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Sistemas Agro Industriais. Prof. Vanderley de Oliveira

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Academic year: 2021

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Prof. Vanderley de Oliveira

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SUMÁRIO

Introdução 4

Capítulo 1. Gerenciamento de sistemas agroindustriais: definicões e correntes metodológicas 1.1. Noções de commodity systema approach ( CSA ) e agribusiness 6

1.2. Análise de filière (= CADEIAS DE PRODUÇÃO ) 7

1.3. Análise do sistema agroindustrial ( SAI ) 13

1.3.1. Sistema agroindustrial (SAI) 13

1.3.2. Complexo agroindustrial ( CAI ) 16

1.3.3. Cadeia de produção agroindustrial ( CPA ) 16 1.4. Análise da cadeia de suprimentos: Supply Chain Management (SCM )

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3

Objetivos gerais

1. Visualizar a cadeia produtivas de um modo integral e no enfoque sistêmico;

2. Conhecer a organização com destaque para a identificação dos agentes técnico -econômicos e produtos que compõem;

3. Apresentar os principais canais de comercialização por onde passam os produtos, desde o produtor rural até o consumidor final;

4. Logística e Cadeias de Suprimentos;

5. Analisar a situação mundial, nacional e local da produção, consumo e comércio dos produtos e subprodutos mais importantes da cadeia produtiva;

6. Conhecer o processo de formação dos preços nos diferentes níveis de mercado;

7. Identificar os elos dinâmicos que trazem maior movimentação à cadeias produtiva “ forças impulsoras e restritivas “ e competitividade de cada segmento;

8. Maximizar a eficácia política-administrativa das ações públicas;

Objetivos específicos

 Definição e delimitação da cadeia a ser estuda: Introdução; Importância e Objetivos  Procedimento metodológicos: Desenvolvimento do projeto;

 Levantamento de antecedentes: Coordenação e modelagem

 Identificação de agentes chaves da cadeia: produção; industrialização e comercialização;

 Pesquisa de campo: Modelagem regional

 Sistematização das informações: Custos de produção; Estudo de Mercado .  Definição de políticas e estratégias: competitivas; corporativas e organizacional  Priorização das medidas propostas

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4

Introdução

Conhecendo o processo de evolução da agricultura brasileira, este dinâmico setor da economia, que, em 2004, foi responsável por um PIB em torno de R$ 524,46 bilhões (praticamente 1/3 do nacional), exportações da ordem de US$ 36,038 bilhões (cerca de 35% das vendas externas), que resultaram em um saldo comercial de US$ 31,578 bilhões e responde por, aproximadamente, 37% dos postos de trabalho, podemos entender a necessidade de se estabelecer um conceito mais amplo para agricultura, mediante o uso do termo agronegócio.

O termo agronegócio, decorre do vocábulo agribusiness, idealizado por dois norte-americanos, John Davis e Ray Goldberg, professores da Universidade de Harvard, que, em 1957, assim o definiram:

"(...) o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação

dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades

agropecuárias, até o processamento, distribuição e consumo dos produtos

agropecuários in natura ou industrializados.."

Por conseguinte, de acordo com essa abordagem, a agricultura assume a dimensão de agronegócio, integrando diversos Complexos Agroindustriais e aquelas atividades que, em virtude do menor grau de desenvolvimento científico, tecnológico e organizacional, ainda não soldaram relações estáveis com outros setores da economia. Adquire, assim, a conformação de um grande conjunto de negócios e atividades intimamente relacionadas nas suas respectivas cadeias produtivas, onde estão contidos, não só os setores intrinsecamente ligados à produção primária e industrial, mas, também, os segmentos de serviços (financeiros, logística, classificação, marketing, pesquisa, extensão rural, defesa agropecuária), públicos ou privados.

O conceito de cadeia produtiva é de introdução recente no cenário das instituições voltadas para o desenvolvimento da agropecuária brasileira. Deriva-se do conceito do agronegócio, por um lado, e das filières descritas na literatura francesa, como uma forma de modelar as complexas relações que ocorrem para que a produção agrícola aconteça e chegue ao consumidor final.

LÍRIO ( 2007), define Cadeia Produtiva:

"(...) o conjunto de atividades econômicas que se articulam progressivamente desde o início da elaboração de um produto. Isso inclui desde as matérias-primas,

insumos básicos, máquinas e equipamentos, componentes, produtos intermediários

até o produto acabado, a distribuição, a comercialização e a colocação do produto

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5 Uma cadeia produtiva é composta por elos. Podemos classificar, de uma maneira geral, os elos da cadeia em: Produtores; Processadores; Atacadistas; Distribuidores; Prestadores de Serviços; Varejistas e Consumidores..

