03 de março de 2015
ENCERRAMENTO DE CONTAS
PERÍODO DE TRIBUTAÇÃO DE 2014
José Soares Roriz
• A declaração modelo 22, a submeter até 31/05/2015,
pode integrar os seguintes documentos:
• Anexo A – Derrama
• Anexo B – Regime Simplificado
(rendimentos até 2010)• Anexo C – Regiões Autónomas
• Anexo D – Benefícios Fiscais
• Anexo E – Regime Simplificado
(rendimentos de 2014)
A DECLARAÇÃO MODELO 22
4
• Na declaração referente a 2014 deve ser assinalada
a dimensão da empresa:
• Caso assinalem “Não”, as empresas não poderão usufruir de todos os benefícios e deduções que exigem esta qualificação, entre os quais a DLRR, a remuneração convencional do capital., a aplicação da taxa de IRC de 17%.
• Caso não tenham solicitado a certificação junto do IAPMEI, devem estar em condições de comprovar a mesma.
A DECLARAÇÃO MODELO 22
• Conceito de PME (DL n.º 372/2007, de 06/11) 5 Categoria de empresa Efetivos Volume de negócios Balanço total Média < 250 < 50 milhões de euros < 43 milhões de eurosPequena < 50 < 10 milhões de euros < 10 milhões de euros
Micro < 10 < 2 milhões de euros < 2 milhões de euros
• O Quadro 07 destina-se ao apuramento do lucro
tributável/prejuízo fiscal,
que corresponde ao
resultado
líquido
do
período
apurado
na
contabilidade (campo 701), eventualmente corrigido
nos termos do Código do IRC e outras disposições
legais aplicáveis.
(art.º 17.º CIRC)
A DEDUTIBILIDADE DOS GASTOS
(artigos 23.º e 23.º-A do Código do IRC)
A REFORMA DO IRC
• Dedutibilidade de gastos
(artigo 23.º)- Com a atual Reforma:
“1 – Para a determinação do lucro tributável, são
dedutíveis todos os gastos e perdas incorridos
ou suportados pelo sujeito passivo para obter
ou garantir os rendimentos sujeitos a IRC.”
• Comprovação…
9
A REFORMA DO IRC
• Dedutibilidade de gastos
(artigo 23.º)“3 – Os gastos dedutíveis nos termos dos números
anteriores
devem
estar
comprovados
documentalmente, independentemente da
natureza ou suporte dos documentos utilizados
para esse efeito.”
• Já não será assim no caso de gastos relacionados com
a aquisição de bens ou serviços… (n.
os4 e 5).
• Dedutibilidade de gastos (artigo 23.º)
• Estabelece-se que o documento comprovativo da aquisição de bens ou serviços terá de conter pelo menos os seguintes elementos:
(i) nome ou denominação social do vendedor e do adquirente, (ii) NIF de ambas as entidades, se residentes em território nacional;
(iii) quantidade e denominação dos bens adquiridos/dos serviços prestados; (iv) preço e
(v) data de aquisição.
• Sempre que nos termos do Código do IVA haja obrigação de
emissão de fatura, esta será o documento comprovativo exigível.
A REFORMA DO IRC
• Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais (artigo 23.º-A)
• Entendeu-se que a disposição contida no artigo 45.º,
que definia os encargos não dedutíveis para efeitos
fiscais, devia ficar, em termos de estrutura do Código,
junto do artigo 23.º.
• Assim, o seu conteúdo, com as alterações que se
achou por bem introduzir-lhe,
passou a integrar o
artigo 23.º-A
.
A REFORMA DO IRC
• Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais (artigo 23.º-A)
• Na alínea a) do n.º 1 deste artigo, passou a prever-se
expressamente que as
tributações autónomas
não
são fiscalmente aceites.
13
A REFORMA DO IRC
• Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais (artigo 23.º-A)
• Por ter sido alterada a fórmula prevista no artigo 23.º
para a aceitação dos gastos e perdas, passou a
prever-se expressamente, agora na alínea b) do novo artigo
23.º-A,
a não aceitação das despesas não
documentadas.
• Pela mesma razão, também as
despesas ilícitas
foram
previstas neste artigo 23.º-A, na alínea d) do n.º 1.
(constavam no art.º 23.º, n.º 2).
• Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais (artigo 23.º-A)
• Quanto às
despesas ou encargos não devidamente
documentados, que constavam da alínea g) do n.º 1 do
artigo 45.º, não foram reproduzidos no artigo 23.º-A, já que passaram a integrar o artigo 23.º, nos n.os 3 e 4, e, por essa via,a alínea c) do n.º 1 do artigo 23.º-A passou a referir:
• “encargos cuja documentação não cumpra o disposto
nos n.
os3 e 4 do artigo 23.º”.
A REFORMA DO IRC
• Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais (artigo 23.º-A)
• Relativamente a
multas, coimas e demais encargos
pela prática de infrações,
que na alínea d) do artigo
45.º davam expressão autónoma aos juros
compensatórios, passaram a incluir também os
juros
de mora,
em qualquer caso se estiverem em causa
infrações que não tenham origem contratual.
• Foram ainda acrescentados os
gastos decorrentes de
comportamentos
contrários
a
qualquer
regulamentação sobre o exercício da atividade.
A REFORMA DO IRC
• Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais (artigo 23.º-A)
• Na alínea m) do n.º 1 do artigo 23.º-A está tratada a
questão dos
juros de suprimentos,
que não são
dedutíveis para efeitos de IRC na parte em que
excedam a taxa definida em Portaria.
• A taxa em causa encontra-se definida na
Portaria n.º
279/2014, de 31/12
– taxa Euribor a 12 meses do dia
da constituição da dívida acrescida de um spread de
6%, caso estejam em causa PME, ou de 2%, nos
demais casos.
