lO ..
��
':w�:- ;.,
�
CONEXÕES
Sem
lenço,
sem
documento
Falta
de
horários
para
provas
práticas
ereprovação
de quase 50%
afetam
obolso
de quem
quer tirar
oCNH
emFlorianópolis
PÃGINA
11
ZERO
ENTREVISTA
Grupo Engenho
Banda
volta
aocenário
28
anosdepois
de
fazer
sucesso nopaís
efala de
seuestilo,
dos
novosplanos
eda
música
catarinense
PÃGINAS4/5
REPÚBliCA
Eleições
nos
Centros
Reitoria interveio
naescolha
para diretor
do
CCJ, provocando
umapolêmica
que
envolveu
asdemais
unidades
de ensino
PÁGINA!
EDITORIAL
DIRETO
DAREDAÇÃO
Notícia
impressa,
em
tempo
real
futuro dos
jornais
empapel
foi tema central de dois congressos, realizados recentemente, de renomadas entidades
patronais
doJornalismo:
aAssociação
Nacional dosJornais
(AN])
e aSociedade Interamericana de Im
prensa
(SIP).
Osplayers
domercado,
brasileiro emundial,
nãotêmumaresposta definitiva quanto ao novo
modelo de
negócios
paraosetor.De certo
modo,
essa ausência de modelosmarca atransição
aodigi
tal,
ummistodecriseseoportunida
desno novoecossistemadeinforma
ção
quesedescortina,
nassociedadesdemocráticas
contemporâneas.
Nessevácuo,
a vozdojornalista
Juan
LuisCebrián,
fundador do ElPaís,
há 37anos, reafirmouuma
convicção
quecontrariaoque
pitonisas
egurus deconsultorias
professam:
"Há 50anosfaço jornais
depapel
e morrereifa zendojornais
depapel".
A
experiência
doZero,
nos últi mos 30 anos, também reflete essesdesafios e
perplexidades.
Talvez omaior deles
seja
comomanter vivoo interesse do
público
por umjor
nal em
papel,
cuja
periodicidade
mensal tende adiluir e
fragmentar
suasreportagensemmeio àgaláxia
deinformações
que circulam nesseOPINIÃO
ONDE
O LEITOR TEM VOZtempo. O
jornal
temapostado
naqualidade
daspautas,
noaprimora
mentoconstantedos métodosetéc
nicas de
apuração, experimentação
de formas elinguagens, produção
textual
buscando,
sempre,amáxima conexãocom os interesses donossopúblico (estudantes
universitários dos 17aos29anos).
Nesta
edição,
você vai conferirnas
páginas
Centrais(8
e9)
umesforço
deapuração
que demandouVelha
escola
de
jornalismo
em
papel
é
essencial
para formar
novas
gerações
dois meses de
trabalho,
ouvindo equestionando
mais de dez fontesdiferentes,
entrepoder público
municipal,
representantesde empresas,movimentos comunitários e pes
quisadores.
O tema: a falta de umprojeto
de saneamento básico quecontemple
toda a cidade de Florianópolis.
Na ausência deconsenso evontade
política,
metade dacapital
continuará àdescoberto, pelo
menos,nos
próximos
quatroanos.Na
seção
"Zero Entrevista"(pá
ginas
4e5),
você tem ahistória doGrupo
Engenho,
umadas bandas demaior sucesso,no estado e no
país,
que estava há quase 30 anos fora
da cena musical catarinense. Seus
integrantes
retornam aospalcos
deFloripa,
comprojetos
de showspelo
estado e olançamento
deum novoCD. Outra reportagem de alto in
teresse
público
envolve o futuro doHospital
Universitário(páginas
6 e7).
O governo Dilma Rousseffcriouumaempresa, de natureza
privada,
porém
usandorecursospúblicos,
queiráadministrar arede dosHUs
(são
46
hospitais
vinculados às universidades
federais).
Por enquanto,naUFSC,
aadesãoàEmpresa
Brasileira deServiços
Hospitalares
(EBSERH)
depende
daaprovação
do Conselho Universitário. O risco éacriação
de umserviço
privado,
em detrimento ao atendimento através do SistemaÚnico
de Saúde(SUS).
A
declaração
de Cebrián é umainjeção
de ânimo para quem continuaacreditandona
importância
davelha escola dos
jornais impressos
como espaço fundamental à forma
ção
dosjovens
repórteres.
d!ubJifJamos
umatabelaromo nome
..
impedidos
desecandida"tarnas
eleiçii
ialeida Fichalimpa,
napágina
11 dare/érida ediçiio.
Natabela,
faltaram
os nomesdos candidatosa
prefeito
FernandoLuizHoffmann,
do ppde1'rombudo Central;vereador GeraldoPereira,
do PMDBdeTubatiio;candidatoavereadorLozander Eroni
Gazzola,
do PSDB de Var gem;eWilmarCarelli,
que tentavasereeleger
comopre.feiWpelo
PMDBtfa cidade
de Videira.Na
matéri4'
mosaopublicar
quea
Axado
eletrônico.Narealidade,
a siteAxatkJ.com,
umportal
derompa
�fretes
online.Parabéns
pela edição primorosa. Conheço
EudeseEverton
(personagens
damatériadacontracapa).
Pessoas
especiais!!!
.
Cleia Maria
Braganholo
-Florianópolis
Parabéns,
bom trabalho!Apesar
deser umobservadorafastado,
reconhecieadmireioempenho
doprojeto.
Nelson deFaria
Campos
-Jaraguá
do Sul Parabénspelafoto
doLaNaciónnaprata!
Picou muitoboa.Lucas
Sampaio
- SãoPauloPARTICIPEI
Mande
críticas,
sugestões
ecomentários-zeroufsc@gmail.com
Telefone-(48)
3721-4833 BrunoVolpato
-Florianópolis
Twitter -@zeroufsco Zero entrevistouoscandidatosà
prifeitura
deFlorianópolis.
Maisinformação
paradefinir
o seuvoto.
OMBUDSMAN
BERNARDO KUCINSKI
o
papel
do
jornal
título éo mesmoda colunaanterior,masdestaveztrato do
papel
mesmo,essequenodiaseguinte
servepara embrulharpeixe.
