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Remoção de organismos patogênicos do efluente de um digestor anaeróbio através de lagoas de estabilização.

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REMOÇHO DE ORGANISMOS PATOGÊNICDS DO EFLUENTE DE UM DIGESTOR ANAERÓBIO, ATRAVÉS DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO

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REMOÇfíO DE ORGANISMOS PATOGÊNICDS DO EFLUENTE DE UM DIGESTOR ANAERÓBIO, ATRAVÉS DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO

Dissertação a p r e s e n t a d a ao Curso cie M e s t r a d o em Engenhar i a C i v i l d a U n i v e r s i d a d e FeÔeral da Paraíba, e ~ i cuinpr i m e n t o à s ex igênc i a s p a r a a. obtenção do. Grau de M e s t r e

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: RECURSOS HÍDRICOS

ADRIANUS CORNÉLIUS VAN HAANDEL - Ph.D. O r i e n t a d o r

PAULA FRASSINNETTI CAVALCANTI CATUNDA -M.Sc C o - o r i e h t a d o r

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Aos p r o f e s s o r e s A d r i a n u s C. v a n H a a n d e l e P a u l a F r a s s i n e t t i C. Catunda p o r t o d a orientação e p e l o c o n s t a n t e a p o i o d u r a n t e a p e s q u i s a .

Um m u i t o obr i g a d a ao M a r t i n Bambr i 1 1 , p e l o c o m p a n h e i r i s m o , p e l a -força e a j u d a com as discussões e s u g e s t S e s s o b r e a t r a b a l h o .

4

Ao " T o n z i n h o " C u r t i s , R a c h e l A y r e s , à s p r o f e s s o r a s Annemarie K o n i g e B e a t r i z Ceballos., p e l a s colaborações e i n c e n t i v o s d u r a n t e a p e s q u i s a . _^

Mais a g r a d e c i m e n t o s p a r a Valmária de O l i v e i r a (o "meu braço d i r e i t o do laboratório"), E l i a n e F l o r e n t i n o e Hélio F e l i p e Melo.

Aos meus p a i s e à I v a n i l d e de O l i v e i r a , minha amiga e c o m p a n h e i r a de m e s t r a d o .

A COSAMA - Companhia de Saneamento d o Amazonas - e a CAPES p e l o s u p o r t e f i n a n c e i r o d u r a n t e a realização do c u r s o .

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i i i REMOÇÃO DE ORGANISMOS PATOGÊNICOS DO AFLUENTE DE UM DIGESTOR

ANAERÓBIO, ATRAVÉS DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO

NORMA GERALDI HIDALGO DIXO

DISSERTAÇÃO APROVADA EM

ADRIANUS CORNÉLIUS VAN HAANDEL - Fh.D ( O r i e n t a d o r )

PAULA FRASSINETI CAVALCANTI CATUNDA - MSc ( C o - O r i e n t a d o r a )

ANNEMARIE KONlrf - Fh.D ( E x a m i n a d o r I n t e r n o )

CAn rj^u?

flaJA*

ÀJd^

CELSO LUIZ P I A T T I NETO - MSc ( E x a m i n a d o r E x t e r n o )

CAMPINA GRANDE - PB.

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R E S U M O

Na p r e s e n t e t r a b a l h a a v a l i o a - s e o pós-tratamento do e f l u e n t e de um d i g e s t o r anaeróbio de f l u x o a s c e n d e n t e (DAFA) que t r a t a o e s g o t o domést i c o do b a i r r o do P e d r e g a l ,

l o c a l i z a d o na c i d a d e de Campina Brande. 0 pós-tratamento f o i f e i t o em uma série de l a g o a s de estabi1ização r a s a s em e s c a l a — p i l o t o , sendo uma f a c u l t a t i v a ÍF1>, s e g u i d a p o r três de maturação ( M l , M2 e M3 í, e t e v e como p r i n c i pa1 o b j e t i vo a remoção de o r g a n i smos patogên i c o s par a o re.uso do e f 1 u e n t e

f i n a l na irrigação i r r e s t r i t a . 0 e s g o t o b r u t o t i n h a uma concentração méerra- de a p r o x i m a d a m e n t e E,B x I O7 c o l i f o r m e s

f e c a i s p a r 100 ml e 16.800 avos de h e l m i n t o s i n t e s t i n a i s p o r l i t r o . 0 DAFA removeu c e r c a de 6 7 % dos c a l i f o r m e s f e c a i s e 90% d o s ovos de h e l m i n t o s , c u j as concentrações méd i a s - f i n a i s f o r a m de 9,2 x 1 0 * / i 0 0 ml e 1.750/1, r e s p e c t i v a m e n t e . A série de l a g o a s que r e c e b i a o e f l u e n t e do DAFA, f u n c i o n o u com um tempo de detenção hidráulica t o t a l . d e EO d i a s e p r o d u z i u um e f l u e n t e f i n a l compatível com os padrões microbiológicos recomendados p e l a Organização M u n d i a l de Saúde p a r a o s e u r e u s o na irrigação i r r e s t r i t a . A l t o s v a l o r e s de pH f o r a m obt i d a s n a s duas últ imas l a g o a s , p r i n c i p a l m e n t e em M3, c u j o v a l o r chegava a 10 d u r a n t e o d i a . F o i o b s e r v a d a uma correlação i n v e r s a e n t r e pH e c o l i f o r m e s f e c a i s . A série de

l a g o a s r e m o v i a c e r c a de 85% do nitrogénio a m o n i a c a l p r e s e n t e no e f l u e n t e do DAFA. Em t e r m o s de remoção de DBO, DQD e

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V

sóiidos suspensos, as l a g o a s não se m o s t r a r a m e f i c i e n t e s -devido à g r a n d e biomassa de a l g a s que s a i a no e f l u e n t e .

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The work h e r e i n e v a l u a t e s t h e p o s t - t r e a t m e n t o f an upward f l o w a n a e r o b i c s l u d g e b l a n k e t (UASB) r e a c t o r . The a n a e r o b i c d i g e s t o r t r e a t s t h e raw d o m e s t i c w a s t e w a t e r o f t h e P e d r e g a l d i s t r i c t i n t h e c i t y o-f Campina' Grande, n o r t h e a s t Braz i 1 . The p o s t - t r e a t m e n t was c a r r i e d o u t i n a s e r i e s o-f p i l o t - s c a l e , s h a l l o w w a s t e s t a b i 1 i z a t i o n ponds, c o m p r i s i n g a f a c u l t a t i v e pond (Fa.) -followed by t h r e e m a t u r a t i o n ponds (Ma., Me e Ma) . The main a b j e c t i ve' o f t h e p o s t - t r e a t m e n t

l a g o o n s was t h e remova1 o f p a t h o g e n i c o r g a n i s m s t o e n a b l e r e u s e o f t h e f i n a l e f f l u e n t i n u n r e s t r i c t e d i r r i g a t i o n The raw w a s t e w a t e r c a n t a i n e d an a v e r a g e 2.90 x 1 0 ^ f a e c a l c o l i f o r m s p e r 100 ml and 16B00 i n t e s t i n a l h e l m i n t h eggs p e r l i t r e . The UASB r e a c t o r removed a p p r o x i m a t e l y 6,7% o f f a e c a l c o l i f o r m s and 90% o f h e l m i n t h eggs, r e s u l t i n g i n a rnean c o n c e n t r a t i o n o f 9.E0 x 1 0 * p e r 100 ml and 1750 p e r l i t r e r e s p e c t i v i l y . The s e r i e s o-f ponds t h a t r e c e i v e d . t h e UASB e f f l u e n t had an o v e r a l 1 h i d r a u l i c r e t e n t i o n t i m e o f SO d a y s , and p r o d u c e d a - f i n a l e f f l u e n t w i t h i n t h e W o r l d H e a l t h O r g a n i z a t i o n recommended m i c r o b i o l o g i c a l g u i d e l i n e s f o r r e u s e i n u n r e s t r i c t e d i r r i g a t i o n . H i g h pH v a l u e s were o b t a i n e d i n t h e l a s t t w o l a g o o n s , p r i n c i p a l 1 y _ _M», where v a l u e s o f pH 10 were r e a c h e d d u r i n g t h e d a y l i g h t h o u r s . A n e g a t i v e c o r r e l a t i o n was o b s e r v e d between pH and fáecal c o l i f o r m - r e m a v a l i n each o f t h e pond e f f l u e n t s . t h e s e r i e s

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V i l

a l s o a c h i e v e d an o v e r a l 1 r e d u c t i o n d f a p p r o x i i n a t e l y 85% o-f t h e a m m o n i c a l - n i t r o g e n f r o m t h e e-f-f l u e n t o-f t h e UASB r e a c t o r . However, t h e s e r i e s o f l a g o o n s was n o t e - f - f i c i e n t i n remov i n g BOD, COD n o r suspended s o l i ds, and t h i s was a t t r i b u t e d t o t h e l a r g e a l g a l b i o m a s s i n t h e . e-f-f l u e n t .

