OSVANIL
OLIVEIRA
FEREIRA
nv . A
ESTUDO DA
DISTORÇAO IIARMONICA
EM
UM
SISTEMA
TRIFASICO
DE
BAIXA
TENSÃO
FLORIANÓPOLIS
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA
CATARINA
PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
ELETRICA
SESTUDO
DA
D1sToRÇÃo
HARMÔNICA
EM
UM
SISTEMA
TR1FÁS1‹:o
DE
BAIXA
TENSÃO
Dissertação submetidaà
Universidade Federal de Santa Catarina
Como
parte dos requisitos para a éobtenção
do
grau 'de Mestreem
Engenharia ElétricaOSVANIL
OLIVEIRA
PEREIRA
ESTUDO
DA
DISTORÇÃO
HARMÔNICA
EM
UM
SISTEMA
TR1FÁs1co
DE
BAIXA
TENSÃO
Osvanil
Oliveira Pereira
“Esta dissertação foi julgada
adequada
para 'obtençãodo
título deMestre
em
Engenharia Elétrica,
Área
de Concentraçãoem
Eletrônica de Potência eAcionamento
Elétrico, e aprovadaem
sua formaíããinal peloPrograma
de Pós-Graduaçãoem
EngenhariaElétrica
da
Universidade Federal de Santa Catarina.”__<:;í;.,>
Prof. Enio Valmor Kassick, Dr. Ing.
Orientador
_
`
__,Prof. Ildemar Cassana Decker, D. Sc. _
Coordenador do curso de Pós-Graduação
em
Engenharia ElétricaBanca
Examinadora:Prof. Enio Valmor Kassick, Dr. Ing.
Q/
56¿z<×=×= Vng°.
Marco Aurélioâáza
de Paufa/QM;
Êiëfiaka
Prof. Roberto de Souza Salgado, Ph.D.
ll
"Nossa
maior
glória
não
estáem
nunca
cair,mas
em
nos levantarmos
cada
vez
que
cairmos.
Olivier
Goldsmith.
Aos
meus
pais,meu
irmão
e
minhas
irmãs.
À
minha
namorada
Beatriz.AGRADECIMENTOS
São
inúmeras as contribuições recebidas ao longo deste trabalho, sendo impossível quantificar o quanto cadaum
contribuiu para o sucessoda
realização deste.Meus
agradecimentos são para todos àqueles que
têm
intenção de difundir oconhecimento
científico e tecnológico, melhorar a qualidade de vida e, principalmente, enriquecer ahumanidade
com
saber e dignidade.Agradeço
aDeus
por iluminarmeu
caminho,me
dando
forças para vencer todas as dificuldades.À
CAPES
pelo suporte financeiro e aos trabalhadores brasileirosque
contribuírampara que isto fosse possível. _
Ao
ProfessorEnio
Valmor
Kassick, pelo seu incentivo, apoio eamizade
desenvolvidano
decorrerda
orientação deste trabalho.Aos
Professoresdo
Instituto de Eletrônica de Potência(INEP-UFSC):
Ivo Barbi,Alexandre Ferrari, Arnaldo José Perin, Denizar
Cruz
Martins, HariBruno
Mohr
e João Carlos dos Santos Fagundes, pela notável dedicação a excelênciado
ensino e pesquisa praticadas neste laboratório.À
WEG
S.A. e aSEMIKRON
portomar
possível aimplementação
práticado
projeto atravésda doação
de componentes.Aos membros
da
banca examinadora pela disposiçãoem
analisar, criticar e darcontribuições para a finalização deste trabalho.
Aos
engenheiros:Famk
JoseNome
Silva,Marcelo
Lobo
Heldwein,Marcos
Antonio
Cardoso
deLima,
Muriel Bittencourt de Liz,'RogersDemonti
e VanderleiAntunes de
Mello,pela
amizade
ecompanheirismo
ao longo desta etapa. .Aos
demais colegas bolsistas, mestrandos e doutorandosque
sempre
estiveramdispostos a dar apoio e incentivo.
A
ç
Aos
funcionáriosdo INEP,
em
especial à secretária Patrícia Schmitt e aos técnicosAntonio
Luiz S.Pacheco
e Luiz MarceliusCoelho
pelaamizade
e auxílio.Finalmente quero prestar aqui
um
agradecimento especialaosmeus
pais,meu
irmão
esua esposa,
minhas
innãs eminha namorada
e seus familiares pela compreensão, carinho,apoio e incentivo que
sempre
me
deram; divido o mérito deste trabalhocom
todos aquelesque
sempre
estiveram aomeu
lado, nosmomentos
de alegria e de tristeza.suMÁR|o
Resumo
... .. viiiAbstract
... .. ixSimbologia
... ._x
Introdução Geral
... .. xiiiCapítulo
1-
A
DistorçãoHarmônica
nos Sistemas Elétricosde Baixa
Tensão
' 1.1 Introdução ... ._ 1 1.2 Definições ... .. 1 1.3 Fontes de harmônicas ... .. 7 1.3.1 Conversores Estáticos ... .. 7 1.3.2 Iluminação ... ._ 8 1.3.3 Reatores Saturados ...9
1.3.4Máquinas
Rotativas ... .. 91.4 Efeitos
da
distorçãoharmônica
... ._9 1.4.1 Efeitos a longo prazo ... .. 91.4.2 Conseqüências práticas ... 12
1.5
Normas
eRecomendações
... .. 121.5.1
NonnaIEEE
519
... _. 13 1.6Conclusão
... .. 15Capítulo
2
-
Técnicas propostaspara
correçãoda
distorçãoharmônica
2.1 Introdução ... .. 162.2 Filtros Ativos ... .. 16
2.3 Reatores de Bloqueio ...
17
2.4 Filtros Passivos ... 17
2.4.1 Filtros Paralelos Ressonantes ... .. 18
2.4.2 Filtros
Amortecidos
... .. 212.4.3 Outros tipos de Filtros Amortecidos ... ._
24
2.5Defasagem
com
transformadores ... ..26
2.6
Conclusão
... ..26
Capítulo
3 -_ Análiseda
Planta eImplementação
de
um
modelo
para simulação
3.1 Introdução ...
3.2 Análise
da
planta ... ..3.3
Modelagem
da
planta ... ... ..3.4
Implementação de
Filtros Passivosno modelo
... ._3.5 Proposta para implementação ... ..
3.6 Conclusão ... ._
Capítulo
4-
Projetodos
Filtros Sintonizados4.1 Introdução ... ..
4.2 Procedimento para projeto dos Filtros ... ..
4.3 Projeto dos Filtros Sintonizados ... ..
4.3.1 Filtro de terceira harmônica ... ..
4.3.1.1
Dimensionamento
para a faseA
... ..4.3.1.2
Dimensionamento
para a faseB
... ..4.3.1.3
Dimensionamento
para a faseC
... ..4.3.2 Filtro de quinta harmônica ... ..