Papel
ruimrebaixajornal
antesmesmodojornal
serlido.Naúltima
edição
doZero[Setembro/Iz],
porexemplo,
éilegível
obox"pisamos
nabola".Fotosetextoscomfundo colorido tambémperderam qualidade.
Porissoeporumlapso
deúltimomomento,lioZerona suaversão
digital.
Surpresa!
Aversão
digital
éoimpresso
no formato Flash ousimilar,
que nãoofereceamaioriadosrecursosde mídia
digital,
enadatema ver com aslinguagens,
eformatos da mídiadigital.
Nãoestánahora de
partir
paraumZEROdigital?
Além daeconomiade recursos,osestudantes estariamsepreparan
do parao
jornalismo
do seutempo não paraojornalismo agonizante
dotempodeseus
professores. (Nesta
semanativemos notíciasdamorteanunciada do
Jornal
daTarde,
deSãoPaulo,
edo fim daversãoimpressa
da Newsweekamericana. Nomês
passado,
oHaaretz,maiorjornal
deIsrael eliminouaversão
impressa
deseussuplementos,
emmaisumaetapada
extinção
total doimpresso).
Pode-seargumentarqueo
impresso
aindaéessencialpelo
seupotencial formativo.Não creio. No
digital,
oespaço éinfinito, permitindo
quemais alunosescrevam textos
individuais,
assim comsão incontáveis aspossibilidades
formais.Agora
vamosàobrigação:
acrítica de conteúdo do últimoZero. Sentinítida melhora na
qualidade
de todas as matérias.Algumas
ainda recendem a
relatórios,
massão consistentese maduras. Ressalto as quetratamdas
eleições
edas empresasstart-ups.
Ficaram pequenasdúvidas nadiscussãodos efeitos dacrisecambialargentina
noturismodeSanta Catarinae namatériasobreaLeida Fichalimpa.
Creio queadoturismo teriasidomaiseficazse assumisse,semmargemdedúvida,
queasítu
ação
mudoumuitoefocasse de modomaisorganizado
nosmeiosparaenfrentaro novocenário.Adaficha
limpa
nãoesclarecequementracom ospedidos
deimpugnação
e opapel
doTSE.Outras
observações:
Otemadosprofessores
comsuper- saláriosnão
se
restringe
àviolação
dotetodeR$
26.700,00
comoinsisteojornal
demodoumtanto
legalista
eà ideia datransparência.
Umapautacriativadiscutiria tambéma
questão
daisonomiaentreprofessores,
do acumulo doregime
detempointegral
ededicação
exclusivacomtantos contratosparalelos,
e adaformação
edaumanomenklatura universitária.Duasmatériasmechamarama
atenção,
ado casal gayedatristevida da
galinha poedeira,
ambassemgancho algum,
ambasmuitobemescritas. Afriezacomqueédescritoociclode vida deuma
poedeira
é a mesmadaprópria
maneiracomo esseciclo édeterminadopelo
homem.Adocasal gay,tão
politicamente
corretaquenem usaessapalavra,
lembraumcontode
fadas,
noqual
tudocomeçamaleterminabem. Ambas beiramacriação
literária.Finalmente,
umcomentário sobreareportagemquetratadainstalação
da defensoriapública
noEstado.Se existeumtemaquepoderia
tersido estruturado da forma
clássica,
começando
com a históriadeumapessoaoufamília queseferrou por falta de
advogado,
ampliando
para onúmerodepessoasvítimasdomesmoproblema
edepois
introduzindo asmudanças,
seriajustamente
essahistória.Ecomchamada deprimeira
página, pela
relevância social doassunto..
.
zillo
.JORNAL
LABORATÓRIO
ZEROAnoXXXI· N°2-Outubro de 2012
REPORTAG.
Gabriele Duarte,GiovannaChinellato,Helena Stürmer,Jenoif;!
Hartmann, Jéssíca Melo,Joan�
28notto,João GabrielNogueira,LauraVaz, LeonardoUma,LetíciaTeston,LucasInácio,LuisaNucada,MarianaRosa,Rafaelcanoba,SâmiaFiates,StefanyAlves,ThaineMachado£DITORESAna
CarolinaPaci,CésarSoto,FranciscoDantas,Victor
Acosta,
VictorHugoBittencourtDIAGRAMAÇÃO
GiovanniBello,Leonardolima,Tulio KruseeVinicius SchmidtFOTOGRAFIA.GiovannaChinellato,GiovanniBello,MilenaLumini,Rafaelcanoba,StefanyAlves,VietorHugoBittencourtCAPAGiovanni Bello
INFOGRARA
Giovanna Chineltato,Rafae!canobaILUSTRAÇÃO
FelipeTadeuPRO OR
RESPONSÁVEL
SamuelUmaMTbjSC00383eÂngelo
AugustoRibeiro6504/27/26vRSMONITORIATulio KruseeVinicius SchmidtIMPRESSÃO
Olá enseDRAG mplares
DISTRIBUIÇÃ
IFECHAMENTO25de outubrode2012 .. •
••
• •••
boratório •. ráfic OM 199419.
·.ZE80
Outubro
de
2012
REPÚBLICA
GUIA
DESOBREVIVÊNCIA
ESTUDANTILEleições
do
CC]
têm
intervenção
da
reitoria
Irregularidades
no
edital motivaram documento que influencia escolha de
direções
dos
centros
processode consulta
prévia
paraaescolha dosnovosdiretores doscen
trosdeensino da Universidade Fe
deral deSanta Catarina
(UFSC)
está sendo marcadoporintervenções
daadministração
central dainstituição.
O motivoprincipal
paraessaposturapartiu
da denúnciafeita
pelo
professor
MarcosWachowicz,
doCentro de Ciências
jurídicas
(CC]), apontando
supostas
irregularidades
noprocesso eleitoral doCentro. O caso, aoser analisado
pela
reitoria,resultouem ummemorando
(40/2012/GR),
assinado
pela
reitoraRoselaneNeckel,
que geroupolêmica
tantonadireção
doCC] quanto
entreosdiretoresdoscentros.
