CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA C I V I L ÁREA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES
SEGURANÇA DE P E D E S T R E S N A S A R E A S URBANAS
JOSE MARCOS DA COSTA F I L H O
SEGURANÇA DE PEDESTRES NAS ARE AS URBANAS
Dissertação a p r e s e n t a d o ao Curso de M e s t r a d o em E n g e n h a r i a C i v i l da U n i v e r s i d a d e F e d e r a l da P a r a i b a , em cumprimento às exigências p a r a obtenção do Grau de M e s t r e em Ciências (M.Sc.)ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: TRANSPORTES
P r o f8 D r a . SIMIN J A L A L I RAHNEMAY RABBANI
O r i e n t a d o r a
P r o f . D r . SOHEIL RAHNEMAY RABBANI E x a m i n a d o r I n t e r n o
P r o f . M.Sc. JUAREZ FERNANDES D E . O L I V E I R A E x a m i n a d o r E x t e r n o
M.Sc. JOSÉ MILTON CASTELO BRANCO DE MELO E x a m i n a d o r E x t e r n o
CAMPINA GRANDE - PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA C I V I L Á R E A DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES
SEGURANÇA DE PEDESTRES NAS AREAS URBANAS
A P R O V A D A EM 0 8 / A B R I L
1996
P r o fa D r r r - S I M I N J A L A L I RAHNEMAY RABBANI O r i e n t a d o r a -P r o f . D r . S O H E I L ^ ^ ^ TM A Y RABBANI E x a m i n a d o r í n ^ r n o-&z^ím<t<'* -—=—
S c /ÍÉÍAREZ FERNANDES a m i n a d o r E x t s r n o -O L I V E I R AM.Sc. JOSE MÍÜTON CASTELO BRANCO DE MELO E x a m i n a d o r E x t e r n o
-CAMPINA GRANDE - PARAÍBA A B R I L / 1 9 9 6
momentos À m i n h a avó M a r i a L e o n o r À C e l i a n e , m i n h a e s p o s a e c o m p a n h e i r a de t o d o s o s momentos Aos meus f i l h o s M a r e e i , C a r o l i n e , e ...
A Deus, q u e n a s u a benevolência, c o n c e d e u - m e saúde e força d u r a n t e a realização d e s t e t r a b a l h o . A m i n h a família p e l o a p o i o e i n c e n t i v o , e s p e c i a l m e n t e a o s meus irmãos, M a r c i l i o e M a r e i o . À m i n h a o r i e n t a d o r a P r o f a . D r a . S i m i n J a l a l i Rahnemay R a b b a n i , p e l a orientação, assistência e a p o i o . Aos e x a m i n a d o r e s P r o f . D r . S o h e i l Rahnemay R a b b a n i , P r o f . J u a r e z F e r n a n d e s de O l i v e i r a e S r . José M i l t o n C a s t e l o B r a n c o de M e l o , p e l a avaliação e sugestões ao t r a b a l h o . Aos p r o f e s s o r e s d o D e p a r t a m e n t o de E n g e n h a r i a c i v i l , p e l a m i n h a formação acadêmica. Ao a m i g o W a s h i n g t o n p e l a competência n a digitação d e s t e t r a b a l h o . E a t o d o s a q u e l e s q u e , d i r e t a o u i n d i r e t a m e n t e contribuíram p a r a a realização d e s t e t r a b a l h o .
I n t h i s w o r k , we p r e s e n t a m e t h o d o l o g y f o r t h e e v a l u a t i o n o f a l t e r n a t i v e p l a n s t o i n c r e a s e m o b i l i t y a n d s a f e t y o f p e d e s t r i a n s i n c o m m e r c i a l c e n t e r s o f u r b a n a r e a s , e m p l o y i n g a m u l t i c r i t e r i a l d e c i s i o n m a k i n g p r o c e s s . The A n a l y t i c H i e r a r c h y P r o c e s s - AHP i s u s e d t o d e r i v e r e l a t i v e p r i o r i t i e s o f a l t e r n a t i v e p l a n s . D a t a c o l l e c t i o n was c a r r i e d o u t i n d o w n t o w n o f Campina G r a n d e , P a r a i b a , B r a z i l , i n o r d e r t o a n a l y s e t h e c r o s s i n g a n d r o u t e c o n d i t i o n s f o r p e d e s t r i a n s , i d e n t i f y i n g t h e m a i n p r o b l e m s t h a t e f f e t c t t h e i r m o b i l i t y a n d s a f e t y . The a l t e r n a t i v e s p r e s e n t e d as p o s s i b l e s o l u t i o n t o t h e m e n t i o n e d p r o b l e m a r e : (a) r e d u c t i o n o f t h e t r a f f i c f l o w i n t h e c i t y c e n t e r ; ( b ) d i s p l a c e m e n t o f s t r e e t p e d l a r s ; ( c ) a l l o c a t i o n o f s t r e e t s s p e c i a l l y f o r p e d e s t r i a n s ; ( d ) a l l o c a t i o n o f s t r e e t s s p e c i a l l y f o r p e d e s t r i a n s a n d p e d l a r s ; a n d (e) t h e n u l l a l t e r n a t i v e . The r e s u l t s o b t a i n e d f r o m t h e a p p l i c a t i o n o f t h e m e t h o d i n d i c a t e t h a t a l t e r n a t i v e ( a ) p r o v e d t o be t h e b e s t o n e , w i t h a r e l a t i v e d i f e r e n c e o f 3 0 % o v e r t h e s e c o n d o n e . The i m p l e m e n t a t i o n o f t h e r e s u l t s r e q u i r e s m o r e i n v e s t i g a t i o n w i t h r e s p e c t t o t h e i r e f f e c t s i n t h e s y s t e m a s a w h o l e .
N e s t e t r a b a l h o p r e t e n d e - s e a v a l i a r a l t e r n a t i v o s p l a n o s p a r a a u m e n t a r a m o b i l i d a d e e segurança de p e d e s t r e s em áreas c o m e r c i a i s , através d a aplicação de um método m u l t i c r i t e r i a l de auxílio à t o m a d a de decisão.
0 método e m p r e g a d o é o p r o c e s s o de Análise Hierárquica - AHP, q u e e x i g e uma estruturação do p r o b l e m a em d i f e r e n t e s níveis de h i e r a r q u i a , v i s a n d o i d e n t i f i c a r de f o r m a r a c i o n a l , a m e l h o r solução p a r a o p r o b l e m a em questão. F o i r e a l i z a d a uma p e s q u i s a de campo n o c e n t r o c o m e r c i a l de C a m p i n a G r a n d e , p a r a a n a l i s a r a s condições d a s t r a v e s s i a s e v i a s p a r a p e d e s t r e s , i d e n t i f i c a n d o o s p r i n c i p a i s p r o b l e m a s q u e a f e t a r a s u a m o b i l i d a d e e segurança. E s t a análise s e r v i u como subsídio necessário p a r a estruturação hierárquica do p r o b l e m a , e p o s t e r i o r m e n t e a priorização d a s a l t e r n a t i v a s .
A s a l t e r n a t i v a s a p r e s e n t a d a s como a s possíveis soluções p a r a o p r o b l e m a em questão, f o r a m a s s e g u i n t e s : ( a ) diminuição d o tráfego d e veículos n o c e n t r o c o m e r c i a l ; ( b ) d e s l o c a m e n t o d o s v e n d e d o r e s a m b u l a n t e s ; ( c ) segregação,, .ou s e j a , alocação de r u a s e x c l u s i v a s p a r a p e d e s t r e s ; ( d ) alocação de r u a s e x c l u s i v a s p a r a p e d e s t r e s e v e n d e d o r e s a m b u l a n t e s ; e ( e ) p e r m a n e c e r a mesma situação.
e s c o l h i d a como a m e l h o r a l t e r n a t i v a , com uma importância r e l a t i v a d e 3 0 % a m a i s do q u e a s e g u n d a . A implementação d e s s a s m e d i d a s e x i g e m a i o r e s investigações a r e s p e i t o d o s s e u s e f e i t o s no s i s t e m a como um t o d o .
