?

Existia

ilegalidade?

Irregularidade?

Ou, como

defendiam

alguns professores,

era ape­ nas uma manobra

política

em ano de

eleição

para reitor?

Oexercício do

jornalismo

investigá­

tivo é idealizado por muitos estudantes

ao

longo

da

graduação.

Nestes doisme­

ses,descobrimos queescrever umama­

téria não é tãodifícil quanto entender

os acontecimentos. O mais

complicado

é fazer uma

apuração

detalhadae não

se

perder

nas

informações

das fontes.

Intensas

pesquisas,

20 entrevistas e

muitas análises foram realizadas para

a reportagem "MP abre processo para

investigar

Feese". Aofim deste processo

começamosa rever oconceitode

jorna­

lismo

investígatívo.

Não seriaessa uma

prática

necessáriaem todos os

gêneros

jornalísticos?

Nessa

edição

nos

despe­

dimos do

ZERO,

deixando paraos cole­

gas, no

próximo

semestre, o desafio de

manter um caráter

questionador,

sem

sensacionalismos,

para o nosso

jornal­

laboratório.

CARTAS

Sugestão

de

pauta

Olá, pessoal.

Parabéns

pelo jornal!

Reportagens

interessantesemuitobem

desenvolvidas,

forma­

to e

editoração

idem. Bem,

gostaria

de

sugerir

umamatériasobre

Golfe,

esportequevemcres­

cendo muitono Brasil nos últimos cinco anos eque

contacommaisde 25 mil

praticantes.

Atendênciaéque elesetorne umesporte mais

popular

entrenós, Santa Catarina

contacom

cinco campose

pelo

menos maisdoisem cons­

trução.

Desses,doisestãoem

Floripa,

odoCostão

e ode

jurerê

Golf Club

-quetemnoveburacos e está localizado no Clube

Doze,

em

[urerê.

O

JGC

foi fundado recentemente por pessoas que

iniciaramhá pouconoesporteetem comoob­

jetivo

difundira

prática

do

golfe.

MauroTonon,

Florianópolis

A

equipe

doZERO

agradece

porsua

sugestão.

Ela

estáanotada.

(3)

+

Florianópolis, julho

de2008

Entrevistai

3

Nascidona

Argentina,

o

professor

RosendoYunes veio paraoBrasil

quando

a

situação

em seu

país

natalficou

complicada

porcausada

ditadura, Em 1978,mudou-se para

Florianópolis

e setornou

professor

da

UFSC,alérn deauxiliarem

pesquisas

farmacológicas

paraoMinistérioda

Saúde,Eleé

especialista

nos

princípios

ativos de

plantas

medicinaise

pesquisador

ernassuntosda

evolução

n,ªs

disciplinas

biológicas,

.

o

professor disponibiliza

seue-mail

para quemtiver dúvidasou

quiser

debaterotemadaentrevista:

ryunes@qmc.ufsc,br

A

filosofia

entre

a

ciência

e

Deus

Rosendo Yunes

é

um

homem da

ciência

cujas

teorias contrastam

com as

de muitos membros

da academia:

acredita

em

Deus

e

propõe

a

complementaridade

entre

o

científico

e o

espiritual.

Professor-doutor do

departamento

de

química

da

Universidade Federal de

Santa Catarina

(UFSC),

ele sugere

a

existência de

uma

força

maior que teria causado

o

Big

Bang

e a

evolução

das

espécies.

As chances

disso ter

se

dado

ao acaso

são

mínimas,

de

um

sobre dez elevado

a uma

potência

de

várias

casas

decimais. Nesta

entrevista,

Yunes fala

desse

encontro

nada convencional

entre

o

místico

e o

palpável,

entre

a

ciência,

a

filosofia

e a

religião.

[O universo}

surgiu

de

uma

grande

explosão (.

..

).

Porém,

você vê

que todas

as

explosões

são

produzidas

por

alguém"

ZERO

-Como

surgiu

o seuinteres­ se

pela

associação

de

disciplinas

como a

biologia,

a filosofia e a

física

-representadas

na teoria

da

evolução,

nosestudossobreamenteenas novasteoriasdouniverso?

RosendoYunes- Eu tinha feitocursosdefi­

losofiana

Argentina. Depois,

porvontade

pessoal,

comeceiatrabalharcom essa

relação

defilosofia

com a ciência e escrevi um

livro,

lançado pela

editora da UFSC, chamadoA

auto-organização

da matéria: Acasoou

informação,

Noinício dos

anos

80,

com a

formulação

da Teoria

do'

Caos,

inicia-seum novo

paradigma

da

física.Essafísica queé muito

in-box),

Oinfinito dos pequenos

(partículas),

oinfinito dosenormes

(universo)

e oinfinito da

complexidade

(vida),

ou

seja,

existeumaumentoda

complexidade,

O

problema

fundamentaléqueosreducionistaslimi­

tama

explicação

de tudo às moléculase aosátomos.

