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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE LINHARES FACELI COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO CÉLIA PANTALEÃO DE PAULA

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE LINHARES FACELI

COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO

CÉLIA PANTALEÃO DE PAULA

DIREITO PREVIDÊNCIÁRIO JURISPRUDÊNCIAS COMENTADAS

LINHARES-ES 2011

(2)

CÉLIA PANTALEÃO DE PAULA

DIREITO PREVIDÊNCIÁRIO JURISPRUDÊNCIAS COMENTADAS

Trabalho apresentado a professora orientadora da disciplina Direito Previdenciário da Faculdade de Ensino Superior de Linhares – Faceli.

Professora: Rosinete Cavalcante da Costa

LINHARES-ES

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AUXILIO-DOENÇA E A INCAPACIDADE LABORATIVA: AGRAVAMENTO DA ENFERMIDADE (VIRUS HIV)

É possível o afastamento temporário do paciente de AIDS de suas funções laborativas. Os primeiros quinze dias serão pagos pela empresa e o restante pelo INSS. Importante ressaltar que não há necessidade de aguardar prazo depois de filiado ao INSS para poder ter acesso ao benefício. Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. De acordo com o doutrinador TAVARES o auxílio-doença é, “o benefício concedido em virtude de incapacidade temporária,

quando o segurado estiver suscetível de recuperação, desde que necessite afastar-se de sua atividade habitual por mais de quinze dias”.

Não tem direito ao auxílio-doença quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resulta do agravamento da enfermidade, tendo assim direito ao benefício pelo agravamento da doença os portadores pelo vírus da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida ), conforme entendimento do TRF1:

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDÊNCIA SOCIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA ANTECIPADA. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA. PORTADOR DO VÍRUS HIV. SITUAÇÃO DE INCAPACIDADE DEMONSTRADA. RECURSO PROVIDO.

I - A antecipação de tutela pode ser concedida desde que verificada a presença dos requisitos contidos no artigo 273 do Código de Processo Civil, vale dizer, o convencimento da verossimilhança das alegações formuladas, aliado à iminência de lesão irreparável ou de difícil reparação, manifesto propósito protelatório do réu e reversibilidade da medida. II - A verossimilhança do pedido foi demonstrada no laudo médico juntado, que atestou sua condição de soropositivo e encontrar-se prejudicada sua higidez física, o que permite concluir pela presença da verossimilhança do pedido, posto que submetido às restrições de atividade decorrentes da condição de portador do vírus HIV, patologia que inexoravelmente impõe limitações para o mercado de trabalho, diante das freqüentes manifestações de quadros de infecções, que debilitam progressivamente o organismo, além de ser incurável, de forma a impor tratamento e acompanhamento

médico permanentes.

III - O risco de dano irreparável se evidencia no comprometimento da subsistência do agravado, em razão de se tratar de benefício de caráter alimentar, que não lhe permite aguardar o desfecho da ação.

1

VIDDA, Pela. Tribunal Regional Federal. Agravo de Instrumento 220315, Processo nº 2004.03.00.058488-8/SP, 9ª Turma, Rel. Juiz Marisa Santos, julgado em 07/03/2005, DJ 13/05/2005 p. 918. Disponível em:< http://www.aids.org.br/default.asp?siteAcao=mostraPagina&paginaId=79>. Acesso em: 22 abr. 2011.

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IV - Agravo de instrumento provido. Tutela antecipada concedida. (TRF 3, AG 220315, Processo nº 2004.03.00.058488-8/SP, 9ª Turma, Rel. Juiz Marisa Santos, julgado em 07/03/2005, DJ 13/05/2005 p. 918).

ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO

O doutrinador TAVARES2, declara que “quando a incapacidade sobrevier por motivo

de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão”, confirmando assim, o

direito daqueles trabalhadores que possui o vírus da AIDS, e este acaba se agravando, terá então o direito a concessão ao benefício durante o período do tratamento.

Desta forma, de acordo com CARLOS e LAZZARI3,

terá direito ao benefício sem a necessidade de cumprir o prazo mínimo de contribuição e desde que tenha qualidade de segurado do início da incapacidade, o trabalhador acometido de tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, doença de Paget em estágio avançado (osteíte deformante), síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), contaminação por radiação (comprovada em laudo médico) ou hepatopatia grave.

PARECER

Conforme lhe faculta a Lei 7.670/88, em seu art. 1º 4, o portador do HIV tem direito a receber o auxílio-doença:

Art. 1º - A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - SIDA/AIDS fica considerada, para os efeitos legais, causa que justifica:

I - a concessão de:

a) licença para tratamento de saúde prevista nos artigos 104 e 105 da Lei n.º 1.711, de 28 de outubro de 1952;

b) aposentadoria, nos termos do art. 178, inciso I, alínea "b" da Lei n.º 1.711, de 28 de outubro de 1952;

2

TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. Regime Geral de Previdenciário Social e

Regimes Próprios de Previdência Social - Ed. Lumen Juris. 10ª edição. Rio de Janeiro, 2008, p

123.

3 CASTRO, Carlos Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário – 5ª edição. Editora LTr São Paulo. São Paulo, 2004, p. 345.

4

ANGHER, Anne Joyce. Vade Mecum, Acadêmico de Direito. Lei nº 7.670/1988 – Ed. Rideel. 9º Edição. 2009.