Páginas F i g u r a I I . 1 - A t r o p e l a m e n t o com vítimas f a t a i s no B r a s i l , de 1980 a 1990 7 F i g u r a I I . 2 - M o r t o s em a c i d e n t e s de trânsito p o r t i p o , n o B r a s i l , p a r a o a n o d e 1994 8 F i g u r a I I . 3 - A c i d e n t e s de trânsito com vítimas, s e g u n d o a n a t u r e z a B r a s i l 1994 9 F i g u r a I V . 1 - Área d e e s t u d o 54 F i g u r a I V . 2 - P o s t o s de c o n t a g e m de p e d e s t r e s . . 56 F i g u r a I V . 3 - P o s t o s de c o n t a g e m do f l u x o de p e d e s t r e s n a s Ruas Venâncio N e i v a e M a c i e l P i n h e i r o 60 F i g u r a I V . 4 ~ Localização d o s p r i n c i p a i s p r o b l e m a s 64 F i g u r a I V . 5 - Localização d o s p r i n c i p a i s m e i o s de segurança 67 F i g u r a I V . 6 - Estruturação hierárquica do . p r o b l e m a 7 5
Páginas Tabela I I . 1 - J u l g a m e n t o d o s • p e d e s t r e s d a s v e l o c i d a d e s q u e s e a p r o x i m a m , em 100 observações 1 1 T a b e l a I I . 2 - V e l o c i d a d e de p e d e s t r e s em calçadas e t r a v e s s a s 14 T a b e l a I I . 3 - Nível de serviço p a r a p e d e s t r e s em calçadas 16 T a b e l a I I . 4 - Nível de serviço padrão p a r a
f i l a s d e p e d e s t r e s em d u a s v i a s . . 19 T a b e l a I I I . 1 - E s c a l a de j u l g a m e n t o c o m p a r a t i v o s u g e r i d o p o r S a a t y 38 T a b e l a I I I . 2 - V a l o r e s médios do I R p a r a n = l , . - -, 10 44 T a b e l a I I I . 3 ( a - e ) - M a t r i z e s de comparação paritária. 48 T a b e l a I V . 1 - F l u x o de p e d e s t r e s ao l o n g o d o s p a s s e i o s 57 T a b e l a I V . 2 - F l u x o de p e d e s t r e s n a s t r a v e s s i a s 58
T a b e l a I V . 3 - Determinação do nível de serviço
n a s calçadas - Rua Venâncio N e i v a 6 1 T a b e l a I V . 4 - Determinação do nível d e serviço
n a s calçadas - Rua M a c i e l
P i n h e i r o 6 1 T a b e l a I V . 5 - A c i d e n t e s e n v o l v e n d o p e d e s t r e s n a
T a b e l a I V . 6 - P r i o r i d a d e d o s g r u p o s 79 T a b e l a I V . 7- P r i o r i d a d e d o s critérios 7 9
T a b e l a I V . 8 - P r i o r i d a d e r e l a t i v a d o s critérios, p a r a
c a d a a l t e r n a t i v a 8 1 T a b e l a I V . 9- V e t o r de p r i o r i d a d e g l o b a l 82
Páginas
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO I I - DESLOCAMENTO E SEGURANÇA DE PEDESTRES. 5
2 . 1 - Introdução • 5 2.2 - Considerações G e r a i s 6 2.3 - N i v e l d e Serviço em V i a s d e P e d e s t r e s 12 2.4 - Segurança p a r a P e d e s t r e s 2 0 2. 4 . 1 - T r a v e s s i a s d e P e d e s t r e s 24 2.4.2-Segregação 27 2.5 - Conclusão 2 9 CAPÍTULO I I I - MÉTODO PROPOSTO 3 1
3.1 - Introdução 3 1 3.2 - Estruturação Hierárquica 34 3.3 - Comparação p o r P a r e s 36 3.4 - Priorização d o s P l a n o s A l t e r n a t i v o s 4 1 3.5 - Sintetização d e P r i o r i d a d e s 44 3.6 - E x e m p l o I l u s t r a t i v o 4 5 CAPÍTULO I V - ESTUDO DE CASO 5 1
4.1 - Introdução 5 1 4.2 - Á r e a d e E s t u d o 52 4.3 Análise d o D e s l o c a m e n t o e Segurança d e P e d e s
-t r e s - 5 5 4.4 Aplicação d o Método d e Análise Hierárquica
-AHP 6 9
4.5 - Análise d o s R e s u l t a d o s 78
CAPÍTULO V - CONCLUSÃO 84 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8 9
INTRODUÇÃO
Nas áreas u r b a n a s o n d e o d e s l o c a m e n t o a pé o c u p a um p a p e l m u i t o i m p o r t a n t e no m o v i m e n t o das p e s s o a s , as v i a s r e p r e s e n t a m , na m a i o r i a d o s c a s o s , insegurança p a r a p e d e s t r e s e b a r r e i r a a s u a circulação, p r i n c i p a l m e n t e n o s c e n t r o s c o m e r c i a i s onde o nível de c o n f l i t o e n t r e p e d e s t r e s e veículos é m u i t o a l t o . E s t e s l o c a i s a p r e s e n t a m t a x a s de a c i d e n t e s e l e v a d a s e a l t o nível de c o n g e s t i o n a m e n t o de tráfego. P a r t i c u l a r m e n t e o d e s l o c a m e n t o de p e d e s t r e s n e s t a s áreas, e n f r e n t a p r o b l e m a s de f a l t a de segurança e c o n f o r t o , p o i s , t r a d i c i o n a l m e n t e , os p l a n e j a d o r e s não t e m l e v a d o em consideração as n e c e s s i d a d e s de circulação de p e d e s t r e s , n a m a i o r i a d a s v e z e s dão m a i s ênfase ao tráfego de veículos.E s t u d o s e p r o p o s t a s no s e n t i d o de m e l h o r a m e n t o d e s t a s áreas t o r n a m - s e t a r e f a c o m p l e x a , p o i s e n v o l v e f a t o r e s de o r d e m s o c i a l , econômica, política e a m b i e n t a l . Além d i s s o , e x i s t e m o s i n t e r e s s e s de vários g r u p o s e n v o l v i d o s no s i s t e m a , até c e r t o p o n t o c o n f l i t a n t e s . Dada a g r a n d e dimensão e c o m p l e x i d a d e d e s s e s p r o b l e m a s , p l a n e j a d o r e s t e m u t i l i z a d o o s métodos m u l t i c r i t e r i a i s como f e r r a m e n t a de auxílio n a t o m a d a de decisão, com o o b j e t i v o de i d e n t i f i c a r r a c i o n a l m e n t e a a l t e r n a t i v a m a i s a d e q u a d a n a solução de um p r o b l e m a . E s t e s
médotos p r o p o r c i o n a m m e i o s p a r a a n a l i s a r de modo o r g a n i z a d o e t r a n s p a r e n t e , as preferências dos g r u p o s e n v o l v i d o s , p e r m i t i n d o que o s t o m a d o r e s de decisão t e n h a m c o n h e c i m e n t o dos vários p o n t o s d e v i s t a , f a c i l i t a n d o o c o n s e n s o e negociação.
Vários métodos com característica m u l t i c r i t e r i a l têm s i d o d e s e n v o l v i d o s p a r a a u x i l i a r p l a n e j a d o r e s n a t o m a d a de decisão. Embora e l e s d i f e r e n c i e m em a l g u n s a s p e c t o s , t o d o s têm o o b j e t i v o de a v a l i a r as a l t e r n a t i v a s de p r o j e t o s e r a c i o n a l m e n t e i d e n t i f i c a r a m e l h o r opção. E s t e s métodos p e r m i t e m p r o c e d e r o e s t u d o , t r a b a l h a n d o com critérios q u a n t i t a t i v o s e q u a l i t a t i v o s , c o n s i d e r a n d o múltiplos f a t o r e s . Um d o s métodos m u l t i c r i t e r i a i s que t e m s e d e s t a c a d o em s u a s aplicações é o P r o c e s s o de Análise Hierárquica - AHP, t e n d o como princípio básico r e p r e s e n t a r o p r o b l e m a a p a r t i r de uma estruturação hierárquica, | no s e n t i d o de o b t e r uma priorização de t o d o s o s e l e m e n t o s , n a t o m a d a de decisão. A s s i m , c o n s i d e r a - s e d e n t r o de s u a e s t r u t u r a , os o b j e t i v o s , critérios e alternativas-soluções p a r a o p r o b l e m a , f a z e n d o que o s mesmos s e j a m c o m p a r a d o s através de j u l g a m e n t o s paritários que d e t e r m i n e m a importância r e l a t i v a de c a d a um dos c o m p o n e n t e s d a h i e r a r q u i a . I s t o r e s u l t a n a e s c o l h a d a a l t e r n a t i v a m a i s r a c i o n a l p a r a o c a s o em questão.
N e s t e t r a b a l h o , p r e t e n d e - s e a v a l i a r o s p l a n o s a l t e r n a t i v o s p a r a a u m e n t a r a m o b i l i d a d e e segurança de p e d e s t r e s no c e n t r o c o m e r c i a l de C a m p i n a Grande-PB, p o r m e i o
do P r o c e s s o de Análise Hierárquica - AHP, método de a u x i l i o a t o m a d a de decisão.
A importância d e s t e t r a b a l h o está em a p r e s e n t a r uma aplicação d e s t e método, p a r a a v a l i a r e s e l e c i o n a r p r o p o s t a s de soluções p a r a p r o b l e m a s de trânsito, e s p e c i f i c a m e n t e s o b r e a segurança e m o b i l i d a d e de p e d e s t r e s em áreas c o m e r c i a i s u r b a n a s .
No próximo Capítulo, f a z - s e uma exposição d o s a s s u n t o s r e l a c i o n a d o s com o d e s l o c a m e n t o e segurança de_ p.edestr-es—em—v-i-a-s- u r b a n a s , a p r e s e n t a n d o , p r i n c i p a l m e n t e , os m e i o s que p r o p o r c i o n a m c o n f o r t o e segurança n a movimentação
de p e d e s t r e s .
No Capítulo I I I , são d e s c r i t o s o s princípios f u n d a m e n t a i s e a formulação matemática do P r o c e s s o de Análise Hierárquica - AHP, m o d e l o p r o p o s t o p a r a s e r u t i l i z a d o n o e s t u d o de c a s o d e s t e t r a b a l h o . No Capítulo I V , f a z - s e um e s t u d o de c a s o , onde a n a l i s a - s e as condições de d e s l o c a m e n t o e segurança de p e d e s t r e s no c e n t r o c o m e r c i a l d a c i d a d e de Campina G r a n d e e a p l i c a - s e um método p a r a e s c o l h a d a m e l h o r a l t e r n a t i v a que ofereça m e l h o r i a s p a r a p e d e s t r e s , c o n s i d e r a n d o o u t r o s g r u p o s e n v o l v i d o s , a n a l i s a n d o - s e p o s t e r i o r m e n t e o s r e s u l t a d o s . No Capítulo V, a p r e s e n t a m - s e as conclusões f i n a i s d e s t e t r a b a l h o e a l g u m a s recomendações p a r a e s t u d o s f u t u r o s .
