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O impacto do envelhecimento populacional, do aumento da expectativa de vida e seus diferenciais por sexo, nos custos assistenciais das operadoras de planos de saúde

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Academic year: 2021

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Lucilvo Flávio dos Santos Borba Filho 1

Luana Junqueira Dias Myrrha2

Resumo

A transição epidemiológica tem contribuído significativamente para aumento da expectativa de vida dos brasileiros e conjuntamente a esse processo ocorre a transição demográfica que tem como principal consequência o rápido envelhecimento populacional. Ambos os processos ocorrem de forma diferenciada para homens e mulheres. Diante deste cenário, este trabalho tem como objetivo examinar as consequências futuras do envelhecimento populacional e dos ganhos em longevidade, diferenciados por sexo, nos custos assistenciais das operadoras de planos de saúde. Para tanto, utilizou-se os dados disponibilizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), segmentados nos dois tipos de contratação de plano (individual/familiar e coletivo empresarial ou por adesão) e as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como método, foi utilizado o modelo de padronização, que consiste em manter constante a taxa de cobertura dos planos de saúde e os custos assistenciais, partindo do ano de 2016 até 2045, variando apenas a estrutura etária populacional. E, com base no custo médio de uma pessoa acima de 59 anos e a evolução da expectativa de vida, foi possível estimar o impacto do aumento da longevidade nos custos assistenciais do setor privado de saúde. Os resultados alcançados indicam que o processo de envelhecimento populacional é mais intenso na população de beneficiários de planos individuais/familiares de assistência médica, quando comparado aos que estão em planos coletivos. Ressalta-se ainda, que o alargamento do topo da pirâmide etária é mais acentuado no Ressalta-sexo feminino. No que se refere aos custos assistenciais, as internações demonstram os maiores valores monetários absolutos entre os demais itens assistenciais, tanto para os planos com tipo de contratação individual/familiar, como para os coletivos, em todos os anos avaliados. Na segunda posição, ficaram os exames complementares. Já em relação aos impactos da longevidade, contatou-se que os maiores custos esperados, de usuários com mais de 59 anos de idade até este vir a óbito, são com as internações, e em específico, entre as mulheres e os planos individuais/familiares.

Palavras-chave: envelhecimento populacional, operadoras de planos de saúde,

setor privado de saúde, saúde suplementar, Brasil.

1

Graduado em Ciências Atuariais pela Universidade Federal do Rio Grande Do Norte (UFRN). Atuário da UNIMED Natal. lucilvohd@hotmail.com

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Doutora em Demografia pelo Cedeplar/UFMG. Professora Adjunta do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) luanamyrrha@gmail.com

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1. Introdução

O processo de transição demográfica, de acordo com Alves (2014), consiste nas mudanças na composição da população brasileira por sexo e idade, as quais são visíveis nas pirâmides etárias, em que a base se estreita, com a redução dos grupos etários mais novos e o alargamento dos grupos etários mais velhos.

O decrescimento da fração jovem da população e a ampliação e relativa da população idosa é um processo ocasionado principalmente pela queda da fecundidade, que durante uma janela do tempo proporciona o aumento relativo na proporção das pessoas em idade de trabalhar, a qual está beneficamente ligado ao aumento da poupança e a produtividade e, por conseguinte, o crescimento econômico. Mas, diferentemente desse lado positivo da transição, tem-se o aumento da proporção das pessoas idosas, que consumirão a poupança construída durante a idade ativa, acarretando em efeitos na poupança privada e nos gastos públicos com saúde e pensões (PAIVA; WAJNMAN, 2005).

É alertado por Nunes (2004), a necessidade de se ter uma maior atenção para uma das mais importantes consequências do envelhecimento: as demandas de saúde. O aumento da proporção de idosos na população seria capaz de produzir um crescimento significativo nos custos relativos de grupamentos de doenças mais predominantes nas idades avançadas, como por exemplo as neoplasias e doenças circulatórias (REIS, C., 2013).

Um outro fenômeno que está associado a mudanças nos padrões demográfico é a transição epidemiológica, que consiste na mudança do padrão das causas de mortalidade e morbidade da população. Esse processo iniciou-se com uma ininterrupta queda nos índices de mortalidade e morbidade relativas às doenças infecciosas e parasitárias. Em contrapartida, com passar do tempo, aumentaram as mortes por câncer, doenças cardiovasculares e violência, ocasionando mudanças na composição do quadro de doenças que mais atingem a população (KELLES, 2013).

O envelhecimento de um indivíduo refere-se ao processo biológico que esboça uma redução das capacidades físicas, correlacionado a novas fragilidades psicológicas e comportamentais. Neste contexto, a transição do estado de saúde não está apenas concatenada com a idade cronológica, mas também passa a ser compreendido como sendo a capacidade do organismo de responder às necessidades da vida cotidiana, a capacidade e condições física e psicológica para

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dar continuidade na busca de novos objetivos e conquistas pessoais e familiares. No entanto, tradicionalmente assume-se a idade de 60 anos e mais como divisor deste “estar saudável”, devido à Política Nacional do Idoso (NUNES, 2004).