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Pág i n a AGRADECIMENTO i i FOLHA DE ÁPROvAÇHO , i i i RESUMO i v ABSTRACT • • - v i CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 1 '

CAPITULO I I - REVISBO BIBLIOGRÁFICA 5 2.1 - P r o c e s s o s de Decomposição . 5 2.2 - D i g e s t o r Anaeróbio de F l u x o A s c e n d e n t e (DAFA) '6^ 2.3 - Lagoas de Estabilização • 8 2.3.1 - Lagoas Anaeróbias B 2.3.E - Lagoas F a c u l t a t i v a s 9 2.3.3 - Lagoas de Maturação 1E 2.3.4 - Lagoas em Série 12 2.4 - Doenças R e l a c i o n a d a s com E s g o t o Doméstico . . . 13

2.5 - Sobrevivência de P a t o g e n o s no E s g o t o Doméstico. 2 1 2.6 - Transmissão de P a t o g e n o s D e v i d o à Contaminação da água 2 3 2.7 - C o n t r o l e de Q u a l i d a d e de Aguas e de E - f l u e n t e s de S i s t e m a s de T r a t a m e n t o de E s g o t o .. — - ... 2 4 2.8 - 0 Uso de E s g o t o s Domésticos Na A g r i c u l t u r a . . 25 2.8.1 - Transmissão de P a t o g e n o s D e v i d o à Contaminação do S o l o de C u l t u r a . . . 25

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2.8.E - R i s c a s - d e Saúde E6 2.8.3 - P a d r õ e s de Q u a l i d a d e 3 0 2.8.4 - T r a t a m e n t o de E s g o t o s . . . 3 2 E.9 - Remoção de C o l i f o r m e s F e c a i s e H e l m i n t o s em D i g e s t o r e s E.10 - Remoção de C o l i f o r m e s F e c a i s e H e l m i n t o s em Lagoas de E s t a b i 1 i zação 34

CAPITULO I I I - MATERIAIS E MÉTODOS 40 3.1 - Descrição, do S i s t e m a E s t u d a d o 40 3.1.1 - T r a t a m e n t o P r e l i m i n a r 40 3.1-.2 - T r a t a m e n t o Primário - DAFA ( 4 i ^ 3.1.3 - Lagoas de Estabilização 43 3.2 - S i s t e m a de Alimentação 44 3.3 - M e t o d o l o g i a . . . -. 45 3.3.1 - Amostragem 46 3.4 - P r o c e d i m e n t o s Analíticos 46 3.4.1 - T e m p e r a t u r a 46 3.4.2 - P H 47 3.4.3 - Oxigénio D i s s o l v i d o COD) 47 3.4.4 - A l c a l i n i d a d e T o t a l 47 3.4.5 - Demanda Química de Oxigénio CDQO) . . 47 , 3.4.6 - Demanda Bioquímica de Oxigénio (DBO) 4B

3.4.7 - Sólidos Suspensos T o t a i s 4S 3.4.8 - Nitrogénio A m o n i a c a l 4B 3.4.9 - Quantificação da Biomassa de A l g a s . . 49 3.4.10 - C o l i f o r m e s F e c a i s 5 0 3.'4.1i - H e l m i n t o s (sí)

J

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do DAFA : ' 5 l i 3.4.11.E - E f l u e n t e d a s Lagoas

- - de Estabilização . 53

3.5 - T a b e l a s 55 3.6 - F i g u r a s 5B

CAPÍTULO IV - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS

RESULTADOS . 64

4.1 - P r i m e i r a E t a p a ( p r e l i m i n a r ) ' 64

4.2 - Segunda E t a p a 65 4

4.2.1 - Formação de Escuma na Superfície

. das Lagoas 66 4.3 - Remoção de C o l i f o r m e s F e c a i s ' 67 4.3.1 - Cálculo d a s C o n s t a n t e s de Ia. Ordem da V e l o c i d a d e de Remoção de C o l i f o r m e s F e c a i s 70 4.3.2 - Comparação do S i s t e m a de Lagoas . Rasas E s t u d a d o com o u t r o s S i s t e m a s com P r o f u n d i d a d e s D i f e r e n t e s 7 1

4.4 - Remoção de Ovos de Helmi-ntos 721

4.5 - Variação D i u r n a de pH e Oxigénio D i s s o l v i d o

ao Longo da P r o f u n d i d a d e d a s Lagoas 74

4.6 - Parâmetros Complementares 76 4.7 - S i s t e m a DAFA e Lagoas de Estabilização 79

4.8 - T a b e l a s " . . . ~'. ~ . 83

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CAPÍTULO V - CONCLUSÕES 10E

CAPÍTULO V I - SUGESTÕES , 104

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INTRODUÇÃO

Desde o f i m do século X V I I I tem-se v e r i f i c a d o um c r e s c i m e n t o . e x p o n e n c i a l na população m u n d i a l . A t a x a de c r e s c i m e n t o nas c i d a d e s é m a i o r do que a média do. c r e s c i m e n t o p o p u l a c i o n a l t o t a l d e v i d o p r i n c i p a l m e n t e ao êxodo r u r a l . I s t o se v e r i f i c a n o t a d a m e n t e nos países e m • d e s e n v o l v i m e n t o , como, por exemplo, no B r a s i l . De a c o r d o com dados do I.B..G.E.

(19BB a t a x a de c r esc i mento p o p u l a c i o n a l de 1970 a 1980 nas c i d a d e s b r a s i l e i r a s f o i de 4,5% e n q u a n t o q ú e a da população t o t a l f o i de E,Ó7..

Esse c r e s c i m e n t o g e r a a n e c e s s i d a d e de uma ampliação no a b a s t e c i m e n t o de água e c o n s e q u e n t e m e n t e um aumento na produção c o n t ínua de e s g o t o s que ex igem uma d i s p o s i ção adequada.

0 g r a n d e volume de e s g o t o ( t r a t a d o e n3o t r a t a d o ) p r o d u z i d o nas c i d a d e s não deve s i m p l e s m e n t e s e r v i s t o como um p r o b l e m a , mas s i m como um v a i i o s o r e c u r s o , p a r t i c u l a r m e n t e p a r a a sua u t i 1 i zação na a g r i c u l t u r a .

0 uso de e s g o t o s na a g r i c u l t u r a é uma prát i c a m u n d i a l m e n t e d i f u n d i d a , senda p r i n c i p a l m e n t e adequado p a r a regiões áridas e semi-áridas como no N o r d e s t e do B r a s i 1 .

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R e p r e s e n t a uma forma de s u p r i m e n t o de água p a r a a irrigação. além dos n u t r i e n t e s m i n e r a i s e componentes orgânicas q u e podem s e r v i r como f e r t i l i z a n t e s ( S h u v a l e t a l i i , 1786) . Porém, p a r a g a r a n t i r que- uma d e t e r m i n a d a popuiacào' r e c e b a e s s e s b e n e f íc i o s , deve-se e v i t a r os p r e j u i zos que o uso d o s e s g o t o s na a g r i c u l t u r a p o s s a a c a r r e t a r , t a i s como •. o e f e i t o n e g a t i v o na saúde dos t r a b a l h a d o r e s agrícolas d i r e t a m e n t e e x p o s t o s à . i r r i gatão com e s g o t o s e a infecção d o s c o n s u m i d o r e s das cu 1 t u r a s i r r i gadas (WHO, 1 9 8 9 ) .

Com base n e s s e s r i s c o s , a Organização M u n d i a l de Saúde ÍO.M.S.) c o n s i d e r a que a remoção de o r g a n i s m o s p a t o g è m c o s é o o b j e t i v o p r i n c i p a l , no t r a t a m e n t o de e s g o t o s p a r a a s u a utilização na a g r i c u l t u a (WHO, 19S9K

D i r e t r i zes baseadas na avaliação ep i dem io1òg ica' d o s r i s c o s â saúde p e l a utilização dos e s g o t o s t r a t a d o s f o r a m p r i m e i r a m e n t e p r o p o s t a s no e n c o n t r o de E n g e l b e r g , Suíça, em 1985 (IRCWD, 1985) e s u b s e q u e n t e m e n t e e n d o s s a c a s p e l a Organização M u n d i a l de Saúde. Essas d i r e t r i z e s , r e f e r i a m - s e a padrões de q u a l i d a d e de h e l m i n t o s e q u a l i dade b a c t e r í ológ i c a . De a c o r d o com e s s e s padrões, um s i s t e m a de t r a t a m e n t o de e s g o t a deve produz i r um e f l u e n t e com i. 1 ovo de neinatodes

i n t e s t i n a i s p o r 1 i t r o e i. 1000 c o l i f o r mes f ec a i s p o r 100 ml p a r a que a mesmo possa s e r usado p a r a irrigação

i r r e s t r i t a .

M u i t o s métodos de t r a t a m e n t o de e s g o t o s , • como o d i g e s t o r anaeróbio de f l u x o a s c e n d e n t e , não são c a p a z e s de p r o d u z i r um e f l u e n t e de a c o r d o com o recomendado p a r a s e r

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u t i l i z a d o na irrigação i r r e s t r i t a , n e c e s s i t a n d o , p a r a i s s o . de um pós-tratamento.

Até pouco tempo atrás não h a v i a nenhuma un i d s d e d a DAFA t r a t a n d o e s g o t o s domésticos em e s c a l a r e a l no B r a s i 1 . As pr i m e i r a s instalações v ê m sendo construídas e poucas j s estão em operação. P o r t a n t o , hão s e tem superiênc i a s em p ó s -t r a -t a m e n -t o n e s s e s d i g e s -t o r e s . A l g u n s p r o c e s s o s -têm s i d o suger i d o s p a r a o e s t u d o e e n t r e e l o s se i n c l u i o d e l a g o a s d e estabilização.

*

Lagoas de e s t a b i 1 i zação podem r e p r e s e n t a r , n a nia i o r i s dos c a s o s , um método de t r a t a m e n t o de e s g o t o s m a i s b a r a t o eim t e r m o s de construção, operação e'manutenção, sendo capazes d e p r o d u z i r em e f l u e n t e de boa q u a l i d a d e . Em p a r t i c u l a r , podem r e d u z i r o s o r g a n i s m o s patogênicos a níveis, bem a b a i x o d a q u e l e s o b t i d o s em o u t r o s t i p o s de t r a t a m e n t o . P o r t a n t o , é o método mais i m p o r t a n t e quando se d e s e j a u t i l i z a r o e f l u e n t e na a g r i c u l t u r a (Mara & P e a r s o n , 1 9 8 6 ) , além de s e r o m é t o d o recomendado p e l a O.M.S. p a r a a t i n g i r um e f l u e n t e de a c o r d o com s u a s d i r e t r i z e s (WHO, 1989)..

No b a i r r o d o P e d r e g a l , na c i d a d e de Campina Brande, u n d i g e s t o r anaeróbio de f l u x o a s c e n d e n t e com manta d e l o d o e? s e p a r a d o r de f a s e s (DAFA) vem t r a t a n d o o e s g o t o doméstico p r o d u z i d o p o r esse b a i r r o . U t i l i z o u - s e uma série de q u a t r o

l a g o a s de e s t a b i 1 i.zação, em e s c a l a p i l o t o , p a r a o p ó s -t r a -t a m e n -t o do e f l u e n -t e desse d i g e s -t o r com a f i n a l i d a d e de s e p r o d u z i r iim " e f l u e n t e f i n a i que" "atendesse" à s q u a l i d a d e s microbiológicas recomendadas p e l a O.M.S. p a r a irrigação

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4

i r r e s t r i t a .

