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SETOR EXTERNO EM MAIO DE 2002

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Academic year: 2021

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2002

O PESO DA CONTA DE SERVIÇOS E RENDA

Em maio de 2002, o balanço de pagamentos mostrou um déficit em transações correntes abaixo daquele registrado em maio do ano passado. O resultado acumulado dos cinco primeiros meses do ano em curso foi inferior em US$ 5 bilhões em relação a período do equivalente do ano passado. Em termos da relação com o PIB, o resultado acumulado em 12 meses findos em maio/2002, de 3,70%, significa um declínio contínuo desde setembro de 2001. O quadro revela, portanto, uma melhora inequívoca.

Tal desempenho está bastante atrelado ao comportamento da balança comercial, bem como a algumas rubricas de serviços, a exemplo dos transportes, viagens e dos chamados outros serviços. Por trás dessa performance encontram-se dois fatores: taxa de câmbio e nível de atividade.

abr/01 mai/01 abr/02 mai/02 2001 2002

Transações Correntes -2.377 -2.179 -1.983 -1.832 -11.227 -7.041 Balança Comercial 120 207 482 423 -353 1.933 Serviços e Rendas -2.627 -2.526 -2.713 -2.401 -11.532 -9.733 . Transportes -224 -288 -194 -178 -1.252 -841 . Viagens -98 -169 -102 -147 -653 -452 . Royalties e Licenças -76 -60 -116 -100 -436 -493 . Outros Serviços 136 98 129 143 788 1.047 . Juros -1.769 -1.114 -1.828 -853 -6.217 -5.530 . Lucros e Dividendos -390 -619 -360 -1.000 -2.235 -2.071

Conta Capital e Financeira 2.584 2.624 -1.184 1.089 12.411 4.351

. Investimento Direto Líquido 2.002 1.892 1.752 1.226 8.511 7.149

. Investimento em Carteira 734 -152 1.201 -1.111 3.065 2.537

. Derivativos -110 -53 -45 -39 -273 -359

. Outros Investimentos(1) -65 915 -4.121 980 985 -5.114

Erros e Omissões 5 628 -1.405 317 1.893 -618

Resultado Global 212 1.074 -4.018 -426 3.077 -3.308

Fonte: Banco Central do Brasil.

Balanço de Pagamentos - Saldos Selecionados (US$ milhões correntes)

Acumulado - até maio

(1) Registra créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e operações de regularização.

Mês Discriminação

O gráfico a seguir mostra com clareza que o déficit em transações correntes brasileiro vem caindo em estreita associação com as melhoras do saldo comercial. Observe-se que o resultado em serviços e rendas também vem colaborando para a queda do déficit global, porém com defasagem e em menor escala relativamente ao resultado comercial.

(2)

Transações Correntes - Saldos Acumulados em 12 meses (% PIB) -6 -4 -2 0 2 4 6

dez/90 abr/91 ago/91 dez/91 abr/92 ago/92 dez/92 abr/93 ago/93 dez/93 abr/94 ago/94 dez/94 abr/95 ago/95 dez/95 abr/96 ago/96 dez/96 abr/97 ago/97 dez/97 abr/98 ago/98 dez/98 abr/99 ago/99 dez/99 abr/00 ago/00 dez/00 abr/01 ago/01 dez/01 abr/02

Serviços e Rendas - Líquido Saldo Comercial Transações Correntes

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Banco Central do Brasil.

Há de se enfatizar o fato do bom desempenho comercial estar vinculado ao baixo nível da massa de rendimentos da população, desestimulando as importações. Cabe ao Brasil não apenas consolidar, mas também ampliar a melhora do resultado do comércio exterior mediante a expansão das exportações, buscando conciliar ao máximo os objetivos de crescimento econômico e de geração de empregos com o de redução da vulnerabilidade externa. O IEDI tem insistido na tese de que é necessária uma agressiva política de exportação (além de esforços para a substituição competitiva de importações) para que o país logre vencer esse desafio. Achamos que a política industrial – concebida e executada com competência e em bases atuais – é imprescindível para esse esforço de ajuste do setor externo brasileiro.

Há um outro ângulo em torno à questão externa do Brasil que torna o tema da política de exportação ainda mais relevante. Diz respeito à participação do déficit em serviços (transportes, seguros, royalties e patentes, viagens internacionais etc) e rendas (juros, lucros e dividendos etc) que no caso brasileiro é excessivamente elevado comparativamente à maioria das economias desenvolvidas e emergentes.