O grupo de pessoas consideradas idosas gera uma expressiva pressão no sistema de saúde, relativa à demanda e aos custos, sendo que apenas uma parte desta população é tida como causadora do uso desproporcional de recursos, mais especificamente às despesas com hospitalizações (PEREZ, 2008). De acordo com Perez (2008), no Brasil, os custos de saúde para pessoas idosas são especificamente altos, sendo observado um aumento gradativo na taxa de internação a partir da quinta década de vida e na faixa de 80 anos ou mais, essa taxa quadruplica quando comparada com a que é vista na casa dos cinquenta anos de idade.

O sistema de saúde no Brasil é heterogêneo, em que duas formas de intermediação convivem paralelamente, a pública e a privada. O Sistema Único de Saúde (SUS) e as operadoras de planos de saúde compõem este sistema, e tanto um quanto o outro utilizam uma mesma rede de prestadores, hegemonicamente privada, para atender as demandas de serviços médicos (RIBAS, 2009).

A saúde suplementar exerce um papel fundamental na demanda dos serviços assistências no Brasil, apresentando altos graus de satisfação entre seus usuários sendo algo que não é observado no sistema público de saúde (ZIROLDO et al., 2013). Segundo Ziroldo et al. (2013), a saúde suplementar caracteriza-se como um pilar essencial na sustentação do sistema de saúde brasileiro, sendo completamente indispensável para o Estado, pois este não teria como arcar com a integração dos gastos do setor privado no orçamento da União.

Assim, sobre a temática do envelhecimento populacional e os ganhos da longevidade sobre as pessoas, os custos relativos à assistência médica sofrem, e continuarão sofrendo, implicações devido a estes dois fenômenos. De forma geral, essas implicações referem-se aos elevados montantes monetários destinados ao setor da saúde. Dentro deste tema, procura-se, neste trabalho, tratar das perspectivas futuras dos impactos do envelhecimento populacional, do aumento na expectativa de vida e seus diferenciais por sexo nos gastos futuros dos planos de saúde privados.

Considerando os diferenciais por sexo no aumento da longevidade, no envelhecimento populacional e na demanda/utilização dos serviços de saúde, o questionamento que se coloca é: qual o impacto desses diferenciais por sexo nos custos assistenciais futuros do setor privado?

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A hipótese é que: em um futuro relativamente não tão distante, o sistema privado de saúde brasileiro se deparará com altos custos assistenciais, provindos de uma expressiva massa de beneficiários idosos (contexto dado pelo envelhecimento populacional). Os idosos, de forma geral, necessitam de maiores demandas em serviços de saúde, tendo em vista que serão observados períodos mais longos de permanência em exposição a possíveis cuidados com saúde, devido aos ganhos em longevidade. Espera-se que esta conjuntura se dará de forma distinta entre os sexos, em que o feminino apresentará impactos superiores ao masculino, pois elas apresentam uma maior longevidade e são mais atenciosas diante dos cuidados com saúde, e provavelmente gerará um maior custo assistencial.

Para chegar ao êxito do objetivo geral deste trabalho, destaca-se a descrição dos seguintes objetivos específicos: estimar a população futura de beneficiários da saúde suplementar brasileira, tomando como base as projeções do IBGE, por sexo e idade; determinar o efeito exclusivamente do envelhecimento populacional em cada item de despesa assistencial, por sexo e idade; e calcular o efeito do aumento da longevidade para os custo assistenciais, considerando a projeção das expectativas de vida para homens e mulheres, a partir dos 59 anos.

2. Material e métodos

2.1. Dados

A fonte de dados principal deste estudo é proveniente da Agência Nacional de

Saúde Suplementar (ANS), que os disponibiliza no ANS Tabnet

(http://www.ans.gov.br/anstabnet/). Segundo a ANS, a ANS Tabnet permite realizar várias consultas de dados sobre os beneficiários, planos privados de saúde, operadoras, demandas do consumidor e ressarcimento ao SUS. As informações presentes nesse banco de dados estão disponíveis a partir de março de 2000, com intervalos trimestrais de atualizações. Vale ressaltar que os dados referentes à mortalidade só estão disponíveis a partir do ano de 2004.Os dados coletados informam a quantidade de usuários de planos de assistência médica por sexo e tipo de contratação (individual/familiar e empresarial coletivo/adesão), distribuídos por faixas etárias de reajuste e faixas etárias quinquenais.

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brasileira e o efeito dos ganhos em longevidade nos custos assistenciais, foi tomada como base as projeções do IBGE revisadas no ano de 2013, que consideram um horizonte temporal de 50 anos, ou seja, partem de 2010 até chegar ao ano de 2060. As projeções foram mensuradas com base no Censo Demográfico 2010, assim como informações atualizadas de óbitos e nascimentos (IBGE, 2013).

