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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DESEMB - WILLIAM COUTO GONÇALVES 9 de outubro de 2012

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GAB. DESEMB - WILLIAM COUTO GONÇALVES 9 de outubro de 2012

APELAÇÃO CIVEL Nº 0020860-15.2004.8.08.0024 (024040208605) - VITÓRIA - VARA ESPECIALIZADA ACIDENTE DE TRABALHO

APELANTE :ESPOLIO DE FABRICIO DE SOUZA DURAO APELADO : ESTADO DO ESPIRITO SANTO e outro

RELATOR SUBSTITUTO DES. LYRIO REGIS DE SOUZA LYRIO REVISOR SUBSTITUTO DES. JANETE VARGAS SIMOES

R E L A T Ó R I O

V O T O S

O SR. DESEMBARGADOR LYRIO REGIS DE SOUZA LYRIO

(RELATOR):-Relatório

Cuidam os autos de Apelação Cível interposta em razão de Sentença (fls. 292-296) que, em sede de ação ordinária, julgou improcedente o pedido inicial de nulidade do ato de aposentadoria proporcional c/c indenização por danos morais e materiais, formulado com base nos arts. 136 e 198, I, ambos da Lei Complementar Estadual nº 46/94.

A Magistrada monocrática destacou “que não há vício a ser sanado na decisão que determinou a aposentadoria do autor, com proventos proporcionais, que foi determinada com toda a cautela, fundamentada em exames periciais corretos, objetivos, dentro da Lei vigente nº 46/94”.

Sustentou ainda a MM Juíza que “quanto ao dano material requerido junto ao Estado, o autor não comprovou o nexo de causalidade entre a redução da capacidade laborativa e o infortúnio sofrido no desempenho do serviço, uma vez que nas duas perícias médicas realizadas não se constatou a ocorrência de doença ocupacional...”. Ainda, acerca dos danos morais, entendeu “que não ficou demonstrado o nexo causal entre as atividades exercidas e a enfermidade que o autor adquiriu”.

Em suas razões (fls. 299-321) o Apelante, preliminarmente, requer o conhecimento e provimento do Recurso Especial retido nos autos do Agravo Interno nos Embargos de Declaração no Agravo de Instrumento nº 24089010219, apenso ao presente

(2)

processo, por força do art. 542, § 3º, do CPC.

No mérito, pleiteia a reforma da sentença para que seja declarada a aposentadoria integral de Fabricio de Souza Durão por tratar-se in casu de doença ocupacional adquirida à época da prestação dos serviços ao Estado Apelado, além das condenações em danos materiais e morais, supostamente, sofridos pelo mesmo. Por seu turno, o Estado do Espírito Santo em contrarrazões (fls. 325-334) aduz estar preclusa a discussão acerca da produção de outras provas, bem como ausência de nexo causal entre a conduta do Estado e a enfermidade adquirida por Fabricio de Souza Durão, a impossibilidade de condenação por danos morais e materiais, a desproporcionalidade requerida à título de reparação dos danos morais e, ainda, a ausência de responsabilidade civil do Apelado.

Regularmente intimado para apresentar contrarrazões, nos termos da certidão de fl. 334v., o IPAJM quedou-se inerte.

Parecer Ministerial de fls. 340-341 pela desnecessidade de intervenção do Parquet. Relatoriei. Ao Revisor.

Vitória, ES, em 14 de agosto de 2012.

Des. Substituto Lyrio Regis de Souza Lyrio Relator

Voto

Preliminar para conhecimento e provimento do Recurso Especial retido nos autos do Agravo Interno nos Embargos de Declaração no Agravo de Instrumento nº 24089010219 - Suscitada pelo Apelante

Com relação à preliminar suscitada, ante a inteligência do art. 542, § 3º, do CPC, cumpre discorrer acerca do entendimento da doutrina quanto ao termo “decisão final”, lançado no mencionado dispositivo:

“Decisão final, para fim de aplicação do § 3º do art. 542 do CPC, é aquela contra a qual não mais cabe qualquer recurso ordinário: em outras palavras, decisão final, aqui, é aquela contra a qual somente cabe, em tese, recurso extraordinário ou recurso especial. No mais das vezes será o acórdão que julgar a apelação ou os embargos infringentes”. (Sem grifo no original).

“Ainda não é o momento de o tribunal a quo proferir juízo de admissibilidade do RE ou do Resp. Cabe-lhe, tão somente, enviar o RE ou Resp retido ao primeiro grau para que, juntado aos autos do processo, nele fique retido até que sobrevenha decisão final, da qual caberá outro RE ou REsp”. (Sem grifo no original).

