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Transmissão IP sobre o ISDB-T B

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Resumo— Este artigo apresenta uma nova aplicação para o sistema de televisão digital Integrated Services Digital Broadcasting –Terrestrial version B (ISDB-TB) ao transmitir

dados no formato Internet Protocol (IP) encapsulados em MPEG-2 Transport Stream (MPEG-2 TS). A utilização desta técnica de encapsulamento garante a compatibilidade do sistema de multiplexação ISDB-TB, permitindo a transmissão de pacotes

IP. A aplicação proposta é unidirecional, ou seja, não existe canal de retorno e o protocolo utilizado nos pacotes IP é o User Datagram Protocol (UDP).

Palavras-chave — Integrated Services Digital Broadcasting – Terrestrial version B (ISDB-TB), User Datagram Protocol (UDP),

Televisão Digital.

1. INTRODUÇÃO

o Brasil o sistema de televisão digital terrestre adotado foi uma versão modificada do sistema japonês Integrated Services Digital Broadcasting-Terrestrial ISDB-T. Esta versão foi denominada ISDB-TB e as suas diferenças principais são o vídeo (MPEG-4 Parte 10 ou H.264) [1], áudio (MPEG-4 HE-AAC) [2], middleware (Ginga baseado em Java ou NCL) [3] e o uso das bandas VHF alto e UHF [4].

O sistema ISDB-TB pode oferecer confiabilidade tanto na transmissão de alta qualidade de imagem e som em receptores fixos, como em receptores móveis. Devido a sua flexibilidade é também possível transmitir conteúdo multimídia [5].

A transmissão de dados ou conteúdo multimídia pode ser feita em uma única camada hierárquica ou pode ser multiplexada junto com os outros serviços de áudio, vídeo, etc.

Existem outros sistemas que transmitem dados em IP, como o Digital Video Broadcasting – Handheld (DVB-H) e o Internet Protocol Television (IPTV). O DVB-H é um padrão terrestre que utiliza o protocolo IP para aplicação em receptores portáteis [6]. Já o IPTV é baseado nas atuais redes IP, ou seja, utiliza a conexão banda larga para transmitir serviços de televisão digital [7].

Este artigo propõe a transmissão de dados no formato User Datagram Protocol/Internet Protocol (UDP/IP) encapsulados em MPEG-2 Transport Stream pelo sistema de televisão digital ISDB-TB. Este encapsulamento garante a

Este trabalho foi apoiado parcialmente pela FINEP Convênio n: 01.08.0038.01, FOXCONN/MCT e MackPesquisa.

Gustavo de Melo Valeira, Cristiano Akamine, Edson Lemos Horta, Fujio Yamada e Rodrigo Eiji Motoyama são os pesquisadores da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP, Brasil (gustavo.valeira@mackenzie.br, cristiano.akamine@mackenzie.br, edson.horta@mackenzie.br, fujio.yamada@mackenzie.br e rodrigo.motoyama@mackenzie.br).

compatibilidade com o sistema na transmissão e com o receptor IP na recepção. A transmissão de pacotes IP pode ser usada na televisão digital terrestre para realizar o streaming e download de diversos tipos de serviços como, por exemplo, áudio/vídeo em diferentes formatos de codificação, música, páginas da web, jogos gratuitos e aplicativos diretamente para um computador. Para manter a convergência entre estas mídias, um demodulador ISDB-TB Full Seg com saída IP está em desenvolvimento. Este receptor receberá o sinal ISDB-TBe desencapsulará o MPEG2-TS, distribuindo na saída o sinal no formato UDP/IP. A saída é conectada a um computador e este recebe os dados em UDP. Na Seção 2 é feita uma revisão rápida do sistema ISDB-TB. Alguns serviços que utilizam o protocolo IP são abordados na Seção 3. Detalhes dos protocolos a serem utilizados no ISDB-TB são mostrados na Seção 4. Por fim, na Seção 5, são apresentadas as conclusões.

