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Zero, 2012, ano 31, n.2, out.

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(1)

lO ..

��

':w�:- ;.,

CONEXÕES

Sem

lenço,

sem

documento

Falta

de

horários

para

provas

práticas

e

reprovação

de quase 50%

afetam

o

bolso

de quem

quer tirar

o

CNH

em

Florianópolis

PÃGINA

11

ZERO

ENTREVISTA

Grupo Engenho

Banda

volta

ao

cenário

28

anos

depois

de

fazer

sucesso no

país

e

fala de

seu

estilo,

dos

novos

planos

e

da

música

catarinense

PÃGINAS4/5

REPÚBliCA

Eleições

nos

Centros

Reitoria interveio

na

escolha

para diretor

do

CCJ, provocando

uma

polêmica

que

envolveu

as

demais

unidades

de ensino

PÁGINA!

(2)

EDITORIAL

DIRETO

DA

REDAÇÃO

Notícia

impressa,

em

tempo

real

futuro dos

jornais

em

papel

foi tema central de dois congressos, re­

alizados recentemente, de renomadas entidades

patronais

do

Jornalismo:

aAssocia­

ção

Nacional dos

Jornais

(AN])

e a

Sociedade Interamericana de Im­

prensa

(SIP).

Osplayers

do

mercado,

brasileiro e

mundial,

nãotêmuma

resposta definitiva quanto ao novo

modelo de

negócios

paraosetor.

De certo

modo,

essa ausência de modelosmarca a

transição

ao

digi­

tal,

ummistodecrisese

oportunida­

desno novoecossistemadeinforma­

ção

quese

descortina,

nassociedades

democráticas

contemporâneas.

Nesse

vácuo,

a vozdo

jornalista

Juan

Luis

Cebrián,

fundador do El

País,

há 37

anos, reafirmouuma

convicção

que

contrariaoque

pitonisas

egurus de

consultorias

professam:

"Há 50anos

faço jornais

de

papel

e morrereifa­ zendo

jornais

de

papel".

A

experiência

do

Zero,

nos últi­ mos 30 anos, também reflete esses

desafios e

perplexidades.

Talvez o

maior deles

seja

comomanter vivo

o interesse do

público

por um

jor­

nal em

papel,

cuja

periodicidade

mensal tende adiluir e

fragmentar

suasreportagensemmeio à

galáxia

de

informações

que circulam nesse

OPINIÃO

ONDE

O LEITOR TEM VOZ

tempo. O

jornal

tem

apostado

na

qualidade

das

pautas,

no

aprimora­

mentoconstantedos métodosetéc­

nicas de

apuração, experimentação

de formas e

linguagens, produção

textual

buscando,

sempre,amáxima conexãocom os interesses donosso

público (estudantes

universitários dos 17aos29

anos).

Nesta

edição,

você vai conferir

nas

páginas

Centrais

(8

e

9)

um

esforço

de

apuração

que demandou

Velha

escola

de

jornalismo

em

papel

é

essencial

para formar

novas

gerações

dois meses de

trabalho,

ouvindo e

questionando

mais de dez fontes

diferentes,

entre

poder público

mu­

nicipal,

representantesde empresas,

movimentos comunitários e pes­

quisadores.

O tema: a falta de um

projeto

de saneamento básico que

contemple

toda a cidade de Floria­

nópolis.

Na ausência deconsenso e

vontade

política,

metade da

capital

continuará à

descoberto, pelo

me­

nos,nos

próximos

quatroanos.

Na

seção

"Zero Entrevista"

(pá­

ginas

4e

5),

você tem ahistória do

Grupo

Engenho,

umadas bandas de

maior sucesso,no estado e no

país,

que estava há quase 30 anos fora

da cena musical catarinense. Seus

integrantes

retornam aos

palcos

de

Floripa,

com

projetos

de shows

pelo

estado e o

lançamento

deum novo

CD. Outra reportagem de alto in­

teresse

público

envolve o futuro do

Hospital

Universitário

(páginas

6 e

7).

O governo Dilma Rousseffcriou

umaempresa, de natureza

privada,

porém

usandorecursos

públicos,

que

iráadministrar arede dosHUs

(são

46

hospitais

vinculados às univer­

sidades

federais).

Por enquanto,na

UFSC,

aadesãoà

Empresa

Brasileira de

Serviços

Hospitalares

(EBSERH)

depende

da

aprovação

do Conselho Universitário. O risco éa

criação

de um

serviço

privado,

em detrimento ao atendimento através do Sistema

Único

de Saúde

(SUS).

A

declaração

de Cebrián é uma

injeção

de ânimo para quem conti­

nuaacreditandona

importância

da

velha escola dos

jornais impressos

como espaço fundamental à forma­

ção

dos

jovens

repórteres.

d!ubJifJamos

umatabela

romo nome

..

impedidos

desecandida"

tarnas

eleiçii

ialeida Ficha

limpa,

na

página

11 da

re/érida ediçiio.

Na

tabela,

faltaram

os nomesdos candidatosa

prefeito

FernandoLuiz

Hoffmann,

do ppde1'rombudo Central;vereador Geraldo

Pereira,

do PMDBdeTubatiio;candidatoa

vereadorLozander Eroni

Gazzola,

do PSDB de Var­ gem;eWilmar

Carelli,

que tentavase

reeleger

como

pre.feiWpelo

PMDB

tfa cidade

de Videira.

Na

matéri4'

mosao

publicar

quea

Axado

eletrônico.Na

realidade,

a site

AxatkJ.com,

um

portal

de

rompa

�fretes

online.

Parabéns

pela edição primorosa. Conheço

Eudese

Everton

(personagens

damatériada

contracapa).

Pessoas

especiais!!!

.

Cleia Maria

Braganholo

-Florianópolis

Parabéns,

bom trabalho!

Apesar

deser umobservador

afastado,

reconhecieadmireio

empenho

do

projeto.

Nelson deFaria

Campos

-Jaraguá

do Sul Parabéns

pelafoto

doLaNaciónna

prata!

Picou muitoboa.

Lucas

Sampaio

- SãoPaulo

PARTICIPEI

Mande

críticas,

sugestões

ecomentários

E-mail

-zeroufsc@gmail.com

Telefone

-(48)

3721-4833 Bruno

Volpato

-Florianópolis

Twitter -@zeroufsc

o Zero entrevistouoscandidatosà

prifeitura

de

Florianópolis.

Mais

informação

para

definir

o seuvoto.