Nodia 5 de
setembro,
acomissão eleitoral do
CC]
submeteu as normas da consulta
prévia
aoConselho de Unidade-órgão
máximodeliberativoeconsultivo da
administração
docentro.Cincodias
depois
dea resolução
servalidada,
durantea
inscrição
daschapas,
Wa-novo
memorando
chowicz abriu umprocesso
administrativo
(23080.039299/2012-97)
apon tandoirregularidades
nas regras da consulta.Noprocesso, Wachowicz
alegou
queoedital,
oqual previa
umperíodo
parainscrição
de cha pas de12a20desetembro,
sófoidivulgado
nodia
14, sexta-feira,
reduzindoesseprazo paraquatro diasúteis.
Consequentemente,
operío
do para debates tambémeracurto.O
professor
ainda
questionou
arestrição
de candidaturas apenasaprofessores
comdoutorado.Emresposta, areitoria enviou o memoran
don''
40,
considerando válidasasdenúnciaserecomendandoquefosse feito umnovo
edital,
"eliminandoas
irregularidades apontadas".
Nodocumento,
destinado diretamente à diretora doCC],
professora Olga
MariaBoschi,
eenviadono mesmodia da
denúncia,
areitoraexige
que"seja
realizado umprocessodemocrático,
comampla
elivre discussão" etambém afirmaque "não seráobrigada
aobservarpseudoconsultas
develocidade irrazoável".Segundo
o chefe degabinete
CarlosVieira,omemorando foienviado para
garantir
umaeleição
comdemocraciaelisura.
Boschisedefendeu edissequeo
período
deoitodias paraa
inscrição
dechapas,
naconsultado centro, foimaiorqueoparaas
eleições
parareitor
-ano
passado,
oscandidatostiveram seisdiasparaseinscrever.Ela assegura que sóteve
conhecimento das denúncias
quando
areitoriaencaminhouomemorandon"40eque nãore
cebeu
cópia
dasacusações
deWachowicz.A
presidente
da comissão eleitoral doCC],
HeloísaMariaSobierajski, alegou
queo memorando assinado por Neckel deveriaserdestinado àcomissãoeleitoralou aoConselho de
Unidade,
responsáveis
pordefiniras normasda consulta.Das
recomendações
feitaspela
reitoria,aComis sãodecidiuacrescentarcincodiasúteisparaainscrição
daschapas
etransferirodia daeleição
para 10de outubro. Ao fim do
período
deinscrição,
duaschapas
foramhomologadas:
Chapa
1, formada por Luiz Carlos Cancellier epelo
vice Ubaldo CésarBalthazar;
e aChapa
2,da
professora
Vera Regina
Pereira de Andradee o vice Edmundo Lima
de Arruda
Júnior.
Avitóriaficoucom
Cancellier,
eleitocom74,07%
dosApós reclamações
de
diretores de
unidades,
reitora
muda
tom
em
votos.
O
CC]
foiosegundo
adecidirseu novodire tor,depois
doCentro de Ciências Físicase Matemáticas. No CFM, o
período
eleitoral durou20
dias,
cominscrirção
dechapas
em até 24 horasantesdavotação,
queocorreu nodia 19de setembro. Oescolhido foio
professor
ValdirCorreia. A reitoriasósoube do
pleito
nodiaemquefoi realizado.
As
eleições
noscentrosdeensinoforamumdos
pontos
depautadareuniãofechadaentreosdiretores dessas unidadese areitorianodia24 de setembro.
Segundo
Boschi,
osdiretores quesemanifestaram sobreoassunto mostraram-se
insatisfeitoscom omemorandon°40.A
pedido
dos diretores foi elaboradoum novo memoran
do
(n° 1O/2012/GR)
que contém recomendações
dareitoriaetemporobjetivo
evitarnovosconflitos. Vieirarelatou: "A reitora
explicou
asituação,
houveosquestionamentos
queforamesclarecidosetodos saíram
tranquilos".
Até26denovembro,
oscentrosdeverãoenviaralista
tríplice
com os nomesescolhidosnaseleições.
Das 11unidades docampusdeFlorianópolis,
noveaindaestãoemprocessoeleitoral.I. Pormeio deimpugnação apresentada pelo Pro COr. MarcosWachowicz, fbi esta
Reitoria informada do jeor do Edítal OOI/CCJ/2012. com graves problemas c
2. Razüo'ISSiSk.emgr:!I1d<.:purtc,aoautor,,bllllpugnaçiío.
'> 'I·Y
{ljis,"I\I(i.",J:'",,;0,k; ; I�_!.;$�'��1<N;,.k!.nniJi.Ii m�. ii·� �a��-a�'!l.
Note-se que I) procedimento, no que se saiba, Illin se destina a corour
individuo» pnJ-escoíftido_\. cm um tosco e apressado coucurso de popularidade.
�_·w." Um.,II'terM--'JiII'dIC
ltD,.... ...
_&mi�Perceba-se. por sinal.
que
ti Reitoria não e�láobrigada
a.obs�rv�r
py.l!mlar:vnm/llls
tien!loót!a(/e
in·cl:::aávl!l. realizadas scm sequer se atendera propnarazãodeserdo
procedimento.
Documentoassinado por Roselane
questiona
regulamento
de forma incisivaDiretorado
CC]
diz que consultaparareitor teveprazo menor deinscrição
Pleito
para
direção
do
HU
mudou
após
denúncia do
DeE
Caso semelhante aconteceu na
consultapara escolha do novodire
tor do
Hospital
Universitário(HU).
No dia cinco de
junho,
o DiretórioCentral dos Estudantes Luiz Travas
sos
(DCE)
denunciou supostas irregularidades
no processo eleitoraldoHU,entre
elas, período
curtoparainscrição
daschapas, participação
de funcionários daFundação
deAmparo
àPesquisa
eàExtensãoUniversitária(Fapeu)
naeleição
e adisposição
de poucasurnas,que favoreceriaovotodosdocentes.
O
integrante
doDCE,Bruno Mandelli, explicou
que a denúncia foi feitadepois
queareitoriapediu
aosmembros do Diretório que lessemo
editale se
posicionassem,
elaborandoumdocumento sobreomodocomo o
processo eleitoral estava sendo con
duzido.