A p r i m e i r a lagoa- da sér i e f une i o n o u como - f a c u l t a t i v a e as demais como l a g o a s de maturação. A série de l a g o a s de e s t a b i 1 i zação, o p e r a n d o com um tempo de detenção hidráulica t o t a l de £0 d i a s , f o r a m m o n i t o r a d a s em um p e r i o d o de 6 meses, d u r a n t e o q u a l p r o d u z i r a m um e f l u e n t e f i n a l adequado p a r a o uso na irrigação i r r e s t r i t a , de a c o r d o com O.M.S. .

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

H . i - P r o c e s s o s de Decomposição

Os p r o c e s s o s de decomposição da matéria orgânica podem a c o n t e c e r sob condições aerób i a s e anaeróbias, ou s e j a, na presença ou ausênc i a de oxigénio m o l e c u l a r d i s s o 1 v i d o , r e s p e c t ivãmente.

No p r o c e s s o aeróbio, . p a r t e da .matéria orgânica é e s t a b i l i z a d a p o r m i c r o o r g a n i s m o s que u t i l i z a m o oxigénio d i s s o l v i d o do meio como r e c e p t o r f i n a l na ox idação da rriatér i a orgânica. Neste p r o c e s s o há formação de C 0a e água e

liberação de e n e r g i a . O u t r a p a r t e da matéria orgânica é a s s i m i l a d a p e l o s m i c r o o r g a n i s m o s p a r a a formação de novas células ( M e t c a l f & Eddy, 1 7 7 ? ) .

0 p r o c e s s a anaeróbio o c o r r e em duas e t a p a s : aí na p r i m e i r a , a matéria orgânica complexa é t r a n s f o r m a d a em compostos s i m p l e s como ácidos orgânicos v o l á t e i s , g á s carbónico, hidrogénio m o l e c u l a r , e t c , p e l a ação de e n z i m a s e x t r a c e l u l a r e s de bactérias acidogênicas e acetogênicas e, b ) na segunda, os ácidos f o r m a d o s na Ia- e t a p a são t r a n s f o r m a d o s p r i n c i p a l m e n t e em metano e gás carbónico pela-ação -de

(19)

bactér i a s metanogênicas í Souaa, 1984 >.

2.E - D i g e s t o r Anaeróbio de F l u x o A s c e n d e n t e (DAFA)

• d i g e s t o r anaeróbio de -fluxo a s c e n d e n t e (DAFA) é um r e a t o r biológico usado p a r a o t r a t a m e n t o de á g u s s residuár i as, através da decomposição anaerób i a . do mater i a 1 orgânico biodegradável n e l a s e x i s t e n t e . • a f l u e n t e a s e r t r a t a d o e n t r a p e l a p a r t e i n f e r i o r do DAFA e p e r c o l*a por urra espessa camada de l o d o chamada manta de l o d o , c o n t e n d o uma massa de m i c r o o r g a n i s m o s anaeróbios ( f i g u r a . 3.ò) E s s e s m i c r o o r g a n ismos s3o responsáveis . p e l a decompôs icJÍo c D mater i a l orgânico e a sua transformação em p r o d u t o s g s s o s c s estávei s, p r i nc i p a i mente metano e dióxido de c a r b o n o .

Na p a r t e s u p e r i o r do d i g e s t o r e x i s t e um d i s p o s i t i v o s e p a r a d o r de f a s e s . É através d e s t e d i s p o s i t i v o que se dá a separação das f a s e s 1 í q u i d a ( s u b s t r a t o d e g r a d a d o ) ,. sói ití a

(massa c e l u l a r ) e gasosa (biogás) • biogás p r o d u s i d o é r e m o v i d o através de um c o l e t p r de gás, em c u j o i n t e r i o r , e n c o n t r a - s e uma i n t e r f a s e gás/liquido mant i d a p o r um se 1 o hidráulico ' e x t e r n o . A e s t r u t u r a que a c e i t a o gás também

f u n c i o n a como um s e p a r a d o r sói i d o - l i q u i d o , quando a s partículas de l o d o sobem p r e s a s às partículas de gás. Ao chegarem na i n t e r f a s e gás-líquido, e s t a s partículas s e desprendem das b o l h a s de gás e decantam p o r g r a v i d a d e , v o l t a n d o a f a z e r p a r t e da manta de l o d o . ... .

(20)

• uso de r e a t a r e s do t i p o DAFA tem-se d i f u n d i d o m u i t o nos últimos anos. As p r i n c i p a i s v a n t a g e n s d e s t e s m o d e l o s s a b r e os demais são: '

- quando em condições ( t e m p e r a t u r a , pH e c a p a c i d a d e de tamponação) favoráveis de operação, t r a b a l h a m com c a r g a s or gân i c as

a

11 as

- a sua e s t r u t u r a é b a s t a n t e simp1 es, n ã o r e q u e r e n d o d i s p o s i t i v o s de difícil construção e manutenção;

- não r e q u e r e m s i s t e m a s de decantação ou u n i d a d e s de bombeamento p a r a r e t o r n o de l o d o como os p r o c e s s o s anaeróbios de con t a t o ;

- não.há p e r d a de v o l u m e com mater i a l ou ench i mento.

A aplicação de d i g e s t o r e s anaeróbicos de f l u x o a s c e n d e n t e p a r a o t r a t a m e n t o de e s g o t o s san itár i o s f o i i n i c i a d a em e s c a l a p i l o t o na H o l a n d a ( L e t t i n g a e t a l i i , 1 9 8 3 ) . P o s t e r i o r m e n t e f o i f e i t a uma experiência em C a l i , na Colômbia, u t i l i z a n d o um d i g e s t o r p i l o t o de 69 ma ( S c h e l l i n g k o u t , 1 9 8 4 ) . Os r e s u l t a d o s m o s t r a r a m uma .remoção de 70 a B05Í de DBO após tempos de permanência de 4 a 54 h o r a s .

No B r a s i l , a t e c n o l o g i a de d i g e s t o r e s anaeróbios de f l u x o a s c e n d e n t e tem d e s p e r t a d o i n t e r e s s e . Foram d e s e n v o l v i d a s p e s q u i s a s no Paraná (Gomes e t a l i i , 1985) e em São P a u l o ( V i e i r a , 1 9 8 4 ) , v i s a n d o ao aperfeiçoamento dos mesmos, a s s i m como s u a adaptação às cond ições nac i o n a i s .

(21)

S 2.3 - Lagoas de Estabilização

Lagoas de e s t a b i 1 i zação são reservatór i o s de pequena " p r o f u n d i d a d e , d e s t i n a d o s ao t r a t a m e n t o de águas r e s i d u a i s b r u t a s , ou de a f l u e n t e s que tenham r e c e b i d o um t r a t a m e n t o p r e l i m i n a r .

• t r a t a m e n t o e n v o l v e p r o c e s s o s biológicos, bioquímicos e f í s i c o s , sob condições p a r c i a l m e n t e c o n t r o l a d a s , chamados de a u t o depuração ou estabilização. D t r a t a m e n t o de ágUas residuárias r e s u l t a de uma série de interações de b e n e f i c i o mútuo, e n v o l v e n d o p r i n c i p a i m e n t e bactér i as, a l g a s , protozoár i o s e vár i o s o r g a n i smos bentôn i cos que reduzem os níveis de mater i a orgân i ca, d u r a n t e sua conversão em b iomassa de a l g a s , e de o r g a n i s m o s patogênicos ( M a r a i s , 1970, c i t a d o por Bmallman, 1 9 8 6 ) .

A classificação das 1agoas de estabi1ização é f e i t a em função da predominânc i a do t i p o de m e t a b a i i s m o r e a l i z a d o p e l o s m i c r o o r g a n i s m o s p r e s e n t e s no i n t e r i o r da massa l i q u i d a

( M e t c a l f & Eddy, 1 9 7 9 ) . Levando em consideração e s s e a s p e c t o , e l a s são u s u a l m e n t e c l a s s i f i c a d a s eni l a g o a s anaeróbias,

f a c u l t a t i v a s e de maturação.

£.3.1 - Lagoas Anaeróbias

Lagoas anaeróbias são a q u e l a s m a n t i d a s em condições anaeróbias péla a l t a c a r g a orgânica, > 100 gDBOo/f®•b

(22)

(Mara & Pearson, 1986) e são p r o j e t a d a s p a r a r e d u z i r s DBO. Qs sólidos no e s g o t o b r u t o sedimentam no -Fundo da l a g o a , formando uma camada de l o d o onde são d i g e r i d o s a n a e r o b i amente p e l a bactérias acidogênicas e metanogênicas. Também g r a n d e p a r t e do mater i a l d i s s o l v i do é decomposta p o r essas bactér i as. • e f l u e n t e , p a r e i a l m e n t e c l a r i f i c a d o , é usus 1 mente d e s c a r r e g a d o num o u t r o s i s t e m a biológico p a r a t r a t a m e n t o p o s t e r i o r . A liberação de maus o d o r e s é a maior desvantagem de l a g o a s anaeróbias, mas i s s o pode s e r e v i t a d o a d o t s n d o - s e uma c a r g a orgânica ( 400g DB0o/mMd p a r a e s g o t o s que contenham < 500 mg S O 4 / I ( M e i r i n g e t a l i i , 1 9 6 8 ) .

Segundo Mara ( 1 9 7 6 ) , o tempo òtimo.de detenção p a r a essas l a g o a s é de 5 d i a s . No que s e r e f e r e à p r o f u n c i d a d e , não h á t e o r i c a m e n t e nenhum l i m i t e , embora, sob o p o n t o de v i s t a de eficiência de t r a t a m e n t o , a c o n s e l h a - s e a p r o f u n d i d a d e de 4m como a i d e a l ( A r t h u r , 1 9 8 3 ) .

E.3.2 - Lagoas F a c u l t a t i v a s

Lagoas f a c u l t a t i v a s são a s mais u t i l i z a d a s a t u a l m e n t e . Podem s e r empregadas p a r a t r a t a m e n t o primário ou secundário,

i s t o é, p a r a r e c e b e r águas residuárias com ou sem t r a t a m e n t o p r e l i m i n a r (Mara, 1 9 7 6 ) .

