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Primeira Carta de João

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

Primeira Carta de

João

Seminário Bíblico Palavra da Vida

Teologia Bíblica do Novo Testamento 1

Prof. Carlos Osvaldo CardosoPinto

08.12.2010

(2)

Questões de Introdução

Autoria – Anônima conforme o texto. Indícios de autoria – Externos

Policarpo, discípulo de João, cita 1 Jo 4.2 em sua carta aos Filipenses.

Eusébio afirma que Papias, bispo de Hierápolis, citou a primeira carta de João.

Irineu de Lyon (c. a.D. 150) citou 1 Jo 2.18 e afirmou estar citando a carta de João.

(3)

Questões de Introdução

Autoria – Anônima conforme o texto. Indícios de autoria – Internos

Semelhança temática com o Discurso no Cenáculo.

(advogado) – 2.2 –

14.16

(guardar) – 2.3-4 –

14.21

(mandamento) – 2.8 –

13.34-35

(espírito da verdade)

– 4.6 –

14.17; 15.26

(4)

Questões de Introdução

Autoria – Anônima conforme o texto. Indícios de autoria – Internos

Uso comum de palavras importantes.

(permanecer) – 2.6 –

15.7

(Verbo, Palavra) – 1.1 –

1.1-14

(verdadeiro) – 5.20 –

7.28

(água e sangue) – 5.6 –

(5)

Questões de Introdução

Contestação da Autoria Joanina (Dodd)

Ausência de palavras chave

e (salvação e perdição) e (em cima e em baixo)

e (enviar e buscar)

Diferenças teológicas entre as obras

Transferência de funções de Cristo para Deus (2.5)

Ênfase em crença correta sobre Cristo em lugar de fé em Cristo

Uma escatologia mais iminente que realizada (mais “primitiva”)

(6)

Questões de Introdução

Refutação a C. H. Dodd

Diferenças de vocabulário

Os livros têm ênfases distintas. Os livros têm temas distintos.

Os livros têm audiências distintas.

Os livros têm muitas palavras e expressões comuns.

Diferenças teológicas

A mesma transferência ocorre em Paulo (1 Ts); O contexto polêmico obriga a “crença que”;

A escatologia do evangelho tem elementos de iminência (cf. Jo 14.1-5 e 1 Jo 2.28 – 3.3).

(7)

Características dos Leitores

Tinham sido influenciados por falsos apóstolos

e seus ensinos (4.1; 2.19).

Negavam a encarnação de Cristo (2.22; 4.1). Afirmavam ter comunhão com o Pai (2.23). Pregavam uma ética frouxa (2.15-17; 1.5-10).

Suas características como grupo:

Eram antigos pagãos (5.21).

Tinham experiência como cristãos (2.7; 3.11). Inclinavam-se ao mundanismo (2.15-17).

Demonstravam falta de amor (2.7-11).

(8)

Propósito da Carta

Há várias declarações de propósito na carta.

Em 1.3 – Promover a genuína comunhão cristã baseada no conhecimento correto de Deus e de Cristo.

Em 2.1 – Impedir o crescimento do pecado entre os crentes.

(9)

Uma Proposta de Propósito

Propósito – Conduzir os crentes ao pleno desfrute

da comunhão espiritual e da certeza de salvação pessoal,

Meio – apresentando os critérios que definem a

genuína comunhão cristã com um Deus que é santo e amoroso.

(10)

Uma Proposta de Mensagem

A medida da comunhão de um

indivíduo com Deus é sua

experiência crescente do

caráter divino em sua vida.

(11)

Uma Proposta de Esboço

Prólogo (1.1-4)

Critérios para comunhão com o Deus que é Luz (1.5 – 2.27).

Evitar o pecado (1.5 – 2.2)

Guardar os mandamentos (2.3-11)

Evitar o erro dos falsos mestres (2.12-19) Guardar-se fiel à verdade (2.20-27)

Critérios para comunhão com o Deus que é Amor (2.28 – 5.17).

Distinção entre filhos de Deus e de Satanás (2.28 – 3.10)

Amor fraternal (3.11-18)

Segurança como privilégio da filiação (3.19-24)

Discernimento entre influências divinas e satânicas (4.1-6)

Amor fraternal (4.7-21)

Segurança como resultado de crença correta (5.1-17)

(12)

Duas Passagens Problemáticas – 3.9

1 Jo 3.9 – Todo o que é nascido de Deus não peca

( ), porque a Sua semente nele

permanece, e não pode pecar ( ), porque é nascido de Deus.

A natureza do problema - João afirma que uma pessoa que é nascida de Deus não pode pecar. Esse tipo de linguagem cria duas dificuldades:

Primeiramente, ela aparentemente nega a realidade e a clara possibilidade do pecado contemplada em 1.5 -2.2. Em segundo lugar, torna sem sentido as repetidas

exortações à pureza e justiça ao longo da carta (2.1, 15,

29; 3.12, 18).

(13)

Duas Passagens Problemáticas

– 3.9

A Explicação Wesleyana

Redefinir “pecado” de modo a que a palavra se refira apenas a violações deliberadas da lei de Deus,

reconhecidas como tal no momento em que serão

cometidas. Em outras palavras, pessoas verdadeiramente nascidas de Deus não pecam deliberadamente.

Refutação dessa Explicação

Infelizmente, não há qualquer prova de que João estivesse usando tal definição de “pecado”, a despeito do uso da

palavra em 3.4.