Eu

proponho

umreducionismo total.

Atualmente,

você

não

pode

considerarum

átomo,

uma

molécula,

como sefossem bolas de bilhar,Umátomo éumacoisa muito

complexa,

como os

experimentos

com oátomodeBe­

rílio,

no

qual

ummesmoátomoestáemdois

lugares

diferentesao mesmotempo, Portanto,as

experiências

vêm mostrandoqueamatérianão é tãomaterialas­

sim...Existemdiversos físicosqueacreditamque tudo

nãose passa deuma

geometria

do

espaço,ou

seja,

uma

geometria

sobre onada,Então eu,

você,

tudo acabase

tomandomera

informação,

informa­

ção matemática,

insignificante

em

relação

à

grandeza

deoutrascoisas.

Seria o homem capaz de

comprovaraexistência deDeus?

Quais

asdificuldades para tal?

Eu creio que,

cientificamente,

nãohácomoprovaraexistência

de Deus.

Você, cientificamente,

pode chegar

até certo

limite,

a

partir

daívocêtemqueextrairas

conseqüências

filosóficas de sua

ciência. Por

exemplo,

vamossupor a

origem

do

universo,você

pode

saber que ele

surgiu

deuma

grande

explosão,

o

Big Bang, Porém,

vocêvêque

todas as

explosões

são

produzidas

por

algo

ou

alguém.

O incomum éque

aquela explosão,

do

Big Bang,

deu

origem

a uma

ordem,

o que

síg­

nifica que a

entropia

dosistemaera

algo

muito

especial,

tinhaumvalor deumaordem máxima.

Portanto, as chances disso terse dado ao acaso

são mínimas.

Segundo

Roger

Penrose, famoso

matemático de

Cambridge,

são de um dividido

por dezelevado a 123a

potência,

ou

seja,

quase

zero.O

problema

da

origem

davida tambémé

parecido,

3,5bilhões de anosvocêencontrao

código genético, exemplo

de

organização

lógico-matemático,

que contava com milhões de bits de

informação.

Comopensar que isso apareceu

poracaso?

Finalmente,

a

respeito

da

evolução

da

mente humana existe um atrator que é

lógico­

matemático,Sabemos queamatemáticaéaciên­ cia do infinito, Estamos assim orientados para

uminfinito, Tudoisso sãodados

científicos,

mas

nãoestoufalandoque aciênciaprovaaexistên­

cia deDeus,isso vocêdecide desdesuafilosofia.

Eparao

senhor,

Deusexiste?

Sim,paramim existesim,porquetodasas

espé­

cies animaisforam aumentandoseu

conhecimento,

ohomem

especialmente.

Neles apareceamatemá­

ticacomo um atratorem seumais alto grau,e o

mais interessanteéque,quantomaisabstrata elase

torna, aparentemente,melhorse

interpreta

areali­

dade, Entãoparece haver aíumaponte,umponto

ômega,

ou

seja,

umcampoinformacional deatra­

ção

queseriacriadoporumDeus,

oser

humano,

desdeseus

primórdios,

cul­

tuafé em

símbolos,

divindadesetc. Isso tem

algum

aspectorelativo à

evolução?

Euacredito quesim,

É

umfator evolutivomui­

to

grande,

inclusive

quando

selêostextosde Viktor Frankl, Elemostrouque,noscamposdeconcentra­

ção

de

Hitler,

aqueles

que tinhamum

sentido,

uma

féem

algo,

não necessariamenteem uma

força

su­

perior,

sobreviviammaisaosmaus-tratos.Isso quer

dizerqueosentido da vida

ajuda

nasobrevivência

doserhumano. Essafé

pode

ser em um

Deus,

no

amor,ou a umfilho...

Muitos autores

declaram, hoje

em

dia,

o

fim da ciência. Você acreditanisso?

Eu acredito que devemos conhecer 5% de todaessa

grandiosidade

douniverso. Nãoacre­

ditonumfim da ciência.

Digam

aelesque vão se cansarde trabalhare, aindaassim,vai fal­

tarmuita coisaparase

pesquisar (risos).