Quanto às informações relativas aos custos assistenciais da saúde suplementar, são utilizados os dados fornecidos pela ANS na edição de Número 5 do Painel de Precificação de Planos de Saúde. As informações coletadas, referentes ao ano base de 2016, são provindas das Notas Técnicas de Registro de Produto (NTRP) enviadas pelas operadoras (ANS, 2017c).

A quantidade de beneficiários fora do período de carência – expostos; de eventos e custos transmitidos pela NTRP é uma estimativa feita pelas operadoras para precificação dos planos de saúde. Deste modo, ressalta-se que as informações contidas no Painel de Precificação tendem a retratar a realidade, contudo são incapazes de representar os resultados da real produção assistencial. Os planos médico-hospitalares apresentam 11 segmentações assistenciais, as quais são enquadradas em três (“Ambulatorial”, “Hospitalar”, e “Ambulatorial + Hospitalar”) para apresentação do Painel (ANS, 2017c).

Para o presente trabalho serão utilizados os dados de custos por expostos, do Painel de Precificação, referentes aos itens de despesa: consultas médicas, demais despesas assistenciais, exames complementares, internações, outros atendimentos ambulatoriais e terapias. Esses itens são apresentados como média simples, excluídos os valores extremos, para os planos com cobertura “Ambulatorial + Hospitalar”, decompostos entre os seguintes tipos de contratação: individual/familiar; e coletivo empresarial e por adesão.

2.2. Método

O método utilizado para atingir os objetivos traçados neste trabalho é determinístico, de modo que o efeito demográfico sobre o total dos custos assistenciais será mensurado considerando que o custo por exposto em 2016 permanece constante ao longo do tempo. Nesse cenário, somente a composição etária e por sexo, juntamente com o tamanho da população, terão impacto no total dos custos assistenciais futuros.

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Essa análise é denominada por Miller (2000), como “Modelo Etário”. De acordo com Rodrigues (2010 apud STRUNK, 2006), esta metodologia facilita o momento de mensuração dos dados, pois este tipo de análise não necessita de processos avançados de cálculo. Entretanto, Carneiro et al. (2013) ressalta que não apenas o efeito isolado da demografia, mas também vários outros fatores, interferem nos custos assistenciais do setor privado de saúde, entre os quais destaca-se a desenvoltura econômica. Vale salientar também, que a inflação do setor de saúde suplementar dada, em sua grande maioria, pela elevada inserção tecnológica de novos serviços, bens, procedimentos e práticas (CARNEIRO et al., 2013).

Portanto, é importante reconhecer que esse cenário é conservador, uma vez que é esperado que ocorram aumento nos custos por exposto com o passar dos anos. Contudo, como o objetivo deste estudo é verificar o impacto das mudanças demográficas diferenciadas por sexo nos custos assistenciais, esse cenário é mais simples e adequado para a análise.

Para obter a projeção dos beneficiários da saúde suplementar por meio das projeções da população brasileira feitas pelo IBGE (2013) foi necessário estimar uma taxa de cobertura dos planos de saúde, que segundo o ANS Tabnet, é a proporção dada em percentuais, entre a quantidade de beneficiários e a população de uma determinada área. O ANS Tabnet dispõe desta informação, porém apresenta tais dados em faixas etárias que não condizem com as dispostas nos dados sobre os custos assistenciais.

No Painel de Precificação (ANS, 2017c), os valores dos custos assistências são distribuídos nas 10 faixas etárias de reajuste e precificação dos planos de saúde, dadas pela RN Nº 63, de 22 de dezembro de 2003 (DIRETORIA COLEGIADA DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR, 2003). Para estimar a taxa de cobertura nas 10 faixas etárias de reajuste e precificação dos planos de saúde, por sexo e tipo de contração, utilizamos a média da razão entre o número de beneficiários de assistência médica para cada tipo de contratação, por faixa etária e sexo, em todo o território nacional, informados pelo ANS Tabnet, e a população brasileira projetada para os anos de 2014, 2015 e 2016, em cada faixa etária e sexo. Conforme a equação 1 a seguir:

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Equação 1 𝑇𝑥𝐶𝑜𝑏𝑓,𝑠,𝑐𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = [(𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓 𝑓,𝑠,𝑐2016÷ 𝑃𝑜𝑝𝐵𝑟𝑓,𝑠2016) + (𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓𝑓,𝑠,𝑐2015÷ 𝑃𝑜𝑝𝐵𝑟𝑓,𝑠2015) + (𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓𝑓,𝑠,𝑐2014÷ 𝑃𝑜𝑝𝐵𝑟 𝑓,𝑠2014)] ÷ 3 Onde: 𝑓 = faixa etária; 𝑠 = sexo; 𝑐 = tipo de contratação;