Como toda inovação, há todo um esforço para ser conduzido, no sentido de estabelecer conceitos, construir instrumentos analíticos, metodologias, técnicas, validá-los e comunicá-los àqueles interessados no novo ramo do conhecimento. A principal motivação de estudo das cadeias produtivas é a determinação de gargalos tecnológicos e não-tecnológicos, que possam orientar a formulação de projetos e programas de gestão. Toda esta pesquisa, irá constituir num material de estudo interessante para os pretendentes se aprofundar nos mistérios e na complexidade do agronegócio e das suas correspondentes cadeias produtivas

O presente estudo, será constituído por 5 (= cinco ) capítulos: Gerenciamento de Sistemas Agroindustriais; Enfoque Sistêmico no Agronegócio; Cadeia de Produção e Comercialização; Estratégias nas Cadeias Agroindustriais e Metodologias na Análises de Cadeias produtivas.

CAPÍTULO 1. Gerenciamento de Sistemas Agroindustriais

Introdução

Estudos dos problemas afetados ao sistema agroindustrial aponta originalmente, no cenário internacional, para dois principais conjuntos de idéias que geraram metodologias de análise distintas entre si. Embora defasados quanto ao tempo e quanto ao local de origem, estas duas vertentes metodológicas, que serão apresentados a seguir, guardam entre si muitos pontos em comum.

A primeira delas teve origem nos Estados Unidos, mais precisamente na Universidade de Harvard, através dos trabalhos de Davis e Goldberg. Coube a esses dois pesquisadores a criação do conceito de agribusiness e, através de um trabalho posterior de Goldberg, a primeira utilização da noção de commodity system approach ( CSA ).

Durante a década de 60, desenvolveu-se no âmbito da escola industrial francesa a noção de analyse de filière. Embora o conceito de filière não tenha sido desenvolvido especificamente para estudar a problemática agroindustrial, foi entre os economistas agrícolas e pesquisadores ligados aos setores rural e agroindustrial, que ele encontrou seus principais defensores. Com o sacrifício de algumas nuanças semânticas, a palavra filière será traduzida para o português pela expressão cadeia de produção e, no caso do setor agroindustrial, cadeia

de produção agroindustrial, ou simplesmente cadeia agroindustrial ( CPA ).

Esses dois conjuntos de idéias, amplamente discutidos na bibliografia nacional e estrangeira, permitem fundamentar discussões sobre a utilização de novas ferramentas gerenciais e conceituais aplicadas ao entendimento da dinâmica de funcionamento e a busca da eficiência dessas cadeias. Entre esses novos aportes teóricos e empíricos à noção de cadeia agroindustrial, pode-se destacar o conceito de Supply Chain Management ( SCM ), ou gestão da cadeia de suprimento, o conjunto de idéias ligadas à formação de redes de empresas e as iniciativas em termos de ECR ( Efficient Consumer Response ) ou “ Resposta Eficiente ao Consumidor “ .

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Definições e Correntes Metodológicas

Introdução

As idéias relativas ao caráter sistêmico e mesoanalítico das atividades agroindustriais, embora relativamente antigas nos Estados Unidos e na Europa, ganharam maior importância nos meios acadêmicos, empresariais e políticos brasileiros no final dos anos oitenta.

A partir dessa época, o conceito de cadeia produtiva passa a ser uma ferramenta largamente utilizada pelos pesquisadores brasileiros. O resultado é a multiplicação de estudos relativos à dinâmica de funcionamento do sistema agroindustrial brasileiro ( SAI ), abordando suas diversas peculiaridades regionais e/ ou setoriais, bem como a forma pela qual o SAI brasileiro insere-se em um contexto econômico mundial globalizado.

Outros fatores também contribuíram para renovar a atenção dispensada ao agronegócio nacional e pelo conceito de cadeia produtiva como seu instrumento de análise. A abertura comercial patrocinada pelo governo brasileiro, as indecisões nas políticas agrícolas e industrial , as crises financeiras mundiais, a desregulamentação de várias cadeias agroindustriais, bem como outros condicionantes macroeconômicos externos e internos ao país, levaram a desequilíbrios na balança comercial brasileira que evidenciaram de forma indubitável o papel importante que os produtos agroindustriais representam no equilíbrio das contas externas brasileiras.

Por outro lado, a importação de produtos agroindustriais, sobretudo alimentares, afetou de maneira importante algumas das principais cadeias agroindustriais brasileiras, induzindo novos padrões de competição. Esse fato também auxiliou na consolidação de novos padrões de consumo por parte da população brasileira, que começou, com o apoio do Código de Defesa do Consumidor, a exercer de maneira mais incisiva seus direitos de consumidor. Ainda ao longo desse período, a estrutura de distribuição concentrou-se substancialmente e vários grupos internacionais varejistas, com novas técnicas de gerenciamento (tecnologia de informação) e negociação, começaram a atuar no Brasil. Isso gerou uma considerável pressão sobre os empresários brasileiros, que também se viram compelidos a experimentar novas técnicas de estabelecimento de parcerias e alianças estratégicas. Nesse contexto, mais uma vez a noção de cadeia produtiva foi vista como capaz de proporcionar o arcabouço teórico que auxiliaria no estabelecimento de compromissos comuns entre as parte. A recente parceria entre a Confederação Nacional produtiva têxtil e da Pecuária de corte brasileira é emblemática da importância que o conceito alcançou junto ao meio empresarial. Nesse esforço, muito foi construído e aprimorado, assim como: Fundamentos teóricos, conceitos, metodologia de análise de cadeia produtiva foram criados, testados e aplicados em estudos no Brasil .