Nos­

sa

ignorância

aindaé muito

grande",

Cauê Oliveira

oinfinitamen� pçquego:cientistasdeclaram que, para queocorra apossibilidade

dese aUmapartíCUla�Jemen\fM,seriaprecisoumacelerador departcuías

etroda

galáxia

o

infinitameh!tlt

complexo:acomplexidadedavida,traduzida

n�ÇÓdjgp

genéticoe naeVolJ,lção,Odomínio desuamanipulação (clonagem)

pO(jê

incorrernasdiscuilfiíessobreaunicidade do corpoesobreadualidade

entreelee amente

ZERO

teressante,a meu ver,

Você considera que Eins­

tein,

ao derrubar diversos tratados da física newtonia­

na, tornou-seum

paradigma

e mudou nossa maneira de ver as

situações

físicas?

Sim,foium

paradigma

total­

mente novo. Com isso, Einstein

mostrou que a matemática se

impõe

sobreosentidocomum.O

sentido comum diz que, sevocê

deixaumacanetacair,épor que

existeuma

atração

daTerra. Para

ele,

existeuma

geometria

doespaço. O corpodeformaesselocale

assim vaipara baixo.

Veja

comomudaaconcep­

ção!

Etudo atravésde cálculos matemáticosque,

mais

tarde,

foram

comprovados

com aanálise de desvios das luzesde estrelasquepassam

próximas

aumcorponoespaço,

osenhor afirmaem seustextosqueamate­

mática éuma

importantíssima função

parase

entenderarealidade.Entãocomoconsiderara

matemáticaum

código implícito

na

realidade,

sendo que ela éum

código

criado

pelo

homem?

Naminha teoria,amatemáticaéparte cons­

titutivado universo,nãoécriada

pelo homem,

é

encontrada

pelo

homem, Isso é fundamental. A

matemáticaédescoberta embutidanarealidade,

osenhorquer

dizer,

então,

queamatemáti­

ca

existiasem o

código

criado

pelo

homem?

Sim,elaestáembutidana

realidade,

eucreio que a matemática fundamentaessa realidade.

Isso

explica,

por

exemplo,

a

evolução

doserhu­ mano,Estoumostrando queamatemáticae sua

lógica,

principalmente,

informama

realidade,

e

que a

capacidade

cognitiva

em

evolução

capta

maisessa

informação,

Então,vocêtemmaisdo­ míniosobreanatureza.

Apesar

desse domínio da natureza

pelo

homem,

aindasomos

insignificantes

pertoda

imensidão do universoe,a

partir disso,

o se­

nhor discorre sobreosinfinitos da realidade.

Oquesãoessesinfinitose comoelesinfluem

nopensamentocientífico?

(4)

III

4

I

Especial

Florianópolis, julho

de2008

O.

quebra-cabeça

de

uma

fundação

Da

Intervenção

do

MP

aos

processos de

investigação,

o

ZERO

revela

as

peças-chave

do

caso

Feesc

assados três meses do fim da

intervenção

judicial

na Fun­

dação

deEnsinoe

Engenharia

deSanta Catarina

(Feese),

começam

a aparecer

explicações

sobre o que ocorreu durante os 13 mesesde au­

ditoria nos

projetos.

Documentos

analisados neste

período

resultaram

em sete relatórios.

individuais,

de­ dicados a cada um dos coordena­ dores de

projeto:

Ariovaldo

Bolzan,

Ricardo

Machado, José

Eduardo de

Lucca,

Jorge

Mário

Campagnolo,

Victor

Juliano

Negri,

José

CarlosZa­

nini e Gilberto Inácio Klaumann e a

algumas

empresas

prestadoras

de

serviço

à

fundação

que não tiveram existência

comprovada.

AS

.rregula­

ridades constatadas

pelos

auditores

estãoemprocesso de

investigação

no

Ministério Público deSanta Catarina

(MP-SC)

e naDiretoria Estadual de

Investigações

Criminais

(Deic)

[leia

matériana

página 5].

As

suspeitas

sobre os

projetos

gerenciados

com o aval daFeeseco­

meçaramem

julho

de2005,com as

ações

trabalhistascontraa

fundação,

relativasaos

projetos

do Laboratório

deEnsinoaDistância

(LED).

Asacu­

sações

dos ex-funcionários aponta­

.ram contratos

irregulares

e uso in­

devido da

imagem

da Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC),

em 20 cursos realizados

pelo

LED,

entre 1995 e 2003. Asdenúncias fo­

ram feitas por trabalhadores autô­ nomos- o relatório levanta

alguns

casos- envolvidosno

projeto

deen­

sino a distância. Porserem contra­

tadoscomo

bolsistas, quando

foram demitidos não tiveram os direitos trabalhistas

assegurados

e recorre­ ramà

Justiça

para obter

indenização

pelos

danos financeiros sofridos

após

ademissão.