4.3.2.1
Dimensionamento
para a faseA
... ._4.3.2.2
Dimensionamento
para a faseB
... ..4.3.2.3
Dimensionamento
para a faseC
... ..4.3.3 Resultados Finais ... ..
~
4.4
Implementaçao
Prática dos Filtros Sintonizados ... ..4.4
Conclusão
... ..Capítulo
5-
Resultados
Finais5.1 Introdução ... ..
5.2 Detalhes Constnitivos ... ..
5.3 Análise das especificações
do
reator ... . .5.4
Conclusão
... ..Conclusão
Geral
... ..Anexo
1 ... ..^
Resumo
da Dissertaçao apresentadaràUFSC
como
parte dos requisitos necessáriospara a obtenção do grau de Mestre
em
Engenharia Elétrica.~ À
ESTUDO DA
DISTQRÇAO
HARMONICA
El)/IUM
SISTEMA
TRIFASICO
DE
BAIXA
TENSAO
OSVANIL
OLIVEIRA
PEREIRA
Agosto/ l
999
Orientador:
Enio
Valmor
Kassick.Área
de Concentraçao: Eletrônica de Potência eAcionamento
Elétrico. Palavras-chave: harmônicas, fator de potência, fator de deslocamento,.filtros.Número
de Páginas: 108.O
presente trabalho apresenta o estudo da distorçãoharmônica
num
sistema trifásicode baixa tensão, através da análise de
uma
plantado
tipo comercial.Caracterizam-se os equipamentos geradores de harmônicas, efeitos
da
presença dedistorção
no
sistema elétrico e apresentam-se técnicas de correçãoda
distorçãoharmônica
e fator de potência.H
_
Apresentam-se resultados de medições (análise
da
planta) e resultados obtidos atravésde simulação
numérica
deum
modelo
para a planta. Faz-se o projeto de filtros sintonizados,procurando-se a
melhor
configuração, para adequar-se aos limitesrecomendados
pelaIEEE
519-1992
através do auxílio de resultados obtidoscom
simulação numérica.O
trabalho é fmalizadocom
a implementação prática dos filtros sintonizados e análisedos resultados de
medições
realizadas..Abstract of Dissertation presented to
UFSC
as a partial fulfillmentof
the requirementsfor the degree of Master in Electrical Engineering.
STUDY OF
THE
HARMON
IC
DISTORTION
IN
LOW
VOLTAGE
THREE-PHASE
POWER
SYSTEM
OSVANIL
OLIVEIRA
PEREIRA
August/ l
999
Advisor:
Enio
Valmor
KassickArea
of Concentration:Power
Electronic and Electrical DriveKeywords:
harmonics,power
factor, displacement factor, filtersNumber
of
Pages: 108.This
work
presents the study of a three-phase electrical systemof
a building with thesame
characteristics as a commercial one.The
characterizationof
loads, the voltageand
current harrnonic content are done.4
A
procedure for harmonic distortion correction through passive filtering is presented.Based on
simulation results, a proposal for currentharmonic
distortion correctionwas
developed with the objective to
comply
withIEEE
519-1992
Recommended
Practices.The
resultsof
in-sitemeasurements
for the proposed filters are providedand
analyzed.C
CA
CC
D
f
ff fc 7FDesl
F
Díst fitFP
frh
hr Í1 Izp Ícc Ief ÍF Íhp . ÍL Ímzz/z ÍmBhSIMBOLOGIA
capacitor corrente alternada corrente contínua diodo freqüência freqüência fundamentalfreqüência de corte
do
filtro Fator deDeslocamento
Fator de Distorção da corrente
freqüência
da
componente harmônica
h
Fator de Potênciafreqüência de sintonia
ordem
harmônica
ordem
harmônica
de sintoniado
filtrovalor
eficaz
da componente
fundamental de corrente de linha valor de picoda
componente
ftmdamentalda
corrente de linhacomponente
constante de correntecorrente
eficaz
correnteno
filtrovalor de pico
de
correnteharmônica
deordem
h
corrente de carga -
valor de-pico
da componente harmônica de
correntede
ordem
h
na
faseA
valor de picoda
componente harmônica
de corrente deordem
h
na
faseB
I,,,C;, valor de pico da
componente harmônica
de correntede
ordem
h
na
faseC
IR corrente
na
carga resistivaIRC corrente
na
carganão
linear IRLC correntena
cargaRLC
ISC corrente de curto-circuitoKh
valormáximo
permitidoem
%
da
fundamental para aharmônica
deordem
h
L
indutorLIT
transformador de interfaseLg
'indutância série
do
alimentadorp
número
de pulsosdo
retificadorP
Potência AtivaPCC
Ponto deConexão
Comum
Q
Potência ReativaÕ
fator de qualidadedo
reatordo
filtroQ
BP fator de qualidadedo
filtro (banda passante)Õ2
fator de qualidadedo
filtro de 2Êordem
R
resistência elétricar resistência elétrica
do
reatorRh
resistência série equivalentedo
filtro paraharmônica de
ordem
h
R5
Aresistência série
do
alimentadorS
Potência AparenteTHD
DistorçãoHarmônica
TotalTRAFO
'transformador
Vzzf Vszf Vzz VAN Vô VBN Vc VCN
Vcc
Vm1 Vmâh Vmsh Vmch V0X0
Xm
ZaZS
'Õ
co (01 Úih ÔV1tensão eficaz
da componente harmônica
deordem
2tensão eficaz
da
componente hamiônica
deordem
3 tensãoeficaz na
faseA
tensão (fase-neutro)
na
faseA
tensãona
faseB
tensão (fase-neutro)
na
faseB
tensãona
faseC
tensão (fase-neutro)
na
faseC
componente
constante de tensão valor de picoda
tensãovalor
de
picoda
componente harmônica
de tensão deordem
h na
faseA
valor de picoda componente harmônica
de tensão deordem h
na faseB
-valor
de
picoda componente harmônica
de tensão deordem
h na
faseC
tensãono
PCC
reatância característica
do
filtroreatância
do
reatorna
freqüência de sintoniaimpedância característica
do
filtroimpedância série
do
alimentadorângulo
de
perdasdo
capacitor freqüência angularem
rad/sângulo de
defasagem
entre ascomponentes
fundamentais de tensão e correnteângulo
da
componente
harmônica de correntede
ordem
h
ângulo de referência
|NTRoDuçÃo
GERAL
4
A
eletricidade é parte indispensávelem
nossas vidas, seja nas atividades domésticasou
comerciais; ela ilumina, aquece,movimenta,
acionacomputadores
e inúmeras outras aplicações.Um
tema
de grande interesse e discussão nos últimosanos
é a qualidadeda
energia.Cada
vez
mais,temos
de lidarcom
oproblema da
"energia suja”, expressão popularusada
para descreveruma
grande variedade de distorçõesna
corrente ena
tensão elétrica.No
passado, nas instalações elétricas de baixa tensão,em
geral,predominavam
as cargas designadas por “lineares”, isto é, aquelas constituídas essencialmente por resistências,indutâncias e capacitâncias de valores praticamente fixos.