17
A REFORMA DO IRC
• Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais (artigo 23.º-A)
• O n.º 3 do novo artigo 23.º-A não corresponde a
qualquer disposição pré-existente no Código do IRC e
estabelece a
não aceitação como gasto das perdas
apuradas em partes de capital de sociedades
“off-shore”.
Mas vejamos o conteúdo do artigo 23.º-A do
Código do IRC, que nos indica quais os encargos
que não são dedutíveis para efeitos fiscais.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
20
a) O IRC, incluindo as tributações autónomas, e
quaisquer outros impostos que direta ou
indiretamente incidam sobre os lucros.
• Engloba, entre outros, a estimativa do imposto (que inclui a derrama), as correções de estimativa de imposto de exercícios anteriores que tenham sido contabilizados como gastos, os impostos diferidos que tenham sido contabilizados a débito na conta 8122 – Imposto diferido e ainda os pagamentos especiais por conta que sejam desreconhecidos como ativo, quando se tenha esgotado o prazo de dedução.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
21
b) As despesas não documentadas.
• Inserem-se na previsão desta norma os encargos
suportados que não tenham qualquer suporte
documental, não permitindo, consequentemente,
identificar a entidade beneficiária do pagamento efetuado.
• Estas despesas estão sujeitas a tributação autónoma.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
22
c) Os encargos cuja documentação não cumpra o
disposto dos n.ºs 3 e 4 do art.º 23.º, bem como os
encargos evidenciados em documentos emitidos
por sujeitos passivos com número de identificação
fiscal inexistente ou inválido ou por sujeitos
passivos cuja cessação de atividade tenha sido
declarada oficiosamente nos termos do n.º 6 do
artigo 8.º.
d) As despesas ilícitas, designadamente as que
decorram de comportamentos que fundadamente
indiciem
a
violação
da
legislação
penal
portuguesa, mesmo que ocorridos fora do alcance
territorial da sua aplicação.
• Trata-se de não permitir que o sujeito passivo tire vantagens de comportamentos (realização de despesas ilícitas) que violem a lei, nomeadamente a lei penal.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
24
e) As multas, coimas e demais encargos, incluindo os
juros moratórios e compensatórios, de qualquer
natureza, pela prática de infrações de qualquer
natureza, que não tenham origem contratual, bem
como por comportamentos contrários a qualquer
regulamentação sobre o exercício da atividade
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
25
f) Os impostos, taxas e outros tributos que incidam
sobre terceiros, que o sujeito passivo não esteja
legalmente autorizado a suportar.
• Tendo em consideração esta limitação, deve ser dada especial atenção às situações em que o sujeito passivo, às vezes por razões de ordem comercial, decide suportar impostos, taxas e outros tributos que estão acometidos legalmente aos seus clientes ou parceiros comerciais. • Um exemplo será o imposto do selo das letras, que é
encargo legal do sacado, mas, por vezes, este liquida e paga o imposto do selo, mas não o debita ao sacado.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
26
g) As indemnizações pela verificação de eventos cujo
risco seja segurável.
• Quando um sujeito passivo de IRC constitui um seguro para acorrer a determinado risco, os prémios pagos são, em regra, fiscalmente dedutíveis.
• É no âmbito da constatação de que, em cumprimento das regras de boa gestão, o sujeito passivo devia ter contratado um seguro, que se desconsideram fiscalmente os gastos incorridos com indemnizações concedidas a terceiros e que o sujeito passivo teve de suportar por não efetuado esse seguro.
h) As ajudas de custo e os encargos com a compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não faturados a clientes, escriturados a qualquer título, sempre que a entidade patronal não possua, por cada pagamento efetuado, um mapa através do qual seja possível efetuar o controlo das deslocações a que se referem aqueles encargos, designadamente os respetivos locais, tempo de permanência, objetivo e, no caso de deslocação em viatura própria do trabalhador, identificação da viatura e do respetivo proprietário, bem como o número de quilómetros percorridos, exceto na parte em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
28
i) Os encargos com o aluguer sem condutor de
viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na parte
correspondente ao valor das depreciações dessas
viaturas que, nos termos das alíneas c) e e) do n.º 1
do artigo 34.º, não sejam aceites como gastos.
• Abrange os contratos de aluguer efetuados por um períodosuperior a três meses ou inferior a esse prazo, desde que renovável, quando pelas normas contabilísticas sejam classificados como locações operacionais.
• Pretende-se com esta disposição conceder-lhe tratamento fiscal semelhante ao da aquisição direta, em obediência ao princípio da neutralidade (Ver Circular n.º 24/91).
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
29
j) Os encargos com combustíveis na parte em que o
sujeito passivo não faça prova de que os mesmos
respeitam a bens pertencentes ao seu ativo ou por
ele utilizados em regime de locação e de que não
são ultrapassados os consumos normais.
• Resulta desta disposição que estão excluídos os encargos com combustíveis suportados pelo sujeito passivo, quando não digam respeito a viaturas que pertençam à empresa e que nela estejam registadas como ativo ou que sejam utilizadas pela empresa através de um contrato de locação (operacional).
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
30
k) Os encargos relativos a barcos de recreio e
aeronaves de passageiros que não estejam afetos
à exploração do serviço público de transportes
nem se destinem a ser alugados no exercício da
atividade normal do sujeito passivo.
l) As menos-valias realizadas relativas a barcos de
recreio, aviões de turismo e viaturas ligeiras de
passageiros ou mistas, que não estejam afetos à
exploração de serviço público de transportes nem
se destinem a ser alugados no exercício da
atividade normal do sujeito passivo, exceto na parte
em que correspondam ao valor fiscalmente
depreciável nos termos da alínea e) do n.º 1 do
artigo 34.º ainda não aceite como gasto.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
32
m) Os juros e outras formas de remuneração de
suprimentos e empréstimos feitos pelos sócios à
sociedade, na parte em que excedam a taxa
definida por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças, salvo no caso
de se aplicar o regime estabelecido no art.º 63.º.
