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Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa

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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE

JURISDIÇÃO CONTENCIOSA

• AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (ARTS. 890/900)

• 1.- CONCEITO – Forma indireta de o devedor se livrar do vínculo obrigacional independentemente da aquiescência do credor, nos casos legais (art. 334 do CC). O pagamento por consignação só terá eficácia liberatória quando concorrerem em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.

• 2.- HIPÓTESES QUE AUTORIZAM A CONSIGNAÇÃO (ART.335 do CC). • I.- mora accipiendi, quando a dívida for portável;

• II.- mora accipiendi, quando a dívida for quesível; • III.- devedor não pode receber quitação válida; • IV.- dúvida quanto à titularidade do crédito; • V.- litígio sobre o objeto do pagamento.

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• 3.- OBJETO – Somente obrigação de entregar coisa ou de pagar quantia. A prestação há de ser líquida e certa, ainda que indeterminada a coisa. Nos casos de obrigação bilateral, um dos obrigados pode valer-se da

consignação. O outro só terá direito ao levantamento do depósito após comprovar que cumpriu a obrigação que lhe cabia.

• 4.- MODALIDADES • 4.1.- EXTRAJUDICIAL

• Hipótese: a critério do devedor quando a prestação for quantia em

dinheiro e existir estabelecimento bancário no lugar do pagamento (art. 890, § 1º).

• Outros pressupostos:

• Credor certo, capaz e solvente;

• Certeza quanto ao objeto da obrigação.

• Procedimento: credor é cientificado do depósito. Havendo recusa

manifesta, o devedor poderá ajuizar ação consignatória, no prazo de 30 dias. Não o fazendo, a obrigação continua em aberto.

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• 4.2.- JUDICIAL

• Necessariamente quando a obrigação tiver por

objeto coisa diferente de dinheiro, quando não

for possível utilizar a via extrajudicial (bancária)

ou quando o devedor não tiver logrado êxito com

a consignação extrajudicial. Pode seguir o

procedimento previsto no CPC ou, em se tratando

de consignação de aluguéis e encargos, o previsto

no art. 67 da Lei nº 8.245/91. Admite-se, no

âmbito do procedimento consignatório, ampla

discussão acerca do débito e seu valor.

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• 5.- LEGITIMIDADE • 5.1.- ATIVA

• Qualquer interessado na extinção da dívida (devedor ou terceiro). Igual direito é conferido ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste (art. 304,

parágrafo único, do CPC). Tratando-se de consignação de aluguéis, são legitimados o inquilino, seu cônjuge ou companheiro, o

ocupante de habitação coletiva familiar, o sublocatário e o fiador. • 5.2.- PASSIVA

• Credor conhecido ou quem alegue tal condição ou, ainda, o credor incerto. Havendo dúvida quanto à titularidade do crédito, ter-se-á a formação de litisconsórcio passivo necessário entre aqueles que se intitulam credores.

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• 6.- FORO COMPETENTE

• Do lugar do pagamento: a.- dívida quesível:

domicilio do devedor (autor)

b.- dívida portável:

domicilio do credor (réu)

• Consignação de aluguéis: foro de eleição ou

da situação do imóvel.

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• 7. QUESTÕES PROCEDIMETAIS

• A oferta do pagamento deve ser real, isto é, acompanhada do efetivo depósito da coisa. O depósito constitui pressuposto

processual específico do procedimento consignatório. Admite-se o depósito realizado após o prazo de 05 dias previsto no art. 893, I, desde que anterior à sentença terminativa.

• Prestações periódicas: consignada a primeira, pode o devedor continuar a consignar as que forem vencendo até a prolação da sentença.

• Valor da causa: será o valor da prestação devida. Na consignação de prestações periódicas, o valor da causa será obtido pela soma das prestações a consignar, não ultrapassando o valor de uma anuidade (Súmula 449 do STF)

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• 8.- ATITUDES DO RÉU

• Após a citação, poderá o réu assumir três

diferentes condutas:

• -. aceitar o depósito e levantá-lo;

• -. oferecer contestação e/ou qualquer outra

modalidade de resposta;

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• 9.- CONTEÚDO DA CONTESTAÇÃO

• 9.1.- Quaisquer das defesas processuais indicadas no

art. 301 do CPC.

• 9.2.- Inocorrência de recusa ou mora no recebimento

da prestação.

• 9.3.- Reconhecimento da recusa, mas com fundamento

na ausência de qualquer dos requisitos do pagamento.

• 9.4.- Não realização do depósito no lugar e no prazo

devidos.