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APELAÇÃO - AÇÃO INDENIZATÓRIA (...) - DANO MORAL CARACTERIZADO - (...). Recurso Especial retido - Insurgência contra acórdão interlocutório que denegou pedido de denunciação da lide - Reiteração a ser realizada quando da propositura de Recurso Especial contra decisão final, e não em sede de apelação - Art. 542, § 3º, do CPC - Negado provimento. (9149398922005826/SP 9149398-92.2005.8.26.0000, Relator: Hugo Crepaldi, Data de Julgamento: 14/06/2011, 27ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 21/06/2011). (Sem grifo no original).

Assim, pela boa técnica processual, este não se mostra como sendo o momento adequado para requerer-se o conhecimento do Recurso Especial retido nos autos em apenso, eis que passível, ainda, de decisão final.

Há necessidade de aguardar o julgamento da Apelação ou, em última análise, dos Embargos Infringentes, para só então ser reiterado o pedido de admissibilidade do Recurso Especial interposto, com vistas à enfrentar decisão interlocutória que indeferiu a produção de prova testemunhal.

Isto posto, rejeito a presente preliminar. É como voto.

Voto Mérito

Eminentes Desembargadores,

Cuidam os autos de Apelação Cível interposta em razão de Sentença (fls. 292-296) que, em sede de ação ordinária, julgou improcedente o pedido inicial de nulidade do ato de aposentadoria proporcional de Fabricio de Souza Durão c/c indenização por danos morais e materiais, formulado com base nos arts. 136 e 198, I, ambos da Lei Complementar Estadual nº 46/94.

Inicialmente cumpre ressaltar que houve a necessidade de ser promovida a sucessão processual ativa, tendo em vista o falecimento de Fabricio de Souza Durão (fl. 195), sendo que o Espólio passou a ser devidamente representado por Carmen Conte Guimarães, nos termos da sentença de fl. 220.

De outra banda, como Fabricio de Souza Durão já encontrava-se aposentado à época do ajuizamento desta ação, foi admitido na lide, na qualidade de litisconsorte passivo, o IPAJM - Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado do Espírito Santo, conforme Despacho de fl. 217v.

Na sentença, a Magistrada a quo destacou “que não há vício a ser sanado na decisão que determinou a aposentadoria do autor, com proventos proporcionais, que foi determinada com toda a cautela, fundamentada em exames periciais corretos, objetivos, dentro da Lei vigente nº 46/94”.

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o autor não comprovou o nexo de causalidade entre a redução da capacidade laborativa e o infortúnio sofrido no desempenho do serviço, uma vez que nas duas perícias médicas realizadas não se constatou a ocorrência de doença ocupacional...”.

Já acerca dos danos morais, entendeu “que não ficou demonstrado o nexo causal entre as atividades exercidas e a enfermidade que o autor adquiriu”, e dessa maneira manteve o ato administrativo nº 0129/01/04, que determinou o afastamento de Fabricio de Souza Durão, tendo por base os arts. 195, I, 198 c/c 130, § 7º e 129, todos da Lei Complementar Estadual nº 46/94.

Com as razões do seu recurso de Apelação, o Espólio de Fabricio de Souza Durão pretende a reforma da sentença para que seja reconhecida a aposentadoria integral do decujus, por tratar-se de doença ocupacional adquirida à época da prestação dos serviços ao Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo, além da condenação dos Apelados à restituição dos valores despendidos no tratamento da alegada doença ocupacional e a reparação por danos morais.

Não obstante a tese defendida pelo Apelante, filio-me ao entendimento exarado pela Magistrada a quo.

Compulsando os autos, em especial às fls. 41 e 49-52, extrai-se dos laudos médicos ali colacionados que Fabricio de Souza Durão não teve a sua enfermidade diagnosticada como “doença ocupacional”.

Até pelo falecimento já mencionado, a produção da prova pericial torna-se de impossível realização neste momento. De outro ângulo, em cotejo ao que fora decidido à fl. 257, a prova testemunhal mostra-se dispensável para elucidação da quaestio.

