Curso de Graduação em Engenharia Ambiental
Disciplina: BI63 B – ECOSSISTEMAS
Profa. Patrícia C. Lobo Faria
http://paginapessoal.utfpr.edu.br/patricialobo
Conteúdo da
aula:
Interações ecológicas
–
Inter
ações
Ecológicas
Relações Ecológicas
Interações Biológicas
• Compreender a natureza
biológica dessas interações é a
base para o estudo da ecologia
das comunidades e o manejo
para a conservação e
recuperação
ambiental.
• As interações entre as
populações podem determinar
a abundância e distribuição de
cada espécie em um
Interação
entre
organismos...
de mesma espécie: interação intra-específica
de
s espécies: interação inter-específica• Positivos
(+): quando os indivíduos de
uma
população são favorecidos pela interação
Os resultados (efeitos) das interações podem ser:
• Negativos
(-): quando os indivíduos de
uma
população são prejudicados pela interação
• Neutros
(0): quando os indivíduos de
uma
Efeitos das interações ao nível das
populações...
• BENÉFICO
• PREJUDICIAL
Relação
HARMÔNICA
(+ +) (+ 0)
Relação
DESARMÔNICA
(+ -) (- 0) (- -)
taxa natalidade, taxa mortalidade, taxa crescimento ou taxa de transporte taxa natalidade, taxa mortalidade, taxa crescimento ou taxa de transporte A INTERAÇÃO PODE RESULTAR EM NENHUM• Mais da metade das
espécies vive
dentro
ou
sobre
corpos de
outros organismos
• Quase todo organismo
é o
hábitat
de outros
organismos
Como interagem?
Causas....
Vida dentro ou sobre outro
organismo (hospedeiro):
• Parasitismo (+ -)
• Parasitoidismo (+ -)
• Comensalismo (inquilinismo)(+ 0)
• Mutualismo (+ +)
relações interespecíficas:
• Todo organismo vivo é
consumidor
de outro organismo
vivo (
recurso
) ou é
consumido
por outro... ou ambos.
Como interagem?
• Predação (+ -)
• Herbivoria (+ -)
• Mutualismo (+ +)
Outras causas para
interagir: proteção,
transporte, reprodução
Análise das Interações entre Populações de duas Espécies
Tipo de interação Efeito Espécie 1
Efeito Espécie 2
Natureza geral da interação
Neutralismo 0 0 Nenhuma das populações é afetada pela outra
Competição, por
interferência direta
- - Inibiçãodireta de uma espécie pela outra
Competição, por uso de
recurso
- - Inibiçãoindireta quando os recursos comuns são escassos
Amensalismo - 0 População 1, inibida; 2, não afetada
Comensalismo (inquilinismo)
+ 0 População 1, comensal, é beneficiada; 2,
hospedeiro, não é afetada. Exs.:
epifitismo, espécies que usam restos alimentares,..
Parasitismo + - População 1, parasita, geralmente menor que 2, hospedeiro
Predação (incluindo herbivoria)
+ - População 1, predador, geralmente maior que 2, presa
Protocooperação + + Interação favorável para ambas, mas não obrigatória
Mutualismo + + Interação favorável para ambas e obrigatória
Facilitação
: (+ 0): interação entre
espécies na qual a presença de uma
espécie aumenta (direta ou
indiretamente), a sobrevivência, a
reprodução ou o crescimento de outra,
diminuindo os efeitos das condições
abióticas adversas.
Planta-berçário: sombreamento, aumento da germinação, proteção contra herbivoria, etc.
Murtas devem ser erradicadas em função de interações ecológicas
Mutualismo (+/+)
• Uma ampla gama de interações
entre espécies que beneficiam
ambos os participantes
• Na maioria dos casos, cada
parceiro de um mutualismo é
especializado
em executar uma
função complementar ao outro.
• Obrigatório
• Facultativo
Mutualismo dispersivo x
visitantes florais
QUAL O BENEFÍCIO PARA AS PLANTAS????
Fecundação e formação de novos indivíduos (reprodução, ni)
Animais que transportam o
pólen
entre flores em troca de
recompensa
(
néctar, pólen
–
recurso, outras partes).
Geralmente é mais
especializado para restringir as
espécies visitadas.