1.1. NOÇÃO DE COMMODITY SYSTEM APPROACH ( CSA ) E CONCEITO DE

AGRIBUSINESS

Os pesquisadores da Universidade de Harvard, John Davis e Ray Goldberg, já em 1957, enunciaram o conceito de agribusiness como sendo “ a soma das operações de

produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles “ .

Segundo esses autores, a agricultura já não poderia ser abordada de maneira in-dissociada dos outros agentes responsáveis por todas as atividades que garantiriam a produção, transformação, distribuição e consumo de alimentos. Eles consideravam as atividades agrícolas como fazendo parte de uma extensa rede de agentes econômicos que iam

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7 desde a produção de insumos, transformação industrial até armazenagem e distribuição de produtos agrícolas e derivados.

Goldberg, em 1968, utilizou a noção de commodity system approach para estudar o comportamento dos sistemas de produção da laranja, trigo e soja nos Estados Unidos. O sucesso desta aplicação deveu-se principalmente à aparente simplicidade e coerência do aparato teórico, bem como a seu grande grau de acerto nas previsões, citado por ZYLBERSZTAJN ( 1995 ). Cabe notar que ele efetuou um corte vertical na economia que teve como ponto de partida e principal delimitador do espaço analítico uma matéria-prima específica (laranja, café e trigo). Apesar de seguir uma lógica de encadeamento de atividades semelhantes à utilizada por Goldberg, a analyse de filière pode diferir, segundo o objetivo do estudo pretendido, no que tange, sobretudo, o ponto de partida da análise.

Os trabalhos de Goldberg, que tiveram como ponto de partida a matriz de produção de Leontief, tentam incorporar certo aspecto dinâmico a seus estudos através da consideração das mudanças que ocorrem no sistema ao longo do tempo. Esse enfoque dinâmico é ressaltado pela importância, assumida pela tecnologia como agente indutor destas mudanças. Este aspecto tecnológico é também bastante enfatizado pela analyse de filière.

Convém destacar que Goldberg, durante a aplicação do conceito de CSA, abandona o referencial teórico da matriz insumo-produto para aplicar conceitos oriundos da economia industrial. Assim, o paradigma clássico da economia industrial:

Estrutura Conduta Desempenho

Passa a fornecer os principais critérios de análise e de predição. A aplicação das ferramentas da economia industrial também pode ser encontrada em autores ligados á análise das cadeias de produção.

1.2. ANÁLISE DE FILIÈRE ( = CADEIAS DE PRODUÇÃO )

A análise de cadeias de produção é uma das ferramentas privilegiadas da escola francesa de economia industrial. Apesar dos esforços de conceituação empreendidos pelos economistas industriais franceses, a noção de cadeia de produção continua vaga quanto ao seu enunciado. MORVAN, citado por BATALHA et al. ( 2001 ), sintetiza e sistematiza estas idéias, enumerado em três séries de elementos que estariam implicitamente ligados a uma visão e, termos de cadeia de produção. .

1. A cadeia de produção é uma sucessão de operação de transformação dissociáveis, capazes de ser separados e ligados entre si por um encadeamento técnico.

2. A cadeia de produção é também um conjunto de relações comerciais e financeiras que estabelecem, entre todos os estados de transformação, um fluxo de troca, situado de montante e jusante, entre fornecedores e clientes.

3. A cadeia de produção é um conjunto de ações econômicas que presidem a valoração dos meios de produção e asseguram a articulação das operações

Segundo BATALHA et al. ( 2001) , uma cadeia de produção agroindustrial pode ser segmentada de jusante ( = diz-se lado de um curso de água, oposto a nascente, para o lado de baixo; no sentido do cliente final ) a montante ( = diz-se o que sobe do lado da nascente, da parte superior do curso de um rio, a partir de determinado ponto; no sentido de seus fornecedores ), em três macro segmentos.

Em muitos casos práticos, os limites desta divisão não são facilmente identificáveis. Além disso, esta divisão pode variar muito segundo o tipo de produto e segundo o objetivo da análise. Os três macro segmentos propostos são:

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8 a. Comercialização. Representa as empresas que estão em contato com o cliente final da cadeia de produção e que viabiliza o consumo e o comércio dos produtos finais (supermercados, mercearias, restaurantes, cantinas etc ). Podem ser

incluídos neste macrossegmentos as empresas responsáveis somente pela logística de distribuição.

b. Industrialização. Representa as firmas responsáveis pela transformação das matérias-primas em produtos finais destinados ao consumidor. O consumidor pode ser uma unidade familiar ou outra agroindústria.

c. Produção de primas. Reúne as firmas que fornecem as matérias-primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produção do produto final (agricultura, pecuária, pesca, piscicultura ).