DESLOCAMENTO E SEGURANÇA DE PEDESTRES
2.1 - Introdução N e s t e capítulo m o s t r a - s e a importância e consideração q u e o s p e d e s t r e s devem a d q u i r i r n o p l a n e j a m e n t o de tráfego, d e s t a c a n d o o s c o n c e i t o s i m p o r t a n t e s p a r a análise e avaliação d o s f a t o r e s r e l a c i o n a d o s ao d e s l o c a m e n t o e segurança d e p e d e s t r e s em áreas u r b a n a s . E s t e s c o n c e i t o s se f a z e m necessários p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o d o o b j e t i v o p r o p o s t o n e s t e t r a b a l h o . N o r m a l m e n t e , q u a n d o o p e d e s t r e s e d e s l o c a , e l e d e s e j a fazê-lo o m a i s rápido possível, como se as calçadas f o s s e m contínuos e não h o u v e s s e m nem automóveis nem v i a s a a t r a v e s s a r . A s s i m , a s calçadas e t r a v e s s i a s devem o f e r e c e r uma e s t r u t u r a s u f i c i e n t e p a r a t o r n a r o s d e s l o c a m e n t o s d e p e d e s t r e s no mínimo s e g u r o e confortável. Além d o m a i s , d e s t a c a - s e a n e c e s s i d a d e d e i m p l e m e n t a r m e d i d a s d e e n g e n h a r i a de tráfego q u e r e d u z a m o s p o n t o s de c o n f l i t o e n t r e veículos e p e d e s t r e s , f a v o r e c e n d o a circulação e f i c i e n t e d o s veículos e g a r a n t i n d o o d i r e i t o f u n d a m e n t a l do cidadão d e s l o c a r - s e a pé com segurança.2,2 - Considerações G e r a i s Nenhuma c i d a d e poderá r e s o l v e r s e u s p r o b l e m a s de circulação s e n e g l i g e n c i a r o m a i s i m p o r t a n t e veículo a u t o p r o p u l s o r de t o d o s : o p e d e s t r e ( L e w i s M u n f o r d , 1 9 6 4 ) . 0 p e d e s t r e é o e l o da circulação u r b a n a do q u a l t o d o s o s d e m a i s modos dependem. Em c e r t a s c i d a d e s c o n s i d e r a n d o - s e a s c u r t a s distâncias, há m a i s d e s l o c a m e n t o a pé do q u e p o r q u a l q u e r o u t r a m o d a l i d a d e . Uma p e s q u i s a r e a l i z a d a n a I n g l a t e r r a com um t o t a l de 17.000 indivíduos m o s t r o u que as p e s s o a s p a s s a m a p r o x i m a d a m e n t e 20 m i n u t o s p o r d i a c a m i n h a n d o , e a distância c a m i n h a d a é em média 1,32 km. Além d i s s o , n o s países d e s e n v o l v i d o s mesmo com um número r e l a t i v a m e n t e a l t o de c a r r o s próprios, 6 0 % d a s v i a g e n s c o r r e s p o n d e n t e s a s distâncias de até 1,5 km, são r e a l i z a d a s i n t e i r a m e n t e a pé {TRRL, 1 9 9 1 ) .
D e s t e modo, é e v i d e n t e a importância d o s p e d e s t r e s como um d o s p r i n c i p a i s g r u p o s de usuários da v i a . No e n t a n t o , d e n t r e o s g r u p o s de usuários d a v i a o s p e d e s t r e s são o s m a i s vulneráveis, p o i s , q u a n d o e n v o l v i d o s num a c i d e n t e são m a i s prováveis de s e r e m m o r t o s o u f e r i d o s .
C o m p r o v a d a m e n t e as estatísticas de a c i d e n t e s e n v o l v e n d o p e d e s t r e s são r e l a t i v a m e n t e e l e v a d a s . A F i g u r a I I . 1 m o s t r a o s d a d o s de a t r o p e l a m e n t o s com vítimas f a t a i s no B r a s i l , de 1982 a 1 9 9 0 .
g 8000 + E 6000 --•o z 4000 -2000 -• O 9053 82 83 84 85 86 87 88 89 90 Ano F i g . I I . 1 - A t r o p e l a m e n t o com vítimas f a t a i s no B r a s i l , de 1980 a 1 9 9 0 . F o n t e : DENATRAN, 1 9 9 2 . C o n s i d e r a n d o - s e o t i p o d e usuário d a v i a , em 1994 os p e d e s t r e s f o r a m a s vítimas m a i s f a t a i s s e c o m p a r a d o com p a s s a g e i r o s e c o n d u t o r e s . De a c o r d o com o s números d a F i g u r a I I . 2 , 4 4 % d a s f a t a l i d a d e s f o r a m com p e d e s t r e s . E s t e índice é a i n d a m a i o r , j á que e x i s t e uma deficiência n o p r o c e s s o de c o l e t a d e d a d o s , p o i s , m u i t a s v e z e s , a s vítimas não m o r r e m n o l o c a l e a s estatísticas o b t i d a s p e l a s a u t o r i d a d e s não i n c l u e m t a i s vítimas.
12000 I 10000 - 8000- 6000- 4000-
2000-44%
33% • 534 9 23ÍPe desire Passageiro Condutor
F i g u r a I I . 2 - M o r t o s em a c i d e n t e s de trânsito p o r t i p o , no B r a s i l p a r a o a n o de 1 9 9 4 .
F o n t e : DENATRAN, 1 9 9 4 .
L e v a n d o - s e em c o n t a a n a t u r e z a d o a c i d e n t e , o a t r o p e l a m e n t o é responsável p e l o s m a i o r e s índices, p o i s , como m o s t r a a F i g u r a I I . 3 , o número d e a c i d e n t e s p o r a t r o p e l a m e n t o o c u p a o s e g u n d o l u g a r d e p o i s d a colisão/abalroamento. V a l e
s a l i e n t a r que além d a s vítimas f a t a i s e x i s t e m as vítimas não f a t a i s , q u e n a s u a m a i o r i a , f i c a m com deficiência física e/ou m e n t a l p a r a o r e s t o d a v i d a .
Colisão/abalroa m e nto
Tomba mento/ capot amento
Atropelamento
Choque com objeto fixo
|21.294
78.518
1 23.66 i
mm
15.7380 20000 40000 60000 80000 1Ü00QO 120000 H° de acidentes com Vitimas
F i g u r a I I . 3 - A c i d e n t e s de trânsito cora vítimas s e g u n d o a n a t u r e z a - B r a s i l , 1 9 9 4 .
F o n t e : DENATRAN, 1994 .
A p r i n c i p a l razão d e a c i d e n t e s e n v o l v e n d o p e d e s t r e s c o n s t i t u i - s e d a f a l t a d e adaptação do p e d e s t r e às n o v a s condições de v i d a g e r a d a s p e l a introdução d o veículo a u t o m o t o r ao c o t i d i a n o d a s c i d a d e s e, bem a s s i m , como de áreas r u r a i s , c r u z a d a s p o r e s t r a d a s . O u t r a s c a u s a s secundárias que c o n t r i b u e m p a r a t a l infortúnio podem s e r c l a s s i f i c a d a s como:
a) o d e s c o n h e c i m e n t o p o r p a r t e d a m a i o r i a d o s p e d e s t r e s d o s r e c u r s o s e limitações de um veículo, como, v e l o c i d a d e , c a p a c i d a d e de f r e n a g e m e m a n o b r a .
b ) o d e s c o n h e c i m e n t o d a s limitações d o s m o t o r i s t a s suscetíveis de vacilação e e r r o s , que e x i g e m uma l a r g a margem de segurança ao d i r i g i r ;
c ) o d e s c o n h e c i m e n t o g e n e r a l i z a d o d a s n o r m a s viárias básicas, bem como, d a s r e g r a s e legislação do trânsito, d a s q u a i s , e r r o n e a m e n t e , o s p e d e s t r e s se c o n s i d e r a m excluídas.
E s t u d o s r e a l i z a d o s n a I n g l a t e r r a , c i t a d o p o r O ' F l a h e r t y ( 1 9 8 6 ) , r e v e l a m que uma d a s p r i n c i p a i s c a u s a s de a t r o p e l a m e n t o está n a i n a b i l i d a d e do p e d e s t r e em a v a l i a r a s v e l o c i d a d e s e distâncias d o s veículos no momento de a t r a v e s s a r uma v i a . N e s t e e s t u d o , o p e d e s t r e é l o c a l i z a d o ao l a d o da v i a de t e s t e , o n d e é s o l i c i t a d o a a p e r t a r o botão no i n s t a n t e em que e l e j u l g a v a s e g u r o a t r a v e s s a r a v i a . Como p o d e s e r v i s t o n a T a b e l a 1 1 . 1 , à m e d i d a que a v e l o c i d a d e do veículo a u m e n t a , a exatidão do j u l g a m e n t o d i m i n u i . Os p i o r e s c a s o s o c o r r e m n a s v e l o c i d a d e s de 80 a 96 km/h.
T a b e l a I I . 1 - J u l g a m e n t o dos p e d e s t r e s d a s v e l o c i d a d e s d o s veículos que se a p r o x i m a m , em 100 observações.
E f e i t o do julgamento V e l o c i d a d e de aproximação do v e i c u l o (km/h) 32 48 Í4 80 96 O c o r r e r i a o a c i d e n t e 2 7 9 11 22 P o d e r i a t e r o c o r r i d o 8 7 ' 7 12 13 o a c i d e n t e F o n t e : Highway a n d T r a f f i c P l a n n i n g , 1986, t a b e l a 7.17, página 493. Na prática, o s r e s u l t a d o s - a p r e s e n t a d o s n a T a b e l a I I . I , t e m se c o n f i r m a d o . E l e s r e v e l a m a i n d a , que o s veículos m e n o r e s e que t r a f e g a m no l a d o da v i a m a i s a f a s t a d o do m e i o -f i o , t o r n a m o j u l g a m e n t o a i n d a m a i s di-fícil. As a u t o r i d a d e s d i a n t e do p r o b l e m a de a c i d e n t e s , p r o c u r a m p r o m o v e r a segurança através d a implementação de d i s p o s i t i v o s de segurança e criação de áreas próprias p a r a p e d e s t r e s , n a s q u a i s o s veículos s e j a m t o t a l o u p a r c i a l m e n t e
excluídos. Além d a segurança, é necessário d a r condições mínimas p a r a que o d e s l o c a m e n t o d o s p e d e s t r e s se dê de uma f o r m a contínua e tranqüila, p r i n c i p a l m e n t e n a s áreas de g r a n d e m o v i m e n t o , p o i s , n a s p r i n c i p a i s c i d a d e s d o s países s u b d e s e n v o l v i d o s , as calçadas são freqüentemente obstruídas p o r b a r r a c a s de v e n d e d o r e s a m b u l a n t e s , a t i v i d a d e s c o m e r c i a i s e c a r r o s e s t a c i o n a d o s i l e g a l m e n t e , d i f i c u l t a n d o a s s i m o f l u x o de p e d e s t r e s , como conseqüência o p e d e s t r e d e s v i a d a calçada e p a s s a a o c u p a r a s v i a s de trânsito de veículos, a u m e n t a n d o a s s i m a p o s s i b i l i d a d e de s o f r e r a c i d e n t e s .