As l a g o a s f a c u l t a t i v a s são a s s i m chamadas p o r o p e r a r e m a e r o b i a m e n t e e a n a e r o b i a m e n t e ao mesmo tempo. 0 e s g o t o a f l u e n t e , - ao s e d i m e n t a r , f o r m a uma camada de l o d o no f u n d o da

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10

l a g o a que é e s t a b i 1 i sado a n a e r o b i amente, e n q u a n t o . que a s camadas s u p e r i o r e s possuem oxigénio d i s s o l v i d o s u f i c i e n t e p a r a a oxidação aeróbia do m a t e r i a l orgânico ( E l l i s , 1983).

A remoção de DBO na p a r t e o x i g e n a d a da l a g o a o c o r r e p e l a relação s i mb iót i c a e n t r e a l g a s e bactér i -g s heterotróf i cas. As bactér i a s ox idam o mater i a l orgânica que e n t r a , usando p a r a i s s o o oxigénio da m e i o e 1 i b e r a n d o dióxido de c a r b o n o , amónia e '-fosfato. As a l g a s então u t i l i z a m e s s e s c o m p o s t o s na fotossíntese, p r o d u z i n d o ox igênío que, p e r sua v e z , é consumido p e l a s bactér i a s .

Como a fotossíntese é uma a t i v i dade d e p e n d e n t e de l u z , a q u a n t i d a d e . de oxigénio, na massa líquida e no e f l u e n t e , v a r i a d u r a n t e o d i a . A a t i v i d a d e fotossintética das a l g a s também causa v a r iaçÕes no pH das 1agoas de e s t a b ilieção.' I s s o o c o r r e p r i n c i p a 1 m e n t e d e v i d o ao consumo de C 0e p e l a s a 1gas n o p r o c e s s o de fotossíntese. 0 COa está em equilíbrio na água com b i c a r b o n a t o s .

HCOg -> COs- +

0H-Ouando o C 0a é c o n s u m i d o m a i s r a p i d a m e n t e do que sua reposição p e l a r e s p iração b a c t e r i a n a , os íons b i c a r b o n a t o s p r e s e n t e s se d i s s o c i a m l i b e r a n d o C 0e e íons h i d r o x i l a , que è a l c a l i n o e aumenta o v a l o r do pH ( S i l v a & Mara, 1 9 7 9 ) .

Nas l a g o a s f a c u l t a t i v a s , condições de a l t a radiação e b a i x a v e l o e i d a d e do v e n t o forçam o s u r g i mento de estratificação térmica do meio líquido da l a g o a . As regiões

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r e d u z i d a , e n q u a n t o as i n - f e r i o r e s permanecem m a i s f r i a s e com d e n s i d a d e mais e l e v a d a . Consequentemente, e s t a s d u a s r e g i S e s não se m i s t u r a m e são s e p a r a d a s p o r uma camada f i n a , e s t á t i c a de g r a n d e mudança de t e m p e r a t u r a , chamada t e r m o c l i n a . Uma das consequênc i a da e s t r a t i f icação térmica é a d i s t r i b u i ç ã o d i f e r e n c i a d a das a l g a s f l a g e l a d a s acima d e s s a camada n a s h o r a s i 1 uminadas, e n q u a n t o que a s não f l a g e l adas f i c a w r e t i d a s embai xo, onde exercem DBO, uma v e z que a

fotossíntese nessa p r o f u n d i d a d e é i n s i g n i f i c a n t e ou a u s e n t e .

A q u e b r a da estratificação térmica em l a g o a s é f e i t a p e l a m i s t u r a e, segundo S i I v a e Mara (197?) , o v e n t o e c a l o r são os d o i s f a t o r e s mais i m p o r t a n t e s que i n f l u e n c i a m o g r a u de m i s t u r a que o c o r r e d e n t r o de uma l a g o a de estabi1ização.

A p r o f u n d i d a d e de uma l a g o a f a c u l t a t i v a é um parâmetro i m p o r t a n t e p a r a o desempenho da mesma. Lagoas f a c u l t a t i v a s m u i t o p r o f u n d a s podem imped i r que a m i s t u r a i n d u z i d a p e l o v e n t o o c o r r a em t o d a a p r o f u n d i d a d e , 1 i m i t a n d o o c o n t a t o d a volume da l a g o a com a radiação s o l a r . Pouca p r o f u n d i d a d e também p r o p o r c i o n a o c r e s c i m e n t o de p l a n t a s e n r a i z a d a s q u e c o n s t i t u e m s u p o r t e p a r a l a r v a s de i n s e t o s ( B r a n c o , 19B6; Mara & P e a r s o n , 1 9 8 7 ) . E l l i s ( 1 9 8 3 ) c i t a a p r e s e n ç a , em lagoas» f a c u l t a t i v a s r a s a s , de a l g a s F i l a m e n t o s a s , a d e r i d a s ao f u n d o , que podem c a u s a r prejuízos à boa operação d e s s a s l a g o a s . Mara e Pearson (1986) a c o n s e l h a m o p r o j e t o de l a g o a s f a c u l t a t i v a s com 1 a E m e t r o s de profundídade.

(25)

1 2

2.3.3 - Lagoas de Maturação

São g e r a l m e n t e u t i l i z a d a s após as l a g o a s f a c u l t a t i v a s o u p a r a t r a t a r e f l u e n t e s de o u t r o s p r o c e s s o s de t r a t a m e n t o - de

e s g o t o s . Seu a f l u e n t e p e r m i t e condições de b a i x a t u r b i d e z na massa l i q u i d a , a u x i l i a n d o na penetração de l u z s o l ar até as camadas mai s p r o f u n d a s , o que, c o n s e q u e n t e m e n t e , a s s e g u r a a f o t o s s i n t e s e ao l o n g o de t o d a a p r o f u n d i d a d e e p o r t a n t o , as cond ições aerób i a s . Seu p r i n c i p a i o b j e t i v o é a redução de m i c r o o r g a n i s m o s patogênicos, embora também s e j a o b t i d a alguma remoção de DBO (Mara, 1 9 7 6 ) .

As l a g o a s de maturação são g e r a l m e n t e r a s a s ( 1 , 2 a 1,5 m) p a r a f a v o r e c e r as cond ições aerób i as. Além d i sso, f o i o b s e r v a d o que a remoção de vírus s e " p r o c e s s a mais e f i c i e n t e m e n t e em l a g o a s pouco p r o f u n d a s ( M a l h e r b e & S t r i c k l a n d , 1968, c i t a d o s p o r A r t h u r , 19B3).

2.3.4 - Lagoas em Série

As l a g o a s de estabilização em série são u s u a l m e n t e u t i 1 i z a d a s com o o b j e t i v o de m e l h o r a r a q u a l i d a d e do e f 1 u e n t e

f i n a l .

M a r a i s (1986) o b s e r v a que p a r a um mesmo tempo de detenção t o t a l , o e f l u e n t e de uma série de l a g o a s a p r e s e n t a q u a l i d a d e s u p e r i o r ao de uma única l a g o a . I s s o é e x p l i c a d o d e v i d o ao f a t o de se c o n s i d e r a r o r e g i m e hidráulico de uma

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e n q u a n t o que o de uma série dé l a g o a s se a p r o x i m a mais ao de um r e a t o r com escoamento' t u b u l a r Cplug f l o w ) que é _ c i n e t i c a m e n t e mais e f i c i e n t e .

Mara e C a i r c r o s s (1989) a f i r m a m que l a g o a s de e s t a b i 1 i zação em sér i e podem p r o d u z i r e x c e l e n t e s e f l u e n t e s com uma q u a l i d a d e microbiológica adequada p a r a a irrigação i r r e s t r i t a . S i l v a e Mara (1979) destacam o f a t o de que as l a g o a s de maturação são, na sér i e , as responsáveis p e l a remoção de o r g a n i s m o s patogênicos e p o r t a n t o , melhoram a q u a l i d a d e microbiológica do e f l u e n t e f i n a l .

Em s i s t e m a s de l a g o a s de estabilização em série, a inclusão de um r e a t o r anaeróbio t o r n a - s e i m p o r t a n t e p e l a economia de área d e c o r r e n t e da sua utilização. M a r a i s ( 1 9 7 0 ) , c i t a d o p o r Smallman (198ó), c o n s i d e r a o pré-tr a t a m e n t o anaeróbio a l t a m e n t e v a n t a j o s o , de modo que sua inclusão d e v e r i a s e r a p r i m e i r a consideração nos p r o j e t o s d e s t e t i p o .

E.4 - Doenças R e l a c i o n a d a s com E s g o t o Domest i co

Em t o d a comunidade humana de c e r t a extensão t o r n a - s e inevitável a presença de indivíduos p o r t a d o r e s de doenças. M u i t a s dessas doenças são p r o v o c a d a s p o r o r g a n i s m o s patagênicos p r e s e n t e s no i n t e s t i n o do homem os q u a i s são e x c r e t a d o s com as f e z e s p a r a o e s g o t a . Logo, o e s g o t o domést i c o contém, em p o t e n c i a l , uma g r a n d e v a r i e d a d e de

(27)

14

o r g a n i s m o s c a u s a d o r e s de doenças. São e l e s : vírus, bactérias, protozoár i o s e h e l m i n t o s (Mara ft C a i r n c r o s s , 1989) . A q u a n t i d a d e e v a r i e d a d e de p a t o g e n o s p r e s e n t e s depende das doenças que o c o r r e m na população. A t a b e l a E . l a p r e s e n t a v a l o r e s prováveis de a l g u n s o r g a n i s m o s patogênicos nas -fezes e nos e s g o t o s . Os h e i m i n t a s possuem ma i o r e s p e r c e n t a g e n s de prevalénci a, e n q u a n t o que as bactér i as se a p r e s e n t a m em m a i o r e s q u a n t i d a d e s p o r l i t r o de e s g o t o .

Os vírus não fazem p a r t e da f l o r a i n t e s t i n a l n o r m a l do homem. E l e s são e x c r e t a d o s somente p o r indivíduos i n f e c t a d o s . Apesar de não se m u i t i p 1 içarem f o r a do c a r p o humano, s o b r e v i v e m d u r a n t e m u i t a s semanas' na ..meia a m b i e n t e . Os p r i n c i p a i s vírus patogên i cos e n c o n t r a d a s nas f e z e s estão r e l a c i o n a d o s na t a b e l a E. 2.. Todos e l e s podem i n f e c t a r o a p a r e i h o d i g e s t i v o , p o r exemplo, com a ingestão de água c o n t a m i n a d a , e serem e l i m i n a d a s com as f e s e s .