• A portaria em causa é a Portaria n.º 279/2014, de 30 dedezembro, que fixa uma taxa correspondente à taxa
Euribor a 12 meses do dia da constituição da dívida acrescida de um spread de 6% para as PME e de 2% para as restantes.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
33
n) Os gastos relativos à participação nos lucros por
membros de órgãos sociais e trabalhadores da
empresa, quando as respetivas importâncias não
sejam pagas ou colocadas à disposição dos
beneficiários até ao fim do período de tributação
seguinte.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
34
o) Sem prejuízo da alínea anterior, os gastos relativos
à participação nos lucros por membros de órgãos
sociais, quando os beneficiários sejam titulares,
direta ou indiretamente, de partes representativas
de, pelo menos, 1% do capital social, na parte em
que exceda o dobro da remuneração mensal
auferida no período de tributação a que respeita o
resultado em que participam.
p) A contribuição sobre o setor bancário.
• A contribuição sobre o setor bancário foi instituída pela Lei do Orçamento do Estado para 2011 (Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro) e está regulamentada pela Portaria n.º 121/2011, de 30 de março.
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
36
q) A contribuição extraordinária sobre o setor
energético.
• Trata-se de uma contribuição extraordinária criada pelo art.º 228.º da Lei n.º 83.º-C/2013, de 31 de dezembro (que aprovou o OE/2014).
ANÁLISE DO ARTIGO 23.º-A
37
r) As importâncias pagas ou devidas, a qualquer título,
a pessoas singulares ou coletivas residentes fora do
território português e aí submetidas a um regime
fiscal identificado por portaria do Governo
responsável pela área das Finanças como um
regime de tributação claramente mais favorável,
salvo se o sujeito passivo puder provar que tais
encargos correspondem a operações efetivamente
realizadas e não têm um caráter anormal ou um
montante exagerado.
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS NEGATIVAS
(artigo 24.º do CIRC)
Exemplo
• Uma empresa que iniciou a sua atividade em 2010, nunca distribuiu resultados, apesar de ter apurado lucros desde o início da atividade.
• No período de tributação de 2014 apurou um resultado líquido positivo de € 250.000, tendo decidido atribuir gratificações aos funcionários no valor de € 50.000.
• Estas gratificações são dedutíveis no campo 704 do quadro 07 da declaração modelo 22 de 2014.
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS POSITIVAS
(artigo 24.º do CIRC)
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
41
Exemplos de variações patrimoniais positivas:
• O acréscimo patrimonial resultante da “aquisição” de um bem do ativo fixo tangível na sequência de uma doação (contabilizada na conta 594 – Doações).
• Os subsídios do Governo não reembolsáveis relacionados com ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis não depreciáveis.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
42
Exemplo 1 - Doação de um imóvel
• Uma empresa recebeu uma doação de um imóvel, cujo valor de mercado ascende a 150.000 euros.
• Na contabilidade a empresa registou o imóvel no ativo, por contrapartida da conta “594 – Doações”.
• Terá, contudo, de efetuar a seguinte correção no quadro 07:
Campo 702
Variações patrimoniais positivas não refletidas no resultado do período (art.º 21.º) e quota parte do subsídio respeitante a ativos fixos tangíveis não depreciáveis e ativos intangíveis com vida útil indefinida
Exemplo 2 - Aquisição de um terreno com subsídio ao investimento não reembolsável
• Os dados desta operação são os seguintes: – Custo de aquisição do terreno: 100.000 € – O terreno não é depreciável
– Subsídio: 15%
• Cálculo do valor do rendimento (artigo 22.º): Subsídio (10 anos): 15.000 : 10 = 1.500 €
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
44
• Correção a efetuar no quadro 07:
Campo 702
Variações patrimoniais positivas não
refletidas no resultado do período (art.º 21.º) e quota parte do subsídio respeitante a ativos fixos tangíveis não depreciáveis e ativos intangíveis com vida útil indefinida (art.º 22.º, n.º 1 b)).
MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
46
• Apesar de a utilização do método da equivalência patrimonial nas contas individuais das empresas com participações financeiras ser obrigatória, desde que estas correspondam a participações com influência significativa superior a 20%, direta ou indiretamente, ou 20 % ou mais dos direitos de voto na investida, para efeitos de IRC o tratamento previsto é diferente.
• Com efeito, os rendimentos e gastos, assim como quaisquer outras variações patrimoniais, relevados na contabilidade em consequência da utilização do método da equivalência patrimonial, não concorrem para a determinação do lucro tributável (n.º 8 do art.º 18.º).
• Ter ainda em atenção que a tributação dos lucros distribuídos poderá beneficiar da eliminação da dupla tributação económica dos lucros distribuídos, prevista no art.º 51.º do CIRC, desde que se encontrem cumpridas as condições nele referidas.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
48
Exemplo de aplicação do método da equivalência patrimonial
• Em 31 de dezembro de 2014 a empresa X detinha 35% do capital social da empresa Y.
• O capital social da participada (empresa Y) é de 50.000 €. • Na assembleia de aprovação de contas de 2013, realizada em
31/03/2014, a empresa Y decidiu distribuir resultados de exercícios anteriores no montante de 65.000 €, cabendo à empresa X 22.750 € (65.000 x 35%).
• Em 2014, esta participada registou resultados positivos, no montante de 50.000 €.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
49
• Nestas condições, a empresa X terá de efetuar as seguintes
correções no quadro 07:
A acrescer:
Campo 712
Anulação dos efeitos do método da equivalência
patrimonial e do método de consolidação
proporcional no caso de empreendimentos conjuntos que sejam sujeitos passivos de IRC (art.º 18º, n.º 8)
22.750 €
A deduzir:
Campo 758
Anulação dos efeitos do método da equivalência
patrimonial e do método de consolidação
proporcional no caso de empreendimentos conjuntos que sejam sujeitos passivos de IRC (art.º 18º, n.º 8)
17.500 €
Campo 771
Eliminação da dupla tributação económica dos lucros distribuídos e reservas distribuídos (artigos 51º e
51º-D) 22.750 €
• As normas contabilísticas referem-se a imparidades em ativos em diversas situações, tais como:
• Imparidades em ativos, no âmbito da “NCRF 12 –
Imparidades em ativos”, que se reporta a ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, propriedades de investimento, quando mensuradas pelo método do custo, e a ativos não correntes detidos para venda.
