• Nenhum resultado encontrado

Secretaria Municipal de Educação. Diretrizes Curriculares para Educação das Relações Étnico Raciais

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Secretaria Municipal de Educação. Diretrizes Curriculares para Educação das Relações Étnico Raciais"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

Secretaria Municipal de Educação

Diretrizes Curriculares para Educação das Relações Étnico­Raciais

(2)

Prefeito de Belo Horizonte

Marcio Araujo de Lacerda

Secretária Municipal de Educação

Sueli Maria Baliza Dias

Coordenação Geral

Dagmá Brandão Silva

Gerência de Coordenação da Política Pedagógica e de Formação Mara Catarina Evaristo

Núcleo de Relações Étnico­Raciais

Coordenação editorial e organização

Rosália Diogo

Redação

Mara Catarina Evaristo Rosália Diogo

Rosa Margarida de Carvalho Rocha

Colaboração

Cláudia Caldeira Soares Cláudio Eduardo Resende Alves

Revisão

Tadeu Rodrigo Ribeiro

Projeto gráfico e diagramação

Gustavo Rocha de Souza

Edição e distribuição Secretaria Municipal de Educação

Rua Carangola, 288 ­ 7º andar ­ Bairro Santo Antônio Belo Horizonte ­ MG ­ (31) 3277­8606 / smed@pbh.gov.br

É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

(3)

Apresentação ... 4

O Núcleo de Relações Étnico­Raciais ...5

Resolução CME/BH nº 003, 20 de novembro de 2004 ... 8

Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003 ... 14

Lei nº 11.645, de 10 março de 2008 ... 16

(4)

Prezado(a) Professor(a) e Educador(a):

É com satisfação que publicamos as Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação das Relações Étnico­Raciais. O texto reflete, em alguma medida, o esforço da Secretaria Municipal de Educação, que, desde 2004, de maneira mais sistemática, tem proposto ações que direcionam para a construção da Educação antirracista em Belo Horizonte, sobretudo com a criação do Núcleo de Relações Étnico­Raciais.

A formação de profissionais de Educação, a mobilização de estudantes e o investimento em materiais didático­ pedagógicos, eixos que estruturam o Núcleo, têm incidido de maneira fundamental na Rede Municipal de Educação com vistas ao enfrentamento dos embates relacionados ao racismo no Brasil, em especial nas escolas municipais. A Secretaria Municipal de Educação tem feito esforços constantes na construção de escolas inclusivas, abertas às diferenças e à igualdade de oportunidades para todas as pessoas. E a política educacional do Município, no que se refere ao ensino das culturas africanas e afro­brasileiras, é mais um esforço no rumo da construção dessa equidade.

Apresentação

Núcleo de Relações Étnico­Raciais

Dagmá Brandão Silva

Gerência de Coordenação da Política Pedagógica e de Formação

Sueli Maria Baliza Dias

Secretária Municipal de Educação

(5)

Na história recente da Educação no Brasil, a busca pela equidade vem norteando a legislação educacional, os programas e projetos desenvolvidos nos sistemas de ensino e nas instituições escolares. A Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte, já no início da década de 1990, incluiu temáticas relacionadas à educação para as relações étnico­raciais em suas práticas e no debate educacional que promoveu por meio de suas várias instâncias.

A trajetória da inserção da temática étnico­racial nas escolas municipais teve grande impulso a partir de algumas ações políticas específicas, quais sejam: sua inclusão na Lei Orgânica do Município, em 1990; a alteração da LDBEN 9.394/96 pela Lei 10.639/03; a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico­Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro­Brasileira e Africana, em 2004. Nesse contexto, foi criado o grupo, hoje nomeado Núcleo de Relações Étnico­Raciais, que compõe a Gerência de Coordenação da Política Pedagógica e de Formação da Secretaria Municipal de Educação, com o objetivo de atender à demanda crescente de formação e subsidiar o trabalho com a temática étnico­racial.

O Núcleo vem incorporando as diretrizes previstas na Lei 11.645/08, que trata da História e Cultura Indígena. A partir de 2012, um novo desafio colocado para a Secretaria

(6)

Municipal de Educação, que é o de incorporar a Resolução 03/2012, que garante os direitos socioeducacionais de crianças, adolescentes e jovens em situação de itinerância, tais como ciganos, indígenas, povos nômades, dentre outros. Para potencializar o trabalho do Núcleo, foram eleitos cinco eixos básicos de atuação a saber:

assegurar o cumprimento das diretrizes do Conselho Nacional e Municipal de Educação sobre a Lei nº 10.639/03, o cumprimento da Lei nº 11.645/08, da Resolução 03/12 e as diretrizes da Conferência Nacional da Educação Básica (CONAE/2010) relacionadas às temáticas trabalhadas pelo Núcleo; mapear o trabalho com as temáticas do Núcleo nas escolas municipais;

monitorar a Política de Promoção da Igualdade Racial;

fomentar e articular ações com as gerências e núcleos da Secretaria Municipal de Educação e parceiros, com o intuito de solidificar a implementação das Leis nº 10.639/03, nº 11.645/08 e a Política de Promoção da Igualdade Racial na cidade;

estimular e apoiar projetos e ações que tenham por objetivo combater práticas racistas e xenofóbicas na Educação.