OMBUDSMAN

BERNARDO KUCINSKI

o

papel

do

jornal

título éo mesmoda colunaanterior,masdestaveztrato do

papel

mesmo,essequenodia

seguinte

servepara embrulhar

peixe.

Papel

ruimrebaixa

jornal

antesmesmodo

jornal

ser

lido.Naúltima

edição

doZero

[Setembro/Iz],

por

exemplo,

é

ilegível

obox

"pisamos

nabola".Fotosetextoscomfundo colorido também

perderam qualidade.

Porissoeporum

lapso

deúltimo

momento,lioZerona suaversão

digital.

Surpresa!

Aversão

digital

éo

impresso

no formato Flash ou

similar,

que não

ofereceamaioriadosrecursosde mídia

digital,

enadatema ver com as

linguagens,

eformatos da mídia

digital.

Nãoestánahora de

partir

paraumZERO

digital?

Além daeconomiade recursos,osestudantes estariamsepreparan­

do parao

jornalismo

do seutempo não parao

jornalismo agonizante

dotempodeseus

professores. (Nesta

semanativemos notíciasdamorte

anunciada do

Jornal

da

Tarde,

deSão

Paulo,

edo fim daversão

impressa

da Newsweekamericana. Nomês

passado,

oHaaretz,maior

jornal

deIs­

rael eliminouaversão

impressa

deseus

suplementos,

emmaisumaetapa

da

extinção

total do

impresso).

Pode-seargumentarqueo

impresso

aindaéessencial

pelo

seupoten­

cial formativo.Não creio. No

digital,

oespaço é

infinito, permitindo

que

mais alunosescrevam textos

individuais,

assim comsão incontáveis as

possibilidades

formais.

Agora

vamosà

obrigação:

acrítica de conteúdo do últimoZero. Senti

nítida melhora na

qualidade

de todas as matérias.

Algumas

ainda re­

cendem a

relatórios,

massão consistentese maduras. Ressalto as que

tratamdas

eleições

edas empresas

start-ups.

Ficaram pequenasdúvidas nadiscussãodos efeitos dacrisecambial

argentina

noturismodeSanta Catarinae namatériasobreaLeida Ficha

limpa.

Creio queadoturismo teriasidomaiseficazse assumisse,semmargemde

dúvida,

quea

sítu­

ação

mudoumuitoefocasse de modomais

organizado

nosmeiospara

enfrentaro novocenário.Adaficha

limpa

nãoesclarecequementracom os

pedidos

de

impugnação

e o

papel

doTSE.

Outras

observações:

Otemados

professores

comsuper- salários

não

se

restringe

à

violação

dotetode

R$

26.700,00

comoinsisteo

jornal

de

modoumtanto

legalista

eà ideia da

transparência.

Umapautacriativa

discutiria tambéma

questão

daisonomiaentre

professores,

do acumulo do

regime

detempo

integral

e

dedicação

exclusivacomtantos contratos

paralelos,

e ada

formação

edaumanomenklatura universitária.

Duasmatériasmechamarama

atenção,

ado casal gayedatriste

vida da

galinha poedeira,

ambassem

gancho algum,

ambasmuitobem

escritas. Afriezacomqueédescritoociclode vida deuma

poedeira

é a mesmada

própria

maneiracomo esseciclo édeterminado

pelo

homem.

Adocasal gay,tão

politicamente

corretaquenem usaessa

palavra,

lem­

braumcontode

fadas,

no

qual

tudocomeçamaleterminabem. Ambas beirama

criação

literária.

Finalmente,

umcomentário sobreareportagemquetratadainsta­

lação

da defensoria

pública

noEstado.Se existeumtemaque

poderia

ter

sido estruturado da forma

clássica,

começando

com a históriadeuma

pessoaoufamília queseferrou por falta de

advogado,

ampliando

para onúmerodepessoasvítimasdomesmo

problema

e

depois

introduzindo as

mudanças,

seria

justamente

essahistória.Ecomchamada de

primeira

página, pela

relevância social doassunto.

.

.

zillo

.

JORNAL

LABORATÓRIO

ZEROAnoXXXI· N°2

-Outubro de 2012

REPORTAG.

Gabriele Duarte,GiovannaChinellato,Helena Stürmer,

Jenoif;!

Hartmann, Jéssíca Melo,

Joan�

28notto,

João GabrielNogueira,LauraVaz, LeonardoUma,LetíciaTeston,LucasInácio,LuisaNucada,MarianaRosa,Rafaelcanoba,SâmiaFiates,StefanyAlves,ThaineMachado£DITORESAna

CarolinaPaci,CésarSoto,FranciscoDantas,Victor

Acosta,

VictorHugoBittencourt

DIAGRAMAÇÃO

GiovanniBello,Leonardolima,Tulio KruseeVinicius SchmidtFOTOGRAFIA.Giovanna

Chinellato,GiovanniBello,MilenaLumini,Rafaelcanoba,StefanyAlves,VietorHugoBittencourtCAPAGiovanni Bello

INFOGRARA

Giovanna Chineltato,Rafae!canoba

ILUSTRAÇÃO

Felipe

TadeuPRO OR

RESPONSÁVEL

SamuelUmaMTbjSC00383e

Ângelo

AugustoRibeiro6504/27/26vRSMONITORIATulio KruseeVinicius Schmidt

IMPRESSÃO

Olá ense

DRAG mplares

DISTRIBUIÇÃ

IFECHAMENTO25de outubrode2012 .

. •

••

• •

••

boratório •. ráfic OM 1994

19.

·.ZE80

Outubro

de

2012

(3)

REPÚBLICA

GUIA

DE

SOBREVIVÊNCIA

ESTUDANTIL

Eleições

do

CC]

têm

intervenção

da

reitoria

Irregularidades

no

edital motivaram documento que influencia escolha de

direções

dos

centros

processode consulta

prévia

paraa

escolha dosnovosdiretores doscen­

trosdeensino da Universidade Fe­

deral deSanta Catarina

(UFSC)

está sendo marcadopor

intervenções

da

administração

central da

instituição.

O motivo

principal

paraessapostura

partiu

da denúncia

feita

pelo

professor

Marcos

Wachowicz,

doCen­

tro de Ciências

jurídicas

(CC]), apontando

su­

postas

irregularidades

noprocesso eleitoral do

Centro. O caso, aoser analisado

pela

reitoria,

resultouem ummemorando

(40/2012/GR),

as­

sinado

pela

reitoraRoselane

Neckel,

que gerou

polêmica

tantona

direção

do

CC] quanto

entre

osdiretoresdoscentros.

