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Atuação do fisioterapeuta no período gestacional: uma revisão integrativa de literatura

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Physiotherapist performance in the gestational period: an

integrative literature review

Atuação do fisioterapeuta no período gestacional: uma revisão integrativa de

literatura

Actuación del fisioterapeuta en el período gestacional: una revisión de la literatura

integradora

ABSTRACT

Objective: To compile what is in the literature about the importance of the physiotherapist's performance in the

gestational period. Methodology: This study deals with a descriptive bibliographical review, of the type integrative review of the literature, the search was carried out at the LILACS (Latin American and Caribbean in Health Sciences) databases, the electronic library SCIELO, PubMed (Medical Publications) and VHL (Virtual Health Library), from August to November 2017. Results: A table was prepared with 11 publications on the subject. Conclusion: At the end of this review, it could be verified that although there are many studies about the physiotherapist's performance during pregnancy, there are few cases in which the pregnant women seek this professional, even their bodies undergoing various anatomical and physiological changes where the physiotherapist would help minimize their impact on their daily lives, increasing their physical stamina and muscular strength and helping to perform a quieter and healthier labor for both the mother and her baby.

RESUMO

Objetivo: Compilar o que há na literatura sobre a importância da atuação do fisioterapeuta no período gestacional. Metodologia: O estudo trata de uma revisão bibliográfica descritiva, do tipo revisão integrativa da literatura, a busca

foi realizada nas bases LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), na biblioteca eletrônica SCIELO, PubMed (Publicações Médicas) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), no período de agosto a novembro de 2017. Resultados: Foi feito um quadro com 11 publicações sobre o assunto. Conclusão: Pôde-se constatar ao final desta revisão que apesar haver muitos estudos sobre a atuação do fisioterapeuta na gestação, são poucos os casos em que as gestantes procuram esse profissional, mesmo seus corpos passando por várias mudanças anatômicas e fisiológicas onde o fisioterapeuta ajudaria a minimizar os impactos destas no seu cotidiano, aumentando sua resistência física e força muscular e auxiliando para realização de um trabalho de parto mais tranquilo e saudável tanto pra mãe quanto para seu bebê.

RESUMEN

Objetivo: Compilar lo que hay en la literatura sobre la importancia de la actuación del fisioterapeuta en el período

gestacional. Metodología: El estudio trata de una revisión bibliográfica descriptiva, del tipo revisión integrativa de la literatura, la búsqueda fue realizada en las bases LILACS (Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud), en la biblioteca electrónica SCIELO, PubMed (Publicaciones Médicas) y (BVS (Biblioteca Virtual en Salud), en el período de agosto a noviembre de 2017. Resultados: Se hizo un cuadro con 11 publicaciones sobre el tema.

Conclusión: Se pudo constatar al final de esta revisión que a pesar de haber muchos estudios sobre la actuación del

fisioterapeuta en la gestación, son pocos los casos en que las gestantes buscan a ese profesional, incluso sus cuerpos pasando por varios cambios anatómicos y fisiológicos donde el fisioterapeuta ayudaría a minimizar los impactos de éstas en su cotidiano, aumentando su resistencia física y fuerza muscular y auxiliando para la realización de un trabajo de parto más tranquilo y saludable tanto para la madre y para su bebé.

Ricardo Antonio Barreto Silva¹

Maiara Jaianne Bezerra Leal Rios²

Jéssica Maria Lima de Araújo

3

Mara Dayse de Sousa

4

Roseany Barros Morais Lago

5

Isabela Santos Barbosa

6

ISSN: 2447-2301

¹Discente do Curso Bacharelado em Fisioterapia. Faculdade Maurício de Nassau- FAP. Teresina, Piauí – Brasil. E-mail:

ricardobarreto1830@gmail.com

²Bacharel em Nutrição- UFPI. Docente dos Cursos de Saúde. Mestre em Alimentos e Saúde – UFPI. Faculdade Maurício de Nassau- FAP. Teresina, Piauí – Brasil. E-mail: maiararios2014@gmail.com

3Discente do Curso Bacharelado em Fisioterapia. Faculdade Maurício de Nassau- FAP. Teresina, Piauí – Brasil. E-mail:

jessicalima3225@hotmail.com

4Discente do Curso Bacharelado em Fisioterapia. Faculdade Maurício de Nassau- FAP. Teresina, Piauí – Brasil. E-mail:

maradayses1@gmail.com

5Discente do Curso Bacharelado em Fisioterapia. Faculdade Maurício de Nassau- FAP. Teresina, Piauí – Brasil. E-mail:

moraisroseany@gmail.com

Descriptors

Gestational physiotherapy. Gestation. Hydrotherapy. Pilates during pregnancy and prenatal care.

