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Influência do Método Pilates sobre a Incontinência Urinaria

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Influência do Método Pilates sobre a Incontinência Urinaria

SANTOS, Stela Macedo1, SILVA, Solange Teixeira2,

1- Acadêmica do curso de fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo –UNITRI MG Brasil. (stela_santosmacedo@hotmail.com)

2- Orientadora e professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo –UNITRI MG Brasil. (stsferreira1@yahoo.com.br)

RESUMO

Introdução: A Incontinência Urinária (IU) é um sintoma de armazenamento e é definida como a queixa de qualquer perda involuntária de urina. Podendo ser classificada conforme os eventos apresentados pela paciente em: incontinência urinária de esforço (IUE), incontinência urinária de urgência (IUU) e incontinência urinária mista (IUM). O tratamento conservador envolve o treinamento dos músculos do assoalho pélvico. Trata-se de alternativa segura, eficaz, econômica e sem contraindicações. Nesse sentido, técnicas como treinamento abdominal, ginástica abdominal hipopressiva, reeducação postural global e o Pilates foram propostas nos últimos anos para o tratamento da IU. Objetivos: Verificar se o Método Pilates é capaz de influenciar no tratamento da IU. Metodologia: A pesquisa foi realizada com 37 mulheres voluntaria. A coleta foi avaliada através do International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form ICIQ-SF, avaliando os dados obtidos antes e após o tratamento com o Método Pilates. Resultado: Foram analisadas 9 voluntarias que apresentou IU pós primeiros questionário, a idade média de 49,22 anos (±7,87 anos), sendo a idade mínima observada de 30 anos e a máxima de 57 anos. No estudo podemos observar que não há uma diminuição significante de perda de urina após a prática de Pilates. Conclusão: Conclui-se que Método Pilates, não influenciou de forma significativa sobre incontinência urinaria, na amostra estudada.

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INTRODUÇÃO

O mecanismo normal de controle da micção ocorre quando há uma bexiga estável e uma pressão intra-uretral maior que a pressão no interior da bexiga. Há duas maneiras para que esse mecanismo seja mantido; uma é que tenha estabilidade do músculo detrusor e a outra é manter o gradiente de pressão da uretra e a bexiga. O músculo elevador do ânus, que integra o assoalho pélvico, ajuda no suporte da bexiga e auxilia a manter a pressão intra-uretral; por outro lado os músculos do esfíncter externo exercem uma assistência no mecanismo de continência, levando a uma contração maior quando necessário, em situações de esforço, para que não ocorra perda involuntária de urina.1

A Incontinência Urinária IU é um sintoma de armazenamento e é definida como a queixa de qualquer perda involuntária de urina, que é objetivamente demonstrável, sendo um problema social ou higiênico. Podendo ser classificada conforme os eventos apresentados pela paciente em: incontinência urinária de esforço IUE, incontinência urinária de urgência IUU e incontinência urinária mista IUM.2,3

A IUE é o tipo mais comum, que acomete cerca de 50% das mulheres com IU. É definida como a queixa de perda involuntária de urina quando a pressão intra-abdominal e, consequentemente, a pressão intravesical, excede a pressão de fechamento uretral máxima. Neste tipo de IU a perda de urina ocorre durante esforços, como no exercício, tosse, espirro, risada, saltos, caminhada, corrida e levantamento de peso. Sua etiologia caracteriza-se por ser multifatorial, sendo a causa mais comum a disfunção dos músculos do assoalho pélvico. A prevalência dos sintomas da IUE de qualquer intensidade é de aproximadamente 80% em mulheres entre 25 e 60 anos de idade. 1,2,3

A IUU ocorre quando há o desejo repentino e forte de urinar sem a capacidade de controlar o mecanismo de micção, normalmente causado por contrações involuntárias do músculo detrusor, 9,3 a 16% das mulheres apresentam sintomas exclusivamente de IUU.2,3

Por fim, a IUM é a associação dos dois tipos descritos anteriormente. Muitas mulheres têm vida social e profissional ativa e, dessa forma, provoca grande impacto na qualidade de vida, levando a redução da participação das mesmas em atividades sociais e interferindo no bem-estar psicossocial, 30 a 40% apresentam queixa de IUM. 1,2,3