(7)

Pretende­se, dessa forma, fortalecer a política educacional, que tem por princípio uma educação de qualidade que inclua a todos, sem distinção religiosa, econômica, política, de gênero, raça e etnia. Dessa forma, a inclusão dessas temáticas nas propostas curriculares do Sistema Municipal, mais que uma adequação legal, é um posicionamento político de respeito e valorização da diversidade humana, passo precursor para a superação da desigualdade étnico­racial.

(8)

Resolução CME/BH nº 003, 20 de novembro de 2004

Institui Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação das Relações Étnico­Raciais e para o Ensino de História e Cultura

Afro­Brasileira e Africana

O Conselho Municipal de Educação de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições, conforme Lei Municipal nº 7543, de 30 de junho de 1998, em seu Art.11, III e X e tendo em vista o Parecer no 83/2004, aprovado pelo Conselho em 20 de novembro de 2004,

RESOLVE:

Art. 1º A presente Resolução institui Diretrizes

Curriculares Municipais para a Educação das Relações Étnico­Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro­ Brasileira e Africana na Educação Básica em todas as suas etapas e modalidades a serem observadas pelas instituições do Sistema Municipal de Ensino de Belo Horizonte.

Art. 2º As Diretrizes Curriculares Municipais para a

Educação das Relações Étnico­Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro­Brasileira e Africanas são princípios que devem fundamentar o planejamento,

(9)

execução e avaliação da Educação Básica, e visam promover a educação de cidadãos atuantes e conscientes no seio da sociedade multicultural e pluriétnica do Brasil, buscando estabelecer relações étnico­raciais positivas, na perspectiva da construção de nação democrática.

§ 1º A Educação das Relações Étnico­Raciais tem por objetivo a divulgação e a produção de conhecimentos, bem como a constituição de atitudes, posturas e valores que formem cidadãos a partir do seu pertencimento étnico­ racial ­ descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos – capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, ter igualmente respeitados seus direitos, valorizada sua identidade e participação na consolidação da democracia brasileira.

§ 2º O Ensino de História e Cultura Afro­Brasileira e Africana, estratégia privilegiada para a educação das relações étnico­raciais, tem por objetivo o reconhecimento e a valorização da identidade, história e cultura dos afro­ brasileiros, assumindo a igual valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, européias, asiáticas.

Art. 3º Os conteúdos, competências, atitudes e valores a

serem aprendidos com a Educação das Relações Étnico­ Raciais e o estudo de História e Cultura Afro­Brasileira,

(10)

bem como de Geografia, História e Cultura Africana, serão estabelecidos na proposta pedagógica dos estabelecimentos de ensino com o apoio e supervisão dos órgãos competentes da SMED, e das coordenações pedagógicas, observadas as indicações, recomendações das Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação das Relações Étnico­Raciais e para o Ensino e Cultura Afro­Brasileira e Africana.

Art. 4º Os órgãos do Sistema Municipal de Ensino

deverão estabelecer canais de comunicação com entidades do Movimento Negro, grupos culturais negros, Núcleos de Estudos Afro­Brasileiros e instituições formadoras de professores, com a finalidade de buscar subsídios e trocar experiências para o desenvolvimento da proposta pedagógica, planos e projetos de ensino.

Art. 5º Os órgãos do Sistema Municipal de Ensino

incentivarão e criarão condições materiais e financeiras, assim como proverão as escolas, seus professores e estudantes materiais didáticos necessários para a educação das Relações Étnico­Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro­Brasileira e Africana.

Parágrafo único ­ A SMED, como órgão executivo do Sistema promoverá o aprofundamento de estudos, o desenvolvimento de pesquisas, projetos e programas,

(11)

abrangendo os diferentes componentes curriculares.

Art. 6º Os órgãos do Sistema Municipal de Ensino

tomarão providências para que seja respeitado o direito de também alunos afro­brasileiros frequentarem estabelecimentos de ensino que contem com instalações e equipamentos sólidos, atualizados, com professores competentes no domínio dos conteúdos de ensino, comprometidos com a educação de negros e não negros, no sentido de que venham a relacionar­se com respeito, sendo capazes de corrigir posturas, atitudes, palavras que impliquem desrespeito e discriminação.

