Ai=>LioAçÃo
E
AvALiAçAo
DE
uiviPROGRAMA
DE
oAi=>Ao|TAçAo
PARA
E|viPREENDEDoREs
NA
READDADE
Do Pos-GRADUAÇÃQ DA
FUNDAÇÃO
DE
EsTuDos
soc|Ais
Do
PARANÁ
_ i=Esi=>Dissertação
de Mestrado
Sandra Regina Soares
Dias
Florianópolis
N ro
APL|cAÇAo
E
AvAuAÇAo
DE
UM
PRDGRAMA
DE
c:APAc|TAÇÃo
PARA
EMPREENDEDQRES
NA
REAL|DADE
Do
PÓS-GRADUAÇÃO DA
FUNDAÇÃO
DE
ESTUDOS
~
APi_|OAçÃO E AvAL|¬AçÃO
DE
UM
PROGRAMA
DE
OAPAOiTAçÃO PARA
EMPREENDEDORES
NA
READDADE
DO
PÓS-GRADUAÇÃO DA
FUNDAÇÃO
DE
ESTUDOS
sOO|A|s
DO
PARANA
-FEsP
Sandra Regina
Soares.Dias
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação
em
Engenharia deProdução da Universidade Federal de
Santa Catarina
como
requisito parcialpara obtenção do título de Mestre
em
Engenharia de Produção.
Florianópolis
ll
Sandra Regina Soares
Dias
APLICAÇÃO
E
AVALIAÇÃO
DE
UM
PROGRAMA
DE
CAPACITAÇÃO PARA
EMPREENDEDORES
NA
REALIDADE
DO PÓS-GRADUAÇÃO
DA
FUNDAÇÃO
DE
ESTUDOS
SOCIAIS
DO
PARANA
-FESP
zEsta dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção
do
títulode
Mestreem
Engenharia
da Produção
noPrograma
de Pós-Graduação
em
Engenharia da
Produção
da Universidade Federalde
Santa Catarina.Florianópolis, 5 de fevereiro
de
2002. EProf.
Rica}‹iâlBar‹;ia,l-Ph.
D. ÊCo
õ-ador
do
Curso
_¶ fBANCA
EXAMINADORA
Prof. Álvaro Guillermo Rojas Lezana,
, Dr.
Orientad i”
/
Prof. Ri rdo erto Behr, Dr.'
rof. Afonso Augusto Teixeira
de
- Freitas
de
Carvalho Lima,Dr.
iv
Agradecimentos
Gratidão deve ser falada, escrita e guardada no. coraçao, por
isso a todos que ajudaram a transformar
uma
intençãoem
realidade
-
meu
muito obrigada! ~Em
especial: VÀ
Deus porme
dar forças e saúde para concluir mais estaetapa e seguir
em
frente...À
Zilma, Ery ez Edison Luiz que, de formas diferentes,mas
sempre amorosas, estiveram comigo nesta empreitada.
Aos
Professores Lezana e Afonso pela solidariedade eproficiência comprovada de orientadores.
Ao
Professor Ricardo Roberto Behr pela relevante contribuiçãoao' fazer parte da banca de avaliação.
À
Prof. SilviaMana
Pereira de Araújo queme
ensinou osprimeiros passos na pesquisa científica, ainda na graduação.
Às
instituições de Ensino,UFSC
e' FESP, por propiciaremcondições para que o presente estudo se efetivasse.
Sumário
Lista
de
figuras ... .. viiiLista
de
gráficos ... .. ix Listade quadros
... ..x
Listade
tabelas ... .. xiResumo
... .. xii Abstract ... .. xiii 1 1.1 1.1.1 1.1.2 1.2 1.3 1.4 2 2.1 2.2 2.3 2.4 2.4.1 2.4.2 2.4.3 2.4.4 2.5 2.6 2.6.1 2.6.2|NTRo|:›uçAo
... ..1 Justificativa ... ... ..4
O
Programa de
Capacitação paraEmpreendedores
... .. 5A
Metodologia de Avaliação deReação
... ..6
Objetivos
do
estudo
... .. 7Estrutura
da
dissertação ... .. 7Definições
de termos considerados
importantesno
contextoda
pesquisa
... _. 9O
EMPREENDEDORISMO
E
SEU
PRINCIPAL
ATOR:
O
EMPREENDEDOR
... ..11O
cicloempreendedor
eo
ciclo tradicionalista e/ou burocrático: posturas ... ... .. 12Fatores psicológicos e
comportamentais
... .. 18Conceitos
de
empreendedor
... .. 21Características
do
indivíduoempreendedor
-o
perfilempreendedor
... ..24
Necessidades
humanas
e doempreendedor
... ..30
O
conhecimento paraempreender
... _. 36' Habilidades necessárias aoempreendedor
... ..38
Os
valores doempreendedor
... ._ 41 Critérios educacionais eo
desafiodo
aprendizado
... ..42
Características básicas para
formação
do
indivíduoempreendedor
... ..45
Liderança ... ._
46
2.6.3 2.6.4 2.6.5 2.7 2.8 2.8.1' 2.8.2 3 3.1 3.1.1 3.2 3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.2.4
4
4.1 4.1.1 4.1.2 4.1.3 4.2 5 5.1 5.1.1 5.1.2 5.1.3 5.2 5.2-1 vi Estratégias de Motivação ...50
Ética ... _. 52 Gestãodo
conhecimento ... _.54
O
empreendedor
e asua
capacitação tecnológica ... ..55
Planejamento
estratégicodo empreendedor
... ..56
Visão estratégica ... __
58
Procedimentos adotados pelo
empreendedor
à resolução de desvios(elou problemas) ... __ 61
AVALIAÇAO DE
PROGRAMAS
EDUCACIONAIS
E
SEUS
CRITÉRIOS65
Programas
educacionais - a capacitação profissionaI= ... ._65
Programas de
capacitação para indivíduosempreendedores
... ._66
Avaliação
de
programas
... ._ 71A
conceituação do processode
avaliação ... __ 72Metodologias
de
avaliação ... __75
Avaliação e seus critérios ... ._ 77
Técnicas e instrumentos»
de
avaliação ... __ 82'PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
... ..90Delineamento
da
pesquisa
... ..90
População e
Amostragem
... ._93
Coleta e tratamento dos
dados
... _.94
Análise dos
dados
... ._98
Limitações referentes
aos procedimentos metodológicos
utilizados ... ._ 100
PROGRAMA
DE
CAPACITAÇÃO PARA
EMPREENDEDORES
MINISTRADO
NA
FESP
E
SUA
AVALIAÇÃO
... ..103Caracterização
da
instituição:FESP
... ..105
Histórico ... __ 106
A
FESP
e sua modernização ... ._ 108Cursos
de Pós-Graduação
daFESP
(missão/objetivos) ... _.109
O
Programa
de Capacitação
paraEmpreendedores
... ._112
5.2.2 5.2.3 5.2.4 5.2.5 5.2.6 5.3 5.3.1 5.3.2 6 6.1 6.1.1 6.1.2 6.1.3 7 7.1- 7.2 7.3 7.4 7.5 8 9. 9.1 9.2 9.3 9.4 9.5
Definição dos objetivos
do Programa
de Capacitação paraEmpreendedores
... ... __ 115Definição
do
conteúdo do programade
capacitação paraempreendedores
... ... _. 116Seleção
de
técnicasde
motivação l incentivaçäo ... _. 118Elaboração de pianos
de
aula ... _.119
Critérios avaliativos ... __ 120
~
A
avaliaçao objetiva e subjetiva realizadas ... ._ 121Avaliação
de
aprendizagem ... __ 121Avaliação
de
reação ... ._ 122RESULTADOS DA
PESQUISA DE
CAMPO
... ..134Apresentação
dos
resultados ... _.134
Levantamento
do
perfilda
amostra pesquisada ... ._ 134Resultado da avaliação
do
programa,após
a sua execução, utilizandoo questionário no corpo discente da
FESP
... _. 143A
análisede
conteúdodo
discursodos
entrevistados ... __ 156CONCLUSÕES
... ._163Quanto
àPesquisa
Bibliográfica ... ... ._163
Quanto
ao
Programa
de
Capacitação paraEmpreendedores
... _.164
Quanto
a Metodologiade
Avaliaçãode
Reação
... ._167
Limitações e
Recomendações
... _. 168Considerações
finais ... _. 173FoNTEs
B|B|_|oGRÁi=|cAs ... ._1'/6ANEXOS
... ... ... ..183Questionário para apurar
o
perfil geraldo
grupo de
alunostrabalhados ... _.