Em
outras palavras, cargasque
podem
sermodeladas
como
uma
impedância constante. Dentre estas cargas destacam-se osmotores de
indução, iluminação incandescente se cargas de aquecimento.As
cargas' “não-lineares”,
onde
a corrente não é proporcional à tensão aplicada, representavamuma
pequena
porcentagem
do
total das cargas usuais e tinhampouca
influênciano
projeto efuncionamento
das instalações, restringindo-se à iluminação à descarga.
No
entanto, nos últimos anos,com
a popularizaçãoda
eletrônica incorporada aos equipamentos elétricos,começaram
a surgir certosproblemas de
qualidade de energia nas instalações.Com
o uso intenso e crescente de microcomputadores,UPSs,
acionamentos à velocidade variável, eletrodomésticos eletrônicosÉ
como
fomos
de
microondas, aparelhos de som, televisores e outras, cargas tipicamente “não-lineares”
que
provocam
distorções nas ondasde
tensão e corrente, esseproblema
tem
seagravado a
cada
dia. Estas cargas, aomesmo
tempo
que
poluem
a rede elétrica gerandouma
sériede
sinais espúrios e harmônicas, sãobem
'mais sensíveis aos efeitos criados por estas distorções.Devido
a isto, o estudo da qualidade de energiavem
sendocada vez mais
aprofundado.
efeitos
combinados
em
equipamentos e dispositivos ligados à redede
alimentação. Essesefeitos danosos
dependem
do
tipo de carga, sendo possível destacar: perturbaçõesem
controladores eletrônicos; erros adicionais
em
medidores elétricos de indução, vibrações e ruídoem
dispositivos eletromagnéticos e interferênciaem
circuitosde
comunicação,além da
contribuição para a reduçãodo
fator de potência da planta.Com
oaumento
dedemanda
dos consumidores istotomou-se
uma
prioridadeno
setor elétrico enormas
técnicastêm
sido estabelecidasno
intuito de controlar o problema, principalmente quanto à especificação dosnovos
equipamentos produzidos e aos niveismáximos
de distorção harmônica total tolerados nas instalações,de
forma
a garantir aqualidade
da
energia. Entretanto os estudos das harmônicastêm
sido bastante superficiaisnos
1
sistemas de baixa tensao.
Trabalhos realizados tratam principalmente das fontes de distúrbios
harmônicos
e efeitosem
dispositivos elétricos/eletrônicos.Nesse
trabalho aabordagem
terá ênfaseno
comportamento do
sistema de alimentação, preocupando-secom
aforma de
distribuição dascorrentes e tensões harmônicas ao longo dos circuitos
que
constituem a plantatomada
paraestudo e, tendo-se
como
resultado,uma
análise específica de todo 0comportamento
da
planta euma
possível solução, de baixo custo, para atendimento dasnonnas que
regem
esse sistema de alimentação.A
falta de estudos sobre 0 assuntotêm
levado muitas vezes àmétodos
incorretos decorreção
de
fator de potência de estruturascom
distúrbiosprovocados
por harmônicas, causando assim piorana
qualidadedo
sistema defomecimento
e,em
alguns casos, acidentesdevido a ressonâncias harmônicas
em
bancos capacitivos. Neste trabalho procura-se demonstrar osmétodos
de correçãoda
distorçãoharmônica
deuma
planta juntamentecom
ofator de deslocamento através
do
uso de filtros passivos sintonizados.'
A
decomposição
deum
sinal de tensãoou
correnteem
componentes harmônicas
possibilita a análise do conteúdo de cada
componente
individualcom
relação a fundamental etambém
a distorção harmônica totaldo
sinal.Em
geral, as harmônicas deordem
par são nulas, pois os dispositivosatuam
deforma
simétrica e periódica.As
harmônicas deordem
elevada são depequena
amplitude, atenuadaspela presença
de
indutânciasno
sistema.Como
observação para o caso de presençade
harmônicas
pares pode-se explica-las por desajustesem
controle de semicondutores.Distorções elevadas nas formas de
onda
de tensão e corrente,causam
grandesproblemas
às instalações de baixa tensão, a citar: disparos intempestivosde
disjuntores,aquecimento
excessivo de transformadores, motores e geradoresalém do
surgimento de ruído audível, superaquecimentoem
circuitos trifásicos razoavelmente equilibrados, níveis elevados de tensão de neutro à terra, baixo fator de potênciada
planta e conseqüente diminuiçãoda
capacidade de distribuição de energia, graves explosões de capacitores (bancos para correção de fator de deslocamento), problemas
em
circuitos de comunicação, erroem
aparelhosde
medição, etc.
Deve-se mencionar
aindaque
as perdas são maioresem
todos os dispositivos (circulação de energia reativa) e as paradas por falhade
operação sãomais
freqüentescom
identificaçãodo
defeito muito mais complexa.É
importante observar que duranteum
transitório elétrico (a partida deum
motor de
indução, porexemplo) surgem componentes
harmônicas de correnteque
seextinguem
com
otransitório.
As
hamiônicas sob foco são caracterizadas pela sua presençaem
regime
pennanente.
Adicionalmente aos problemas relatados, a tendência é
um
maior
rigor de parte dasconcessionárias de energia elétrica,
com
a sobretaxação relativa aos reativosde
distorção,analogamente
ao que hoje é feitocom
os reativos de deslocamento, devido à cargas lineares indutivas, por exemplo.Perante a complexidade
do
assunto e a necessidade demedidas
técnicas para garantirum
nível de qualidade de energiano
sistema, esse trabalho de disseñação de mestradotem
ointuito de inteirar os profissionais da área
com
o assunto, atravésda
análise detalhadade
uma
planta comercial típica, denotando-sealgumas
técnicas existentes para a atenuaçãoda
distorção harmônica.É
proposta e analisadauma
das técnicas de atenuação para a plantaem
questao.Procura-se denotar
no
presente trabalho oproblema
das harmônicas nos sistemas de baixa tensão euma
possível solução prática.Capítulo
1 'A
Distorção
Harmônica nos Sistemas
Elétricos
de
Baixa
Tensão
1.1
Introdução
Pode-se definir
como
problemas de qualidade de energia elétrica qualquer distúrbionas formas de
onda
de tensãoou
corrente quepossam
resultarem
insuficiência,má
operação,falha
ou
defeito permanenteem
equipamentos deum
sistema elétrico. Considera-se energia elétricacom
qualidadequando
apresentaforma
deonda puramente
senoidal,sem
perturbação alguma; qualquer desvio nessa característicapode
ser consideradocomo
mn
problema de
qualidade.~
São
várias as perturbações existentes nas formas deonda
de tensão e correnteem
mn
sistema de energia de baixa tensão.
A
distorçãoharmônica
éum
tipo específico de perturbação e está presente deforma
permanenteem
sistemas de alimentação devido a presença de cargas não-lineares".Neste capítulo» são apresentadas defmições de conceitos úteis à
compreensão do
desenvolvimento
do
trabalho.Não
só as quantidades características,mas também
osequipamentos
não-lineares, a influência das fontes e os efeitos de perturbação dasharmônicas
precisam ser conhecidos. Por último,
mas
não
menos
importante, apresentam-se os níveis deharmônicas
estabelecidos pelas normas, isto é, os níveismáximos
permitidos.'