Descritores

Fisioterapia gestacional. Gestação. Hidroterapia. Pilates na gestação e pré-natal.

Descriptores

Fisioterapia gestacional. Gestación. Hidroterapia. Pilates en la gestación y prenatal.

Sources of funding: No Conflict of interest: No

Date of first submission: 2018-06-20 Accepted: 2018-12-02

Publishing: 2018-12-21

Corresponding Address

Ricardo Antonio Barreto Silva Faculdade Maurício de Nassau- FAP Curso Bacharelado em Fisioterapia Rua Eustáquio Portela, 1641 Bairro São Cristóvão

CEP 64045-970 – Teresina (PI), Brasil

Mobile Phone: (86) 99950-6526

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INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, o enfoque da assistência ao pré-natal, ao parto e à maternidade em si tem sido bem diferenciado. Os programas inter e multidisciplinares de

preparação para o parto, caracterizados pelo

desenvolvimento de métodos educativos, atenção psicológica e preparo físico específico, estão se tornando comuns, e cada vez mais procurados pela maioria das gestantes(1).

Durante a gestação, o organismo feminino sofre diversas alterações anatômicas e funcionais, logo é necessário que a gestante seja orientada a se preparar para este período. A fisioterapia é, segundo o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), “uma área de conhecimento em saúde, que estuda os distúrbios cinéticos e sinérgicos funcionais que acometem os órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas ou por condições adquiridas”. Nesse sentido, o fisioterapeuta se apresenta capaz de colaborar e proporcionar a melhora da qualidade de vida da gestante(2).

Na gravidez, o corpo sofre várias mudanças como o aumento da cintura, do quadril, das glândulas mamárias; há uma mudança do centro de gravidade, aumentando a curvatura lombar e provocando o aparecimento de algias posturais, como as lombalgias, ou mesmo as lombociatalgia, Outras dificuldades aparecem como déficit respiratório, dificuldade na digestão, aumento da frequência cardíaca, alterações hormonais, e edema em membros. Essas dores aumentam principalmente se a mulher apresentar queixa antes de engravidar. Além disso, esses sintomas podem perdurar no período pós-parto e continuar interferindo com sua rotina diária e, consequentemente, em sua qualidade de vida(3).

No período gestacional, devido as mudanças corporais da mulher, o fisioterapeuta trabalha exercícios

respiratórios, relaxamento, correção postural,

flexibilidade e alongamento como também, exercícios de preparação para o parto, realizando estímulos de ganho de força muscular de membros inferiores, superiores, lombar, abdômen, e atua nas alterações do assoalho pélvico, onde procura o fortalecimento deste para diminuir as

consequências na hora do parto e a incontinência urinária(4).

O fisioterapeuta além de atuar sobre as mudanças fisiológicas, patológicas atua também no emocional de uma gestante, também com profissional de suporte à parturiente, usando diversos recursos para o controle da dor no trabalho de parto. Com seu auxílio o profissional contribuirá para um ótimo trabalho de parto e o bem-estar mãe-filho(5). Diante do exposto, este estudo tem por

objetivo compilar o que há na literatura sobre a importância da atuação do fisioterapeuta no período gestacional.

METODOLOGIA

O presente estudo fundamentou-se em uma

pesquisa bibliográfica do tipo descritiva. Este

procedimento foi escolhido por possibilitar a análise do estado da arte sobre o tema: Atuação do fisioterapeuta no período gestacional.

