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Variação dos teores de nutrientes em função da idade fisiológica da folha em pupunheira, em Areia, PB.

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Academic year: 2021

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Variação dos teores de nutrientes em função da idade fisiológica da folha

em pupunheira, em Areia, PB.

João T. Nascimento(1); Ademar P. de Oliveira(2); Ivandro de F. da Silva(2); Adailson P. de

Souza(2); Adriana U. Alves(2) 1Escola Agrotécnica Federal de Castanhal , BR 316-km 63, 68.740-970

Castanhal-PA; 2CCA-UFPB, C. Postal 2, 58.397-000 Areia-PB; E-mail: jnascimenton@bol.com.br

RESUMO

Com o objetivo de avaliar o efeito da idade da folha sobre a composição mineral em plantas de pupunheira (Bactris gasipaes, Kunth), no tempo, foi conduzido um experimento no período de abril/2000 a maio/2002 no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, em Areia, PB, em um Neossolo Regolítico de textura areia-franca. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema de parcela subdividida no tempo, estudando três posições foliares (folha apical, mediana e basal) em dois períodos de amostragem, em quatro repetições. Avaliaram-se os teores de N, P, K, Ca e Mg com base na matéria seca foliar. Os resultados revelaram para o N, maiores teores nas folhas mediana e apical aos 12 meses do plantio, e ao 18 meses, efeito inverso. Para o P e K, maiores teores nas folhas apicais, e para o Ca e Mg, nas folhas basais, sendo esses efeitos observados aos 12 e 18 meses nos respectivos nutrientes. Nas condições de clima e solo do experimento e de acordo com os resultados apresentados neste trabalho, a folha de idade média ou mediana pode ser recomendada para análise foliar, como a mais adequada.

Palavras-chave: Bactris gasipaes, nutrição, composição mineral foliar. ABSTRACT

Variation of the contents of nutrients in function of the physiologic age of the leaf in

peach palm, in Areia, PB.

With the objective of evaluating the effect of the age of the leaf on the mineral composition in peach palm plants, in the time, an experiment was driven in the abril/2000 period the maio/2002 in the Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, in Areia, PB, Brazil, in a Neossoil Regolític of loamy-sandy texture. The used experimental design was randomized blocks in plot subdivided in the time, studying three positions foliate (it leafs apical, medium and basal) in two sampling periods, in four repetitions. The contents of N were evaluated, P, K, Ca and Mg with base in the matter dries to foliate. The results revealed for N, larger contents in the medium leaves and apical to the 12 months of the planting, and to the 18 months, inverse effect. For P and K, larger contents in the leaves apical, and for the Ca and Mg, in the basal leaves, being those effects

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observed to the 12 and 18 months in the respective ones nutritious. In the climate conditions and soil of the experiment and in agreement with the results presented in this work, the leaf of age medium or medium can be recommended for analysis to foliate, as the most appropriate.

Keywords: Bactris gasipaes, nutrition, mineral composition to foliate.

Pesquisas com a pupunheira sem espinhos para produção de palmito vem sendo realizadas, principalmente, por sua viabilidade econômico-social e ecológica (Bivi, 1998). No nordeste do Brasil, embora venham acontecendo estudos com essa palmeira, os resultados sobre a variação de nutrientes em função da idade fisiológica das folhas, ao longo do tempo, nas condições de clima e solo da região ainda são incipientes.

No estudo da diagnose foliar em plantas de modo geral, deve-se considerar que a concentração de nutrientes tende a variar em função da idade da planta e da folha ou de sua posição na copa. O conhecimento da variação da concentração dos nutrientes foliares nos diferentes estádios de desenvolvimento, é condição essencial para interpretação de problemas nutricionais e sugestões de adubação. Dessa forma, com base na análise química do solo e na matéria seca foliar da planta, avalia-se a necessidade dos nutrientes e quantificam-se doses adequadas e equilibradas para suas reposições (Malavolta et al., 1997). A análise foliar, ao revelar a condição do estado nutricional da planta permite determinar se a concentração de um nutriente encontra-se em nível adequado ou não (Molina, 1997). Herrera (1989) e Silva & Falcão (2002), encontraram na matéria seca foliar da pupunheira concentrações de nutrientes na seguinte ordem: N > K > Ca > Mg > P.

Em relação à variação dos nutrientes foliares em diferentes extratos da copa da planta, Alvarado (1986) relata que essa variação de conteúdos de nutrientes foliares em função da idade das palmeiras não é determinante, sendo mais importante à da idade fisiológica da folha, quando se uniformiza tomando folhas de igual posição para as análises de rotina.