Nodia 5 de

setembro,

a

comissão eleitoral do

CC]

submeteu as normas da consulta

prévia

aoConselho de Unidade

-órgão

máxi­

modeliberativoeconsultivo da

administração

docentro.

Cincodias

depois

dea reso­

lução

ser

validada,

durante

a

inscrição

das

chapas,

Wa-

novo

memorando

chowicz abriu umprocesso

administrativo

(23080.039299/2012-97)

apon­ tando

irregularidades

nas regras da consulta.

Noprocesso, Wachowicz

alegou

queo

edital,

o

qual previa

um

período

para

inscrição

de cha­ pas de12a20de

setembro,

sófoi

divulgado

no

dia

14, sexta-feira,

reduzindoesseprazo para

quatro diasúteis.

Consequentemente,

o

perío­

do para debates tambémeracurto.O

professor

ainda

questionou

a

restrição

de candidaturas apenasa

professores

comdoutorado.

Emresposta, areitoria enviou o memoran­

don''

40,

considerando válidasasdenúnciase

recomendandoquefosse feito umnovo

edital,

"eliminandoas

irregularidades apontadas".

No

documento,

destinado diretamente à diretora do

CC],

professora Olga

Maria

Boschi,

eenviado

no mesmodia da

denúncia,

areitora

exige

que

"seja

realizado umprocesso

democrático,

com

ampla

elivre discussão" etambém afirmaque "não será

obrigada

aobservar

pseudoconsultas

develocidade irrazoável".

Segundo

o chefe de

gabinete

CarlosVieira,omemorando foienvia­

do para

garantir

uma

eleição

comdemocracia

elisura.

Boschisedefendeu edissequeo

período

de

oitodias paraa

inscrição

de

chapas,

naconsulta

do centro, foimaiorqueoparaas

eleições

para

reitor

-ano

passado,

oscandidatostiveram seis

diasparaseinscrever.Ela assegura que sóteve

conhecimento das denúncias

quando

areitoria

encaminhouomemorandon"40eque nãore­

cebeu

cópia

das

acusações

deWachowicz.

A

presidente

da comissão eleitoral do

CC],

HeloísaMaria

Sobierajski, alegou

queo memo­

rando assinado por Neckel deveriaserdestinado àcomissãoeleitoralou aoConselho de

Unidade,

responsáveis

pordefiniras normasda consulta.

Das

recomendações

feitas

pela

reitoria,aComis­ sãodecidiuacrescentarcincodiasúteisparaa

inscrição

das

chapas

etransferirodia da

eleição

para 10de outubro. Ao fim do

período

de

inscrição,

duas

chapas

foram

homologadas:

Chapa

1, formada por Luiz Carlos Cancellier e

pelo

vice Ubaldo César

Balthazar;

e a

Chapa

2,

da

professora

Vera Re­

gina

Pereira de Andrade

e o vice Edmundo Lima

de Arruda

Júnior.

Avitó­

riaficoucom

Cancellier,

eleitocom

74,07%

dos

Após reclamações

de

diretores de

unidades,

reitora

muda

tom

em

votos.

O

CC]

foio

segundo

adecidirseu novodire­ tor,

depois

doCentro de Ciências Físicase Ma­

temáticas. No CFM, o

período

eleitoral durou

20

dias,

com

inscrirção

de

chapas

em até 24 horasantesda

votação,

queocorreu nodia 19

de setembro. Oescolhido foio

professor

Valdir

Correia. A reitoriasósoube do

pleito

nodiaem

quefoi realizado.

As

eleições

noscentrosdeensinoforamum

dos

pontos

depautadareuniãofechadaentreos

diretores dessas unidadese areitorianodia24 de setembro.

Segundo

Boschi,

osdiretores que

semanifestaram sobreoassunto mostraram-se

insatisfeitoscom omemorandon°40.A

pedido

dos diretores foi elaboradoum novo memoran­

do

(n° 1O/2012/GR)

que contém recomenda­

ções

dareitoriaetempor

objetivo

evitarnovos

conflitos. Vieirarelatou: "A reitora

explicou

a

situação,

houveos

questionamentos

queforam

esclarecidosetodos saíram

tranquilos".

Até26de

novembro,

oscentrosdeverãoen­

viaralista

tríplice

com os nomesescolhidosnas

eleições.

Das 11unidades docampusdeFloria­

nópolis,

noveaindaestãoemprocessoeleitoral.

I. Pormeio deimpugnação apresentada pelo Pro COr. MarcosWachowicz, fbi esta

Reitoria informada do jeor do Edítal OOI/CCJ/2012. com graves problemas c

2. Razüo'ISSiSk.emgr:!I1d<.:purtc,aoautor,,bllllpugnaçiío.

'> 'I·Y

{ljis,"I\I(i.",J:'",,;0,k; ; I�_!.;$�'��1<N;,.k!.nniJi.Ii m�. ii·� �a��-a�'!l.

Note-se que I) procedimento, no que se saiba, Illin se destina a corour

individuo» pnJ-escoíftido_\. cm um tosco e apressado coucurso de popularidade.

�_·w." Um.,II'terM--'JiII'dIC

ltD,.... ...

_&mi

Perceba-se. por sinal.

que

ti Reitoria não e�lá

obrigada

a

.obs�rv�r

py.l!mlar:vnm/llls

tie

n!loót!a(/e

in·cl:::aávl!l. realizadas scm sequer se atendera propna

razãodeserdo

procedimento.

Documentoassinado por Roselane

questiona

regulamento

de forma incisiva

Diretorado

CC]

diz que consultaparareitor teveprazo menor de

inscrição

Pleito

para

direção

do

HU

mudou

após

denúncia do

DeE

Caso semelhante aconteceu na

consultapara escolha do novodire­

tor do

Hospital

Universitário

(HU).

No dia cinco de

junho,

o Diretório

Central dos Estudantes Luiz Travas­

sos

(DCE)

denunciou supostas ir­

regularidades

no processo eleitoral

doHU,entre

elas, período

curtopara

inscrição

das

chapas, participação

de funcionários da

Fundação

de

Amparo

à

Pesquisa

eàExtensãoUniversitária

(Fapeu)

na

eleição

e a

disposição

de poucasurnas,que favoreceriaovoto

dosdocentes.

O

integrante

doDCE,Bruno Man­

delli, explicou

que a denúncia foi feita

depois

queareitoria

pediu

aos

membros do Diretório que lessemo

editale se

posicionassem,

elaborando

umdocumento sobreomodocomo o

processo eleitoral estava sendo con­

duzido.