Segundo, ZYLBERSZTJN (1994) acrescenta, ainda, que a competitividade de uma cadeia pode estar totalmente atrelada à sua capacidade de adaptar-se às mudanças dos padrões de preferência do consumidor.

CASTRO et al. (1996) concluem que, de uma forma geral, os principais objetivos perseguidos pelas cadeias produtivas, ou pelos seus componentes individualmente são:

a eficiência, a sustentabilidade, a qualidade e a equidade (= apreciação, julgamento justo )

1.2.1. Componentes da Cadeia produtiva

CASTRO et al. (1996), ilustram na Figura 1, uma típica cadeia agropecuária ou agroflorestal, com seus principais componentes e fluxos.

Figura 1 . MODELO GERAL DA CADEIA PRODUTIVA

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9 O esquema apresentado distingue os componentes mais comuns:

a ) Fornecedores de insumos: Referem às empresas que têm por finalidade ofertar produtos tais como: sementes, calcário, adubos, herbicidas, fungicidas, máquinas, implementos agrícolas e tecnologias.

b ) Propriedades agropecuárias ou agroflorestais, com seus diversos sistemas produtivos; c ) Processadores: São agroindustriais que podem pré-beneficiar, beneficiar, ou transformar os produtos in-natura. Exemplos: (a) pré-beneficiamento: São as plantas encarregadas da limpeza, secagem e armazenagem de grãos; (b) beneficiamento: são as plantas que padronizam e empacotam produtos como: arroz, amendoim, feijão e milho de pipoca; (c) transformação: são plantas que processam uma determinada matéria prima e a transforma em produto acabado, tipo: óleo de soja, cereal matinal, polvilho, farinha, álcool e açúcar.

d ) Comerciantes: Os atacadistas são os grandes distribuidores que possuem por função abastecer redes de supermercados, postos de vendas e mercados exteriores. Enquanto os varejistas constituem os pontos cuja função é comercializar os produtos junto aos consumidores finais.

e ) Mercado consumidor: É o ponto final da comercialização constituído por grupos de consumidores. este mercado pode ser doméstico, se localizado no país, ou externo quando em outras nações.

Segundo ZYLBERSZTAJN ( 1994), indica que a preocupação e objetivo dos estudos de

agribusiness estão centrados nos aspectos de coordenação das cadeias. Caracterizada como uma sequência de operação cabe a preocupação a respeito de como estas são coordenadas. Essa coordenação passa a ter maior importância naquelas cadeias expostas à competição internacional e especialmente às crescentes pressões dos consumidores, vistos como alvo final dessas cadeias ao qual estas devem continuamente adaptar-se.

Conforme a Figura . representa esquematicamente duas cadeias de produção agroindustrial (CPA) quaisquer. Essa figura apresenta duas CPA não lineares, visto que a operação 7 pode ser seguida das operações 9 e 12 ou da operação 10, que, segundo o caso, darão origem ao produto 1 ou 2. Este é geralmente o caso para a maior parte das CPA em que uma operação à montante pode alimentar várias outras situadas à jusante. Neste caso, pode-se falar de “ ligações divergentes “.

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10 Por outro lado, existem também “ ligações convergentes “ em que várias operações à montante darão origem a um número menor de operação à jusante. No caso do exemplo apresentado, as operações 4, 5 e 6 darão origem seja à operação 8, seja á operação 7. Não é raro encontrar no interior das CPA mecanismos de retroalimentação, onde um produto oriundo de uma etapa intermediária da CPA vá alimentar, nesta mesma CPA, outra operação situada à montante desta operação.

A lógica de encadeamento das operações, como forma de definir a estrutura de uma CPA, deve situar-se sempre de jusante a montante. Esta lógica assume implicitamente que as condicionantes impostos pelo consumidor final são os principais indutores de mudanças no status quo do sistema. Evidentemente, esta é uma visão simplificadora e de caráter geral, visto que as unidades produtivas do sistema também são responsáveis, por exemplo, pela introdução de inovações tecnológicas que eventualmente aportam mudanças consideráveis na dinâmica de funcionamento das cadeias agroindustriais. No entanto, estas mudanças somente são sustentáveis quando reconhecidas pelo consumidor como portadoras de alguma diferenciação em relação a situação de equilíbrio anterior.

Na verdade, é o formato destes “ caminhos tecnológicos “ que determinam, em grande parte, a viabilidade e a oportunidade do aparecimento das operações logísticas e de comercialização. O posicionamento da firma dentro do sistema., bem como o da concorrência, é facilmente identificável através da observação das operações pelas quais a firma é responsável no conjunto das atividades necessárias à elaboração do produto final.

BATALHA ( 2000), apresenta a Gestão dos negócios Agroalimentares, sintetizado na Figura 3.

Nas Figuras 3a 6, seguem exemplos e representações esquemáticas dos componentes do agronegócio, seus produtos e fluxos de comercialização.

