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IndústriABC. Ano IV - Março/2019. Região do Grande ABC / SP X = avaliação otimista - estoque acima do planejado - UCI acima do usual 50 X < 100

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(1)

Apesar do lento ritmo de retomada da atividade econômica no País após a recessão de 2015 e 2016, o PIB da indústria avançou 0,6% em 2018 depois de quatro anos de retração. Entretanto, cabe ressaltar que a indústria de transformação apresentou crescimento um pouco menor em 2018 comparado ao desempenho de 2017.

O ano de 2018 registrou aumento de 1,2% na produção física industrial, segundo a Pesquisa Mensal da Indústria - IBGE. No Estado de São Paulo, a produção industrial teve incremento de 0,8% no ano. Setorialmente, os segmentos de máquinas e equipamentos, farmoquímicos e farmacêuticos e de veículos automotores foram os que apresentaram as maiores ampliações na produção física no ano passado.

Ao longo destes mesmos 12 meses, segundo a Sondagem Industrial para a amostra do Grande ABC, houve queda da produção em relação ao mês anterior em sete meses, inclusive no último trimestre dezembro de 2018-janeiro-fevereiro de 2019.

Nos últimos meses o ABC paulista se deparou com cenário turbulento no setor industrial, em especial pela ameaça da General Motors em interromper as operações em São Caetano e com o efetivo fechamento da Ford Caminhões em São Bernardo. Os últimos 30 anos foram marcados por intensas modificações na dinâmica econômica local, com êxodo de unidades industriais e reorganização produtiva e setorial da economia regional. Entretanto, nesse período nenhuma montadora de grande porte, que caracteriza a trajetória da indústria local, havia interrompido as atividades. Isso reacendeu a discussão sobre o processo de desindustrialização da

região, seus efeitos e possíveis caminhos para contorná-lo.

Frente a esse contexto, o Índice de Confiança dos Empresários da Indústria (ICEI) diminuiu em fevereiro de 2019 entre empresas do Grande ABC, ante a melhora da confiança para as amostras de indústrias paulistas e brasileiras.

A Sondagem Industrial (SI) e o Índice de Confiança (ICEI) são elaborados e divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) no Estado paulista. A Universidade Metodista de São Paulo, por meio do Observatório Econômico, realiza desde março de 2016 um recorte regional trimestral da indústria do Grande ABC em parceria com CNI e FIESP. Esta é a 11ª edição do IndústriABC. O indicador para cada item questionado na pesquisa é formado a partir da ponderação das frequências relativas das respostas, que apresentam escores iguais a 0, 25, 50, 75 e 100. Ao realizar a análise dos resultados, deve-se considerar a seguinte regra, dado o escore X:

X

= 50

50 ≤

X

< 100

0 ≤

X

< 50

- avaliação otimista

- estoque acima do

planejado

- UCI acima do usual

- avaliação pessimista

- estoque abaixo do

planejado

- UCI abaixo do usual

- indiferente

- estoque dentro do

planejado

(2)

Indústria de transformação brasileira perde participação no PIB

Com crescimento de 1,35% em 2018, a

indústria de transformação perdeu participação no PIB brasileiro, diminuindo de 10,5% em 2017 para 9,6% em 2018. A indústria como um todo, que inclui também os segmentos de indústria extrativista, da construção civil e de eletricidade e gás, água, esgoto, atividade de gestão de resíduos, apresentou crescimento de 0,56% em 2018, após retrair 0,5% em 2017. Ao longo desta década, o setor industrial diminui sua participação no PIB nacional de 23,27% em 2010 para 18,4% em 2018 - o que fomenta discussões em torno da desindustrialização da atividade econômica do Brasil.

No Grande ABC, este debate se acirrou nos últimos anos em vista, entre outros fatores, da redução dos empregos no setor industrial. Segundo

dados do CAGED da Secretaria do Trabalho, do Ministério da Economia, entre 2012 e 2017 os saldos de geração de emprego no setor foram negativos no ABC paulista, perfazendo perda de mais de 68 mil empregos formais no setor. Em especial no período 2014 e 2016, as perdas somaram aproximadamente 55 mil empregos industriais.