𝑇𝑥𝐶𝑜𝑏𝑓,𝑠,𝑐𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = Taxa de cobertura dos planos privados de assistência médica no ano de 2016, na faixa etária 𝑓, do sexo 𝑠 e tipo de contratação 𝑐;

𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓𝑓,𝑠,𝑐2016,2015𝑜𝑢2014 = Quantidade média de beneficiários de planos privados de assistência médica no ano de 2016/2015/2014, na faixa etária 𝑓, do sexo 𝑠 e tipo de contratação 𝑐;

𝑃𝑜𝑝𝐵𝑟𝑓,𝑠2016,2015 𝑜𝑢2014 = População brasileira no ano de 2016/2015/2014 na faixa etária 𝑓 e do sexo 𝑠.

Então, a quantidade de beneficiários será projetada de 2016 a 2045, com intervalos de 10 anos (com exceção do primeiro intervalo que será de 9), mantendo-se constante a taxa de cobertura de planos privados de assistência médica obtida na equação 1.Para estas projeções, utiliza-se como base a fórmula vista no trabalho de Carneiro et al. (2013), ao qual será adequada para as nomenclaturas e fatores próprios do presente estudo. A seguir é apresentada a fórmula mencionada.

𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓𝑓,𝑠,𝑐. 𝑡. = 𝑇𝑥𝐶𝑜𝑏𝑓,𝑠,𝑐𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 × 𝑃𝑜𝑝𝐵𝑟𝑡. 𝑓,𝑠. Onde: 𝑡 = tempo t (2025, 2035, 2045); 𝑓 = faixa etária; 𝑠 = sexo; 𝑐 = tipo de contratação; 𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓𝑓,𝑠,𝑐.

𝑡. = Quantidade de beneficiários de planos privados de assistência médica no

ano 𝑡, da faixa etária 𝑓, do sexo 𝑠 e tipo de contratação 𝑐;

𝑇𝑥𝐶𝑜𝑏𝑓,𝑠,𝑐𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = Taxa de cobertura dos planos privados de assistência médica, na faixa etária 𝑓, do sexo 𝑠 e tipo de contratação 𝑐;

𝑃𝑜𝑝𝐵𝑟𝑓,𝑠.

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Para as projeções referentes aos custos assistenciais também é adotada a fórmula utilizada por Carneiro et al. (2013), embora sejam feitos alguns ajustes para a realidade do presente estudo. Ressalta-se que a ANS não disponibiliza os dados sobre os custos assistenciais por sexo, no ano de 2016, assim, se assume que para ambos os sexos são iguais e constantes para todos os anos projetados. A seguir é apresentada a fórmula geral utilizada para as projeções dos custos assistenciais, na qual varia para cada sexo, dado a população de beneficiários que se utilize (homens ou mulheres). 𝐶𝐴𝑃𝑓,𝑐.𝑖. 𝑡. = 𝐶𝐴𝑓,𝑐,𝑖2016× 𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓𝑡. 𝑓,𝑐. Onde: 𝑡 = tempo t (2025, 2035, 2045); 𝑓 = faixa etária; 𝑐 = tipo de contratação;

𝑖 = item de despesa assistencial; 𝐶𝐴𝑃𝑓,𝑐.𝑖.

𝑡. = Custo assistencial projetado 𝑖 no ano t, na faixa etária 𝑓, e tipo de

contratação 𝑐;

𝐶𝐴𝑓,𝑐,𝑖2016 = Custo assistencial 𝑖 no ano de 2016, na faixa etária 𝑓, e tipo de contratação 𝑐;

𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓𝑓,𝑐.

𝑡. = Quantidade de beneficiários de planos privados de assistência médica no

ano 𝑡, da faixa etária 𝑓, e tipo de contratação 𝑐.

No que diz respeito ao efeito do aumento da longevidade, considera-se a evolução da expectativa de vida a partir dos 60 anos. Os custos assistenciais de 2016 são fixados para todos os anos de estimação. O resultado a ser alcançado representará o gasto futuro esperado por cada indivíduo com 60 anos de idade. Para chegar a esse gasto esperado, multiplica-se o custo médio por exposto de uma pessoa com 60 anos, quem faz parte da faixa etária 59 anos de idade ou mais (faixa etária limite estabelecida pela ANS para precificação dos planos de saúde) pela expectativa de vida aos 60 anos disponibilizadas nas projeções do IBGE.

A seguir é apresentada a fórmula geral utilizada para as estimações dos custos assistenciais com base na esperança de vida, na qual varia para cada sexo, dado a população de beneficiários que se utilize (homens ou mulheres).

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𝐶𝐸𝐹59+,𝑐,𝑖.

𝑡. = 𝐶𝐴59+,𝑐,𝑖2016 × 𝑒𝑡. 60.

