Pedro Alves Costa, Aires Colaço, Rui Calçada e António Cardoso
TRÁFEGO FERROVIÁRIO DE ALTA-VELOCIDADE:
DESAFIOS NA
SIMULAÇÃO DA RESPOSTA DINÂMICA DA VIA FÉRREA
Índice
• Motivação
• Conceito de velocidade crítica
• Velocidade crítica do sistema via-maciço
• Influência do comportamento não linear do solo • Caso de estudo - Ledsgard
1. Motivação
Novo paradigma: a velocidade crítica do sistema via-maciço pode ser alcançada!!
1. Motivação
Quando a velocidade de circulação do comboio atinge a “barreira crítica”, ocorre uma grande radiação de energia, sendo o efeito semelhante a...
…contudo, em materiais
geotécnicos este efeito pode ser consideravelmente mais
2. Conceito de velocidade crítica
(
)
(
)
−
<
<
×
=
0
|
|
,
|
|
2
2
1
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0
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y
t
a
b
x
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x
a
y
b
x
p
zδ
(
k
1,
y
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0
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) (
f
k
1,
y
) (
ck
1)
p
zω
=
δ
ω
−
3. Velocidade crítica do sistema via-maciço
Pz c x Rail: EI , m Railpad: k , c Sleepers: m z Ballast: E , b ρ b,h h s p p r r Ground layer 1 Ground layer 2 Ground layer nSheng, X., C. Jones, and D. Thompson, A theoretical study on the influence of the track on train-induced ground vibration. Journal of Sound and Vibration, 2004. 272: p. 909-936.
Alves Costa, P., et al. Um modelo de análise dinâmica de maciços sujeitos a acções de tráfego: Validação experimental. in
11º Congresso Nacional de Geotecnia. 2008. Coimbra.
Alves Costa, P., Vibrations of track-ground system induced by railway traffic. Numerical modelling and experimental
validation, in Faculty of Engineering. 2011, University of Porto: Porto.
V1 (ballasted track) V2 (slab track) V3 (slab track)
Rail UIC60 UIC60 UIC60
msleeper (kg/m) 490 -
-hballast/slab (m) 0.35 0.35 0.44
Ebal/lastlslab (Pa) 130e6 30e9 30e9
r ballast/lslab (kg/m3) 1700 2500 1990
3. Velocidade crítica do sistema via-maciço
Cenário geotécnico homogéneo 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 M=c/Cs FD A-ve rt ic al d isp lac em en t Cr Ballasted track Slab track - V1 Slab track (V2) 0 20 40 60 80 100 120 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 f (Hz) k 1 ( /m ) P-SV mode (GROUND) Ballasted track Slab track - V2 Slab track (V3)
A velocidade crítica é totalmente definida pelas propriedades do maciço de fundação.
3. Velocidade crítica do sistema via-maciço
Cenário não homogéneo
O valor da velocidade crítica é dependente das propriedades dinâmicas da via férrea (rigidez de flexão longitudinal e massa).
0.5 1 1.5 2 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 M=c/Cs FD A v er tic al d isp lac em en t Ballasted track
Slab track Slab track (V3) 0 10 20 30 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 f (Hz) k 1 ( /m ) Ballasted track P-SV mode (ground) Slab track Slab track (V3)
3. Velocidade crítica do sistema via-maciço
Modelos numéricos detalhados CL 2.5D FEM ITM Ground 2.5 BEM
(
ω)
=(
ω)
ω + ω − + + +ik K k K k K M K (k , ))u~ k , p~ k , K( 1global 1 2global 12 3global 14 4global 2 global 5global 1 n 1 n 1
Geometria regular – 2.5D BEM Geometria irregular – 2.5D FEM
Alves Costa, P., R. Calçada, and A. Cardoso, Track–ground vibrations induced by railway traffic: In-situ measurements
and validation of a 2.5D FEM-BEM model. Soil Dynamics and Earthquake Engineering, 2012. 32: p. 111-128.