Recentes movimentações ocorridas no setor automotivo regional agitaram o debate sobre as perspectivas da indústria local. O que necessita estar claro, contudo, é a necessidade de a região alterar sua estratégia de competição para atuar no cenário econômico global.

É imperativo que o Grande ABC crie mecanismos que ampliem suas vantagens competitivas. Se não conseguir reunir competências no campo tecnológico, da capacidade inovativa em produtos e processo, a ponto de atrair novas oportunidades de negócios tanto para empresas já estabelecidas quanto para atração de novas companhias, a região será pressionada cada vez mais a competir via preços. Isso representa redução e flexibilização dos custos da mão-de-obra e concessão de benefícios tributários.

Não só no ABC, mas para todo o processo de desenvolvimento da economia é necessário compreender que a geração e manutenção do emprego ocorrem a partir do crescimento econômico, da ampliação da produção e da geração de riqueza, com reflexos positivos sobre o mercado de trabalho. 0,96 1,35 2,25 -2,53 0,56 Indústrias extrativas Indústrias de transformação Eletricidade e gás, água e afins Construção Total

Crescimento indústria em 2018

(% a.a.)

2018 2017

(3)

Sondagem Industrial – Região do Grande ABC

Ao longo de 2018, em cinco meses os

empresários industriais apontaram melhoras

no

nível de produção

em relação ao mês imediatamente anterior, frequência um pouco menor que o observado no ano anterior. Embora o último biênio 2017-2018 tenha apresentado trajetória mais favorável em relação ao período 2015/2016, os resultados corroboram com o cenário de lenta recuperação da atividade produtiva. A pesquisa PIM do IBGE apontou quedas no volume de produção

agregada em quatro meses no Brasil e em cinco meses em São Paulo.

No Grande ABC, contudo, conforme aponta o gráfico abaixo, em apenas três meses os empresários declararam ter ocorrido aumento do volume de produção, o que demonstra desaceleração no ritmo de retomada do setor industrial da região. O trimestre entre novembro de 2018 e janeiro de 2019, contudo, apresentou tendência mais definida de retração da atividade produtiva do setor. . 40, 3 48, 2 42, 7 42, 0 44,6 40, 9 35, 5 39, 7 42,2 47, 2 42, 4 45,5 46, 6 46, 6 50, 8 45, 8 45, 8 46, 7 40, 7 44, 2 44, 4 54, 8 41, 6 53, 8 47, 7 50, 5 54, 8 48, 1 52, 6 50 ,5 42, 4 44, 0 46,5 55, 2 48, 8 41 ,6 50, 8 52, 2 54, 1 47, 2 54, 7 48, 3 40, 7 49, 3 30 50 70 ju n -15 ag o -15 ou t-15 d e z-1 5 fev -1 6 ab r-16 ju n -16 ag o -16 o u t-16 d e z-1 6 fev -1 7 ab r-17 ju n -17 ag o -17 o u t-17 d e z-1 7 fev -1 8 ab r-18 ju n -18 ag o -18 o u t-18 d e z-1 8

Evolução da Produção - Brasil

Re

cu

p

era

çã

o

Retr

ão

45, 7 44, 4 55, 6 42, 4 54, 3 47, 7 47, 4 55, 0 48, 1 53, 0 50, 3 38, 3 44,0 48, 5 56, 8 48, 7 42, 6 51, 2 55, 0 47, 6 54 ,5 48, 7 35, 1 50, 8 20 50 80 jan -17 fev -1 7 m ar -17 ab r-17 m ai -17 ju n -17 ju l-17 ag o -17 set-17 o u t-17 n o v-1 7 d e z-1 7 jan -18 fev -1 8 m ar -18 ab r-18 m ai -18 ju n -18 ju l-18 ag o -18 set -18 ou t-18 n o v-1 8 d e z-1 8 jan -19 SÃO PAULO Índice de difusão (0 a 100) 56, 9 51, 4 64, 4 49, 0 62, 9 45, 2 53, 6 58, 8 53, 8 56, 9 41 ,7 32, 5 53, 9 60,0 48, 3 43, 1 45, 6 48, 5 55, 0 40, 0 50, 0 45, 3 25,044, 6 20 50 80 jan -17 fev -1 7 m ar -17 ab r-17 m ai -17 ju n -17 ju l-17 ag o -17 set -17 o u t-17 n ov-1 7 d e z-1 7 ja n -18 fev -1 8 m ar -18 ab r-18 m ai -18 ju n -18 ju l-18 ag o -18 set -18 o u t-18 n o v-1 8 d e z-1 8 jan -19 ABC Índice de difusão (0 a 100)