Osanalistas de

finanças

econtro­

le da Controladoria-Geral da União

(CGU),

Jairo

Martins e

Rogério

Au­

gusto

Collares,

diante das inúmeras

ações

trabalhistas no Tribunal da

Justiça

do Trabalho

(1JT),

iniciaram

a

investigação.

Aanálise foi feitaso­

bre os

procedimentos

adotados em

relação

aooferecimento doscursos a

distância e os acordos

judiciais

firmados en­

tre os ex-funcionários

e aFeese. Asconstata­

ções

daCGUprovaram

a

penhora

de bens da universidadecomoga­

rantia de pagamento

das

ações

trabalhistas

e usoindevido dasins­

talações

e

imagem

da

UFSC paraa

realização

decursosdoLED.

Em

função

das denúncias tra­

balhistas,

o INSS,

representado

pela

Delegacia

Previdenciária de Floria­

nópolis,

deu início a umaauditoria

nos

projetos

da

fundação,

verificando comoconstavamos

registros

de fun­

cionáriose orecolhimento do Fundo

de Garantia por

Tempo

de

Serviço

(FGTS)

e

Imposto

de Renda.

Os auditores identificaramque o

principal

método utilizado para ge­

renciamento dos

projetos

era o me­

canismode apresen­

tação

denotasfiscais

para reembolso de

serviços.

O método

era usado tanto por

funcionários,

que

deveriam receber

salários,

quanto po�

empresas contra­

tadas para realizar todo o trabalho do

projeto.

Masafunda­

ção

ea

universidade,

quando

recebem

re-cursos

privados

ou

públicos,

tornam­

se as

responsáveis

pela

execução

do

projeto

e não

podem, pela

Lei Fede­ ral

8.666/93,

repassar esse trabalho

a um terceiro. Como as

fundações

estão livres do processo de

licitação

na

prestação

de

serviços

públicos,

ao

subcontratarempresaselasestariam

ferindo a

legislação,

redirecionando

o que seriasua

atribuição

a entida­

des

privadas.

Asnotasfiscais

apresentadas

para reembolso tambémsemostraramin­

compatíveis.

No postoSanta

Mônica,

localizado na avenida Madre Benve­

nuta, em

Florianópolis,

por

exemplo,

foi emitido

um'

cupom fiscal com­

provando

o consumode

R$

1.050em

gasolina

comum e

álcool,

nodia9de outubro de2002. Notasfiscais deres­

taurantes também foram entendidas

pelo

INSScomo

subterfúgio

para pa­

gamentos

1OO:o{uncionários

ou empre­

sas.A mais'gravemostraumvalor de

R$1.035

naLanchoneteeRestaurante

da

Família,

no bairro

Córrego

Gran­

de,

nodia14 de setembro de

2003,

em

nomedeumaúnicapessoa física.

nário daFeese,Ronnie

Fey,

dono da

Global Minds

Serviços

de Informá­

tica

Ltda,

com 87% do faturamento

ligado

à Feese.

o� casos que levantaram maio­ res

suspeitas

foram os das empresas

Paidéia,

Ásia,

L ;1 Visioneer e PK

Solution Consultoria. Embora todas

tivessem

registradas

na ruaAniceto Zac­

chi,

em

Palhoça,

na

Grande

Florianópo­

lis,

os auditores do

INSS não compro­

varam a existência

das

prestadoras

de

serviço

naquele

lo­ cal. Os

professores

Wladimir Arthur

Fey,

do

departamento

de Ciências

Contábeis,

e

José

Francisco

Salm,

da

Administração,

são os

proprietá­

riosda

Paidéia,

que

possui

40% do fa­

turamentorelacionadaa

projetos

da

Feese.

Registrada

na mesma sala da

Paidéia,

a empresa

Ásia

Consultoria

tem76%dasuareceita

ligada

àfun­

dação,

e é

propriedade

de Liene

Fey,

mãedo funcionário daFeese Ronnie

Fey.

A PK Solution

Consultoria,

per­

tencente ao

ex-superintendente

da

Feese, Gilberto Inácio

Klaumann,

obteve90%dosseus

ganhos

compro­

jetos

na

fundação.

TeleviaeVissione­

ersão as outrasduas

registradas

no

prédio

em

Palhoça,

cuja

existência

nãofoi

comprovada.

A

primeira

per­

tence à Alzira

Salvador,

cunhada de

Klaumann,

eteve90%desuareceita

ligada

à

fundação.