1.2 Definições
O
sistema de distribuição de energia adotadono
Brasil é o sistema trifásico,com
2
constituído por três tensões de igual amplitude, defasadas de l20°,
ou
seja, pode-se representar as tensões de fase-neutro pelas equações:vAN(t)=Vm,
cos(a›t+CD`,,) (l.1) VBN (t)=
VM
cos(a)t+
CDH~120")
(1 .2) _vc” (1)
=
VM] cos(a)t+
CDH+
l20°) (1.3)onde: v AN, v BN, vc” : tensões fase-neutro;
Vw, : valor de pico da tensão;
co: freqüência angular
em
rad/ s;(DW: ângulo de referência.
Considerando-se que nesse sistema ideal as cargas trifásicas são lineares e equilibradas,
tomando-se
(Dncomo
ânguloda
impedância tem-se,do
mesmo
modo,
as correntes de linha definidas pelas equações: `iA(t)
=Im,
cos(ú›t+<D,,,-CDH)
(1.4)i,,(t)=I,,,,
cos[(a›t-l20°)+®v1 -CDH]
(1.5) i~C(t)=I,,,1 cos[(ú)t+120”)+d>v,-CDH]
(1.6)onde: iA, iB, ic: correntes de linha;
Im
: valor de pico da corrente de linha; CDH: ânguloda
impedância de carga.Quando
se analisaum
sistema real ,onde
existenão
idealidade tanto nos geradores deenergia elétrica quanto nas cargas do sistema, a representação matemática
toma-se mais
complexa;
há
desequilíbrios e a presença de cargas “não-lineares”impõe
distorções nas formasde onda
de tensão e corrente, as equaçõestomam
nova forma
de representação,onde
7aparecem
ascomponentes denominadas
como
harmônicas.- tensões de fase-neutro:
v/,N (t)
=
Vmm
cos(ú)t+
CDH)+
Vm/42 cos(2a)t+
GDVZ)+
Vm/43 cos(3cot+
CDV3)+
(1.7) v,,N (t)
=
Vmm
cos[(a›t -' l20") ¬¿ CDP] ]+
Vm,,2 cos[2(cot-
l20”)+
CD,.2 ]+
(1 8) +Vm,,, ¢‹›S[3(wz -12o”)+<1>\,,]+... ` vCN (t)=
Vmc,
cos[(ú›r+120”)+
CDH ]+)+ Vmcz
cos[2(ú›t+120”)+
<D`,2]+
O V (l.9)+VmC3cos[3(úJt+l2O
)+<D\,3]+... -onde:
VmAh, VmBh, Vmchz
valor de pico da tensãona
freqüênciada harmônica
deordem
h.h
=
l,2,3...ordem
harmônica- correntes de linha:
íA(t)=ImA¡
cos(ú)t+‹9,.,)+Vmcz
cos[2(a)t+l20°)
+l9,.2]+ImA3
cos(3ú›t+08)
+...A (1.10)
iB(t)
=ImB,
cos[(a›t-l20°)
+0,.¡]+Imm
cos[2(a)t+120°)
+‹9,.2] +Ã`
(1.11)
+ImB3
cos[3(cot+l20°)+0,3]+...iC(t)
=ImC¡
cos[(a›t+120°) +
0,1]+
Imcz cos[2(ú›t+120°)+
0,2]+
(l.l2)
+
Ima
cos[3(a›t+l20°)
+
19,3] +...onde: ç
Im
Ah, ImBh, Imchz valor de pico da correntena
freqüênciada
harmônica de
ordem
h;6,.”
=
d>,_,,-
CD”, : ângulo da corrente deordem
harmônica
h.Tratando-se de
uma
instalação elétricado
tipo comercial, desequilíbrios entre as fases são decorrência não apenas da não idealidadedo
sistema,mas
principalmenteda
distribuição desigual de cargas entre as fases,uma
vezque
amaior
parte dos equipamentos elétricos›
4
\ olls
/
R
\\/\`//_]
Figura 1.1 : Forma de onda de tensão distorcida pela presença de harmônicas.
Para
uma
melhor compreensão do
tenno harmônicas nas formasde
onda
de
tensão ce/ou corrente nos sistemas elétricos pode-setomar
como
exemplo
afigura
1.1,onde
observa-se
uma
fonna
deonda
de tensão distorcida. Utilizando-seda
ferramentamatemática
implementada
por Fourier, pode-sedecompor
qualquer funçãonão
senoidal periódica,como
aforma
'deonda
de tensão distorcida apresentadana figura
1.1,na
soma
deuma
componente
CC
euma
série de funções sinusoidais (seno e coseno)com
freqüências múltiplasda
freqüência fundamental,chamadas
harmônicas.Volts
M
Figura 1.2: Componentes fundamental e harmônica da forma de onda de tensão.
No
exemplo
em
questão,figura
1, pode-se verificarna
decomposição,figura
1.2, apresença
da
fundamental (60Hz)
eharmônica
de quintaordem
(300Hz)
e a ausênciade
componente
continua.Assim
sendo, pode-se definir harmônicano
sistema elétricocomo
sendo acomponente
senoidal deuma
tensãoou
corrente altemacla,com
freqüência múltipla (valor inteiro)da
freqüência padrãodo
sistema.O
múltiplo inteiro que relaciona a freqüênciada componente harmônica
(fh).com
relação a freqüência fundamental (f,) do sistema é
definido
como
ordem
harmônica.~\
h
=
%
, por definição, aordem harmônica da
fundamental fl é igual a 1.l
As
harmônicas individuais são representadascom
relação à fundamental,ou
seja,através
do
valor percentual da relaçãoentreo
valor eficazda
h-ésimaharmônica
e oda
fundamental,
onde
h
indica aordem
dahannônica
considerada.A
distribuição das várias harmônicas deuma
forma de
onda, geralmente ilustrada através deum
histograma, édenominado
espectro harmônico.Para a quantificação
do
nível de distorção de tunafonna
deonda
é avaliada a distorçãoharmônica
total(THD)
atravésdo
quociente entre o valoreficaz
totaldo
conjunto das harmônicas e o valoreficaz
dacomponente
fundamental, denotada pela expressão:,/V
2+V,2+V,2+...
THD=
2””
”
(1.13)
Vizf
É
importante lembrar a definição de fator de potência:FP=Â=i-
(1.14)S
Ve,*Jd
tem-se então:FP
_
Vzzlzz+
Vizflizf °0S((D\›1_
CD¡1)+ Vzzflzzf °05(CDz›2_
(Diz)+
(1 lsj `/Vc]+
I/M2+
1/,ef+1/M2
+... *\/1,] +1,,,2+128/
+1,,,2 +...