O
presidente
dacomissãoeleitoral do HU, CarlosPinheiro,
rebateu asacusações
egarantiu
queoperíodo
de
inscrição
daschapas
foiomesmoestipulado
naseleições
para reitor.Sobrea
questão
dos140 funcionários daFapeu,
Pinheirojustificou
queexisteumnúmeroqueocupa cargos há
maisdevinteanos equeoHUacom
panha
todooprocesso(concurso,
seleção
etreinamento)
decontratação.
Na
opinião
deVieira,
ainclusão dovoto de funcionários terceirizados abriria
precedentes
noscentros.A reitoria enviouummemorando
ao ex-diretor do HU,
Felipe Felício,
no mesmo dia em que a denúncia
do DCE foi encaminhada.
Segundo
Pinheiro,
acomissão eleitoral doHUdecidiuacataras
sugestões
"para
queo processo
pudesse
seguir
normalmente". Assim, os funcionários da
Fapeu
não votaram e o prazo parainscrição
dechapas
foiprolongado
pormaisquinze
dias. Nesseperíodo
surgiu
achapa
deoposição
formada porLuizAlbertoPeregrino
Ferreira,oLula,
e ovicePaulo César TrevisolBittencourt,que concorreucontra Car
los Alberto
Justo
da Silva(Paraná)
e aThaine Machado
thaine.machado@gmail.com
LauraVaz
laurarodriguesvaz@hotmail.com
Outubro de 2012
vice Mariade LourdesRovaris. As
eleições
aconteceramnodia16deagosto e a
Chapa
1, liderada porParaná,
ex-candidatoareitor,venceu com72,19%dosvotos. Seunome foihomologado,
noentanto,somente19dias
depois
de formalizado àreitoria.ZERO
ERO
E
T
E
ISTA
GRUPO ENGENHO
o
boi
está
de
volta
às
ruas:
"de
três
ont'onte
a
dijáoji"
Banda
com
influência folclórica
se
reúne
em
sua
formação original
Capa
doprimeiro
álbum,
recriadaaolado �-:;;�, m14 de abril de1979,cincoestudantes daUniversidadeFederal deSanta Catarina
(UFSC)
montaramumgrupo queentrouc
paraahistória da música
catarinense,
'aJ,'Iiicom
repercussão
nocenárionacional.OGrupo
Engenho
faziaumsom comcaracterísticasda.ÇlUltoria
acelerada,
dotoquedo acordeomemelodias
dançantes,
inspiradas
nosrituaisdo boi demamão. Apesar
denenhum dosintegrantes
ser"Manezinho da
Ilha",
ointeressepela
cultura localfoi unanimidadenahorade criare
produzir.
Comtrês discos
lançados (Vou
botámeuboinarua-1980;
Engenho1981; Força
Madrinheira-1983),
abanda decidiuterminarem
1984.
Oúltimoshow foino
Centro Integrado
de Cultura(CIC)
[disponível
emhUJ>�/migte·til<Ybf6Ij]
..
Depois
de 28 anos,ClaudioFrazê(pecc'USSão
evoz)
éprod�totmusic.al
eproduz
artistasdoJ:D1ltld0
todo,
inclusiveocOnbecidoviolonistaYamanc:hlCosta.
Marçelo
Muniz'(baixista)
dáaulasde mUsicaetemum
.prôjetb
chamado Pontos de Harmonia.ChicoThiévestrabalba
coincosméticos artesanaiseAlissonM'otac
granta�or
deCO,mputadores.�nvol-';�nd
.�paràrádfueteleVisã�·��estã0de
. . ..l�val�
MUSiclt;�t1FSC.elll
Comofoiocomeço dabanda?
Alisson Mota: O
pessoal
daengenharia
[da
UFSC]
fezumafestanocampuscomgente doBrasilinteiro.Aí elesconvidaramtodososmúsi cosque tivessemosinstrumentosque fossem
lá,
como sefosseum sarau.Aí
peguei
meuviolão,
chameioFrazêesubimos.Aí ele
(Chico)
falou com o Cristaldo(antigo
sanfoneiro)
e subiujunto
conosco. Comotinhagentedo Brasilinteiro,começaramachamarde forró do sul. Aí
fizeramumafestanoRUechamaram de forró noRll,porqueabandaaindanãotinhanome.
Aítocamosmaisumasquatro,cinco vezes,mas agentesóseencontravapratocar.OMarceloeo
Chico falaram "agentetinhaumbanda chama
da
Engenho,
masnãovingou"
aífalamos: "Essenomeé
legal!".
Cláudio Frazê: Uma característica
geral
das bandas é que elas se conhecem e começam aensaiar,mas agentenão.Nós sófomosnos co
nhecer de verdadeem
Salvador,
em umboteco no Farol daBarradepois
detocarmosem umshow.
Engraçado
queagentejá
vinhatocandojunto,
mas essacoisadesaireconversar, nunca!Na
época
opúblico
de vocês tambémera ouniversitário?
Alisson: Sime naverdadeaUFSC
ajudou
muitoo
Engenho.
Nós tínhamos umcontrato com aUniversidadeerabem interessante. Eles forne
ciamumaKombi paragente
viajar
e umcaminhãoparalevarnosso
equipamento
e emtrocaagentefaziaumshow porsemestre
aqui.
existemelementos do
forró,
dovanerão,
dacultura manezinha eno meiodessacoisa
toda saiu um estilo
próprio.
Como vocêschegaram
nesseresultado?Alisson: Nós
juntamos
as músicas quetínha mos emseparado
para darumacaradeEnge
nho. Só queaideiaeraquetivéssemos
alguma
identidade e uma unanimidade entre nós era essacoisadegostardacultura.Então,
mesmoqueumamúsica tenhasidocompostaantes, ela ficoucom uma carade
Engenho.
Noiníciotevemúsico quetorceuonariz,dizendoquefalar de
boi demamãoeracoisade
folclore,
mas erajus
tamenteisso queagente
queria.
MarceloMuniz: Agentediziaquetocavamú
sicabrasileiracom
qualidade
de rock.Ea nossainfluênciaéessa.
Alisson:Masno meucaso, que vimdo
Paraná,
foi tudo muitonovo.Pramim,
folclore,
éumacoisa que tá no livro. Eu fazia cursinho
pré
-vestibularem Curitiba e resolviprestarvesti
bularpara
Florianópolis.