Foram pesquisados textos científicos sobre o tema supracitado em livros e artigos científicos completos, escrito na língua vernácula, a partir de novembro de 2003. Foram utilizados bases de dados científicos como: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), na biblioteca eletrônica SCIELO, PubMed (Publicações Médicas) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), no período de agosto a novembro de 2017.

Para a pesquisa dos textos científicos foram utilizadas as seguintes palavras chaves: Fisioterapia gestacional, gestação, hidroterapia, pilates na gestação e pré-natal. Após a identificação dos textos realizou-se uma leitura criteriosa a fim de selecionar os textos que estão compondo essa revisão de literatura.

RESULTADOS

 Gestação

O bebê é gerado a partir do encontro do espermatozoide do homem com o óvulo da mulher. Com 4 semanas, seu coração começa a bater. Ao final de 8 semanas já estão se formando os dedos, as mãos, as orelhas e os órgãos internos. De 9 a 12 semanas, inicia-se o funcionamento do cérebro. Já se formou o cordão

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umbilical. A partir de 14 semanas iniciam-se os movimentos respiratórios e das mãos. Entre 15 e 16 semanas a pele começa a se engrossar. Entre 17 e 18, ele já consegue sugar, engolir e piscar. Ele pode soluçar, o que é normal. Entre 20 e 24 semanas, os seus movimentos ficam mais intensos e perceptíveis. Todo o seu organismo está funcionando em harmonia. Nos últimos três meses da gestação a maioria dos bebês se coloca de cabeça para baixo. De 27 a 30 semanas, ele já percebe a luz fora do útero. Escuta e identifica vários sons, como vozes e músicas. Com 32 semanas, sua pele fica coberta por um tipo de creme branco, o vérnix, que traz proteção e o ajudará a se deslizar pelo canal do parto. Ele já está todo formado, mas não está pronto para nascer(6).

 Alterações anatômicas e fisiológicas

No período gestacional a mulher passa por um processo que envolve várias mudanças como alterações físicas, fisiológicas e emocionais inerentes á gestação. Dentre essas a fisioterapia tem atuação quando se desrespeito ao desconforto postural e do assoalho pélvico. As alterações posturais são normais devido ao período gestacional e ao ganho de peso, ocorre o deslocamento do centro de gravidade, ocasionando alterações na conformação da coluna lombar e na região pélvica, conforme o crescimento do bebê ocorre a modificação corporal da gestante. Durante a gravidez ocorrem mudanças osteomusculares devido à ação hormonal causando frouxidão ligamentar e assim modificando a biomecânica estrutural e o aumento da mobilidade da articulação do assoalho pélvico. O principal hormônio responsável por essas ações é o relaxina, no qual provoca o aumento do relaxamento articular e os ligamentos que favorece a anteversão pélvica e o aparecimento de uma lordose localizada na região lombar devido o aumento do peso. Com o crescimento da barriga, a coluna lombar sofre alterações fazendo curvaturas para frente do corpo mais do que o normal, ocasionando dor (lombalgia), conforme o útero gravídico vai crescendo, gera alterações no sistema circulatório, principalmente nos membros inferiores,

ocorrem inchaços e câimbras, interferindo na qualidade de vida, como incapacidade motora, má qualidade no sono, fadiga, problemas psicológicos e diminuição no desempenho de atividades(7).

 Pré-natal

O pré-natal deve ser conceituado como atendimento multidisciplinar que objetiva a manutenção da integridade das condições de higiene fetal e cujos resultados devem ser avaliados em longo prazo, com a formação de elementos físicos e intelectualmente úteis à comunidade e ao país. A assistência pré-natal deve ter início em fase precoce, assim as medidas profiláticas podem ter alcance maior, e o tratamento de certas afecções pode ser efetuado antes de possível comprometimento do concepto. Até a trigésima semana de gestação, as consultas devem ser feitas com intervalos de quatro semanas, depois quinzenais, até a data provável do parto e semanais, se as condições assim o exigirem. Durante as consultas, pesquisam-se afecções orgânicas e distúrbios emocionais, orienta-se o preparo psicológico para o parto e instituem-se normas de higiene-dietéticas, realiza-se o preparo psicológico para o parto e inicia-se o tratamento para eventuais doenças intercorrentes(8).