184
Programa
do módulo comportamento do empreendedor
... _.185
Planos
de
aula referenteao
Programa
de Capacitação de
Empreendedores
... ._ 191Instrumento
de
coletade
dados
... ._ 201Figura 1 Figura
2
Figura 3 Figura 4: Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura8 viii Listade
figuras
Ciclo
empreendedor
e burocrático ... .. 15O
processo comportamental ... ..20
Hierarquia das necessidades ... .. 32
Três categorias
da
visão ... _.O
Processoda
Visão ... ..60
Etapas para a elaboração
do
roteiro de entrevista ... ..85
Etapas da Metodologia de Avaliação de
Reação
... .. 127Etapas de elaboração
do
questionáriode
avaliação de reação pós-programa ... ._ 130
Lista
de
gráficos
Gráfico 1: Percentual da faixa etária 'dos entrevistados ... .. 133
Gráfico 2: Percentual formação de graduação/curso ... ._ 1.34
Gráfico 3: Percentual
do
vínculo empregatício atual ... _. 135Gráfico 4: Percentual administração
do
próprio negócio ... ._ 1-36-Gráfico 5: Percentual do
tempo
em
que
exerce 0 papel deempreendedor
137Gráfico 6: Percentual
do
porteda
organização ... .. 1.38
Gráfico 7: Percentual- além
do
vínculo empregatício, paralelamente, administra o próprio negócio/empresa ... .. 139Gráfico 8: Percentual -
ramo de
atividadeque
administra/empreende ... .. 140Gráfico 9: Percentual -
O
conteúdo abordado estavaem
consonânciacom
osobjetivos propostos no programa ... ._ 142
Gráfico 10: Percentual
-
O
conteúdo ministrado estimulou a sua participação eentendimento durante as aulas ... .. 143
Gráfico 11: Percentual -
A
práticaem
relação ao contexto empresarialestabelecida a partir
do
conteúdo ministrado ... ._ 144Gráfico 12: Percentual da produtividade das técnicas motivacionais ... ._ 145
Gráfico 13: Percentual -
Se
o professor atendeu as expectativas ... ._ 146Gráfico 14: Percentual da suficiência dos recursos didáticos e pedagógicos adotados ... _. 147
Gráfico 15: Percentual- Organização do material didático
como
elementofacilitador do processo de ensino-aprendizagem ... ._ 148
Gráfico 16 Percentual-
Adequação da
infra-estrutura para a execuçãodo
programa ... .. 149
Gráfico- 17: - Percentual: cumprimento dos objetivos do programa conforme o
planejamento ... _. 150
Gráfico» 18: Percentual-
Os
critérios avaliativos no processode
ensino/aprendizagem ... ... ._ 151
Gráfico 19: Percentual
de
auto-comprometimento pelas atividades realizadasem
sala de aula ... .. 152Gráfico 20: Percentual- curiosidade/desejo
de
aprender despertados pelosX
Lista
de quadros
Quadro
1: Conseqüências inerentesao
cicloempreendedor e
burocrático/tradicionalista. ... ... _. 16
Quadro
2: Contratos dos ciclosempreendedor
e burocrático ... ._ 17Quadro
3: Características dos ciclos -empreendedor
e burocrático ... _. 17Quadro
4: Interesses dos ciclos -empreendedor
e burocrático ... _. 18Quadro
5: Principais característicasdo
empreendedor
... _.30
Quadro
6: Necessidades doempreendedor
... _.35
Quadro
7: Principais conhecimentos necessáriosao
empreendedor
... _. 37Quadro
8: Critérios do ato dedare
receber feedback ... _.48
Quadro
9: Fatores de êxito ... _.. ... ._62
Quadro
10: Etapas para elaboração deum
programade
capacitação paraempreendedores
... _.68
Quadro
11: Níveis de avaliação -uma
comparação
-das terminologias ... __79
Quadro
12: Cursos de pós--graduação oferecidos pelaFESP
... _.109
Quadro
13: Aspectos positivos, negativos e sugestões manifestos no discursoTabe
Tabe
a 2 Tabela 3Tabe
a 4 Tabela 5 Tabela 6Tabe
a 7a1
Tabela 8: Tabela 9: Listade
tabelas
Faixa etária dos pesquisados ... _. 133
Formação
de graduação/curso ... ._ 134'l
Vínculo empregatício atual ... _. 135
Administração do próprio negócio ... __ 136
Tempo
em:que
exerce o papel:de
empreendedor
... ._ 137Porte da organização ... _. 138
Se
além do vínculo empregatício, paralelamente, administra o próprionegócio/empresa ... _. 139
Ramo
de
atividade que administralempreende ... _.140
O
conteúdo abordado estavaem
consonânciacom
os objetivospropostos no programa ... _. 142
Tabela 10:
O
conteúdo ministrado estimulou a sua participação e entendimentodurante as aulas ... ... ._ 143
Tabela 11:
A
práticaem
relaçãoao
contexto empresarial estabelecida a partirdo
conteúdo ministrado ... _. 144Tabela 12: Produtividade das técnicas motivacionais ... _. 145
Tabela 13: Dominio
do
conhecimento do professor sobre o assunto ... _. 146Tabela 14: Suficiêncla dos recursos didáticos e pedagógicos adotados ... _. 147
Tabela 15: Organização
do
material didáticocomo
elemento facilitadordo
processo de ensino-aprendizagem ... ... _. 148
Tabela 16:
A
infra-estruturaadequada
para a execuçãodo
programa ... ._149
Tabela 17:
Cumprimento
dos objetivos do programa conforme o planejamento... 150
Tabela 18:
Os
critérios avaliativos no processode
ensino/aprendizagem 151Tabela 19: Auto-comprometimento pelas atividades realizadas
em
salade
aula... _. 152
Tabela 20: Curiosidade/desejo
de
aprender despertados pelos temas/tópicosxii
RGSLIÍTIO
DIAS, Sandra Regina Soares. Aplicação e avaliação
de
um
programa
de
capacitação para
empreendedores
na
realidadedo
pós-graduação
da
Fundação de
Estudos
Sociaisdo
Paraná
-
FESP.