-ó
Na
ausência decomponentes
CC
e harmônicas (circuito linearem
corrente alternada) a expressão para cálculodo
fator de potênciatoma
a seguinte forma: ~V
I _ -CD.Fz›z__m.___._«_'ff 'ff“;fS(f)“ ")=a›s(<1>v1-<1>,~,)=‹=‹›s(‹z›.) »
(116)
le] nf
FP
=
cos(‹p¡)E
fator de deslocamento (FDesl) _ (1 .l7)onde: cp,
=
¢v, - ‹1›¡, é o ângulo dedefasagem
entre ascomponentes
fundamentais de tensão e COI`I`€I'lÍ€ .u
Considerando-se agora que apenas a fonte de tensão
CA
é ideal (tensão isenta deharmônicas
ecomponente
CC), alimentandouma
carga não-linear, a expressão para oFP
pode
ser expressa por:FP
_
Vizfjlzf C0S(CDv1_
(Dn)_
Iizf C95(®v1_
Cpu) -(1.1x)
VW
*\/IW2
+I2e¡2 +I3e¡-2 +... \/IW2 +I2e¡2 +I3e¡2 +... `sendo
o Fator deDeslocamento dado
por:FDesZ
=
cos(‹/2,) (1.l9)FP
:
112/ C0S(¶01):
COS(Ç0¡)=
FD€SÍ
\/1,;
+12; +13;
+...«/1+THD2 «/1+THD2
(1 .2o)
definindo
Fator de Distorção da corrente:FDz'sf
=
il;
(1.21)\/1+
THD2
rFP
=
FDesl
0 FDz`st (1.22)Na
ausência de distorção (sinusóídes purasTHD
=
O, caso ideal)o
fatorde
potência seresume
ao fator de deslocamento (FP=
FDesl) e,na
inexistência dedefasagem
entre asformas
de
onda
de tensão e corrente (FDes1=
1) o fator de potência então será unitário (FP_=
1).Como
visto, o fator de potência nãopode
ser entendidocomo
sendo apenas o resultadodo
co-senodo
ângulo de defasagem entre tensão e corrente (fator de deslocamento).Vale
lembrar que o sistema de energia apresenta distorções harmônicas e,
mesmo
alimentandouma
carga linear, o fator de potência será definido pela
composição
dos fatores de distorção edeslocamento.
A
instalação de bancos de capacitoresem
instalações elétricas, solução clássicaadotada para corrigir o deslocamento entre tensão e corrente, é indicada apenas à instalações isentas de distorção (FDist
5
1).Na
presença de distorções harmônicas de tensão e/ou correnteé importante
um
estudo completo para o projeto de correçãodo
fator de deslocamento.Deve-
se efetuarum
estudo dos efeitos da distorçãoharmônica
a partirda
instalação deum
banco
decapacitores e
da
necessidade de adição deuma
solução para a distorção harmônica,corrigindo-se assim o fator de potência de
forma
abrangente.1.3
Fontes de
harmônicas
De
acordocom
a característicada
carga não-linear pode_-se esperar a geraçãode
harmônicas de determinada ordem. Dentre estas pode-se destacar as fontes
de harmônicas
mais
freqüentes nas plantas elétricas de baixa tensão,conforme
[3]. `1.3.1 Conversores Estáticos
Pontes retificadoras e, mais genericamente, conversores estáticos são as principais
fontes de harmônicas nos sistemas de baixa tensão, vistos que estes estão presentes
na
maioria das fontes de energia dos eletrodomésticos, equipamentos de informática, acionamentosCC,
etc.A
ordem
dascomponentes
harmônicas (h)da
corrente de entrada dos retificadores édado
por:
h=kpil
(1.23)8
Porexemplo,
aplicando-se a fórmula, os retificadorescom
p=
6 (Figura 1.3)geram
harmônicas de ordens 5, 7,l1,13,l7, 19... L
fvvvw
D1 D2 D35
< U' CARGA Vc D4 D5 D6Figura 1.3: Ponte de Graetz
As
harmônicas características são todas denúmero
ímpar
considerando-seque
estãoem
operação normal.Na
prática, o espectro (distribuição dascomponentes harmônicas
provenientesda decomposiçao da
forma de onda) das harmônicas de corrente é ligeiramente diferente; são produzidas novas harmônicas ímpares e pares,chamadas de harmônicas não
características.As
amplitudes das harmônicas característicastambém
dependem
de
di-versos fatores, incluindo assimetria, imprecisão nostempos
de abertura dos interruptores,tempos de
comutação
e filtragem imperfeita.Outros conversores de potência,
como
os cicloconversores edimmers,
têm
espectrosmais
ricos e variáveisque
os apresentados pelos retificadores.Convém
notarque
elesvêm
cada
vezmais
sendo substituídos por conversoresque
utilizam técnicasmodernas
de
comutação
em
alta freqüência,com
geração de baixos níveis dehannônicos
e elevado fator depotência.
1.3.2 Iluminação
Sistemas de iluminação que
empregam
lâmpadas
de descargaou
fluorescentes sãofontes de correntes harmônicas.
Em
certos casos observa-seuma
componente de
terceiraharmônica
com
amplitude igual a25%
dacomponente
fundamental [3].1.3.3 Reatores Saturados:
Pode-se considerar os reatores saturáveis
como
fontes de correntes hannônicas,uma
vezque
sua impedância variacom
a corrente aque
está submetido, resultandoem
considerável distorção de corrente. Este é o caso, por exemplo, de transformadoresoperando
àvazio, suj eitos a
uma
sobretensao contínua.1.3.4
Máquinas
RotativasMáquinas
rotativasgeram
harmônicos deordem
superior, freqüentemente de amplitude desprezível. Entretanto,máquinas
síncronasgeram
harmônicas de tensão de 3Êordem,
as quaispodem
ter os seguintes efeitos danosos:~ aquecimento contínuo dos resistores de aterramento
do
neutroem
geradores;~
mau
funcionamento dos relés de sobrecorrente projetados para proteção contra falhasde isolação.
1.4 Efeitos
da
distorçãoharmônica
São
vários os danos causados por altos índices de distorçãoharmônica no
sistema deenergia elétrica, dentre eles é possível citar os mais
comuns.
1.4.1 Efeitos a longo prazo
Além
da
fadigamecânica
causada pelas vibrações, o sobreaquecimento constitui 0principal efeito a longo prazo. Este sobreaquecimento por perdas adicionais
em
máquinas
e transformadores, (cobre e ferro), principalmente nos rotores (espiras de amortecimento,circuitos magnéticos) de
máquinas
rotativas, é causada pelas consideráveis diferenças de velocidade entre 0 rotor e oscampos
girantes induzidos por harmônicas.Existem
também
perdas suplementaresem
transformadores devido ao efeito peliculardo
com
10
circuito magnético).
Na
somatória de correntesno
condutor neutro, as correntes de 32harmônica
e suasmúltiplas inteiras das três fases não se cancelam.