A prevalência da incontinência é uma condição estigmatizante em muitas populações, o que ocasiona dificuldade em obter dados epidemiológicos consistentes. Talvez por causa do estigma, essa condição está associada a baixas taxas de busca por cuidados de saúde. Apesar

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disso, os estudos mostram que aproximadamente 12,4% das mulheres jovens, 45% das mulheres de meia-idade e pós-menopausa, e 75% das mulheres mais idosas experimentam alguma perda involuntária de urina. 2

Doenças como depressão, acidente vascular cerebral, diabetes, e ainda, obesidade e limitações funcionais, aumentam consideravelmente as chances de sofrer IU. Em associação a fatores psicossociais e questões financeiras, a saúde física e a qualidade de vida, podem tornar-se ainda mais deficitárias, assumindo proporção relevante para a saúde pública. Tendo-tornar-se a maior probabilidade de mulheres acometidas por IU, não só idosas, mas também jovens e na meia-idade, devido a várias causas, sendo as maiores evidências a gravidez, o parto e as mudanças hormonais da menopausa. Outros fatores de risco são: obesidade, cirurgias ginecológicas, constipação intestinal, doenças crônicas, hereditariedade, uso de determinados fármacos, consumo de cafeína, tabagismo e exercícios físicos, assim como diversos processo fisiopatológico e situacional. Dessa forma, a adoção de medidas preventivas, diagnóstico precoce e tratamento adequado podem minimizar as consequências negativas da IU. 4,5

As pesquisas apontam razões comuns para a não procura de tratamento: o fato da IU não ser vista como algo sério ou anormal e ser considerada parte integrante do processo de envelhecimento; a baixa expectativa nos benefícios do tratamento e falta de conhecimento de onde buscá-lo; vergonha, hesitação ou medo de consultar os profissionais de saúde; custos elevados da consulta e outros. 6

Diante disso, a Sociedade Internacional de Continência recomenda que medidas de avaliação da qualidade de vida sejam incorporadas à prática clínica, valorizando, dessa forma, a percepção da paciente em relação ao seu estado de saúde. A aplicação de questionários para avaliação da qualidade de vida tem se tornado frequente nas últimas décadas, surgindo instrumentos genéricos e específicos para determinadas patologias. 2

Um dos questionários usados para avaliar a incontinência urinaria foi o International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form ICIQ-SF têm sido desenvolvidos tanto para triagem de sintomas como para quantificar o impacto das incontinências urinárias em relação à qualidade de vida. O questionário é composto de perguntas que incluem dados pessoais, frequência de perda urinária, quantidade da perda de urina, interferência da perda urinária na vida diária e momentos de perda urinária considerando que quanto maior o número de pontos obtidos, pior a qualidade de vida.7

No que diz respeito ao tratamento da IU, a literatura aponta o tratamento cirúrgico e o tratamento conservador. O tratamento conservador envolve o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP). Trata-se de alternativa segura, eficaz, econômica e sem

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contraindicações. Nesse sentido, técnicas como treinamento abdominal, ginástica abdominal hipopressiva, reeducação postural global e o Pilates foram propostas nos últimos anos para o tratamento da IU.7.8

A literatura relata que a fraqueza do assoalho pélvico é gerada, pois pacientes que fazem os exercícios de alto impacto trazem aumento da pressão intra-abdominal e contração do diafragma, causando essa sobrecarga aos músculos, que fazem sustentação a estas pressões.8 A técnica, consiste em exercícios isotônicos e isométricos e tem por característica a exigência dos músculos abdominais, músculos estabilizadores da coluna vertebral, íliopsoas, quadríceps, e também da região lombossacral e do assoalho pélvico. Tais músculos compõem o que Joseph denominou de “centro de força”, promovendo a estabilização estática e dinâmica do corpo. 3,9

A técnica também consiste em movimento do corpo todo, a respiração, o desenvolvimento muscular equilibrado, a concentração, o controle, a centralização da força, a precisão e fluidez do movimento, que juntos procuram desenvolver o corpo de maneira uniforme. Um dos pontos principais e focais do Método é a contração contínua do core, conhecida como músculos do power house. Fazem parte do core os MAP, o diafragma respiratório, o transverso do abdome, os multífidos, o psoa, as fibras mediais do quadrado lombar e o oblíquo interno. 3 e 7