2002.219
f. Dissertação(Mestrado
em
Engenharia de Produção) -Programa de
Pós-graduaçãoem
Engenharia
de
Produção,UFSC,
Florianópolis.O
presente estudode
caso está situado nocampo
do
empreendedorismo,com
enfoque no
empreendedor
e suas características comportamentais. Apresentaa experiência de aplicação e avaliação
do Programa de
Capacitação paraEmpreendedores
efetivada naFundaçao de
Estudos Sociaisdo Paraná
-FESP,
em
especialno
Curso dePós-Graduação de
Administraçãoem
Marketing,
no Módulo de Comportamento
do Empreendedor. Tal experiência-resultou na elaboração
da
Metodologia de Avaliaçãode Reação
paraProgramas de
Capacitação para Empreendedores.Os
resultados deste estudopossibilitaram validar tanto o programa aplicado,
como
a metodologiade
avaliação elaborada, apontando para a importância da avaliação de reação dos
participantes de
um
programa de capacitação evitando, assim, equívocosde
Abstract
DlAS, Sandra Regina Soares. Application
and Assessment
ofa
trainingprogram
for entrepreneurs within the post-graduation scenario atFundação
de Estudos
Sociaisdo
Paraná
(The Social StudiesFoundation
of Paraná.)
-
FESP.
2002.219
f. Dissertation (Master degree in ProductionEngineering) - Post-Graduation
Program
in Production Engineering,UFSC,
Florianópolis.
The
present case study with the field of entrepreneurship, emphasizing theentrepreneur
and
its behaviorai traits. lt presents the process of applicationand
assessment of the Entrepreneur Training
Program
at theFundação
de EstudosSociais do Paraná (The Social Studies Foundation of Paraná) - F ESP, specially
with regards to the Post-Graduation Course in Marketing
Management,
withinthe Entrepreneuriai Attitude Module.
Such
experience resulted in theconsolidation of the Reaction.
Assessment
Methodology for' Training Programsdesigned for Entrepreneurs.
Based
on the results of this study,we
were able tovalidate both the program applied
and
the methodology developed, highlightingthe relevance of assessing the participants reaction to the training course
and
avoiding, thus, judgmental misinterpretations regarding its effectiveness
and
1
|NTRoDuçÃo
Ao
se observar o processo de. evoluçaoda
humanidade,desde
osprimórdios, constata-se
que
as descobertas, as inovações e osavanços
estiveram intimamente relacionados
ao
espírito aventureiro, ài in.qui'etude~,ao
inconformismo e à capacidade inquiritiva
do
serhumano.
O
anseio pela buscado
desconhecido, pela descoberta denovas
fronteirase produção
de
novos conhecimentos impulsionaram, e continuam projetando ahumanidade
em
direção ao desenvolvimento.Nesse
contexto, relevante papel está reservado à escola, e por escolaentende-se o processo
que
envolvedesde
o ensino básico até o nível superior,como
fonte detentora e transmissorado
conhecimento e capazde
aperfeiçoar, inovar e produzir novos conhecimentos.Mas
para tal a escola precisa mudar, emudar
para' melhor. Isso significacompreender que
ensino é, antes de tudo, preparar para a vida.E
que
aeducação
deve seruma
atividade permanente,em
que
o indivíduo continue aaprender' por toda a vida a fim
de permanecer
competitivo, competente eprodutivo e continuar crescendo enquanto ser
humano.
Sendo
assim, énecessário
que
cada vez mais aieducação
esteja atreladaao
mundo
dasmudanças
eque
esse processo propicie a formação de jovens e profissionaishabilitados para conviver
com
as incertezas, ambigüidades e desafios.Esse fato
merece
reflexões eadoção de
novas posturas, a fim deque
oBrasil, não
caminhe
indefinidamente na esteirado
desenvolvimento mundialem
particular, as de nível superior podem, por meioda
realizaçãode
pesquisae do estímulo às atividades criadoras e empreendedoras, contribuir
sobremaneira para o desenvolvimento local, regional e nacional.
Educar
crianças, adolescentes, jovens, futuros profissionais para a alternativa
do
empreendimento
própriopode
serum
instrumentode
grande auxílio para odesenvolvimento
do
País. Contudo, no Brasil ainda são modestas as iniciativasque
investem no ensinode
empreendedorismo
e no de criação de empresas.Os
programas escolares, da escola básica à universidade,devem
serelaborados,
não somente
em
funçãode empregos
existentes,mas também
desenvolvendo o espírito
empreendedor
dos alunos.De
Almeida (1997, p. 38)ao se referir as instituições de ensino superior, coloca
que
asmesmas
insistem
em
formar profissionais despreparados edesempregados
das grandesempresas”.
E
alerta para a necessidade damudança
do sistema educacional afim
de
que
seformem
profissionaiscom
capacidade e habilidades para criar e gerirpequenos
negócios.As
teorias modernas»que fundamentam
os programasde
formaçãode
empreendedores apregoam
a necessidade vitalde
preparar as pessoas paraaprenderem
a agir e pensar por conta própria,com
criatividade,com
liderançae visão de futuro, para inovar e ocupar o seu espaço no mercado, portanto, é
indiscutível a necessidade
de
se preparar melhor as pessoas antesque
asmesmas
se lancem nomercado
como
empreendedoras
por conta própria ou,mesmo,
paraque atuem
como
intraempreendedoras.As
instituiçoesde
ensino superior, nesse processo, temum
papelde
3
fortes formadoras de opiniao,
com
condições de disseminarem a culturaempreeendedora
no Pais. Todavia, Chagas, citado por Pereira (2000, p. 9),alerta para o fato de
que
a tarefade
criaruma
culturaempreendedora
no Paísé
um
papelque
cabea
toda a sociedade enão apenas
à universidade, citandoum
dos paradoxosem
que
vivemos: “A nossaeconomia
operacom
novos
padrões
de
relações de trabalho, os jovensmudaram
o seu sonho,mas
a»cultura familiar
ea
formaçãoque recebem
nas nossas escolas continuam aprepará-los para
uma
realidadeque
não mais existe”._
É
urgenteque
no Brasil sejam. estimulados programasde
fomento eincentivo
ao
empreendedorismo,como
uma
prática sistemática de ensino, a fimde
reduzir a taxa de mortalidade dasempresas
nos seus primeirosanos de
vida, gerar maior
número de empregos
e proporcionar maior competitividade àsempresas. Para isso o ambiente do ensino superior, principalmente nas.
faculdades
que
priorizam as Ciências Sociais Aplicadas se apresentamcomo
propício para a inserção
em
seus currículos de- programasque
visem oincentivo do empreendedorismo.