O

presidente

dacomissãoeleitoral do HU, Carlos

Pinheiro,

rebateu as

acusações

e

garantiu

queo

período

de

inscrição

das

chapas

foiomesmo

estipulado

nas

eleições

para reitor.

Sobrea

questão

dos140 funcionários da

Fapeu,

Pinheiro

justificou

queex­

isteumnúmeroqueocupa cargos há

maisdevinteanos equeoHUacom­

panha

todooprocesso

(concurso,

se­

leção

e

treinamento)

de

contratação.

Na

opinião

de

Vieira,

ainclusão do

voto de funcionários terceirizados abriria

precedentes

noscentros.

A reitoria enviouummemorando

ao ex-diretor do HU,

Felipe Felício,

no mesmo dia em que a denúncia

do DCE foi encaminhada.

Segundo

Pinheiro,

acomissão eleitoral doHU

decidiuacataras

sugestões

"para

que

o processo

pudesse

seguir

normal­

mente". Assim, os funcionários da

Fapeu

não votaram e o prazo para

inscrição

de

chapas

foi

prolongado

pormais

quinze

dias. Nesse

período

surgiu

a

chapa

de

oposição

formada porLuizAlberto

Peregrino

Ferreira,o

Lula,

e ovicePaulo César TrevisolBit­

tencourt,que concorreucontra Car­

los Alberto

Justo

da Silva

(Paraná)

e a

Thaine Machado

thaine.machado@gmail.com

LauraVaz

laurarodriguesvaz@hotmail.com

Outubro de 2012

vice Mariade LourdesRovaris. As

eleições

aconteceramnodia16

deagosto e a

Chapa

1, liderada por

Paraná,

ex-candidatoareitor,venceu com72,19%dosvotos. Seunome foi

homologado,

noentanto,somente19

dias

depois

de formalizado àreitoria.

ZERO

(4)

ERO

E

T

E

ISTA

GRUPO ENGENHO

o

boi

está

de

volta

às

ruas:

"de

três

ont'onte

a

dijáoji"

Banda

com

influência folclórica

se

reúne

em

sua

formação original

Capa

do

primeiro

álbum,

recriadaaolado �-:;;�, m14 de abril de1979,cincoestudantes da

UniversidadeFederal deSanta Catarina

(UFSC)

montaramumgrupo queentrou

c

paraahistória da música

catarinense,

'aJ,'Iiicom

repercussão

nocenárionacional.O

Grupo

Engenho

faziaumsom comcaracterísticas

da.ÇlUltoria

acelerada,

dotoquedo acordeome

melodias

dançantes,

inspiradas

nosrituaisdo boi de

mamão. Apesar

denenhum dos

integrantes

ser

"Manezinho da

Ilha",

ointeresse

pela

cultura local

foi unanimidadenahorade criare

produzir.

Com

três discos

lançados (Vou

botámeuboinarua

-1980;

Engenho1981; Força

Madrinheira

-1983),

a

banda decidiuterminarem

1984.

Oúltimoshow foi

no

Centro Integrado

de Cultura

(CIC)

[disponível

em

hUJ>�/migte·til<Ybf6Ij]

.

.

Depois

de 28 anos,ClaudioFrazê

(pecc'USSão

e

voz)

é

prod�totmusic.al

e

produz

artistasdo

J:D1ltld0

todo,

inclusiveocOnbecidoviolonistaYamanc:hlCosta.

Marçelo

Muniz

'(baixista)

dáaulasde mUsicaetem

um

.prôjetb

chamado Pontos de Harmonia.Chico

Thiévestrabalba

coincosméticos artesanaiseAlisson

M'otac

granta�or

de

CO,mputadores.�nvol-';�nd

.

�paràrádfueteleVisã�·��estã0de

. . ..

l�val�

MUSiclt;�t1FSC.elll

Comofoiocomeço dabanda?

Alisson Mota: O

pessoal

da

engenharia

[da

UFSC]

fezumafestanocampuscomgente do

Brasilinteiro.Aí elesconvidaramtodososmúsi­ cosque tivessemosinstrumentosque fossem

lá,

como sefosseum sarau.Aí

peguei

meu

violão,

chameioFrazêesubimos.Aí ele

(Chico)

falou com o Cristaldo

(antigo

sanfoneiro)

e subiu

junto

conosco. Comotinhagentedo Brasilin­

teiro,começaramachamarde forró do sul. Aí

fizeramumafestanoRUechamaram de forró noRll,porqueabandaaindanãotinhanome.

Aítocamosmaisumasquatro,cinco vezes,mas agentesóseencontravapratocar.OMarceloeo

Chico falaram "agentetinhaumbanda chama­

da

Engenho,

masnão

vingou"

aífalamos: "Esse

nomeé

legal!".

Cláudio Frazê: Uma característica

geral

das bandas é que elas se conhecem e começam a

ensaiar,mas agentenão.Nós sófomosnos co­

nhecer de verdadeem

Salvador,

em umboteco no Farol daBarra

depois

detocarmosem um

show.

Engraçado

queagente

vinhatocando

junto,

mas essacoisadesaireconversar, nunca!

Na

época

o

público

de vocês tambémera o

universitário?

Alisson: Sime naverdadeaUFSC

ajudou

muito

o

Engenho.

Nós tínhamos umcontrato com a

Universidadeerabem interessante. Eles forne­

ciamumaKombi paragente

viajar

e umcami­

nhãoparalevarnosso

equipamento

e emtroca

agentefaziaumshow porsemestre

aqui.

existemelementos do

forró,

do

vanerão,

da

cultura manezinha eno meiodessacoisa

toda saiu um estilo

próprio.

Como vocês

chegaram

nesseresultado?

Alisson: Nós

juntamos

as músicas quetínha­ mos em

separado

para darumacarade

Enge­

nho. Só queaideiaeraquetivéssemos

alguma

identidade e uma unanimidade entre nós era essacoisadegostardacultura.

Então,

mesmo

queumamúsica tenhasidocompostaantes, ela ficoucom uma carade

Engenho.

Noinícioteve

músico quetorceuonariz,dizendoquefalar de

boi demamãoeracoisade

folclore,

mas era

jus­

tamenteisso queagente

queria.

MarceloMuniz: Agentediziaquetocavamú­

sicabrasileiracom

qualidade

de rock.Ea nossa

influênciaéessa.

Alisson:Masno meucaso, que vimdo

Paraná,

foi tudo muitonovo.Pramim,

folclore,

éuma

coisa que tá no livro. Eu fazia cursinho

pré­

-vestibularem Curitiba e resolviprestarvesti­

bularpara

Florianópolis.