Alves Costa, P.; A. Colaço, R. Calçada, A. Cardoso, Critical speed of railway tracks. Detailed and simplified
approaches. Transportation Geotechnics, 2014 (doi: 10.1016/j.trgeo.2014.09.003)
Metodologia simplificada – exemplo de aplicação E=200 MPa ν=0,35 ρ=2000 kg/m ξ=0,03 E=50 MPa ν=0,35 ρ=2000 kg/m ξ=0,03 H=3,0m H=1,0-2,5m Ballast Sub-ballast Track-bed E=120 MPa ν=0,35 ρ=2000 kg/m ξ=0,03 h= variable (1m; 2m; 2.5m) Ballast Subballast Track-bed E=120MPa; E=50 MPa ν=0,35 ρ=2000 kg/m ξ=0,03 E=200 MPa ν=0,35 ρ=2000 kg/m ξ=0,03 h=3,0m 0 5 10 15 20 25 0 0.05 0.1 0.15 0.2 f [Hz] k1 [/ m ] Track Granular layers +embankment (h=1 m)+ +ground Método Aterro h=1 m (m/s) Aterro h=2 m (m/s) Aterro h=2.5 m (m/s) 2.5 FEM-BEM 118 123 124 Simplificado 119 0 5 10 15 20 25 0 0.05 0.1 0.15 0.2 f [Hz] k1 [/ m ] Track Granular layers +embankment (h=1 m)+ +ground 126 0 5 10 15 20 25 0 0.05 0.1 0.15 0.2 f [Hz] k1 [/ m ] Track Granular layers +embankment (h=1 m)+ +ground 127 0 5 10 15 20 25 0 0.05 0.1 0.15 0.2 f [Hz] k1 [/ m ] Granular layers +embankment (h=1 m)+ +ground Track Slab-track V=155 m/s
3. Velocidade crítica do sistema via-maciço
A B C Gmax Gsec 1 1 Shear strain S h e a r str ess Damping Deformações 10-6 10-5 10-4 10-3 10-2 10-1
Small Medium High Failure Elástico Elastoplástico Efeito de carregamento cíclico Metodologia de análise Elástico linear Linear equivalente Não linear
Não linearidade material do solo;
Necessidade de desenvolvimento de novas metodologias
A velocidade crítica passa a ser dependente das propriedades do material circulante
Análise linear equivalente – procedimento numérico
Procedimento numérico iterativo: 10-4 10-3 10-2 10-1 100 101 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 Shear Strain (%) Gs e c /Gm a x G1 Iteration 1 Iteration 2 Iteration n
• Propriedades condizentes com
pequenas deformações
• Avaliação da história temporal de deformação e cáluculo de γeff para cada elemento
• Partindo do valor de γeff, correcção dos valores de Gseci+1 e ξi+1 e
desenvolvimento de nova análise linear
• Passos 2 e 3 são repetidos até que se verifique convergência dos valores de rigidez e amortecimento em função da distorção ocorrida.
G2
Gn
5. Caso de estudo - Ledsgard
Alves Costa, P., et al., Influence of soil non-linearity on the dynamic response of high-speed railway tracks. Soil Dynamics and Earthquake Engineering, 2010. 30(4): p. 221-235.
Alves Costa, P., R. Calçada, and A. Silva Cardoso, Track-ground vibrations induced by railway traffic, in
Applications of Computational Mechanics in Geotechnical Engineering,, L. Sousa, et al., Editors. 2012,
5. Caso de estudo - Ledsgard
Descrição geral 3,35 2,50 2,70 2,50 2,70 2,50 3,35 1,35 Via oriental Travessase=0,67 m Carris UIC60 Via ocidental
Sentido Norte -Sul
Camadas Granulares Maciço de Fundação 100 -4 10-3 10-2 10-1 100 101 0.2 0.4 0.6 0.8 1 Distorção (%) Gs ec /Gm ax Ground
V=70 km/h
V=204 km/h
5. Caso de estudo - Ledsgard
0 1 2 3 4 -15 -10 -5 0 5 10 15 Tempo (s) De slo ca m en to v er tic al (m m ) 0 50 100 150 200 250 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 Train speed (km/h) Pe ak d isp la ce m en t ( m m )
Análise linear equivalente
V=120 km/h
V=185 km/h
6. Conclusões
Partindo da formulação do problema da resposta dinâmica de um sólido face a uma carga em movimento, foi analisado o problema da velocidade crítica em vias ferroviárias.
Atendendo à exigência computacional inerente à avaliação da velocidade crítica, foi proposta um metodologia simplificada que permite a sua avaliação em regime elástico
Quando a velocidade do comboio se aproxima da velocidade crítica, o pressuposto de comportamento linear do sólido não é mais válido.
É proposta uma metodologia baseada no método 2.5D para a análise da resposta dinâmica de vias férreas atendendo ao comportamento não linear da fundação.
Agradeciamentos
O presente trabalho comprrende investigação desenvolvida sob financiamento da "FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia", Portugal,
nomeadamente através do projecto de investigação