Brandes q u a n t i d a d e s dé bactérias são e n c o n t r a d a s nas f e z e s de q u a l q u e r pessoa e, na sua g r a n d e m a i o r i a , não causam doença. As bactérias patogênicas i n t e s t i n a i s provocam

infecções c u j o p r i n c i p a l s i n t o m a é a d i a r r é i a ( Ca i r n e r o s s , 19B4). A Comissão B l a n t ( P i n t o , 1989) a v a l i o u que, nos países em d e s e n v o l v i m e n t o , e n t r e 20 a 25 miIhões de c r i a n c a s com menos de 5 anos de i d a d e morrem a n u a l m e n t e , senda que um terço d e s s a s m o r t e s ( 6 , 7 a B,3 milhões p o r ano) são atribuídas às d i a r r e i a s , c u j o s a g e n t e s etiológicos são v e i c u l a d o s p o r águas poluídas com f e z e s humanas.

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TABELA E . l - V a l o r e s prováveis do número de a l g u n s o r g a n i s m o s patogênicos nas f e z e s e nas e s g o t o ? de uma comun i d a d e de 50.000 nata i t a n t e s , de um p a í s t r o p i c a l .

PflTOGEBO N° NÉDIO FOR 1 PREVALÊNCIA* H° MÉDIO POR GRAMA DE FEZES LITRO DE ESGOTO

-VÍRUS Enterovírus 10a 5 5000 - BSCTEREAS • Saluonella SDP 10* 7 7000 Shigella SDB 10* 7 1 7000 Vifario cholerag 10* ^ - PROTOZOÁRIOS EntannPba higtphti" 15x10* 30 4500 - HELMINTOS flgcaris lumbricoifes 10" 60 600 fo-vlnstnna dimfenale 800 40 32 fecator americanus BOO 40 32 pçhisto5twB;iiansoni 40 85 1 IafiDÍa_SEE i0" 1 10

* PREVALÊNCIA: NÚMERO DE PESSOAS INFECTADAS FONTE: Feadim et alii, 1980

(29)

TABELA 2.2 - P r i n c i p a i s vírus patogênicos humanos em f e z e s

VlRUS RESERVATÓRIO DOENÇAS

1 - ENTEROVlRUS

. PQLIOVLRUS HOMEM . POLIOKELITE, FEBRE E MENINGITE . ECHQVÍRUS HOMEM . DIARREIA, FEBRE, MENINGITE E

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS . COXSACKIE. HOMEM . FEBRE, MENINGITE E DOENÇAS

RESPIRATÓRIAS NOVOS VÍRUS

ENTÉRICOS

. ADEN0VÍRU5 HOMEM E ANIMAIS . DOENÇAS RESPIRATCSISS, INFECÇDER DE OLHOS

. REOVÍRUS HOMEM E ANIMAIS .• . NfiO BEM DEFINIDA5

2 - VlRUS DA HEPATITE A HOMEM . HEPATITE INFECCIOSA 3 - VlRUS ASSOCIADOS COM

GASTROENTERITE

. ROTAVtRUS PROVAVELMENTE . DIARREIA E VÓMITOS

O HOMEM

. CflLICIVlRUS - DIARREIA E VÓMITOS

. AGENTE NORWALK PROVAVELMENTE . DIARREIA E VÓMITOS

O HOMEM

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Em c e r t o s casos, a s bactérias p a t o g ê n i c a s podem m u l t i p 1 i c a r - s e no meio a m b i e n t e , p a r t i c u l a r m e n t e quando estão em c o n t a t o com alguma mater i a orgân i c a . Mas, g e r a i mente, começam a m o r r e r l o g o que saem do c o r p o humano. As p r i n c i p a i s bactér i a s patogên i c a s e n c o n t r a d a s no e s g o t o estão r e l a c i o n a d a s na t a b e l a E.3.

TABELA E.3 - P r i n c i p a i s bactér i a s patogên i c a s humanos em -fezes

BACTÉRIAS RESERVATÓRIO DOENÇAS

SALMONELLA . S, trpfri . S. paratyphi OUTRAS SALHDNELLAS Shigela SPP V. cholerae OUTROS VIBRIOS Campylobacter SPP Yersinia enterocolítica homem homem homem e animais homem homem homem homem e animais homem e animais febre tifóide •febre paratifóidea intoxicação alimentar, diarreias • disenteria bacilar cólera diarreias diarreias diarreia e septicemias FONTE: Feachem et a l i i , 19B0

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1 0

Apenas três espéc i e s de p r o t o z o a r i o s i n t e s t i n a i s são c o n s i d e r a d o s patogên i c o s de importância na Engenhar i a

i

Sanitária ( t a b e l a E.4). As f o r m a s i n f e c t i v a s são g e r a l m e n t e os c i s t o s e n c o n t r a d o s n a s f e z e s (Feachem e t a l i i , 1983) . • B a l a n t i d ium c o l i é uma espéc i e e x i s t e n t e no i n t e s t i n o g r o s s o de suínos e em algumas situações pode p a r a s i t a r o homem.

TABELA E.4 - P r i n c i p a i s protozoários patogênicos em f e z e s humanas

PROTOZOÁRIOS RESERVATÓRIO DOENÇAS

. Biardia lamblia . homem e. animais . diarreia e má absorção 0 --- • ——— intestinal

. Entamoeba hystnlvtica . homem . diarreias, abcessos no fígado e ulcerações no cólon

. Halantidium coli . homem e animais . diarreia e ulcerações no . Halantidium coli

cólon FONTE: Feachem et a l i i , 1980

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Vários vermes p a r a s i t a s h a b i t a m o i n t e s t i n o do homem e seus ovos são e x c r e t a d o s com as f e z e s . A m a i o r i a não s e m u l t i p l i c a d e n t r o do c o r p o humano. São c l a s s i f i c a d o s em 2 g r u p o s p r i n c i p a i s : o s vermes de -forma a r r e d o n d a d a (Nematodes) e os de f o r m a a c h a t a d a ( C e s t o d e s e T r e m a t o d e s ) .

• s c i c l o s de v i d a d o s h e l m i n t o s s ã o c o m p l e x o s , i n c l u i n d o estágios no meio e x t e r n o ou em an i m a i s , a n t e s de r e t o r n a r ao homem. D h e l m i n t o A s c a r i s 1 u m b r i c n i ripg. p o r exemplo, chega ao meio e x t e r n o j u n t o com a s f e z e s e na presença de a m b i e n t e favorável ( t e m p e r a t u r a e n t r e E5 a 30°C, umidade mínima de 70X e oxigénio) t o r n a - s e e m b r i a n a d o

i n f e c t a n t e em 15 d i a s . Mantém-se n e s s e e s t a d o p o r vários meses até s e r ^ i nger i d o p e l o h o s p e d e i r o . A pessoa que p o s s u i r no s e u I n t e s t i n o uma g r a n d e q u a n t i d a d e de vermes c o r r e um maior r i sco de doença g r a v e , e desempenha um p a p e l i m p o r t a n t e na transmissão de doença ao e l i m i n a r números mais e l e v a d o s de ovos na meio a m b i e n t e ( C a i r n c r o s s , 1 9 8 4 ) .

No B r a s i l o g r u p o dos h e l m i n t o s é de m u i t a importância d e v i d o à e l e v a d a frequência com que e l e s são e n c o n t r a d o s em g r a n d e p a r t e da população. Cerca de 70 milhães de b r a s i 1 e i r o s possuem doenças c a u s a d a s p o r h e l m i n t o s (Campos, 19B8). Na t a b e l a 2.5, e n c o n t r a m - s o a l g u n s e x e m p l o s das h e l m i n t o s e as e n f e r m i d a d e s p o r e l e s c a u s a d a s . Quanto â transmissão d a s h e l m i n t o s , pode-se o b s e r v a r a s d i f e r e n t e s f o r m a s : sem h o s p e d e i r o i n t e r m e d iário (Nematodes í e com hospede i r o intermediário ( C e s t o d e s e T r e m a t o d e s ) . No caso de Nematodes a transmissão e n v o l v e homem-solo—homem, e x c e t o com os

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£0

TABELA E . 5 .- P r i n c i p a i s h e l m i n t o s patogênicos -frequente;

•fezes humanas em HELHIKTQ TRMSHlSSffl DOENÇA HEHATODE . fea-ari«; lunhricoirfps . Triehuris trichiura . Entprohius veraicularis .'Stronavloides stercolarjs • Necatpr, americanus . Ancvlnstoma duodenale . honem-solo-hoíwm . homem-solo-homen . hosieffl-hoin&n . homem-hoiteiii . hciieffl-solo-hofneíii . homesi-solo-homem . ascanase . trichuriase . enterobiase . estrongyloidiasí . ancilostomíase . ancilostomíase CESTODE . Tamia saginata . Hvnpnnlepsis nana hfflseffl-porco-hoaiTLTi "hoDieia-vacarhomeni ' honem ou roedor-homem taer.iase taeniase hifflenolelpiase TREtIATODE - Bchistpsoffia haematobiuin . Schistosoma aansoni . Srhistnsana iaponicum . Faarinla hepático . Clnnnrrhis sinensis homem-caramujo aquático-honem homem e animais-ca-ramujo aquático-horaem haiuem-caramujo aquática ovelha-caramujo aquático-homem KquistDsomose esquistosomosB esquistosomose fasciolase

hosem ou animal-carasiujo . dororchiase aquático-peixe-homem

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E n t e r o b i o s v e r m i c u l a r i s e S t r a n ^ Y } " i C I P ^ que e n v o l v e apenas homem-homem. No c a s o d o s C e s t o d e s a transmissão é f e i t a através de um h o s p e d e i r o i n t e r m e d iár i o que pode s e r um an i ma 1

( v a c a ou p o r c a ) ou r o e d o r , e n q u a n t o que com o s t r o m a t o d e s e n v o l v e um c a r a m u j o aquático.

E. 5 - Sobrevivênc i a de P a t o g e n o s . n o E s g o t o Domest i c o

A hab i 1 i d a d e do um o r g a n ismo, patogên i c o ou n ã o , de s o b r e v i v e r no amb i e n t e é a sua p e r s i stênc i a e depende de, condições a m b i e n t a i s , t a i s como: umidade, q u a n t i d a d e de matéria orgânica, pH, insolação, t e m p e r a t u r a e preseriçs de o r g a n i s m o s antagónicos. A m o r t e n a t u r a l d o s o r g a n i s m o s , quando e x p o s t o s a amb i e n t e s h o s t i s , é um f a t o r de mui t a

importânc i a d e v i d o ao s e u decrésc imo, i n d e p e n d e n t e de t r a t a m e n t o ( S h u v a l e t a l i i , 1 9 8 6 ) .