CONSUMIDOR

DISTRIBUIÇÃO ( Atacado, Varejo e serviços )

PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA

ÍNDUSTRIA DE INSUMOS

( Máquinas, Implementos, Defensivos, Fertilizantes e Outros )

AGROINDÚSTRIA ( Indústria de Alimentos, Bebidas e Outras )

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Figura 4 . O AGRONEGÓCIO DO MILHO NO BRASIL

Figura 5 - FLUXO DE COMERCIALIZAÇÃO DO MILHO NO BRASIL

Fonte: Baseado em GUIMARÃES, 2001

Máquinas e Equipamentos Sementes Indústria de Defensivos e Fertilizantes Produção de Milho Produção de Milho Cooperativas Armazenagem Governo Rações (Pet food) Rações e Farelo Moagem via úmida : Amido, óleo, amilopectina, high maltose. Moagem via seca : Fubá, farinha, cuscuz, canjica, outros produtos Aves, Suínos, Bovinos Indústria de cervejas, refrigerantes e outros Snacks, sopas, cereais, misturas para bolo, matinais e outros Supermercad o Pequeno Varejo Mercado Institucional Fornecedores de Insumos, Máquinas e Equipamentos Produção Primária Comercialização e Armazenamento Processamento

Processamento Varejo Nacional eDistribuição e Internacional

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FIGURA 6 . CADEIA PRODUTIVA DO TRIGO

Em virtude da globalização, evolução dos mercados consumidores, e

implementações tecnológicas dos processos produtivos, o conceito de cadeia produtiva tem aprimorado.

Especificamente no caso de produtos de origem vegetal, cadeia produtiva pode ser visualizada como a ligação e inter-relação de vários elementos segundo uma lógica para ofertar ao mercado commodities agrícolas in natura ou processadas. Neste contexto conforme a metodologia proposta pela EMBRAPA, atuam neste sistema cinco segmentos constituídos dos seguintes atores (Figura ) (SCHULTZ, 2001 ).

Figura 7 - Representação esquemática de uma cadeia produtiva de produto de origem vegetal, segundo metodologia da EMBRAPA.

Fluxo de mercadoria Fluxo de capital

Ambiente Institucional: Leis, Normas, resoluções, Padrões de Comercialização

Ambiente Organizacional: Órgãos de Governo, Instituição de Crédito, Empresas de Pesquisa, Agências Credenciadas

Fornece-dores de Insumos Agricultores Sistemas produtivos 1,2,3,,,,,,, Processadores Agroindustrias Comerciantes Atacadistas Comerciantes Varejistas Mercado Consumidor

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13 a ) Fornecedores de insumos: Referem às empresas que têm por finalidade ofertar produtos tais como: sementes, calcário, adubos, herbicidas, fungicidas, máquinas, implementos agrícolas e tecnologias.

b ) Propriedades agropecuárias ou agroflorestais, com seus diversos sistemas produtivos; c ) Processadores: São agroindustriais que podem pré-beneficiar, beneficiar, ou transformar os produtos in-natura. Exemplos: (a) pré-beneficiamento: São as plantas encarregadas da limpeza, secagem e armazenagem de grãos; (b) beneficiamento: são as plantas que padronizam e empacotam produtos como: arroz, amendoim, feijão e milho de pipoca; (c) transformação: são plantas que processam uma determinada matéria prima e a transforma em produto acabado, tipo: óleo de soja, cereal matinal, polvilho, farinha, álcool e açúcar.

d ) Comerciantes: Os atacadistas são os grandes distribuidores que possuem por função abastecer redes de supermercados, postos de vendas e mercados exteriores. Enquanto os varejistas constituem os pontos cuja função é comercializar os produtos junto aos consumidores finais.

e ) Mercado consumidor: É o ponto final da comercialização constituído por grupos de consumidores. este mercado pode ser doméstico, se localizado no país, ou externo quando em outras nações.

Conforme a figura, os atores do sistema de cadeia produtiva estão sujeitos a influência de dois ambientes: Institucional e organizacional. O ambiente institucional refere aos conjuntos de leis ambientais, trabalhistas, tributárias e comerciais, bem como, as normas e padrões de comercialização. Portanto são instrumentos que regulam as transações comerciais e trabalhistas.

O ambiente organizacional é estruturado por entidades na área de influência da cadeia produtiva, tais como: agência de fiscalização ambiental, agência de créditos, universidades, centros de pesquisa e agências credenciadoras.

As agências credenciadoras podem ser órgãos públicos como às secretarias estaduais de agricultura ou empresas privadas. Estas em alguns casos possuem a função de certificar se um determinado segmento da cadeia atende quesitos para comercialização. isto ocorre, por exemplo, na certificação dos produtos com identidade Preservada ( IP ).

1.3. ANÁLISE DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL ( SAI )

No estudo da problemática agroindustrial no Brasil tem feito grande confusão entre as

expressões Sistema Agroindustrial, Complexo Agroindustrial, Cadeia de Produção Agroindustrial e Agronegócio. Nesta disciplina, o termo agrobusiness será considerado sinônimo de agronegócio. Essas expressões, embora afetas ao mesmo problema, representam espaços de análise diferentes e prestam-se a diferentes objetivos. Na verdade, cada uma delas reflete um nível de análise do Sistema Agroindustrial.