Estudando a distribuição da composição mineral em folhas de 1 a 18 em coqueiro anão verde, de três anos de idade, Santos et al (2002) relataram tendências linear crescente dos teores de N, Ca e Mg, com a idade da folha na planta. Enquanto para os nutrientes P e K, observaram tendência lineares, porém, inversas aos dos nutrientes acima mencionados.

Ainda Alvarado (1986) estudando a distribuição de macronutrientes em função da idade da folha em pupunheira em Lima/Peru, em plantas com quatro anos e meio de idade e Hass et al. (2000) em trabalho com pupunheira com dois anos de idade, ambos os autores relataram tendências semelhantes para o N, P, K, quando observaram tendências lineares de acréscimos dos teores destes elementos com a elevação da idade fisiológica das folhas,

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enquanto também semelhantes para os teores de Ca e Mg, porém com tendências inversas aos do NPK, isto é, decréscimos dos teores destes nutrientes com o avanço da idade fisiológica das folhas.

Também Falcão et al. (1994) estudando a variação dos teores de macro e micronutrientes em função da posição das folhas na copa em pupunheira, relataram que os teores de nutrientes da folha mediana ficaram muito próximos dos teores médios encontrados nas diferentes folhas para a maioria dos elementos analisados e sugerem que os cinco folíolos centrais da folha mediana deverão constituir a amostra de planta para fins de avaliação do estado nutricional. Entretanto, recomendam estudos mais detalhados de diagnose foliar, tanto para a produção de frutos como para a de palmito.

Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a variação de nutrientes foliares em função da idade fisiológica da folha e da planta no tempo, em pupunheira para palmito nas condições edafoclimáticas de Areia, PB.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento com a pupunheira foi realizado no período de abril de 2000 a maio de 2002, no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, em Areia, PB, localizado a 6º 18’ 12” S e 32º 18’ 15” W. O clima é quente e úmido do tipo As’, segundo Köppen, com precipitação média anual de 1400 mm. O solo classificado como Neossolo

Regolítico, de textura areia-franca, apresentou as seguintes características: pH em H2O (1:2,5)

=5,7; P =20,29 mg dm-3; K=39,79 mg dm-3; Al=0,0; Ca=1,85 cmol

c dm-3; Mg=0,90 cmolc dm-3;

matéria orgânica=8,42 g kg-1; e características físicas: areia= 841,50 g kg-1; silte= 88,00 g kg

-1; argila=70,50 g kg-1; densidade global=1,37 g cm-3; densidade de partículas= 2,61 g dm-3; e

porosidade total=0,47 m3 m-3.

No experimento, empregou-se mudas de pupunheira sem espinhos produzidas no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, com sementes pré-geminadas proveniente do Estado de São Paulo. A parcela experimental foi constituída por 20 plantas espaçadas de 2,0 x 1,0 m. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema de parcela subdividida no tempo, estudando a variação de nutrientes em três posições foliares (folha apical funcional, folha de idade mediana, e folha mais madura ou basal funcional), em dois períodos de amostragem, aos 12 (abril de 2001) e 18 meses do plantio (outubro de 2001), em quatro repetições. Foram determinadas as concentrações dos nutrientes N, P, K, Ca e Mg nas folhas, conforme Tedesco et al. (1985). Para tanto, foram coletados folíolos do terço médio das folhas funcionais mencionadas acima de acordo com Falcão et al. (1994).

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Os resultados foram submetidos à análise de variância e suas médias contratadas pelo teste Tukey (P < 0,05). A pupunheira foi cultivada sob adubação orgânica e mineral. A

adubação orgânica correspondeu o nível de 10 t ha-1 de esterco bovino, enquanto que a

mineral correspondeu a 140 kg ha-1 de P

2O5, 60 kg ha-1 K2O no plantio, e na adubação de

produção aplicaram-se 300 kg ha-1 de nitrogênio, 80 kg ha-1 de P

2O5 e 160 kg ha-1 de K2O, parcelados em 50% aos seis meses e 50% aos doze meses após o plantio. As fontes utilizadas de NPK, foram: sulfato de amônio, superfosfato simples e cloreto de potássio, respectivamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pela tabela 1, observa-se que houve efeito significativo (P< 0,05%) da idade da folha e dos períodos de amostragem sobre a variação dos nutrientes foliares na pupunheira. O teor de N foi significativamente superior nas folhas basal e mediana, em relação à folha apical, aos 12 meses do plantio. O comportamento dos dados para esse nutriente foi inverso aos 18 meses, com a folha apical apresentando superioridade estatística, em relação às folhas mediana e basal.