(4)

Os meses de dezembro e janeiro últimos apontaram grau de utilização de cerca de 66% da

capacidade instalada

da indústria. O

índice é timidamente superior aos apontados em iguais meses nos dois anos anteriores. Esse indicador revela a lenta retomada na utilização da estrutura produtiva da indústria brasileira, apesar do pequeno avanço observado entre o terceiro e quarto trimestres do ano passado, quando se observou o melhor nível de utilização da capacidade instalada após a recessão de 2015-2016.

A capacidade ociosa do setor produtivo é importante indicador do nível de atividade econômica, pois permite avaliar a intensidade de utilização do potencial produtivo dos setores. Esse indicador também auxilia na avaliação de expectativas sobre o fluxo futuro de investimento. Com ociosidade elevada, como no atual momento, a tendência é de que a demanda por realização de novos investimentos produtivos na indústria seja menos intensa.

O relatório FOCUS da última semana de março divulgado pelo Banco Central aponta expectativa de crescimento da produção industrial de 2,57% em 2019, o que resultará, se confirmado, na manutenção de elevada capacidade ociosa.

No Estado de São Paulo e na região Sudeste, o grau de utilização da capacidade instalada se mostra abaixo do observado no começo de 2018. No Grande ABC, a utilização da capacidade instalada está em 66%, pouco acima do observado há um ano, aproximando-se da média nacional.

75 73 66 66 68 66 69 66 50 55 60 65 70 75 80

jun-13 dez-13 jun-14 dez-14 jun-15 dez-15 jun-16 dez-16 jun-17 dez-17 jun-18 dez-18

Utilização de Capacidade Instalada

Brasil (em %)

62 64 66 Sudeste São Paulo ABC

Utilização da Capacidade Instalada

-Jan/ 2019 (em %)

jan/18 jan/19

(5)

Com relação ao número de

empregados

, desde meados de 2018 têm se

observado índices próximos à estabilidade (50 pontos), o que é endossado pelos dados do CAGED da Secretaria do Trabalho, que apresentam pequeno saldo positivo na geração de empregos industriais. No Grande ABC, as respostas da Sondagem Industrial apontaram piora no nível de emprego industrial a partir do segundo semestre de 2018, após pequena melhora no semestre anterior. Esse comportamento também é observado no fluxo de geração de empregos formais divulgado pelo CAGED/MTE.

No último semestre de 2018 e janeiro de 2019, na maior parte dos meses observou-se redução no nível de estoques efetivos, segundo avaliação de gestores do setor industrial. Ao mesmo tempo, na maior parte dos meses, o estoque efetivo ficou acima do planejado, o que aponta um descasamento entre o ritmo de demanda esperada e a demanda efetivamente realizada.

Em São Paulo e no Grande ABC, contudo, nesse mesmo período houve maior frequência de meses com redução dos estoques efetivos e tendência à redução em relação ao planejado.

52,1 51,0 49,7 50,8 48,7 46,6 48,4 48,2 48,9 48 ,9 47,8 48,9 50,8 49,7 49,9 48,0 46,5 49,0 49 ,4 49,1 50,9 51,1 49,5 49,4 49,3 48,9 46,4 48,0 49,7 49,8 50,6 54,5 48,3 48,5 49 ,1 51,2 50,7 48,4 46,6 48,9 50, 1 50, 4 49, 8 50, 9 51, 0 50,0 50,7 49,8 49,5 49,0 49,7 50,6 50,4 53,3 50,4 50,6 50,2 50,2 45 47 49 51 53 55 ju n -15 set -15 d e z-1 5 m ar -16 ju n -16 set -16 d e z-1 6 m ar -17 ju n -17 set -17 d e z-1 7 m ar -18 ju n -18 set -18 d e z-1 8