A
relação fronteiriça das atividadesempreendedoras
e a. formaçãode
especialistas nas mais diversas áreasdo
conhecimento científico, torna o presente estudo completamente aderente aos
programas educacionais, exibindo-os
como
oportunos para omomento
atualdo
Brasil e do mundo. Portanto, é necessário o incentivo às ações criadoras e
empreendedoras
das instituiçõesde
ensino, a elaboraçãode
programaseducacionais
que
sejam estratégicos para omomento
atual, a disponibilização1.1 Justificativa
Autores
como
Tonelli eLezana
(1998), eChagas
(1999b),assumem
que
oempreendedor
é o principal responsável pelo sucesso das empresas, portanto,considera-se algumas questões relevantes
e que
justificamo
objetivodesse
trabalho.
O
que levauma
pessoa a obter sucesso e outro fracassoem
seu empreendimento? Diversas pesquisas evidenciam que a
figura do empreendedor
é
o fator chave para o sucesso deum
negócio.
Em
situações semelhantes, duas empresas domesmo
ramo
podem
obter resultados diferentes (Tonelli, 1997, p. 4).Neste sentido, a personalidade dos profissionais
de
sucesso exigecaracterísticas empreendedoras, seja este
um
empregado
ouum
empregador.A
personalidade do empreendedor temum
impacto decisivo nanova firma.
Nas
primeiras etapas do desenvolvimento, adebilidade e o vigor da empresa são
também
os doempreendedor.
A
personalidade do empreendedor configura aimagem
da empresa, os valores e o comportamento social da firma (Lezana, 1999, p. 29).Sabendo-se
da necessidade constante dos profissionaisem
enfrentar desafios para se manter empregávelnum
mercado de
trabalhoem
constantetransformação, pensa-se
que
um
programa eficaz para capacitaçãode
empreendedores
é necessário.'
O
impacto das novas tecnologias inseridas no contexto deglobalização da economia e as
demandas
apresentadas pelosetor produtivo, se refletem» na cultura das instituições de
ensino, através de mudanças nas ações pedagógicas e
gestionárias, que interferem diretamente na constituição e
sistematização dos saberes, contribuindo assim para o
desenvolvimento de novos comportamentos e habilidades dos
alunos (Machado, 1999, p. 07).
Conforme
já mencionado, as citações acimaapontam que
oempreendedor
5
de
fundamental importância a elaboraçao e aplicaçãode
programasde
capacitação para empreendedores,
bem como
metodologiasque
possam
avaliá-los. Conquanto, acredita-se, constitua
tema de
interesse tanto para aárea educacional
como
para ocampo
do
empreendedorismo,poucas
pesquisas têm sido realizadas no
escopo de
aliar programasde
capacitaçãopara
empreendedores
a metodologias para avaliá-los.Em
funçãodo
pequeno
número
de estudos específicos, otema
suscita ainda inúmerosquestionamentos, parecendo, desta forma, importante avançar
na
suadiscussão, contribuindo para
uma
maior visibilidade domesmo. É nesse
sentido,
que
o presente trabalho busca dar sua contribuição.1.1.1
O
Programa de
Capacitação
para
Empreendedores
Bolton citado- por
Chagas
(_1999b, p. 35) enfatizaque
as modificaçõeseconômicas, educacionais e no ambiente organizacional,
sugerem
que
seintensifiquem a propagação» e se reformulem os programas
de
formação paraempreendedores, pois os "atuais modelos já
nao
sãoadequados
para explicarproblemas e prover soluções”,. complementando,
Chagas afirma que
o ensinode
empreendedorismo
evocade
imediato novas formas de aprendizado,relacionamento e avaliaçao.
Baseando-se
também
nospensamentos de
Filion (2000, p.36)em
que
“Todos os estabelecimentos de ensino deveriam contar
com
um
programade
estudos
em
empreendedorismo,em
particular noscampos
da
formação técnicae do nível superior” e
que
ao professorde empreendedorismo
cabe exercercursos e programas, é
que ousou
se propor a implantaçao deum
programade
capacitação para
empreendedores
na realidadedo
pós-graduação daFESP.
Este documento, portanto, objetiva descrever a experiência
de
aplicaçãodo
referido programa
e
de
sua avaliação, e atravésdessa
experiência valorizar oensino acadêmico
do
empreendedorismo..
A
escolha pela aplicação experiencialdo Programa de
Capacitação paraEmpreendedores, elaborado por Tonelli e
Lezana
(1998), e adaptado pelapesquisadora, utilizando-se das técnicas
de
Chagas
(1999b), é frutoda
participaçao
como
discentedo
Mestradoem
Engenhariade
Produçaoonde
nadisciplina
Empreendedorismo
o referido programa foi aplicado,como também
aparticipação no curso Oficina
do Empreendedor
em
que Chagas expõe
suametodologia para ser multiplicada pelos professores.
Desta forma, o programa adaptado e aplicado tem
como
base
asconceituaçoes
de
Tonelli eLezana
(1998) acerca da áreado
empreendedorismo
e das características doempreendedor
conforme oreferencial bibliográfico divulgado,
sendo que
os tópicos sugeridosvêm
dezencontro as necessidades do grupo pesquisado.
1.1.2
A
Metodologia.de
Avaliação
de
Reação
Com
baseem
fundamentação
teórica pertinente e na experiênciade
educadora foi possivel identificar
como
ponto crítico, no funcionamento ensino-aprendizagem,
o
fator avaliação, no que se refere à programas educacionais.Procedente dessa problemática geral e, especificamente, a partir da percepção
7
contemplasse o
Programa
de Capacitação paraEmpreendedores
aplicado narealidade
do
pós-graduação daFundação de
Estudos Sociaisdo
Paraná -FESP,
veio a ser elaborada e experimentada a Metodologiade
Avaliaçãode
Reação, a qual será abordada neste estudo.
1.2
Objetivos
do
estudo
Como
objetivo geral, este trabalho visa. utilizarum
modelo
de programade
capacitação para
empreendedores
e desenvolver e aplicar, na realidadedo
pós-graduação
da Fundação de
Estudos Sociaisdo
Paraná--
FESP,
uma
metodologia
de
avaliação de reação para este tipode
programa.Para
que
seja atingido, alguns objetivos específicos apresentam-secomo
pertinentes
ao
estudo:- Adaptar e aplicar
um
modelo de
programade
capacitação paraempreendedores, na realidade do pós-graduação da
Fundação de
Estudos Sociais
do
Paraná-
FESP;
-
Conhecer
as possibilidades e necessidadesda
avaliação para esse tipode
programade
capacitação;- Avaliar a reação dos alunos participantes
do Programa de
Capacitaçãopara Empreendedores, explicitando a Metodologia
de
Avaliaçãode
Reação.