(5)

c) reforma militar, na forma do disposto no art. 108, inciso V, da Lei n.º 6.880, de 9 de dezembro de 1980;

d) pensão especial nos termos do art. 1º da Lei n.º 3.738, de 4 de abril de 1960.

Então, até que se tenha a cura definitiva da moléstia, os portadores do HIV, não possuem as mínimas condições tanto físicas, como psicológicas, para trabalhar, pois, fatores externos, como estresse, impactos emocionais, variações de temperatura, e outras circunstâncias climáticas, fáticas e emocionais, podem desencadear o processo devastador do HIV, agravando assim o vírus, tendo assim todo direito ao benefício.

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VEDAÇÃO À ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS APOSENTADORIA POR INVALIDEZ X APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Aposentadoria por invalidez é o benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados incapacitados para exercer suas atividades que lhes garanta o sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se associar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão. Mas, se após o ingresso na previdência, ocorrer o agravamento da doença a ponto de impedir a pessoa de trabalhar, então ela terá direito ao benefício.

A aposentadoria por tempo de contribuição pode ser integral ou proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e idade mínima.

Após a concessão da aposentadoria por invalidez ou por contribuição não terá direito o contribuinte cumular as aposentadorias, quando já tiver sido concedido alguns destes benefícios, de acordo com o artigo 124 da lei 8.213/91, com a nova redação dada pela lei 9.032, de 28.04.1995, entende ser impossível a cumulação da aposentadoria por invalidez (doença ou acidente) com a aposentadoria por tempo de contribuição.

Conforme o TRF45:

EMENTA: APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. INACUMULABILIDADE.

5

JURISPRUDENCIA, Jus Brasil. Tribunal Regional Federal da 4ª região. Apelação Civel: AC 9999 RS 0001277-29.2010.404.9999. Apelante: Instituto Nacional do Seguro Social-INSS. Apelado:Valdomiro Nunes Pereira. Relator: Desembargador Federal Rômulo Pizzolatti. Disponível em:<

(7)

É inacumulável aposentadoria por tempo de contribuição com aposentadoria por invalidez, devendo ser extinto sem resolução do mérito o processo em que concedido o último benefício, quando o segurado, no curso do feito, obtém administrativamente o primeiro, com termo inicial mais remoto.

ACÓRDÃO: Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima

indicadas, decide a Egrégia 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, dar parcial provimento à remessa oficial, tida por interposta, e julgar prejudicado o mérito da apelação, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

De acordo com TAVARES6, “não é permitido o recebimento conjunto de: I – mais de uma aposentadoria; [...]”. ficando assim claro que não é possível o acumulo de benefícios.

No mesmo sentido, descrevem CASTRO e LAZZARI7, ”o recebimento conjunto de mais de um beneficio previdenciário sofre limitações impostas pela Lei n. 8.213/91 e pelo Decreto n. 3.048/99, [...]. Não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios: mais de uma aposentadoria, [...]”.

Sendo assim, o trabalhador aposentado por tempo de serviço, que retorna ao trabalho, e venha a sofrer algum tipo de acidente, sendo este de natureza acidentária em razão da função/trabalho exercido ou ainda venha a padecer de qualquer tipo de doença não relacionada ao seu trabalho não terá seu direito reconhecido pela Autarquia Previdenciária, porém de acordo com CASTRO e LAZZARI8, “o retorno do aposentado à atividade não prejudica o recebimento de sua

aposentadoria, que será mantida no seu valor integral”.

6

TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. Regime Geral de Previdenciário Social e

Regimes Próprios de Previdência Social - Ed. Lumen Juris. 10ª edição. Rio de Janeiro, 2008, p

123. 7

CASTRO; LAZZARI, 2004, p. 478. 8

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REFERÊNCIAS

ANGHER, Anne Joyce. Vade Mecum, Acadêmico de Direito. Lei nº 8.213/1991. Ed. Rideel. 9º Edição. 2009.

BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Civil e Reexame Necessário nº 1.0024.06.089435-9/001, Rel. Des. Sebastião Pereira de Souza, 16ª Câmara Cível. Disponível em:

<http://www.tjmg.jus.br/juridico/jt_/juris_resultado.jsp?numeroCNJ=&dvCNJ=&anoCN J=&origemCNJ=&tipoTribunal=1&comrCodigo=0024&ano=06&txt_processo=089435 &dv=9&complemento=001&acordaoEmenta=ementa&palavrasConsulta=&tipoFiltro= and&orderByData=0&orgaoJulgador=&relator=&dataInicial=&dataFinal=21%2F04%2 F2011&resultPagina=10&dataAcordaoInicial=&dataAcordaoFinal=&captcha_text=50 118&pesquisar=Pesquisar.html> Acesso em: 07 abr. 2011.

CASTRO, Carlos Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário – 5ª edição. Editora LTr São Paulo. São Paulo, 2004.

JURISPRUDENCIA, Jus Brasil. Tribunal Regional Federal da 4ª região. Apelação Civel: AC 9999 RS 0001277-29.2010.404.9999. Apelante: Instituto Nacional do Seguro Social-INSS. Apelado:Valdomiro Nunes Pereira. Relator: Desembargador Federal Rômulo Pizzolatti. Disponível

em:<

http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/18577935/apelacao-civel-ac-9999-rs-0001277-2920104049999-trf4/inteiro-teor1>. Acesso em 22 abr. 2011

TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. Regime Geral de

Previdenciário Social e Regimes Próprios de Previdência Social - Ed. Lumen Juris. 10ª edição. Rio de Janeiro, 2008.

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