2. SISTEMA ISDB-TB

O sistema de televisão digital ISDB-TB é flexível, permitindo o uso de diversos tipos de serviço em um único canal de televisão de 6 MHz de banda. A modulação é Band Segmented Transmission – Orthogonal Frequency Division Multiplexing (BST-OFDM), em que o canal é dividido em treze segmentos de 6000/14=428.6 KHz cada. Estes segmentos são distribuídos em até três camadas hierárquicas denominadas camadas A, B e C. As camadas podem ter robustezes diferentes, permitindo serviços diferentes (móvel, fixo e/ou portátil) em um mesmo canal. A banda útil utilizada pelo ISDB-TB é de 6/14*13/14 = 5.57 MHz de 6 MHz disponíveis. Por este motivo pode-se dizer que o canal de 6 MHz é dividido em quatorze parte, sendo que são utilizadas treze [4][8].

Os parâmetros em comum do sistema BST-OFDM são o tamanho da Inverse Fast Fourier Transform (IFFT) (modo 1, 2 ou 3) e intervalo de guarda (1/32, 1/16, 1/8 e 1/4). A taxa do codificador convolucional (1/2, 2/3, 3/4, 5/6 e 7/8), tamanho do entrelaçador temporal e a modulação são específicos para cada camada, permitindo variar a robustez e taxa de bits entre as camadas [4]. Existe também o serviço 1seg de uma camada que ocupa um segmento e é usado para transmitir vídeos de baixa definição em receptores portáteis.

O sistema ISDB-TB pode ser separado nos seguintes blocos: codificação da fonte, multiplexação/re-multiplexação e modulação, conforme Ilustração 1 [4][8].

Transmissão IP sobre o ISDB-T

B

Gustavo de Melo Valeira, Cristiano Akamine, Edson Lemos Horta, Fujio Yamada e Rodrigo Eiji

Motoyama

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Ilustração 1 – Diagrama em blocos do ISDB-TB A. Codificação da Fonte

Os sinais de áudio/vídeo do estúdio devem ser codificados no padrão de vídeo H.264 [1] e áudio MPEG4 HE-AAC v1 ou MPEG4 AAC LC para High Definition Television (HDTV) ou Standard Definition Television (SDTV) e MPEG4 HE-AAC v2 para 1seg [2]. O MPEG-2 Transport Stream (MPEG2-TS) [9] é usado na saída dos codificadores para manter a compatibilidade com o multiplexador/re-multiplexador, que utiliza a interface serial denominada Asynchronous Serial Interface (ASI) para a transmissão do MPEG2-TS. O tamanho do pacote TS é de 188 bytes e a sua estrutura é mostrada na Ilustração 2 [9] [10] [11].

Ilustração 2 – Estrutura do pacote TS, com a indicação do tamanho de cada campo em bits

Os campos do cabeçalho mais importantes são o Sync Byte e o Program Identification (PID). O Sync Byte tem um valor fixo (47)h e indica o começo do pacote TS. Já o PID identifica o programa que está dentro do pacote, como áudio, vídeo, closed-caption, etc. Este parâmetro é importante para o re-multiplexador filtrar corretamente os PIDs de áudio, vídeo, Program Clock Reference (PCR) e dados de cada codificador.

B. Multiplexação/re-multiplexação

Todos os dados TS dos codificadores e carrossel de dados são re-multiplexados, gerando na saída deste bloco um TS de 204 bytes. Este sinal de saída é denominado Broadcast Transport Stream (BTS) também por a sua taxa de bits ser constante e igual a quatro vezes a freqüência de amostragem da IFFT do modulador. A taxa de bits é então igual a 4×512/63=32.507937 Mb/s [12].

Nos dezesseis bytes finais do BTS, ou seja, no dummy byte tem um contador e identificador da camada do pacote [13], além de opcionalmente ser possível ter um código de bloco Reed Solomon (RS) encurtado (204,196,4) com capacidade de correção de até 4 bytes em um pacote TS.