1.3
Estrutura
da
dissertação
O
capítulo I, introduz o tema, os objetivos, os parâmetros metodológicos utilizados,bem como
apresenta a estrutura capitularda
dissertação e adefinição de termos considerados importantes no contexto
da
pesquisa.Oreferencial' teórico é apresentado
em
dois capitulos-O
capítulo Il, abordaa conceituação
do
processode empreendedorismo
e aspectos diversos acercado
tema.O
capítulo III, trata dia avaliação de programas educacionais e seuscritérios.
O
capítulo IV explicita os procedimentos metodológicos utilizados no estudo.No
capítuloV
consta a identificaçãoda Fundação de
Estudos Sociais-
FESP,
instituiçãoem
que
se pratica a teoria abordada.Na
seqüência, encontra-se o programa ministrado e os aspectos
que
o envolve acerca dosprocedimentos metodológicos e pedagógicos adotados. Por fim, a avaliação
objetiva e subjetiva são explicitadas, juntamente
com
a metodologiade
avaliaçao
de
reaçao eaborada.O
capítulo Vl traz a apresentação dos resultadosda
pesquisa,com
aanálise dos
dados
obtidos.O
capítulo VII consistena
finalizaçaodo
trabalho, trazendo as conclusões,limitações e recomendações.
O
capítulo VIII contempla» as fontes bibliográficas consultadas para o estudo. Finalizando a dissertaçao de mestrado,seguem-se
os anexoscom
9
1.4
Definições
de termos
considerados importantes
no
contexto
da
pesquisa
iTermo
a) Avaliaçao b) Avaliação de aprendizagem (objetiva) c) Avaliaçãode
reação (subjetiva) d) Avaliação educacional e) Capacitação tecnológica f) Competiti'vid`ade g)Conteúdo
programático h)Empreendedor
i)Empreendedorismo
Descriçao-É
determinar o valorde alguma
coisa, objeto,indivíduo para
um
determinado fim. Expressarjuizo
de
valor. (Ferreira, 1987).'Avaliar
que
princípios, fatos e técnicas estãosendo
assimilados pelos participantes durante odesenvolvimento
de
um
programa educacional.Avaliar al reação (satisfação) dos- participantes
em
relação ao programa educacional ministrado.É. indicado para a análise
da
eficiência e eficáciade
um
programade
ensino.Processo
de
formulaçãode
objetivos, avaliaçãoe interpretação de resultados para formulação
de
um
juízode
valor (Tostes e Rodrigues, 1982).Conhecimentos
e recursos tecnológicos disponíveis.Livre circulação
de
mercadorias, bense
serviçosentre as nações (Coutinho e Ferraz, 1995).
Seleção
de
conteúdo técnico, cronologia,referencial bibliográfico e procedimentos
didático-pedagógicos para ministrar
uma
disciplina.
Sentido genérico: é o indivíduo responsável pela
identificação e criação
de
oportunidades denegócios.
Sentido restrito:
empreendedor
enquantodono
de empresa, ou seja, o
empreendedor
proprietário.
Processo derivado
da
capacidadede
empreender
individual ou grupalmente,que
trazconsigo inúmeros benefícios sociais e
j)
Formação de
Processode
formação e qualificaçaode
empreendedores
indivíduos (alunos, profissionais)com
visão eperformance empreendedora.
k) Gestão
do
Gerir, administrar e disseminar atravésda
conhecimento
automação
(sistema) as informações, oconhecimento adquirido e compartilhado pelos
indivíduos no ambiente organizacional.
l) lntraempreendedor
É
oempregado
inovador, o indivíduo que atuacom
uma
posturaempreendedora
constituindo-se
num
elementochave
no desenvolvimento da-organização.
m) lntraempreendedorismo
Vem
a ser a possibilidadeque
osempregados
possuem de empreender
dentro das própriasempresas
onde
trabalham (Pinchott lll, 1995).ni) Metodologia de- Conjunto
de
etapas e procedimentos aserem
avaliação vencidos
ordenadamente
para avaliarum
programa educacional.
o) Planos de aula Planejamento detalhado
da
aula ministrada.o) Valores' Padrão
ou
qualidadede
princípios consideradosem
si válidos ou desejáveis.Guias gerais
de
condutaque tendem
a dardireção determinada à vida
do
ser humano.Conjunto de
normas
e crenças compartilhadas,símbolos, rituais elementos
da
cultura deuma
sociedade. _
Buscando
construirum
esquema
conceitual capazde
sustentar ainvestigação, apresenta-se
na
seqüência a sistematização, classificação einter-relação dos conceitos referentes
ao tema de
pesquisa, sumariando-se oconhecimento existente na teoria sobre empreendedorismo, capítulo dois, e
2
O
EMPREENDEDORISMO
E
SEU
PRINCIPAL ATOR:
O
EMPREENDEDOR
O
capítulo2 que segue
temcomo
fim apresentar a conceituaçaodo
processo de empreendedorismo, tecendo comentários sobre o clico
tradicionalista e empreendedor.
Aborda
o perfil do profissionalempreendedor
eas características básicas
da
sua formação, principalmente relacionadas aoplanejamento estratégico das organizações e a capacidade tecnológica frente
aos desafios
da
competitividade. _'
O
conceito deempreendedorismo chega ao
Brasilna década de
70 porém,somente
no final dadécada
de 80 é atribuída maior ênfase atravésda ação
acadêmica, explorando conceitos e conteúdos. Já no início da
década de
90acontece então
uma
mudança
estrutural daeconomia
direcionada parauma
abertura prática
de
mercado.A
princípio, mostrando deficiência nosplanejamentos a longo prazo.
Com
a competitividade crescente nomercado
e oaumento
do índicede
desemprego
no Brasil,surgem
novas idéias para auxilio aos empresáriosemergentes.
No
finalda década
de 90, oempreendedorismo
passa. a ser mais exploradoe aplicado efetivamente (conforme
concepções
resumidas de Nitsch et al.(1999, pi. 54). “
Há
atualmenteuma
vasta fonte bibliográfica para a definiçãode
empreendedorismo
porém, após estudos e pesquisas acercado
assunto,esses conceitos foram se modernizando e adequando-se às necessidades
do
Lezana
(1999, p. 2) fundamenta oempreendedorismo “em
dois pilaresbásicos: o
empreendedor
e seu projeto de negócio”.E
ainda,de
acordocom
Raineri (1999, p. 32) diz
que
“Oempreendedorismo pode
ser definidocomo
uma
característicaque
fazcom
que
uma
pessoa. gere seu próprio trabalho, sejapor meio de atividade autônoma, abrindo
uma
empresa
ou até definindo novasfunções para si
mesma
dentrode
uma
empresa”.Poder-se-ia citar conceitos de outras fontes, no entanto, não se julga
necessário pois todas
parecem
estarde
acordoquando
definemempreendedorismo
como
“um
processode
renovaçao pessoal e organizacionalque
traz consigo» inúmeros benefícios sociais e econômicos para a sociedade"(Gauthier et al., 1999, p. 273).