Passeievim.Quando
cheguei,
vi ofolclorevivonaminhacara e eufiquei impressionado.
Nahora,
meusentimentofoi de
abraçar
aquilo, guardar
eprotegerparanão
perder.
Vocêsforamumdos gruposcatarinensesde
maiorsucessonacional.
Qual
foiessaproporção
naépoca?
Chico Thives: Nós tínhamos um programa
todo finalde ano da
RBS,
umespecial
de Natal.ComotemoRoberto Carlosna
Globo,
era agentenaRBS.
Cláudio: Eem São Paulo agente eradapro
dutoraLira
Paulistana,
queera ummovimento alternativocomeditora delivros,
teatro,música.Eles quemassinaramo nossoúltimoCD.Nós fomos a última
produção
do Lira Paulistanaantesdefechar.
Ecomovocês analisamessa
questão
de incentivo à culturanoestado?Pois não bas
tamsóoseditais.
Cláudio:
É
quetem outrofator,
ogovernopode
aprovar o
projeto
sem oConselho Estadual deCulturaaprovar,inclusive indiretamente.Então
fizeram
alguns
projetos
indiretamente,
oque éde interesse
deles,
eles fazem diretamente. Noconselho,
naverdade,
metade éligado
aogover no e aoutra metadeéligada
aassociações
deartistas, que é
justamente
praequilibrar,
mas esse anofoitãofeiaacoisaquechegaram
a seunir,né?! Aomesmotempoquenãotemdinhei
ropra bandas locais dão
R$
850 milpraajudar
noshow do Paul
McCartney.
Precisa?! Nãopre-Nenhum de vocêsnasceu em
Floríanépolís,
comovocêsaprenderam
aculturadaqui?
Cláudio:Omais
importante
foiocontatocom oprofessor
FranklinCascaes,no museudeAntropologia.
Ele quenosdeu asdicas decomoprocurar,
pesquisar
informações
sobre acultura,
gravarno
sul,
naLagoa
...Dápra ouvirnamusicalidadede vocês que
cisa.né?!
É
umaestrela,
todo mundovai,vailotar.
Chico: Culturalmenteogovernocon
tinuao mesmo.Nós estamosenvolvi dos hátrintaanos commúsicaenão
muda,
nãomudaemnada.Marcelo: Piorou e a gente trabalha
em muitas coisas e por leis em Flo
rianópolis,
mas eles colocam pessoaserradas pra administrarissotudo.
ofato daSecretariade
Cultura,
Esporte
eturismo(SOL)
seremtodas misturadasprejudica
muito?Alisson: Semdúvida.
É
horrível.Jun
tarumacoisaquenãotemnadaaver com a outra e administrar tudo no mesmolugar,
com o mesmodinheiro,
amesmamentalidade,
éimpossível.
Cláudio: Se tivesseumaSecretariade Cultura isoladateriamais
possibilida
des de
garantir
recursofederal.Chico:
É
aquela
história,
aparteculturalnãodávoto.Oque
político
quer?
É
continuarnopoder
e aieleprecisa
ter voto. Nãofaz saneamento
porquê
nãoaparece, aí fazo
quê?
Fazestrada,
faz viaduto. Culturanãodávotoentão vaisereternamenteisso.
EaMaratona
Cultural,
comovocêsveem,
já
que é daSOL?Chico:
Qualquer
coisavinda dogoverno tem
segunda
intenção.
As pessoastêm
show,
mastem essasegunda
intenção
enãoétãobomassim.Cláudio:Tevebandaquetocoudegra
ça,tavamoferecendocemreais porar
tista. Umeventodessetemque incen
tivar. Setemumbomorçamento,tem
quepagarbemosmúsicos.Os artistas não desenvolvem
profissionalmente
porque nãotemdinheiropracomprar
instrumentoeéassim, umacoisade
pende
daoutra.Marcelo: Particularmente eu acho um
desperdício
esse dinheiro daMaratona,pegaram avirada cultural de
São Paulo e imitaram.
Aqui
fizeramemoutubro doano
passado,
deveriamterfeitoemoutubro desteano,masfi zeram emmarço para
poder
usar odinheiro
público
antesdo ano eleitoral.Temos agora a
polêmica
do fechamento do Centro de Cultura e
Eventoseissoremeteao
problema
da falta de espaços culturais
aqui
em Santa Catarina. Como vocês
veemessafalta de
espaço?
Alisson:Hoje
tem um monte de espaços, tem o CentroIntegrado
de Cultura(CIC),
tem o TeatroÁl
varo de Carvalho
(TAC),
tem oPedro Ivo, tem a
UFSC.
Antigamen
tenãotinha
nada,
mas tinha mais
não vai fechar. Isso eu
já
senti queacontece.Claroqueainda assimcada
um tem seu
objetivo
íntimo,
masdá praverque fechou.Marcelo: Como HermetoPascoal dis
se:Euvoufazeraminha
música,
vocêsquemeestudem
depois!
Alisson:
Particularmente,
a minhacuriosidadeécomoé que soariaa nos samusicade 30anosatrástocada
hoje
pornóse com atécnica atual.
Mas vocês es
tão focando
nos trabalhos
antigos
ou hácoisanovavin
do por aí? Alisson: A ideia é lembrar que existiam as mú sicas
daquela
maneira, mas agora tambémcolocar
algumas
coisas mais atuais. Um novo
trabalho,
um poucoda
linguagem
dehoje.
Como sendo o
Engenho
se conhecendohoje.
'Antes
era
mais
Iácít lutar.
Hoje
a
briga
é
contra
a
Globo,
contra
a
.nidia
de massa"
shows. Havia mais concerto, porque nãotinha todaessa
complexidade
defazerumshowem
algum lugar.
A gente tocavaem
qualquer
parque.Cláudio:Para
conseguir
umadataemqualquer
espaçoaqui
éumadificuldadeenorme e
depois
vocêvê,
nãoaconteceu nada
aquele
dia. Politicamenteeunão seicomoé resolvidoo
negócio
denão dar datapra
alguém,
nãofaz sentido.Marcelo: E tem outra coisa: ospre
ços queeles cobram
aqui.