• Imparidades em ativos financeiros, no âmbito da “NCRF
27 – Instrumentos financeiros”.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
52
• Para efeitos de IRC, podem ser deduzidas as perdas por imparidade nas seguintes situações (artigos 28.º-A e 28.º-B do CIRC):
– As relacionadas com créditos resultantes da atividade
normal que, no fim do período de tributação, possam ser
considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade;
– As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de seguros.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
53
• Nos termos do art.º 31º-B do CIRC, podem ser aceites como gastos fiscais as perdas por imparidade que consistam em
desvalorizações excecionais verificadas em ativos fixos tangíveis.
PERDAS POR IMPARIDADE EM
ATIVOS FINANCEIROS
• No caso das perdas por imparidade relacionadas com
créditos de cobrança duvidosa, estão previstos limites a
estes gastos, relacionados com a antiguidade dos créditos, com processos de insolvência ou reclamações judiciais, conforme dispõe o art.º 36.º do CIRC.
• No caso de a perda por imparidade não ser aceite para efeitos fiscais, devemos proceder à sua regularização no quadro 07 da modelo 22.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
56
Exemplo 1 – Imparidade em dívidas a receber
• No final de 2013 uma entidade mantém os seguintes saldos na conta de um cliente:
– Faturas de vendas de mercadorias 85.000,00 € – Fatura de juros por atraso no pagamento 2.650,00 € – Faturas de despesas de letras 1.950,00 € – Total do saldo da c/c do cliente 89.600,00 €
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
57
• Sabendo que a totalidade das parcelas que compõem aquela conta corrente se encontram em situação de mora entre 12 e 18 meses, e que a empresa, apesar de ter efetuado diligências para cobrar a dívida, não conseguiu recebê-la, decidiu considerar a perda por imparidade pela totalidade do saldo da conta corrente.
• Como, nos termos do n.º 2 do art.º 28.º-B do CIRC, o montante acumulado da perda por imparidade não pode ser superior a 50%, terá de ser efetuada a seguinte correção:
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
58
• Cálculos: [(85.000 + 2.650) : 2] + 1.950 = 45.775
A deduzir:
Campo 718
Perdas por imparidade em
inventários para além dos limites legais (art.º 28.º) e em créditos não fiscalmente dedutíveis ou
para além dos limites legais
(artigos 28.º-A a 28.º-C)
Exemplo 2 – Reversão de perdas por imparidade em dívidas a receber
• No caso da situação do exemplo 1 ter ocorrido em 2013, vamos considerar que o cliente em causa procedeu em 2014 ao pagamento da totalidade da dívida.
• Neste caso, deverá ser efetuada a seguinte correção no quadro 07:
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
60
A deduzir:
Campo 762
Reversão de perdas por imparidade
tributadas (artigos 28.º n.º 3, 28.º-A,
n.º 3) 44.480
• Em 2013 considerou uma perda por imparidade no montante de 89.600 €, sendo que acresceu no campo 718 da declaração modelo 22 daquele ano o montante de 44.480 € (89.600 - 85.000 x 50%).
• De referir que a aceitação da imparidade sobre os juros de mora apenas se aplica a partir de 2014.
AJUSTAMENTOS EM INVENTÁRIOS
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
62
• Na sequência da Reforma do IRC,
as perdas por
imparidade
em
inventários
poderão
ser
consideradas dedutíveis, nas condições previstas no
artigo 28.º do CIRC, mesmo que reconhecidas
contabilisticamente em períodos de tributação
anteriores.
• Porém, nos termos do n.º 4 do art.º 26.º do CIRC, “são havidos por preços de venda os constantes de elementos oficiais ou os últimos que em condições normais tenham sido praticados pela empresa ou ainda os que, no termo do exercício, forem correntes no mercado, desde que sejam considerados idóneos ou de controlo inequívoco.”
• Esta disposição parece limitar o reconhecimento, para efeitos
fiscais, dos ajustamentos em inventários, uma vez que a
empresa pode não dispor de preços de venda ou de vendas de artigos semelhantes, ou, então, a venda dos inventários em imparidade pode não fazer parte da atividade normal da empresa (estarem em causa, por exemplo, matérias-primas).
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
65
• Para efeitos de IRC, são aceites como gastos as depreciações
e amortizações de elementos do ativo sujeitos a
deperecimento, considerando-se como tais: – os ativos fixos tangíveis,
– os ativos intangíveis,
– os ativos biológicos que não sejam consumíveis e
– as propriedades de investimento contabilizadas ao custo histórico, que, com carácter sistemático, sofram perdas de valor resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
66
• Não são aceites como gastos, nos termos do n.º 1 do artigo 34.º, as depreciações e amortizações:
– De elementos do ativo não sujeitos a deperecimento; – De imóveis, na parte correspondente ao valor do terreno
ou na não sujeita a deperecimento;
– Que excedam os limites definidos, por resultarem da utilização de taxas de depreciação ou amortização superiores às previstas;
– Praticadas para além do período máximo de vida útil do bem, com exceção para os casos devidamente autorizados;
– Das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, incluindo os veículos elétricos, na parte correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação que exceda o montante definido na Portaria n.º 467/2010, de 07/07, bem como dos barcos de recreio e aviões de turismo e todos os gastos com estes relacionados, desde que tais bens não estejam afetos à exploração do serviço público de transportes ou não se destinem a ser alugados no exercício da atividade normal do sujeito passivo.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
68
• Nos termos da Portaria n.º 467/2010, de 07/07, não são aceites como gastos, para efeitos fiscais, as depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas na parte correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente ao montante de:
Ano Veículos elétricos Híbridos plug-in GPL GNV Outros 2014 50.000 25.000 25.000 25.000 2015 62.500 50.000 37.500 25.000
DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES DE ATIVOS
MENSURADOS TENDO COMO BASE O
MODELO DE REVALORIZAÇÃO
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
70
• Um item do ativo fixo tangível ou do ativo intangível deve ser mensurado pelo seu custo (valor de aquisição ou de produção). • No entanto existe a opção de mensuração destes ativos pelo
modelo revalorizado.