Passeievim.

Quando

cheguei,

vi ofolclorevivonaminhacara e eu

fiquei impressionado.

Na

hora,

meusentimento

foi de

abraçar

aquilo, guardar

eprotegerpara

não

perder.

Vocêsforamumdos gruposcatarinensesde

maiorsucessonacional.

Qual

foiessapro­

porção

na

época?

Chico Thives: Nós tínhamos um programa

todo finalde ano da

RBS,

um

especial

de Na­

tal.ComotemoRoberto Carlosna

Globo,

era a

gentenaRBS.

Cláudio: Eem São Paulo agente eradapro­

dutoraLira

Paulistana,

queera ummovimento alternativocomeditora de

livros,

teatro,músi­

ca.Eles quemassinaramo nossoúltimoCD.Nós fomos a última

produção

do Lira Paulistana

antesdefechar.

Ecomovocês analisamessa

questão

de in­

centivo à culturanoestado?Pois não bas­

tamsóoseditais.

Cláudio:

É

quetem outro

fator,

ogoverno

pode

aprovar o

projeto

sem oConselho Estadual de

Culturaaprovar,inclusive indiretamente.Então

fizeram

alguns

projetos

indiretamente,

oque é

de interesse

deles,

eles fazem diretamente. No

conselho,

na

verdade,

metade é

ligado

aogover­ no e aoutra metadeé

ligada

a

associações

de

artistas, que é

justamente

pra

equilibrar,

mas esse anofoitãofeiaacoisaque

chegaram

a se

unir,né?! Aomesmotempoquenãotemdinhei­

ropra bandas locais dão

R$

850 milpra

ajudar

noshow do Paul

McCartney.

Precisa?! Não

pre-Nenhum de vocêsnasceu em

Floríanépolís,

comovocês

aprenderam

acultura

daqui?

Cláudio:Omais

importante

foiocontatocom o

professor

FranklinCascaes,no museudeAntro­

pologia.

Ele quenosdeu asdicas decomopro­

curar,

pesquisar

informações

sobre a

cultura,

gravarno

sul,

na

Lagoa

...

pra ouvirnamusicalidadede vocês que

(5)

cisa.né?!

É

uma

estrela,

todo mundo

vai,vailotar.

Chico: Culturalmenteogovernocon­

tinuao mesmo.Nós estamosenvolvi­ dos hátrintaanos commúsicaenão

muda,

nãomudaemnada.

Marcelo: Piorou e a gente trabalha

em muitas coisas e por leis em Flo­

rianópolis,

mas eles colocam pessoas

erradas pra administrarissotudo.

ofato daSecretariade

Cultura,

Es­

porte

eturismo

(SOL)

seremtodas misturadas

prejudica

muito?

Alisson: Semdúvida.

É

horrível.

Jun­

tarumacoisaquenãotemnadaaver com a outra e administrar tudo no mesmo

lugar,

com o mesmo

dinheiro,

amesma

mentalidade,

é

impossível.

Cláudio: Se tivesseumaSecretariade Cultura isoladateriamais

possibilida­

des de

garantir

recursofederal.

Chico:

É

aquela

história,

apartecul­

turalnãodávoto.Oque

político

quer?

É

continuarno

poder

e aiele

precisa

ter voto. Nãofaz saneamento

porquê

nãoaparece, aí fazo

quê?

Faz

estrada,

faz viaduto. Culturanãodávotoentão vaisereternamenteisso.

EaMaratona

Cultural,

comovocês

veem,

que é daSOL?

Chico:

Qualquer

coisavinda dogover­

no tem

segunda

intenção.

As pessoas

têm

show,

mastem essa

segunda

in­

tenção

enãoétãobomassim.

Cláudio:Tevebandaquetocoudegra­

ça,tavamoferecendocemreais porar­

tista. Umeventodessetemque incen­

tivar. Setemumbomorçamento,tem

quepagarbemosmúsicos.Os artistas não desenvolvem

profissionalmente

porque nãotemdinheiropracomprar

instrumentoeéassim, umacoisade­

pende

daoutra.

Marcelo: Particularmente eu acho um

desperdício

esse dinheiro daMa­

ratona,pegaram avirada cultural de

São Paulo e imitaram.

Aqui

fizeram

emoutubro doano

passado,

deveriam

terfeitoemoutubro desteano,masfi­ zeram emmarço para

poder

usar odi­

nheiro

público

antesdo ano eleitoral.

Temos agora a

polêmica

do fe­

chamento do Centro de Cultura e

Eventoseissoremeteao

problema

da falta de espaços culturais

aqui

em Santa Catarina. Como vocês

veemessafalta de

espaço?

Alisson:

Hoje

tem um monte de espaços, tem o Centro

Integrado

de Cultura

(CIC),

tem o Teatro

Ál­

varo de Carva­

lho

(TAC),

tem o

Pedro Ivo, tem a

UFSC.

Antigamen­

tenãotinha

nada,

mas tinha mais

não vai fechar. Isso eu

senti que

acontece.Claroqueainda assimcada

um tem seu

objetivo

íntimo,

masdá praverque fechou.

Marcelo: Como HermetoPascoal dis­

se:Euvoufazeraminha

música,

vocês

quemeestudem

depois!

Alisson:

Particularmente,

a minha

curiosidadeécomoé que soariaa nos­ samusicade 30anosatrástocada

hoje

pornóse com atécnica atual.

Mas vocês es­

tão focando

nos trabalhos

antigos

ou há

coisanovavin­

do por aí? Alisson: A ideia é lembrar que existiam as mú­ sicas

daquela

maneira, mas agora também

colocar

algumas

coisas mais atu­

ais. Um novo

trabalho,

um pouco

da

linguagem

de

hoje.

Como sen­

do o

Engenho

se conhecendo

hoje.

'Antes

era

mais

Iácít lutar.

Hoje

a

briga

é

contra

a

Globo,

contra

a

.nidia

de massa"

shows. Havia mais concerto, porque nãotinha todaessa

complexidade

de

fazerumshowem

algum lugar.

A gen­

te tocavaem

qualquer

parque.

Cláudio:Para

conseguir

umadataem

qualquer

espaço

aqui

éumadificulda­

deenorme e

depois

você

vê,

nãoacon­

teceu nada

aquele

dia. Politicamente

eunão seicomoé resolvidoo

negócio

denão dar datapra

alguém,

nãofaz sentido.