Acredita-se que a contração do core proporcionará maior estabilização da cintura escapular e pélvica, e da coluna lombar. Foi proposto, ainda, que durante a ativação do core ocorre uma contração dos músculos abdominais, principalmente do transverso do abdome somado a co-ativação dos músculos do assoalho pélvico. Essa ativação dos músculos do

abdome provoca um aumento da pressão intra-abdominal, mas uma leve elevação do assoalho pélvico, capaz de prevenir a IUE10. Pois há a contração e a sustentação do músculo transverso abdominal, favorecendo uma maior estabilização lombo pélvico e o aumento da força da musculatura perineal durante a execução dos exercícios. Além disso, o argumento sustenta que a técnica promoveria benefícios adicionais quando comparado as técnicas preventivas tradicionais, sendo garantido a maior adesão e permanência das pacientes no respectivo tratamento. 7 e 10

O trabalho se justifica pelo interesse na área então, vendo a oportunidade de aprofundar no assunto para entender os resultados que o Método Pilates possa vim a influenciar na qualidade de vida do paciente, uma vez que tenho o entendimento do assunto poderá intervir para a melhor conduta.

A fisioterapia uroginecológica e um tratamento recente nas doenças sexuais femininas, em virtude disto, quanto mais estudo disponíveis para os profissionais melhor será os cuidados

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com a saúde da mulher e melhor a conscientização para a população sobre a importância do tratamento fisioterapêutico no tratamento da IU que poderá intervir de maneira mais adequada, avaliando, prevenindo e tratando doenças relacionadas à saúde da mulher.

Portanto o objetivo do estudo foi verificar se o Método Pilates é capaz de tratar a IU, antes e após o tratamento.

METOLOGIA

Tratou-se de uma pesquisa empírica, aplicada em campo pelo procedimento de levantamento social, de caráter descritivo e abordagem qualitativa. No que tange as fontes de pesquisa, os dados primários foram provenientes da pesquisa de campo e os secundários de pesquisa bibliográfica.

Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (número 3.187.336), e com a autorização da diretora da clínica Vital Mais Pilates, foi realizada a pesquisa através dos questionários International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form ICIQ-SF, foi aplicado ao participante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o qual consta do objetivo do estudo, dos procedimentos da avaliação, dos riscos e benefícios, do caráter de voluntariedade da participação do sujeito e da responsabilidade por parte do avaliador, sendo respeitada a privacidade e a total confiabilidade dos dados e o não acarretamento de danos e constrangimentos aos participantes.

O estudo foi realizado na Clínica Vital Mais Pilates. A pesquisa ocorreu no período de março e abril de 2019. O questionário foi realizado antes de começar o método pilates, e após 10 atendimentos foi colhido os dados novamente.

Participaram da pesquisa, voluntarias que estavam fazendo Pilates solo e aparelho, na clínica Vital Mais Pilates e estiveram dentro dos critérios de inclusão. Os critérios foram

voluntarias do sexo feminino, todas as voluntarias que estavam praticando Pilates, voluntarias

que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídos da pesquisa, voluntarias que não tinha nenhuma perca urinaria,

mulheres que já estavam no tratamento de IU, mulheres que possuí alguma doença de origem neuromuscular que poderia interferir na contração da musculatura esquelética; portadores de doença cardiovascular não compensada e/ou história de câncer pélvico ou mamário, voluntarias

que não aceitaram participar da pesquisa, mulheres menores de 18 anos.

Inicialmente a proposta do estudo foi realizar o questionário com 60 voluntarias, mas por desistência de três voluntarias, interrupção do método de uma voluntarias por motivo de cirurgia e faltas excessivas das praticantes o número finalizado da amostra foi de 37 mulheres.

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De acordo com as pesquisas o questionário originalmente desenvolvido e validado na língua inglesa por Avery et al ICIQ-SF (de impacto de incontinência urinária) que é composto de quatro questões que avaliam a frequência, a gravidade e o impacto da IU, além de um grupo de oito itens relativos a causas ou situações de IU vivenciadas pelos respondentes. O questionário é composto de perguntas que incluem dados pessoais, frequência de perda urinária, quantidade da perda de urina, interferência da perda urinária na vida diária e momentos de perda urinária considerando que quanto maior o número de pontos obtidos, pior a qualidade de vida. O escore geral é obtido pela soma dos escores das questões 3,4,5 7.