No BTS a seqüência de pacotes de cada camada depende do intervalo de guarda, taxa do codificador convolucional, número de segmentos e modulação de cada camada. Essa seqüência, denominada quadro do multiplexador (multiplex frame, em inglês), se repete em intervalos iguais que dependem somente do intervalo de guarda e modo, conforme pode ser visto na Tabela I [4]. Além dos pacotes de cada camada, são gerados pelo multiplexador pacotes nulos que não correspondem a nenhuma camada hierárquica e servem para manter a taxa de bits constante em 32.507937 Mb/s, independente da entrada. Identificado nos 16 bytes finais do BTS, a camada hierárquica correspondente a cada pacote que vem dos codificadores é configurada no multiplexador ISDB-TB para que o modulador transmita aquele pacote na camada corretamente.

TABELA I

NÚMERO DE PACOTES DO MULTIPLEX FRAME Modo 1/4 Intervalo de Guarda1/8 1/16 1/32

1 (2k) 1280 1152 1088 1056

2 (4k) 2560 2304 2176 2112

3 (8k) 5120 4608 4352 4224

Já que é possível ter até três camadas hierárquicas com parâmetros de modulação e taxa do codificador convolucional diferentes, é necessário calcular a taxa de bits para cada uma delas. Com isso pode-se configurar corretamente a taxa de bits dos codificadores para que não ultrapasse o limite de cada camada. É importante notar também que caso sejam transmitidos dados, deve-se ajustar a taxa de bits dos codificadores para que a soma destas duas taxas não ultrapasse o máximo permitido. A Equação (1) apresenta o cálculo da taxa de bits por segmento [4].

ݐܽݔܽݐ݋ݐ݈ܽ ൌܰݏൈ ܰܿൈ ܯ݀ൈ ܴܿܿൈ ܴܴܵ

ܶݑൈ ሺܫܩ ൅ ͳሻ ሺͳሻ O tempo útil Tu do símbolo OFDM, o número de portadoras

úteis Nc e a razão do codificador Reed Solomon RRS são

calculados pelas Equações (2), (3) e (4), respectivamente [4]. ܶݑ ൌ ʹ݉݋݀݋ െͳൈ ͸͵ ʹͷͲ ሺʹሻ ܰܿൌ ʹ݉݋݀݋ െͳൈ ͻ͸ሺ͵ሻ ܴܴܵ ൌͳͺͺ ʹͲͶሺͶሻ Juntando as Equações (2), (3) e (4) em (1), obtém-se a Equação (5), que pode ser usada para calcular a taxa de bits de cada camada ou segmento.

Vídeo Codificação TS1 Áudio Dados M ultip le xa çã o / R e-m ultipl exa çã o Modulação BTS IF . . Dados Vídeo Codificação Áudio Vídeo Codificação Áudio . . . . . . . . . TS2 TSn TSn+1 TSn+m Sync byte Transport error indicator Payload unit start indicator Transport priority PID Transport scrambling control Adaptation field control Continuity index Adaptation field/payload 8 1 1 1 13 2 2 4 TS Header 4 bytes 184 bytes

(3)

ݐܽݔܽݐ݋ݐ݈ܽ ൌܰݏൈ ܯ݀ൈ ܴܿܿൈ ͵͹͸ͲͲͲ

ͳͲ͹ͳ ൈ ሺܫܩ ൅ ͳሻ ሺͷሻ Na Equação (5), os parâmetros Ns, Md, Rcc e IG

correspondem ao número de segmentos, número de bits por símbolo, taxa do codificador convolucional e intervalo de guarda, respectivamente. O número de bits por símbolo Md é 2

para DQPSK ou QPSK, 4 para 16QAM e 6 para 64QAM. Conforme se aumenta este número, maior é a taxa de bits total, porém a distância entre estes pontos diminui, diminuindo a robustez do sinal [8].

