SEM534 – Processos de Fabricação Mecânica Professor - Renato G. Jasinevicius
Aula: Forças e Potências de Corte
FORÇAS E POTÊNCIAS DE CORTE
• Força de usinagem Fu – é a força total que atua sobre umacunha cortante durante a usinagem
Componentes da força de usinagem estão contidas :
No plano de trabalho;
FORÇAS E POTÊNCIAS DE CORTE
FORÇAS E POTÊNCIAS DE CORTE
Ângulo de contatoψo ou (ϕ) - ângulo central
formado pelos raios que ligam o centro da fresa com os pontos onde o dente penetra e sai do material em usinagem.
Espessura do cavaco h - é medida sempre na direção radial e varia de zero a um valor máximo h
FORÇAS E POTÊNCIAS DE CORTE
Forças de Usinagem
A força de usinagem (Fu) é decomposta em uma componente que está no plano de trabalho:
Força ativa (Ft): é a projeção da força de usinagem Fu sobre o
plano de trabalho.
E em uma componente perpendicular ao plano de trabalho chamada de Força passiva ou força de profundidade Força passiva (Fp): é a projeção da força de usinagem Fu
sobre a direção perpendicular a direção de avanço, situada no plano de trabalho.
Forças de Usinagem
As componentes da Força Ativa contribuem para a potência de usinagem, pois estão no plano de trabalho:
Força de corte (Fc): é a projeção da força de usinagem Fu
sobre a direção do corte (dada pela velocidade de corte).
Força de avanço (Ff): é a projeção da força de usinagem Fu
sobre a direção do avanço.
Força de apoio (Fap): é a projeção da força de usinagem Fu
sobre a direção perpendicular a direção de avanço, situada no plano de trabalho.
Forças de Usinagem
Entre a força ativa Ft, a força de apoio Fap e a força de avanço Ff vale a relação (1) Logo, (2) 2 2 f ap t
F
F
F
=
+
2 2 f t apF
F
F
=
−
Forças de Usinagem
Para ângulo ϕ* da direção do avanço = 90oFap = Fc
(3) (4)
* ÂNGULO ENTRE A DIREÇÃO DE CORTE E DIREÇÃO DE AVANÇO 2 2 f c t
F
F
F
=
+
2 2 f t cF
F
F
=
−
Forças de Usinagem
Força efetiva de corte Fe: é a projeção da força de usinagem
Fu sobre a direção efetiva de corte.
Força Passiva ou de profundidade (Fp): é a projeção da força
de usinagem Fu sobre a direção efetiva de corte. (não contribui para Potência)
(5)
Substituindo Ft pelo seu valor dado na eq. 1 temos
(6)
Somente nos casos de ϕ = 90o (p.e., torneamento)vale a relação
2 2 t f p
F
F
F
=
−
(
2 2)
2 f ap u pF
F
F
F
=
−
+
Forças de Usinagem
Somente nos casos de ϕ = 90o (p.e., torneamento)vale a
relação
(7)
Força de compressão Fn: é a projeção da força de usinagem
Fu sobre uma direção perpendicular à superfície principal de corte.