Como
conseqüência,há
mn
carregamentono
condutor neutro, o qual sofrerá
um
sobreaquecimento perigoso senão
existirdimensionamento
adequado.Aquecimento
de cabos e equipamentos,com
aumento
das perdas:L/
- aumento,
com
a freqüência,da
resistência aparente do condutor, devido ao efeito pelicular;- aumento,
com
a freqüência, das perdas dielétricas na isolação, se 0cabo
estiversubmetido
adistorção de tensão considerável;
-
fenômenos
relacionadoscom
a proximidadede
condutoresem
relação a coberturas metálicase blindagens aterradas
em
ambas
as extremidades.Um
dos maiores problemas devido a distorçãoharmônica
é encontradoem
circuitos dealimentação de equipamentos de informática.
Devido
a característica das fontesde
energiamonofásicas desses equipamentos (retificadores
na
entradada
fonte) o nívelde
distorçãoharmônica
é elevado, principalmente naharmônica
de terceira ordem.A
somatória decorrentes
no
condutor neutro será elevada,mesmo
que estes circuitos estejamde
certaforma
com
correntes equilibradas,uma
vez que as harmônicas múltiplas inteiras de terceiraordem
não
se cancelam.Na
da
pior condição,com
ângulos decondução
de retificadoresem
60
graus,a corrente
no
condutor de neutro poderiachegara
1.73 vezes a corrente de fase,confonne
[4].Então,
quando
fontes de energia monofásicas são usadasem
sistemas de potência trifásicos,Luna corrente
no
condutor neutro significativapode
ser esperada.Em
capacitores as perdas são decorrentes de dois fenômenos:condução
e histeresedielétrica.
Numa
primeira análise, as perdas são, para a condução, proporcionais aoquadrado
da
tensão aplicada e, para a histerese, proporcionais à freqüência.Os
capacitores são, portanto, Estudo da Distorção Harmônicaem
um
Sistema Trifásico de Baixa Tensãosensíveis à sobrecarga, seja devido a fundamental excessivamente elevada, seja pela presença de hannônicas de tensão. Essas perdas são definidas pelo ângulo de perdas ô
do
capacitor (Figura 1.4),que
é o ângulo cuja tangente é a relação entre as perdas e a potência reativa produzida. Valoresem
tomo
de 1.104podem
ser citados para tangentede
õ.O
calorproduzido
pode
levar o dielétrico ao colapso. "õ
tanÕ=£
Q
S
Q
P
Figura 1.4: Triângulo de relação das potências do capacitor: potência ativa (P),
potência reativa (Q), potência aparente (S)
Em
plantasonde
o banco de capacitores de correçãodo
fatorde deslocamento
é instalado, ofluxo
nonnal
de harmônicaspode
ser modificado diante das ressonâncias paralelasque
surgem da
interação entre os capacitores e o transformador.Capacitores
não
criam harmônicas,mas podem
criar circuitos ressonantes prejudiciaisque aumentarão
amagnitude
de harmônicasque
fluem
dentroda
planta.Pode-se entender a ressonância
em
um
sistema elétricocomo
sendo aamplificação
deondas
periódicasquando
as freqüências destas ondas são iguais às freqüências .naturaisdo
sistema elétrico.
A
combinação da
indutâncía, 'tipicamente provida pelo transformador deserviço e a capacitância resulta
em
um
circuito ressonante auma
dada
freqüência.Se
afreqüência de ressonância está
próxima da
freqüênciade alguma harmônica
característicaI2
aumenta
a distorção criada por aquela harmônica dentro da planta; a ressonância paralelapode
resultarem
perturbações-harmônicas perigosas.Na
ocorrência de ressonância, os condutoresficam
submetidos a_ grandes esforços de tensao e efeito corona,que
podem
levar a falhasno
isolamento [l].
1.4.2 Conseqüências práticas
Se
a'ordem
deuma
corrente harmônica injetada porum
equipamento
perturbadorcorresponder à
ordem
da ressonância paralela, há risco de sobretensões harmônicas, especialmentequando
a rede operacom
pouca
carga.A
correnteharmônica
torna-semuito
altanos componentes
da
rede e,sem
dúvida, representandoum
perigo para os capacitores.A
ordem
da
ressonância paralela correspondendo à freqüênciado equipamento
detelecomando
poronda
portadora da concessionária de distribuição,há
o risco desseequipamento
sofrer perturbações.Para prevenir que a ressonância tome-se perigosa ela deve ser forçada para
uma
freqüência longe das freqüências das harrnônicas características e/ou amortecida.
1.5
Normas
eRecomendações
Diante de tantos problemas causados por valores elevados de distorção
harmônicanos
sistemas elétricosforam
estabelecidas algmnasnonnas
erecomendações
sobreo
assunto.A
empresa
francesa de distribuição de energiaEDF
consideraque
a distorção de tensãonão deve
exceder a5%
no
ponto de entrega [3], enquanto cadaconsumidor
de grandeporte
não deve
ultrapassar os seguintes limites de distorção harmônica:1,6%
de distorçãoharmônica
totalna
tensão(THD);
V
porcentagem
deharmônica
individual de:0,6%
para harmônicas de tensão deordem
par;1%
para harmônicas de tensão deordem
ímpar. .É
geralmente aceito queuma
rede industrial,sem
qualquer equipamento sensívelcomo
reguladores, controladores programáveis, etc.,pode
admitiruma
distorção de tensão de até5%.
Esse limite total e os limites das harmônicas individuais poderão ser diferentes, caso equipamentos sensíveis estiverem ligados à instalação.l
1.5.2
Norma
IEEE
519
A
portaria 1569/93do
DNAEE
define o limitemínimo
em
0,92 para o fator depotência nas instalações consumidoras de energia elétrica e regulamenta o faturamento dos
reativos excedentes,
não
trazendonenhuma
referênciaou recomendação
quanto a limites dedistorções harmônicas de tensão
ou
corrente.Devido
a inexistência denorma
nacional vigente sobre o assunto adotou-se arecomendação
IEEE
519-1992
(práticas e requisitos para controle de harmônicasno
sistemaelétrico de potência) [5] e [6]. Esta
recomendação
descreve os principaisfenômenos
causadores
de
distorção harmônica, indicamétodos
demedição
e limites de distorção.Os
limites estabelecidos nesta regulamentação referem-se aos valoresmedidos
no
PCC
(Ponto de
Conexão
Comum),
e nãoem
cada equipamento. Pode-se dizerque
afilosofia
destaregulamentação é que, não interessa ao sistema o que ocorre dentro de
uma
instalação,mas
sim
oque
ela reflete para o exterior,ou
seja, para os outros consumidores conectados 'àmesma
alimentação.
De
acordocom
o nível de tensão ecom
o nível de curto-circuitodo
PCC
sãodefinidos
os limites de distorção harmônica para a tensão e a corrente. Obviamente, quanto
maior
foracorrente de curto-circuito (Isc)
em
relação à corrente de carga (IL), maiores são as distorções14
se eleva o nível de tensão,
menores
são os limites aceitáveis.A
grandezaTHD
(DistorçãoHarmônica
Total) édefinida
como
a distorçãoharmônica
da
correnteem
%
damáxima
corrente de carga(demanda
de 15ou 30
minutos). Isto significaque
amedição da
THD
deve ser feitano
pico deconsumo.