C. Modulação BST-OFDM

A modulação BST-OFDM permite que os treze segmentos sejam distribuídos em até três camadas hierárquicas com proteção contra erros diferentes. Seguem na Tabela II os parâmetros de transmissão para o sistema brasileiro de televisão digital [4].

TABELA II

PARÂMETROS CONFIGURÁVEIS NO ISDB-TB

Modo 1, 2 ou 3

Intervalo de Guarda 1/4, 1/8, 1/16 ou 1/32 Recepção parcial (1seg) Ativada ou desativada Número total de segmentos 13

Número máximo de camadas 3

Modulação da camada DQPSK, QPSK, 16QAM ou 64QAM Taxa do codificador convolucional

da camada 1/2, 2/3, 3/4, 5/6 ou 7/8

Entrelaçador temporal da camada

0, 400, 800 ou 1600 ms (Modo 1) 0, 200, 400 ou 800 ms (Modo 2) 0, 100, 200, 400 ms (Modo 3)

Pode-se ter até três camadas e estas são identificadas com as letras A, B e C. Quando é usada somente uma camada, esta é denominada A. Já se são duas, a que possui menos segmentos é a A e a outra é a B. Neste caso os segmentos centrais correspondem a camada A e os externos a camada B. Se forem usadas três camadas, a denominada A tem menor ou igual número de segmentos que a B, que por sua vez tem menor ou igual número de segmentos que a C. Segue na Ilustração 3, 4 e 5 [4][14], a identificação dos segmentos e a sua respectiva camada para o caso de uma, duas e três camadas, respectivamente. Na Ilustração 4 é utilizada a configuração 1+12 (Camada A com um segmento e a B com doze segmentos) e na Ilustração 5, a configuração 1+3+9 (Camada A com um segmento, B com três segmentos e C com nove segmentos).

Uma configuração bastante usada em São Paulo tem duas camadas, com a camada A para o serviço 1seg e a B para conteúdo em alta definição. O intervalo de guarda é 1/16 no modo 3, com a seguinte configuração na camada A: um segmento, modulação QPSK, taxa do codificador convolucional de 2/3 e entrelaçador temporal de 400ms. A camada B tem doze segmentos, modulação 64QAM, taxa do codificador convolucional de 3/4 e entrelaçador temporal de

200ms. É possível com esta configuração ter também na camada B multiprogramação em SD (Standard Definition) com até oito programas ou dois programas em alta definição.

Ilustração 3 – Disposição dos segmentos no caso de uma camada

Ilustração 4 – Disposição dos segmentos no caso de duas camadas (1+12)

Ilustração 5 – Disposição dos segmentos no caso de três camadas (1+3+9) 3. SERVIÇOS IP

Alguns serviços que utilizam o protocolo IP na transmissão são o Digital Video Broadcasting – Handheld (DVB-H) e Internet Protocol over Television (IPTV).

A. DVB-H

O DVB-H é um sistema terrestre com aplicação para receptores portáteis e é baseado e compatível com o Digital Video Broadcasting – Terrestrial (DVB-T), que é usado para receptores fixos. O DVB-H foi criado, pois o sistema DVB-T tinha problemas devido a mobilidade dos receptores portáteis ao receber o sinal [15][8]. Neste sistema são transmitidos datagramas IP dentro de seções Multi-Protocol Encapsulation (MPE ou Encapsulamento Multiprotocolo) com ou sem a opção de utilizar o Foward Error Correction (FEC). Utilizando o MPE-FEC tornou o sinal mais robusto [15]. Para economia de energia dos receptores portáteis foi desenvolvido também o time slicing. Esta técnica consiste em transmitir apenas um serviço por vez com alta taxa de bits, ou seja, cada serviço é transmitido seqüencialmente em tempos diferentes. Por este motivo há uma economia de energia, pois o receptor não precisa receber os dados o tempo inteiro. No entanto, para saber quando os dados são os desejados, existe o Transmission Parameter Signaling (TPS) que informa o receptor o uso do time slicing e do MPE-FEC [8].