Marcelo: E tem outra coisa: ospre­

ços queeles cobram

aqui.

Oshow do Milton Nascimento, da Maria. Vocês acham que o estudante vai pagar o

preço

daqueles

ingressos?

Não vai.

Há 30anos,vocês

queriam

tocare

mostraramúsica de

vocês,

botaro

boina rua.

Agora

que estãoestabi­

lizados, qual

a

direção

da banda?

Chico:Bom,nósagoravamosterdois

motivos:o

pessoal,

e oda banda.E os

dois têm que estar

juntinhos,

senão

Quais

os outros motivos da volta do

grupo?

Chico: Eu tenho um motivo

pessoal.

Euiria morrer sem sabercomo seria

senós tocássemos denovo.Tinha dú­

vidasseia

funcionar,

claro. Cadaum

seguiu

com sua

vida,

com sua

familia,

viagens

etc. O

Marcelo,

por

exemplo,

ficou 30anosfora do

Engenho.

OAlis­

soncomeçoucom ahistória de "vamos

voltar"e aífui soltandopros

amigos

queogrupo

Engenho

iavoltar.OCláu­ dioficouputoporqueera aúnicapes­ soaquedisseque não

voltaria,

masele

acabou

voltando,

pranossafelicidade.

Cláudio: Eunão tocava

profissional­

mentehá 15anos!

Atualmente,

como está a

agenda

��---��

I

Alisson: Vamos agora parao festival

ã

brasileiro

regional

em Porto

Alegre,

F

em que

jurados

do Brasil todo esco- g

>

lhem os grupos que vão

participar.

Em marçode 2013temostambémum

projeto

prairàLisboa.

Cláudio:Bom,agentenãotápreocu­

pado

com

agenda,

agente tá preocu­

pado

em retornar, fazer o trabalhoe

participar

de

projetos

prafazeracoisa

bem feita.

Conseguimos

um

projeto

aprovado pelo

conselho estadual de cultura aí

chegou

nasecretaria e na

horaH

não tinha dinheiroporque

tinhamgasto.

Chico: Inclusive a gente tem menos

shows,

aideianãoé ter 500

shows,

é

terpoucos

shows,

mas com

qualidade.

Alisson: Não interessa ficar tocando

em

qualquer lugar,

realmenteaideia nossaéessa,voltaremmomentoses­

peciais.

Nãotemosesseinteressecomo

antigamente

detocaremtudoquanto

é

lugar.

da banda?

Existe uma

diferença qualitativa

da musica de 30 anos atrás e de

agora?

Marcelo: Eu acho que, porcausada

ditadura,

existiauma

rigidez

e o con­

textoda universidadeerabem diferen­

te

naquela época.

Alisson:A

grande diferença

da propos­

tana nossa

época

é queagente

briga­

vacontra

aquele

enlatado

estrangeiro.

Então,

deumpontodevista,eramais

fácil lutar.

Agora

é diferente.

Hoje

a

briga

écontraa

Globo,

contraamídia

demassa,entende?

Quais

bandas da atualcena cata­

rinensevocêsveemque usamele­

mentosdofolclore local?

Chico:

É

diferente usar elemento e

falar sobre. Eu acho que todas elas

"falam sobre" masnão usam toda a

musicalidade,

há muita influência

externa.

§

Alisson: Por

exemplo,

eles falam

J

sobre a

Lagoa

da

Conceição.

Se

F

você trocar por

Lagoa

dos Patos,

não muda

nada,

não existe uma

característica.

Marcelo: A

culpa

disso é a falta

de uma faculdade de

composição

aqui.

Existe uma faculdade dessa naBahia.OTomZé estudou lá. Eles

pesquisam

as músicas

locais,

eles se

aprofundam.

A faculdade

aqui

ensina a

copiar

uma

partitura,

a

leretocar. Não ensinaapensar,e esseéo

problema.

Qual

instituição

poderia

preen­

cheressalacuna?

Marcelo:AUFSCmesmo.

LeonardoLima

leosilvalima@gmail.com

LucasInácio

lucasinacio.jor@gmail.com

Helena Sturmer

Integrantes,

quenão são da

ilha,

vierampara estudarna UFSCe seencantaram

pela

cultura local

Outubro de 2012

ZERO

Chico

Thives,

Marcelo Mu­

niz,

AlissonMotae Cláudio

Frazênão estãomaispreocu­

pados

com a

quantidade

de

shows,

mas simcom a qua­

lidade deles. ''Aideiaé tocar

helenasturmer@gmail.com em eventos

especiais".

(6)

-CONEXOES

LINKS

PARA A VIDA SOCIAL

Organização

privada

pode

administrar

HU·

Adesão do

hospital

à

Empresa

Brasileira de

Serviços

Hospitalares

será decidida até dezembro

ilianeVieiraSimões, 34anos,

mora em São

José

e utiliza os

serviços gratuitos

doHos­

pital

Universitário

Polydoro

Ernani de São

Thiago

da

Universidade Federal de Santa Cata-rina

(HU(UFSC)

há oito anos. Para

tratarumcâncer localizadona

glân­

dula

tireoide,

ela fazum

acompanha­

mentoacadatrêsmesesnoHU.Além das consultascom

endocrinologistas

e

cirurgiões,

a

paciente

realizatodosos examesderotina- inclusive

osde alto

custo,como

tomografias

e

cintilogra­

fias

-no

hospital.

Aindaque Simões não estivessepor dentro da discussão sobrea

possibili­

dade deo

HU(UFSC

aderirà

Empresa

Brasileira de

Serviços

Hospitalares

(EBSERH),

ela salienta que, desde o

início do tratamento, ouvia rumores

sobrea

privatização

do

hospital.

"Se a

privatização

realmenteacontecere o meuatendimento

gratuito

forame­

açado,

eutenho muitoa

perder",

ob­ serva. Simõestambém é tratada

pelo

Centro de

Pesquisas

Oncológicas

de

SC

(CEPON),

maslembraqueamaio­ riados

procedimentos

é realizadano

HU. "Trato-me há oito anos com os mesmos

médicos,

que

conhecem o meucaso. Sehouver

mudanças

no

atendimentoà

população,

eu sou con­

tráriaa essa

empresa".

O receio de Liliane Simões diz

respeito

à lei federal

12.550,

de 15 de dezembro de 2011, que institui a

EBSERH

-empresa

pública

de direito

privado

vinculada ao Ministério da

Educação

(MEC)

.O modelode

gestão

foi criado para

garantir

o funciona­

mentodos46

hospitais

universitários

do

país,

vinculadosa32 universidades

federais.