Evolução dos Estoques Efetivos e sua comparação com o

Planejado Brasil

Evolução Estoque Efetivo - Planejado

47, 0 49, 5 49 ,7 48, 0 49, 7 50 ,3 48, 6 52,0 47 46 47 49 50,1 50, 3 48, 5 53 ,6 51,7 52,7 50,6 52,3 51,1 51,6 47,5 49 45 50 55 jan -18 fe v-18 ma r-18 ab r-18 mai -18 ju n -18 ju l-18 ago -18 se t-18 o u t-18 n o v-18 d e z-18 jan -19

SÃO PAULO

R e d u ção El ev ão

(6)

No último quadrimestre após o período mais intenso de especulações em torno do processo eleitoral majoritário em outubro de 2018, as

intenções de investimento

voltaram a

se ampliar. Esse período registrou a maior intenção de realização de investimentos pelo setor industrial tanto em nível nacional quanto no Sudeste e no Estado de São Paulo.

Nesse ponto é importante ressaltar que, a depender das expectativas de crescimento econômico do Brasil em 2019, este indicador poderá

se alterar. Diante do atual cenário político, dada as dificuldades enfrentadas, e por vezes criadas, pelo Executivo Nacional em realizar reformas econômicas prometidas, há a tendência de que nos próximos meses observemos redução nas intenções de investimentos.

No Grande ABC, a Sondagem Industrial registrou no último quadrimestre oscilação, inicialmente positiva em função da definição do quadro eleitoral em outubro e novembro. Os efeitos provocados pelo anúncio da GM, que ameaçou encerrar as operações em São Caetano, e com a decisão da Ford Caminhões de fechar a planta instalada em São Bernardo do Campo, deverão ser captados em fevereiro e março de 2019, na próxima edição do Boletim IndústriABC.

De forma semelhante, ao longo do primeiro semestre de 2019, poderemos observar os efeitos dos programas de incentivo do governo paulista ao setor automotivo e de ferramentaria, anunciados nas últimas semanas. . 52 54, 2 52, 1 43, 2 48,1 51, 9 45, 6 50 48, 3 43, 2 43, 8 50 44, 4 50,0 52,3 50, 0 45, 0 48, 1 50,0 50,0 53,8 52,5 50,0 50,0 56,3 50,0 35 40 45 50 55 60 65 70 75 jan -18 fe v-18 mar -18 ab r-18 ma i-18 ju n -18 ju l-18 ag o -18 se t-18 o u t-18 n o v-18 d e z-18 jan -19

ABC

45, 3 46, 9 46, 6 47, 0 46, 6 46, 5 46, 6 47, 9 52, 2 53, 0 52, 5 53, 3 52, 9 52 ,2 50 ,5 49 ,4 51,0 50,8 50, 9 55,0 55,5 56, 1 56, 6 46, 1 40, 8 33, 1 34 32, 8 32, 4 45, 2 46, 3 50 46, 1 55, 6 54, 2 52, 5 53 55, 3 51, 7 60 57, 4 55, 9 53 ,1 51, 7 48, 2 61, 8 53, 1 48, 1 55, 8 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0 70,0

dez-16 fev-17 abr-17 jun-17 ago-17 out-17 dez-17 fev-18 abr-18 jun-18 ago-18 out-18 dez-18

Intenção de Investimento pela Indústria

Brasil Sudeste São Paulo ABC

El e vaç ão R e d u ção

(7)

As perspectivas de melhora da demanda interna e para

compra de matéria-prima

voltaram se elevar no último quadrimestre no Grande ABC, após redução entre o primeiro e o terceiro trimestre de 2018. Esses fatores sugerem que as expectativas estão apostando na melhora da atividade econômica. Os indicadores conjunturais do setor industrial também são sensíveis à capacidade do governo de executar as reformas programadas.