Atenção m a i o r d e v e s e r d a d a à c a p a c i d a d e d a s v i a s próximas aos c e n t r o s g e r a d o r e s de demanda como o s t e r m i n a i s de ônibus, edifícios de g r a n d e movimentação, l o j a s , c i n e m a s , t e a t r o s e o u t r o s . A s s i m , a s calçadas devem t e r l a r g u r a s u f i c i e n t e p a r a m a n t e r uma b o a f l u i d e z , e as t r a v e s s i a s devem s e r s e g u r a s e e f i c i e n t e s , em t e r m o s de r e d u z i r a d e m o r a e a u m e n t a r a m o b i l i d a d e de p e d e s t r e s . P o r t a n t o , m o s t r a m - s e a s e g u i r , o s c o n c e i t o s de nível de serviço a p l i c a d o s ao d e s l o c a m e n t o de p e d e s t r e s , e d e p o i s a p r e s e n t a m - s e o s m e i o s e m e d i d a s que podem s e r p r o v i d e n c i a d o s p a r a p r o m o v e r a segurança de p e d e s t r e s . 2.3 - Nível d e Serviço em V i a s d e P e d e s t r e s
A definição do nível de serviço r e f e r e - s e a s condições de f l u i d e z do tráfego de p e d e s t r e s p a r a d e t e r m i n a d a s áreas o u v i a s , i n d i c a n d o a i n d a , o s f a t o r e s que p r e c i s a m s e r l e v a d o s em consideração no p l a n e j a m e n t o de n o v a s v i a s o u e x i s t e n t e s . D i v e r s o s e s t u d o s q u e f o r a m r e a l i z a d o s s o b r e a movimentação de p e d e s t r e s em v i a s u r b a n a s , d e f i n e m uma conceituação de níveis de serviço s e m e l h a n t e s a o s a d o t a d o s p a r a o m o v i m e n t o d e veículos, p o s s i b i l i t a n d o a s s i m a v a l i a r a q u a l i d a d e d o s d e s l o c a m e n t o s em v i a s o u áreas d e s t i n a d a s a p e d e s t r e s .
Um d e s t e s e s t u d o s , c i t a d o no H i g h w a y Capacíty M a n u a l , p u b l i c a d o p e l o D e p a r t m e n t o f T r a n s p o r t a t i o n -F e d e r a l H i g h w a y A d m i n i s t r a t i o n B u r e a u o f P u b l i c Roads d o s E s t a d o s U n i d o s , em 1 9 6 8 , e s t a b e l e c e níveis de serviço p a r a o f l u x o de p e d e s t r e s em v i a s u r b a n a s . Os p o n t o s f u n d a m e n t a i s do conteúdo d e s t e e s t u d o são c o m e n t a d o s a s e g u i r . P r i m e i r a m e n t e , f a z - s e necessário c o n h e c e r o s t e r m o s m a i s u t i l i z a d o s n a conceituação do nível de serviço p a r a p e d e s t r e s : • D e n s i d a d e d e p e d e s t r e s - é a média do número de p e d e s t r e s p o r u n i d a d e de área d a v i a , p o d e s e r e x p r e s s o em número de p e d e s t r e s p o r m e t r o q u a d r a d o íped/m2} . • Espaço p a r a p e d e s t r e s - é a área o c u p a d a p o r c a d a p e d e s t r e n a v i a em que c a m i n h a , a u n i d a d e n o r m a l m e n t e u t i l i z a d a p a r a representá-la é o m e t r o q u a d r a d o p o r p e d e s t r e ( m V p e d ) , n o t a - s e que e s t e é o i n v e r s o d a d e n s i d a d e . • L a r g u r a e f e t i v a d a calçada -, é a l a r g u r a d a calçada que p o d e s e r e f e t i v a m e n t e u t i l i z a d a p a r a o m o v i m e n t o do p e d e s t r e , o u s e j a , é a l a r g u r a t o t a l subtraída do espaço o c u p a d o p o r j a r d i n e i r a s , b a n c a s de j o r n a i s , p o s t e s , t e l e f o n e s e a b r i g o s . • T a x a d e f l u x o d e p e d e s t r e s - é o número de p e d e s t r e s a t r a v e s s a n d o um d e t e r m i n a d o p o n t o p o r u n i d a d e de t e m p o , n o r m a l m e n t e e x p r e s s a em número de p e d e s t r e s p o r m i n u t o ( p e d / m i n ) .
« F l u x o p o r u n i d a d e d e l a r g u r a - ê a média do f l u x o de p e d e s t r e s p o r u n i d a d e de l a r g u r a e f e t i v a da calçada, p o d e n d o e s t e s e r e x p r e s s o em número de p e d e s t r e p o r m i n u t o p o r m e t r o ( p e d / m i n / m ) . • V e l o c i d a d e d e d e s l o c a m e n t o d e p e d e s t r e - é a v e l o c i d a d e média do p e d e s t r e c a m i n h a n d o n a t u r a l m e n t e . G e r a l m e n t e a u n i d a d e u t i l i z a d a é o m e t r o p o r m i n u t o ( m / m i n ) . A v e l o c i d a d e p o d e v a r i a r em função de f a t o r e s , como, s e x o , i d a d e e característica d a superfície da v i a . A T a b e l a I I . 2 a p r e s e n t a a v e l o c i d a d e d e p e d e s t r e s em calçadas e t r a v e s s i a s nos c e n t r o s c o m e r c i a i s , p a r a homens e m u l h e r e s . T a b e l a I I . 2 - V e l o c i d a d e de p e d e s t r e s em calçadas e t r a v e s s i a s em ( m / s ) . Calçada T r a v e s s i a Homens 90 90 M u l h e r e s 85 83 Todos 87, 5 86 F o n t e : H o e l , P e d e s t r i a n t r a v e l R a t e s i n C e n t r a l B u s i n e s s D i s t r i c t s , i n TE, J a n u a r y , 1968. C i t a d o em P i g n a t u r o , página 254. Em a l g u n s c a s o s , técnicos a d o t a m uma v e l o c i d a d e de 72 m/min, mas p a r a c a m i n h a d a s r e l a t i v a m e n t e c u r t a s é m a i s r e c o m e n d a d a u s a r uma v e l o c i d a d e e n t r e 48 m/min a 60 m/min.
Além d a s variáveis d e f i n i d a s a n t e r i o r m e n t e , e x i s t e m f a t o r e s a d i c i o n a i s r e l a c i o n a d o s com a q u a l i d a d e do a m b i e n t e
o f e r e c i d o aos p e d e s t r e s , que p r o p o r c i o n a m um b e m - e s t a r a o s d e s l o c a m e n t o s e t e m um e f e i t o i m p o r t a n t e n a percepção do p e d e s t r e s o b r e a q u a l i d a d e t o t a l do a m b i e n t e o n d e t r a f e g a . E s t e s f a t o r e s são, c o n f o r t o , m o b i l i d a d e e segurança. É f u n d a m e n t a l que e s t e s f a t o r e s s e j a m s e m p r e c o n s i d e r a d o s d e v i d o ao g r a n d e p o d e r de influência s o b r e a s a t i v i d a d e s que o p e d e s t r e e x e r c e . Além d i s s o , as v i a s m a i s u t i l i z a d a s p o r p e d e s t r e s devem m a n t e r níveis de serviço que p e r m i t a m a f l u i d e z do tráfego sem c o n f l i t o s sérios e n t r e
f l u x o s de s e n t i d o s o p o s t o s , p o s s i b i l i t a n d o um d e s l o c a m e n t o fácil e tranqüilo.
A T a b e l a I I . 3 a p r e s e n t a o s níveis de serviço p a r a calçadas, c i t a d o n o H i g h w a y C a p a c i t y M a n u a l , c l a s s i f i c a d o s de A até F, de a c o r d o com o espaço p a r a p e d e s t r e s , f l u x o e v e l o c i d a d e . 0 nível de serviço A, r e p r e s e n t a m o v i m e n t o l i v r e , já a c a p a c i d a d e máxima de condições de f l u x o (82 ped/min/m) c o r r e s p o n d e ao nível de serviço E, e a i m p o s s i b i l i d a d e de m o v i m e n t o é r e p r e s e n t a d a p e l o nível de serviço F.
A relação f u n d a m e n t a l e n t r e f l u x o , v e l o c i d a d e e d e n s i d a d e p a r a o tráfego de p e d e s t r e s é a mesma p a r a o tráfego de veículos, e a expressão que r e p r e s e n t a e s t a relação é d a d a p o r :
F = V x D o n d e :
F - f l u x o p o r u n i d a d e de l a r g u r a (ped/min/m) V - v e l o c i d a d e (m/min)
D - d e n s i d a d e (ped/mz)
Como o nível d e serviço é d e f i n i d o em função d o espaço p a r a p e d e s t r e , o u s e j a , o i n v e r s o d a d e n s i d a d e , p o d e -se a i n d a o b t e r a s e g u i n t e relação: V Espaço = — ( 2 . 1 ) F f o i a p a r t i r d e s t a relação q u e f o i c a l c u l a d o o espaço p a r a p e d e s t r e , c o r r e s p o n d e n t e a s e g u n d a c o l u n a d a T a b e l a I I . 3 .