A
tabela 1.1 [1] mostra os limites de corrente e de distorçãoharmônica
estabelecidospeia
n0ma1EEE
519
- 1992.'
Limite de
distorçãoharmônica
de
correntepara
sistemasde
baixa tensão(120V
à69kV
eficaz)Distorção
Harmônica
Máxima
da
correnteem
percentagem
de
ILh:
Ordem
dasHarmônicas
ÍmparesÃ
2o<5o
7 . o 3 5 . 2Í
5 1 . o o .5 s. o50<100
10.0 4.5 4.0 1.5 0.7 12.0100<1000
12.0 5.5 5.0 2.0 1.0 15.0>1000
15.0 7.0 6.0 2.5 1.4 20.0 IS./IL<11
Y
1lSh<17
17Sh<35
23Sh<35
35Sh
'THD
As
hannônicas pares são limitadas à25%
do limite da harmônica ímpar imediatamente superiorNão
é permitido componente contínua (retificador de meia onda por exemplo)* Todos os equipamentos de geração de energia elétrica são limitados pelos valores desta linha, independente de
sua capacidade de curto circuito IS:/I,_ 15€ : Corrente de curto circuito máxima no
PCC
IL : Corrente máxima solicitada pela carga, na freqüencia fundamental, no
PCC
Tabela 1.1 - Limites de correntes e
THD
A
tabela 1.2 mostra os limites de distorçãoharmônica
para a tensãoem
sistemas de baixa tensão (para tensão de480V
eficaz).Aplicações
Sistemas
. . ..._ ~.'=”.-..^.':.ê;f .Esvwflls
Dedlsadfls
'vas' wOProfundidade
dos“Dentes”
(notches)10%
50%
%
THD
3%
A Í10%
A.. z Az-ea aos
“Dentes”
(nflfshes)16400
'flã36500
`
Tabela 1.2 - Limites de tensão e
THD
0
O
valor deAn
para sistemascom
tensãoV
deve ser multiplicado pelo fator V/480.0 Aplicações especiais incluem hospitais e aeroportos.
0 Sistemas dedicados são aqueles exclusivos para alimentação de conversores estáticos.
0
A
áreaAn
é calculadaem
[V*us] para condições nominais de tensão e corrente.A
regulamentaçãoIEEE
519-1992 será adotadacomo
base de referência para este trabalho.1.6
Conclusão
Apresentou-se neste capítulo
uma
explanaçãodo tema
desenvolvido neste trabalho,procurando-se prover
com
definições úteis para acompreensão
do
que é a distorçãoharmônica, a definição
do
fator de potênciana
presença de distorção, as fontesque
geram
essas distorções
no
sistema elétrico e os efeitosda
presença dessas fontesnuma
instalaçãoelétrica.
De
posse das informações aqui apresentadas, pode-se localizarequipamentos
geradores de harmônicasnuma
instalação elétrica e, feita a análise demedições de
tensão e corrente, quantificar os níveis das hannônicas presentes ecomparar
às regulamentaçõesapresentadas. V
A
identificação dos equipamentos geradores de harmônicas é de grande' importânciapara o estudo e viabilização de
um
método
de correção para adequação aos limitesde
distorçãoharmônica
regulamentados.16
Capítulo
2
`Técnicas propostas
para
correção
da__dist__orçãoharmônica
2.1
Introduçao
Ultimamente, devido ao agravamento
do problema
de distorçãoharmônica
nosmais
diversos setoresdo
sistema elétrico, algumas técnicasde
correçãoda
distorçãoharmônica
têm
sido propostas.
O
surgimentode
problemasem
bancos de capacitores para correçãodo
fator de deslocamentoem
plantascom
elevada distorçãoharmônica
trouxe a necessidade denovas
técnicas para correçãodo
fator de potênciaem
sistemas elétricoscom
distorção.Na
presençade
distorção os capacitores de correçãodo
fator de deslocamento,podem
causar grandesoscilações de tensão e amplificar os distúrbios harmônicos. -
'
Aqui
serão apresentadas as técnicasmais
utilizadas e suas características.É
importantedestacar
que
nem
sempre
a escolha da solução é feita apenas pela sua eficiência,mas
principalmente pelo custo de implantação.
A
“robustez”também
éum
dos principais fatoresna
escolha.2.2 Filtros Ativos
Uma
soluçãoque
ultimamentetêm
sido proposta é a utilização de conversores estáticos (filtros ativos) para gerarcomponentes
harrnônicas deforma
a cancelar asharmônicas
presentesno
sistema. Entretanto estas soluções ainda são limitadasem
potência devido a tecnologia dos semicondutores. Geralmente projetos desse tipo tratamda
correção decargas localizadas[l2].
A
principalvantagem
neste tipo de solução estáno
acompanhamento
dinâmico
dasvariações
do
sistema,além
de reduzidas perdas epequeno
volume
do
equipamento; entretantoé
uma
soluçãocom
tecnologia ainda não totalmente dominada, oque
limita sua aplicação-ainstalações de pequenas potências. _ z
Os
filtros ativospodem
apresentar duas configurações básicas,dependendo da
fonteharmônica
a ser corrigida; se a fontetem
característica de fonte de tensão harmônica,o
filtro ativo deve ser ligadoem
sériecom
essa fonte. Já se a característicada
fonte deharmônica
é defonte de corrente, o filtro ativo é conectado
em
paralelocom
essa fonte[5].V
2.3
Reatores
de
BloqueioOutra técnica utilizada consiste
na
instalação de tun reatorem
sériecom
obanco
decapacitores, dessa
forma
pode-se corrigir o fator de deslocamentosem
que
os capacitoressejam
afetados pelas harmônicas.Esse reator é calculado de
modo
que a freqüência de ressonâncianão
atinjanenhuma
das harrnônicas presentes. Assim, para a ftmdamental, o
banco pode
executar sua ftmção de melhoriado
fator de deslocamento, enquanto a alta impedânciado
reator limita a amplitude das correntes hannônicas.i
Na
presençade mais
deum
banco de capacitores, deve-se cuidar para queem
nenhtuna
posição de
chaveamento
dos bancos capacitivos exista ressonânciana
freqüência dasharmônicas
presentesno
sistema.Esse tipo de solução não corrige a distorção
harmônica
presentena
planta, permitindomelhoria
no
fator de potência apenascom
a correçãodo
fatorde
deslocamento.2.4 Filtros Passivos
-
Existem
váriastopologias para filtros passivos,
podendo
ser divididosem
dois grupos: filtros de bloqueioque
consistemem
caminhos de
altaimpedância
entre o alimentador e al8
carga e filtros de confinamento que consistem basicamente
na
criação decaminhos de
baixaimpedância
para circulação das harmônicas presentes,em
conexão
shunt (ou derivação)em
relação à carga.R
L
IC
Figura 2.1: Filtro Passivo (RLC)
São
constituídos da associaçãoRLC
série (Figura 2.1),com
pequenas
variações topológicas. Este dispositivo colocadoem
paralelona
instalação, apresentauma
impedância
muito pequena
para sua freqüência de ressonância e atuacomo
um
curto-circuito para aharmônica
em
questão.Podem
ser usadas simultaneamente váriasmontagens
sintonizadasem
freqüênciasdiferentes, de
modo
aremover
várias ordens harmônicas.Os
filtros passivoscontribuem
também
para acompensação
de energia reativa da instalação.No
entanto, esse princípio aparentemente simples requerum
estudo da instalação, urnavez
que,embora
o filtro atuecomo
um
“curto-circuito” para a freqüência exigida,há
riscosde
ocorrer ressonânciascom
as outras indutâncias da rede elétrica,em
outras freqüências, dessaforma
elevando níveis de harmônicas quenão
causavam
perturbações antesda
sua instalação.Dois
tipos de filtropodem
serempregados
para reduzir tensões harmônicas.2.4.1 Filtros Paralelos Ressonantes
V
Este filtro é constituído por
um
ramo
LC
com
uma
freqüência de sintonia para afreqüência
da harmônica
de tensão que deve ser eliminada:1 .