Oshow do Milton Nascimento, da Maria. Vocês acham que o estudante vai pagar opreço
daqueles
ingressos?
Não vai.Há 30anos,vocês
queriam
tocaremostraramúsica de
vocês,
botaroboina rua.
Agora
que estãoestabilizados, qual
adireção
da banda?Chico:Bom,nósagoravamosterdois
motivos:o
pessoal,
e oda banda.E osdois têm que estar
juntinhos,
senãoQuais
os outros motivos da volta dogrupo?
Chico: Eu tenho um motivo
pessoal.
Euiria morrer sem sabercomo seriasenós tocássemos denovo.Tinha dú
vidasseia
funcionar,
claro. Cadaumseguiu
com suavida,
com suafamilia,
viagens
etc. OMarcelo,
porexemplo,
ficou 30anosfora do
Engenho.
OAlissoncomeçoucom ahistória de "vamos
voltar"e aífui soltandopros
amigos
queogrupo
Engenho
iavoltar.OCláu dioficouputoporqueera aúnicapes soaquedisseque nãovoltaria,
maseleacabou
voltando,
pranossafelicidade.Cláudio: Eunão tocava
profissional
mentehá 15anos!Atualmente,
como está aagenda
��---��
I
Alisson: Vamos agora parao festivalã
brasileiro
regional
em PortoAlegre,
F
em que
jurados
do Brasil todo esco- g>
lhem os grupos que vão
participar.
Em marçode 2013temostambémum
projeto
prairàLisboa.Cláudio:Bom,agentenãotápreocu
pado
comagenda,
agente tá preocupado
em retornar, fazer o trabalhoeparticipar
deprojetos
prafazeracoisabem feita.
Conseguimos
umprojeto
aprovado pelo
conselho estadual de cultura aíchegou
nasecretaria e nahoraH
já
não tinha dinheiroporquejá
tinhamgasto.Chico: Inclusive a gente tem menos
shows,
aideianãoé ter 500shows,
éterpoucos
shows,
mas comqualidade.
Alisson: Não interessa ficar tocando
em
qualquer lugar,
realmenteaideia nossaéessa,voltaremmomentosespeciais.
Nãotemosesseinteressecomoantigamente
detocaremtudoquantoé
lugar.
da banda?Existe uma
diferença qualitativa
da musica de 30 anos atrás e de
agora?
Marcelo: Eu acho que, porcausada
ditadura,
existiaumarigidez
e o contextoda universidadeerabem diferen
te
naquela época.
Alisson:A
grande diferença
da propostana nossa
época
é queagentebriga
vacontraaquele
enlatadoestrangeiro.
Então,
deumpontodevista,eramaisfácil lutar.
Agora
é diferente.Hoje
abriga
écontraaGlobo,
contraamídiademassa,entende?
Quais
bandas da atualcena catarinensevocêsveemque usamele
mentosdofolclore local?
Chico:
É
diferente usar elemento efalar sobre. Eu acho que todas elas
"falam sobre" masnão usam toda a
musicalidade,
há muita influênciaexterna.
§
Alisson: Porexemplo,
eles falamJ
sobre aLagoa
daConceição.
SeF
você trocar porLagoa
dos Patos,�
não mudanada,
não existe umacaracterística.
Marcelo: A
culpa
disso é a faltade uma faculdade de
composição
aqui.
Existe uma faculdade dessa naBahia.OTomZé estudou lá. Elespesquisam
as músicaslocais,
eles seaprofundam.
A faculdadeaqui
ensina a
copiar
umapartitura,
aleretocar. Não ensinaapensar,e esseéo
problema.
Qual
instituição
poderia
preencheressalacuna?
Marcelo:AUFSCmesmo.
LeonardoLima
leosilvalima@gmail.com
LucasInácio
lucasinacio.jor@gmail.com
Helena Sturmer
Integrantes,
quenão são dailha,
vierampara estudarna UFSCe seencantarampela
cultura localOutubro de 2012
ZERO
Chico
Thives,
Marcelo Muniz,
AlissonMotae CláudioFrazênão estãomaispreocu
pados
com aquantidade
deshows,
mas simcom a qualidade deles. ''Aideiaé tocar
helenasturmer@gmail.com em eventos
especiais".
-CONEXOES
LINKS
PARA A VIDA SOCIALOrganização
privada
pode
administrar
HU·
Adesão do
hospital
à
Empresa
Brasileira de
Serviços
Hospitalares
será decidida até dezembro
ilianeVieiraSimões, 34anos,
mora em São
José
e utiliza osserviços gratuitos
doHospital
UniversitárioPolydoro
Ernani de São
Thiago
daUniversidade Federal de Santa Cata-rina
(HU(UFSC)
há oito anos. Paratratarumcâncer localizadona
glân
dula
tireoide,
ela fazumacompanha
mentoacadatrêsmesesnoHU.Além das consultascomendocrinologistas
ecirurgiões,
apaciente
realizatodosos examesderotina- inclusiveosde alto
custo,como
tomografias
ecintilogra
fias
-no
hospital.
Aindaque Simões não estivessepor dentro da discussão sobrea
possibili
dade deo
HU(UFSC
aderiràEmpresa
Brasileira de
Serviços
Hospitalares
(EBSERH),
ela salienta que, desde oinício do tratamento, ouvia rumores
sobrea
privatização
dohospital.
"Se aprivatização
realmenteacontecere o meuatendimentogratuito
forameaçado,
eutenho muitoaperder",
ob serva. Simõestambém é tratadapelo
Centro de
Pesquisas
Oncológicas
deSC
(CEPON),
maslembraqueamaio riadosprocedimentos
é realizadanoHU. "Trato-me há oito anos com os mesmos
médicos,
quejá
conhecem o meucaso. Sehouvermudanças
noatendimentoà
população,
eu sou contráriaa essa
empresa".
O receio de Liliane Simões diz
respeito
à lei federal12.550,
de 15 de dezembro de 2011, que institui aEBSERH
-empresa
pública
de direitoprivado
vinculada ao Ministério daEducação
(MEC)
.O modelodegestão
foi criado para
garantir
o funcionamentodos46
hospitais
universitáriosdo
país,
vinculadosa32 universidadesfederais.