 Avaliação física

O bem-estar físico relaciona-se à ausência ou a mínimos graus de doença, incapacidade ou desconfortos

relacionados principalmente ao sistema

musculoesquelético, é o mais comumente, definido por um fenômeno de percepção física desagradável relacionado à fadiga aguda e sobrecarga física. Sua identificação pode ser feita através de relatos objetivos, como questionários específicos, a partir de avaliações da ocorrência (presença ou ausência) e das características dos sintomas, tais como: o local, o tipo, a intensidade, a frequência e a duração do desconforto. Mais intensos e frequentes no final da gestação, os desconfortos musculoesqueléticos podem se manifestar por sensações de peso ou “repuxos”(9).

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Quadro 1: Principais achados dos estudos analisados.

Referência Local Amostra Variáveis analisadas Principais resultados

MOURA et al.,

2007 Campo Grande (MS) n= 14 grávidas (20-31 anos) Foi aplicado um questionário e fizeram 42 sessões de fisioterapia.

Membros do grupo controle: não houve melhora das pacientes e ocorreu aumento da dor. Membros do grupo tratado: as pacientes relataram que a dor continuou, mas com menos intensidade após a fisioterapia.

DALVI et al.,

2010 Cachoeiro de Itapemirim (ES) n=5 grávidas (20-40 anos) Foi feita avaliação física e fisioterapêutica. Fizeram alongamentos, exercícios e sessões de fisioterapia durante 8 meses.

Houve uma melhora no bem-estar físico das voluntárias, diminuindo transtornos osteomioarticulares, respiratórios e circulatórios, bem como promovendo redução das dores musculares e do possível uso de medicamentos analgésicos, além da melhora na consciência corporal da gestante.

PREVEDEL et al.,

2003 Botucatu (SP) n= 41 gestantes Programa de hidroterapia de intensidade moderada.

Houve efeito benéfico da hidroterapia. A hidroterapia não interferiu nos resultados perinatais, relacionados à prematuridade e baixo peso ao nascimento.

CORRÊA et al.,

2012 Presidente Prudente (SP) n= 1 gestante de 23 anos Foram feitas 12 sessões, 2 vezes por semana de fisioterapia.

Houve melhora da dor e melhora na maioria dos domínios da qualidade de vida, onde a capacidade funcional e estado geral da saúde atingiram pontuação máxima no término do tratamento.

GIL et al., 2009 Campinas (SP) n= 34 gestantes Sessões de alongamentos

e RPG. Houve diminuição significativa da dor lombar nas mulheres tratadas com RPG e diminuição de medicamentos receitados para dor, enquanto que no grupo controle, os medicamentos continuaram sendo ingeridos e a dor aumentou. ANDRADE et al.,

2010 Coari (AM) n= 32 gestantes adolescentes (12-18 anos)

Foi aplicado um questionário e feita entrevista sobre seus a hábitos antes e durante a gestação.

75% das participantes revelou ser sedentária e 25% se classificaram como ativas.

GANNUNY et al.,

2012 Campinas (SP) n= 52 gestantes (a partir de 18 anos) As mulheres responderam a um questionário e fizeram exercício numa bicicleta estacionária 30 minutos, uma vez por semana.

Na análise entre grupos, não houve diferenças significativas nos valores da pressão arterial e frequência cardíaca, porém na análise intragrupos essa diferença foi observada entre o momento inicial e final da intervenção. Em ambos os grupos houve piora em alguns domínios do questionário de qualidade de vida, porém não houve diferença significativa quando comparados os escores entre os grupos ao longo do tempo. SANTOS; GALLO, 2010 José Bonifácio (SP) n= 45 gestantes (13-38 anos)

Foi criado e aplicado um questionário e para avaliar a intensidade da dor, foi utilizada a Escala Visual Analógica de Dor.

A lombalgia foi mais frequente em mulheres que apresentaram lombalgia prévia e naquelas que estiveram grávidas pela primeira vez. A dor lombar também foi mais frequente durante o terceiro trimestre gestacional e, na maioria dos casos, foi referida como pontadas, de intensidade moderada, com duração de uma hora ou mais. O repouso reduzia a dor lombar das pacientes, enquanto as atividades domésticas intensas a agravavam.