T a b e l a I I . 3 - Nível d e serviço p a r a p e d e s t r e s em calçadas.
Nível de Serviço Espaço (aí/pad) F l u x o e v e l o c i d a d e esperada Nível de Serviço Espaço (aí/pad) V e l o c i d a d e média (m/min) Fluxo (ped/min/m) Fluxo/cap A a 1 1 , 5 0 £ 8 0 <S 7 , 0 .S_-OÏJ3.8-, B £ 3 , 5 0 £ 7 6 £ 2 2 , 0 £ 0 , 2 7 C £ 2 , 2 0 £ 7 3 £ 3 3 , 0 £ 0 , 4 0 D £ 1 , 4 0 £ 6 9 < 5 0 , 0 0 S 0 , 6 0 E £ 0 , 6 0 •k 4 6 £ 8 2 , 0 0 £ 1 , 0 0 F £ 0 , 6 0 £ 4 6 £ Variável F o n t e : Highway C a p a c i t y M a n u a l , 1 9 6 8 , t a b e l a 1 3 - 3 , página 1 3 - 8 . A s s i m , d i f e r e n t e s níveis d e serviço p a r a o m o v i m e n t o d e p e d e s t r e s em calçadas são d e f i n i d o s : • Nível d e Serviço A - o s p e d e s t r e s b a s i c a m e n t e m o v i m e n t a m - s e em p a s s o s d e s e j a d o s sem a l t e r a r s e u s m o v i m e n t o s em r e s p o s t a a o u t r o s p e d e s t r e s . A v e l o c i d a d e d e tráfego é l i v r e m e n t e s e l e c i o n a d a e é p o u c o provável o c o n f l i t o e n t r e p e d e s t r e s .
• Nível d e Serviço B - e x i s t e espaço s u f i c i e n t e p a r a p e r m i t i r a e s c o l h a d a v e l o c i d a d e n o r m a l , p a r a se d e s v i a r de o u t r o s p e d e s t r e s , e e v i t a r c o n f l i t o s com f l u x o contrário. N e s t e nível, o s p e d e s t r e s começam a t o m a r c u i d a d o com o u t r o s , e a s e l e c i o n a r o t r a j e t o que q u e r e m u t i l i z a r .
• Nível d e Serviço C - e x i s t e espaço disponível p a r a s e l e c i o n a r v e l o c i d a d e s de tráfego e d e s v i a r de o u t r o s p e d e s t r e s em f l u x o s u n i - d i r e c i o n a i s . Nos l o c a i s onde e x i s t e m m o v i m e n t o contrário ao do m a i o r f l u x o o u m o v i m e n t o c r u z a d o ocorrerá p e q u e n o s c o n f l i t o s , a v e l o c i d a d e e f l u x o será até c e r t o p o n t o m e n o r . • Nível d e Serviço D - a l i b e r d a d e p a r a s e l e c i o n a r v e l o c i d a d e de tráfego i n d i v i d u a l e d e s v i a r de o u t r o s p e d e s t r e s é r e s t r i t a . L o c a i s o n d e e x i s t e m m o v i m e n t o s c r u z a d o s o u m o v i m e n t o n a direção do m a i o r f l u x o , a p r o b a b i l i d a d e de c o n f l i t o é a l t a . P o d e - s e e v i t a r t a i s c o n f l i t o s a l t e r a n d o a v e l o c i d a d e e d e s v i a n d o - s e do p e r c u r s o n o r m a l . • Nível d e Serviço E - t o d o s o s p e d e s t r e s v i r t u a l m e n t e t e m s u a v e l o c i d a d e de tráfego r e s t r i t a , r e q u e r e n d o freqüentes a j u s t e s n o p a s s o . Nas f a i x a s m e n o r e s d e s t e nível de serviço, o s m o v i m e n t o s m a i s rápidos são possíveis a p e n a s p o r "arrastões". Não e x i s t e espaço s u f i c i e n t e p a r a o s p e d e s t r e s m a i s l e n t o s . Os m o v i m e n t o s no s e n t i d o contrário do m a i o r f l u x o e m o v i m e n t o s c r u z a d o s são possíveis a p e n a s com m u i t a d i f i c u l d a d e .
• Nível d e Serviço F - a s v e l o c i d a d e s de tráfego são b a s t a n t e r e s t r i t a s , e o s m o v i m e n t o s são possíveis a p e n a s p o r "arrastões". F r e q u e n t e m e n t e , o c o r r e c o n t a t o s indesejáveis com o u t r o s p e d e s t r e s . M o v i m e n t o s c r u z a d o s e no s e n t i d o contrário ao do f l u x o p r i n c i p a l são v i r t u a l m e n t e impossíveis. 0 f l u x o é esporádico e instável. 0 espaço é m a i s característico de f i l a s f o r m a d a s p o r p e d e s t r e s do que p e d e s t r e s em m o v i m e n t o .
V a l e s a l i e n t a r q u e , o s critérios de nível de serviço d a T a b e l a I I . 3 , b a s e i a m - s e n a hipótese de que o s p e d e s t r e s s e d i s t r i b u e m u n i f o r m e m e n t e p o r t o d a l a r g u r a e f e t i v a d a calçada, mas n a v e r d a d e , o f l u x o de p e d e s t r e s está s u j e i t o à variação instantânea, i s t o d e v e - s e ao número de p e d e s t r e s c a m i n h a n d o j u n t o s i n v o l u n t a r i a m e n t e f o r m a n d o o s chamados pelotões de p e d e s t r e s . I s t o s i g n i f i c a que o f l u x o d u r a n t e o i n t e r v a l o de um m i n u t o p o d e s e r m a i s que o d o b r o em o u t r o , mesmo d u r a n t e um período de p i c o de 15 m i n u t o s as variações podem o c o r r e r freqüentemente de um m i n u t o p a r a o u t r o .
Flutuações de c u r t o p r a z o estão p r e s e n t e s n a m a i o r i a d o s f l u x o s d e tráfego de p e d e s t r e s . Nas calçadas e s t a s flutuações d e s o r d e n a d a s são g e r a l m e n t e c a u s a d a s p e l a s interrupções do f l u x o e formação de f i l a s c a u s a d a s p e l o s s i n a i s de tráfego. Pelotões podem também s e r f o r m a d o s se a p a s s a g e m f o r i m p e d i d a p o r c a u s a de espaço i n s u f i c i e n t e .
É i m p o r t a n t e c o n s i d e r a r que o c o n c e i t o de nível de serviço p o d e também s e r a p l i c a d o a áreas f o r m a d a s p o r f i l a s de p e d e s t r e s . N e s t a s áreas o s p e d e s t r e s f i c a m t e m p o r a r i a m e n t e , e n q u a n t o e s p e r a m s e r a t e n d i d o s .
A T a b e l a I I . 4 , a p r e s e n t a as descrições de nível de serviço p a r a as áreas f o r m a d a s p o r f i l a s , em função dos espaços médios p a r a p e d e s t r e s , c o n f o r t o p e s s o a l e g r a u de m o b i l i d a d e .
T a b e l a I I . 4 - Nível de serviço padrão p a r a f i l a s de p e d e s t r e s . Nível de Serviço Espaço p / p e d e s t r e ( m V p e d ) Espaço e n t r e p e d e s t r e s (m) Descrição d o f l u x o d a f i l a A 1,20 o u m a i s 1, 22 - I r r e s t r i t o B 1,0 à 1,2 1,00 - L e v e m e n t e r e s t i n g i d o C 0,6 à 1,0 1, 00 R e s t r i n g i d o , mas com p o s s i b i l i d a d e de c o n t a t o com o u t r o . D 0,3 ã 0,6 0, 6 - S e v e r a m e n t e r e s t r i n g i d o E 0,2 à 0,3 0, 6 - Não é possível F 0,2 o u m a i s
-
- Não é possível. F o n t e : F r u i n , D e s i g n i n g f o r P e d e s t r i a n s , a L e v e l o f S e r v i c e C o n c e p t . D i s s e r t a t i o n , P o l y t e c h n i c I n s t i t u t e o f B r o o k l y n , J a n u a r y , 1970; t a b l e 9-1. O c o n c e i t o de nível de serviço p o d e a i n d a s e r a p l i c a d o as e s q u i n a s de r u a s e t r a v e s s i a s . As e s q u i n a s são l o c a i s o n d e o c o r r e a interseção d o s f l u x o s d a s calçadas e p o r c a u s a d a s várias combinações de m o v i m e n t o s t o r n a a análisedifícil. E x i s t e m d o i s t i p o s de áreas u s a d a s p o r p e d e s t r e s em e s q u i n a s : 1) Área d e circulação, é p r e c i s o p a r a a c o m o d a r : ( a ) p e d e s t r e s a t r a v e s s a n d o d u r a n t e a f a s e de s i n a l de v e r d e , ( b ) a q u e l e s q u e se movem n a f a s e do s i n a l v e r d e , ( c ) a q u e l e s que se movem n a f a s e d o s i n a l v e r m e l h o ( f i l a s ) , e ( d ) a q u e l e s que se movem n a s calçadas, mas não a t r a v e s s a m à r u a .
2) Área d e e s p e r a , é a q u e l a área o n d e os p e d e s t r e s são acomodados d u r a n t e a f a s e de s i n a l v e r m e l h o .
As t r a v e s s i a s a p r e s e n t a m características d e f l u x o s i m i l a r e s ao f l u x o n a s calçadas e p o r i s s o o nível de serviço p a r a e s t e s l o c a i s c o n s i d e r a o s mesmos critérios, porém, d e v e -se c o n s i d e r a r que o s e f e i t o s d o m o v i m e n t o d e veículos m u i t a s v e z e s p o d e a l t e r a r as hipóteses de análise do nível de serviço.