A

segunda,

cujos

donossãosogros de

Klaumann,

Mar­

tinho e Palmira

Salvador,

recebeu

R$1,85

milhões daFeese no

período

de2000a2005.

As

irregularidades apontadas pelos

auditoresdo INSSembasarama

ação

civil

pública

queresultounainterven­

ção

judicial

naFeese,emfevereiro de 2007. O processo,no entanto, come­

çou a se

configurar

emnovembro de

2003,

às

vésperas

do

segundo

turno

das

eleições

parareitor daUFSC. Na

ocasiãoasenadora Ideli Salvatti

(PT­

SC)

discursou em

plenário

sobre as

denúncias feitas

pelo

INSS. Com as

acusações

vindo àtona,

João

Alexan­ dre MassuliniAcosta,

responsável pela

25' Promotoria de

Justiça,

reuniu as

análises da

Delegacia

Previdenciária.

Em 2007, o

juiz

Luiz

Felipe

Canever

acatou a

prerrogativa

e afastouadi­

retoria atuante à

época.

A

gerência

passouentão às mãosda administra­ dora Fátima

Ribeiro,

com

poder

de de­

liberação

e

coordenação.

Por meiode

licitação,

aempresaBDO Trevisanfoi contratadapara realizaraauditoria nascontas de todosos

projetos

entre

2000e2007.

Empresas

subcontratadas

pertenciam

a

professores

e

servidores

d'1

UFSCou

a

funcionários

da

Feesc

Subcontratação

de empresas Os

delegados

da Previdência constataram

subcontratação

de

36

empresas

prestadoras

de

serviço

àFe­

esc.Dezessetedelas

pertenciam

a pro­

fessores ou servi­

dores da UFSC ou,

ainda,

a funcioná­

rios da

fundação.

Umdoscasoséode

José

Carlos

Zanini,

professor

do

depar­

tamento de

Enge-nharia Mecânica

e

proprietário

da

Tríplice

Consulto-ria,Cedese

J&V,

com

respectivamente

64%,

74%e67%dofaturamento vol­ tado para

prestação

de

serviços

aos

projetos.

Outro

exemplo

é o funcío- Graziele Frederico

Entenda

o

que

aconteceu

l(

__

illt�tab

1hiSfas.·.·

.•

· ..

cIPtn.·

•. • ..

·.n...

.... ., • "'.. ". "�'" a \�Ii

Vinte açõestrabalhistas, impetradasnoTribunal deJustiçadoTrabalho, deramorigem a um

relatórionão-homologadopelaControladoria-Geral da União(CGU),vazadoàimprensaduranteas

eleiçõespara reitornaUFSC,em2007. No documentoestáorelato decomo aCGU encaminhou

asdenúnciase aconstataçãodeusoindevido do dinheiro daFeese,do espaço físicoedonome

daUniversidade.

_-••iili(.}\;�·.

Asaçõestrabalhistas levaramoINSSafiscalizarosCOlltratosempregaticiosdafundação.Concluiu­

seQue houveprestaçãoc'ôr 'ascomnotas

frias paraopagamentodetécnico-administrativos

edocentes daUFSC,empregadosdaprópriaFeeseealunos bolsistas. A Previdência Social

reclamouumadívida deR$35milhões,dosquaiscercadeR$6milhões

foram sentenciados.

As

falhas

apontadas pelas

auditorias da

CGU

e

do

INSS

embasaram

a

ação

civil

pública

••

_IjD�ae:.::_Jiiél3I

PorcontadaapuraçãofeitanaDelegacia Previdenciária,a25aPromotoria do Ministério Público

do EstadodeSanta Catarina(MP-SC) ajuizouumaaçãocivilpúblicapara realizarumaauditoria

independentenascontasdaentidade. OjuizLuísFelipeCaneverafastouadiretoria àépocae

designouFátima Ribeirocomoadministradoraprovisória.Nalicitaçãoconduzidapelainterventora,

foi contratadaaempresa BOO Trevisan para apurarirregularidadesnagestãodosrecursos.

�,de�!--?atinfe��

I'\IBY@"Y,.,",�'�i_ �;lYH'�o,'--, �}'�,�

Devidoaograndevolume dematerial recolhido, a 25' Promotoriapediuaprorrogaçãoda

intervençãode seis para 13meses.

o MP-SC solicitaà Diretoria Estadual deInvestigaçõesCriminais(Deic)averificaçãode documentos

relacionadosaoito empresas quepoderiamestarenvolvidasemfraudesnaprestaçãodeserviços

à Feese,

��liiili_'Ri1ijllitlilij1;'

Para regularizarosprojetos, foi desenvolvidoum novo modelodegestão pela interventora,

publicadodia 18 de marçonoManual da Feese. Aalteraçãonoprocedimentode compra dos

projetosnãoagradouoscoordenadores. Eles deveriam elaborarumpré-planejamentodoscustos

a seraprovado pela fundação.Outropontomodificadoeraqueoscontratosdeveriamserfechados

diretamentecomaUFSC. Afundação,nessecaso,teriaopapeldeapoio,restritoà compra de

pequenosequipamentoseàcontrataçãodefuncionáriostemporários.

