Dispositivo de Compensação de Energia
Reativa e Controle da Tensão para
Redução de Perdas Técnicas em Sistemas
de Distribuição
Autores: Everton Peres Correa Marcus Vieira Soares
Abril 2016 Condicionadores de energia (CEN)
Referência
Apresentação baseada na tese do Dr. Márcio Evaristo da Cruz Brito – Dispositivo de Compensação de Energia Reativa e Controle da Tensão para Redução de Perdas Técnicas em Sistemas de Distribuição. Onde são apresentada(o)s:
• Motivação para o estudo: perdas;
• As estratégias para a redução de perdas técnicas; • Motivação para o estudo: regulação;
• Estratégia de compensação proposta; • Equacionamento;
• Simulação; • Conclusão;
Motivação para o estudo: perdas
• Perdas totais no setor elétrico em 2012: 17,8%
da produção nacional [2];
• Perdas totais = Perdas técnicas + Perdas não
técnicas;
• Perdas técnicas: associadas aos processos de
transmissão, transformação, distribuição e
medição de energia;
• Perdas não técnicas: associadas aos processos
de gestão, tais como fraudes, inadimplência e
Motivação para o estudo: perdas
• Sistema de distribuição: 51% das perdas totais são técnicas [3];
• Causas: topologia radial e localização das subestações (questões de segurança e custo de instalação);
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Nível médio de perdas de energia em relação ao total de perdas técnicas
Segmento Faixa esperada (%)
Transformadores de subestações 9-15 Rede primária 15-28 Transformadores de distribuição 15-26 Rede secundária 9-20 Ramais de ligação 1-4 Medidores de energia 2-5 Fonte: [1]
Motivação para o estudo: perdas
Perdas técnicas na CELPE em 2010
• Energia vendida pela CELPE – 10.039 GWh; • Perdas Técnicas – 8,1%;
• Energia perdida – 813,16 GWh;
• Perda financeira (MWh = R$ 200) – R$162.632.000,00; • Redução de perdas estimada (2pp) – R$40.156.049,00;
37,8% Residencial 20,4% Industrial
20,1% Comercial 21,7% Outros
Estratégias para redução das perdas
técnicas
Nas subestações (SE) e linhas de distribuição (LD)
• Principais fontes de perdas: cabos das LDs, cobre e
núcleo do transformador da SE.
• Propostas para redução de perdas:
-Aumento da bitola dos condutores (alto custo);
-Reconfiguração do sistema (alto custo);
-Balanceamento de carga (normalmente impossível);
-Compensação do fluxo de potência reativa.
Motivação para o estudo: regulação
• Linhas de distribuição apresentam elevada reatância
indutiva;
• Cargas são predominantemente indutivas e variam
com frequência ao longo do dia;
• Fluxo de energia reativa indutiva pelas LDs provoca
boa parte da queda de tensão na mesma, reduzindo
a tensão no ponto de acoplamento de cargas (PAC);
• Segundo o PRODIST, se a tensão no PAC fica abaixo
do limite precário ou crítico por muito tempo a
concessionária fica sujeita a multas.
Estratégia para regulação da tensão
no PAC
• Acoplamento de bancos de capacitores no PAC;
• Parte da energia reativa demandada pela carga é
fornecida pelos bancos de capacitores;
• Redução de fluxo de reativos pela linha e
consequente regulação da tensão no PAC acima do
nível precário.
• Proposta: sistema capaz de possibilitar o ajuste fino
da quantidade de energia reativa que flui pela rede
utilizando bancos de capacitores existentes.