Para as concentrações de P e K, verificaram-se comportamentos semelhantes nos dois períodos, com concentrações mais elevada na folha apical e mais baixa nas folhas mediana e basal, enquanto que as concentrações de Ca e Mg, aos 12 e 18 meses, tiveram comportamentos semelhantes, porém com maiores concentrações na folha basal (Tabela 1). Hass et al. (2000) em pupunheira, encontraram também resultados semelhantes.

A avaliação da amostragem foliar representa um importante subsídio para o diagnóstico foliar, em função da idade da folha e da planta. Como as concentrações mais elevadas para a maioria dos nutrientes ocorreram nas avaliações realizadas aos 12 meses, essa idade da planta é a mais recomendada para realizar a diagnose foliar em pupunheira, sendo as folhas mais velhas (basal e mediana), recomendadas para avaliar N, Ca e Mg, e as mais novas (apical), para P e K. Porém, como as folhas medianas apresentaram concentrações intermediárias desses elementos, devem ser recomendadas para realização da diagnose foliar, nas condições de Areia-PB, como forma de uniformizar a coleta de folíolos em relação à copa da pupunheira. Falcão et al. (1994) também sugerem para pupunheira, que folíolos da folha mediana deverão constituir a amostra da planta para fins de avaliação do seu estado nutricional.

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ALVARADO, M.C.G. Determinación de la joja mas indicativa para el análisis foliar del pijiayo (Bactris gasipaes, H. B. K.). Universidad Nacional Agraria la Molina – Facultad de Agronomia. 69p. (Trabalho de Graduação)

BOVI, M.LA. Palmito pupunha: informações básicas para cultivo. Campinas, Instituto Agronômico, 1998. 50 p. (Boletim técnico, 173)

FALCÃO, N.P.S.; RIBEIRO, G.A.; FERRAZ, J. Teores de nutrientes em folhas de pupunheira em diferentes estádios fisiológicos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 13., 1994, Salvador. Resumos... Salvador: SBF. v.3, p.1143-1144. 1994. HASS, F.J.; BOVI, M.L.A.;TUCCI, S.A.;MACHADO, E.C. Variação nos teores de macro e micronutrientes em pupunheira em função do estádio ontogenético das folhas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 28., Londrina, 2001. Anais... Londrina: CBCS, 2000. p.177.

HERRERA, B.W. Fertilizacion del pejibaye para palmito. Boletim Informativo Pejibaye. v.1, n.2, p. 4-10, 1989.

MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das planta: princípios e aplicações. 2.ed. Piracicaba: Potafos, 1997. 319p.

MOLINA, E. Fertilización y nutrición de pejibaye para palmito. Research report, Centro de Investigaciones Agronómicas. Universidad de Costa Rica, San José, 1997. 26p.

SANTOS, A.L.S.; MONNERAT, P.H.; ALVES, E.A.B.; MARTINS, A.O. PINTO, J.L.A. Amostragem foliar em coqueiro anão verde. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17., Belém, 2002. Resumos expandidos. Belém: SBF, 2002. CD-ROM. SILVA, J.R.A.; FALCÃO, N.P.S. Caracterização de sintomas de carências nutricionais em mudas de pupunheira cultivadas em solução nutritiva. Acta Amazônica, v.32, n.4, p.529-539, 2002.

TEDESCO, M.J.; VOLKWEISS, S.J.; BOHNEN, H. Análises de solo, plantas e outros materiais. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1985. 188p. (Boletim Técnico, 5)

Tabela 1. Diagnóstico foliar de pupunheira, aos doze e dezoito meses do plantio, cultivada

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Posição da folha na copa 12 N 18 12 P 18 12 K 18 12 Ca 18 12 Mg 18 --- Mês após plantio ---Basal 29,4 a 20,0 c 1,5 b 1,2 b 4,2 c 1,0 c 6,1 a 8,7 a 6,3 a 10,4 a Mediana 29,7 a 24,2 b 1,5 b 1,2 b 6,6 b 2,7 b 4,9 b 6,2 b 5,1 b 8,2 b Apical 27,1 b 25,3 a 1,7 a 1,4 a 10,9 a 4,6 a 3,2 c 4,3 c 3,7 c 6,9 c CV,% 6,3 6,0 8,3 18,7 10,1 15,5 21,0 14,8 7,8 8,4

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Tukey (P < 0,05).

Referências

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