11 Camada A 9 7 5 3 1 0 2 4 6 8 10 12 428.6 kHz 5.57 MHz Frequência Camada A 11 Camada B 9 7 5 3 1 0 2 4 6 8 10 12 Frequência 428.6 kHz 5.57 MHz Camada B 11 Camada C 9 7 5 3 1 0 2 4 6 8 10 12 Frequência Camada A 428.6 kHz 5.57 MHz

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B. IPTV

IPTV é um sistema usado para transmitir serviços da televisão digital para usuários de banda larga, por meio da rede IP de comunicação, ou seja, não utiliza a radio freqüência. Deste modo, o conteúdo é codificado no padrão desejado de vídeo e áudio para então ser multiplexado em IP [16]. O IPTV é responsável pela transmissão de vídeos de uma geradora para um ou mais terminais (usuários) e dependendo da programação, este serviço pode ser vídeo sob demanda (video on demand - VoD) ou broadcast [17]. No primeiro caso, o conteúdo transmitido por IP tem como destino apenas um ponto, ou seja, em modo unicast. No broadcast, o modo utilizado é o multicast, pois são vários os usuários que podem acessar este conteúdo ao mesmo tempo. Com isso, há uma economia de largura de banda da rede IP ao transmitir um único conteúdo para vários usuários.

4. PROPOSTA

A proposta deste trabalho é transmitir dados encapsulados em UDP/IP pelo sistema ISDB-TB. Segue na Ilustração 6 como estão dispostos os encapsulamentos. Dentro do MPEG2-TS é utilizado o Encapsulamento Multiprotocolo (MPE) para transmitir dados no formato IP/UDP. Na Ilustração 7 é apresentada a estrutura de bits do MPE [18]. Pode-se observar que o MPE está dentro do payload do MPEG2-TS, e por este motivo um pacote do encapsulamento multiprotocolo ocupa vários pacotes TS.

Ilustração 6 – Encapsulamentos

Um campo importante do MPE é o section length, pois com a indicação do tamanho da sua seção é possível identificar os bytes do IP/UDP. Já os campos payload scrambling control e address scrambling control permitem identificar a ausência ou não de um método de embaralhamento privativo das informações úteis e do endereço Media Access Control (MAC), respectivamente [18].

Dentro de cada datagrama MPE existe um pacote IP/UDP. Este protocolo contém informações de endereço e porta IP de origem e destino. O endereço IP de destino é desejado que seja multiponto, ou seja, para vários receptores. Deste modo ele é transmitido em multicast. O campo identification do protocolo IP permite identificar o protocolo usado após o seu cabeçalho; neste caso é o UDP e o valor do campo é 17. Na Ilustração 8 é

apresentada a estrutura de dados do pacote IP [19] e UDP [20].

Ilustração 7 – Estrutura do Encapsulamento Multiprotocolo (MPE), com indicação do tamanho em bits

Ilustração 8 – Estrutura do pacote IP e UDP, com tamanho em bits. Tamanho de Dados em bytes

O diagrama em blocos desde a codificação de dados IP/UDP até o computador é apresentado na Ilustração 9. Inicialmente arquivos, jogos gratuitos, aplicativos, áudio/vídeo, etc são encapsulados no formato da Ilustração 6 e multiplexados, modulados e transmitidos no padrão ISDB-TB. O receptor IP desmodula e desencapsula esses e o sinal resultante IP/UDP é direcionado para a saída Ethernet conectada no computador. Os dados recebidos pelo computador são processados por um gerenciador e as informações atualizadas são mostradas na tela do computador. Deste modo, o conteúdo IP transmitido pelo ISDB-TB fica disponível para download ou para streaming de áudio/vídeo. Atualizando apenas os codecs do computador é possível decodificar vídeos em diversos padrões, como por exemplo, o VC-1, Dirac, DIVX, RMV, etc transmitidos pelo ISDB-TB por Payload