Controlador de banco de capacitores
ajustável (estrutura monofásica)
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• Estrutura pode ser estendida para n secundários em série com o banco; • Variação da tensão Vc através do acoplamento das tensões V2_T1, V2_T2,...,
V2_Tn em série com o banco (n ≥ 1);
• Chaves Sn e SCn são pares complementares;
Equacionamento
• Considerando transformadores e chaves ideais, a tensão sobre o banco de capacitores é:
𝑉𝑐 = 𝑉𝑓 − 𝑉2_𝑇1 + 𝑉2_𝑇2 + 𝑉2_𝑇3 + ⋯ + 𝑉2_𝑇𝑛 • Relações de espiras dos transformadores:
T0 -> NT0 = n2_T0/n1_T0 T1 -> NT1 = n2_T1/n1_T1 T2 -> NT2 = 21∙N T1 T3 -> NT3 = 22∙N T1 TN -> NTN = 2(n-1)∙N T1
• Relação binária possibilita 2n diferentes tensões sobre o banco
de capacitores (VC), que varia de 0 a Vf em degraus mínimos de Vf/(2n-1).
Equacionamento
• Sabendo que: 𝑉2_𝑇1 = 𝑉2_𝑇0 ∙ 𝑁𝑇1 ∙ 𝑆𝐸1 𝑉2_𝑇2 = 𝑉2_𝑇0 ∙ 𝑁𝑇2 ∙ 𝑆𝐸2 = 𝑉2_𝑇0 ∙ 2𝑁𝑇1 ∙ 𝑆𝐸2 𝑉2_𝑇3 = 𝑉2_𝑇0 ∙ 𝑁𝑇3 ∙ 𝑆𝐸3 = 𝑉2_𝑇0 ∙ 4𝑁𝑇1 ∙ 𝑆𝐸3 𝑽𝟐_𝑻𝒏 = 𝑽𝟐_𝑻𝟎 ∙ 𝑵𝑻𝒏 ∙ 𝑺𝑬𝒏 = 𝑽𝟐_𝑻𝟎 ∙ 𝟐(𝒏−𝟏)𝑵𝑻𝟏 ∙ 𝑺𝑬𝒏onde SEn é o estado da chave Sn (0 ou 1), a tensão sobre o banco pode ser reescrita como:
𝑽𝒄 = 𝑽𝒇 − 𝑽𝟐_𝑻𝟎 ∙ 𝑵𝑻𝟏 𝑺𝑬𝟏 + 𝟐𝑺𝑬𝟐 + 𝟒𝑺𝑬𝟑 + ⋯ + 𝟐𝒏−𝟏𝑺𝑬𝒏 • A tensão que será subtraída da tensão de entrada depende
apenas do estado das chaves S1...Sn.
Equacionamento
• A potência reativa (Q) fornecida pelo banco de capacitores pode ser dada por:
𝑄 = 𝑉𝐶2 ∙ 𝑗𝜔 ∙ 𝐶 Logo
𝑸 = 𝑽𝒇 − 𝑽𝟐_𝑻𝟎 ∙ 𝑵𝑻𝟏 𝑺𝑬𝟏 + 𝟐𝑺𝑬𝟐 + 𝟒𝑺𝑬𝟑 + ⋯ + 𝟐(𝒏−𝟏)𝑺𝑬𝒏 𝟐 ∙ 𝒋𝝎 ∙ 𝑪
• Através das relações de transformação é possível obter a corrente do primário do transformador T0 (I1_T0):
𝑰𝟏_𝑻𝟎 = 𝑵𝑻𝟎 ∙ 𝑰𝑪 ∙ 𝑵𝑻𝟏 ∙ 𝑺𝑬𝟏 + 𝟐𝑺𝑬𝟐 + 𝟒𝑺𝑬𝟑 + ⋯ + 𝟐(𝒏−𝟏)𝑺𝑬𝒏 Onde IC é a corrente no capacitor, dada por
𝑰𝑪 = 𝒋𝝎 ∙ 𝑪 ∙ 𝑽𝑪
Equacionamento
• Para simplificação do equacionamento, define-se:
𝐴 = 𝑁
𝑇0∙ 𝑁
𝑇1𝑆
𝐸1+ 2𝑆
𝐸2+ 4𝑆
𝐸3+ ⋯ + 2
(𝑛−1)𝑆
𝐸𝑛• Desta forma V
Ce I
1_T0podem ser reescritas em
função de A:
𝑉
𝐶= 𝑉
𝑓(1 − 𝐴)
𝐼
1_𝑇0= 𝐼
𝐶∙ 𝐴
• A potência reativa total (Q
t) entregue à rede é:
𝑄
𝑡= −𝑉
𝑓∙ 𝐼
𝑓= −𝑉
𝑓−𝐼
𝑐− 𝐼
1_𝑇0= 𝑉
𝑓∙ 𝐼
𝐶(1 + 𝐴)
𝑄
𝑡= 𝑉
𝑓∙ 𝑗𝜔 ∙ 𝐶 ∙ 𝑉
𝐶∙ 1 + 𝐴
𝑸
𝒕= 𝒋𝝎 ∙ 𝑪 ∙ 𝑽
𝒇𝟐∙ 𝟏 + 𝑨
𝟐Equacionamento
• Conclui-se que:
– A máxima potência reativa fornecida pelo banco de capacitores é igual a potência nominal do mesmo;
– O dispositivo proposto apenas reduz a tensão aplicada sobre o banco de capacitores. Logo, a tensão máxima sobre o mesmo é a tensão da rede (Vf);