:

�';'�.�I�\1'-

'li�.í.;$J'"k';')'ílf1\li:'V�

-.§[",:���!rMqvt�il!i':::;"':':-·_H;;:'_---' ,__

:--_",'�_:���:�'t0:t;éj_-:::-\y<::�L�;:�:::,:

I

Umanovadiretoriatomapossee secomprometecom oMP-SCacumprirossistemas adotadose

aprovadosnaintervenção judicial,mantendoaequipequeparticipoudaimplantaçãodesse modelo. Osintegrantessomentepoderiamsair porjustacausa ouvontadeprópria.

�'lliíillll�,_II_�':'�!::'�:;;��irr�'t:i���g1�1f���'��j;�,�i'��- �;t:;�

Apõs13meses,oMP considerouosrelatóriossatisfatórios, Paraotérmino daintervenção judicial,

umasérie de regras deveriaserseguidapelafundação,Dentreelas,duasforamnegadas pelanova

diretoria. Umapediaacontrataçãodeumgerenteadministrativo fora do âmbito universitário. A

outra,garantiaamanutençãode todaaequipeQue trabalhoucom ainterventoranocargo. Comoa

diretoria assumiuosoutroscompromissos,oMinistério autorizouofinal daintervenção.

�)§f.&:..���:.:£L..;.&...� i&

1

·§f�:����EB\U

de,legaimente,agestãodeFátimaReginaacabarem30 deabril,oMP-Sesugeriuque ela

continuasse por maisumtempo,auxiliandonaimplementaçãodonovomodelo.Oscoordenadores,

noentanto,

rechaçaram

aproposta,e afuncionária

Ângela

Espfndolaassumiuocargo de Fátima.

.I

__:.?!��)

,,01_@wm;:7m'friiI""!\'lliiilíIDN@1\'lltJlili'jj

Um diadepoisda saida deFátima,oMP-SCentrouemcontatocomodiretor-presidenteCarlos

Speller,questionandoasaída da interventora. Para evitar<lesgaste político,elee osprofessores t

AlvaroLezanaeDenizar Martins renunciaramaoscargos de chefia.

,ll'&;;�""":;'��� ."',"

;�:�,�_'/H::Q�l,.,.:j?}:;:�

��:i:i'�{_-�i&-

I

O MP abriuumProcedimentoInvestigatórioCriminal paraapurarirregúlaridades apontadas

pelaauditoria.O trabalho estánafaseinicial,aanálise dedocumentos,eosenvolvidos devem

começaraserouvidosembreve.

-ZERO

(5)

Florianópolis, julho

de2008

Especial

I

5

LauraDaudén

Relatórios

apontam

irregularidades

cometidas

por

coordenadores de

projetos

Ao final da

ação

civil

pública,

proposta

pela

25a Promotoria do Ministério Público de Santa Catari­

na

(MP-SC),

foram

produzidos

sete

relatórios

individuais,

referentes

aoscoordenadores de

projetos.

Davi

do

Espírito

Santo, promotorqueres­

ponde

atualmente

pela

curadoria de

fundações,

afirma que nos do­

cumentos constamas maiores irre­

gularidades

levantadasnaauditoria

da empresaBDOTrevisan,durantea

intervenção

judicial.

Os

principais

problemas

nasati­

vidadesdizem

respeito

aopagamen­

to aempresas epessoas não vincu­

ladasaos

projetos;

a

subcontratação

deempresas,inclusive de

professores

eservidores daUFSCefuncionários

da Feese; e,

ainda,

a transferência derecursos das contas dos

projetos

para

particulares.

Ariovaldo

Bolzan,

vice-reitor

até maio deste ano,

justifica

o en­

volvimento dos coordenadores nos

relatórios individuais

pelas relações

próximas

entre eles. Na

prática,

o

relacionamento direto deBolzan só

pode

ser

comprovado

com Ricardo

Machado,

com quem mantém so­

ciedade na Resume

-Reciclagem

Ltda.Asociedadenasceuem umdos

projetos

realizado

pelos

dois pro­

fessores,

com recursos

gerenciados

pela

Feese. Averbapara a

pesquisa

de

tecnologia

sobrea

reciclagem

do

isopor

veio de uma empresa exter­

na, que osdois

preferem

não iden­

tificar. Bolzan e Machado afirmam

ter aberto um espaço

privado

para o desenvolvimento da

pesquisa

por­

que aUFSC não ofereciaainfra-es­

truturanecessária.