Quanto a este ponto, a jurisprudência deste Tribunal é firme neste sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO - REALIZAÇÃO DE NOVA PROVA PERICIAL - DESNECESSIDADE - DEPOIMENTO PESSOAL DO PREPOSTO DA AGRAVADA - DESNECESSIDADE - COMPARECIMENTO DO PERITO EM AUDIÊNCIA - DESNECESSIDADE - PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL DA DOENÇA DO RECORRENTE - DESCABIMENTO - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 130 DO CPC - DECISÃO MANTIDA - AGRAVO IMPROVIDO. (...). 2. Desnecessário o depoimento pessoal do preposto da agravada, tendo em vista que esta possui responsabilidade objetiva na relação jurídica, que independe de culpa. (...). 4. A doença ocupacional que o recorrente alega possuir deve ser comprovada através de laudo médico, sendo desnecessária a prova testemunhal no que tange a esta matéria. 5. O requerimento de provas inúteis ou meramente protelatórias deverá ser indeferido pelo magistrado. 6. Inteligência do artigo 130 do CPC. 7. Princípio da celeridade processual. 8. Agravo de instrumento improvido. (TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 24059004796, Relator: José Luiz Barreto Vivas, Órgão julgador: 3ª Câmara Cível, Data de Julgamento: 08/11/2005, Data da Publicação no Diário: 22/11/2005). (Sem grifo no original).

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PREVIDENCIÁRIO. REMESSA NECESSÁRIA. RECURSOS VOLUNTÁRIOS. AGRAVO RETIDO. IMPROVIMENTO. CONVERSÃO DE AUXÍLIO DOENÇA EM AUXÍLIO ACIDENTE. POSSIBILIDADE. RECURSOS IMPROVIDOS. REMESSA PREJUDICADA. 1. Não merece reforma a decisão que dispensa a prova testemunhal, se o conjunto probatório coligido constituído de documentos incontestados se mostram suficientes ao convencimento do magistrado. (...) . 4. Recursos improvidos, remessa prejudicada. (TJES, Classe: Remessa Ex-officio, 24030173249, Relator: José Paulo Calmon Nogueira da Gama, Órgão julgador: 2ª Câmara Cível, Data de Julgamento: 25/10/2011, Data da Publicação no Diário: 08/12/2011). (Sem grifo no original).

Nessa linha, o entendimento está sedimentado no Superior Tribunal de Justiça de que o julgamento antecipado da lide não implica cerceamento de defesa, se desnecessária a instrução probatória

.

Por tais motivos, vê-se, diferentemente do que alega o Apelante, que não estão demonstradas evidências de dano moral sofrido pelo mesmo, principalmente pela inexistência de ato ilícito cometido pela Administração. Além disso, os danos materiais aduzidos não guardam relação com a conduta do Estado Apelado, já que demostrada que a incapacidade possua o cunho ocupacional.

Como forma de concluir o raciocínio até então externado, colaciono decisão desta egrégia Corte, acerca do livre convencimento motivado dos Magistrados:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. LICENÇA PARA TRATAMENTO DA PRÓPRIA SAÚDE. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DAS REGRAS DO REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. EXCESSO DE PRAZO. NULIDADE NÃO CARACTERIZADA. INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS INDEVIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1. - Na condição de destinatário da prova, o juiz tem liberdade para decidir se as informações contidas nos autos bastam para a formação de seu convencimento, a teor do disposto nos artigos 130 e 131, do Códig o de Processo Civil. "...Inexiste ilegalidade tampouco cerceamento de defesa na hipótese em que o juiz, verificando suficientemente instruído o processo, considera desnecessária a produção de mais provas e julga o mérito da demanda na forma antecipada..." (STJ., AGRG na MC 14838, 3ª Turma, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, j. 18-11-2008, p. 28-11-2008). Alegação de cerceamento de defesa rejeitada. (...) 4. - Não praticado ato ilícito pela Administração em desfavor do servidor, é descabida qualquer indenização a este a título de reparação de dano moral ou estético. 5. - Recurso desprovido. (TJES; AC 35090134491; Terceira Câmara Cível; Rel Des. Dair José Bregunce de Oliveira; Julg. 28/02/2012; DJES 19/03/2012; Pág. 46). (Sem grifo no original).

DO EXPOSTO, pelas razões suso mencionadas, conheço da Apelação Cível e a ela NEGO PROVIMENTO.

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O SR. DESEMBARGADOR JANETE VARGAS SIMOES

:-Voto no mesmo sentido

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O SR. DESEMBARGADOR ARNALDO SANTOS SOUZA

:-Voto no mesmo sentido

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D E C I S Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, APELAÇÃO CIVEL Nº 0020860-15.2004.8.08.0024 (024040208605), em que são as partes as acima indicadas, ACORDA o Egrégio Tribunal de Justiça do Espírito Santo (Primeira Câmara Cível), na conformidade da ata e notas taquigráficas da sessão, que integram este julgado, em, À UNANIMIDADE, REJEITAR A PRELIMINAR ARGUIDA. NO MÉRITO, POR IGUAL VOTAÇÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.

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