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Vista do Estudo bibliométrico em gestão intercultural, internacionalização e mobilidade acadêmica: foco no ensino superior

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Academic year: 2021

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Especialista /Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional/Unitau sandraritiele@gmail.com

Sandra Ritiele Espíndola Fernandes Guimarães

Estudo bibliométrico em gestão

intercultural, internacionalização e

mobilidade acadêmica: foco no ensino

superior.

Doutora/Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional/Unitau

Marilsa de Sá Tadeucci

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RESUMO

O presente estudo teve como objetivo realizar uma análise bibliométrica sobre a gestão intercultural nas instituições de ensino superior. Estudar a interculturalidade como estratégia para o desenvolvimento de alunos, focando nas novas demandas geradas pela globalização e pela tecnologia. O estudo bibliométrico foi a metodologia de análise e para o embasamento teórico foi utilizada a pesquisa bibliográfica. Os resultados obtidos revelaram a carência da área de produção científica de pesquisas que agregassem os temas gestão intercultural, internacionalização e instituições de ensino superior. Concluiu-se que a relevância desses temas é crescente, considerando o contexto mundial que vive-se atualmente, onde a globalização, a tecnologia e a comunicação evoluem a todo momento.

PALAVRAS-CHAVE:

Gestão Intercultural. Internacionalização. Ensino Superior. Mobilidade Internacional.

ABSTRACT

This research aimed to conduct a bibliometric analysis on intercultural management in higher education institutions. Studying how interculturalism can serve as a strategy for the development of students, focusing on the new demands generated by globalization and technology. The bibliometric study was the analysis methodology and the theoretical literature search was used. The results revealed the lack of production area of scientific research that would add themes intercultural management, internationalization and hi-gher education institutions. It was concluded that the relevance of these issues is growing, considering the global environment that is lived today, where globalization, technology and communication are evolving all the time.

KEYWORDS:

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1. INTRODUÇÃO

Gestão Intercultural, cultura e interculturalidade, estudados em conjunto sob o foco em seu papel estratégico para as organizações frente à crescente globalização, o desenvolvimento da tecnologia e a revolução na comunicação. O presente artigo teve como objetivo realizar uma análise bibliométrica sobre a gestão intercultural nas instituições de ensino superior. Estudar como a interculturalidade pode servir de estratégia para o desenvolvimento de alunos, focando nas novas demandas geradas pela globalização e pela tecnologia.

Iniciando com os conceitos de cultura, gestão intercultural e interculturalidade, buscou-se o embasamento necessário para a posterior análise bibliométrica realizada. Conceituar esses temas trouxe à tona a relevância dos mesmos para o desenvolvimento das organizações dentro de suas diversas áreas de atuação. O foco dos estudos no ensino superior se fez importante devido à grande influência que este tem na formação de atores sociais responsáveis pelo desenvolvimento da nação. Assim, ressalta-se a relevância do presente estudo, pois considerando a análise bibliométrica desenvolvida, observou-se a carência de pesquisas sobre este tema. Sendo que as pesquisas científicas sempre colaboram para o crescimento do debate de assuntos determinantes para a sociedade em geral. E possivelmente acabam por trazer novos pensamentos e conceitos referentes à diversos assuntos. O estudo da cultura diante da mundialização das vivencias, das crenças e dos valores é algo relevante, visto que há a necessidade de se conviver com diferenças a todo momento, em todo tipo de organização.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O impacto da globalização, a queda das fronteiras mundiais, a tecnologia e a comunicação possibilitando interações antes não imaginadas, influem diretamente na cultura das organizações e também na cultura da sociedade. De acordo com Dias (2003) pode-se definir cultura como o conjunto de traços materiais e não materiais que caracterizam e identificam uma sociedade. O mundo influencia a cultura e ela por sua vez interfere na forma como as pessoas vêem o mundo. Cada indivíduo se desenvolveu em uma cultura determinada, carregada de valores, crenças, rituais e isso impacta diretamente na maneira como ele interage com a humanidade. O conceito de cultura possui uma longa história, como cita Schein (2009), ela é utilizada pelos advogados para indicar que uma pessoa é culta. Na antropologia refere-se aos costumes e rituais que sociedade desenvolve no decorrer de sua trajetória. Alguns pesquisadores e instituições utilizam para se referir ao clima e às práticas que as organizações desenvolvem ao lidar com as pessoas.