1.3.1. SISTEMA AGROINDUSTRIAL ( SAI )

O SAI pode ser considerado o conjunto de atividades que concorrem para a produção agroindustriais, desde a produção dos insumos (sementes, adubos, máquinas agrícolas etc ) até a chegada do produto final (queijo, biscoito, massas etc ) ao consumidor. Ele não está associado a nenhuma matéria-prima agropecuária ou produto final específico. O SAI, tal como é entendido nos conceitos anteriores, aproxima-se bastante da definição inicial de agribusiness proposta por Goldberg ou da definição de Sistema Agralimentar proposta por Malassis. Na verdade, o SAI, quando apresentado desta forma, revela-se de pouca utilidade prática como ferramenta de gestão e de apoio à tomada de decisão.

O SAI pode ser visto como sendo composto por seis conjunto de atores: 1. agricultura, pecuária e pesca;

2. indústria agroalimentares (IAA); 3. distribuição agrícola e alimentar; 4. comércio internacional;

5. consumidor;

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14

Figura 8 . AGENTES FORMADORES DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL

Fonte: Batalha, et. al ( 2001 )

Figura 9 . SISTEMA AGROINDUSTRIAL

O Sistema Agroindustrial ( SAI ), pode ser dividido em:

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15

FIGURA 10. REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL DO LEITE NO BRASIL.

Fonte: Baseado em Galan, 2000

FIGURA 11. SISTEMA AGROINDUSTRIAL DO LEITE NO BRASIL: FLUXO DA COMERCIALIZAÇÃO DO LEITE E DERIVADOS

Fonte: Barros et al., 2002

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16

ESTUDO DE CASO

Quadro 1. As unidades socioeconômicas de produção que formam o SAI – Cadeia de produção agroindustrial da manteiga, margarina e requeijão.

atenção : SAI não está associado a nenhuma matéria-prima. CAI tem como ponto de partida a matéria-prima.

1.3.2. COMPLEXO AGROINDUSTRIAL ( CAI )

O Complexo Agroindústria, tem como ponto de partida a matéria prima de base.

Desta forma, pode-se-ia, por exemplo, fazer alusão ao complexo Soja; complexo leite; complexo cana de açúcar, complexo café, etc. A arquitetura deste complexo agroindustrial seria ditada pela “explosão “da matéria-prima principal que o originou, segundo os diferentes processos industriais e comerciais que ela pode sofrer até se transformar em diferentes produtos finais. Assim, a formação de um complexo agroindustrial exige a participação de um conjunto de cadeias de produção, cada uma delas associada a um produto ou família de produtos.

1.3.3. CADEIA DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL

Conforme visto anteriormente, ao contrário do COMPLEXO AGROINDUSTRIAL, uma cadeia de produção é definida a partir da identificação de determinado produto final. Após esta identificação, cabe ir encadeando , de jusante a montante, as várias operações técnicas, comerciais e logísticas, necessárias a sua produção. A Figura . a título de exemplo, apresenta as cadeias de produção da manteiga, margarina e requeijão. .

Existe ainda outro nível de análise representada pelas dita Unidades Socioeconômicas de Produção (Usep) que participam em cada cadeia. São estas unidades que asseguram o funcionamento do sistema. Elas têm a capacidade de influenciar e serem influenciadas pelo sistema no qual estão inseridas. No caso do SAI, as Usep apresentam uma variedade de formas muito grande. Não existem, porém, dúvidas de que a eficiência do sistema como um todo passa pela eficiência de cada um destas unidades. Este é um dos motivos e importância de estudar as cadeias de produção

Segundo BATALHA ( 2001 ), o termo agribusiness, quando transcrito para o português, deve necessariamente vir acompanhado de um complemento delimitador. Assim, a palavra agribusiness ou agronegócio não está particularmente associada a nenhum nível de análise apresentada anteriormente. O enfoque pode partir do mais global ( agribusiness brasileiro ) ao mais específico ( agribusiness da soja ou do suco de laranja )

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17 Figura 12. Cadeia de produção da manteiga, margarina e requeijão

Fonte: BATALHA, M. O. Op. Cit.

Conforme ZYLBERSZTAJN ( 1994 ) indica que a preocupação e objetivo dos estudos de agribusiness estão centrados nos aspectos da coordenação das cadeias. Caracterizada como uma seqüência de operações, cabe a preocupação a respeito de como estas são coordenadas. Essa coordenação passa a ter maior importância naquelas cadeias expostas à competição internacional e especialmente às crescentes pressões dos consumidores, vistos como alvo final dessas cadeias ao qual estas devem continuamente adaptar-se.