M u i t o s e s t u d o s t ê m s i d p r e a l i z a d o s o b s e r v a n d o a sobrevivência de o r g a n i s m o s no e s g o t o doméstico. A l g u n s dados d e s s e s e s t u d a s estão r e l a c i o n a d o s na t a b e l a E.6.

Todos o s o r g a n i s m o s patogên i c o s i n t e s t i n a i s como vírus, bactérias, protozoários e h e l m i n t o s são transmissíveis p o r vár i a s v i a s , i n c l u i n d o contaminação da água e u t i 1 i zação de e s g o t a na a g r i c u l t u r a . - -

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--EE

TABELA 2.6 So.breviênc i a, em d i a s , de d i f e r e n t e s m i c r o r g a -n i s m o s em d i -fer e -n t e s amb i e -n t e s .

PATQGENO FEZES E

LODOS ES60TDS E AGUAS SUPERFICIAIS SOLO CULTURA

VÍRUS . Enterovims __.(polio echo cocsackie) í .80 í 50 í 20 í 15 BACTÉRIAS Coliformes fecais Saldionella SPP Shigella SPP Víbrio cholerae ( 50 < 30 ( 10 ( 5 ( 30 f 30 { 10 ( 10 ( 20 í 20 í 10 < 15 í 15 ( 5 < 2 PROTOZOÁRIOS Entamoeba hystolitica (cistos) ( 30 ( 30 ( 20 < 10 HELMINTOS

Ascaris lumbricoides meses meses meses < 30

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2.6 - Transmissão de P a t o g e n o s D e v i d o à Contaminação da Agua

E x i s t e uma e s t r e i t a relação e n t r e as cond ições sanitár i a s e amb i e n t a i s de uma população, sue s i tuaçãa s ó c i o -econômica e seu nível de p r o g r e s s o e d e s e n v o l v i m e n t o .

M o i t t a (1984) a f i r m o u que c e r c a de BOX das doenças que* o c o r r e m no mundo estão a s s o c i a d a s á água,, sendo essa p e r c e n t a g e m aumentada nos países em d e s e n v o l v i m e n t o .

A água pode se t r a n s f o r m a r num meio de propagação de doenças, ao s e r c o n t a m i n a d a com f e z e s e l i m i n a d a s p o r p e s s o a s d o e n t e s . As águas s u p e r f i c i a i s são as que f i c a m m a i s e x p o s t a s a essa contaminação, c a l o c a n d o em r i s c o várias a t i v i d a d e s

l i g a d a s à água, t a i s como: aba s t ec i m e n t o de água, irrigação, pecuár i a, pesca e recreação.

Em m u i t a s c i d a d e s , milhões de pessoas são a b a s t e c i d a s por f o n t e s c e n t r a l i z a d a s de água e um número e1 evado d e l a s pode s e r i n f e c t a d o s i m u l t a n e a m e n t e se a água r e c e b e r um t r a t a m e n t o d e f i c i e n t e ou se h o u v e r contaminação na r e d e de distribuição.

A disseminação das doenças de transniissãa hídrica é f a v o r e c i d a p e l a f a l t a de hábitos higiénicos da população, consequência da f a l t a de saneamento básico adequado. P o r t a n t o , t o r n a - s e necessário o c o n t r o l e microbiológico da água u t i l i z a d a p a r a as d i v e r s a s a t i v i d a d e s humanas. Esse c o n t r o l e também se f a z necessário p a r a v e r i f i c a r a eficiência do t r a t a m e n t o dos e s g o t o s na remoção de p a t o g e n o s p a r a que

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24

sua d e s c a r g a não cause prejuízos à -fonte r e c e p t o r a ou p a r a p e r m i t i r o seu r e u s o .

H.7 - C o n t r o l e de Q u a l i d a d e de Aguas e de E-fluentes de S i s t e m a s de T r a t a m e n t o de E s g o t o s

A q u a n t i -f icação dos o r g a n i smos patogên icõs p r e s e n t e s na água é m u i t o complexa, r e q u e r e n d o pessoa 1 e s p e c i a 1 i zado, além de mater i a i s e equ i p a m e n t o s so-f i s t i cados . Em mu i t o s c a s o s , os p a t o g e n o s estão p r e s e n t e s em números b a i x a s e de

•forma i n t e r m i t e n t e , o que t o r n a a i n d a mais d i - f i c i l seu i s o l a m e n t o e i d e n t i -f icação. Tendo em v i s t a e s t a s d i f i c u I d a d e s , a qua1 i d a d e m i c r o b iológ i c a de uma égua é e x p r e s s a em t e r m o s de concentração e -frequência de espécies de m i c r o o r g a n i s m o s denominados i n d i c a d o r e s ( C a i r n c r o s s & Feachem, 1 9 8 3 ) . Segundo Feachem e t a l i i ( 1 9 8 3 ) , os mi c r o o r g a n i s m o s i n d i c a d o r e s devem p o s s u i r as s e g u i n t e s características ( 1 ) e s t a r p r e s e n t e s j u n t a m e n t e com o s p a t o g e n o s ; (E) p o s s u i r h a b i t a t e x c l u s i v a m e n t e i n t e s t i n a l , sendo, p o r t a n t o , de or i gem un i c amente -fecal ;

< 3) o c o r r e r em números ma i s e l e v a d o que o s p a t o g e n o s ; ( 4 ) s e r -fáceis de d e t e c t a r e q u a n t i f i c a r ;

( 5 ) s e r i g u a l ou mais r e s i s t e n t e s que o s p a t o g e n o s f o r a do t r a t o i n t e s t i n a l ;

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D e n t r e os m i c r o o r g a n ismos i n d i c a d o r e s s u g e r i d o s , os mais u t i 1 i zados são as bactér i a s do g r u p o c o l i -formes . 0 g r u p o é constituído p e l o s c o l i - f o r m e s -fecais ou t e r m o t o l e r a n t es, de o r i g e m e x c l u s i v a m e n t e -fecal , onde a bactér i a p r e d o m i n a n t e é Escherjçh.ia c o l i . e os c o l i formes t o t a i s p r e s e n t e s em água, s o l o e -fezes. Os c o l i - f o r m e s -fecais são b a c i l o s Gram n e g a t i v o s , aerób i o s ou anaeróbi os f a c u l t a t i vos que f e r m e t a m a l a c t o s e com a produção de ác i d o e gás. à 35 e 44,5 <:,1C. Somente os c o l i-formes f e c a i s são i n d i c a d o r e s s e g u r o s de poluição -fecal na água ( C a i r n c r o s s & Feacheam, 1 9 8 3 ) .

P a r a a v a l i a r o r i s c o a saúde, 1^ °5 e* lu e r |t e s de s i s t e m a s de t r a t a m e n t o de e s g o t o , quando . a s s o e i a d o s a algum

uso ou com sua d e s c a r g a na amb i e n t e , o m e l h o r s e r i a a utilização de um i n d i c a d o r de .organismos .patogênicos. Como se t o r n a di-fícil o emprego de um mesmo a r g a n i smo i nd i cador par a • f i n a l i d a d e s d i f e r e n t e s do e f l u e n t e f i n a l , Feachem e t a l i i (1983) sugerem a e s c o l h a de d i f e r e n t e s i n d i c a d o r e s , adequados p a r a cada situação. S.B - 0 Uso de E s g o t o s Domésticos na A g r i c u l t u r a S.B.l - Transmissão de P a t o g e n o s D e v i d o à Contaminação do S o l o e de C u l t u r a A contaminação de s o l o s e de c u l t u r a s p e l o u s o de e s g o t o s t r a t a d o s e não t r a t a d o s é o u t r a f o r m a de

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transmissão-£6

de doenças. N e s t e caso, S h u v a l e t a l i i (19B6) c i t a m três possíveis populações que podem se a f e t a d a s :

(1) t r a b a l h a d o r e s a g r ícolas em c o n t a t o com o ' s i stema de irrigação;

(2) população v i z i n h a de onde se p r a t i c a a irrigação; (3) c o n s u m i d o r e s das c u l t u r a s i r r i g a d a s e/ou de c a r n e dos an ima i s e x p o s t o s aos amb i e n t e s c o n t a m i n a d o s .

S i l v a e Mara ( 1 9 7 7 ) , c i t a n d o T e c h n i c a l D i g e s t n° 17 ( 1 9 7 1 ) , r e l a t a m a in-fecção p o r p a r a s i t a s i n t e s t i n a i s em BO*/, dos t r a b a l h a d o r e s de -fazendas na I n d i a que u t i 1 i zavam águas residuárias sem t r a t a m e n t o p a r a irrigação em comparação com 28% nas populações de c o n t r o l e .

S h u v a l e t a l i i ( 1 9 8 6 ) descrevem vários c a s o s de contaminação através da irrigação em d i v e r s a s p a r t e s do mundo. E n t r e e l a s , o s u r t o de cólera o c o r r i d o em Jerusa1ém, em 1970, p o r contaminação de v e g e t a i s i r r i g a d o s i l e g a l m e n t e com e s g o t o b r u t o .