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• 10.- OUTROS ASPECTOS

• - Alegando o réu insuficiência de depósito, será

licito ao autor complementá-lo, no prazo de 10

dias (art. 899, caput).

• - Ação dúplice: a sentença que julga insuficiente o

depósito determinará, sempre que possível, o

montante devido e valerá como título executivo.

• - Consignação principal e incidental: esta é

postulada conjuntamente com outras pretensões

e aquela constitui objeto único da ação proposta

pelo devedor.

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AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

(ARTS. 914/919)

• 1.- CONCEITO – Exposição pormenorizada dos

componentes de débito e crédito resultantes de

determinada relação jurídica, concluindo pela

existência ou não de saldo.

• 2.- OBJETIVO- Liquidar, no seu aspecto

econômico-financeiro, a relação juridica existente entre as partes,

de tal modo que ao final seja apurada, com exatidão, a

existência ou não de saldo em favor de algum dos

litigantes.

• 3.- ESPÉCIES

• 3.1.- Ação de exigir contas

• 3.2.- Ação de prestar contas

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• 4.- LEGITIMIDADE

• Aquele que alegue ter o direito de exigir a prestação de contas

(titular do interesse ou bem objeto da administração), bem como o obrigado a prestá-las (administrador ou gestor).

• 5.- INTERESSE DE AGIR

• - Sempre que houver recusa ou mora por parte de quem tem o direito de receber as contas ou a obrigação de prestá-las.

• - Quando ocorre discordância sobre as verbas que deverão integrar o acerto de contas

• - Inventariante, tutot, curador: são obrigados a prestar contas judicialmente.

• - Correntista bancário: tem interesse para ajuizar ação de prestação de contas, não obstante o envio regular de extrato pelo banco

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• 6.- AÇÃO DE EXIGIR CONTAS

• 6.1.- FASES

• - Primeira: verifica-se se o réu está ou não obrigado a

prestar contas. Definida a obrigação, o réu é condenado a

prestá-la em 48 horas.

• - Segunda: julgamento das contas propriamente ditas.

• 6.2.- ATITUDES DO RÉU

• - Apresentar as contas e não contestar

• - Apresentar as contas e contestar

• - Contestar a obrigação de prestar contas

• - Contestar sem negar a obrigação de prestar contas

• - Manter-se inerte.

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• 6.3.- CONSIDERAÇÕES

• - A decisão que julga a primeira fase tem natureza juridica de sentença

• - Intimação do réu para prestar as contas no prazo de 48 horas dar-se-á via advogado (parte da doutrina e jurisprudência defendem a necessidade de intimação pessoal)

• - Prestadas as contas, terá o autor cinco dias para sobre elas se manifestar (art. 920, §§ 1º e 3º). Se o réu deixar de cumprir a

obrigação, as contas serão apresentadas pelo autor, sendo vedado ao réu impugná-las (art. 915, § 2º, in fine).

• - Poderá ocorrer nova distribuição de verbas sucumbenciais na segunda fase da ação de exigir contas.

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• 7.- AÇÃO DE DAR CONTAS

• Comporta apenas a fase do julgamento das contas

propriamente ditas

• O autor apresenta as contas na forma mercantil.

• Atitudes do réu:

• Aceitar as contas

• Ofertar contestação

• Impugnar as contas

• Contestar e impugnar as contas

• Permanecer inerte.

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• 8.- PECULIARIDADES

• Caráter dúplice: o saldo credor declarado na sentença pode ser executado pelo autor ou pelo réu, ou seja, a favor de quem for apurado.

• As contas devem ser prestadas em forma mercantil, com especificação de receitas, despesas e respectivo saldo; e serão instruidas com os

documentos justificativos dos valores apresentados

• As contas do inventariante, do tutor, do curador, depositário ou de

qualquer outro administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado

• Admissível será a prestação de contas tanto para as sociedades regulares quanto para as sociedades irregulares.

• Qualquer sócio tem direito de exigir do administrador que preste contas de sua gestão.

• Na vigência da sociedade conjugal, não têm os cônjuges o dever de

prestar contas entre si, independentemente do regime de bens adotado. •

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AÇÕES POSSESSÓRIAS (ARTS.

920/933)

• 1.- CONCEITO – Ações judiciais intentadas com vistas à proteção da posse.

• 2.- NOÇÕES GERAIS SOBRE A POSSE

• 2.1.- O Código Civil não conceitua a posse, mas o possuidor.

Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercicio pleno, ou não, de alguns dos poderes inerentes ao domínio ou propriedade ( art. 1196).