– A forma de funcionamento do dispositivo reduz sobretensões, reduz a potência nominal do dispositivo e, consequentemente, reduz custo;
– Pode atuar para reduzir perdas no sistema e/ou para
regular a tensão no ponto de acoplamento de cargas.
Estudo de caso: regulação
• Especificações do sistema ao qual o
dispositivo regulará da tensão no PAC
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Parâmetros do Sistema Valores Potência aparente da carga, Sc 75 kVA Tensão eficaz de fase, Vf 230 V Frequência nominal da rede, f 50 Hz Fator de potência da carga, F.P. 0,85
Impedância da linha, Zl 0,15 p.u. Resistência da linha, Rs 0,3 Zl
Projeto do Banco Capacitivo
Parâmetros de linha:
16 2 2,12 3 f base c V Z S ( . .) 95,2 m s s p u base R R Z ( . .) 222,2 m s s p u base X X Z 707,2 2 s s X L f
Carga ( fonte de correte):
arccos( . .)F P 31,8º
3 108,7 c t f S I A V Projeto do Banco Capacitivo
Corrente do Banco:
17 min 0,92 f 211, 6 V V V R s x s f min c (I R I X -V V ) I 14, 0 s A X cos 92, 4 57,3 R t X t I I A I I sen A
min c V X 15,1 C I Capacitância do Banco:
1 C 211, 2 2 eq c F fX 2 min 2,97 var C c V Q k X Corrente do Banco:
2 _ 1 4 15,33 2 1 f T V V V Passo de tensão
2 _ 0 0 1_ 0 1 15 T T T n N n Relação de espiras
De T
0:
Simulação
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Lógica de controle
19 t≥4 períodos & Vpac=0V Nº trafos= 15 Medir valores instantâneo e eficaz de Vpac Não SimVpac,ef<Vmin&
Nº trafos≠ 0
Nº
trafos--Vpac,ef>Vmin&
Nº trafos≠ 15 Nº trafos++ t=0 Conversão A/D de Nº trafos Sim Não Sim
• Tensãode decremento:
211,6 V
• Tensão de incremento:
213 V
• Amostragem:
4 períodos
Simulação
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Simulação SEM compensação: Medição do valor
eficaz da tensão no PAC, na fonte, e máximo e
mínimo estabelecidos pelo PRODIST.
Simulação
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Simulação COM compensação: Medição do valor
eficaz da tensão no PAC, na fonte, e máximo e
Simulação
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Sinal de controle e corrente na carga
0 5 10 15 20 Controle 0 10 20 30 40 Time (s) 0 20 40 60 80 100 120 Irms
Simulação
Tensão e corrente no banco capacitivo
Simulação
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