LEAL et al., 2013 Campina Grande

(PB) n= 6 gestantes (25-33 anos) Foi realizada uma entrevista e sessões de hidroterapia. O atendimento procedeu em quatro fases sendo: aquecimento,

alongamentos, exercícios específicos e

relaxamento.

Os resultados mostraram no geral uma dor máxima de grau 9 na EVA (Escala Visual Analógica de dor) no pré-atendimento, e no fim das sessões todas as gestantes relataram alívio de dor, e 94,2% das vezes com intensidade em nível zero.

SEBBEN et al.,

2011 Erechim (RS) n= 2 gestantes primíparas (15 - 35 anos)

Foi realizado exercícios hidroterápicos, durante 2 meses, no total de 10 sessões.

O tratamento mostrou-se eficaz para a redução dos sintomas de dor lombar na gestação, além de propiciar benefícios no campo sóciopsicológico, influenciando no bem-estar, na autoestima e na qualidade de vida destas pacientes.

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LANDI et al.,

2004 Maringá (PR) n= 2 gestantes (23-35 anos) Foram realizadas 26 sessões de fisioterapia nas pacientes, onde dessas 26 sessões 11 sessões foram na piscina.

Concluiu-se que as atividades físicas orientadas por fisioterapeutas proporcionam melhoras significativas nas queixas apresentadas pelas gestantes.

DISCUSSÃO

A presença do fisioterapeuta no acompanhamento do trabalho de parto não é uma prática estabelecida na nossa sociedade e nem incluída no sistema de saúde. Porém, este profissional tem a importante função de orientar e conscientizar a mulher para que ela desenvolva toda a sua potencialidade, que será exigida neste momento, tornando-a segura e confiante. A intervenção fisioterapêutica na assistência obstétrica de baixo risco, como parte da rotina da equipe, valoriza a responsabilidade da gestante no processo, por meio do uso ativo do próprio corpo. A mobilidade corporal durante o processo de parturição, envolve interação de fatores fisiológicos, psicológicos, culturais e, principalmente, o apoio e a orientação da equipe obstétrica. A ação do fisioterapeuta é um fator estimulante para que a mulher se conscientize de que seu corpo ativo pode ser uma ferramenta para facilitar o processo do trabalho de parto e trazer-lhe satisfação com a experiência do nascimento(21).

É possível dizer que existem diversos recursos e atividades realizadas na fisioterapia pré-natal. Entretanto, as revisões de literatura presentes no Quadro 1 ressaltam o uso da terapia aquática, pilates (alongamentos), drenagem linfática manual.

As modalidades físicas encontradas são

principalmente as caminhadas, bicicleta estacionária, aeróbica de baixo impacto e hidroterapia.

A terapia aquática é um dos recursos mais antigos da fisioterapia, sendo definida como o uso externo da água com propósitos terapêuticos. Consiste na utilização dos efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo, ou parte deste, em meio aquático, como

recurso auxiliar na reeducação funcional

musculoesquelética, neuromotora, ou cardiorrespiratória, visando cura, alívio dos sintomas, manutenção ou prevenção de uma alteração funcional orgânica (vide Figura 1). Os efeitos fisiológicos podem somar-se aos

desencadeados pela prática de exercício físico na água, tornando as respostas mais complexas. Os exercícios do assoalho pélvico também são de extrema importância no período gestacional. Os exercícios para fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico são recomendados durante as fases de evolução da mulher, sendo importante exercitá-los, principalmente na fase gestacional e pós-gestacional. Períneo insuficiente pode levar ao prolapso genital e a outras consequências, como incontinência urinária de esforço, disfunção sexual e outras complicações. Os exercícios para essa musculatura aumentam a circulação das vísceras pélvicas, mantendo os orifícios da uretra, reto e vagina fechados. Eles poderão ser realizados em decúbito lateral, de cócoras, em pé ou usando uma bola suíça. É desejável que esses exercícios sejam praticados pela manhã, antes da gestante levantar-se(22).