• Porém, de acordo com a legislação fiscal, a mensuração pelo modelo de revalorização (excluindo as reavaliações legais) não
pode ter impacto no cálculo do imposto.
• Deste modo, apenas são aceites como gasto as depreciações e amortizações calculadas com base nos ativos mensurados ao custo histórico.
DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES DE ATIVOS
MENSURADOS TENDO COMO BASE UMA
REAVALIAÇÃO EFETUADA AO ABRIGO DE
LEGISLAÇÃO FISCAL
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
72
• Relativamente às reavaliações ao abrigo de diplomas de carácter fiscal, não é aceite como gasto, para efeitos fiscais, o produto de 0,4 pela importância do aumento das depreciações resultantes dessas reavaliações.
• A correção deve ser efetuada no campo:
– Campo 720 – 40% do aumento das depreciações dos ativos
fixos tangíveis em resultado de reavaliação fiscal (n.º 2 do art.º
DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES DE ATIVOS
MENSURADOS PELO MODELO DO CUSTO
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
74
Exemplo 1 – Depreciação de viatura ligeira de
passageiros
sem
acordo de utilização da viatura com
qualquer trabalhador
Dados da viatura:
– Data de aquisição janeiro/2012
– Valor de aquisição 65.000 €
Despesas com esta viatura em 2014:
– Depreciações 16.250,00 €
– Despesas de combustível 1.950,00 €
– Seguro 550,00 €
– Multa por excesso de velocidade 120,00 €
– Portagens 250,00 €
– IUC 260,00 €
– Total das despesas 19.380,00 €
• Depreciação para efeitos fiscais: € 25.000 x 25% = € 6.250
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
76
A acrescer:
Campo 719
Perdas por imparidades de ativos não correntes (art.º 31º-B) e
depreciações e amortizações
(art.º 34.º, n.º 1) não aceites como gastos
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
77
Valor de aquisição
Taxa de tributação se existir lucro tributável
Taxa de tributação se existir prejuízo fiscal
Até 24.999,99 € 10,00% 20,00%
De 25.000,00 a
34.999,99 € 27,50% 37,50%
Mais 35.000,00 € 35,00% 45,00%
• Taxas de tributação autónoma sobre encargos com viaturas a
partir de 01/01/2014:
• Os veículos movidos exclusivamente a energia elétrica não estão sujeitos a estas tributações autónomas.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
78
Quadro 10
Campo 365 Tributações autónomas 6.783 € (*)
Quadro 13
Campo 428
Encargos com viaturas - Se custo de aquisição > 35.000,00 [art.º 88.º, n.º
3, al. c)] 19.380 €
Exemplo 2 – Depreciações de viaturas ligeiras de passageiros
com acordo de utilização da viatura com um trabalhador
• A tributação, em sede de IRS, do uso da viatura automóvel pelo trabalhador está definida no art.º 24.º, n.º 5, e corresponde ao produto de 0,75% do seu custo de aquisição ou produção pelo número de meses de utilização da mesma. • Fazem parte da base de incidência da segurança social,
estabelecida no artigo 46.º n.º 1 s) do Código Contributivo, as despesas resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador de viatura automóvel que gere encargos para a entidade empregadora.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
80
• Considera-se que a viatura é para uso pessoal sempre que tal se encontre previsto em acordo escrito entre o trabalhador e a entidade empregadora, do qual conste:
a) A afetação, em permanência, ao trabalhador, de uma viatura automóvel concreta;
b) Que os encargos com a viatura e com a sua utilização
sejam integralmente suportados pela entidade
empregadora;
c) Menção expressa da possibilidade de utilização para fins pessoais ou da possibilidade de utilização durante 24h/dia e o trabalhador não se encontre sob o regime de isenção do horário de trabalho.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
81
• Em IRC, excluem-se da tributação autónoma os encargos relacionados com viaturas automóveis relativamente às quais tenha sido celebrado o acordo previsto no n.º 9) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
82
A acrescer:
Campo 719
Perdas por imparidades de ativos não correntes (art.º 31.º-B) e depreciações e amortizações (art.º 34.º, n.º 1) não aceites como gastos
10.000 €
Quadro 10
Campo 365 Tributações autónomas 0,00€
• Considerando os mesmos dados do exemplo 1, as correções a
Mapa comparativo
MAIS-VALIAS FISCAIS, MENOS-VALIAS
FISCAIS E REINVESTIMENTO
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
85
De acordo com o artigo 46.º do CIRC, consideram-se mais-valias ou menos-valias realizadas os ganhos obtidos ou as perdas sofridas mediante transmissão onerosa, qualquer que seja o título por que se opere e, bem assim, os decorrentes de sinistros ou os resultantes da afetação permanente a fins alheios à atividade exercida
Respeitantes a…
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
86
• Ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, ativos biológicos
que não sejam consumíveis e propriedades de investimento,
ainda que qualquer destes activos tenha sido reclassificado como activo não corrente detido para venda;
• Instrumentos financeiros, com exceção dos reconhecidos
pelo justo valor nos resultados, desde que, tratando-se de instrumentos do capital próprio, tenham um preço formado num mercado regulamentado e o sujeito passivo não detenha, direta ou indiretamente, uma participação no capital igual ou superior a 5% do respetivo capital social.