Resultados

De um total de 37 alunas de Pilates, foram analisadas 9 voluntarias que continham IU após a aplicação do primeiro questionário, a idade média foi de 49,22 anos (±7,87 anos), sendo a idade mínima observada de 30 anos e a máxima de 57 anos. A altura média das voluntarias é de 1,65 metros (±0,38 metros), cuja altura mínima verificada foi de 1,57 metros e máxima de 1,70 metros. O peso médio das mulheres é de 78,44 kg (± 17,07 kg) com o peso mínimo e máximo observados dados, respectivamente, por 58 kg e 112,5 kg.

Observou-se também que, 77,78% das mulheres afirmaram não praticar alguma atividade física, enquanto 22,22% (2 mulheres) fazem caminhada regularmente. Além disso, apenas uma mulher declarou que faz uso de anticoncepcional há um ano, sendo que as demais (88,89%) não utilizam anticoncepcional.

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Em relação a gestações, pode-se observar na Figura 1 que 3 mulheres (33,33%) tiveram duas gestações, 3 mulheres (33,33%) tiveram 3 gestações e 3 mulheres (33,34%) não responderam esta questão.

Com relação à prática de Pilates, tem-se que as mulheres treinam, em média, há 15,33 meses (± 19,89 meses), sendo que 33,33% (3 mulheres) praticam há um mês, 11,11% (1 mulher) pratica há dois meses, 11,11% (1 mulher) há 5 meses, 11,11% (1 mulher) há 8 meses, 11,11% (1 mulher) há 24 meses e 22,22% (2 mulheres) há 48 meses.

Figura 2: Porcentagem de mulheres que fazem dois ou três sessões por semana de Pilates.

Foi observado que, 88,89% (8 mulheres) fazem duas sessões por semana e 11,11% (1 mulher) faz três sessões por semana (Figura 2).

Ao analisar o tabagismo, apenas uma voluntaria afirmou que faz uso de tabaco há 13 meses.

Figura 3: Quantidade de xícaras de café consumidas pelas voluntarias.

Sobre o consumo de café, 88,89% (8 mulheres) tomam café diariamente, das quais 22,22% (2 mulheres) bebem uma xícara, 11,11% (1 mulher) bebem duas xícaras, 33,33% (3

88,89% 11,11%

2 Sessões 3 Sessões

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mulheres) bebem três xícaras e 22,22% (2 mulheres) bebem cinco xícaras, conforme pode ser observado na Figura 3.

Tabela 1: Comparação da média do escore ICIQ – SF e dos escores das questões 3 a 5 do ICIQ-SF antes e após a prática de Pilates.

Antes Depois Wilcoxon

Média ± Desvio padrão

Média ±

Desvio padrão valor-p

ICIQ Escore 6,22 ± 3,77 5,44 ± 3,09 0,1807 Frequência de perda de urina 3,33 ± 1,48 2,00 ± 1,22 0,1729 Quantidade de perda de urina 2,44 ± 1,67 2,00 ± 1,00 0,5000 Interferência de perda

de urina na vida diária 1,56 ± 1,13 1,44 ± 1,74 0,5000

A Tabela 1 apresenta a média e desvio padrão do escore ICIQ-SF e das questões 3 a 5. Pode-se observar que não ocorreu uma melhora significativa no impacto sobre a qualidade de vida das voluntarias após a prática de Pilates (valor-p > 𝛼). Analisando de forma específica os

escores das questões de 3 a 5, após a prática de Pilates não houve uma diminuição na frequência observada de perda de urina e na quantidade de perda de urina, bem como não houve interferência de perda de urina na vida diária (valor-p > 𝛼).

Tabela 2: Proporção de quando perde urina antes e após a aplicação do tratamento com Pilates. Antes Depois N (Proporção) N (Proporção) valor-p Nunca 0 (00,00%) 2 (22,22%) 0,9332 Perco antes de chegar ao banheiro 5 (55,56%) 3 (33,33%) 0,1714

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Perco quando tusso ou espirro 5 (55,56%) 3 (33,33%) 0,1714

Perco quando estou fazendo atividade física

2 (22,22%)

1

(11,11%) 0,2635

Perco quando eu terminei de urinar e estou me vestindo

1 (11,11%)

1

(11,11%) 0,500

Perco sem razão obvia

2 (22,22%)