2.4 - Segurança d e P e d e s t r e s
O m o v i m e n t o d e p e d e s t r e s não se r e s t r i n g e s o m e n t e as calçadas, também se e s t e n d e as t r a v e s s i a s , o n d e o nível de c o n f l i t o com o s veículos é m a i s i n t e n s o , e a s p o s s i b i l i d a d e s de a c i d e n t e s são m a i o r e s . No e n t a n t o , p a r a e q u a c i o n a r o p r o b l e m a d e c o n f l i t o pedestre/veículo n a s t r a v e s s i a s , o p e d e s t r e d e v e t e r uma i m p o r t a n t e consideração n o p r o j e t o d a v i a e n a administração de tráfego. D i s p o s i t i v o s e f a c i l i d a d e s , p r e c i s a m s e r a d o t a d o s
p a r a g a r a n t i r a segurança d o s p e d e s t r e s n a s v i a s o n d e a p r e s e n t a m r i s c o s de a c i d e n t e s . D e n t r e o s d i s p o s i t i v o s que podem s e r a d o t a d o s , serão, a q u i , a p r e s e n t a d o s os m a i s u t i l i z a d o s n a s áreas u r b a n a s , d e f i n i d o s de a c o r d o com o M a n u a l de Segurança de P e d e s t r e s (GONTRAN, 1 9 7 9 ) : • F a i x a d e P e d e s t r e s - é uma f a i x a d e m a r c a d a n a superfície d a v i a , d e s t i n a d a à t r a v e s s i a de p e d e s t r e s . E l a c o n s i s t e de várias f a i x a s i n t e r c a l a d a s , p a r a l e l a s à própria v i a , que é n o r m a l m e n t e chamada de " z e b r a " . Também p o d e s e r u s a d a d u a s f a i x a s p a r a l e l a s , a t r a v e s s a n d o a v i a . Quando bem l o c a l i z a d a s i n d i c a m a o s p e d e s t r e s a r o t a , com a mínima exposição ao tráfego de veículos e c o n f l i t o de tráfego.
• R e d u t o r e s d e V e l o c i d a d e - c o n s t i t u i - s e np e l e m e n t o m a i s r e q u e r i d o p a r a s e o b t e r uma redução d e v e l o c i d a d e em t r e c h o s de transição rodoviário-urbanos, a u m e n t a n d o a segurança d a s f a i x a s de t r a v e s s i a de p e d e s t r e s , interseções, e t c . I s s o p o d e i m p l i c a r , q u a n d o necessário, a adoção de d i v e r s o s d i s p o s i t i v o s em seqüência. • Semáforo p a r a Veículos - é um d i s p o s i t i v o de c o n t r o l e e segurança t a n t o de veículos como d e p e d e s t r e s . 0 semáforo e x e r c e uma p r o f u n d a influência s o b r e o f l u x o de trânsito, d e v i d o a s u a característica de i n t e r v i r no d i r e i t o de p a s s a g e m p a r a o s d i f e r e n t e s m o v i m e n t o s , em t r a v e s s i a s o u em o u t r o s l o c a i s ao l o n g o d a s v i a s . Quando u s a d o s d e v i d a m e n t e , p r o p i c i a m a s s e g u i n t e s v a n t a g e n s :
- Reduzem a freqüência de a c i d e n t e s ;
- Podem s e r c o o r d e n a d o s p a r a p r o p o r c i o n a r um mo-v i m e n t o contínuo, a uma mo-v e l o c i d a d e d e f i n i d a , ao l o n g o de uma d e t e r m i n a d a r o t a ;
- Podem s e r u s a d o s p a r a i n t e r r o m p e r o trânsito a f i m de p e r m i t i r o c r u z a m e n t o de p e d e s t r e s .
• Semáforo p a r a P e d e s t r e s - f u n c i o n a c o n j u n t a m e n t e com semáforo p a r a veículos, s e n d o e s t e v o l t a d o p a r a o s p e d e s t r e s . É justificável n a s t r a v e s s i a s o n d e a d i f i c u l d a d e em a t r a v e s s a r ê m a i o r o u que a p r e s e n t a a l t o índice de a c i d e n t e s . 0 período de v e r d e p a r a p e d e s t r e c o i n c i d e com o v e r m e l h o p a r a veículos. • Semáforo A c i o n a d o p o r P e d e s t r e s - é um semáforo c o n t r o l a d o p o r um botão, que d e v e s e r a c i o n a d o p e l o p e d e s t r e q u a n d o d e s e j a a t r a v e s s a r ' a v i a . Sua implantação é justificável q u a n d o o f l u x o de p e d e s t r e a t i n g e c e r t o nível o u q u a n d o a v e l o c i d a d e d o s veículos em uma v i a f o r a c i m a de 65 km/h. E s t e semáforo t e m a v a n t a g e m de só i n t e r r o m p e r o período de v e r d e p a r a veículos s e h o u v e r demanda de p e d e s t r e s p a r a a t r a v e s s a r a v i a , e v i t a n d o a s s i m r e t a r d a m e n t o s desnecessários.
• I l h a s d e Refúgio - é c o n s i d e r a d o um m e i o a l t e r n a t i v o que a u x i l i a os p e d e s t r e s a c r u z a r a v i a ,
c o n c e n t r a n d o s u a atenção em uma p a r t e d a v i a de c a d a v e z . É u s a d a em v i a s l a r g a s o n d e uma sinalização l u m i n o s a não p o d e s e r j u s t i f i c a d a em t e r m o s de f l u x o s de veículos e p e d e s t r e s , e em v i a s o n d e não e x i s t e nenhuma área a d e q u a d a p a r a a t r a v e s s a r .
• P a s s a g e n s Subterrâneas e P a s s a r e l a s - são u t i l i z a d a s n a s t r a v e s s i a s em desnível, e v i t a n d o a s s i m q u a l q u e r p o s s i b i l i d a d e de c o n f l i t o p e d e s t r e / v e i c u l o . No e n t a n t o s u a aplicação é r e s t r i t a , d e v i d o ao c u s t o e a resistência que o s p e d e s t r e s a p r e s e n t a m em utilizá-las. É recomendável p a r a v i a s onde a v e l o c i d a d e d o s veículos é m a i s e l e v a d a , v i a s e x p r e s s a s e v i a s com a l t o v o l u m e de veículos, o n d e q u a i s q u e r o u t r o s t i p o s de t r a v e s s i a t r a r i a m r e t a r d a m e n t o s d e s v a n t a j o s o s . * C e r c a d e Proteção - t e m a f i n a l i d a d e p r i n c i p a l de d i r i g i r p e d e s t r e s p a r a p a s s a g e n s subterrâneas, p a s s a r e l a s e e v i t a r t r a v e s s i a s em l o c a i s p e r i g o s a s , como a s v i a s com a l t o v o l u m e de tráfego o u de a l t a v e l o c i d a d e . A c e r c a p o d e s e r u s a d a em i l h a s de refúgio p a r a d i r i g i r o s p e d e s t r e s aos l o c a i s de t r a v e s s i a s m a i s a d e q u a d o s . Os d i s p o s i t i v o s de segurança a q u i a p r e s e n t a d o s , g e r a l m e n t e são i m p l e m e n t a d o s em l o c a i s m a i s problemáticos, p r i n c i p a l m e n t e em t r a v e s s i a s . N e l a s , o índice de a c i d e n t e s é c o n s i d e r a v e l m e n t e s u p e r i o r d e v i d o ao a l t o nível de c o n f l i t o . De a c o r d o com o p r o b l e m a i d e n t i f i c a d o n a t r a v e s s i a , é p r o v i d e n c i a d a a solução i m p l e m e n t a n d o - s e o d i s p o s i t i v o de
segurança necessário. Os p r i n c i p a i s t i p o s de t r a v e s s i a s e x i s t e n t e s são c o m e n t a d o s a s e g u i r , de a c o r d o com o M a n u a l d e Segurança de P e d e s t r e s (CONTRAN, 1 9 7 9 ) : 2 . 4 . 1 - T r a v e s s i a s d e P e d e s t r e s Nas v i a s o n d e o g r a u d e c o n f l i t o e n t r e o tráfego de p e d e s t r e s e o de veículos a c a r r e t a m r i s c o s p a r a o s p e d e s t r e s , s u r g e a n e c e s s i d a d e de se p r o v i d e n c i a r um t i p o específico de t r a v e s s i a , que d i m i n u a o u mesmo e l i m i n e o c o n f l i t o , p r o p o r c i o n a n d o m a i o r segurança. Q u a n t o ao nível de superfície a s t r a v e s s i a s d i v i d e m - s e em: ( 1 ) t r a v e s s i a s em nível e ( 2 ) t r a v e s s i a s em desnível. 1) T r a v e s s i a s em Nível As t r a v e s s i a s em nível, p o r s u a v e z , d i v i d e m - s e em três t i p o s : (a) T r a v e s s i a s em interseções s e m a f o r i z a d a s , ( b ) T r a v e s s i a s em interseções não s e m a f o r i z a d a s , e ( c ) T r a v e s s i a s e n t r e interseções. ( a ) T r a v e s s i a s em Interseções S e m a f o r i z a d a s
0 c o n t r o l e de tráfego n a s interseções através d o semáforo é c o n s i d e r a d o a f o r m a m a i s s e g u r a com relação a t r a v e s s i a d e p e d e s t r e s , p o i s o t e m p o d e v e r m e l h o p a r a veículos p e r m i t e q u a s e s e m p r e q u e o p e d e s t r e a t r a v e s s e a v i a em segurança. D e v e - s e s e m p r e i n s t a l a r um semáforo específico p a r a p e d e s t r e s f u n c i o n a n d o em c o n j u n t o com o semáforo p a r a
veículos, p r i n c i p a l m e n t e n a s interseções o n d e o c o r r e m c o n f l i t o s e a d i f i c u l d a d e de a t r a v e s s a r é m a i o r o u que a p r e s e n t e a l t o índice de a c i d e n t e s . P o d e - s e u s a r n e s t e t i p o de t r a v e s s i a a f a i x a p a r a p e d e s t r e e sinalização h o r i z o n t a l .