Se esse critério fosse aplicado a outras ocorrências de “pecado” na carta aconteceria um caos hermenêutico. A experiência prática dos crentes milita contra esta

solução. Isso gera o problema da insegurança quanto ao status espiritual corrente do indivíduo.

(14)

Duas Passagens Problemáticas – 3.9

A Explicação de Stott-Westcott

Westcott (Epistles, 104) e Stott (The Epistles of John, 135-6) e vários outros sugerem que o verbo no tempo presente indica uma ação contínua,

sugerindo que se trata do pecado como estilo de vida.

Refutação dessa Explicação

Infelizmente, se esse critério fosse aplicado de

maneira consistente a outras ocorrências de “pecar” na carta, aconteceria um caos hermenêutico.

De igual modo, a experiência prática dos crentes milita contra esta solução. Isso gera o problema da insegurança quanto ao status espiritual inicial do indivíduo.

(15)

Duas Passagens Problemáticas

– 3.9

A Explicação Contextual na Carta

Relacionar esta passagem a 5.16-18, afirmando assim que um crente não pode cometer o pecado para a morte.

Somente um descrente pode cometer tal pecado.

Refutação dessa Explicação

Um dos problemas é que em 1 Jo 5 a distinção não se dá entre crentes e descrentes, mas entre dois tipos de pecado cometido por crentes (“irmão”), que exigiam reações

diferentes de seus companheiros de fé.

Não faria sentido omitir a explicação na primeira ocorrência da idéia para inseri-la na segunda, usando ainda termos que contradiriam o uso na primeira vez.

A compreensão (ou falta de) popular de 1 Jo 5.16-18 gera o problema da insegurança quanto ao status espiritual

(16)

Duas Passagens Problemáticas

– 3.9

A Explicação Teológica

João faz aqui uma referência à incompatibilidade

entre comunhão com o Deus regenerador e

residente e o pecado.

Crentes agora vivem na era do Espírito (

) e

possuem a semente de Deus (também uma

referência à presença do Espírito).

Essa presença aponta para a realidade

(17)

Duas Passagens Problemáticas

– 3.9

A Explicação Teológica

Assim, a possibilidade de viver sem pecar está

ligada à manutenção da comunhão com Deus pela

permanência nos Seus mandamentos (cf. 3.6) por

meio da verdadeira instrução oferecida pelo

Espírito.

Como os falsos mestres reivindicavam comunhão

com Deus e insistiam em viver em pecado, o

impacto da afirmação de João recai sobre a

irrealidade da alegação dos falsos mestres, mais

do que sobre qualquer idéia de impecabilidade.

(18)

Duas Passagens Problemáticas

– 5.16-17

1 Jo 5.16-17 – Se alguém vir seu irmão

cometendo um pecado que não conduz à morte,

pedirá e [Deus] lhe dará vida [

], aos que não

pecam para a morte. Existe pecado que conduz à

morte [

]. Não é por esse [pecado] que

digo que se ore. Toda injustiça é pecado, mas há

pecado que não conduz à morte.

A Natureza do Problema – A distinção feita por

João parece contrária ao tom geral das Escrituras,

que afirma que a conseqüência do pecado é a

morte. A linguagem joanina poderia criar dois

problemas distintos:

Insegurança quanto à condição espiritual de crentes; Liberdade para critérios alternativos de santidade.

(19)

Duas Passagens Problemáticas

– 5.16-18

Soluções propostas

O pecado para a morte é a apostasia

definitiva. Ligam a passagem a Hebreus 6 e

10.

Aplicam a idéia aos falsos mestres.

Porém

,

Não me parece a melhor interpretação de

Hebreus 6 e 10 a idéia de apostasia (no

sentido tradicional da palavra).

João jamais chamaria um falso mestre de

irmão.

(20)

Duas Passagens Problemáticas

– 5.16-18

Soluções propostas

O pecado para a morte é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Ligam a passagem à rejeição

consciente e deliberadaa da verdade conhecida a respeito de Jesus (cf. fariseus em Mt 12.22-32). Aplicam a idéia aos falsos mestres.

Porém

,

Não há no contexto qualquer sugestão de que João esteja falando sobre o Espírito.

João jamais chamaria de irmão uma pessoa que estivesse blasfemando contra o Espírito.

(21)

Duas Passagens Problemáticas

– 5.16-18

Soluções propostas

O pecado para a morte é pecado cometido por uma pessoa que alega ser “irmão” mas não o é.

Alegam que como a resposta à oração é vida (v. 16), a pessoa em questão não pode ser ainda crente, pois nesse caso já teria vida.

Aplicam a idéia aos falsos mestres.

Porém

,

Tal uso de produziria caos hermenêutico e espiritual na leitura de 1 João.

Em que sentido um pecado de uma pessoa não salva poderia ser “não para a morte”?

Nem todo uso de “vida” e “morte” no NT implica em eternidade.

(22)

Duas Passagens Problemáticas

– 5.16-18

Soluções propostas

O pecado para a morte é pecado cometido de modo

consciente e deliberado por uma pessoa que é crente. O resultado desse pecado é a morte física.

A oração recomendada (v. 16) é por um pecado que ainda não se tornou deliberado. A resposta à oração seria a

preservação da vida física do ofensor arrependido. O AT apresenta os casos de pecado “com atitude

desafiadora” (Nm 15.30) e o NT tem os exemplos de Ananias e Safira (At 5) e do adúltero em 1 Coríntios 5. As possíveis causas de tal tipo de pecado seriam

incredulidade e endurecimento contra Jesus, induzidos pelos falsos mestres e demonstrados na desobediência aos Seus mandamentos (impureza e falta de amor).

Referências

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