CORRECÇÃO MONETÁRIA
• Aplicação dos coeficientes de desvalorização da moeda,
sempre que, à data da realização, tenham decorrido pelo menos dois anos desde a data da aquisição.
• Os coeficientes são publicados anualmente em portaria do Ministro das Finanças (para o ano de 2014 Portaria n.º 281/2014, de 30 de dezembro).
• A correcção monetária a que se refere o número anterior não
é aplicável aos instrumentos financeiros, salvo quanto às
partes de capital.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
88
REINVESTIMENTO
• Se for efetuado o reinvestimento do valor de realização de ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis e ativos biológicos não consumíveis, detidos por um período não inferior a um ano
• a diferença positiva entre as mais e menos valias é
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
89
• O valor de realização seja reinvestido, no exercício anterior, no próprio ou nos dois seguintes, na aquisição ou produção de ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis e ativos biológicos não consumíveis e sejam detidos por um período de um ano, contado do fim do prazo do reinvestimento.
• Excluem-se os bens adquiridos em estado de uso a
entidades em relações especiais.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
90
• No caso de se verificar apenas o reinvestimento parcial do
valor de realização, o disposto nos diapositivos anteriores
é aplicável apenas à parte proporcional da diferença entre as mais-valias e as menos-valias a que o mesmo se refere.
• O caso das embarcações de recreio e aviões de
turismo
• As menos-valias realizadas relativamente a estes
meios de transporte não relevam para efeitos
fiscais.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
92
• O caso das viaturas ligeiras de passageiros e mistas
• Na Circular n.º 6/2011 está sancionado o entendimento deque:
• no caso de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas que
excedam o limite de custo de aquisição fixado na Portaria n.º 467/2010, de 7 de julho, para efeitos de cálculo das mais-valias/menos-valias devem ser consideradas as depreciações praticadas (as contabilísticas).
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
93
• No cálculo das menos-valias destes elementos do ativo sempre que o custo de aquisição ultrapasse o limite fiscal, tem de se ter em atenção o disposto na alínea l) do n.º 1 do artigo 45.º. • Para efeitos da aplicação deste preceito, a parcela da
menos-valia passível de ser reconhecida fiscalmente como gasto é a proporcional ao valor fiscalmente depreciável, ou seja:
Menos-valia fiscal dedutível = (valor limite / valor de aquisição) x menos-valia fiscal
• A parcela da menos-valia não dedutível, ou seja, a diferença entre a menos-valia fiscal apurada e a menos-valia fiscal dedutível, deve ser acrescida no campo 752.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
94
• Correções a efetuar
• Nos termos do artigo 23.º, n.º 1, alínea l), apenas são consideradas como gasto as menos-valias fiscais realizadas. • Do mesmo modo, apenas concorrem para a determinação
do resultado tributável as mais-valias fiscais realizadas, conforme disposto no artigo 20.º, n.º 1, alínea h).
• Desta forma, sempre que o resultado líquido do período, apurado nos termos da legislação contabilística, estiver a ser influenciado por mais-valias ou menos-valias contabilísticas,
• As mais-valias contabilísticas e as menos-valias
contabilísticas deverão ser corrigidas no quadro 07,
separadamente e de forma individualizada.
• Assim, as menos-valias contabilísticas são acrescidas no campo 736 e as mais-valias contabilísticas são deduzidas no campo 767.
• Se no mapa de mais e menos valias (modelo 31) forem apuradas, em simultâneo, mais-valias e menos-valias fiscais,
a correção no quadro 07 é efetuada pelo valor da diferença.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
96
• Ou seja o total da coluna 13 do mapa modelo 31 é o montante que deverá ser corrigido no quadro 07 da declaração modelo 22.
• Esta correção deverá ser efetuada:
– No campo 739, se for mais-valia fiscal, sem intenção de
reinvestimento;
– No campo 740, se for mais-valia fiscal, com intenção expressa
de reinvestimento;
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
97
Valor realização
Valor
aquisição Ano aquisição
Depreciações Acumuladas
Mais menos valia contabilistica
Coeficiente Mais e menos valia fiscal Máquima eletrónica 17.000,00 20.000,00 2008 8.000,00 5.000,00 1,07 4.160,00 Viatura Ligeira passageiros A 45.000,00 80.000,00 2010 40.000,00 5.000,00 1,07 2.200,00 Viatura Ligeira passageiros A 10.000,00 70.000,00 2009 52.500,00 -7.500,00 1,08 -8.900,00 Edifício 300.000,00 200.000,00 1990 96.000,00 196.000,00 2,22 69.120,00
Terreno 100.000,00 35.000,00 1990 0,00 65.000,00 2,22 22.300,00
Total 472.000,00 405.000,00 196.500,00 263.500,00 88.880,00
Exemplo 1 – Mapa das mais e menos-valias de 2014
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
98
• Tendo a empresa optado pelo reinvestimento dos valores de realização, deverá efetuar as seguintes correções no quadro 07 da declaração modelo 22 de 2014:
A acrescer:
Campo 736 Menos valias contabilísticas 7.500 €
Campo 740
50% da diferença positiva entre as mais-valias e as menos-mais-valias fiscais com intenção expressa de reinvestimento (art.º 48.º n.ºs 1, 4 e 5)
44.440 €
A deduzir:
Exemplo 2 – Não cumprimento da perspetiva de reinvestimento
• A empresa até 2014 apenas efetuou o reinvestimento em ativos afetos à exploração no montante de 283.200 euros, que corresponde a 60% do valor de realização que se tinha comprometido reinvestir.
• Neste caso, terá de proceder à correção da mais-valia correspondente à parte não reinvestida, com um agravamento de 15% (n.º 6 do art.º 48.º).