(b) T r a v e s s i a s em Interseções não S e m a f o r i z a d a s
M u i t a s v e z e s a implantação de um semáforo em uma interseção p o d e não s e j u s t i f i c a r , d e v i d o ao b a i x o v o l u m e de p e d e s t r e e/ou veículo. N e s t e c a s o , a colocação de f a i x a s p a r a p e d e s t r e s n a s interseções não s e m a f o r i z a d a s r e p r e s e n t a uma t e n t a t i v a de d a r m a i o r proteção a o s p e d e s t r e s . É i m p o r t a n t e a colocação de f a i x a s n a s v i a s onde e x i s t e p l a c a de p a r a d a obrigatória. A p l a c a c a r a c t e r i z a uma m a i o r segurança p a r a o p e d e s t r e r e a l i 2 a r a t r a v e s s i a .
( c ) T r a v e s s i a s e n t r e Interseções
E s t e t i p o d e t r a v e s s i a p o d e s e r com f a i x a p a r a p e d e s t r e sem semáforo o u com f a i x a p a r a p e d e s t r e com semáforo. 0 semáforo p o d e s e r com t e m p o de c i c l o f i x o o u a c i o n a d o p e l o p e d e s t r e .
No c a s o de c o n t r o l e com t e m p o de c i c l o f i x o , o s períodos de v e r d e , a m a r e l o e v e r m e l h o p a r a veículos e de v e r d e c o n s t a n t e , v e r d e p i s c a n d o e v e r m e l h o p a r a p e d e s t r e s são pré-determinados e c a d a um d e l e s t e m s e m p r e a mesma duração.
No c a s o de semáforo a c i o n a d o p e l o p e d e s t r e , o período d e a m a r e l o e v e r m e l h o p a r a veículos e de v e r d e c o n s t a n t e e v e r d e " p i s c a n d o " p a r a p e d e s t r e s , são f i x o s e p r é
-d e t e r m i n a -d o s . V a r i a m o s p e r i o -d o s -de v e r -d e p a r a veículos e -de v e r m e l h o p a r a p e d e s t r e s , p o i s e s t e s só s e r i a m i n t e r r o m p i d o s no c a s o de h a v e r demanda de p e d e s t r e s p a r a a t r a v e s s a r . A s s i m , o p e d e s t r e que q u i z e s s e r e a l i z a r a t r a v e s s i a a p e r t a r i a o botão do semáforo, o período de v e r d e p a r a veículos t e r m i n a r i a , v i n d o o período de a m a r e l o e, p o s t e r i o r m e n t e , o v e r m e l h o p a r a veículos, c a l c u l a d o de a c o r d o com as caracterísicas do f l u x o de tráfego e d a v i a , que s e r i a g a r a n t i d o mesmo se vários p e d e s t r e s ( o u o mesmo} a c i o n a s s e m d i v e r s a a s v e z e s s e g u i d a s o botão. E s t e t i p o de t r a v e s s i a com semáforo p a r a p e d e s t r e s e l i m i n a o s r e t a r d a m e n t o s desnecessários p a r a o s veículos, n o s períodos de r e d u z i d o m o v i m e n t o de p e d e s t r e s . P r i n c i p a l m e n t e à i n o i t e e de m a d r u g a d a , é desnecessário o f u n c i o n a m e n t o do semáforo. Quando e x i s t e um a l t o v o l u m e de p e d e s t r e s q u e r e n d o a t r a v e s s a r , e s t e t i p o de semáforo p a s s a r i a a f u n c i o n a r como um semáforo de t e m p o de c i c l o f i x o , com t e m p o de v e r m e l h o p a r a p e d e s t r e s e q u i v a l e n t e ao t e m p o de v e r d e mínimo p a r a veículos. 2 ) T r a v e s s i a s em Desnível E s t e s t i p o s de t r a v e s s i a s são e q u i p a d a s com p a s s a r e l a s e p a s s a g e n s subterrâneas além de s e r e m a s m a i s s e g u r a s , o f e r e c e m v a n t a g e n s , t a i s como: p r o p o r c i o n a r espaço a d i c i o n a l p a r a a movimentação de p e d e s t r e s , e l i m i n a r o s c o n f l i t o s e n t r e p e d e s t r e s e veículos m o t o r i z a d o s , o f e r e c e r
o p o r t u n i d a d e s de p a n o r a m a v i s u a l , distração e p e r m i t i r , a i n d a , a u m e n t o n a s o p o r t u n i d a d e s de integração.
As t r a v e s s i a s q u a n d o i m p l e m e n t a d a s d e n t r o de t o d o s os padrões técnicos a d e q u a d o s , sem dúvida, o f e r e c e m segurança não só a o s p e d e s t r e s mas também a o u t r o s usuários d a via.Porém, do p o n t o de v i s t a do p e d e s t r e a solução i d e a l p a r a o p r o b l e m a d a segurança é a c o m p l e t a segregação e s p a c i a l e n t r e p e d e s t r e s e veículos. U l t i m a m e n t e e s t e t i p o de m e d i d a vem g a n h a n d o g r a n d e aceitação. 2 . 4 . 2 - Segregação A segregação t o t a l e n t r e o s p e d e s t r e s e veículos é a m a n e i r a m a i s e f i c a z n a solução do c o n f l i t o pedestre/veículo. S e p a r a d o s d o tráfego d e veículos, o s p e d e s t r e s podem c i r c u l a r com segurança e tranqüilidade em áreas o n d e o a c e s s o h a v i a s e t o r n a d o difícil o u mesmo impraticável.
0 d e s a p a r e c i m e n t o d o s veículos n e s t a s áreas, t r a z v a n t a g e n s também p a r a o a m b i e n t e . O c o r r e a'diminuição o u até a solução d o s p r o b l e m a s de poluição a m b i e n t a l , o n d e estão incluídas a poluição do a r e s o n o r a . Com a r e t i r a d a d a circulação de veículos, a área disponível s e t o r n a m a i o r , p e r m i t i n d o i n c l u s i v e que se a p r o v e i t e d e t e r m i n a d o s espaços p a r a l a z e r .
De a c o r d o com a classificação f e i t a no M a n u a l de Segurança de P e d e s t r e s , e x i s t e m d o i s t i p o s básicos de segregação: ( 1 ) Segregação v e r t i c a l , e { 2 } Segregação
h o r i z o n t a l .
( 1 } Segregação v e r t i c a l - n e s t e t i p o de segregação p o d e - s e m a n t e r o s p e d e s t r e s ao nível n o r m a l o u r e b a i x a r o s veículos, o u então, m a n t e r o s veículos ao nível e e l e v a r o u r e b a i x a r o s p e d e s t r e s , s e n d o e s t a última m a i s viável.
A implantação d a segregação v e r t i c a l t o r n a - s e inviável, p r i n c i p a l m e n t e p e l o a l t o c u s t o e p e l a d i f i c u l d a d e de e f e t u a r a integração d e s t e padrão d i f e r e n t e com o padrão de circulação n o r m a l d a c i d a d e . Pode s e r m a i s viável em áreas a i n d a não construídas.
(2) Segregação h o r i z o n t a l - é a m a i s u t i l i z a d a , p o i s s u a implantação além de a p r e s e n t a r c u s t o bem"m'e'iío'r"não a p r e s e n t a d i f i c u l d a d e s h a s u a implantação, como é no c a s o d a segregação v e r t i c a l . A segregação h o r i z o n t a l p o d e s e r p a r c i a l p o r tempo, p a r c i a l p o r espaço, p a r c i a l p o r c l a s s e de veículos e t o t a l . É p a r c i a l p o r tempo q u a n d o o s l o c a i s e v i a s são f e c h a d o s a o s veículos a p e n a s d u r a n t e c e r t o s períodos do d i a ; p a r c i a l p o r espaço, q u a n d o s o m e n t e a l g u n s t r e c h o s d a v i a são f e c h a d o s a o s veículos; a p a r c i a l p o r c l a s s e de veículos o c o r r e q u a n d o a v i a é f e c h a d a ao tráfego p a r a d e t e r m i n a d o s t i p o s de veículos; e a segregação t o t a l é a q u e l a o n d e t o d o o
t-i?á«Êego de veículos é r e m o v i d o d a v i a o u d a área, c r i a r i d o ' a s s i m as áreas o u v i a s e x c l u s i v a s p a r a p e d e s t r e s .
A criação de áreas e x c l u s i v a s p a r a p e d e s t r e s , e v i d e n c i a d a p r i n c i p a l m e n t e p e l a n e c e s s i d a d e de s e p a r a r p e d e s t r e s e veículos, f a c i l i t a m o a c e s s o às c o m p r a s , r e d u z o ruído e poluição do a r , m e l h o r a o e s c o a m e n t o do tráfego, p r o p o r c i o n a n d o segurança e c o n f o r t o n a c a m i n h a d a do p e d e s t r e .
A s s i m , são d e v o l v i d o s a o s p e d e s t r e s p a r t e s d a c i d a d e , o n d e a circulação h a v i a s e t o r n a d o difícil o u mesmo impossível. E x i s t e p o r p a r t e d a população, a r e d e s c o b e r t a de d e t e r m i n a d o s a t r a t i v o s d a c i d a d e e também a r e d e s c o b e r t a do a t o de c a m i n h a r . Quando as áreas e x c l u s i v a s a t i n g e m z o n a s c o m e r c i a i s , e s t a disposição em c a m i n h a r , q u e as p e s s o a s r e e n c o n t r a m , a l i a d a ao f a t o d e s t e s l o c a i s s e t o r n a r e m p e r c u r s o s obrigatórios d o s p e d e s t r e s , r e v i t a l i z a o comércio e x i s t e n t e . 0 p e d e s t r e t e m m a i s t e m p o e m e l h o r e s condições p a r a f i x a r s u a atenção n o que está a c o n t e c e n d o à s u a v o l t a , uma v e z q u e e l e não p r e c i s a m a i s s e p r e o c u p a r com o tráfego o u com a s limitações de uma calçada c o n g e s t i o n a d a .