A Resume foi mantida

integral­

mente, até 2003, com a verba cap­

tada inicialmente no

projeto

via

fundação.

O

objetivo

eradesativá-la

depois

do desenvolvimentodatecno­

logia,

mas,

segundo

os

professores,

isso aindanão aconteceuporcausa

do interesse de outros

engenheiros

no

negócio.

Os sócios agora traba­

lham nos processos de repasse dos

royalties

paraa Universidade. O di­

nheiro

que veiodainiciativa

privada

foi intermediado

pela

Feese paraser

administradoemoutraesfera

priva-o

que

eles dizem

da,

mesmo com a

garantia

dospro­

fessores denãoteremlucradocom o

empreendimento.

O único benefício financeiro recebido Pilr Bolzan e

Machado,

garantem,seriaabolsa de

pesquisa

paga

pela fundação.

Se os dois

professores

fossem

somente

engenheiros

e desvincula­

dos da UFSC, não seria necessária

a

mediação

da

fundação

porque a

parceria

poderia

ser apenas entre

dois

membros

do setor

privado.

Os

recursosforam investidosno

projeto

de Bolzane Machado porque ambos

desenvolviam

pesquisa

na ins­

tituição

atendendo ao interesse da empresa. "Para que

pudéssemos

re­

ceberabolsaeadministrarodinhei­

ro, fizemos uso

da

Feese",

explicam

os coordenadores.

Nesses oito anos, os

projetos

co­

ordenados por Bolzan também pa­

garam

R$

96

mil para pessoas não

listadas formalmentenoscontratos.

Foramgastos também

R$

85 mil na

comprade passagensaéreaserodo­

viárias,

além de estadia em hotéis

em nomedepessoas nãovinculadas formalmente aos

projetos.

"Estes

gastos não constavam no contrato

inicial,

mas a dinâmica mudava e as novas

despesas

deveriam ser in­

cluídas",

justifica

Bolzan.

No relatório de

José

Eduardo De

Lucca,foi constatado

R$

190milcomo

pagamentoapessoas eempresas não

registradas

nos

projetos.

Nascontasde

Jorge

Mário

Campagnolo,

a

irregularí­

dade ficouem

R$

25

mil;

noscontratos

de Victor

Juliano

Negri,

os gastos al­

cançaramovalor de

R$

53 mil.

A

situação

evidenciaaausência de

controle da

fundação

sobre o que de

fato era feito nascontasdos

projetos.

Como Bolzan e outros coordenadores

pagavam

viagens

e isso não constava

devidamentena

contabilidade,

osaudi­

toresentenderamqueaFeese nãocon­

seguia

controlar todas as

despesas

que

passavam

pelos

projetos

da

fundação,

deixandobrechasnacontabilidade.

Funcionário-coordenador

O caso de Gilberto Klaumann

foge

à regra dos outros seis nomes

citados ao final da auditoria. Du­

ranteos oitoanos

analisados,

Klau-- AriovaldoBolzaneRicardoMachado: consideram queaauditoriaestáincompleta

porquenão foramchamadosaprestaresclarecimentos.

I

i

I

- José EduardoDeLucca

eVictorJuliano de Negri:afirmam não saberqueseus

nomesestão citadosnaaçãocivilpública.

-JorgeMárioCampagnolo:ciente dasituação,diz estartranqüilocom ospareceres.

- José Carlos ZaninieGilbertoInácio Klaumann: foram

procuradosinúmerasvezespela

reportagem,masnão retornaramose-mailse ostelefonemasnuncaforamatendidos.

mann coordenou 35

projetos

na

fundação,

apesardenãoserdocente

daUFSC.Até novembro de2002,tra­

balhavana Feese, mas seu vínculo

formal era de servidor

público

da

Universidade.A

partir

desta

data,

foi contratadocomofuncionário.

Nos dois

primeiros

anos recebia seu salário em forma de bolsa de

extensão

pelas

atividades realizadas

dentroda

fundação.

O

registro,

tanto

como servidorquanto como empre­

gado implica problemas

para Feese,

Primeiro, elenão

poderia,

como ser­

vidor

público,

ser remunerado

pelas

suasatividades funcionaisnafunda­

ção.