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
100
Cálculos do valor a corrigir:
• Reinvestimento inicial previsto: 472.000 • Reinvestimento efetuado: 283.200
• % reinvestimento 283.200 : 472.000 = 60% • Mais-valia não tributada: 88.880 x 50% = 44.440 • Correção da mais-valia sobre a parte não reinvestida = 44.440 x (1 - 0,6) = 17.776
• Acréscimo de 15% = 17.776 x 1,15 = 20.442,40 (n.º 6 do art.º 48.º)
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
101
A acrescer:
Campo 741
Acréscimo por não reinvestimento ou pela não manutenção das partes de capital na titularidade do adquirente (art.º 48.º, n.ºs 6 e 7)
20.442,40 €
Tributadas em IRS
Aceites
Não tributadas em IRS
Não há boletim itinerário
Objeto de tributação autónoma à taxa de 5%
Aceites Não aceites
Há boletim itinerário
Objeto de tributação autónoma à taxa de 5%, se
suportadas por sujeitos passivos que apresentem prejuízo fiscal no exercício a
que respeitam
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
104
Exemplo 1 - Determinada empresa pagou as seguintes ajudas de custo
Funcionários Valor ajudas de custo
Faturação a cliente
Elaboração mapa justificativo
Funcionário A 1.500 € Sim Sim
Funcionário B 900 € Não Não
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
105
Cálculos:
• Valor a acrescer no quadro 07 – 900 € do funcionário B, por não ter mapa justificativo da deslocação (alínea h) do n.º 1 do art.º 23.º-A).
Tributação autónoma:
• Estão sujeitas a tributação autónoma as ajudas de custo pagas ao funcionário C (n.º 9 do art.º 88.º):
1.200 x 5% = 60 €
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
106
A acrescer:
Campo 730
Ajudas de custo e encargos com compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador B (art.º 23.º-A, n.º 1, alínea h))
900 €
Quadro 10
Campo 365 Tributações autónomas 60 €
Quadro 13
Campo 415
Encargos com ajudas de custo e de compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador C (art.º 88.º, n.º 9)
Exemplo 2 – Ajudas de custo em empresa com prejuízo fiscal (os mesmos dados do exemplo 1)
Cálculos
• Valor a acrescer no quadro 07 – 900 € do funcionário B, por não ter mapa justificativo da deslocação.
Tributação Autónoma:
• Estão sujeitas a tributação autónoma as ajudas de custo pagas aos funcionários B e C:
(1.200 x 5%) + (900 x 5%)= 105 €
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
108
A acrescer:
Campo 730
Ajudas de custo e encargos com compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador B (art.º 23.º-A, n.º 1, alínea h))
900 €
Quadro 10
Campo 365 Tributações autónomas 105€
Quadro 13
Campo 415
Encargos com ajudas de custo e de compensação pela deslocação em viatura própria dos trabalhadores B e C (art.º 88.º, n.º 9)
LIMITES À DEDUÇÃO DE ENCARGOS DE
FINANCIAMENTO
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
110
• Os gastos de financiamento líquidos são dedutíveis até à concorrência do maior dos seguintes limites:
• 1.000.000 €; ou
• 30% do resultado antes de depreciações, gastos de financiamento líquidos e impostos.
• Regime transitório: • 70% em 2013; • 60% em 2014; • 50% em 2015; • 40% em 2016; • 30% em 2017.
Exemplo
• Uma entidade apresenta em 2014 um resultado antes de depreciações, gastos de financiamento líquidos e impostos no montante de 550.000 €.
• Os encargos financeiros desta entidade ascendem a 1.256.000 €.
• Neste caso o maior dos limites é € 1.000.000, uma vez que 550.000 x 60% é inferior, pelo que a correção a efetuar é de:
A acrescer:
Campo 748 Limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento (art.º 67.º) 256.000 €
CORREÇÕES AO VALOR DE TRANSMISSÃO DE
IMÓVEIS
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
113
• Contrariamente ao que acontecia anteriormente, deixou de ser possível a contabilização da compra pelo valor patrimonial tributário (VPT).
• Além disso, deixou de ser aceite o acréscimo de depreciações que resultava dessa contabilização.
• No entanto, para efeitos fiscais, o VPT é tomado em consideração na determinação de qualquer resultado tributável em IRC que venha a ser apurado relativamente ao imóvel.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
114
• Quando o sujeito passivo transmitir o imóvel, o resultado
fiscal é apurado considerando como valor de aquisição o VPT
(de valor superior ao de aquisição) e não o custo de aquisição que foi reconhecido no ativo.
• Sempre que nas transmissões onerosas de imóveis o valor constante do contrato seja inferior ao respetivo valor patrimonial tributário definitivo, é este o valor a considerar pelo alienante e pelo adquirente para determinação do lucro tributável.
Exemplo 1 – Correção do valor de venda de um imóvel
• Uma empresa alienou um imóvel em outubro de 2014. • O valor de realização foi de 800.000 €
• Em dezembro de 2014, a empresa foi notificada do valor patrimonial tributário definitivo do imóvel: 850.000,00.
• Neste caso, deverá fazer a seguinte correção:
A acrescer: Campo 745
Diferença positiva entre o valor patrimonial tributário definitivo do imóvel e o valor
constante do contrato (art.º 64.º, n.º 3 a)) 50.000 €
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
116
Exemplo 2 – Correção do valor de venda de um imóvel
• Se a notificação for efetuada, por exemplo, em junho de 2015, a empresa deverá enviar a declaração modelo 22 de 2014 em maio sem qualquer correção,
• devendo proceder ao envio de uma declaração de substituição em janeiro de 2016.
QUADRO 07 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
117
Exemplo 3 – Efeitos da correção no adquirente
• O adquirente, comprou este imóvel por 800.000 € e reconheceu-o nos seus inventários pelo respetivo custo de aquisição (800.000 €).
• Ao ser notificado do VPT (850.000 €), deve integrar o respetivo documento no dossier fiscal previsto no art.º 130.º (art.º 64.º, n.º 5).