2.5 - Conclusão
Sem dúvida, a f a l t a de segurança p a r a p e d e s t r e s n o s c e n t r o s u r b a n o s é um d o s f a t o r e s c o n t r i b u i n t e s p a r a o s a c i d e n t e s , de m a n e i r a q u e , o s d i s p o s i t i v o s e f a c i l i d a d e s
c i t a d o s n e s t e capítulo, e x i g e m m a i o r atenção p o r p a r t e d o s órgãos responsáveis, no s e n t i d o de c a d a v e z m a i s s e r e m u t i l i z a d o s .
O c o n c e i t o de nível de serviço p a r a v i a s d e s t i n a d a s ao u s o de p e d e s t r e , a q u i a b o r d a d o , q u a n d o a p l i c a d o d e n t r o d o s critérios e x i g i d o s , o f e r e c e m subsídios necessários p a r a uma avaliação c o e r e n t e d a s condições do f l u x o de p e d e s t r e n e s s a s áreas.
A segregação e n t r e p e d e s t r e s e veículos é uma das m e d i d a s q u e , u l t i m a m e n t e , t e m r e c e b i d o atenção, p o i s , além de e v i t a r o c o n f l i t o pedestre/veículos, f a c i l i t a o a c e s s o às c o m p r a s e c o n t r i b u i p a r a a humanização do a m b i e n t e . A s s i m , o s p o n t o s a b o r d a d o s n e s t e capítulo, servirão de b a s e p a r a a n a l i s a r as condições de circulação de p e d e s t r e s n a área de e s t u d o , a s e r d e f i n i d a p o s t e r i o r m e n t e , no e s t u d o de c a s o d e s t e t r a b a l h o .
MÉTODO PROPOSTO
3.1 - Introdução
0 p r o c e s s o de p l a n e j a m e n t o de t r a n s p o r t e s , m u i t a s v e z e s e n v o l v e a participação de vários g r u p o s em análise p a r a tomada de decisões, a s s i m , d i v e r s a s ' a l t e r n a t i v a s e n g l o b a n d o d i f e r e n t e s a s p e c t o s são a v a l i a d o s no p r o c e s s o .
Os p r o c e d i m e n t o s n o r m a l m e n t e u t i l i z a d o s no p r o c e s s o de p l a n e j a m e n t o de t r a n s p o r t e s têm s o f r i d o c e r t a s alterações n e s t e s últimos a n o s , de f o r m a que a avaliação d o s p r o j e t o s , e x i g e o emprego d a análise m u l t i c r i t e r i a l .
A análise m u l t i c r i t e r i a l , a v a l i a e s e l e c i o n a a l t e r n a t i v a s a g r e g a n d o critérios de n a t u r e z a s o c i a l e a m b i e n t a l aos critérios econômicos. E s t a técnica f a c i l i t a p a r a a t o m a d a de decisão, d i s c u t i r s e um c e r t o g a n h o em relação a um critério v a l e a p e r d a com relação a o u t r o critério, o q u e n a v e r d a d e é, d e s l o c a r - s e n a "superfície d a eficiência" d a s possíveis soluções. P o r e s t a razão, a s s o c i a -se a análi-se m u l t i c r i t e r i a l ao c o n c e i t o de " t r a d e - o f f " ( t r o c a c o m p e n s a d a ) . P a r a que a t r o c a s e j a bem e s t a b e l e c i d a , é indispensável t e r a c e s s o às informações s o b r e as a l t e r n a t i v a s p a r a o b t e r a solução d o p r o b l e m a .
A t o m a d a de decisão é o esforço p a r a r e s o l v e r o d i l e m a de o b j e t i v o s c o n f l i t a n t e s e n t r e s i . E n t e n d e - s e p o r o b j e t i v o s c o n f l i t a n t e s , a q u e l e s em que o a u m e n t o do nível de q u a l i d a d e de um o b j e t i v o , p o d e c a u s a r um decréscimo de o u t r o . Daí a g r a n d e importância d o s métodos de análise m u l t i c r i t e r i a l como i n s t r u m e n t o de a p o i o as t o m a d a s de decisões { M o t t a , J.P.L. e t a i - , 1 9 9 3 ) .
A e s t r u t u r a d a análise m u l t i c r i t e r i a l d e u o r i g e m ao d e s e n v o l v i m e n t o de vários métodos, um d e l e s f o i o P r o c e s s o de Análise Hierárquica - AHP, d e s e n v o l v i d o p e l o matemático
Thomas L. S a a t y .
0 AHP é um método m u l t i c r i t e r i a l , m u l t i o b j e t i v o e que e n v o l v e múltiplos g r u p o s p a r a t o m a d a de decisão, com a f i n a l i d a d e de i n c l u i r e m e d i r o s f a t o r e s de m a i o r importância . d e n t r e a t i v i d a d e s que e x i g e m decisões lógicas e r a c i o n a i s . E s s e método p a r t e do princípio que d e v e - s e r e p r e s e n t a r o s p r o b l e m a s de decisões a p a r t i r de uma estruturação hierárquica n o s e n t i d o de o b t e r uma priorização de t o d o s o s e l e m e n t o s r e l e v a n t e s n a decisão ( S a a t y , 1 9 9 0 ) .
P o r t a n t o , e s t e capítulo d e s c r e v e a e s t r u t u r a do AHP, método p r o p o s t o p a r a s e r u t i l i z a d o n o e s t u d o de c a s o
como auxílio n a resolução de p r o b l e m a s r e l a c i o n a d o s a t o m a d a de decisão no p l a n e j a m e n t o de t r a n s p o r t e s .
A s e g u i r , a p r e s e n t a - s e uma introdução aos princípios do p r o c e s s o de Análise Hierárquica - AHP, s e g u n d o R a b b a n i , S.J.R. & R a b b a n i , S.R. ( 1 9 9 6 ) .
I n i c i a l m e n t e , . o AHP, e x i g e a apresentação do p r o b l e m a n a f o r m a de uma e s t r u t u r a hierárquica d o s e l e m e n t o s em d i f e r e n t e s níveis. Na r e a l i d a d e , d e f i n e - s e um o b j e t i v o g l o b a l e a p a r t i r d e s t e p r o c u r a - s e d e c o m p o r o s i s t e m a em d i f e r e n t e s níveis de h i e r a r q u i a . Na e t a p a s e g u i n t e , a p l i c a - s e a comparação p o r p a r e s aos e l e m e n t o s , p o r um g r u p o de indivíduos com experiência e c o n h e c i m e n t o s o b r e o p r o b l e m a em questão. 0 g r u p o c o m p a r a então o s p a r e s de e l e m e n t o s b a s e a d o . e m uma e s c a l a de p e s o s . E s s e s j u l g a m e n t o s dão o r i g e m às m a t r i z e s de comparação p o r p a r e s . A p a r t i r d a s m a t r i z e s de comparação p o r p a r e s obtém-se a s p r i o r i d a d e s r e l a t i v a s d o s p l a n o s a l t e r n a t i v o s , o u s e j a , o s p e s o s r e l a t i v o s d a s a l t e r n a t i v a s p a r a solução do p r o b l e m a . E s t a e t a p a do p r o c e s s o é d e n o m i n a d a de princípio de priorização dos p l a n o s a l t e r n a t i v o s .
D e p o i s d a priorização vem a última e t a p a do método, d e n o m i n a d a de sintetização de p r i o r i d a d e s . N e s t a e t a p a são i n d i c a d a s as p r i o r i d a d e s g l o b a i s de t o d a s a s a l t e r n a t i v a s , d e n t r e e l a s a que o b t e r o m a i o r p e s o , será c o n s i d e r a d a a m e l h o r a l t e r n a t i v a n a solução do p r o b l e m a . T o d o s o s princípios do AHP serão d e t a l h a d a m e n t e d e s c r i t o s a s e g u i r .
3.2 - Estruturação Hierárquica
S a a t y ( 1 9 9 1 ) , d e f i n e uma h i e r a r q u i a como s e n d o uma e s t r u t u r a a b s t r a t a de um s i s t e m a que s e r v e p a r a e s t u d a r as interações e n t r e o s s e u s c o m p o n e n t e s , bem como s e u s i m p a c t o s no s i s t e m a t o t a l .
A estruturação d e n t r o da h i e r a r q u i a t e m a v a n t a g e m de r e p r e s e n t a r o p r o b l e m a com elaboração necessária p a r a l i d a r com a c o m p l e x i d a d e d a decisão e p a r a v i s u a l i s a r as p a r t e s c o m p o n e n t e s do s i s t e m a , bem como a s interações
f u n c i o n a i s e influências d o s c o m p o n e n t e s e s e u s i m p a c t o s s o b r e e s t e s i s t e m a .
E s t r u t u r a r um p r o b l e m a de decisão é uma i m p o r t a n t e p a r t e do método. A estruturação d e p e n d e de como o p r o b l e m a é p e r c e b i d o , p o r quem, e q u a l o o b j e t i v o . Dependendo d a c r i a t i v i d a d e e experiência, p o d e - s e d e s e n v o l v e r m o d e l o s m a i s e l a b o r a d o s e m a i s e s t r u t u r a d o s . A f o r m a m a i s s i m p l e s u s a d a p a r a e s t r u r a r o p r o b l e m a ' de decisão é a h i e r a r q u i a de três níveis de d e t a l h e s : o b j e t i v o , critérios e a l t e r n a t i v a s , porém, e x i s t e m e s t r u t u r a s hierárquicas m a i s c o m p l e x a s com m a i s níveis de d e t a l h e s . Cada c o n j u n t o de e l e m e n t o s n a h i e r a r q u i a o c u p a um nível. 0 nível m a i s e l e v a d o é chamado de o b j e t i v o g e r a l , que c o n s i s t e
u n i c a m e n t e de um e l e m e n t o . Os níveis subseqüentes podem p o s s u i r d i v e r s o s e l e m e n t o s .