* Importância do estudo do comportamento das forças passivas está relacionada a resposta elástica do material da peça e da ferramenta durante o corte e isso pode implicar na dificuldade de obtenção de tolerâncias de forma e dimensão apertadas
(
2 2)
2 f c u pF
F
F
F
=
−
+
Forças de Usinagem
A força de usinagem depende de diversos Fatores:
• Material da peça • Área da seção de corte • Espessura de corte h
• Geometria da ferramenta e ângulo de posição • Estado de afiação da ferramenta
• Material da ferramenta • Lubrificação
Potência de Corte
Potência de Corte Pc é o produto da força de corte com a velocidade de corte v (Figura)
Para Fc e v em mm/min tem-se
(CV- cavalo vapor) (8)
Potência de avanço Pa é o produto da força de avanço com a velocidade de avanço va (Figura)
(CV) (9)
75
60
⋅
⋅
=
F
v
P
c c75
60
1000
⋅
⋅
⋅
=
a a av
F
P
Potência de Corte
Potência efetiva de corte Pe: é o produto da força efetiva de corte Fe pela velocidade efetiva de corte ve (Figura). É portanto igual à soma das potências de corte e avanço
Pe = Pc + Pa (10)
Para Fe em kg* e ve em m/min tem-se
(11)
75
60
⋅
⋅
=
e e ev
F
P
Potência de Corte
Relação entre a potência de corte e de avanço (de 8 e 9) (12) Torneamento: Para operação de torneamento resulta :
onde d = diâmetro da peça, em mm f = avanço, em mm/volta n = rotação, em r.p.m. n f n d F F P P a c a c ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = π va F v F P P a c a c ⋅ ⋅ ⋅ =1000
Potência de Corte
Aproximadamente tem-se no torneamento Fc ≅ 4.5 Fa e tomando-se por exemplo d = 50 mm e f = 1mm/volta resulta
(13)
Observação:
Forças são calculadas em daN 1 CV ~ 0,746 kw 770 1 50 5 , 4 ⋅ ⋅ ≅ ≅ π a c P P
Potência de Corte
Fresamento: Na operação de fresamento com fresas cilíndricas tangenciais temos aproximadamente as relações médias
Fa≅1.2 Fc va≅5 v Substituindo em (12) tem-se (14) 170 5 1 2 , 1 1 1000⋅ ⋅ ≅ ≅ a c P P
Potência de Corte
Potência fornecida pelo motor(16)
onde η é o rendimento da máquina operatriz, igual a 60 a 80%. No caso de haver um motor para cada movimento, o cálculo
parcelado das potências fornecidas pelos motores pode ser realizado com um rendimento maior.
Variação das componentes da força de usinagem com as condições de trabalho
ηc
m
P
CÁLCULO DA PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE
Taylor:
para FoFo cinzento para FoFo branco
para aço doce
07 . 0 25 . 0
88
ap
f
k
s⋅
=
07 . 0 25 . 0138
ap
f
k
s⋅
=
07 . 0200
f
k
s=
CÁLCULO DA PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE
ASME
onde
Ca = constante do material f = avanço
n = 0.2 para aço e 0.3 para ferro fundido Tabela V.3 p. 176-177 (aço rápido-18% W, 4% Cr, 1% V) . Para χ= 60o γ= 8o e α= 6o . n a s
f
C
k
=
CÁLCULO DA PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE ASME onde Ca = constante do material f = avanço
n = 0.2 para aço e 0.3 para ferro fundido Tabela V.3 p. 176-177 (aço rápido-18% W, 4% Cr, 1% V) . Para χ= 60o γ= 8o e α= 6o . n a s
f
C
k
=
CÁLCULO DA PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE AWF onde Cw = constante do material f = avanço Tabela V.3 para χ= 45o 477 . 0
f
C
k
w s=
CÁLCULO DA PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE
KORNENBERG
G = ap/f = índice de esbeltez s= área da seção de corte
C, Cks, ps, qs, gs e fs são constantes que dependem do material da peça e da ferramenta
Gráficos 5.27 (p.180), 5.28(p.181), 5.29 (p.181) e 5.30 (p.182) FERRARESI - fornecem os valores de Cks, F1 e F2 para aços e ferros fundidos
fs gs ks qs ps s s G C ap f C k ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ⋅ = ⋅ = 5
CÁLCULO DA PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE
KORNENBERG
Gráficos 5.27 (p.180), 5.28(p.181), 5.29 (p.181) e 5.30 (p.182) FERRARESI - fornecem os valores de Cks, F1 e F2
SEGUNDO AS SEGUINTES FÓRMULAS:
AÇO FoFo ) 1 ( 1 s fs F = − gs G F ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ = 5 2 ) 803 . 0 ( 1 s F = 160 . 0 2 5⎟⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ = G F 863 . 0 1
s
F
=
120 . 0 2 5⎟⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ = G FCÁLCULO DA PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE
Kienzle
A Tabela V4 apresenta os valores de ks1e 1-z dos materiais ensaiados por Kienzle.