• 2.2- PRINCIPAIS TEORIAS ACERCA DA POSSE:

• SAVIGNY – TEORIA SUBJETIVA- Conjugação de dois elementos: corpus + animus. Posse é, a um só tempo, fato e direito.

• IHERING – TEORIA OBJETIVA – Possuidor é quem exterioriza o domínio. Posse é direito juridicamente tutelado.

• CÓDIGO CIVIL – ART. 1210 E SEGUINTES: Posse é o poder físico

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• 3.- CLASSIFICAÇÃO DA POSSE

• - Justa e injusta (art. 1200 do CC)

• - De boa e má-fé (art. 1201 do CC)

• - Direta e Indireta (art. 1197 do CC)

• 4.- JUIZO POSSESSORIO E JUIZO PETITÓRIO

• IUS POSSESSIONIS – direito de posse decorrente

do simples fato de possuir a coisa. A ação

manejável é a possessória

• IUS POSSIDENDI – direito à posse decorrente do

domínio. Ação manejável é a petitória.

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• 5.- AÇÕES POSSESSÓRIAS TÍPICAS • MANUTENÇÃO DE POSSE – turbação • REINTEGRAÇÃO DE POSSE – esbulho • INTERDITO PROIBITÓRIO- ameaça

• 6.- OUTROS MECANISMOS DE TUTELA DA POSSE

• IMISSÃO NA POSSE – protege aquele que adquire a propriedade mas não consegue se investir na posse.

• REIVINDICATÓRIA – permite que o proprietário, com base no domínio, invoque o seu direito à posse perdida.

• EMBARGOS DE TERCEIRO – cabível quando a ofensa à posse decorre de constrição judicial.

• DESPEJO – a causa de pedir se assenta sobre o desfazimento do vínculo locatício e a proteção possessória fica em segundo plano. Se, todavia, versa sobre a precariedade da posse em virtude do termo final do contrato, reveste-se de caráter possessório.

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7.- PROCEDIMENTO DAS POSSESSÓRIAS TÍPICAS

- Ação de força nova (menos de ano e dia) – admite-se deferimento da tutela

antecipatória (liminar) com base no art. 927 do CPC. O procedimento é especial.

• - Ação de força velha (mais de ano e dia) – o procedimento é ordinário. Admite-se

antencipação de tutela, se preenchidos os requisitos do art. 273 do CPC

8.- PECULARIEDADES DO PROCEDIMENTO DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS

• NATUREZA DÚPLICE – é possível que o réu alegue, em contestação, ter sofrido

ofensa em sua posse, pleiteando a tutela possessória em face do autor

CUMULAÇÃO DE PEDIDOS – além da proteção possessória, pode o autor pleitear a

condenação do réu em perdas e danos, cominação de pena pecuniária ou desfazimento da construção ou plantação realizada (art. 921).

• FUNGIBILIDADE – a propositura de uma ação possessória em vez de outra não

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• EXCEÇÃO DE DOMÍNIO – não é possível a discussão acerca do dominio em ação possessoria (art. 1210, § 2º, do CC), a menos que ambas as partes disputem a posse com base no domínio (Súmula 487 do STF)

• LEGITIMAÇÃO – Ativa – possuidor direto ou indireto

Passiva – aquele que praticou ofensa à posse • INTERVENÇÃO DE TERCEIROS – Nomeação à autoria

- Denunicação da lide

• FORO COMPETENTE –

• Coisas móveis – art. 94 do CPC

• Coisas imóveis – art. 95 do CPC- Predominância do critério material – competência absoluta

• Se o valor da causa é igual ou inferior a 40 salários mínimos – Juizado Especial

• Hipóteses de intervenção da União, suas autarquias, empresas públicas e fundações – Justiça Federal

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• 9.- OUTROS ASPECTOS PROCEDIMENTAIS NAS AÇÕES POSSESSÓRIAS • TUTELA ANTECIPADA

• - requisitos = art. 927 do CPC

• - momento= liminarmente, se há prova documental suficiente junto com inicial

=após justificação, se houver necessidade de prova testemunhal • - Art. 928, parágrafo único: se for deferida contra pessoa juridica de direito

público, há necessidade de prévia oitiva dos respectivos representantes judiciais

• SENTENÇA –

• - Revela-se objetivamente complexa, tendo em vista a possibilidade de cumulação de pedidos.

• - A tutela principal (possessoria) é satisfeita pelo rito do art. 461-A • - Eventual pedido cominatório seguirá o regime do art. 461.

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• APELAÇÃO

• - Efeitos devolutivo e suspensivo, se o pedido

é julgado improcedente

• - Efeito somente devolutivo, se confirmar a

liminar.

Referências

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