1

(11,11%) 0,2635

Pode-se observar na Tabela 2 que não há uma diminuição na proporção de perda de urina após a prática de Pilates (valor-p > 𝛼). Têm-se, ainda, que antes da prática das sessões de Pilates observou-se que 55,56% das mulheres perdem antes de chegar ao banheiro, 55,56% ao tossir e espirrar, 22,22% ao fazer atividade física, 22,22% sem razão óbvia e 11,11% quando termina de urinar e está se vestindo. Já após a prática, verificou-se que 22,22% nunca perdem urina, 33,33% perdem antes de chegar ao banheiro, 33,33% ao tossir e espirrar, 11,11% ao fazer atividade física, 11,11% sem razão óbvia e 11,11% quando termina de urinar e está se vestindo.

Discussão

O presente estudo teve o objetivo de analisar se o Método Pilates influência no tratamento da IU. Através do questionário International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form ICIQ-SF. Foram analisadas uma amostra de 37 pacientes que faziam Pilates, no entanto 9 pacientes tinham IU, podemos observa que não ocorreu uma melhora significativa, na perda urinaria após a pratica dos exercícios com Método Pilates.

A incontinência urinária é causada basicamente pela flacidez da musculatura do assoalho pélvico destacando-se como um problema de saúde, atingindo indivíduos de todas as faixas etárias e de ambos os sexos, gerando comprometimentos físicos, sociais, ocupacionais, psicológicas, sexuais e econômicas, interferindo negativamente em sua qualidade de vida, sendo de extrema relevância para a área da saúde como um todo GUIMARÃES et al 7. Pode-se observar antes da pratica de Pilates que 55,56% das mulheres perdem antes de chegar ao

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banheiro, 55,56% ao tossir e espirrar, 22,22% ao fazer atividade física, 22,22% sem razão óbvia e 11,11% quando termina de urinar e está se vestindo. Já após a prática, verificou-se que 33,33% mulheres perderam antes de chegar ao banheiro, 33,33% ao tossir e espirrar, 11,11% ao fazer atividade física, 11,11% sem razão óbvia e 11,11% quando termina de urinar e está se vestindo.

Em um estudo feito por PAIXAO et al 13 relata que segundo a Organização Mundial de saúde (OMS), a pessoa é considerada idosa quando atinge a idade uma idade de 60 a 74 anos. No Brasil, o processo de envelhecimento encontra-se em uma situação constante e crescente. Nesta etapa da vida, aparecem várias modificações, como diminuição funcional do sistema nervoso, circulatório, redução do volume vesical, atrofia de músculos, entre outros. Esta gama de alterações, promove a diminuição da elasticidade e contratilidade da bexiga, causando até irritabilidade da mesma. Todos estes fatores contribuem para o aparecimento da IU nestas pessoas idosas. Sintomas de IU estão presentes no público idoso, visto que das 40 idosas, 32,5% relataram perda de urina, sendo que 20% aos espirros e tosses. Contrariando com o presente estudo, pode-se verificar que mulheres mais jovens, já estão apresentando problemas com incontinências urinaria a idade média foi de aproximadamente 49,22 anos, para as pacientes que participam da pesquisa.

FONSECA et al 14, relata que Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da

Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) (2016), a etiologia da obesidade é multifatorial e complexa, resultante da interação de genes, ambiente, estilo de vida e fatores emocionais. Além disso, a obesidade está associada a maior morbidade secundária, a um aumento da resistência à insulina, diabetes, hipertensão e dislipidemias. O ambiente moderno é um forte estímulo para obesidade, o aumento da ingestão calórica e a diminuição dos níveis de atividade física são fatores ambientais determinantes muito fortes. Conforme o Ministério da Saúde (2014), através da pesquisa realizada pela Vigitel (Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico), 17,9% da população está obesa e 52,5% acima do peso, sendo que esse índice era de 43% em 2006. As mulheres com obesidade têm maior chance de desenvolver incontinência urinária (IU), especialmente quando relacionada ao esforço. Corroborando com o presente estudos que observou que as participantes apresentaram o peso médio de 78,44 kg (± 17,07 kg) com o peso mínimo e máximo observados dados, respectivamente, por 58 kg e 112,5 kg.