Ao mesmo tempo, a perspectiva de geração de empregos permanece estável (próxima a 50 pontos), apontando para lenta retomada da atividade e de desconfiança em torno de sua robustez. Essa perspectiva tende a caminhar de forma interligada às perspectivas de demanda interna e externa por parte dos gestores do setor industrial.

Com relação às

exportações

(demanda externa), o último ano apresentou diminuição das perspectivas, mesmo diante da tendência de valorização do dólar. Entre os fatores explicativos, além da trajetória de crescimento econômico dos principais parceiros comerciais, é preciso considerar o custo de importações de insumos produtivos, que impacta sobre os principais produtos exportados.

A insuficiência da demanda interna e de demanda externa está entre os 10 principais problemas enfrentados pelo setor industrial, segundo gestores do Grande ABC. Esse cenário só tende a se alterar com a ampliação dos níveis de crescimento econômico e o aprimoramento do ambiente de negócios.

(8)

Com relação à

condição financeira

das indústrias, os indicadores da Sondagem Industrial permanecem apontando cenários desfavoráveis desde 2015, apesar de se observar avaliação menos pessimista no plano nacional e estadual, comparativamente ao início de 2018.

As indústrias do Estado de São Paulo são as que apresentam melhor evolução das condições financeiras ao longo do ano, em especial com relação

à situação financeira (fluxo de caixa). Isso não significa que a condição média apesentada ainda não seja desfavorável

Como ressaltado no Boletim IndústriABC anterior, é importante observar que o setor industrial é o que apresenta menor taxa média de retorno na economia brasileira, comparada ao setor financeiro, aos serviços e comércio.

Perspectivas do Setor Industrial ABC 41,1 56 59,8 61,9 65 55 48,3 58,9 25 50 75

jan/16 jun/16 nov/16 abr/17 set/17 fev/18 jul/18 dez/18

Evolução de Demanda

36,2 49,3 53,9 54,7 46,7 48,2 25 50 75

jan/16 jun/16 nov/16 abr/17 set/17 fev/18 jul/18 dez/18

Evolução do número de empregados

42,3 54,1 59,2 54,4 64,5 60 50 55,4 25 50 75

jan/16 jun/16 nov/16 abr/17 set/17 fev/18 jul/18 dez/18

Evolução das compras de mátéria prima

48,5 70,2 52,5 72,2 65 53,6 45 41,7 25 50 75

jan/16 jun/16 nov/16 abr/17 set/17 fev/18 jul/18 dez/18

(9)

As indústrias do ABC paulista, por sua vez, apresentaram avaliação ainda mais pessimista em relação à condição financeira. A maior queda ocorreu no item condições de acesso ao crédito, frente a baixa observada nos demais itens avaliados (ver gráfico acima).

Somando este indicador com a observação de queda na atividade produtiva nos últimos meses, com a persistência de elevada capacidade ociosa e com a baixa projeção para crescimento da produção industrial, a perspectiva é de que a retomada do nível de investimentos na indústria regional deva ocorrer de forma lenta, ainda que tenhamos melhora na demanda.

10

30

50

Brasil

SP

ABC

Condição Financeira das Empresas - janeiro 2019

Margem de lucro operacional Situação Financeira Acesso ao crédito

D e sf a vo ráv e l

(10)

Entretanto, o principal problema enfrentado pelo setor industrial, segundo os gestores, é a falta de demanda interna. Entre os principais problemas também estão questões estruturais relacionadas à elevada carga tributária e a insegurança jurídica.

Com relação à taxa de câmbio, embora a posição de desvalorização mantida pelo R$ nos últimos meses possa tornar mais competitivos os preços das exportações locais, essa posição aumenta o custo das importações. Nas últimas décadas, a estrutura produtiva do Grande ABC se tornou dependente de importações de insumos, dado o modelo de política macroeconômica implementada. Com isso, a atual posição da taxa de câmbio amplia o custo das importações, e consecutivamente o custo de produção.