Figura 1: hidroterapia

Fonte: JORNAL MAIS NOTÍCIA. Atividade física para gestante. 2011. Disponível em:< http://www.jornalmaisnoticias.com.br/atividade-fisica-para-gestantes/ >. Acesso em: 20 de outubro de 2017.

Joseph Pilates desenvolveu um abrangente método de alongamento e fortalecimento muscular, que juntos pretendem criar um corpo forte e ágil bem como atingir o desenvolvimento ideal, com vigor mental renovado e crescimento espiritual. Os exercícios são divididos em duas categorias: exercícios no solo que utilizam o peso corporal e a força da gravidade como fatores de resistência, chamado de MatPilates (vide Figura 2), assim como podem ser

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acrescentados acessórios e exercícios feitos nos aparelhos que utilizam resistência proporcionada pelo uso de molas e polias (vide Figura 3). Visando o movimento consciente sem fadiga e dor e mantendo a mente totalmente concentrada, o método Pilates tem como princípios fundamentais: concentração, controle, centralização, movimento fluído, precisão e respiração. A gravidez está associada com um número grande de disfunções musculoesqueléticas, que com o método Pilates como exercício oferece muitos benefícios físicos e emocionais como, melhora de dor na coluna vertebral, estabilidade articular, muscular e ligamentar, melhora a postura e minimiza as alterações fisiológicas do período gestacional, propicia a consciência corporal, alonga e fortalece os músculos, além de relaxar a mãe(23).

Figura 2: matpilates

Fonte: VALERIANA, P. A. Pilates na gestação: principais cuidados e contraindicações. 2016. Disponível em: <

http://www.blogpilates.com.br/pilates-na-gestacao-cuidados/ >. Acesso em: 20 de outubro de 2017.

Figura 3: aparelho de pilates, chair.

Fonte: VALERIANA, P. A. Pilates na gestação: principais cuidados e contraindicações. 2016. Disponível em: <

http://www.blogpilates.com.br/pilates-na-gestacao-cuidados/ >. Acesso em: 20 de outubro de 2017.

A Terapia Manual é uma parte da fisioterapia onde o profissional avalia a dor e disfunção, detectando anormalidades do movimento (micro e macro), testando tecidos estruturais anatômicos, propondo um programa de tratamento relacionado diretamente com o quadro físico avaliado. O tratamento é feito em cima da causa da lesão e não só diretamente nela. Corrige alterações osteomioarticulares devolvendo a funcionalidade da região. A pressão mecânica da massagem elimina o excesso de líquido e diminui a probabilidade de fibrose, expulsando o líquido do meio tissular para os vasos venosos e linfáticos. A drenagem linfática é uma função normal do sistema linfático. Mas, se por algum motivo, essa drenagem for insuficiente, deve ser auxiliada por meios externos. Portanto, a drenagem pode ser realizada de

quatro maneiras: manual, corrente galvânica,

eletroestimulação sequencial e pressoterapia. Entre estas maneiras, a técnica manual é a mais eficiente no tratamento fisioterapêutico em gestantes. Durante o

período gestacional, ocorrem alguns problemas

circulatórios no organismo da mulher, entre elas, podemos incluir o edema, principalmente de membros inferiores (vide Figura 4) e as varizes(24).

Figura 4: drenagem linfática manual.

Fonte: UMANA PILATES. Drenagem linfática na gestação.

2015. Disponivél em: <

http://umanapilates.com.br/site/parceiro/drenagem-linfatica-na-gestacao/ >. Acesso em: 20 de outubro de 2017.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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fisioterapeuta na gestação, são poucos os casos em que as gestantes procuram esse profissional, mesmo seus corpos passando por várias mudanças anatômicas e fisiológicas onde o fisioterapeuta ajudaria a minimizar os impactos destas no seu cotidiano, aumentando sua resistência física e força muscular e auxiliando para realização de um trabalho de parto mais tranquilo e saudável tanto pra mãe quanto para seu bebê.

Espera-se que os conhecimentos relatados por este estudo possam aumentar a visibilidade da fisioterapia na gravidez, viabilizando uma maior procura por essa assistência prestada as gestantes, no pré-natal e após o parto, trazendo assim os benefícios proporcionados por essa prática.

REFERÊNCIAS

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