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Janus, Lorena, n.17, Jan./Jun., 2013. p. 58

diferentes, os estudiosos atentam-se cada vez mais para a pesquisa da cultura dentro das organizações. Morgan (2013) explora a ideia de que a organização é por si só um fenômeno cultural que varia de acordo com o estágio de desenvolvimento da sociedade. Afirma ainda que o rumo que a história tomou delineou muitas variações nas características sociais nacionais, nas visões do sentido da vida e nos estilos e filosofias nacionais de organização e administração. O tema cultura se desenvolve a cada dia e torna-se tema obrigatório para empresários, consultores e intelectuais dedicados ao estudo da Administração, como ressalta Dias (2003). A busca pelo entendimento do que é e qual o significado deste tema no contexto organizacional se tornou fator determinante de discussões e pesquisas na área administrativa. Ainda considerando Dias (2003) percebe-se atualmente que uma cultura forte e bem estruturada pode contribuir muito para o êxito, mesmo a longo prazo, das organizações ao guiar o comportamento e dar significado às atividades. O fortalecimento e a devida estruturação de uma cultura influente e evolvente se dá, principalmente, através da estratégia de condução dos gestores principais da organização.

Muito se aborda sobre cultura e sua importância para o desenvolvimento da sociedade e conseqüentemente das organizações, as diferenças culturais entre as sociedades, os povos contribui para mudanças de pensamentos e valores e sugerem a cooperação entre diferentes culturas como fator decisivo de desenvolvimento humano e organizacional. Como ressalta Finuras (2011) com as multinacionais e o aumento dos encontros de diferentes povos e diferentes culturas, surgem novas necessidades e novos dilemas que precisam de resposta. Essa resposta precisa ser rápida e concisa, pois dependendo de como for estruturada pode influenciar na relação entre organização, cultura e sociedade. Ainda citando o autor, percebe-se que uma das maiores conseqüências da globalização é a maior aproximação entre diferentes sociedades humanas, culturas e valores. Assim, a partir dos anos 50 cresce a preocupação com a interculturalidade, o tema de acordo com Finuras (2011) permite conhecer não só o que diferencia, mas também aquilo que é semelhante nas sociedades humanas. Fala-se, então, em gestão intercultural como processo para auxiliar a percepção e a sensibilidade sobre o impacto que os padrões culturais podem ter nos comportamentos e nas estruturas organizacionais.

Os estudos sobre interculturalidade no Brasil, de acordo com Craide e Silva (2012), ocorrem mais no objetivo de se identificar como se estabelece o relacionamento entre estrangeiros e locais, quais as peculiaridades percebidas pelos investigados sobre as culturas, como reagem às diferenças e ás semelhanças com relação ao “outro”. Ainda de acordo com os autores, a partir do momento em que culturas diferentes entram em contato, surgem muitas possibilidades de se entender o mundo e o conceito de interculturalidade vem de encontro a esse entendimento, buscando analisar, compreender e criar processos que facilitem esse contato.

A gestão intercultural vem de encontro com um mundo globalizado, quase sem

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fronteiras, caracterizado pela mundialização da economia, dos negócios, dos costumes, do consumo e dos mercados. A grande preocupação com essa influencia se estende por todas as organizações, na área da indústria, do comercio, de serviços e também na área de educação. Assim, foca-se na área de educação, onde os novos desafios, de acordo com Luck (2009) e exigências são apresentadas à instituições de educação, que recebe a missão não só de formar cidadãos capazes de enfrentar esses desafios, mas também de superá-los. Ainda de acordo com a autora a sociedade atual, marcada pela economia baseada no conhecimento e pelo avanço da tecnologia e da comunicaçãoapresenta intensa dinâmica social, relações e influencias globalizadas, que se constituem em oportunidades culturais estimulantes a pessoas e organizações. A gestão educacional, como as demais gestões organizacionais, também precisou adequar-se à demanda multicultural em seus processos e adaptar- se à crescente mundialização que ocorre atualmente. Instaurar uma gestão intercultural, que perceba a interação cultural como fator estratégico de formação do aluno, é um processo ainda em fase de crescimento dentro das organizações.