(leia

maisno

box)

O Conselho Universitário

(CUn)

criounofim desetembroumacomis­ são paradiscutiro assuntona UFSC. O prazo final dado

pelo

Governo Fe­

deralparaasuniversidadesdecidirem

sobre a

gestão

dos

hospitais

é31 de dezembro deste ano. Se não optar

pela

Empresa,

o

HU(UFSC

continuará

recebendo repasses federais do Pro­

grama Nacional de

Reestruturação

dos

Hospitais

Universitários Federais

(REHUF)

e a

administração

segue

sob

responsabilidade

dareitoria.

Até

outubro,

16universidadesfe­

derais,

que

respondem

por 26 HUs,

manifestaram interesse

pela

adesão à

Empresa.

Com essa

afirmativa,

a

EBSERH iniciaostrabalhos

junto

ao

hospital,

realizando um

diagnóstico

da

situação

de cada

unidade,

para,

então, firmar ocontrato.De acordo

com aassessoriade

imprensa

daEB­

SERH,

aformade

aprovação

dacon­

tratação

daempresa édeautonomia

de cadauniversidadefederal. EdileuzaFortunaluta para quea

empresa nãose instale no HU. Arti­

culadora daFrente NacionalContra

a

Privatização

da

Saúde,

do Fórum

CatarinenseemDefesa do SUSe se­

cretária-geral

do

SindSaúde,

Fortuna

aponta

irregularidades

napropostada

EBSERH."AEmpresaéumasociedade

anônima,

ou

seja,

de cunho

privado,

que não

prevê

concurso

público

para

entrar.O

segundo

aspectoéofim da

licitação.

Uma empresa

privada

vem

administrar um

órgão público,

sem

licitação

para comprade

equipamen­

tos.A terceira

questão

éofim daauto­

nomia

universitária,

queé

regra."

avice-reitorada

UFSC,

profes­

soraLúcia Pacheco écautelosaao se

posicionar

sobre aEBSERH. Em sua

opinião,

vantagens,"comoaques­

tãoda

contratação,

planos

decarrei­ ra, e salários mais

atraentes",

mas

hámuitasquestõesdúbiasna

lei,

que

exigem

regulamentação

e discussão.

Pachecoreconhecea

possibilidade

da

perda

daautonomiauniversitária."A

gestão

doHU vai ficarmuitoàparte

dauniversidade. Nós nãotemos tanta

ingerência

no

hospital,

mas em

com-Liliane tratacâncer de tireoidee receia que

serviços

gratuitos

do

hospital sejam

ameaçados

pensação

o recursovai vir

específico

para

aquela função.

Aliviaemtermos

administrativos". Para avice-reitora,

é

preciso

queseencontreummodelo

decontratoque atenda às necessida­

des do

HU(UFSC.

"Vamos darmuito

espaçoaodebateantesdetomaruma

decisão,

que deve

extrapolar

o prazo

determinado".

É

provável

que, se o

CUn aprovara

Empresa,

a

instalação

aconteçaapenasem2014.

O diretor do

HU(UFSC, professor

CarlosAlbertoJustoda

Silva,

oPara­

ná,

salientaqueantesde decidir sobre

a modalidade de

gestão

do

hospital,

é necessário umestudo detalhado do

contrato. "Eu não sou contra a EB­

SERH,masnãotenhonenhummoti­

voatualmenteparaserfavorável.Por­

que em nenhum dos momentos me

colocaramcomclareza quea

questão

da

manutenção

e da

expansão

será

preservada".

---ZERO

Entreas

principais

funções

do HUestá adesercampo de

estágio

aestudantes. A estudante de

Psicologia

da

UFSC,

Maísa Mattedi, avaliade maneira

positiva

o

estágio

realizadono HU.

"Aprendi

tanto

questões

técnicasa

respeito

da minha

área,

quantorelacionadas

a outras

especialidades

da

equipe

multiprofissional",

avalia.

Na

legislação

que criaa

Empresa

está

resguardada

essa

condição

de ensino:"AEBSERHteráporfinalidade

a

prestação

de

serviços gratuitos

deassistência

'médico-hospitalar (

...

),

assimcomoa

prestação

às

instituições públicas

federaisde ensino

ou instituições

congêneres

de

serviços

de

apoio

aoensino, à

pesquisa

eà extensão,ao

ensino-aprendizagem

formação

de pessoasnocampo dasaúde

pública,

observada, nos

termosdoart.207 da

Constituição

Federal

(

...

)."

Deacordocom a

professora

da

graduação

e

pós­

graduação

em

Enfermagem,

Francine LimaGelbcke,

a

prioridade

doensinono

HU/UFSC

será

preservada.

Gelbcke,

queatuouaté

julho

na

direção

de

Enfermagem

do

hospital

e

compõe

acomissãoformada

pelo

CUn,

aindaacrescentaque,casoaUFSC adotea EBSERH,

o

aprendizado,

a

pesquisa

eaextensão dentro do HU serão mais fomentados. "A

Empresa

querresgataro

papel

do

professor

dentrodo

hospital.

Comisso,eu

pensoquevarnos terincentivofinanceiro.AEBSERH

prevê,

inclusive,dentrodasua

organização,

uma

gerência

de ensinoe

pesquisa,

que

faça

ocontrolee

articuleas

pesquisas

eatividades

realizadas",

defende. Ainda

segundo

a

professora,

essa

gerência

prevista pela

EBSERH

propõe

queas

pesquisas

feitas dentro do

HUI

UFSC

prevejam

algum

retornofinanceiroao

hospital,

para realimentar.noVO$estudos.

.

(7)

contrato

estipulado

poressaempresa.

Esse

tipo

de

gerenciamento

vaiserfeito

de forma

privada,

o quevai tornar a

saúde

algo

que

pode

ser

vendido",

ar­

gumenta.

A

despeito disso,

oestatutoda EBSERH garante a continuidade do

atendimento

público pelo

SUS. De

acordocom aassessoriade

imprensa,

a

Empresa

é constiuída por recursos

públicos

e submetidaao controle dos

órgãos públicos.

"As atividades de

prestação

de

serviços

de assistência

à saúde realizadas nos HUs federais

permanecerão

inseridas

integral

e

exclusivamente no âmbito do SUS e

seguirão

as

orientações

da Política

Nacional de Saúde. Portanto, não é

possível

falarem

privatização

dos hos­

pitais

universitários federais. O que foi adotado semelhanteaoHCPAfoio

modelo deempresa

pública,

masnão

qualquer

riscoda chamada

'dupla

porta"', alegam.