Partindo
do
princípiode
entendimentoda
conceituaçao propriamente dita,percebe-se
que
oempreendedorismo
éum
assunto atual, de influênciaeconômica
tanto parao
paíscomo
para a sociedade. Propõemudanças
na
área empresarial, objetivando
o
surgimentode
empresas
emergentes, dirigidaspor
empreendedores
criativos e inovadores, capazes de desenvolvernovos
projetos.
21.1
O
cicloempreendedor
e
o
ciclo tradicionalistae/ou
burocrático:
posturas
O
autorChagas
(1999b, p. 33) revelaque
é grande a quantidadede
empresas
que fecham
prematuramente, inclusiveem
nível mundial,porém
alerta
que
osdados
estatísticos apresentam falhas, "pois registram o13
estar abrindo outro negócio -
não
hácomo
negarque
uma
descomunal energiae incalculáveis recursos- são desperdiçados por novos empreenCl`ed'ores”.
Atualmente
no
Brasil, háum
elevado índicede
criação de novas empresas,especialmente as
de pequeno
porte e, paralelamente, crescetambém
o
número de
falências dessas empresas,com
pouco
tempo de
atuaçãono
mercado.
Chagas
(1i999`a, p. 53) afirmaque
“Decada
trêsempresas
criadas, duas-fecham
as portas.As pequenas empresas (menos de
100 empregados)fecham
mais:
99%
das falências são deempresas
pequenas”.A
que
sepode
atribuir taxas tão significativasde
falênciasem
torno daspequenas empresas
emergentes? Pensa.-seque
os motivos são diversos.Além
dos fatores internos e externos, os empresáriosque
sepreocupam
exclusivamente
com
a sobrevivência:da
empresa-,com
al burocracia edemonstram
uma
postura tradicionalista, nãoconseguem
manter seusnegócios vivos e ativos e, inevitavelmente- acontece a falta
de
sucesso.O
mercado
atual brasileiro necessitade
profissionais inovadores e flexíveisàs mudanças,
que tenham
uma
visão globaldas
carênciasdo
cliente.Lezana
(1999, p. 29)
expõe
a necessidade de evolução e modificaçãona
postura dosempresários atuais
quando
diz: “Amedida que
aempresa
cresce, vai exigindomodificações no comportamento de seu dono.
Quanto
mais rápido aempresa
crescer, mais rápidas deverão ser as mudanças”. _
Machado
(1999, p. 9) enfatizaque
muitasempresas que não aderem
àsmudanças
de mercado
acabam
não
tendoespaço
nocampo
da
Essa transformação resultou na saída de inúmeras
corporações do cenário produtivo, justamente as que estavam
acomodadas a
um
sistema antigo e arcaico, pois a indústriabrasileira, acostumada
com
a administração de curto prazo,teve que enfrentar a transição de
uma
economia que eraextremamente fechada para
um
mercado global e competitivo.A
postura empresarial tradicionalistanão
incluiuma
atitudeempreendedora
(criativa e inovadora) mas, sobretudo, atua sob
um
exercício profissional falhogerado pela inflexibilidade diante dos avanços tecnológicos e à dinâmica
transformação
que
freqüentemente acontece no universo empresarial.Para tanto, vários critérios estarão presentes no processo
que
envolve ociclo empreendedor: at liderança er responsabilzidade
em
todos os níveishierárquicos, compartilhamento de informações e conhecimento, trabalho
em
equipe, incentivo à criatividade e a-
tomada de
decisão, entre outros, poisrepresentam requisitos significativos para o sucesso e êxito desta iniciativa.
Nesse
sentido, a figuraque
segue, apresenta as conseqüências inerentesao
ciclo
empreendedor
eao
ciclo tradicionalista, para apreciação e análise.Cabe
ressaltar
que
or autor abaixo especificado, adota- o vocábulo burocrático, paraFigura 1: Ciclo
empreendedor
e
burocrático V Contrato Empreendedor‹_
eu posso você também Interesses Esclarecidos 1 Táticas Autênticas4-
Autonomia Fonte: (Rocha, 1999, p. 10).Ainda
Rocha
apresenta quatro quadros referentesao
cicloempreendedor
eContrato Patriarcal eu não posso
4-
Interesses Míopes‹_
Táticas4.
ManipulativasI
Dependênciaburocrático/ tradicionalista
que
estar-se-á transcrevendo a seguir.Quadro
1:Conseqüências
inerentesao
cicloempreendedor
e
burocrático/tradicionalista
todos os níveis topo
a) Liderança e responsabilidade
em
a.) Liderança e responsabilidadeb) Confiança b) Desconfiança
c) Compartilhamento de informações c)
Omissão de
informaçõesd) Resistência por boas razões d) Resistência
sem
boas razões e) Incentivo a criatividade e) Incentivo a procedimentosnormais
f) Conflitos tratados e vistos
como
f) Conflitos disfarçadose/ou punidosg) Resultados a baixo custo g) Resultados a alto custo
h) Assumir riscos
h)
Agircom
cautelaQuadro
2:Contratos
dos
ciclose
mpreendedor
e
burocráticoCICLO
EMPREENDEDOR
coNTRATo EMPREENDEDOR
CICLO
BUROCRÁTICO
CONTRATO
PATRIARCAL.
Aceitação da própria autoridade
Submissão
à hierarquiaEncorajamento da auto.-expressão Negação-
da
auto-expressãoCompromissoenão
sacrifícios. c) Sacrifício hoje,em
trocade
promessas
futuras.Fonte: (Rocha, 1999, p~. 10).
4
Quadro
3: Característicasdos
cicos
-empreendedor
e
burocráticoCICLO
EMPREENDEDOR
INTERESSES
ESCLARECIDOS
c|cLo
BuRocRÁT|co
|NTEREssEs
MioPEs
Comprometo-me
com
toque tem
significado para
mim
Quero que
o outro tenhasempre
um
bom
conceito a meu- respeitoFaço
as coisasque
acreditorealmente contribuírem para a
organização
Faço as
coisas para integrar-meao
círculo dos
que tem
poder eprivilégios
Trato os outros
como
quero ser tratadoTrato o outro
como
elemerece
sertratado
Aprendo
tudoque
é possível sobrea atividade na qual estou engajado.
Aprendo
tudo oque
é possiveldesde
que
seja politicamentecorreto.