2.B.2 - R i s c o s de Saúde

Com base em e s t u d o s epidemiológicos, S h u v a l e t a l i i ( 1 9 8 6 ) c o n s i d e r a m que os o r g a n i s m o s patogênicos com m a i o r e s r i s c o s de c o n t a m i n a r o homem e a n i m a i s são a q u e l e s que a p r e s e n t a m as s e g u i n t e s características:

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(E> pequena q u a n t i d a d e de o r g a n i s m o s p a t o g ê n i c c s necessária p a r a c a u s a r infecção, ou s e j a , dose i n f e c t i v a b a i x a ; (3) a p r e s e n t a m pouca ou nenhuma i n i u n i d a d e no h o s p e -d e i r a ; (4> d i v e r s a s f o r m a s de infecção; (5> l o n g o p e r i o d o de 1atênc i a e/ou n e c e s s i d a d e de um estágio de d e s e n v o l v i m e n t o no s o l o . A t a b e l a E.7 c l a s s i f i c a os p a t o g e n o s i n t e s t i n a i s de 4

a c o r d o com e s s a s características. Os h e l m i n t o s , nas l o c a i s onde f o r e m endêmi cos, serão os o r g a n ismos p atagên i c a s

i n t e s t i n a i s de m a i o r transmissão no c a s o da i r r i gacSo com e s g o t o , em c o n t r a s t e com . o s v í rus i n t e s t i r a i s que a p a r e n t e m e n t e são os de menor r i s c o . Os r i s c o s de transmissãr de doenças causadas p o r bactérias e protozoários c l a s s i f i c a m -se e n t r e e s s e s d o i s e x t r e m o s ( S h u v a l e t a l i i , 1986)

E s t u d o s epidemiológicos dos e f e i t o s na saúde do homem no r e u s o dos e s g o t o s na a g r i c u l t u r a c o n f i r m a m as hipóteses menc i o n a d a s acima: ase ar i ases-, t r i c h u r í a s e s e có 1 era têm a c o r r i d a d e v i d o ao consuma de v e g e t a i s c o n t a m i n a d a s . A transmissão de o u t r a s doenças como f e b r e tifóide, g i a r d íases e v i r o s e s i n t e s t i n a i s p a r e c e s e r l i m i t a d a ( S h u v a l e t a l i i . 1 9 8 6 ) . Todos e s t e s c a s o s de doenças puderam s e r a s s o c i a d o s com r e u s o dos e s g o t o s sem t r a t a m e n t o s ou p a r e ia 1mente t r a t a d o s .

(41)

-HG

TABELA E.7 - Características epidemiológicas d o s patogênicos i n t e s t i n a i s através de s u a s c a p a c i d a d e s de c a u s a r infecções p o r irrigação com e s g o t o s .

PERÍODO DE MÍNIMA LATÊNCIA E

PATOGÊNICOS SOBREVIVÊNCIA DOSE IMUNIDADE ROTAS DE DESBMLVIHEftTO

NO AMBIENTE EFETIVA INFECCfiO NO SOLO

vírus nédio baixa longa principalmente coríatir BE cas= cosida e água

ma

bactéria curto/médio nédia/alta curta/média principalmente cantata Bin ça=í cosida e água protozoários curto baixa/nédia nenhuma/pouca principalmente contato em casa cosida e água

nso

helmintos longo baixa nenhuma/pouca principalmente em solo, contais externo e cómica

siffl

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patogênicos podem s e r c l a s s i f i c a d o s em ordem d e c r e s c e n t e do r i s c o à saúde p o r e l e s r e p r e s e n t a d o s , como m o s t r a a t abe l a 2.8. E s t a t a b e l a é o r e s u l t a d o de uma t e n t a t i va d e um modelo d e s e n v o l v i d o d o s r i s c o s de saúde a s s o c i a d o s com o u s o de e s g o t o e de f e s e s não t r a t a d o s .

TABELA E.8 - R i s c o s r e l a t i v o s à saúde com o u s o de e x c r e t a s e s g o t o s sem t r a t a m e n t o , em a g r i c u l t u r a a q u a c u l t u r a .

TIPOS DE PATÚBENOS/INFECCflO FREQUÊNCIA EM EXCESSO DS- INFECÇÕES OU DOENÇAS NEMATODES INTESTINAS Ascaris SPP Trichuris spp Andilostomídeos alta BACTÉRIA Diarreias bacterianas (EX: cólera, tifo)

baixa VÍRUS Diarreia Hepatite a baixíssima TREMATODES E CESTODES Schistosomiase Clonorchiase Taeníase

alta ou nenhuma, depen-dendo dos métodos do uso de excreta e circunstan-cias locais

(43)

30

E.8.3 - Padrões de Q u a l i d a d e

Os r i s c o s de saúde podem s e r 'min im i zados a t r aves de r e s t r ições do u s o dos e s g o t o s na i r r igação (Mara, 1976) .

D i r e t r i z e s baseadas na avaliação epidemiológica dos r i s c o s a saúde p e l a utilização dos e s g o t o s t r a t a d o s -foram p r o p o s t a s no e n c o n t r o de E n g e l b e r g em 1985 (IRCWD, 19S5) e, subsequentemente, endossadas p e l a 0 - M. S". (WHO, 1 9 8 9 ) . A t a b e l a E.9 a p r e s e n t a as recomendações p a r a a q u a l i d a d e m i c r o b iológica dos e s g o t o s u t i 1 i zados na i r r igação. De a c o r d o com a O.M.S. (WHO, 1 9 8 9 ) , alcançados e s t e s padrões, os demais o r g a n i s m o s patogên i c o s com r i s c o ' de transmissão p e l a

irrigação estarão r e d u z i d o s a níveis indetectáveis . Os h e l m i n t o s f o r a m s e l e c i o n a d o s .como i n d i c a d o r e s p a r a t o d o s os p a t o g e n o s f a c i l m e n t e sedimentáveis, i n c l u i n d o os protozoários

(Mara & C a i r n c r o s s , 1 9 8 9 ) . Os v a l o r e s e s t a b e l e c i d o s de

i 1000 c o l i f o r m e s f e c a i s p o r 100 ml i n d i c a m a ausência ou a

presença em números desprezíveis de bactérias patogènicas. ( O r a g u i e t a l i i , 1 9 8 7 ) .

(44)

NEMATODES INTESTINAIS" COLIFORMES FECAIS PROCESSO DE REUSO (MEOIA ARITHET1CA DO (MEDIA GEOMÉTRICA

DE OVOS POR LITR0>c DO N° POR 100 t\)

IRRIGAÇÃO IRRESTRITA

irrigação de culturas í 1 í I000d

comidas provavelmente cruas, campos de esportes e parques públicos"

IRRiGAÇftO RESTRITA

irrigação de culturas i í NENHUM PADRfiO

cereais, culturas industriais RECOfBIDADO •forragem, pasto e árvores'

FONTE: WHO, 1989

• Em casos específicos, as diretrizes podem ser modificadas de acordo coei a epidemiologia local, sociocultural e fatores ambientais.

b Espécies de áscaris, trithuris e ancilostomídeos. c Durante o período da irrigação.

" U: padrão mais exigente il 200 coliformes fecais por 100 ai) è apropriado para gramados públicos tais como gramado de hotéis onde o público pode ter contato. " No caso da fruta de árvores, a irrigação deveria cessar £ semanas antes tia

(45)

32

8.8.4 - T r a t a m e n t o de E s g o t o s

Dados os padrões e s t i p u l a d o s p a r a os níveis d e p a t o g e n o s e c o l i - f o r m e s - f e c a i s , os critérios s e l e c i o n a d o s p a r a o e - f e t i v a t r a t a m e n t o dos e s g o t o s a serem u t i l i z a d o s n a irrigação i r r e s t r i t a são: í1) máxima remoção de h e i m i n t o s e (E) e - f e t i v a redução de c o l i - f o r m e s - f e c a i s . • g r a u de remoção d e s t e s parâmetros é m e l h o r e x p r e s s o em t e r m o s de l o g 1 0 u n i d a d e s . Logo, p a r a obtenção d o s padrões recomendados de q u a l i d a d e microbiológica p a r a i r r igação

i r r e s t r i t a , a redução .da concentração de bactér i a s deverá s e r de p e l o menos 4 l o gi C, e da concentração de h e l m i n t o s 3 l o gi 0 p a r a um e s g o t o típico com 10'". ca 1 i-formes f e c a i s p o r 100. ml e IO3* ovos de h e l m i n t o s por 1 i t r o .

• s p r o c e s s o s c o n v e n c i o n a i s de t r a t a m e n t o de e s g o t o s , em g e r a l , não são capazes de p r o d u z i r um e f l u e n t e de a c o r d e com o recomendado de i 1000 c o l i f o r m e s f e c a i s p o r lOOml, além de g e r a l m e n t e serem i n e f i c a z e s na remoção de ovos d e h e l m i n t o s (WHO, 1 9 8 9 ) . A t a b e l a E. 10 m o s t r a a- eficiência, e s p e r a d a na remoção de bactérias e h e l m i n t o s em d i f e r e n t e s p r o c e s s o s de t r a t a m e n t o e i n d i c a com q u a l d e l e s os padrões da O.M.S. podem s e r o b t i d o s . Graus de remoção de vírus e c i s t a s são também a p r e s e n t a d o s , embora não sejam r e l e v a n t e s p a r a a s d i r e t r i zes c i t a d a s .

(46)

TABELA E.10 - Remoção e s p e r a d a de m i c r o o r g a n i s m o s e x c r e t a d a s em v á r i a s s i s t e m a s de e s g o t o s "

REMOCfiQ (LDW*', D A W : B>

PROCESSOS DE TRATAMENTO

BACTÉRIA HEUHNTOS VlRUS CISTOS

Sedimentação primária simples 0-1 0-2 0-1 0-í Auxiliada quimicamente*1 i-2 i-3 (H) 0-í 0-í Lodo ativadoc- 0-2' 0-2 0-1 0-í Biofiltraçaod 0-2 0-2 0-1 0-i Lagoa aeradad i-2 i-3 IN) i-2 0-í Valo de oxidação* 1-2 0-2 1-2 0-i Desinfecção' 2-6 (W) 0-í 0-4 0-3 Lagoas de estabilização* i-ó (W) 1-3 (H> í-4 í-4 Efluentes de reservarórios"

de acumulação í-È (W) i-3

m

i-4 1-4

IH) Diretrizes de NHO são obtidas com um projeto adequado e

ope-ração apropriada

• FONTE: Feachem et alii, 1983

b Pesquisa adicional é necessária para confirmar funcionamento. c Incluindo sedimentação secundária

d Incluindo lagoa de sedimentação " Cloração e ozoniíação

* 0 desempenho depende do número de lagoas em série s outros fatores ambientais

• Funcionamento depende do tempo de detenção, que varia cosi a demanda

(47)

34

2.9 - Remoção de C o l i f o r m e s F e c a i s e H e l m i n t o s em D i g e s t o r e s

A u t i1ização de d i g e s t o r e s anaerób i o s de f l u x o a s c e n d e n t e com manta de -lodo e s e p a r a d o r de f a s e s é m u i t o r e c e n t e , p o r i s s o a b i b l i o g r a f i a r e f e r e n t e à remoção de c o l i f o r m e s f e c a i s e h e l m i n t o s n e s s e s r e a t o r e s a i n d a é escassa.