TS Header Transport

Stream HeaderTS Payload ... HeaderTS Payload

MPE Header IP datagram data bytes

IP Header Data

UDP Header Data

Table id Section syntax indicator Private indicator Reservado Private section length MAC Address 6 MAC Address 5 Reservado Payload scrambling control Address scrambling control LLC SNAP flag Current next indicator Section number Last section number MAC Address 4 MAC Address 3 MAC Address 2 MAC Address 1 Datagrama IP ou LLC SNAP Stuffing bytes CRC-32 ou checksum 8 1 1 2 12 8 8 8 8 8 8 8 2 2 2 1 1 8 Variável Variável 32 Version I H L

Precedence DelayFlag ThroughputFlag ReliabilityFlag UnusedBits

Total Length Identification Unused Bit Don't Fragment More Fragments Fragment offset Time to Live Protocol Header Checksum Source Address Destination Address 4 4 3 1 1 1 2 8 16 32 32 8 16 16 1 1 1 13 IP UDP Source Port 16 Destination Port 16 UDP Length 16 UDP Checksum 16 Dados UDP length - 8 Dados

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streaming. Pela própria Ethernet é feita também a troca de canal. Na Ilustração 10 é apresentada a placa de desenvolvimento do receptor IP conectada ao computador.

Ilustração 9 – Diagrama em blocos da transmissão IP sobre o ISDB-TB

Ilustração 10 – Receptor IP conectado ao computador 5. CONCLUSÃO

Neste estudo foi proposta a aplicação de transmitir dados IP/UDP sobre o ISDB-TB, permitindo uma alta taxa de bits se comparada com a velocidade da Internet oferecida atualmente. Conteúdos informativos podem ser transmitidos por meio de streaming de áudio/vídeo e arquivos, aplicativos e jogos gratuitos podem ser carregados e abertos pelo computador, necessitando apenas atualizar o computador para abrir determinados tipos de arquivo ou vídeo.

A taxa útil de bits ao transmitir dados em IP/UDP diminui devido ao tamanho dos cabeçalhos do MPE e IP/UDP. Na configuração mais usada, só que usando uma só camada hierárquica, a taxa máxima de bits ficou em torno de 18.6 Mb/s.

Esta mesma proposta poderia ser usada para um receptor IP USB Full Seg, só com a diferença que o próprio receptor teria uma saída IP pelo USB.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem RH-TVD CAPES e seus amigos do Laboratório de Televisão Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

REFERÊNCIAS

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[2] Televisão digital terrestre – Codificação de vídeo, áudio e multiplexação Parte 2: Codificação de áudio, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ABNT NBR 15602-2:2007, Abr. 2007.

[3] Televisão digital terrestre – Codificação de dados e especificações de transmissão para radiofusão digital Parte 2: Ginga-NCL para receptores fixos e móveis – Linguagem de aplicação XML para codificação de aplicações, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ABNT NBR 15606-2:2007, Ago. 2008.

[4] Televisão digital terrestre – Sistema de transmissão, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ABNT NBR 15601:2007, Abr. 2007.

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of the IEEE, vol. 94, no 1, pp. 251-256, Jan. 2006.

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[7] M. Zahid; M. A. Qadeer; A. Iqbal, "Deployment of IPTV over IMS architecture," Internet Multimedia Services Architecture and Applications, 2008. IMSAA 2008. 2nd International Conference on , vol., no., pp.1-6, 10-12 Dec. 2008.

[8] B. Furht; S. Ahson, editors. Handbook of Mobile Broadcasting: DVB-H, DMB, ISDB-T, and MediaFLO. Auerbach Publications, Boca Raton, 1ª ed., Cap. 1 e 4, 2008.

[9] Generic coding of moving pictures and associated audio: Systems, ISO/IEC 13818-1, Nov. 1994.