A troca de conhecimentos e experiências entre as universidades do mundo se torna estratégia de relacionamento e vivência intercultural. Essa troca possibilita à Instituição e ao aluno participar da mundialização que interfere na educação e colabora para que se abram as portas da Universidade para novos conhecimentos, novas culturas e formas de gestão. De acordo com o Relatório Mundial da UNESCO (2004) as políticas educacionais tem influencia decisiva no crescimento ou no declínio da diversidade cultural e “devem promover a educação pela e para a diversidade.O Brasil ainda em fase de descobertas na cooperação internacional, implantou grandes processos de internacionalização, de cooperação e parcerias entre universidades. Segundo Stallivieri, 2004, a internacionalização das instituições de ensino superior, através das diferentes formas de cooperação, tem sido gatilho para melhoria da qualidade do ensino e da pesquisa que, unidos, criam condições para o desenvolvimento dos países e para o incremento da qualidade de vida das populações.

O termo cooperação ou colaboração evoluiu desde a Segunda Guerra Mundial, e passou a substituir a palavra aliança, mais usada para descrever as formas de parcerias estabelecidas inicialmente. Como a própria palavra diz, cooperação significa co-operar, ou seja, operar em conjunto, ou ainda, a ação de trabalhar conjuntamente com outros. (STALLIVIERI, 2004) Independente da integração econômica percebe-se o papel integrador e de aproximação entre povos e nações, que a cooperação internacional entre instituições de ensino superior proporciona mundialmente. Muito mais que discussões políticas, econômicas, parcerias de mercado, almeja-se a cooperação intercultural baseada na

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Janus, Lorena, n.17, Jan./Jun., 2013. p. 60

solidariedade, no desenvolvimento de uma cultura focada na troca de conhecimentos, vivências e experiências que sejam responsáveis pelo crescimento dos países.

No Brasil no ensino superior a busca por proporcionar a seus alunos, professores e gestores uma experiência no exterior, o que segundo Stallivieri (2004), faz com que a instituição abra suas portas para se tornar conhecida, apreciada e respeitada, conquistando seu espaço diante dos panoramas nacional e internacional.“A universidade, como santuário de desenvolvimento da pesquisa e da produção do conhecimento científico, tem a vocação de ser internacional, pois o conhecimento não tem nacionalidade” (STALLIVIERI, 2004, p. 40). Diante desse desafio o Brasil se insere no contexto da internacionalização do ensino superior ainda de maneira inicial, mas com significado considerável para aqueles que usufruem da oportunidade de participar desse processo. A internacionalizaçãoé o processo de inserção da dimensão internacional na cultura, estratégia, missão, visão e valores das instituições, é quando essas organizações abrem suas portas para mundo e se propõem a receber e doar conhecimento em prol de um bem maior que é o desenvolvimento de sua região, de seu país.

3. MÉTODO

A metodologia adotada para a pesquisa foi análise bibliométrica, por meio de um levantamento dos artigos publicados na base de dados do site Scielo, através das palavras chave: Gestão Intercultural, Interculturalidade e Mobilidade Internacional. De acordo com Ferreira (2010), a bibliometria surgiu no início do século devido à necessidade de estudar e avaliar as atividades de produção e comunicação científica. Guedes e Borschiver (2005) relatam que a bibliometria é um conjunto de leis e princípios empíricos que contribuem para o estabelecimento dos fundamentos teóricos da Ciência da Informação. O estudo bibliométrico é considerado, por Ferreira (2010) uma ferramenta de grande utilidade para a ciência.

O presente artigo trata-se de um estudo de natureza quantitativa e caracteriza-se pela abordagem exploratória. Para análise após o levantamento dos artigos existentes na base de dados pesquisada, de acordo com as palavras chave, selecionou-se os que mais se aproximavam ao objetivo de pesquisa do presente texto. Os itens avaliados foram os números de títulos encontrados e selecionados para análise, os temas resultantes da pesquisa agrupados por palavras chave e as áreas de abordagem dos textos.

Para embasamento dos conceitos de cultura, gestão intercultural e interculturalidade utilizou-se a pesquisa bibliográfica, que de acordo com Lima e Mioto (2007), possibilita um amplo alcance de informações, além de permitir a utilização de dados originários de várias publicações. O objetivo da utilização de pesquisa bibliográfica foi colocar o autor em contato direto com as obras referentes ao assunto, como afirma Marconi e Lakatos (2003).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o presente estudo foram analisados 13 artigos, pesquisados na base Scielo. As palavras chave utilizadas para a busca foram: Gestão Intercultural, Mobilidade Internacional e Interculturalidade. O foco do presente texto é a Gestão Intercultural, foram selecionados apenas textos que focassem na área da educação, ou que fornecesse subsídios para discussão nessa área.