Tamanho e cor da flor, local do néctar,
quantidade, hora de abertura (antese)
Polinização em algumas orquídeas:
PSEUDOCOPULAÇÃO*
Machos são atraídos até as flores por: • Pétalas semelhantes à fêmeas (*)
• Liberação de “perfumes” que aumentam a atração de fêmeas
SEMPRE ENTRAM EM CONTATO COM “PÓLEN”
Foto: Michael Goulding
Mutualismo dispersivo
Animais que comem frutos
carnosos
(recurso)
e
dispersam
as sementes em
habitats
adequados
. No geral menos
especializado que a polinização.
QUAL O BENEFÍCIO PARA AS PLANTAS????
estabelecimento de novos indivíduos
(dispersão: ni - Se o embrião ficar intacto)
DESTRUIÇÃO DO EMBRIÃO: (+ -) não é mutualismo, exceto em casos de guardar
●
●
Ectomicorrizas em
plântula de Pinus com 4 cm acima do solo (Raven et al. 2001)
Mutualismo trófico
(relações de
alimentação)
Envolve parceiros especializados em formas complementares de obtenção de energia e nutrientes.
Ex. líquens (fungos e algas);
protozoários no trato digestivo de cupins, bovinos, caprinos
Micorrizas (fungos e raízes);
–(aplicado à restauração de áreas deg.)
bactérias Rhizobium e raízes de leguminosas (formam nódulos
radiculares fixadores de nitrogênio);
Cada parceiro supre um nutriente limitante ou
recurso energético que o
outro não pode obter por si próprio
FUNGOS (mico): agregados do solo, absorção de nutrientes pouco móveis (P, Cu e Zn), PLANTAS (raiz): Fornecem fotoassimilados
Mutualismo defensivo
– Envolve espécies que recebem
alimento ou abrigo
de seus
parceiros em troca de
defesa
contra herbívoros, predadores ou
parasitas
O inimigo do meu inimigo é meu amigo!
– Ex. Formigas que
defendem
plantas
de
parasitas ou predadores,
– peixes e camarões limpam
os parasitas da pele e das
guelras de outras
Como aplicar esses conceitos
em ações de manejo?
Competição (-/-)
• É o uso ou defesa de um recurso
por um indivíduo reduzindo a
disponibilidade desse recurso
para outros indivíduos.
mesma espécie: intra-específica
diferentes espécies: interespecífica
Efeito da competicao sobre INDIVÍDUOS:• Diminui as taxas de aquisição de recursos • Aumenta o gasto de energia com
manutenção
• Diminui as taxas de crescimento • Diminui a expectativa de vida
• Aumenta os riscos de predação e/ou parasitismo
• Competição por exploração
• Ocorre quando “competidores” (indivíduos)
se limitam mutuamente (indireta) através do uso de um recurso comum, limitante, como
alimento, fêmeas (intra-específica), espaço
• Competição por interferência
• Ocorre quando os organismos envolvidos se comportam de forma (antagonista) a alterar a eficiência na exploração de um recurso,
disputando-o (território, fêmeas, alimento) [alelopatia (Rickelfs))].
TIPOS
(-/-)
ODUM & BARRETT: Alelopatia:+/-Competição
Intra-específica (- -)
Quanto maior a densidade, maior é o efeito da competição. Alga - Asterionella
• Se duas espécies com mesmo nicho compartilham um
ambiente homogêneo, uma delas perderá a competição
para a outra, sendo excluída.
Princípio de Gause ou da Exclusão Competitiva:
estabelece que duas espécies não podem coexistir
indefinidamente sobre um mesmo recurso limitante.
Competição interespecífica (- -)
D en si d ad e rel ati v a p o p u laci o n al Culturas separadas Culturas combinadasCompetição interespecífica entre Paramecium spp
EXCLUSÃO COEXISTÊNCIA
ABAIXO DA “K”
Competição: reduz a amplitude do nicho
•
Nicho fundamental: nicho potencial de uma espécie: resumo de suas tolerâncias e exigências para cumprir seu modo de vida.•
Nicho realizado: O nicho praticado na presença de interaçõesA distribuição de uma espécie é determinada pela interação entre fatores bióticos e abióticos
A competição torna a zona de ocorrência menor do que a que poderia ocupar na ausência da outra espécie
Nicho fundamental Nicho realizado maré alta maré baixa
Competição interespecífica permite coexistência
Coexistência ocorre
também
quando dois recursos
limitantes são compartilhados e cada espécie é mais
Consumidor-recurso
Objetivo da relação: obtenção de recurso (+ -)
Consumidores se beneficiam e o tamanho de suas
populações aumenta, enquanto as populações - recurso são diminuídas.