Segundo,

Klaumann acumulou também as

funções

de

superinten­

dente e

coordenador,

de modo que

obteve sozinho total controlesobreo

processo de

captação

e

gerenciamen­

todos

projetos.

Como

superintendente,

Klau­

mannfazia tambémpartedoConse­

lho Curador. E,

segundo

o8°

artigo

do estatuto da Feese, os curadores

não

podem

ser remunerados

pelo

exercício da

função.

Seuúnicocar­

go

passível

de salário seria, portan­ to, a

coordenação

de

projetos.

Essa

tambémnão seriaviável desde2002

que ele não recebia bolsas e sim

salário. Klaumannnãoera umpes­

quisador

da

Universidade,

mascap­

tavarecursosparadesenvolvimento

de

pesquisa.

Seuvínculoeraempre­

gatício

apenascom aFeese.

Nos oito anos emquecoordenou

projetos

na

fundação,

Klaumann

contratou as empresas PKSolution LtdaeNextMillenium.Asduaspres­ tadoras de

serviço

tiveramaexistên­

cia

questionada pelos

auditores do

INSS.Além

disso,

90%deseusfatu­

ramentosadvém daFeese, Oconflito

deinteressesfica estabelecido quan­

doseverifica que Klaumannésócio

daPK Solutione sua esposa apro­

prietária

daNextMillenium.

Os sete relatórios individuais

apontamas mesmas deficiênciasno

controle administrativo da

fundação

-pontosqueagora devemserinves­

tigados

pelo

MP-SC. Ossete coorde­ nadores aindanãoforam

procurados

pelo

MinistérioPúblico paraprestar

esclarecimentos.

(G.F.)

Totalnnovinnentado

pelos

professores

Klaumann R$38milhões Zanini R$16mílhões Bolzan R$11 milhões Campagnolo R$6milhões Lucca R$2 milhões Machado R$2 milhões Negri R$1milhão

Documentos daauditoriacomprovam

pagamentos

apessoasnão vinculadasaoscontratos

Ministério

Público

e

Deic

abrem

processos

de

investigação

Comofim da

intervenção

judicial

na

Fundação

deEnsinoe

Eng.etrbaria

deSanta Catarina

(Feese),

as inves­

tigações

para apurar

possíveis

irre­

gularidades

continuamnaDiretoria

Estadual de

Investigações

Criminais

(Deic)

e noMinistérioPúblico doEs­

tado de Santa Catarina

(MP-SC).

O

trabalho,

queé realizadoem parce­

riaentre asduas

instituições,

ainda

não

possui

prazo de conclusão.

Desdeofinal de2007,ainda du­

rante a

intervenção

judicial,

o MP­ SC solicitou à Deicque conferisse a

existência de empresas fantasmas

prestadoras

de

serviços

à

fundação.

Ao

total,

são oito processos criminais

de

verificação

em

andamento,

cada um relacionado a umaempresa di­

ferente.

um

procedimento

demo­

rado,

pois

exige

que

verifiquemos

documentos

junto

à Fazendaeinfor­

mações

com os Correios e

vizinhos,

por

exemplo,

parasabersesãofeitas atividades

naqueles

lugares", explica

o

delegado

Célio

Nogueira

Pinheiro,

responsável pelo

caso.Tambémestão

sendo tomados

depoimentos

de donos das empresasemembros daFeese.

.

Ao final das

investigações

da

Deic,umrelatórioseráencaminhado

à

Justiça,

que decidirá sobre aaber­

tura de processos. Se

comprovado

crime, os envolvidos

podem

respon­

der por

falsificação

de documentos

(entre

doisaseisanosde

prisão,

mais

multa)

e crimes

tributários,

como

sonegação

de

impostos (entre

dois

acincoanos de

prisão,

mais

multa).

"Mas,

porenquanto,não

podemos

ti­

rar conclusõesporque a

perícia

não

foi

finalizada",

diz.

Na 25aPromotoria, opromotor

Davi

Espírito

Santo continua no co­

mando do caso. O trabalho está na

fase

inicial,

de análise de

documentos,

e aspessoas queserãoouvidas respon­

derão na

condição

de

investigadas.

"É preciso

ter cuidado para separar

aqueles

queatuaramdemá-fé

daque­

les queestavam

irregulares", explica.

Devidoao

grande

volume de

material,

espera-seconcluiroprocesso investi­

gatório

criminal

(PIC)

dentro deum ano. Caso

seja

comprovada

a

culpa

dos

investigados,

elesserãodenuncia­ dos à

Justiça

comum.Ao

contrário,

o

processoserá

arquivado.

ZERO

NancyOutra

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