Curiosamente, apesar das condições de acesso ao crédito terem piorado, segundo avaliação dos gestores industriais do Grande ABC, eles não apontaram a taxa de juros como um dos principais problemas enfrentados. Essa questão foi ressaltada pelos industriais do Estado de São Paulo e do Brasil. Entretanto, os mesmos ressaltaram a falta de financiamento de longo prazo como uma das questões a influenciar negativamente a atividade industrial na região.

Diante dos itens apontados ao lado, em especial no plano nacional, há vários fatores a interferir na atividade produtiva do setor industrial. Em que pese a importância do ajuste das contas públicas para melhoria da capacidade de investimentos do Estado, à qual inclui a necessidade de reformar o sistema previdenciário, isso não significa que esta solução basta para recolocar a atividade produtiva na rota de crescimento, como por vezes é colocada. 18,7 8,0 9,7 20,9 18,9 5,5 21,4 12,1 49,1 27,9 11,24 8,88 10,06 15,98 10,65 8,88 21,3 13,02 55,62 41,42 15,38 15,38 23,08 23,08 23,08 23,08 30,77 30,77 53,85 61,54

Inadimplência dos clientes Falta de financiamento de

longo prazo Demanda externa

insuficiente Competição desleal Falta ou alto custo de

energia Insegurança jurídica Falta de capital de giro Taxa de câmbio Elevada carga tributária Demanda interna

insuficiente

Principais problemas enfrentados

pelas empresas - dezembro de 2018

ABC

SP

(11)

Indicadores de Confiança da Indústria

O Índice de Confiança da Indústria (ICEI) em

fevereiro de 2019 mostrou-se maior que o ICEI do início de 2018, tanto no Estado de São Paulo e na Região Sudeste como no Brasil. O maior crescimento ocorreu nas Expectativas com Relação à Economia Brasileira. .

Este comportamento foi observado não só em nível nacional, mas também para as amostras do Estado de São Paulo e do Grande ABC.

A principal melhora observada foi no Indicador de Expectativa, influenciado pela melhora da Expectativa sobre a Economia Brasileira e sobre a trajetória da empresa.

Indicador de Confiança da Indústria – fevereiro / 2019

Brasil Sudeste São Paulo GABC

ICEI

64,5

64,3

65,7

61,5

Indicador de Condições

55,6

55,5

58,8

53,6

Indicador de Expectativas

69,0

68,8

69,0

65,5

Condições da Economia

57,1

57,0

60,1

60,7

Condições da Empresa

55,0

55,0

58,1

50,0

Expectativas da Economia Brasileira

68,5

68,3

69,0

67,9

Expectativas da Empresa

69,2

69,0

69,0

64,3

Ao longo do último ano, o ICEI do Grande ABC apresentou queda, considerando o indicador referente ao início de 2019 e ao início de 2018. Este resultado foi composto em especial pela redução do indicador de confiança relativo às condições da empresa.

Comparativamente, os industriais do Grande ABC mostram-se menos confiantes quando comparados com seus pares no Estado de São Paulo e no Brasil.

Isso se deve em grande parte ao fato de a região ter sentido, de forma mais intensa, os impactos da recessão econômica que se refletiram na atividade industrial nos últimos anos.

Nos próximos meses, a capacidade do novo governo de estabelecer diretrizes claras em direção à proposta que o elegeu, com diminuição dos ruídos políticos vistos nestes primeiros três meses, refletirá nas perspectivas de crescimento e consequentemente no nível de confiança do setor produtivo.

(12)

ANEXO Evolução nº Empregados 4 0 ,7 43 ,6 4 1 ,2 4 1 ,4 4 2 ,2 4 2 ,0 4 1 ,5 4 1,4 42,8 43 ,1 4 3 ,3 4 3 ,7 4 4 ,6 4 5 ,1 46,3 46,5 4 5 ,8 4 5 ,0 4 4,7 46,0 45,9 47 ,5 4 7 ,0 4 8 ,1 4 7 ,6 4 8 ,2 4 9 ,1 4 9 ,0 4 9 ,7 4 9 ,0 4 7 ,6 4 8,0 49,6 49 ,6 4 9 ,2 4 8 ,3 4 8 ,1 4 8 ,5 4 9 ,1 4 9 ,2 5 0 ,0 4 9 ,1 4 7 ,2 49 ,7 30 50 70 ju n-1 5 a go-1 5 out -1 5 de z-1 5 fe v-1 6 a br -1 6 ju n-1 6 a go -1 6 out -1 6 de z-1 6 fe v-1 7 a br -1 7 ju n-1 7 a go -1 7 out -1 7 d e z-1 7 fe v-1 8 a br -1 8 ju n-1 8 a go-1 8 out -1 8 de z-1 8