Art. 7º Os órgãos colegiados dos estabelecimentos de

ensino assegurarão o exame e encaminhamento de solução para situações de discriminação, buscando­se criar situações educativas para o reconhecimento, valorização e respeito à diversidade.

Art. 8º Os estabelecimentos de ensino com o apoio e

supervisão da SMED desenvolverão sua proposta pedagógica para Educação das Relações Étnico­Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro­Brasileira e Africana, elaborada no âmbito da autonomia dessas instituições, obedecendo as recomendações do Parecer CME nº 083­ 2004, o que será considerado na avaliação de suas condições de funcionamento.

(12)

Art. 9º Cabe aos órgãos e instituições integrantes do

Sistema Municipal de Ensino viabilizar estratégias para que a formação continuada dos professores em exercício abarque as diretrizes desta Resolução.

Parágrafo Único ­ Compete à Secretaria Municipal de Educação realizar estudos de caracterização e diagnóstico do atendimento educacional da população afro­brasileira e indígena.

Art. 10 Os órgãos do Sistema Municipal de ensino

incentivarão pesquisas sobre processos educativos orientados por valores, visões de mundo, conhecimentos afro­brasileiros, ao lado de pesquisas de mesma natureza junto aos povos indígenas, com o objetivo de ampliação e fortalecimento de bases teóricas para a educação brasileira.

Art. 11 Os órgãos do Sistema Municipal de Ensino

envidarão esforços para que a edição de livros e de outros materiais didáticos atendam ao disposto no Parecer CME nº 083­2004, no comprimento da legislação em vigor.

Art. 12 Os órgãos do Sistema Municipal de Ensino

promoverão ampla divulgação do Parecer CME nº 083­ 2004 e dessa Resolução, bem como atividades periódicas, com a participação das redes das escolas públicas e privadas, de exposição, avaliação e divulgação dos êxitos e

(13)

dificuldades do ensino e aprendizagens de História e Cultura Afro­Brasileira e Africana e da Educação das Relações Étnico­raciais; assim como comunicarão, de forma detalhada, os resultados obtidos ao Ministério da Educação e Cultura, à Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, ao Conselho Nacional de Educação e ao Conselho Municipal de Educação, para providências, que forem requeridas.

Art. 13 Cabe a SMED, por meio dos seus órgãos

competentes assegurar a implantação dessas diretrizes acompanhando e avaliando os resultados.

Art. 14 Esta resolução entra em vigor na data de sua

publicação, revogadas as disposições em contrário. Belo Horizonte, 20 de Novembro de 2004

Rosália Diogo Relatora das Diretrizes Analise de Jesus da Silva Presidenta do CME/BH

(14)

Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003

Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e

Cultura Afro­Brasileira", e da outras providencias.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa

a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26­A, 79­A e 79 – B: "Art. 26­A Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna­se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro­Brasileira.

§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. § 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro­ Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de

(15)

Literatura e História Brasileiras. § 3º (VETADO)"

"Art. 79­A (VETADO)"

"Art. 79­B O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como 'Dia Nacional da Consciência Negra' ."

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

(16)

Lei nº 11.645, de 10 março de 2008

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O art. 26­A da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 26­A Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna­se obrigatório o estudo da história e cultura afro­brasileira e indígena.

Art. 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

§ 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro­brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 10 de março de 2008; 187º da Independência e 120º da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Referências

Documentos relacionados

Como um dos objetivos deste trabalho, com relação à aplicação em vo- tação digital, trata apenas da utilização de comunicação anônima para a garantia do sigilo do voto,

An´ alise dos dados Estat´ısticas em linhas e colunas: Para obter informa¸c˜oes de colunas como: m´edia dos valores, desvio padr˜ao, variˆancia, soma e etc., simples2 Esta ´e

Não se sabe exatamente o ano em que Schiaparelli e Dalí se conhece- ram, mas em 1936 eles já estavam trabalhando juntos em peças da estilis- ta como o “Desk Suit” e o

Para avaliar as teorias concorrentes que explicam porque os empreendedores formais mais comumente percebem a concorrência do setor informal como um importante obstáculo em

III.1 Introdução A metodologia proposta de conferir inteligência ao CER se destina a promover um rígido controle de tensão e, ao mesmo tempo, impedir que a distorção

musical por meio do canto coral infantil”, uma ação integrada (ensino, pesquisa e extensão) composta por uma equipe de professores e acadêmicos do curso de

3.7 Teor de micronutrientes na parte comercial 3.7.1 Teor de boro A análise de variância do teor de boro na parte comercial da alface tipo americana revelou existência de

Aparece, então, um dilema penoso ao historiador oral, pois “para tornar possível a generalização, temos que extrair a evidência sobre cada tema de uma série de