Os gráficos seguintes mostram que, desde fins de 1994, a posição brasileira ficou e ainda se encontra entre as mais desfavoráveis, em termos seja do déficit de serviços, seja do déficit em rendas, encontrando-se nesse último o problema maior devido à inflexibilidade da conta de juros da dívida externa. Isso significa dizer que o resultado global brasileiro em transações correntes tem que “carregar” um excessivo desequilíbrio das contas de serviços e rendas. Significa também que o comércio exterior (vale dizer, o saldo comercial) é a principal alternativa capaz de neutralizar tamanha distorção em um prazo relativamente curto.

(3)

Brasil e Economias Selecionadas - Transações Correntes / Exportações (acum. 12 meses - %) -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 1994Q1 1994Q2 1994Q3 1994Q4 1995Q1 1995Q2 1995Q3 1995Q4 1996Q1 1996Q2 1996Q3 1996Q4 1997Q1 1997Q2 1997Q3 1997Q4 1998Q1 1998Q2 1998Q3 1998Q4 1999Q1 1999Q2 1999Q3 1999Q4 2000Q1 2000Q2 2000Q3 2000Q4 2001Q1 2001Q2 2001Q3 2001Q4 2002Q1

Argentina Brasil Chile Coréia do Sul México Rússia Alemanha Japão EUA

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do FMI-IFS.

Brasil e Economias Selecionadas - Serviços / Exportações (acum. 12 meses - %)

-28 -24 -20 -16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 1994Q1 1994Q2 1994Q3 1994Q4 1995Q1 1995Q2 1995Q3 1995Q4 1996Q1 1996Q2 1996Q3 1996Q4 1997Q1 1997Q2 1997Q3 1997Q4 1998Q1 1998Q2 1998Q3 1998Q4 1999Q1 1999Q2 1999Q3 1999Q4 2000Q1 2000Q2 2000Q3 2000Q4 2001Q1 2001Q2 2001Q3 2001Q4 2002Q1

Argentina Brasil Chile Coréia do Sul México Rússia Alemanha Japão EUA

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Brasil e Economias Selecionadas - Renda / Exportações (acum. 12 meses - %) -50 -45 -40 -35 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 1994Q1 1994Q2 1994Q3 1994Q4 1995Q1 1995Q2 1995Q3 1995Q4 1996Q1 1996Q2 1996Q3 1996Q4 1997Q1 1997Q2 1997Q3 1997Q4 1998Q1 1998Q2 1998Q3 1998Q4 1999Q1 1999Q2 1999Q3 1999Q4 2000Q1 2000Q2 2000Q3 2000Q4 2001Q1 2001Q2 2001Q3 2001Q4 2002Q1

Argentina Brasil Chile Coréia do Sul México Rússia Alemanha Japão EUA

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do FMI-IFS.

Brasil e Economias Selecionadas - Serviços e Rendas / Exportações (acum. 12 meses - %) -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 1994Q1 1994Q2 1994Q3 1994Q4 1995Q1 1995Q2 1995Q3 1995Q4 1996Q1 1996Q2 1996Q3 1996Q4 1997Q1 1997Q2 1997Q3 1997Q4 1998Q1 1998Q2 1998Q3 1998Q4 1999Q1 1999Q2 1999Q3 1999Q4 2000Q1 2000Q2 2000Q3 2000Q4 2001Q1 2001Q2 2001Q3 2001Q4 2002Q1

Argentina Brasil Chile Coréia do Sul México Rússia Alemanha Japão EUA

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Em parte, os níveis de risco atribuídos ao Brasil são reflexos dessa configuração, cujos resultados de serviços e rendas vêm exigindo um desempenho exportador mais dinâmico. São reflexos também da elevada relação entre a dívida externa líquida do país e suas exportações. Dessa forma a acumulação de saldos comerciais por longo período se torna premente. Porém a consecução de tais saldos deve partir da ampliação de nossas vendas para o exterior, não da retração das importações, tal como se tem assistido nos anos recentes.

Dívida Externa Líquida Total em % Exportações de Bens e em % Exportações de Bens e Serviços (acumulado em 12 meses)

364,8 310,8 256,8 280,5 387,1 429,0 369,0 326,6 326,6 253,1 234,1 147,8 131,7 120,2 154,5 122,2 111,1 199,5 173,4 179,7 170,0 151,2 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Exportações de Bens - acumulado em 12 meses Exportações de Bens e Serviços - acumulado em 12 meses Fonte: Elaboração própria a partir de dados do BCB.

Referências

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