b
h
k
b
h
k
F
z s s c=
⋅
⋅
=
⋅
⋅
− 1 1CÁLCULO DA PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE
Ferramenta afiada (para ferramentas com desgaste, no fim da vida, considerar um aumento de ks1até 30%)
1 45 90 -4 2 83 5 Usinagem de ferro fundido 1 45 90 -4 6 79 5 Usinagem de aço r (mm) χ(ο) ε(ο) λ(ο) γ(ο) β(ο) α(ο) Geometria da ferramenta
As condições de ensaio foram as seguintes:
•Velocidade de corte variando de 90 a 125 m/min
•Espessura de corte variando de 0.1 a 1.4 mm (extrapolação permissível até h = 0.05 mm e h = 2.5 mm)
Forças na Furação
Sistema de Forças em Broca Helicoidais
●Usando a Fórmula de Kienzle para a determinação do Momento Torsor na furação em cheio
D = Diâmetro da Broca [mm] F = avanço [mm/volta]
C1, x1 e y1 = constantes empíricas do material da peça.
(
)
(
)
(
)
χ sen 4 χ sen K C f D C χ sen f χ sen 4 D K M 2 D χ sen f χ sen 2 D K 2 D h b k ap Fc M z 1 1 s 1 1 y 1 x 1 z 1 2 1 s t z 1 1 s z 1 1 s t ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = = ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ = − − − −Sistema de Forças em Broca Helicoidais
●Usando a Fórmula de Kienzle para a determinação do Momento Torsor na furação em cheio
D = Diâmetro da Broca [mm] F = avanço [mm/volta]
(
)
(
)
(
)
χ sen 4 χ sen K C f D C χ sen f χ sen 4 D K M 2 D χ sen f χ sen 2 D K 2 D h b k ap Fc M z 1 1 s 1 1 y 1 x 1 z 1 2 1 s t z 1 1 s z 1 1 s t ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = = ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ = − − − − Forças na FuraçãoSistema de Forças em Broca Helicoidais
●Formula de Kronemberg para a determinação do Momento Torsor na furação em cheio
D = Diâmetro da Broca [mm] F = avanço [mm/volta]
C1, x1 e y1 = constantes empíricas do material da peça. 1 1 1 y x t
C
D
f
M
=
⋅
⋅
Forças na FuraçãoSistema de Forças em Broca Helicoidais 1 1 1 y x t
C
D
f
M
=
⋅
⋅
0,78 2,13 26,2 ± 0,8 VND 0,72 1,77 48,6 ± 1,2 VM20 0,77 1,97 46,8 ± 0,9 52100 0,77 1,87 37,9 ± 0,6 1025 0,77 2,01 21,9 ± 0,3 1055 0,83 2,05 24,3 ±0,9 1065 0,76 2,22 15,1 ± 0,4 1020 0,86 2,05 30,2 ± 0,5 1085 y1 x1 C1 Aço Forças na Furação4500 V F Pc 1000 n D π V e D M 2 F Porém η P P c c c max t max c m cdisp ⋅ = ⋅ ⋅ = ⋅ = ⋅ =
Força máxima de corte em furação
Forças na Furação
Exemplo Numérico:
Pretende-se tornear um eixo de aço ABNT 1035, de diâmetro 100 mm, profundidade de usinagem ap = 4 mm, avanço f = 0,56 mm/rev, rotação n = 320 rpm. Para tanto empregou-se uma ferramenta de metal duro P20 de características geométricas χ= 60º, α = 6º , γ = 15º , λ = 0o, r = 0,5 mm.
Calcular a força e a potência de corte segundo: a) ASME, b) AWF, c) Kronemberg e d) Kienzle
Exemplo
Exemplo
Simuladores disponíveis
O uso do simulador é livre. Basta acessá-lo no site da TaeguTec (www.taegutec.com.br), na barra superior da página (Potência de Corte). Também está disponível o Manual do Usuário em português (no campo Novidades – Manual Simulações de Potência).