(leia
maisnobox)
O Conselho Universitário
(CUn)
criounofim desetembroumacomis são paradiscutiro assuntona UFSC. O prazo final dadopelo
Governo Federalparaasuniversidadesdecidirem
sobre a
gestão
doshospitais
é31 de dezembro deste ano. Se não optarpela
Empresa,
oHU(UFSC
continuarárecebendo repasses federais do Pro
grama Nacional de
Reestruturação
dos
Hospitais
Universitários Federais(REHUF)
e aadministração
seguesob
responsabilidade
dareitoria.Até
outubro,
16universidadesfederais,
querespondem
por 26 HUs,manifestaram interesse
pela
adesão àEmpresa.
Com essaafirmativa,
aEBSERH iniciaostrabalhos
junto
aohospital,
realizando umdiagnóstico
da
situação
de cadaunidade,
para,então, firmar ocontrato.De acordo
com aassessoriade
imprensa
daEBSERH,
aformadeaprovação
dacontratação
daempresa édeautonomiade cadauniversidadefederal. EdileuzaFortunaluta para quea
empresa nãose instale no HU. Arti
culadora daFrente NacionalContra
a
Privatização
daSaúde,
do FórumCatarinenseemDefesa do SUSe se
cretária-geral
doSindSaúde,
Fortunaaponta
irregularidades
napropostadaEBSERH."AEmpresaéumasociedade
anônima,
ouseja,
de cunhoprivado,
que não
prevê
concursopúblico
paraentrar.O
segundo
aspectoéofim dalicitação.
Uma empresaprivada
vemadministrar um
órgão público,
semlicitação
para compradeequipamen
tos.A terceira
questão
éofim daautonomia
universitária,
queéregra."
Já
avice-reitoradaUFSC,
profes
soraLúcia Pacheco écautelosaao se
posicionar
sobre aEBSERH. Em suaopinião,
hávantagens,"comoaquestãoda
contratação,
planos
decarrei ra, e salários maisatraentes",
mashámuitasquestõesdúbiasna
lei,
queexigem
regulamentação
e discussão.Pachecoreconhecea
possibilidade
daperda
daautonomiauniversitária."Agestão
doHU vai ficarmuitoàpartedauniversidade. Nós nãotemos tanta
ingerência
nohospital,
mas emcom-Liliane tratacâncer de tireoidee receia que
serviços
gratuitos
dohospital sejam
ameaçados
pensação
o recursovai virespecífico
para
aquela função.
Aliviaemtermosadministrativos". Para avice-reitora,
é
preciso
queseencontreummodelodecontratoque atenda às necessida
des do
HU(UFSC.
"Vamos darmuitoespaçoaodebateantesdetomaruma
decisão,
que deveextrapolar
o prazodeterminado".
É
provável
que, se oCUn aprovara
Empresa,
ainstalação
aconteçaapenasem2014.
O diretor do
HU(UFSC, professor
CarlosAlbertoJustoda
Silva,
oParaná,
salientaqueantesde decidir sobrea modalidade de
gestão
dohospital,
é necessário umestudo detalhado do
contrato. "Eu não sou contra a EB
SERH,masnãotenhonenhummoti
voatualmenteparaserfavorável.Por
que em nenhum dos momentos me
colocaramcomclareza quea
questão
da
manutenção
e daexpansão
serápreservada".
---ZERO
Entreas
principais
funções
do HUestá adesercampo deestágio
aestudantes. A estudante dePsicologia
daUFSC,
Maísa Mattedi, avaliade maneirapositiva
o
estágio
realizadono HU."Aprendi
tantoquestões
técnicasa
respeito
da minhaárea,
quantorelacionadasa outras
especialidades
daequipe
multiprofissional",
avalia.
Na
legislação
que criaaEmpresa
estáresguardada
essacondição
de ensino:"AEBSERHteráporfinalidadea
prestação
deserviços gratuitos
deassistência'médico-hospitalar (
...),
assimcomoaprestação
àsinstituições públicas
federaisde ensinoou instituições
congêneres
deserviços
deapoio
aoensino, àpesquisa
eà extensão,ao
ensino-aprendizagem
eàformação
de pessoasnocampo dasaúdepública,
observada, nostermosdoart.207 da
Constituição
Federal(
...)."
Deacordocom a
professora
dagraduação
epós
graduação
emEnfermagem,
Francine LimaGelbcke,a
prioridade
doensinonoHU/UFSC
serápreservada.
Gelbcke,
queatuouatéjulho
nadireção
deEnfermagem
dohospital
ecompõe
acomissãoformadapelo
CUn,aindaacrescentaque,casoaUFSC adotea EBSERH,
o
aprendizado,
apesquisa
eaextensão dentro do HU serão mais fomentados. "AEmpresa
querresgataropapel
doprofessor
dentrodohospital.
Comisso,eupensoquevarnos terincentivofinanceiro.AEBSERH
prevê,
inclusive,dentrodasuaorganização,
umagerência
de ensinoepesquisa,
quefaça
ocontroleearticuleas
pesquisas
eatividadesrealizadas",
defende. Aindasegundo
aprofessora,
essagerência
prevista pela
EBSERH
propõe
queaspesquisas
feitas dentro doHUI
UFSC
prevejam
algum
retornofinanceiroaohospital,
para realimentar.noVO$estudos.
.
contrato
estipulado
poressaempresa.Esse
tipo
degerenciamento
vaiserfeitode forma
privada,
o quevai tornar asaúde
algo
quepode
servendido",
argumenta.
A
despeito disso,
oestatutoda EBSERH garante a continuidade doatendimento
público pelo
SUS. Deacordocom aassessoriade
imprensa,
a
Empresa
é constiuída por recursospúblicos
e submetidaao controle dosórgãos públicos.
"As atividades deprestação
deserviços
de assistênciaà saúde realizadas nos HUs federais
permanecerão
inseridasintegral
eexclusivamente no âmbito do SUS e
seguirão
asorientações
da PolíticaNacional de Saúde. Portanto, não é
possível
falaremprivatização
dos hospitais
universitários federais. O que foi adotado semelhanteaoHCPAfoiomodelo deempresa
pública,
masnãohá
qualquer
riscoda chamada'dupla
porta"', alegam.