Acentua, ainda, que à percepção de que existe um ator de fundamental importância – o consumidor final do produto gerado pela cadeia – pode ser estendido a percepção de que existem vários atores ao longo da cadeia que contribuem ou interferem de algum modo na terminação do produto. Assim, cada ação tecnicamente independente ao longo da cadeia é executada por um agente especializado que irá relacionar-se diretamente com um ou mais agentes também ligados à cadeia. O objetivo final é a produção de um bem ou serviço para o “ maestro final “, o consumidor, na ponta do consumo ( ZYLBERSZTAJN, 1994 ). De outra forma colocada, as cadeias produtivas objetivam suprir o consumidor final de produtos em qualidade e quantidade compatíveis com as suas necessidades e a preços competitivos. Por essa razão para CASTRO et al. (1996) é muito forte a influência do consumidor final sobre os demais componentes da cadeia e é importante conhecer as demandas desse mercado consumidor para garantir a sustentabilidade à cadeia produtiva.

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18 ZYLBERSZTAJN (1994) e CASTRO et al. (1996) nas metodologias que apresentam, propõem que se estude as cadeias de trás para frente, isto é, que se identifique em primeiro lugar o consumidor, suas características e padrões de preferência, tendências de mudanças desses padrões, formas de organização social e capacidade de interferir sobre a cadeia. Concordam, também, que o consumidor passa a ser o elemento dinamizador das cadeias agro-industriais na sua visão moderna. ZYLBERSZTAJN ( 1994 ) acrescenta, ainda, que a competitividade de uma cadeia pode estar totalmente atrelada à sua capacidade de adaptar-se às mudanças dos padrões de preferência do consumidor.

CASTRO et al. (1996) concluem que, de uma forma geral, os principais objetivos perseguidos pelas cadeias produtivas, ou pelos seus componentes individualmente, são: a eficiência, a sustentabilidade, a qualidade e a equidade.

A literatura aponta cinco principais utilização para o conceito de cadeia de produção: 1. Metodologia de divisão setorial do sistema produtivo;

2. Formulação e análise de políticas públicas e privadas; 3. Ferramenta de descrição técnica-econômica;

4. Metodologia de análise da estratégia das firmas;

5. Ferramenta de análise das inovações tecnológicas e apoio à tomada de decisão tecnológica. Figura 13. Cadeia agroindustrial do milho

1.4. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ( Supply Chain Management )

Nas duas última décadas, alguns novos aportes teóricos surgiram na literatura de Economia e Administração e têm sido, em maior ou menor escala, utilizados para expandir e aprofundar a noção de cadeia agroindustrial. A necessidade de dar respostas mais rápidas às oportunidades de negócios tem relação direta com a capacidade de coordenação entre as atividades de produção e de distribuição desenvolvidas pelas empresas ao longo de uma cadeia de produção.

A gestão desse conjunto de etapas é o que alguns autores primeiramente chamaram de Supply Chain Management ou Gestão de Gestão de cadeia de Suprimentos.

A noção básica de Supply Chain Management ou Gestão da cadeia de Suprimentos, segundo BOWERSON ( 1992 ), citado por BATALHA ( 2001 ) é baseado na crença de que a eficiência ao longo do canal de distribuição pode ser melhorada pelo compartilhamento de informação e do planejamento conjunto entre seus diversos agentes. De acordo com HANDFIELD ( 1999 ), a gestão da cadeia de suprimento pressupõe a integração de todas as

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19 atividades da cadeia mediante melhoria nos relacionamentos entre seus diversos elos ou agentes, buscando construir vantagens competitivas sustentáveis. Os autores ressaltam que essas organizações, longe de serem agentes passivos na satisfação da demanda, preocupando-se apenas em suprir produtos e preocupando-serviços no lugar, quantidade, qualidade e preços esperados, atuam também como agentes estimuladores dessa demanda. Ou seja, o canal deve ser visto como uma rede de empresas independentes que agem em sintonia de forma a criar valor para o usuário final por meio da distribuição de produtos.

A busca desta sintonia é exatamente o que a gestão de cadeias de suprimentos objetiva. Contudo, a grande questão com que se defrontam atualmente os varejos, indústrias e prestadores de serviços é como construir essa sintonia, aumentando a competitividade de toda a cadeia. Essa sintonia deve ficar claro, não envolve apenas as atividades de logística – entendidas como todas as atividades que envolvem colocar produtos disponíveis, onde e quando são desejados por seus consumidores, e sim a gestão de todos os processos envolvidos. De acordo com COOPER et al . , a diferença fundamental entre os conceitos de Gestão de Cadeia de Suprimentos ( SCM ) e o de Gestão da Logística Integrada ( GLI ) refere-se ao fato de que os relacionamentos e mesmo as parcerias entre empresas no caso do SCM envolvem uma gama maior de processose funções do que no caso do GLI. Ou seja, o SCM no entender dos autores acaba por interferir e modificar muitos processos organizacionais sob os quais a Logística não teria poder, nem conhecimento para interferir. Um exemplo claro disso pode ser visualizado na implementação de algumas ferramentas de ECR ( Efficient Consumer Response ) como o EDI ou troca eletrônica de dados entre indústrias de alimentos e varejistas.