Onde:

𝑡 = Tempo t (2025, 2035, 2045); 𝑐 = Tipo de contratação;

𝑖 = Item de despesa assistencial; 𝐶𝐸𝐹59+,𝑐,𝑖.

𝑡. = Custo esperado até o fim da vida com o item assistencial 𝑖, para

beneficiários com 59 ou mais anos de idade, no tipo de contratação 𝑐;

𝐶𝐴𝑓,𝑐,𝑖2016 = Custo assistencial 𝑖 no ano de 2016, na faixa etária de 59 anos ou mais, e

tipo de contratação 𝑐; 𝑒

𝑡. 60. = Expectativa de vida da população brasileira aos 60 anos de idade, no ano 𝑡.

3. Resultados

3.1. Projeção dos beneficiários por tipo de contratação

De 2003 a 2014, a taxa de cobertura dos planos de saúde cresceu significativamente, mas, a partir de 2014, percebe-se uma inflexão da curva com a queda da taxa nos anos de 2015 e 2016. Como este trabalho não pretende projetar cenários econômicos para predizer o comportamento futuro da taxa de cobertura dos planos de saúde, optou-se por adotar a média dos últimos três anos como taxa de cobertura constante ao longo das projeções populacionais. Essa escolha é razoável, na medida em que essa média incorpora dois momentos econômicos distintos: em 2014 a economia brasileira ainda estava estabilizada e aquecida, em 2015 e 2016, a crise política e econômica foi significativa, afetando os índices de inflação e os níveis de desemprego.

Os planos coletivos de assistência médica são os mais frequentes na população brasileira, correspondendo 80,2% dos beneficiários dos planos de saúde no país, ao passo que os planos individuais/familiares representam 19,8% desse mercado.

Os resultados mostraram que a população de beneficiários de planos individuais/familiares, é mais envelhecida do que a dos planos de saúde coletivos. O topo da pirâmide etária dos planos que tem como tipo de contratação o plano

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individual/familiar, vide Gráfico 01, é expressivamente mais largo do que os planos coletivos, que têm uma maior participação de pessoas adultas, entre 18 e 50 anos de idade, pois são planos oferecidos para a população que está inserida no mercado de trabalho, geralmente ofertados aos funcionários de uma empresa, por exemplo.

Com o processo de envelhecimento percebe-se que, em ambos os grupos, o peso relativo dos idosos tende a aumentar e o inverso ocorrer para os grupos etários mais jovens, com o passar dos anos. Destaca-se que o alargamento do topo é mais acentuado no sexo feminino, principalmente nos planos individuais/familiares, em 2045 aproximadamente 10% dos beneficiários dos planos individuais/familiares e 4% da população que possui planos de saúde coletivos serão mulheres com 80 anos ou mais, vide Gráfico 02. Portanto, o processo de envelhecimento populacional brasileiro, que vem aumentando a participação relativa dos grupos etários mais envelhecidos e a concentração de mulheres nas idades avançadas, terá um impacto significativo na composição por sexo e idade dos beneficiários dos planos de saúde.

Gráfico 01 – Pirâmide etária dos beneficiários de planos individuais/familiares, Brasil, 2016 a 2045

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Gráfico 02 – Pirâmide etária dos beneficiários de planos de planos coletivos (empresarial ou por adesão), Brasil, 2016 a 2045

Fonte dos dados básicos: ANS 2014 a 2016, e projeções do IBGE 2013.

Consequentemente, os custos gerados aos planos de saúde serão impactados significativamente, pois as demandas assistenciais tendem a ser mais caras e frequentes nas idades mais avançadas. As próximas seções buscam estimar esses custos.

3.2. Projeção do Valor Total Gasto em cada Item de Custo Assistencial por tipo de contratação

As Internações exibiram os maiores valores monetários absolutos dentre os demais itens assistenciais, tanto para os planos com tipo de contratação individual/familiar, como para os coletivos, em todos os anos avaliados. Em segundo lugar, ficaram os Exames Complementares.

A expectativa é que o valor anual gasto com internações de homens em planos individuais/familiares aumente de 3,7 bilhões de reais em 2016, para 6,6 bilhões de reais em 2045. No âmbito do sexo feminino, a estimativa é de que este valor passe de 7,6 bilhões no ano de 2016, para 14,4 bilhões em 2045.

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valores totais das despesas assistenciais dos planos individuais/familiares, os custos com exames complementares, as projeções indicam que a quantia referente aos homens em 2016, que era de R$ 1,4 bilhões, passará a ser de R$ 2,3 bilhões no ano de 2045. Para as mulheres, com valores bem mais superiores que o sexo masculino, espera-se que o valor de R$ 2,9 bilhões em 2016, cresça para R$ 5 bilhões em 2045. No que concerne aos planos com tipo de contratação coletiva, empresarial ou por adesão, os homens saíram de 14,7 bilhões de reais com gastos em internações no ano de 2016, para 21,2 milhões em 2045. Já em relação às mulheres, espera-se que aumente de 17,8 bilhões de reais em 2016, para 27,3 bilhões em 2045.