17
Quadro
4:interesses
dos
ciclos -empreendedor
e
burocráticoCICLO
EMPREENDEDOR
AUTONOMIA
c|cLo
DEPENDÊNc|A
BuRocRÁT|co
a)
Posso
e devo tomar minhaspróprias decisões
Não
posso /
devo
tomar decisõessem
uma
clara direção (missãodo
chefe)
b)
A
organização sou eu, ela é aquiloque
eu ajudo az criarQuando
as coisassaem
erradas,colocamos a culpa
nos
outrosou
na“cultura” da
empresa
)
A
autonomia éum
caminho
de riscoem ansiedade
A
dependência êum
caminho
maisseguro _
)
Sou
responsável pormim
mesmo
Esperoque
aempresa
me
dê
proteção e reconheça
minha
lealdade
TÁT|cAs
Au.TÊNT|cAs
TÁTICAS MANIPULATIVAS
)
Comporto-me de
forma a dar oexemplo
esperadoComporto-me de
acordocom
ob) Utilizo a linguagem direta, simples e
pessoal
Utilizo a linguagem impessoal para
atenuar impactos
c) Manifesto certezas e dúvidas Manifesto
apenas
certezasd) Expresso realmente o
que
sinto epenso
Digo simquando
querodizer
não
e)
Uso
as informaçõesde
formatransparente e aberta
Uso
as informações de acordocom
a conveniência
Fonte: (Rocha, 1999, p. 12).
Percebe-se
com
os quadros apresentadosque
o cicloempreendedor que
colaboradores.
envolve o processo
de
empowerment
é mais polivalente e comprometidocom
os reais interesses e necessidades das organizações,
bem
como
dos seusEm
contrapartida, as característicasque
envolvem o ciclo burocrático,dificultam e
em
alguns casos,impedem
o desenvolvimento da criatividade,interna, desestimulando
um
clima propício ao trabalhoem
equipe e trocade
informações. '
Acredita-se portanto, que
de
acordocom
as
tendências organizacionais,o
modelo
que
mais se adapta aos atuais desafios, refere-se ao cicloempreendedor.
Diante
de
taiscomparações
entre o cicloempreendedor
e o ciclotradicionalista e/ou burocrático, percebe-se que, enquanto a maioria dos
empresários persistirem
em
manteruma
postura tradicionalista»em
suas visõesde
negócios, acredita-seque
a tendência é crescente à falta de êxito nosplanejamentos comerciais.
Sabe-se
que
oempreendedorismo
está em: alta na área empresarialdo
século XXI e, aquele
que
não se adaptar,não
se modificar ou alterar suaconduta visando- efetivamente, transformar-se em:
um
real empreendedor,não
terá muitas chances frente a competitividade existente.
2.2.
Fatores psicológicos e
comportamentais.
Os
fatores psicológicos e comportamentais estão intrinsecamente ligados,pois a complexidade
do
comportamentohumano
depende da
suapersonalidade.
Longen
(1997) aborda as característicasda
personalidadeque
determinamo comportamento
humano
através das seguintes definições:a) Necessidade: é
um
déficit ou a manifestação deum
desequilíbrio interno do indivíduo. (...) Surge quando se rompe
o estado de equilíbrio do organismo, causando
um
estado detensão, insatisfação e desconforto; (...) _
b) Conhecimento: representa aquilo que as pessoas
sabem
a respeito de simesmas
e sobre o ambiente que as19
e social, pela estrutura e processos fisiológicos e pelas
necessidades e experiências anteriores
de
cada ser humano;(-.-) -
c) Habilidade: éi a facilidade para utilizar as capacidades.
Uma
habilidade é composta de reações condicionadas,memorizações e respostas selecionadas. (.) Esse conjunto
imprime características próprias e inconfundiveis à
mesma
habilidade; (...) _
d) Valores: são
um
conjunto de crenças, preferências,aversões, predisposições intemas e julgamentos que
caracterizam a visão de
mundo
do indivíduo. (...) Apresentam-se organizadas
numa
hierarquia diferenciada para cadapessoa, onde haverá valores prioritários
em
relação aos outros(Longen, 1997, p. 69-73).
Essas características
da
personalidadehumana
apresentada acima, sãofatores comportamentais
que
podem
ser modificados,dependendo
dasnecessidades
que surgem
na interaçãocom
o meio.Lezana
(1999, p. 11) dizque
“esta estruturanada
mais éque
um
conjuntode
característicasque
determinaräo o comportamento
da
pessoa peranteuma
situação particular”.Tais características
da
personalidade 'humana no processo comportamental,refletem efetiva e naturalmente no
comportamento do empreendedor
e sãoimprescindíveis para a sua atuação profissional,
podendo
inclusive, serum
aspecto determinante para o êxito ou fracasso das novas empresas.
Ainda Lezana (1999, p. 16)
menciona que
as característicasda
personalidade “atuam de
uma
forma relativamente ordenada,obedecendo
auma
seqüênciadenominada
processo comportamental”.O
processo comportamental éuma
descrição das etapas queum
indivíduodeve
percorrer para responder aum
determinado evento.Nesse
processo, entreum
evento e a resposta, deve-se cumpriruma
seqüência de execução:Figura
2
-O
processo comportamental
tb 21) Q, . Geração de alternativas *%> De°'s.a° Decisão reflexiva *í> Fonte Lezana (1999 p. 17).Conceituam-se cada etapa citada na figura acima,
em
que
se retira a idéiaprincipal das definições de
Lezana
(1999, p. 17 - 20):a) Evento: é qualquer acontecimento intemo ou extemo ao
individuo, capaz de produzir
um
estímulo e,conseqüentemente, influenciar o comportamento.
Os
eventossão detectados pela percepção do indivíduo.
b) Percepção: as pessoas constróem
uma
realidadecom
base no que é percebido e raciocinam, decidem e agem. Após
a percepção,
um
evento poderá ou não gerarum
estímulo,dependendo das necessidades que o individuo apresenta na
ocasião
em
que o evento ocorre.c) Estímulo: é a percepção de
um
eventocomo
oportunidade para satisfazer
uma
necessidade e capaz demotivar o indivíduo. Cada estímulo externo tem poder de
influenciar o comportamento.
d) Motivação: é o impulso fundamental para gerar
um
21 dispensará para a ação e, portanto, da disposição que terá
para aproveitar o evento.
e) Geração de alternativas:
uma
vez motivado, o indivíduo-formulará
uma
série de alternativas de resposta, buscando amelhor forma de utilizar o evento para satisfazer o conjunto de
necessidades.
j) Decisão: é o processo destinado a escolher algumas das
alternativas de respostas geradas na etapa anterior, mediante
um
sistema de valoração.O
critério para levara cabo a decisão»será fundamentado nos valores do indivíduo.
A
alternativadeverá produzir
uma
maior satisfação do quadro denecessidades e, ao
mesmo
tempo, obedecer aos valoresvigentes.
g) Resposta: é a execução da alternativa escolhida e,
portanto, a manifestação do comportamento corresponde a
ação ou conjunto de ações que serão- usadas para aproveitaro
evento na busca da satisfação das necessidades.
h) Decisão reflexa: não segue- o processo comportamental
descrito. Ocorre quando a pessoa percebe o evento e o associa a conceitos aprendidos através- de experiências
passadas (atitudes) ou, quando o evento o impulsiona a
responder de forma- estereotipada (instinto).
Acredita-se
que
os fatores psicológicosgeram
a manifestaçaodo
comportamento
do
indivíduo (necessidades, habilidades, conhecimentos evalores). l
A
partirdo
próximo segmento, estar-se-á adentrando, mais especificamente,na pessoa do empreendedor.