Portanto a gestão dos relacionamentos intra e interorganização são um ponto essencial, dado que, ao longo de uma cadeia produtiva qualquer, haverão organizações de diferentes tipos interagindo. Outro ponto importante é o fato de a SCM incluir um fluxo bidirecional de produtos/serviços e informações inerentes às atividades gerenciais e operacionais. Um último ponto de destaque é que a SCM tem como objetivo oferecer maior valor ao cliente, como o uso adequado de recursos disponíveis, com vistas a obter vantagens competitivas para toda a cadeia.

A base conceitual para operacionalização da Gestão da Cadeia de Suprimentos é composta, segundo COOPER et al. ( 1997 ), de três elementos relacionados: a estrutura da cadeia de suprimentos, os componentes de gestão e os processos de negócios. Observa-se na Figura a representação dinâmica desse três elementos

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FIGURA 14 REPRESENTAÇÃO DINÂMICA DA ESTRUTURA DE GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

A estrutura da Cadeia de Suprimentos é a configuração que as empresa vão assumir

dentro de uma cadeia de suprimento qualquer. Dificilmente, uma empresa participará de apenas uma cadeia de suprimentos. Por outro lado, nem sempre será interessante, no entender de COOPER et al. ( 1997 ), que uma empresa mantenha relações próximas ou de parceria como todos os elos ou pontos da cadeia. Sempre existirão fornecedores e clientes-chave, o que ocasionará diferença na importância e no tratamento de cada componente ou atividade da gestão da cadeia de suprimentos entre diferentes pares de parceiros.

Os componentes (ou atividades) de gestão são os elementos por intermédio dos quais os processos de negócio são estruturados e gerenciados. Podem existir em nível de cada empresa ou de toda a cadeia. O uso de grupos ou equipes de trabalho de diferentes áreas funcionais torna-se coerente e melhora todo o processo.

Com base em uma revisão na literatura. COOPER et al. Sugerem alguns componentes importantes:

 Planejamento e controle de atividades;  Estrutura de trabalho ( tarefas )

 Redes de matéria-prima (suprimentos/fornecedores), manufatura e distribuição de produtos;

 Estrutura de fluxo de informação ( tecnologia de informação );  Linha de produtos (desenvolvimento + produção )

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21  Estrutura de poder e liderança;

 Distribuição de riscos e recompensas;  Cultura corporativa ao longo da cadeia.

Os processos de negócios referem-se às atividades que dão origem a resultados específicos em termos de valor para um cliente ou mercado específico. Podem incluir processos que cruzam os limites intra e interorganizacionais, como gestão dos relacionamento com clientes, gestão de serviços ao cliente, gestão da demanda, atendimento de pedidos, gestão de fluxo de produção, atividades de suprimento e desenvolvimento de produto e comercialização.

Resumo

O conceito de cadeia produtiva é de introdução recente no cenário das instituições voltadas para o desenvolvimento da agricultura Brasileira. Deriva-se do conceito do agronegócio, por um lado, e das filières descrito na literatura francesa, como uma forma de modelar as complexas relações que ocorrem para a produção agrícola aconteça e chegue ao consumidor final. Os dois principais conjuntos de idéias que impulsionaram os estudos dos problemas agroindustriais: as noções de commodity system approach (CSA) e de cadeia de produção agroindustrial – CPA (ou analyse de filière ). Os vários níveis de análise do sistema agroindustrial ( SAI ) também foram definidos e discutidos quanto a sua aplicabilidade. A principal motivação de estudo e a determinação de gargalos tecnológicos e não-tecnológicos, que possam orientar a formulação de projetos e programas de gestão. Toda esta pesquisa, irá constituir num material de estudo interessante para os pretendentes se aprofundar nos mistérios e na complexidade do agronegócio e das suas correspondentes cadeias produtivas.

Atividades

1 - Exercícios

1. Quais as principais diferenças e semelhanças entre os conceitos de commodity system e o de filière ?

2. Como a noção de cadeia de produção agroindustrial pode ser utilizada para estudar as inovações tecnológicas no SAI ?

3. Defina uma cadeia de produção agroindustrial ?

4. Quais as diferenças entre complexo agroindustrial e cadeia de produção agroindustrial ?

5. Dê um exemplo de complexo agroindustrial e defina as principais cadeias de produção que o compõe. Identifique, no interior deste complexo, as operações-nó e as operações divergentes (se for o caso) que o caracterizam. Defina ainda suas principais etapas de produção ?

6. Quais os níveis de análise do SAI ?

7. Enumere os agentes formadores do SAI e comente as interações que existem entre eles.

8. O que é SCM e como ele pode ajudar na coordenação da cadeia produtiva ?

FONTE:

BATALHA, M. O. ( coord.) Gestão Agroindustrial 1: GEPAI: Grupo de estudo e Pesquisas Agroindustriais. São Paulo: Atlas, 2001. p 690

BATALHA, M. O. ( coord.) Gestão Agroindustrial 2: GEPAI: Grupo de estudo e Pesquisas Agroindustriais. São Paulo: Atlas, 1999. 383 p.

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