Os gastos com exames complementares nos planos coletivos eram de R$ 8 bilhões com as mulheres, e R$ 6,8 bilhões com os homens, em 2016. Os resultados das projeções apontam para um significativo crescimento nesses valores, aos quais chegarão em 2045, a R$ 11,4 bilhões em custos com exames completares de mulheres, e R$ 9,2 bilhões com os homens.

Portanto, as estimativas evidenciam que o sexo feminino apresenta maiores gastos, nos dois principais itens de despesa assistencial, em comparativo aos homens, para todos os anos de projeção. Dado a forma como foram calculados, estes resultados são explicados pela maioria no número de mulheres em relação aos homens, principalmente nas idades mais avançadas.

Conforme visto anteriormente, nos planos individuais/familiares, os custos mais elevados em 2045 são as internações e os exames complementares, em ambos os sexos. Contudo, nesses tipos de plano, as terapias apresentaram o maior percentual de aumento, de 80,49% para os homens e 91,56% para as mulheres, seguido das internações, com 75,05% para o sexo masculino e 89,05% para o feminino, e em terceiro, as demais despesas assistenciais, com 74,53% para eles e 88,42% para elas. Da mesma forma que foi visto anteriormente, nos planos coletivos, as internações e exames complementares são dois itens que demonstram as quantias de custos mais elevadas, para ambos os sexos. Entre os homens, a projeção, de 2016 a 2045, é que as internações apresentem um aumento de 44,24 pontos percentuais, e 35,06 para os exames complementares. Em relação às mulheres, espera-se uma evolução de 53,19 pontos percentuais nos custos totais com internações, e 41,85 quando se observa os exames complementares.

Entretanto, a maior a variação de aumento de custo assistencial nos planos coletivos é vista no item terapias, em ambos os sexos. No sexo masculino, espera-se

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que, de 2016 a 2045, o aumento nesse item seja de 47,82 pontos percentuais, e para o feminino, 55,81.

Por existirem 6 itens de despesa assistencial, optou-se por estudar mais detalhadamente os dois maiores, em termos de quantias monetárias. Desta forma, os dois tópicos apresentam uma análise por faixa etária e sexo dos custos com internações e com exames complementares projetados.

3.3. Projeção dos Custos com Internações

No ano de 2016, já era perceptível a diferença, nesse total do custo com internações, entre os sexos e faixas de idade. Em 2016, o sexo masculino apresentava um gasto total, na faixa etária de 59 anos ou mais, maior que o da primeira faixa de idade, de forma semelhante ao que se é visto no sexo feminino. No caso dos homens que compõem a última faixa etária, os valores totais com esses custos, para todos eles, passarão de R$ 1,9 bilhões em 2016 para R$ 4,7 bilhões no ano de 2045. Para as mulheres, espera-se que esses valores saiam de R$ 4,8 bilhões em 2016 para R$ 11,5 bilhões em 2045.

Tanto para as mulheres, quanto para os homens, esses gastos apresentam os maiores valores na primeira e na última faixa de idade. No sexo feminino, das idades de 59 ou mais anos os custos totais são superiores, no ano de 2016, aos custos totais das idades de 0 a 18 anos, e para as demais idades os valores são relativamente próximos, aos quais apresentam em 2045, uma distribuição crescente dos custos por grupo etário, iniciando na faixa etária de 19 a 23 anos até a última faixa. Esta mesma evolução é vista para os homens, entre 2016 e 2045.

A expectativa é que o custo total com internações de planos coletivos da população de mulheres, com mais de 58 anos de idade, cresça de R$ 6,8 bilhões em 2016, para R$ 16,2 bilhões em 2045. Já em relação aos homens, espera-se uma evolução de R$ 4,4 bilhões no ano de 2016, para R$ 10,6 bilhões em 2045.

Ressalta-se que em ambos tipos de contratação de plano, assim como em ambos os sexos, exceto as mulheres de planos individuais/familiares em 2016, o padrão de maiores custos totais presentes na última faixa etária em comparativo com as idades a baixo de 19 anos, mantem em todos os anos de projeção. Os resultados apontam para uma expressiva superioridade dos gastos dessa última faixa de idade, comparado aos demais grupos de idade, no ano de 2045, ocorrendo tanto para os

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homens quanto para as mulheres. O gasto total com todas as mulheres com 59 anos ou mais de idade é superior aos homens, em todos os anos e tipos de contratação de plano.

Logo, o setor privado de saúde está prestes a passar por períodos de aumentos nas despesas para todas as idades, entretanto, a última faixa etária (59 anos ou mais) requer mais atenção, pois as pessoas idosas necessitam de cuidados em saúde mais frequentes, e tais cuidados muitas vezes são mais custosos que os valores vistos nas demais idades. Destaca-se ainda, o maior quantitativo de mulheres nesta faixa de idade em relação aos homens.