2.3
Conceitos
de
empreendedor
Essa trajetória vai de definições genéricas sobre o empreendedor, para
conceituações
do
empreendedor
enquantodono
deuma
empresa
eempregado
inovador.Fernando Dolabela
Chagas
no seminário Oficinado
Empreendedor,realizado no periodo de
20
a 22 de agostode
2001,em
Curitiba, afirmouque
cem
conceituações relativas ao empreendedor.Em
sua fala,Chagas
recorreuas definições de
Timmons
e Fillion, para depois apresentar ao sua própria.Assim
que: ¡“Oempreendedor
éalguém capaz de
identificar, agarrar eaproveitar oportunidade,
buscando
e gerenciando recursos para transformar aroportunidade
em
negóciode
sucesso” (Timmons);“O empreendedor
imagina,desenvolve e realiza visões” (FiIIion~);
“O empreendedor
éalguém
que sonha
etenta transformar o seu
sonho
em
realidade” (Chagas).Tendo
como
base as definições deTimmons,
Filion e Chagas, pode-seafirmar
que
oempreendedor
é, por natureza,um
serque
"sonha acordado" eque,
com
isso,concebe
como
transformaruma
idéiaem
uma
realidadelucrativa. Resumidamente, o
empreendedor
éalguém
que
sabe combinar visãomais ação.
Para Amit (1993) os
empreendedores são
indivíduosque
identificam e criamoportunidades de negócios,
montam
ecoordenam
novas combinaçõesde
recursos (funções de produção) para extrair os maiores benefícios
de
suasinovações.
Conforme
Bringuenti et al. (1999, p. 207), apoiado namesma
linhade
pensamento de
Amit, propõe a descrição genéricade empreendedor
como
“aqueles
que perseguem
o benefício, trabalham individual ou coletivamente epodem
ser definidoscomo
indivíduosque
inovam eobtêm
resultadosde
suasinovações
em
um
meio incerto”.A
inovação, para Drucker (1998), é of instrumento especifico do espíritoempreendedor.
O
empreendedor
considera amudança como
norma
etambém
23
explorando
como
sendo
uma
oportunidade.Nessa
mesma
linha, Gerber (1996,p›.31) afirma
que
oempreendedor
é “a personalidade criativa,sempre
lidando»melhor
com
o desconhecido, perscrutando o futuro, transformandopossibilidades
em
probabilidades, caosem
harmonia".Segundo
Cole citado por Santos (1983, p. 21) oempreendedor
vem
a serumprofilssional
que
se responsabiliza por iniciar, manter e consolidaruma
unidade empresarial, orientada para o lucro, através da produção ou
distribuição de bens e serviços econômicos.
Santos (1983, p.12)
também
dá a sua própria definição:`
Empreendedor
-
Indivíduo ou grupo» que toma a iniciativa deum
novo empreendimento.O
papel principal do empreendedor_ é o de assumir a atitude empresarial em de concretiza-la
legalmente através da criação de
uma
empresa exercendo asfunções necessárias para colocál-la
em
operação.Para Motta (1998),
empreendedor
éuma
pessoaque
vê odesempenho
individual
como
base importanteda
organização. Concentra-seem
resultados etende a ser persistente na sua busca. Procura criar
um
ambientede
desempenho
em
que
os participantes sedediquem
à busca de metas eobjetivos. Relaciona-se
com
as pessoas de acordocom
o seudesempenho;
éatento ao significado
que
as tarefas têm paracom
os resultados. Carregaum
sentimento
de empreendedor
e de conquistas empresariais, respaldadasno
planejamento e na-
tomada
de decisão estratégica.As
definiçoes abordadas sobre oque
éum
empreendedor conduzem
aperceber
que
os estudiosos traçamuma
distinção entre- of indivíduoempreendedor
e as demais pessoas comuns, noque
se refere a formade
incansavelmente,
com
as oportunidades, tendo a consciênciade
estar, diantede
situaçõesde
conflito, disposto a alcançar' seus objetivos, vitórias econquistas nos empreendimentos.
Além
do que, Costa (1999, p. 262)' alerta que muitas vezes confunde-se asdefinições do
empreendedor
com
as suas próprias características, oque
estar-se-á
vendo
mais adiante nesse capítulo, pois grande parte das definiçõesencontradas na literatura citam "a combinação, organização ou reorganização
de
recursos de maneira inovadora,a
identificaçãode
oportunidades el acapacidade de correr riscos
aparecem
como
atributos essenciais, definindo-ocomo
empreendedor".Como
viu-se acima, cada pesquisador propõe sua própria definição doque
seja
um
empreendedor.Em
síntese, oempreendedor ao
participarda
economia
e contribuir para o seu d'esenvolvimento,_ éalguém que
assume
riscos e inova, tendo
em
mente
um
objetivo empresarial preciso - o de iniciar emanter
um
negócio independen_te.Mas
não
sepode
deixarde
referenciar,também,
ao intraempreendedor, ou seja, o "empregado-empreendedor",elemento chave
no
desenvolvimento das organizações.2.4
Características
do
indivíduo
empreendedor
-o
perfilempreendedor
Constata-se a dificuldade
em
definirum
perfil único ouum
estilo específicode
um
empreendedor
e este serum
arquétipo, determinando a regra a ser25
Chagas» (1999a, p. 37) afirma
que
não
existem padroes definitivos,princípios gerais ou fundamentos
que
possam
assegurarde
maneira cabal ofconhecimento na área”.
Ainda
segundo
Chagas
(1999a) o questionamentoque
movimenta
pesquisadores e estudiosos é:
Quais
são as características dosempreendedores
de sucesso? Elestêm
algo diferencial dosdemais
profissionais?
Conforme
Filion (1999)não
sepode
ainda avaliarum
indivíduo e afirmar,com
certeza,que
omesmo
vai ser bem-sucedido enquantoempreendedor ou
näo.
Mas
pode-se dizerse
esse indivíduo- tem as características maiscomumente
encontradas nos empreendedores.Nas
palavrasdo
autor:Embora
nenhum
perfil científico tenha sido traçado, aspesquisas têm sido fonte de várias linhas mestras para futuros
empreendedores, ajudando-os a situarem-se melhor.
A
pesquisa sobre empreendedores bem-sucedidos... permite aos
empreendedores
em
potencial e aos empreendedores de fatoidentificarem as características que
devem
ser aperfeiçoadaspara obtenção de sucesso (Filion, 1999, p. 10).
Porém, o
que
se procura conhecer sãoas
características maiscomuns
encontradas
em
empreendedores
bem
sucedidos, paraque
se possa aprendera agir adotando comportamentos considerados adequados.
Conforme
dizChagas
(1999a, p. 37):encontrar pontos
em
comum
no que diz respeito àsprincipais características encontradas nos empreendedores de
sucesso.
Sem
conotações determinísticas, tais característicastêm contribuído para a identificação e compreensão de
comportamentos que
podem
levar o empreendedor aosucesso.
Portanto, há várias visões e versões do