Epaminondas et al 15,em sua pesquisa relata que os danos e/ou alterações causados ao assoalho pélvico pela gestação e pelo parto, dentre outros, ocasionam disfunção da musculatura que tende a se agravar após a menopausa. As disfunções do assoalho pélvico (AP) por danos estruturais e funcionais de músculos, nervos, fáscias ou ligamentos podem gerar

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sintomas como urgência e aumento da frequência urinária, prolapsos de órgãos pélvicos, além de incontinência urinária (IU) e fecal. Durante a gestação, esses sintomas podem estar associados ao efeito da pressão do útero gravídico sobre a bexiga, reduzindo de forma significativa a complacência vesical, podendo afetar negativamente a qualidade de vida de gestantes. Embora não foi no o objetivo do presente estudo pode-se observar ao número de gestações, 3 mulheres (33,33%) tiveram duas gestações, 3 mulheres (33,33%) tiveram 3 gestações e 3 mulheres (33,34%) não responderam esta questão, dessas mulheres que tiveram gestação perdem de um ou mais formas de perdas de urina, antes do tratamento.

MARTINES et al16, relata que a obesidade, tabagismo, fatores hereditários, uso de

drogas, consumo de cafeína, constipação intestinal, estilo de vida, cirurgias ginecológicas, entre outros fatores, também podem apresentar uma relação com a ocorrência da IU em mulheres. No presente estudo o tabagismo embora a vários relatos na literatura sobre a relação da incontinência urinaria e o cigarro, não teve relevância significativa por que apenas uma mulher é tabagista, sendo que faz uso de tabaco há 13 meses.

Sobre o consumo do café um estudo realizado por GUEDES et al17, dentre os líquidos mais consumidos no mundo está a cafeína, a qual é encontrada não apenas no café, mas também no chá, chá verde, bebidas gaseificadas, refrigerantes, chocolates e em inúmeros medicamentos, incluindo supressores de apetite, diuréticos, analgésicos e descongestionantes. A cafeína tem ação diurética nos rins, ocasionando um aumento do volume urinário e a ingestão da cafeína em grandes doses pode causar instabilidade do músculo detrusor e, consequentemente, perda involuntária de urina. Dados também observado no presente estudo que mostrou, 88,89% (8 mulheres) tomam café regularmente, das entrevistadas 4 mulheres perdem urina antes de chegar ao banheiro e perdem quando está se vestindo mostrando uma instabilidade no detrusor.

O tratamento pelo uso de atividades física é muito importante para essas mulheres que sofrem de IU o estudo realizado por Frigo et al8, relata que a fraqueza do assoalho pélvico é

gerada, pois os exercícios de alto impacto trazem aumento da pressão intra-abdominal e contração do diafragma, causando essa sobrecarga aos músculos, que fazem sustentação a estas pressões. Sabe-se que, em atletas, essa força da musculatura abdominal é alta, devido ao treinamento físico geral exigido por essas modalidades esportivas, podendo ocorrer episódios de perda urinária durante as atividades físicas, mesmo na ausência de qualquer outro tipo de sintomas. Percebe-se então a relação entre atividades de alto impacto, como o voleibol e o desenvolvimento de IU. No entanto podemos observar nessa pesquisa que o Pilates pode ser mais um método eficaz no tratamento da IU porque se trata de uma atividade física que não

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causa impacto e trabalha centralização da força, movimento do corpo todo, a respiração, desenvolvimento muscular equilibrado, a concentração, controle a precisão e fluidez do movimento.

Segundo Santos et al3, o Método Pilates tem sido discutido em vários estudos e o

fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico é recomendado por especialista no tratamento da IU, isso porque essa musculatura apresenta duas funções principais: suportar os órgãos pélvicos e contribuir para a função esfincteriana da uretra. De acordo com nossa pesquisa, que em 10 sessões de Pilates não foi suficiente para fortalece a musculatura, não houve uma diminuição significativa na frequência, na quantidade de perda urinaria e bem como não houve interferência de perda de urina na vida diária. Um estudo realizado por Santos et al3, percebeu- se ainda que o Método Pilates influenciou na força do assoalho pélvico, podendo ser usado como forma de prevenção e auxílio no tratamento das disfunções desta musculatura, demonstrando claramente o aumento significativo com relação a força perineal associada a redução da perda urinária.

Conclusão

Conclui-se que Método Pilates, não influenciou de forma significativa sobre incontinência urinaria, na amostra estudada.

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REFERÊNCIA

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