• Este documento poderá ser importante no momento em que decidir vender este imóvel.
APURAMENTO DA MATÉRIA COLETÁVEL – Quadro 09 Prejuízo Fiscal
Lucro tributável Campos de preenchimento obrigatório.
Prejuízos fiscais dedutíveis Campo 309
Deve ser sempre apresentada a
totalidade dos prejuízos fiscais
dedutíveis, independentemente de
serem deduzidos neste período ou não.
Benefícios fiscais à matéria coletável (campo 310)
Incluir o valor dos benefícios desta natureza
Matéria coletável (campo 311)
Lucro tributável menos prejuízos fiscais deduzidos e eventuais benefícios fiscais
QUADRO 09 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
121
Período em que foram
gerados os prejuízos Período de reporte Limite
2005 6 anos [último ano 2011] -
2006 6 anos [último ano 2012] -
2007 6 anos [último ano 2013] -
2008 6 anos [último ano 2014] -
2009 6 anos [último ano 2015] -
2010 4 anos [último ano 2014] -
2011 4 anos [último ano 2015] -
2012 5 anos [último ano 2017] 75% do LT do período em que são deduzidos
2013 5 anos [último ano 2018] 75% do LT do período em que são deduzidos
2014 12 anos [último ano 2026] 70% do LT do período em que são deduzidos
QUADRO 09 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
122
• A dedução a efetuar em cada um dos períodos de tributação
não pode exceder o montante correspondente a 70% do
respetivo lucro tributável,
• não ficando, porém, prejudicada a dedução da parte desses prejuízos que não tenham sido deduzidos, até ao final do respetivo período de dedução.
• Havendo prejuízos de vários períodos a reportar, a dedução faz-se começando pelos prejuízos verificados há mais tempo.
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
124
• Cálculo do imposto
• Taxas aplicáveis no período de tributação de 2014
Pequenas e médias empresas Grandes empresas
Matéria coletável (em euros) Taxas (%) Taxas (%)
Até 15.000
17
23
Superior a 15.000
23
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
• Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro (define o
que são PME)
125 Categoria de empresa Efetivos Volume de negócios Balanço total Média < 250 < 50 milhões de euros < 43 milhões de euros
Pequena < 50 < 10 milhões de euros < 10 milhões de euros
Micro < 10 < 2 milhões de euros < 2 milhões de euros
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
126
• À coleta do IRC são efetuadas as seguintes deduções, pela
ordem indicada:
a) A correspondente à dupla tributação jurídica
internacional;
b) A correspondente à dupla tributação económica internacional;
c) A relativa a benefícios fiscais;
d) A relativa ao pagamento especial por conta a que se refere o art.º 106.º;
e) A relativa a retenções na fonte não suscetíveis de compensação ou reembolso nos termos da legislação
DERRAMA MUNICIPAL
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
128
• Os municípios podem deliberar lançar anualmente uma derrama municipal, até ao limite máximo de 1,5% sobre o
lucro tributável sujeito e não isento de IRC.
• Sempre que os sujeitos passivos tenham estabelecimentos estáveis ou representações locais em mais de um município e
matéria coletável superior a 50.000 €, o lucro tributável
imputável à circunscrição de cada município é determinado mediante proporção entre a massa salarial afeta a tais estabelecimentos ou representações.
DERRAMA ESTADUAL
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
130
• Incide sobre a parte do lucro tributável superior a 1.500.000 €, mediante aplicação da seguinte tabela:
Lucro tributável (euros) Taxas
(percentagens)
De mais de 1 500 000 até 7 500 000 3
De mais de 7 500 000 a 35 000 000 5
Exemplo
• Uma empresa tem um lucro tributável de 10.000.000 €. Qual a derrama estadual devida?
– Lucro tributável até 1.500.000 não tem derrama estadual – Lucro tributável até 7.500.000 = (7.500.000 - 1.500.000) –
Derrama estadual de 6.000.000 x 3%
– Lucro tributável remanescente = 10.000.000 - 7.500.000 =
2.500.000 – Derrama estadual de 2.500.000 x 5%
• Valor da derrama estadual:
• 6.000.000 x 3% + 2.500.000 x 5% = 305.000 €
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
133
• As entidades que exerçam, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, bem como as não residentes com estabelecimento estável, devem efetuar três
pagamentos por conta (de montantes iguais, arredondados,
por excesso, para euros): • Em julho
• Em setembro • Até 15 de dezembro
do próprio ano a que respeita o lucro tributável.
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
134
• Os pagamentos por conta ascendem a:
– 80% do montante do imposto liquidado, deduzido das retenções na fonte, caso o volume de negócios do período de tributação imediatamente anterior seja igual ou inferior a 500.000 €.
– 95% do montante do imposto liquidado, deduzido das retenções na fonte, caso o volume de negócios do período de tributação imediatamente anterior seja superior a 500.000 €.
PAGAMENTOS ESPECIAIS POR CONTA
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
136
• As entidades que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e os não residentes com estabelecimento estável ficam sujeitas a um
pagamento especial por conta, a efetuar:
– em março, ou
– em duas prestações, durante os meses de março e outubro do ano a que respeita.
• Os pagamentos especiais por conta não são devidos no período de tributação de início de atividade e no seguinte.
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
137
Estão dispensados do PEC os sujeitos passivos que
:
• Estejam totalmente isentos de IRC;• Se encontrem com processos no âmbito do CIRE, a partir da data de instauração desse processo;
• Tenham deixado de efetuar vendas ou prestações de serviços e tenham entregue a correspondente declaração de cessação de atividade a que se refere o art.º 33.º do Código do IVA.
QUADRO 10 DA DECLARAÇÃO MODELO 22
138
• A dedução dos pagamentos especiais por conta é efetuada ao montante apurado na declaração modelo 22 do próprio período de tributação a que respeita ou, se insuficiente, até ao quarto período de tributação seguinte, depois de efetuadas as restantes deduções.