Como primeiro resultado obteve-se 71 textos relacionados às palavras chave citadas, que foram divididos e selecionados da seguinte forma: 04 artigos referentes à Gestão Intercultural, dos quais 02 foram selecionados para pesquisa. A palavra chave Interculturalidade resultou em 43 artigos, mas apenas 05 eram voltados para área de educação. Com a palavra chave Mobilidade Internacional foram encontrados 24 textos, onde apenas 06 estavam focados na área de pesquisa desejada.

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5 Gestão Intercultural Interculturalidade Mobilidade Internacional

Figura 1: Textos selecionados. Fonte: Elaborada pelo autor.

Percebe-se de acordo com a figura 1 que a palavra chave que forneceu mais resultados de acordo com o foco de pesquisa foi Interculturalidade que resultou em artigos nos mais diversos contextos. O termo Gestão Intercultural, talvez devido ao seu recente desdobramento como fonte de estudos, trouxe um número pequeno de textos com focos diferenciados. Os temas resultantes da pesquisa podem ser observados na tabela 1.

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Janus, Lorena, n.17, Jan./Jun., 2013. p. 62

PALAVRAS CHAVE TEMAS RESULTANTES

Gestão Intercultural

Interculturalidade nas organizações. Mobilidade intranacional.

Estratégias de gestão de pessoas para atender as demandas interculturais.

Abordagem multicultural em escolas do ensino básico. A influência da cultura na gestão. Relação entre o BSC e o multiculturalismo.

Interculturalidade

Concepções de conhecimento. Interculturalidade em instituição da educação básica. A interculturalidade e seus desafios.

Multiculturalismo e Interculturalidade. Tolerância entre diferentes culturas.

Tensões que o desenvolvimento da educação cultural enfrenta na América Latina. Incorporação da Interculturalidade nas políticas educacionais de vários países.

A escola como promotora da Educação Intercultural. A educação intercultural para viver a diversidade e ao mesmo tempo renovar as culturas locais.

Baseado no filme Entre os muros da Escola. Diversidade cultural e identidade - reflexão sobre o papel da escola nos dias atuais.

A vivência de crianças e adolescentes em outros países, devido á mudança dos pais.

Mobilidade Internacional

A “mercadorização” do ensino superior. O

desaparecimento da democratização do ensino, abordando a harmonização dos currículos e a mobilidade internacional dos estudantes.

Panorama das contribuições de pesquisasestrangeira e nacional sobre o tema das estratégias educativas deinternacionalização.

Pesquisa sobre exilados, migrantes e estudantes no exterior.O descuido com as situações que essas pessoas precisam enfrentar.

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Mobilidade Internacional

Experiência de intercâmbio vivida por uma estudante do ensino superior de enfermagem.

Internacionalização ativa e passiva no universo da educação

Tabela 1: Temas resultantes da pesquisa com palavras chave. Fonte: elaborada pelo autor.

Dos artigos selecionados 69% desenvolvem o tema na área de educação, 7% na área empresarial e 24% focaram os estudos na sociedade. Dos artigos que tiveram sua abordagem voltada para a educação 01 concentrou o tema na área de gestão educacional, 02 textos falaram sobre a educação básica e 07 trouxeram aspectos da educação de modo mais geral. Ressaltando que todos os artigos tiveram em seu ponto de discussão a questão da interculturalidade, direcionada para a área de pesquisa do texto. Observou-se que a abordagem no âmbito da gestão intercultural em intituições de ensino ainda é muito restrita. São poucos os estudos que focam a preocupação da gestão educacional com a interculturalidade, principalmente dentro de experiências de mobilidade internacional.

Os trabalhos selecionados foram publicados entre os anos 2004 e 2013, com uma distribuição homogênea de publicação por ano. Quanto à metodologia dos 13 artigos selecionados 07 foram pesquisas estritamente bibliográficas, documentais e ambas utilizadas juntas. Como afirma Marconi e Lakatos, a pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, que sejam capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema pesquisado. Obteve-se ainda 02 textos com levantamento de dados através de entrevistas, 01 estudo de caso, 01 relato de experiência vivida pelo autor, 01 utilizando questionário para obtenção de dados e 01 que coletou depoimentos na área de sua pesquisa. Observou-se que o fato de se utilizar entrevistas, questionários e depoimentos foi valioso para a contextualização do assunto pesquisado, visto que nesses textos foram abordados os desafios da interculturalidade tanto na área da educação, quanto para a sociedade. E obter informações diretamente dos envolvidos em situações de interculturalidade, traz um caráter social aos textos, como se os leitores vivenciassem as experiências dos atores sociais analisados.