V i e i r a e Souza, 11985)' t r a b a l h a n d o com um r e a t o r d e s t e t i p o , dé 120 mM, t r a t a n d o e s g o t o . doméstico a t e m p e r a t u r a amb i e n t e em São P a u l o e com tempo de detenção em t o r n o de 5

*

h o r a s , e n c o n t r a r a m va l o r e s de 70% de reinoç ao de c o l i f o r m e s f e c a i s e r a r o s helmint.os no e f l u e n t e .

Todos os e s t u d o s f e i t o s até agora reconhecem que, n e s t e s r e a t o r e s , o p r o c e s s o de remoção de o r g a n i s m o s patogênicos não é e f i c i e n t e , n e c e s s i t a n d o g e r a l m e n t e de u n pósrtratamento p a r a que seus e f l u e n t e s s e j a m d e s c a r r e g a d o s E I H c o r p o s r e c e p t o r e s ou r e u s a d o s : a l g u n s t r a b a l h o s f a z e n referência a e s t e a s p e c t o (Souza, 1986; S c h e l 1 i n k o u t e t a l i i , 1 9 6 3 ) . A remoção de p a t o g e n o s nos d i g e s t o r e s 'anaeróbios de f l u x o a s c e n d e n t e é b a i x a em consequência dos c u r t o s tempos de detenção u s u a l m e n t e empregados em t a n q u e s anaerób i o s .

2.10 - R e m o ç ã o , de C o l i f o r m e s F_ecajs _e H e l m i n t o s em L a g o a s de Estabilização

(48)

redução é o b t i d a através da m o r t e d e s s e s o r g a n i smos, pr i n c i p a i m e n t e em l a g o a s de maturação.

A m o r t e de c o l i f o r m e s f e c a i s em 1agoas de estabilização é um fenómeno que e n v o l v e vários p r o c e s s e s

f ísicos, reações b i oquí mi c a s e f a t o r e s amb i e n t a i s í Sma11man , 1 9 8 6 ) .

E x i s t e m modelos cinéticos u t i l i z a d o s p a r a i n t e r p r e t a -o d e c a i m e n t -o de c -o l i f -o r m e s f e c a i s ém l a g -o a s de e s t a b i 1 i zaçã-o Um d e l e s é o p r o p o s t o p o r Mara i s (1974) que se base i a na cinética de 1"' ordem de c a r g a t o t a l m e n t e m i s t u r a d a . . Dessas cond ições r e s u l t a a s e g u i n t e equação:

N i

Ne =• C E . i ) 1 + Hbt

onde :

Ne - número de c o l i f o r m e s f e c a i s / lOOml do e f l u e n t e ; Ni - número de c o l i-formes f e c a i s / lOOml do a f l u e n t e ; t - tempo de detenção h idráu1ica ( d ) ;

Kb - c o e f i c i e n t e de 1"" ordem de v e l o c i d a d e de remoção de c o l i f o r m e s f e c a i s (d""*-).

Para uma série de lagoas':

N i ..

Ne = : :

(49)

3 6

O coe-f i c i e n t e Kb a p r e s e n t a uma g r a n d e dependénc i a d 3 t e m p e r a t u r a r e p r e s e n t a d a p o r :

K bx - E , 6 ( 1 , 1 9 ) ^ ~ c o

onde: Kbn = v a l o r de Kb a T°C

Para t e m p e r a t u r a s e n t r e 5 a HI°C, Mare i s ( 1 9 7 4 ) e n c o n t r o u um aumento da m o r t e de d o l i-formes f e c a i s com o aumento da t e m p e r a t u r a . Acima de E iQC , e l e c i t a a Presença de estratificação térmica na l a g o a , como c a u s a da redução da

remoção de bactér i a s . t

Pearson e t a l i i (1987b) m o s t r a que p aumento da t e m p e r a t u r a a c e l e r a a m o r t e das bactérias p e l o aumento ds a t i v i d a d e metabólica e p e l a s e n s i b i l i d a d e à,. s u b s t â n c i a s -tóxicas.

Além do tempo de detenção e da t e m p e r a t u r a , c o n s i d e r a d o s p o r M a r a i s ( 1 9 7 4 ) , o u t r o s f a t o r e s i n f l u e n c i a m na remoção dos c o l i f o r m e s f e c a i s t a i s como: presença de p r e d a d o r e s de bactérias, presença de a l g a s , a l t o s c a l o r e s de pH, a l t a s concentrações de oxigénio d i s s o l v i d o , deficiência de n u t r i e n t e s , ação dos v e n t o s e da l u z s o l a r ( E l l i s , 1 9 8 3 ) .

• s c o l i f o r m e s f e c a i s fazem p a r t e da c a d e i a a l i m e n t a r que se e s t a b e l e c e num s i s t e m a de l a g o a s de estabilização. E l e s servem de a l i m e n t o à r p t í_f e r o s , protozoár i o s e nematodes. E l l i s . (1983) r e l a t a a d i f i c u l d a d e . de s e q u a n t i f i c a r a influência d e s s e s o r g a n i s m o s na redução das bactérias.

(50)

P e s q u i s a s r e c e n t e s r e l a c i o n a m o aumento da remoção de bactér i as com o aumento da concentração de a l 9 a s ( A r t h u r , 1 9 8 3 ) . P e a r s o n e S i l v a ( 1 9 7 9 ) , t r a b a l h a n d o com o e f l u e n t e * de l a g o a s f a e u l t a t i v a s e de maturação, o b s e r v a r a m uma reiação i n v e r s a e n t r e b i o m a s s a de a l g a s e c o l i-formes f e c a i s . Essa relação f o i e x p l i c a d a p e l a possíve1 produção, p e l a s a l g a s , de t o x i n a s às q u a i s as bactérias são sensíveis. De a c o r d o com D a v i s e G l o y n a ( 1 9 7 E ) , a remoção de c o l i f o r m e s t e n d e a aumentar quando aumenta a v a r i e d a d e das espécies de a l g a s no a m b i e n t e . Porém Parhad e Rao (1974) r e l a t a m que a m o r t e de bactérias na presença de g r a n d e s b i o m a s s a s de a l g a s é d e v i d a à elevação do pH r e s u l t a n t e da i n t e n s a a t i v i dade fotossintética. E l e s d e m o n s t r a r a m i s s o u t i l i z a n d o c u l t u r a s m i x t a s . de r.hl o r e i 1 a e P c o l i tamponadas e não tamponadas. Na c u l t u r a não tamponada, não o c o r r e u o c r e s c i m e n t o de EL ££LLÍ. p o i s o pH chegou a v a l o r e s acima de 9,E e a sua eliminação t o t a l f o i v e r i f i c a d a após 6 d i a s em pH acima de 10,4. Nas c u l t u r a s tamponadas, onde o pH f o i mant i d o em 7,5, o c r e s c i m e n t o de E., c o l i não f o i a f e t a d o na presença de a l g a s . Pearson e t a l i i (1987 b ) e s t u d a r a m o e f e i t o do aumento do pH na remoção de bactérias em l a g o a s de estabilização e concluíram que v a l o r e s de pH i g u a i s ou acima de 9 podem

a c e l e r a r a remoção. A l t o s níveis de oxigénio d i s s o l v i d o têm s i d o a s s o c i a d o s com a l t a s t a x a s de remoção de c o l i - f o r m e s f e c a i s ( M a r a i s , 1 9 7 4 ) . P e a r s o n e S i l v a (1979) a s s o c i a r a m os parâmetros a n a l i s a d o s em a m o s t r a s de e f l u e n t e s das l a g o a s d u r a n t e 24 h o r a s do d i a e o b s e r v a r a m uma relação e n t r e

(51)

36

e l e v a d o s números de bactér i a s e ba i xas q u a n t i d a d e s de Ce-d i s s o l v i Ce-d o . E l e s cone 1uí ram que as bactér i a s são sensíveis a a l t o s níveis de 0^ e p o r causa d i s s o e l a s se movem p a r a l o n g e das concentrações e l e v a d a s de oxigénio,

• v e n t o tem uma influência p o s i t i v a na remoção de c o l i - f o r m e s -fecais em l a g o a s de estabilização p o r aumentar a m i s t u r a . • A m i s t u r a ev i t a a e s t r a t i f icação térm i ca e , p o r t a n t o , o c u r t o - c i r c u i t o e n t r e o a-f l u e n t e e o e f l u e n t e ; . Sem a o c o r rênci a do c u r t o - c i r c u i t o , os c o l i -formes -ficam m a i s tempo e x p o s t o s a condições a d v e r s a s à sua sobrevivência. A m i s t u r a p r o v o c a d a p e l o v e n t o também pode expor ma i o r e s q u a n t i d a d e s de bactérias em c o n t a t o com a l u z s o l a r e e s s e c o n t a t o r e d u z o número de bactérias ( M a e l l e r & C a l k i n s ,

1 9 8 0 ) .

A l u z s o l a r , p a r t i c u l a r m e n t e a radiação u l t r a - v i o l e t a com o c o m p r i m e n t o de onda na f a i x a de 280 a 3E0 nrr,, pode e l i m i n a r bactérias ( N o e l l e r & C a l k i n s , 19B0). E s t e s a u t o r e s e n c o n t r a m uma relação d i r e t a e n t r e . a t a x a de d e c a i m e n t o de c o l i f o r m e s f e c a i s e a dosagem de radiação u l t r a v i o l e t a r e c e b i d a p e l o s m i c r o o r g a n i s m o s . V i s t o que a radiação u l t r a v i o l e t a não.consegue p e n e t r a r até g r a n d e s p r o f u n d i d a d e s , p r i n c i p a l m e n t e p o r s e r a b s o r v i d a p e l o s sói i d o s em suspensão e p e l a s substâncias húmicas, a remoção de c o l i f o r m e s f e c a i s será m a i o r em l a g o a s r a s a s (Mayo, 1 9 8 9 ) . P o r g e s e Plackenthun

( 1 9 6 3 ) , c i t a d o s p o r Smallman ( 1 9 8 6 ) , fazem referência à eficiência de l a g o a s r a s a s na redução de c o l i f o r m e s f e c a i s d e v i d o á g r a n d e penetração de l u z assoe i a d a a a l t o s n í y e i s de

Referências

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