Odiretor doHU,

professor

Paraná,e

avice-reitoradaUFSC,Lúcia

Pacheco,

lembram quea

manutenção

doaten­

dimento totalmente

pelo

SUS é um

compromisso, inclusive,

doestatutoda empresa, mas que deve serefletir no

contratofirmadocom a

universidade,

casoseopte

pela

adesão.

Entidades defendem atendimento exclusivamente

pelo

SUS

A

pesquisadora

Sara

Granemann,

da Escola de

Serviço

Social daUniver­

sidade Federal doRiode

Janeiro,

expli­

caqueaEBSERHdeveatuarno mes­

moformato deumaempresacomo a

Petrobrás.

uma lucratividade que

nãoéinteiramentedo Estado.Essa si­

tuação

numaáreacomo asaúde

pode

ser

perigosa, pois

éuma

oportunidade

de

expansão

dos lucros

privados.

Eisso colocaemriscoosHUs,que sãoa

parte

maisdesenvolvida do

conjunto

da saú­ de

pública,

emtermosde

inteligência,

pesquisa

e

qualificação

profissional",

explica.

A EBSERH tem como modelo o

Hospital

de Clínicas de Porto

Alegre

(HCPA),

utilizadocomo local de está­

gio

pelos

alunos da Universidade Fe­

deral doRioGrande doSul.

Apesar

de

nãoser

gerido pela

Empresa proposta

pelo

MEC,aestruturae oatendimento

do

hospital-escola gaúcho

são refe­ rênciasno

país.

Noentanto,em2009 o Ministério Público Federal do Rio

Grande do Sul

ajuizou

uma

ação

civil

pública

para que o

hospital

dedique

100% dos leitos ativos e dos

procedi­

mentosmédicosao Sistema

Único

de

Saúde

(SUS).

Deacordocom as

procuradoras

da

República

AnaPaula Carvalho deMe­

deiros eSuzete

Bragagnolo,

amedida

está

amparada

na

Constituição,

na

Lei

Orgânica

da

Saúde,

em

portarias

do Ministério da Saúdeeda

Educação

Frente Nacional Contraa

Privatização

da Saúde defende a

manutenção

doHU 100%

público

e,

ainda,

no contrato firmado com o

gestor

municipal.

"Porum

lado,

aati­

vidade

impede

que os

serviços sejam

direcionadosaquemdelesnecessita e,

poroutro, torna

promíscua

a

relação

entre o

público

e o

privado,

fazendo com que a estrutura

pública,

rigoro­

samente

deficitária, seja

utilizada

pelo

setor

privado

de forma

privilegiada",

argumentamas

procuradoras.

Empresa

estabelecerá

nova

forma

de

contratação

de

funcionários

da

saúde

O

principal

motivo de o MEC ter

instituídoesse novomodelo de

gestão

tem

relação

com aforma decontrata­

ção

dostrabalhadores.Os HUsdoBra­

silcontam

hoje

com cercade20 mil funcionários contratados por funda­

ções

de

apoio,

um

regime

considerado

irregular

pelo

Tribunal de Contasda

União. Na UFSC são146pessoascon­

tratadas

pela Fundação

de

Amparo

à

Pesquisa

e Extensão

(FAPEU)

de um

total de

1344

funcionários. Por meio

daEBSERH,ocorpo dosHUsserácom­

postoexclusivamente por

profissionais

contratados de acordocom o

Código

de

LeisTrabalhistas

(CLT).

Paraoservidor do

Hospital

Univer­ sitário da UFSC Ricardo

Rocha,

que trabalha no setorde

oftalmologia

há 17 anos etambém é membro doSin­

dicato dos Servidores Técnico-Admi­

nistrativos da UFSC

(Sintufsc),

se os

trabalhadores tornarem-se

celetistas,

aclasse

perderá

o

poder

de reivindica­

ção.

"Estão dizendo quesevieraEB­

SERH,

os salários serão

melhorados,

masnãodá pra pensar sóno

próprio

umbigo,

né? No

regime

celetista não

estabilidade,

além dea

aposentado­

riaserpormeioda

previdência

geral

e

Outubro de 2012

nãopor

regime

próprio",

defende.

Entre

janeiro

de 2010 e setembro de2012, 216servidoresaposentaram­

-se,ocorreramseisóbitose 1959afas­

tamentosde

longa permanência

(mais

de três

meses).

Sónesteano,foramre­

gistradas

108

aposentadorias,

três óbi­

tose481 afastamentos.A

previsão

para

2013 é demais85

aposentadorias.

A vice-reitoraLúcia Pachecoreco­

nhece queo

grande

problema

doHUé

afalta de

reposição

de

pessoal.

"AEm­

presa surgeparaa

gestão

de pessoas,

que

exige

agilidade

na

contratação",

diz.

Paraná admite que o

principal

agravantedo

hospital

éodimensiona­

mento

inadequado

de pessoas.

Segun­

doo

diretor-geral

doHU,existem

hoje

cercade 60 leitos desativados por falta

de servidores. "Não é verdadequehave­ rá duasportasparaatendimento.Mas

poderá

haver

privatização?

Seeunão tiveraspessoas para

trabalhar, poderá.

Cada leitoqueeufechar dentro doHU,

euestarei

privatizando,

porqueeudei­

xeide dar

atenção

aoSUS. E

quando

ousuárionãotem,elesevê

obrigado

abuscaroutrasformas detratamento, quemuitasvezeséo

privado".

Para Edileuza

Fortuna,

do Fórum CatarinenseemDefesa doSUS,arefor­

masanitáriafoiumadasmaiorescon­

quistas

da saúde

pública

noBrasil. "Na década de80a

constituição garantiu:

universale

gratuito.

E

hoje

agente

que

quebra

auniversalidadee a

equi­

dade,

porque

pode

abrir duasportas.

Sabemos dos

problemas

do

SUS,

mas

precisamos

enfrentar. Não é

quebran-doessarede que nósvamosmelhorar".

A estudante do curso de

Serviço

Social da UFSCemembro do Diretório

Central dos Estudantes

(DCE)

Maria­

na Decarli destaca que aEBSERH "é

uma das tantas tentativas de

privati­

zação

da saúde".

Segundo

a

estudante,

aempresa mudará a

lógica

de saúde

do

hospital,

do

público,

parao

priva­

do. "A universidade ficará à mercê do

.

Gabriele Duarte

duartes.gabriele@gmail.com

r

EBSERH

ZERO

Referências

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