f,
-EE-É
(2-1)onde: f,: freqüência de sintonia
do
filtro.Esta
abordagem
portanto, é fundamentalmente diferente daquela de capacitoresconectados a reatores de bloqueio, já descrita aqui.
Na
freqüência de sintonia (fl) o paralelo ressonante apresenta baixa impedância (resistência elétricado
reator baixa).Dessa
forma, eleabsorve quase todas as correntes harmônicas de freqüência f, injetadas,
com
baixa distorçãoharmônica da
tensão (por ser proporcional ao produtoda
resistência elétricado
reator pelacorrente fluindo
no
filtro) nesta freqüência.Em
principio,um
filtro paralelo ressonante é instalado para cadaharmônica
a ser eliminada. Eles são ligados aos barramentos para os quais a redução deharmônicas
é especificada.Em
conjunto,formam
um
banco de filtros.É
precisoum
estudo cuidadoso para instalação deum
banco de
filtros devido apossibilidade de ressonância paralela entre as seções de filtros e/ou
com
a planta.O
filtrodeve
ser projetadode
maneira a levar essas ressonâncias para freqüências diferentes dasharmônicas
características (freqüências de harmônicas deordem
par, por exemplo).As
características dos filtros paralelosdependem
da
ordem
da harmônica de
sintoniado
filtro, sendo aordem
da
harmônica de sintoniado
filtro hTdada
por:=
Á
'h,
fl
(22)
onde: frrfreqüência de sintonia;
ø
impedância
do
filtro:20
As
característicasdo
filtro paralelo ressonante são as seguintes: r _0 potência reativa para
compensação
(Q): o filtro paralelo ressonante, comporta-se capacitivamente abaixo da sua freqüência de sintonia, contribuindo para acompensação
da
potência reativa
na
freqüência da rede.À
primeira vista, a presença deum
reatornão deve
aumentar
a potência reativa fornecida.A
razão é oaumento
de tensãona
freqüênciada
rede fl, causado pela indutância nos terminais
do
capacitor;L
Z,
_
É
(23)onde: Zo: impedância característica
do
filtro;L: indutância
do
reator do filtro paralelo ressonante; C: capacitânciado
filtro paralelo ressonante.0 fator de qualidade
do
reator:_
X
Q
=
_rL*1. (2.4)Xm
=
(UL(25)
onde:
Õ
: fator de qualidade do reator do filtro;Xm:
reatânciado
reator na freqüência de sintonia;r: resistência elétrica do reator.
Um
filtro efetivo precisa terum
fator de qualidadedo
reatorÕ
alto, portanto r<<
X0
na
freqüência f,.0 a
banda
passante:(em
termos relativos)~
:Lg
__f`f__f=l_
2.6
Q”
Q
2f,
X0
()
onde:
Q
BP: fator de qualidade do filtro (banda passante)_
A
resistência elétrica do reator (r) é definida na freqüência fr edepende do
efeitopelicular. Ela
também
representa a impedânciaquando
o paralelo ressonante é sintonizado e, éa responsável pelasperdas
no
filtro.Na
prática, odesempenho
de filtros paralelos ressonantes é reduzido por dessintonia, e são necessárias soluções especiais,como
ocompromisso adequado
entre o fatorQ
e odesempenho
do
filtro, para reduzir a sensibilidade à dessintonia e, assim, aceitar flutuações deda
freqüência de sintonia f, (causadas pela variação da capacitância devido a variação detemperatura dos capacitores).
2.4.2 Filtros Amoitecidos
As
harmônicas produzidas porum
forno de arco, usadona
produção de aço, são imprevisíveis devido à variação aleatóriado
arco; a correntedo
arco é não-periódica e suaanálise revela
um
espectro contínuo, incluindo harmônicas deordem
inteira e fracionária._
Quando
o forno atuano
refinodo
-material, aforma
deonda
se torna simétrica,desaparecendo as harmônicas pares.
Na
fase de fusão, tipicamente, ascomponentes
harinônicas apresentam amplitude de até8%
da
fundamental, enquanto no, refino valores típicos sãoem
tomo
de2%
[5].Os
filtros ressonantes precisam ser amortecidos, pois oespectro contínuo
do
fomo
aumenta
a probabilidade de injeção deuma
correntecom
freqüência igual à de ressonância paralela entre os elementos de filtragem, oque
se observa pelo fatoda
impedância crescer.Caso
existamcomponentes
hannônicas nestas freqüências elas produzirãoum
ganho
em
tensão, sendo amplificadas.Além
disso a instalação deum
grandenúmero
de filtros paralelos ressonantes éem
geral dispendíosa e, por isso, é mais
econômico
o usodo
ñltro debanda
larga (Figura 2.2),com
as seguintes propriedades:'
22
0 amortecimento anti-ressonante;
0 tensões harmônicas "reduzidas para freqüências maiores
ou
iguais a sua freqüência desintonia, o que lh_e confere o
nome
de “filtro passa-alta amortecido”;0 amortecimento rápido dos transitórios produzidos
quando
o filtro é energizado.O
filtroamortecido de 2Ê
ordem
constitui-se deum
paralelo ressonantecom
um
resistorR
deamortecimento adicionado aos terminais
do
reator.R
R2
LI
C
Figura 2.2: Filtro amortecido de 22 ordem
O
filtro amortecido de 2*-`ordem tem
reatância zero parauma
freqüênciafr
mais
altaque
a freqüência fc, onde:~
fc =2_m-}-TE
(21)
f,
=-í
1+
ÍQ
<2.8>2zzQ¬/(R
-1)Lc
onde:
fc
: freqüência de cortedo
filtro;' '
f,: freqüência de sintonia.
O
filtro é projetado deforma
que f, coincidacom
ahannônica
demenor ordem
a serfiltrada. Esta é geralmente a harmônica de