[10] Televisão digital terrestre – Codificação de vídeo, áudio e multiplexação Parte 3: Sistemas de multiplexação de sinais, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ABNT NBR 15602-3:2007, Abr. 2008. [11] J. O. Noah, “A rational approach to testing MPEG-2,” IEEE Spectrum,

vol. 34, no. 5, pp. 67-72, Maio 2007.

[12] C. Akamine; Y. Iano; G. M. Valeira; G. Bedicks, “Re-multiplexing ISDB-T BTS over DVB TS for SFN”, a ser publicado.

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[17] J. Maisonneuve, et al, “An Overview of IPTV Standards Development,”

IEEE Transactions on Broadcasting, vol. 55, no. 2, pp. 315-328, Jun.

2009.

[18] Televisão digital terrestre – Codificação de dados e especificações de transmissão para radiodifusão digital Parte 3: Especificação de transmissão de dados, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ABNT NBR 15606-3:2007, Ago. 2008.

[19] J. Postel, “Internet Protocol,”, RFC 791, Information Sciences Institute, Set. 1981.

[20] J. Postel, “User Datagram Protocol,”, RFC 768, Information Sciences Institute, Ago. 1980.

Gustavo de Melo Valeira recebeu seu Bacharelado em Engenharia Elétrica

da Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo, Brasil) em 2007. Atualmente está trabalhando no seu Mestrado em Engenharia Elétrica – Telecomunicações na Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo, Brasil). Ele é um dos pesquisadores do Laboratório de Televisão Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde teve a oportunidade de testar os sistemas de televisão digital do Brasil (ISDB-TB) e Japão (ISDB-T).

Vídeo Codificação TS1 Áudio M ultip le xa çã o / R e-m ultipl exa çã o Modulador ISDB-TB BTS Encapsulador Vídeo Codificação Áudio TS2 TS3 Servidor Ethernet Receptor IP Ethernet Computador Controle do canal

(6)

Cristiano Akamine possui mestrado em Engenharia Elétrica pela

Universidade Estadual de Campinas (2004) e graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1999). Atualmente é professor e pesquisador da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Sistemas de Telecomunicações, atuando principalmente nos seguintes temas: TV Digital: sistemas ISDB-TB e DVB.

Edson Lemos Horta possui graduação em Engenharia Elétrica pela Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo (1989), mestrado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1995) e doutorado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (2002), com estágio de um ano na Washington University in St Louis (USA), financiado pelo CNPq (bolsa de Doutorado Sanduíche). Atualmente é Professor Assistente Doutor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Professor Assistente III da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Professor Visitante da Escola Politécnica da Universidade de São

Paulo. Atua também como sócio/consultor da empresa Napali Engenharia S/C LTDA, especializada em projetos de hardware (lógica reconfigurável e processadores embarcados). Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Dispositivos Lógicos Programáveis (FPGAs, CPLDs,etc), atuando principalmente nas seguintes áreas: computação reconfigurável, reconfiguração parcial, dispositivos lógicos programáveis, síntese lógica.

Fujio Yamada é professor doutor titular da Escola de Engenharia da

Universidade Presbiteriana Mackenzie e pesquisador do laboratório de TV Digital. Tem participado de vários eventos como palestrante e moderador em apresentações de congressos e simpósios.

Rodrigo Eiji Motoyama recebeu seu Bacharelado em Engenharia Elétrica da

Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo, Brasil) em 2007. Atualmente está trabalhando no seu Mestrado em Engenharia Elétrica – Telecomunicações na Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo, Brasil). Ele é um dos pesquisadores no Laboratório de Televisão Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área de testes de laboratório e de campo.

Cite this article:

Valeira, G. de M. , Akamine, C. , Horta, E.L. , Yamada, F. , Motoyama, R. E. ; 2009. Transmissão IP sobre o ISDB-TB. Revista de Radiodifusão. ISSN Print: 1981-4984. ISSN Online: 2236-9619. v.3. doi: 10.18580/radiodifusao.2009.3.60. Web Link: http://dx.doi.org/10.18580/radiodifusao.2009.3.60

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