3.4. Projeção dos Custos com Exames Complementares

Em ambos os sexos, nos planos individuais/familiares, o último grupo etário apresenta valores expressivamente superiores dentre as demais idades. O custo total com todos os homens de 59 anos ou mais passará de R$ 610 milhões em 2016, para R$ 1,4 bilhões em 2045. O custo total com todas mulheres, acima dos 58 anos de idade, aumentará de R$ 1,5 bilhões no ano de 2016, para R$ 3,6 bilhões em 2045.

Nos anos de 2016 e 2025, as nove primeiras faixas etárias, excluindo-se a de 59 anos ou mais, apresentam uma distribuição homogênea de gastos, tanto para o sexo masculino, quanto para o feminino. Nos anos de 2035 e 2045, os altos custos são visualizados mais claramente na medida em tende-se as faixas de idade mais velhas.

A expectativa dada pelas projeções, nos planos coletivos, para a evolução dos custos com exames complementares, indica que o gasto total, entre os homens do último grupo etário, passará de R$ 1,5 bilhões em 2016, para R$ 3,6 bilhões em 2045. Em relação as mulheres, deste mesmo grupo de idade, o custo aumentará de R$ 2,3 bilhões no ano de 2016, para R$ 5,4 bilhões no ano de 2045.

Portanto, observa-se de forma geral, que os custos totais com todas as mulheres com 59 anos ou mais de idade, nos dois tipos de contratação de plano, são significativamente superiores aos vistos nos homens, durante todos os anos projetados.

3.5. Projeção Dos Custos Esperados para o Beneficiário até o Término de sua Vida

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Neste tópico, são apresentados os resultados obtidos acerca do impacto dos ganhos em longevidade para indivíduos com 60 anos, em cada item de despesa assistencial, tipo de contratação do plano de saúde e sexo.

Como visto anteriormente, as internações e os exames complementares são os dois itens de custos assistenciais de maiores valores monetários, assim como também ocorre nos resultados do efeito dos ganhos em longevidade. Esta consideração refere-se à ambos os sexos e aos dois tipos contratação considerados no presente trabalho. Os maiores custos esperados com internações estão no sexo feminino, e em específico, nos planos individuais/familiares. Para os exames complementares, as mulheres demonstram maiores custos, porém, aos presentes em planos coletivos são superiores aos individuais/familiares.

O custo esperado em 2016, com internações de um beneficiário de plano individual/familiar do sexo masculino com 60 anos de idade até este vir a óbito, ou seja, considerando a expectativa de vida desse individuo a partir de 60 anos e custo anual por exposto a partir dessa idade, é de R$ 50 mil. Para as mulheres, essa estimativa sobe para R$ 59 mil. A perspectiva é de que, com o aumento da esperança de vida, tais custos se tornem mais elevados nos anos seguintes, em 2045, esse custo com internação masculina será de R$ 56 mil, e para as mulheres a quantia sobe para R$ 66 mil.

O custo esperado até o término da vida por mulher, com exames complementares em planos individuais/familiares com 60 anos de idade é de R$ 18 mil, em 2016, em que neste mesmo ano o valor para o caso dos homens é de R$ 15 mil. Observa-se ainda que, para o ano de 2045, esses custos subirão para R$ 20 mil, no sexo feminino, e para R$ 17 mil, no masculino.

Quando se trata de planos coletivos, as quantias encontradas nas internações são menores que as vistas nos planos individuais, já em relação aos exames complementares, essa inferioridade é invertida, pois em ambos os casos os custos médios por expostos são diferentes entre si. A expectativa de vida não causa diferenciais entre os tipos de contratação, visto que se utiliza as que estão nas projeções do IBGE.

Para o ano de 2016, o custo esperado com internações de um beneficiário de plano coletivo do sexo masculino com 60 anos de idade, até este chegar ao término de sua vida, é de R$ 46 mil, já em relação às mulheres, este valor é de R$ 55 mil.

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Os custos que se espera ter com um beneficiário, acima de 60 anos de idade com consultas médica, demais despesas assistenciais e terapias, são mais elevados para os planos individuais/familiares, em todos os anos avaliados. Este cenário é invertido quando se observa o item outros procedimentos ambulatoriais, em que os custos em planos coletivos com um beneficiário acima dos 59 anos de idade, são superiores aos individuais/familiares. Salienta-se ainda que, para toda a análise no que diz respeito o efeito dos ganhos em longevidade, as mulheres apresentam gastos significativamente superiores aos dos homens.