Evolução nº Empregados - Brasil

Índice de difusão (0 a 100) 4 6 ,9 4 5 ,1 4 7 ,2 4 7 ,1 4 7 ,9 4 6 ,4 4 6 ,6 4 7 ,7 4 9 ,5 4 9 ,2 4 9 ,4 4 6 ,8 4 7 ,0 5 0 ,2 4 9 ,8 4 9 ,0 4 8 ,5 4 9 ,3 4 7 ,9 5 0 ,3 4 8 ,6 5 1 ,1 5 0 ,2 4 6,6 49,4 30 50 70 ja n-1 7 fe v-1 7 m ar -1 7 a b r-17 m ai -1 7 ju n-1 7 ju l-1 7 a go-1 7 se t-1 7 o u t-1 7 nov -1 7 d e z-1 7 ja n -1 8 fe v-1 8 m ar -1 8 a br -1 8 m ai -1 8 ju n-1 8 ju l-1 8 a go-1 8 se t-1 8 ou t-1 8 nov -1 8 d e z-1 8 ja n -1 9 SÃO PAULO 4 9 ,1 4 3 ,4 4 4 ,8 4 4 ,7 4 5 ,5 5 0 ,0 4 7 ,5 5 1,3 52,5 50,0 4 7 ,2 4 7 ,5 4 9 ,0 5 4 ,2 5 0 ,0 55 ,4 4 8 ,6 5 0 ,0 4 5 ,6 5 0 ,0 4 8 ,3 4 8 ,5 4 5 ,3 4 4 ,2 4 2 ,9 30 50 70 ja n-1 7 fe v-1 7 m ar -1 7 a b r-17 m ai -1 7 ju n -1 7 ju l-1 7 a go-1 7 se t-1 7 o u t-1 7 nov -1 7 de z-1 7 ja n-1 8 fe v-1 8 m ar -1 8 a b r-18 m ai -1 8 ju n -1 8 ju l-1 8 a go-1 8 se t-1 8 ou t-1 8 nov -1 8 de z-1 8 ja n -1 9 ABC 4 5 ,7 4 5 ,0 4 6 ,4 4 6 ,7 4 7 ,1 4 7 ,0 4 6 ,7 4 7 ,3 4 7 ,3 4 7 ,9 4 8 ,6 4 7 ,5 4 7 ,9 4 8 ,4 4 8 ,6 4 7 ,3 4 8 ,0 4 1 ,4 47 ,8 4 8 ,5 4 8 ,4 4 9 ,6 4 8 ,4 4 8 ,0 4 8 ,1 30 50 70 ja n -1 7 fe v-1 7 m ar -1 7 a br -1 7 m ai -1 7 ju n-1 7 ju l-1 7 a go -1 7 se t-1 7 ou t-1 7 nov -1 7 d e z-1 7 ja n -1 8 fe v-1 8 m ar -1 8 a br -1 8 m ai -1 8 ju n-1 8 ju l-1 8 a go -1 8 se t-1 8 ou t-1 8 nov -1 8 de z-1 8 ja n -1 9 Índice de difusão (0 a 100) SUDESTE

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Observatório Econômico

Universidade Metodista de São Paulo Escola de Gestão e Direito

Curso de Ciências Econômicas

Reitor

Dr. Paulo Borges Campos Jr.

Diretor do Campus Rudge Ramos

Prof. Dr. Kleber Nogueira Carrilho

Coord. do Curso de Ciências Econômicas

Ma. Silvia Cristina da Silva Okabayashi

Coordenador de Estudos

Me. Sandro Renato Maskio

Professor Pesquisador

Dr. Moisés Pais dos Santos

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