Percebe-se que ainda há um vasto campo a ser estudado sobre interculturalidade nas organizações, principalmente na área de gestão da educação. No artigo Educação, Interculturalidade e Cidadania, de Espejo (2012), ressalta-se a afirmação que a escola deveria promover uma “cidadania intercultural”. Acrescenta-se também a ideia de que a grande tarefa das novas gerações deveria ser não somente aprender a viver em um mundo tecnológico com muitas transformações, mas sim ser capazes de renovar as culturas locais e desenvolver visão crítica sobre as crenças e os modos de ser de si mesmos. Mesmo considerando sua relevância para as organizações e para a sociedade, as pesquisas sobre a

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Janus, Lorena, n.17, Jan./Jun., 2013. p. 64

gestão intercultural ainda nos remetem a poucos e recentes estudos na área.

Como afirma Craide et. al. (2011), no artigo selecionado com título: “Eu vim de lá (mas ninguém avisou!)”: reflexões sobre estratégias de gestão de pessoas voltadas à interculturalidade intranacional, as pesquisas sobre interculturalidade nas organizações passaram a ser feitas a partir dos anos 80. A preocupação com a interação cultural no contexto organizacional é fruto da globalização e da abertura dos mercados, que impôs uma preocupação pouco explorada para as organizações. O âmbito educação a exploração do tema interculturalidade ainda se dá em grande parte sobre a formação dos alunos do ensino básico focada na convivência com a diversidade em sala de aula, como se percebe nos temas elencados na tabela 1. Na área organizacional a expatriação e a mobilidade intranacional são focos dos estudos área. Pouco se fala na gestão intercultural como estratégia de desenvolvimento para o ensino superior no país, tanto para as organizações como para a formação de seus alunos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo teve como objetivo realizar uma análise bibliométrica sobre a gestão intercultural nas instituições de ensino superior. Estudar como a interculturalidade pode servir de estratégia para o desenvolvimento de alunos, focando nas novas demandas geradas pela globalização e pela tecnologia. Também como esse tema pode ser estratégico na gestão de instituições de ensino superior. No entanto analisando os artigos selecionados, na base de dados do site da Scielo, foi constatado que, dentre esses textos, poucos estudos contextualizam a gestão intercultural em instituições educacionais e nenhum artigo contextualizou na área do ensino superior.

Ressalta-se que a abordagem sobre a cultura tanto das organizações, quanto da sociedade se fez importante devido aos impactos que tem sofrido frente às transformações e interações mundiais em constante mudança. Neste mesmo contexto, considerar a importância de estudos mais aprofundados sobre gestão intercultural se torna fato relevante para todas as organizações, independente da área que atuam.

A pesquisa resultou em motivação para a continuidade da exploração do tema devido à sua relevância para todas as organizações em suas diversas áreas de atuação. De acordo com o Relatório da Comissão Mundial sobre Educação para o século XXI da UNESCO (2006), os quatro princípios de uma educação de qualidade definidos são: aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a viver em conjunto. Aspectos que são desenvolvidos dentro de uma organização educacional, com mais eficácia, quando a gestão intercultural é tida como processo estratégico.

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REFERÊNCIAS

DIAS, R. Cultura organizacional. Campinas: Alínea, 2003.

FERREIRA, A. G. C. Bibliometria na avaliação de periódicos científicos. Revista de Ciencia da Informação. V.11, n. 3. 2010.

FINURAS, P. Gestão Intercultural. Lisboa: Silabo, 2011.

GUEDES, V. L., BORSCHIVER, S. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão de informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica.

MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 2013.

STALLIVIERI, L. Estratégias de internacionalização das Universidades Brasileiras. Caxias do Sul: Educs, 2004.

Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC UNESCO,

2006.

SCHEIN, E. H. Cultura organizacional e liderança. São Paulo: Atlas, 2009. Fonte Eletrônica: http://www.scielo.org/php/index.php.

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