Herbívoros-plantas Carnívoros-animais
Onívoros (mais de um nível trófico) Parasita-hospedeiro
Consumidor –
“Funcional”
-
Predador
(Predação + -)
• Captura indivíduos vivos e os consome todo ou parte • Consome várias presas, de diversos tipos
• Remove indivíduos da população de presas (mortalidade), mantendo a densidade abaixo da capacidade suporte
• Obtém seus nutrientes de
um
ou de poucos indivíduos
hospedeiros
, diminuindo a
aptidão
desses.
Geralmente não causam a
morte imediata, não
removem o indivíduo
(debilitam).
Consumidor
– Parasita (parasitismo + -)
• Se prendem ao corpo de seus
hospedeiros:
ectoparasitas
• Invadem o corpo de seus
hospedeiros:
endoparasitas
Formação de galhas: resposta de plantas, pela
produção de tecidos que englobam insetos invasores,
parasitas (que se desenvolvem no interior da galha).
Pastejadores ou
pastadores: atacam
grande número de presas
HERBÍVOROS (+ -) Funcionam como Quando consomem plantas inteiras Consomem partes
das plantas, sem matá-las
predadores Parasitas (não são)
Consumidores
• Termo aplicado às espécies de
vespas e moscas
(adulto de
vida livre) cujas
larvas
(
Parasitóide) consomemos
tecidos de 1 hospedeiro vivo
–
normalmente ovos, larvas e
pupas de outros insetos ou de
sementes
.
• Leva à
morte
do hospedeiro
após a larva do parasitóide ter
empupado.
Consumidores
• diminuir a chance de
encontro: se esconder ou
fugir
Consumidor x Recurso
Quem vence?
Ataque x
Defesa
?
•
evitar o encontro: não sendo
percebido ou se tornando
óbvio demais
• uso de defesas físicas,
químicas, morfológicas ou
comportamentais
Quantos animais estão presentes? São percebidos?
Estratégias de defesa dos animais
(Townsend et al pags 131 e 132, Ricklefs cap.17):Coloração críptica - CRIPSIA
• são tomados por objetos não
comestíveis e são rejeitados
É uma estratégia de animais
palatáveis
Animais palatáveis se tornam
semelhantes com o meio: com a cor e o padrão de cascas, galhos , folhas ou fezes.
É uma estratégia de animais impalatáveis Produzem químicos nocivos ou acumulam a partir de alimentos ingeridos, evidenciando o
fato com um padrão de cor notável.
Coloração de advertência ou
aposematismo
Sua ingestão causará uma reação
desagradável e esse padrão de coloração será rejeitado no futuro.
• Mimetismo Batesiano
– Organismos palatáveis se
assemelham a animais tóxicos (imitam) e são rejeitados.
servem de modelo de imitação para animais palatáveis, que desenvolvem semelhança com a cor dos impalatáveis.
Animais (e plantas) impalatáveis
que apresentam
coloração de advertência
Modelo: Impalatável – é mais frequente Mímico: Palatável – é menos frequente
A presa (lagarta mormon)
mimetiza o predador (serpente) do seu predador (ave).
3 spp impalatáveis
Mimetismo Mülleriano
Estratégia de organismos
impalatáveis
que
compartilham um padrão de
coloração de advertência.
Muitas espécies formam
complexos de mimetismo
mülleriano - cada
participante é tanto modelo
quanto imitador
Defesas das plantas contra os
herbívoros
Modificações anatômicas (folhas
muito pilosas, c/espinhos)
Modificações fisiológicas (folhas,
frutos e sementes de baixo nível nutricional)
Produção de substâncias (tanino,
muita lignina) que podem dificultar a digestão das partes do vegetal
ingeridas pelo herbívoro
Produção de substâncias
secundárias que conferem toxidez
(por ex. alcalóides)
Fuga no tempo (plantas anuais)
Pressão de herbivoria em plântulas: aumento da sobrevivência com aumento da distância de dispersão
Maior densidade de sementes, plântulas germinadas, maior competição, herbívoros e patógenos.
Maior taxa de sobrevivência, menor competição, herbivoria, e doenças com o aumento da distância da planta-mãe.