4. Discussão

Para a realização deste estudo, foi necessário assumir alguns pressupostos: taxa média de cobertura dos planos de saúde dos anos para 2014, 2015 e 2016, fixas para os anos de projeção; não há inflação, inovações médico-tecnológicas, entre outros fatores de avanços médicos; e o custo médio por exposto de cada item de despesa assistencial é igual para o sexo masculino e feminino e fixo ao longo do tempo.

Os resultados demonstram que o processo de envelhecimento populacional acontece de forma mais acentuada na população de beneficiários de planos individuais/familiares de assistência médica, em comparação com as pessoas presentes em planos coletivos. Conforme os resultados das projeções, o topo e da pirâmide etária dos planos que tem como tipo de contratação o plano individual/familiar, é significantemente mais larga do que os planos coletivos, ressaltando ainda que o alargamento é mais intenso no sexo feminino. Destaca-se que a participação de pessoas adultas, entre os 18 e 50 anos de idade (que na maioria estão no mercado de trabalho), nos planos coletivos é expressivamente maior que nas demais idades, assim como em comparação com os planos individuais/familiares.

Depois de projetado o número de beneficiários, por faixa de idade e sexo, a análise dos custos assistenciais apontou que as internações esboçam os maiores valores monetários absolutos entre os demais itens assistenciais, tanto para os planos com tipo de contratação individual/familiar, como para os coletivos, em todos os anos avaliados. Em segundo lugar, estão os exames complementares. Isto significa que, o item assistencial que custará mais caro para os planos de saúde são as internações, seguida pelos exames complementares. Além desses resultados, observou-se que

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para ambos os tipos de contratação e todos os custos assistenciais, o valor total despendido com as mulheres é significativamente superior aos despendidos com os homens. Além disso, a faixa etária que apresenta maior crescimento de custo é a 59 anos ou mais, o que reafirma a significativa influência do processo de envelhecimento populacional no mercado de saúde suplementar.

Outra consideração que merece sua devida atenção, diz respeito as 10 faixas etárias determinadas pela ANS para precificação dos planos de saúde. Mais especificamente, em relação ao último grupo etário, 59 anos ou mais de idade, pois este será o que mais sofrerá alterações com o processo de envelhecimento da população no decorrer do tempo. Assim, as atuais regras de precificação dadas pela ANS, poderão não mais serem viáveis para a manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial das operadoras de planos de saúde. Logo, fica a cargo da Agência avaliar detalhadamente este método de precificação, no intuito de garantir a manutenção da solvência das operadoras de planos privados de assistência à saúde.

Dada as limitações da análise, os resultados apontam para expressivos aumentos no total dos custos em cada item assistencial, como consequência exclusivamente dos processos demográficos. Caso fossem consideradas às demais variáveis que afetam as quantias de despesas, os resultados poderiam ser ainda maiores. Desta forma, as operadoras de planos de saúde necessitam dar a devida atenção ao efeito do envelhecimento populacional, assim como os demais fatores que venham a influenciar os gastos.

No que diz respeito ao impacto dos ganhos em longevidade nos custos assistenciais, a segunda análise proposta para o trabalho, foi considerado apenas a expectativa de vida a partir dos 60 anos de idade. De forma semelhante a primeira, esta análise demonstrou que os dois maiores custos para os planos de saúde foram as internações e os exames complementares. Os resultados revelaram que, o custo esperado em média com cada beneficiário feminino com 60 anos até o fim da vida é superior aos valores observados para os homens, tanto em planos individuais/familiares, quanto em planos coletivos (empresariais e por adesão). Em ambos os sexos, os itens de despesa assistencial consultas médicas, demais despesas assistenciais, internações e terapias, são mais elevados para os planos individuais/familiares do que os coletivos. No que se refere aos exames e outros procedimentos ambulatoriais, esta relação de superioridade entre os tipos de contratação é invertida.

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Foi constatado também, que mesmo as terapias não estejam dentre os itens de despesa com os maiores custos, elas apresentaram a maior variação de aumento nos custos totais (considerando todas as faixas de idade), em ambos os sexos, comparando o ano de 2016 e 2045.

Um outro ponto que não foi considerado nas projeções, mas poderia ser uma variável muito importante, é o desemprego. Em momentos de crise, relação desemprego e quantidade de beneficiários na saúde suplementar poderia demonstrar informações importantes para as operadoras de planos de saúde. Se trata da população de usuários vinculados aos planos coletivos empresariais.

Portanto, tem-se então a necessidade de enfatizar, mesmo com as limitações dos cenários considerados nas projeções e estimativas, que o processo de envelhecimento da população e os ganhos em longevidade da população de beneficiários da saúde suplementar apresentam efeitos expressivos nos custos assistenciais. Desta forma, as operadoras de saúde inseridas neste mercado precisam repensar as políticas de cuidados preventivos, a atenção preventiva nos cuidados com a saúde de seus usuários, além de outras ações que visem uma melhor qualidade de vida para estas pessoas, em especifico para as idosas (59 anos ou mais).

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