Odiretor doHU,
professor
Paraná,e
avice-reitoradaUFSC,Lúcia
Pacheco,
lembram queamanutenção
doatendimento totalmente
pelo
SUS é umcompromisso, inclusive,
doestatutoda empresa, mas que deve serefletir nocontratofirmadocom a
universidade,
casoseoptepela
adesão.Entidades defendem atendimento exclusivamente
pelo
SUS
A
pesquisadora
SaraGranemann,
da Escola de
Serviço
Social daUniversidade Federal doRiode
Janeiro,
expli
caqueaEBSERHdeveatuarno mes
moformato deumaempresacomo a
Petrobrás.
"É
uma lucratividade quenãoéinteiramentedo Estado.Essa si
tuação
numaáreacomo asaúdepode
serperigosa, pois
éumaoportunidade
de
expansão
dos lucrosprivados.
Eisso colocaemriscoosHUs,que sãoaparte
maisdesenvolvida do
conjunto
da saú depública,
emtermosdeinteligência,
pesquisa
equalificação
profissional",
explica.
A EBSERH tem como modelo o
Hospital
de Clínicas de PortoAlegre
(HCPA),
utilizadocomo local de estágio
pelos
alunos da Universidade Federal doRioGrande doSul.
Apesar
denãoser
gerido pela
Empresa proposta
pelo
MEC,aestruturae oatendimentodo
hospital-escola gaúcho
são refe rênciasnopaís.
Noentanto,em2009 o Ministério Público Federal do RioGrande do Sul
ajuizou
umaação
civilpública
para que ohospital
dedique
100% dos leitos ativos e dos
procedi
mentosmédicosao Sistema
Único
deSaúde
(SUS).
Deacordocom as
procuradoras
daRepública
AnaPaula Carvalho deMedeiros eSuzete
Bragagnolo,
amedidaestá
amparada
naConstituição,
naLei
Orgânica
daSaúde,
emportarias
do Ministério da Saúdeeda
Educação
Frente Nacional Contraa
Privatização
da Saúde defende amanutenção
doHU 100%público
e,
ainda,
no contrato firmado com ogestor
municipal.
"Porumlado,
aatividade
impede
que osserviços sejam
direcionadosaquemdelesnecessita e,
poroutro, torna
promíscua
arelação
entre o
público
e oprivado,
fazendo com que a estruturapública,
rigoro
samentedeficitária, seja
utilizadapelo
setor
privado
de formaprivilegiada",
argumentamas
procuradoras.
Empresa
estabelecerá
nova
forma
de
contratação
de
funcionários
da
saúde
O
principal
motivo de o MEC terinstituídoesse novomodelo de
gestão
tem
relação
com aforma decontratação
dostrabalhadores.Os HUsdoBrasilcontam
hoje
com cercade20 mil funcionários contratados por fundações
deapoio,
umregime
consideradoirregular
pelo
Tribunal de ContasdaUnião. Na UFSC são146pessoascon
tratadas
pela Fundação
deAmparo
àPesquisa
e Extensão(FAPEU)
de umtotal de
1344
funcionários. Por meiodaEBSERH,ocorpo dosHUsserácom
postoexclusivamente por
profissionais
contratados de acordocom oCódigo
deLeisTrabalhistas
(CLT).
Paraoservidor do
Hospital
Univer sitário da UFSC RicardoRocha,
que trabalha no setordeoftalmologia
há 17 anos etambém é membro doSindicato dos Servidores Técnico-Admi
nistrativos da UFSC
(Sintufsc),
se ostrabalhadores tornarem-se
celetistas,
aclasse
perderá
opoder
de reivindicação.
"Estão dizendo quesevieraEBSERH,
os salários serãomelhorados,
masnãodá pra pensar sóno
próprio
umbigo,
né? Noregime
celetista nãohá
estabilidade,
além deaaposentado
riaserpormeioda
previdência
geral
eOutubro de 2012
nãopor
regime
próprio",
defende.Entre
janeiro
de 2010 e setembro de2012, 216servidoresaposentaram-se,ocorreramseisóbitose 1959afas
tamentosde
longa permanência
(mais
de três
meses).
Sónesteano,foramregistradas
108aposentadorias,
três óbitose481 afastamentos.A
previsão
para2013 é demais85
aposentadorias.
A vice-reitoraLúcia Pachecoreco
nhece queo
grande
problema
doHUéafalta de
reposição
depessoal.
"AEmpresa surgeparaa
gestão
de pessoas,que
exige
agilidade
nacontratação",
diz.
Paraná admite que o
principal
agravantedo
hospital
éodimensionamento
inadequado
de pessoas.Segun
doo
diretor-geral
doHU,existemhoje
cercade 60 leitos desativados por falta
de servidores. "Não é verdadequehave rá duasportasparaatendimento.Mas
poderá
haverprivatização?
Seeunão tiveraspessoas paratrabalhar, poderá.
Cada leitoqueeufechar dentro doHU,
euestarei
privatizando,
porqueeudeixeide dar
atenção
aoSUS. Equando
ousuárionãotem,elesevê
obrigado
abuscaroutrasformas detratamento, quemuitasvezeséo
privado".
Para Edileuza
Fortuna,
do Fórum CatarinenseemDefesa doSUS,areformasanitáriafoiumadasmaiorescon
quistas
da saúdepública
noBrasil. "Na década de80aconstituição garantiu:
universale
gratuito.
Ehoje
agentevêque
quebra
auniversalidadee aequi
dade,
porquepode
abrir duasportas.Sabemos dos
problemas
doSUS,
masprecisamos
enfrentar. Não équebran-doessarede que nósvamosmelhorar".
A estudante do curso de
Serviço
Social da UFSCemembro do Diretório
Central dos Estudantes
(DCE)
Mariana Decarli destaca que aEBSERH "é
uma das tantas tentativas de
privati
zação
da saúde".Segundo
aestudante,
aempresa mudará alógica
de saúdedo
hospital,
dopúblico,
paraopriva
do. "A universidade ficará à mercê do
.
Gabriele Duarte
duartes.gabriele@gmail.com